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Direito Penal. LEP e Processo Penal

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Direito penal – Cléber Masson
Direito penal é um ramo do Direito Público porque sempre envolve a atuação do Estado. O Estado é o titular exclusivo do “jus puniendi”.
O Estado sempre é sujeito passivo dos crimes. 
O sujeito passivo possui dois pólos:
Sujeito Passivo Imediato ( é o titular do bem jurídico protegido pela lei penal. Ex.: no homicídio é a pessoa morta, no furto, é o proprietário do bem.
Sujeito Passivo Mediato ( é o Estado. Todos os crimes ofendem o interesse do Estado, pois o Estado é o responsável pela manutenção da ordem pública, paz pública.
Nos crimes contra a Adm Pública o Estado é sujeito passivo mediato e imediato.
PRINCIPIOS DO DIREITO PENAL
1. P. DA INSIGNIFICANCIA OU CRIMINALIDADE DE BAGATELA
a) Esse principio não tem previsão legal, ou seja, é uma criação doutrinária e jurisprudencial, aceito de forma unânime.
b) Natureza jurídica: para o STF o principio da insignificância é uma causa supralegal de exclusão da tipicidade. ( Quando incide o principio da insignificância o fato é atípico, não é crime.
A tipicidade se divide em duas:
Formal ( adequação entre o fato e a lei formal. 
Material ( é a lesão, ou perigo de lesão ao bem jurídico.
Na aplicação deste principio pode haver a tipicidade formal, mas não a material.
c) O principio da insignificância pode ser aplicado a qualquer crime q seja com ele compatível, e não somente aos crimes patrimoniais.
Crime de natureza tributária é perfeitamente admitido a aplicação deste principio. Ex.: Aplica-se este principio nos crimes tributários quando o tributo sonegado não ultrapassa a R$ 10.000,00.
Nos crimes patrimoniais não há um valor exato, mas em geral até 10% do salário mínimo.
d) Crimes incompatíveis com a natureza da insignificância:
- crimes contra a vida
- crime de roubo
- crimes praticados contra pessoa com violência ou grave ameaça.
- crimes da lei de drogas
- crimes sexuais
- crimes contra a fé pública (ex. moeda falsa)
- crimes contra a administração pública.
2. PRINCIPIO DA OFENSIVIDADE OU DA LESIVIDADE
A única missão do direito Penal é a proteção de bens jurídicos, ou seja, o D. Penal não deve se preocupar com questões morais, religiosas, políticas, econômicas, etc.
Ex. tenente do RJ que foi preso porque morava com outro cara. Não tinha bem jurídico a ser protegido, acabou sendo solto por este principio.
3. P. DA PROIBIÇÃO DO BIS IN IDEM
Ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato.
Ex.: Mãe pratica um crime de infanticídio. Não pode ter agravante de crime cometido por ascendente. Se já faz parte do crime não pode aplicar a agravante.
4. P. DA RESERVA LEGAL OU DA ESTRITA LEGALIDADE
Este princípio encontra-se no art. 1º do CP, e art. 5º, XXXIX da CF ( é cláusula pétrea.
De acordo com este principio somente a lei pode criar crimes e cominar penas.
Medida Provisória não pode criar crimes nem cominar penas! Nem em situação de emergia e urgência.
Origem do princípio: ano de 1215, na Magna Carta do Rei João sem Terra.
O princípio da reserva legal tem 2 fundamentos:
Fundamento Jurídico ( chamada taxatividade, a lei penal deve ser taxativa, a lei penal deve descrever com precisão o fato criminoso. É por esse motivo que não cabe analogia “in malam partem” (analogia prejudicial ao réu). No Direito penal só é admitida a analogia “in bonan partem”, ou seja, aquela que é favorável ao réu.
Fundamento Político ( o p. da reserva legal é uma proteção do individuo contra o arbítrio do Estado.
O CP serve muito mais para proteger o cidadão do que para prejudicar.
O p. da reserva legal faz parte dos direitos humanos de 1º geração.
5. P. DA ANTERIORIDADE
A lei penal deve ser anterior ao fato cuja punição se pretende. A lei penal só se aplica para os fatos praticados após sua entrada em vigor.
Não há crime quando o fato é praticado durante o período de vacatio legis.
O p. da anterioridade exige que a lei esteja em vigor, não bastando sua publicação no Diário Oficial.
LEI PENAL
1. FONTES DO DIREITO PENAL
a) materiais ou de produção ( são os órgão encarregados de criar o direito penal. 
No Brasil o órgão responsável é a União, art. 22, I, CF, pelo Congresso Nacional. A união tem competência privativa, isso quer dizer que pode ser delegada.
Isso significa que os Estados excepcionalmente podem legislar sobre Direito Penal, desde que presentes dois requisitos:
- que se trate de matéria de interesse específico do Estado. Ex.: Estado do Amazonas legislando sobre a vitória-régia.
- que exista autorização da União mediante a lei complementar. (art. 22, parágrafo único, CF)
b ) formais ou de conhecimento ( dizem respeito a aplicação do Direito Penal.
Fonte formal imediata: é a lei.
Fontes formais mediatas: costumes, princípios gerais do direito e atos administrativos. Auxiliadores do Direito Penal, mas não criam crimes nem cominam penas.
2. ESTRUTURA DA LEI PENAL
Toda lei incriminadora possui preceito primário e secundário.
Primário ( é a definição da conduta criminosa. Ex.: art. 121, preceito primário: matar alguém.
Secundário ( é a pena cominada. Ex.: art. 121: reclusão de 6 a 20 anos.
2.1 Lei penal em branco
É aquela cujo preceito secundário é completo, mas o preceito primário depende de complementação. Precisa se socorrer de outra norma.
Lei penal em branco é aquela q precisa de um complemento.
Pode ser de 2 espécies:
Homogenia ( é complementada por outra lei. Ex. art. 236, CP, os impedimentos estão no CC; Crime de apropriação de tesouro, 169, CP, o tesouro é definido pelo CC.
Heterogenia ( é aquela que o complemento é um ato administrativo. Ex.: crimes da lei de drogas, L. 11343/06, relação das drogas estão na portaria 344/98 da ANVISA; crimes do estatuto do desarmamento é um decreto do presidente da republica que diz quais são as armas permitidas e não permitidas.
Lei penal em branco X tipo penal aberto
Ambos são incompletos.
Na lei penal em branco o complemento se dá por outra lei ou por um ato administrativo.
No tipo penal aberto o complemento se dá mediante um juízo de valor do aplicador do direito. Ex.: crimes culposos em geral, ato obsceno.
O direito brasileiro adota um critério legal para os crimes hediondos. Ou seja, crime hediondo está definido por lei.
3. CONFLITO DE LEIS NO TEMPO
Conceito: é a situação que se verifica quando uma nova lei entra em vigor, revogando a anterior.
A revogação pode ser total ou parcial:
Total ( também chamada de ab-rogação
Parcial ( também chamada de derrogação
3.1 Direito intertemporal
É o conjunto de regras e princípios que solucionam o conflito de leis.
Regra: tempus regit actum ( o tempo rege o ato ( aplica-se a lei que estava em vigor quando o fato foi praticado.
Exceções: a retroatividade da lei penal benéfica. A lei retroage quando favorável ao réu, art. 2º CP e art. 5º, XL da CF.
A retroatividade benéfica pode acontecer em 2 hipóteses:
- abolitio criminis ( é a nova lei q torna atípico um fato até então incriminando. O fato que era crime, deixa de ser. É uma causa extintiva da punibilidade. (art. 107, III, CP). Apaga todos os efeitos penais de eventual sentença condenatória, mas subsistem os efeitos civis.
- novatio legis in mellius ( nova lei favorável. 
Na abolitio criminis o fato deixa de ser criminoso, na novatio legis in mellius o crime continua existindo, mas a situação do réu é de qualquer modo mellhorada.
Qualquer modo ( deve ser interpretado em sentido amplo.
REGRAS COMUNS
A retroatividade benéfica é automática, ou seja, independe de cláusula expressa. 
A retroatividade benéfica alcança inclusive os fatos já definitivamente julgados. (condenações com transito em julgado).
Quem aplica a lei mais favorável?
É o juiz, depende do momento em que a ação penal se encontra.
1ª instancia ( o juiz de 1º instancia é quem aplica
A ação penal se encontra em algum tribunal (em grau de recurso ou em competência originária) ( é o tribunalrespectivo é que aplica.
E se a condenação já transitou em julgado? ( quem aplica será o Juízo da execução. S. 611 STF. Pouco importa quem condenou.
SÚMULANº 611
 
TRANSITADA EM JULGADO A SENTENÇA CONDENATÓRIA, COMPETE AO JUÍZO DAS EXECUÇÕES A APLICAÇÃO DE LEI MAIS BENIGNA.
***Se a lei benéfica retroage, é evidente que a lei mais grave (novatio legis in pejus) nunca retroage. Da mesma forma a nova lei incriminadora (neocriminalização).
COMBINAÇÃO DE LEIS
O juiz pode combinar duas leis para formar normas mais favoráveis para o réu?
- trafico de drogas: 
Antes estava no art. 12 da L. 6368/76 ( pena de 3 a 15 anos e multa.
Atualmente está no art. 33 da L. 11343/06 ( pena 5 a 15 anos e multa.
No art. 33 da lei nova, no parágrafo 4º, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 2/3 quando o criminoso for primário, não apresentar antecedentes criminais, não se dedicar a atividades criminosas e não integrar organizações criminosas. Ou seja, essa diminuição da pena é para o traficante acidental/eventual.
OAB! Quando o crime é cometido na lei antiga, e a sentença é na lei nova, a pena é da lei antiga, com a diminuição da lei nova. Posição da OAB, em que o STJ concorda.
3.2. Lei penal intermediária
Crime na lei A, sentença na lei C, e a lei B é a mais favorável. O juiz pode aplicar a lei B?
É possível a aplicação da lei penal intermediária, desde que seja a mais favorável ao réu.
A lei penal favorável também tem ultratividade ( A lei penal benéfica é aplicável mesmo depois de revogada, desde que o crime tenha sido praticado ou o processo tenha sido instaurado quando ela estava em vigor. 
4. TEMPO E LUGAR DO CRIME
4.1 Teorias
LUTA
Lugar Ubiquidade / Tempo Atividade
a) teoria da atividade
Tempo do crime ( art. 4º 
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
Conseqüência: a imputabilidade penal é analisada ao tempo da conduta.
Ex.: o camarada tem 17 anos 11meses e 20 dias de idade efetuou disparo de arma de fogo com intenção de matar; a vítima foi para UTI, e só morreu 15 dias depois. Ou seja, quando a vítima morreu o agente já tinha completado 18 anos de idade. Esse cara responde de acordo com o ECA.
b) teoria do resultado
c) teoria da ubiqüidade (mista)
lugar do crime ( art. 6º “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.”
Essa teoria só se aplica nos crimes à distancia (conduta e resultado ocorre em países diversos).
Crimes à distancia X crimes plurilocais
Crimes plurilocais ( são aqueles que conduta e resultado ocorrem em comarcas diversas, mas dentro do mesmo país. O problema é de competência. A regra geral é traçada pelo art. 70 do CPP, ou seja, via de regra a comarca competente é o da consumação.
4.2 Lei temporária e Lei excepcional
Lei temporária é aquela q tem o prazo de vigência pré-definido. Como se fosse um prazo de validade.
Lei excepcional é aquela que somente vigora em situações de anormalidade.
As leis temporária e excepcional são auto-revogáveis em contraposto ao princípio da continuidade das leis (leis só se revogam por outra lei). Elas também são dotadas de ultratividade, continuam aplicáveis mesmo depois de revogadas, se o fato foi praticado quando estavam em vigor.
5. CRIME
Conceito material ou substancial – Crime é a conduta humana que lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente tutelados. 
Conceito legal ( art. 1 da LICP. A diferença entre crime e contravenção penal diz respeito a qualidade e quantidade da pena. O crime tem pena de reclusão ou detenção, isolada, alternativa ou cumulativa com multa. A contravenção penal tem pena de prisão simples e/ou multa. Só existe um crime que não tem pena de reclusão ou detenção, qual seja, art. 28 da lei de drogas (porte de droga para consumo pessoal).
Conceito formal ou analítico ( é o que diz respeito à estrutura do crime, levando em conta os elementos do crime: 
a) Conceito tripartido: fato típico, ilicitude e culpabilidade. 
b) Conceito bipartido: fato típico e ilicitude.
No conceito bipartido a culpabilidade é pressuposto de aplicação da pena.
Aula do dia 05/05
Fato típico: é o fato praticado pelo ser humano (ou pela pessoa jurídica nos crimes ambientais) que encontra correspondência em uma lei penal incriminadora.
Elementos ou requisitos:
Conduta
Resultado
Nexo causal (relação de causalidade)
Tipicidade
Obs.: esses 4 elementos só estarão todos presentes nos crimes materiais consumados, nos demais crimes (tentados, formais e de mera conduta) nós só teremos dois elementos, quais sejam, conduta e tipicidade.
Crimes se dividem em:
Materiais (causais): são aqueles em que o tipo penal contém conduta e resultado naturalístico, e exige este ultimo para fins de consumação (ex.: homicídio, a conduta é matar alguém, o crime só se consuma se a vítima morre). No direito brasileiro a morte ocorre no momento da morte cerebral/encefálica (art. 3º da lei 9434/97);
Formais (consumação antecipada ou de resultado cortado): o tipo penal descreve conduta e resultado naturalístico, mas dispensa este último para fins de consumação. Ex.: extorsão mediante sequestro, se consuma no momento da privação da liberdade da vítima, ou seja, no momento da conduta. O resultado pode ocorrer, mas não é necessário para fins de consumação; ex.: crimes contra a honra (injúria, calúnia, difamação) Exaurimento é a produção do resultado naturalístico nos crimes formais.
Mera conduta ou de simples atividade: são aqueles em que o tipo penal se limita a descrever uma conduta criminosa. NÃO HÁ RESULTADO NATURALÍSTICO, o crime se esgota na conduta. (ex.: ato obsceno, o cara corre pelado, mas acaba ali, não há resultado nenhum).
Obs.: Crimes formais e de mera conduta tem um ponto em comum, qual seja, ambos se consumam com a simples prática da conduta, a diferença é que nos crimes formais o resultado não é necessário, mas pode ocorrer.
(Continuação) elementos do fato típico:
Conduta: ação ou omissão humana consciente e voluntária dirigida a um fim.
Espécies ou formas de conduta:
Ação: são os chamados crimes comissivos, são aqueles em que o tipo penal descreve uma conduta positiva, um “fazer”. Representam a imensa maioria dos crimes
Omissão: são aqueles praticados por uma inação, um “não fazer”. O código penal adota uma teoria normativa, ou seja, no direito penal a omissão não é simplesmente um não fazer, a omissão é não fazer aquilo que a lei impõe que seja feito. Divide-se em três categorias:
Crimes omissivos próprios ou puros: são aqueles em que o tipo penal descreve uma conduta negativa, uma omissão (ex.: omissão de socorro, art. 135, CP; omissão de notificação de doença, art. 269, CP). são crimes unissubsistentes, são aqueles em que a conduta é composta de um único ato, necessário e suficiente para consumação. Não admitem tentativa, é só um ato, ou eu pratico ou não pratico. São crimes de mera conduta.
Crimes omissivos impróprios, espúrios ou comissivos por omissão: o tipo penal descreve uma ação, mas a inércia do agente que descumpre o seu dever jurídico de agir (art. 13, §2º, CP) leva a produção do resultado naturalístico. Obs.: esses crimes somente podem ser praticados por quem tem o dever de agir, ex.: mãe que deixa de alimentar o filho neném, bombeiro, médico). Crimes plurissubsistentes são aqueles que a conduta é composta por dois ou mais atos, admitem tentativa. (mãe que fica em casa sozinha com o filho e o pai viaja, ela resolve parar de alimentar o neném, porém o pai volta antes e a criança não morre)
Crimes de conduta mista: são aqueles em que o tipo penal descreve uma fase inicial comissiva e uma fase final omissiva (ex.: crime de apropriação de coisa achada, art. 169, § único, II, CP. A pessoa acha uma mala com um milhão de reais na rua e não entrega à autoridade policial pra procurar o dono).Resultado (ou evento): é a consequência, o efeito da conduta criminosa. Tem duas espécies:
Jurídico ou normativo: é a mera violação da lei penal, é a ofensa da lei penal;
Material ou naturalístico: é a modificação do mundo exterior provocada pela conduta criminosa (ex.: no homicídio consumado o resultado jurídico ou normativo foi violado o artigo 121 do CP, o resultado material ou naturalístico é o defunto, a vítima está morta em razão da conduta).
Obs.: pergunta de prova: existe crime sem resultado? DEPENDE. Depende de qual resultado está se falando. Todo crime tem resultado jurídico ou normativo, mas nem todos os crimes tem resultado material ou naturalístico.
Nexo causal (ou relação de causalidade): é o vínculo que se estabelece entre conduta e resultado naturalístico. Duas teorias importantes para prova:
Teoria da equivalência dos antecedentes: é a regra geral do código penal (art. 13, caput). “conditio sine qua non” – causa é qualquer acontecimento que contribui de qualquer modo pra produção do resultado (tudo que contribui para o resultado é causa deste). Essa teoria sofre uma crítica, que diz que ela permite “regressus ad infinitum”, mas não basta a mera causalidade física (dependência de um acontecimento em relação ao outro) e também se exige a causalidade psíquica (tem que ter pelo menos dolo ou no mínimo culpa pra que algum acontecimento seja considerado causa).
Teoria da causalidade adequada: é adotada como exceção (art. 13, § 1º). Ela diz que a causa é o acontecimento que contribui para o resultado de forma eficaz.
Como se identifica a causa? Foi desenvolvido um método/sistema/procedimento da eliminação hipotética, ou seja, você tira o fato e vê se o crime continua, se continua é porque aquele fato não era a causa do crime, se previne o crime é porque aquele fato era causa do crime.
**Cai sempre na prova** Omissão penalmente relevante (art. 13, § 2º): estabelece as hipóteses do dever de agir do direito penal. Hipóteses:
Dever legal: é o dever imposto pela lei a determinadas pessoas. Ex.: policiais em relação às pessoas em geral, o policial que vê uma mulher sendo estuprada e não faz nada; pais em relação aos filhos; curador em relação ao interdito. É a hipótese mais simples.
Garantidor: as vezes a obrigação deriva de um contrato (professor e aluno; enfermeira e a pessoa que ela cuida; salva-vidas de um clube e os banhistas). Esse contrato nem sempre é necessário, essa posição de garantidor deve ser interpretada da forma mais ampla possível. Banhista que pede pra alguém vigiar as coisas dele na praia, se vier alguém roubar, você assume o risco.
Ingerência: quem cria uma situação de perigo tem a obrigação de impedir o resultado. Ex.: chamar uma pessoa que não tem o menor preparo físico para nadar uma grande distância, se a pessoa for por insistência da outra, essa outra tem o dever de impedir qualquer coisa que possa acontecer.
Obs.: Não basta só o dever de agir, tem que ter também o poder de agir, ou seja, algumas pessoas tem o dever de enfrentar situações perigosas (bombeiro), mas a lei não pode obrigar ninguém a ser herói.
Tipicidade: juízo de adequação entre o fato praticado na vida real e o modelo de crime descrito na Lei penal.
Teoria indiciária: a tipicidade representa um indício da ilicitude, ou seja, se o fato é típico, presume-se que ele é ilícito, mas essa presunção é relativa, que é aquela que cede diante de prova em sentido contrário, essa prova em sentido contrário é uma das excludentes de ilicitude.
Adequação típica: 
Imediata: quando o fato se encaixa diretamente na lei penal;
Mediata: quando o fato não se encaixa diretamente na lei penal, é necessária a utilização de uma outra norma, norma esta que é chamada de extensão ou complementar. Se verifica em 3 casos:
Tentativa (art. 14, II, CP) ex.: homicídio tentado, é o 121 c/c 14, II. Uma completa a outra.
Participação. 121 c/c 29, caput.
Crimes omissivos impróprios
Dolo, culpa e preterdolo
Dolo: elemento psicológico da conduta. É composto de dois requisitos: Consciência + vontade.
Espécies de dolo:
Dolo direto: é aquele em que o agente quer produzir o resultado.
Dolo eventual: não quer o resultado, mas assume o risco de produzir.
Dolo de dano: é aquele em que o agente quer lesionar o bem jurídico, ele só se consuma com a lesão do bem jurídico, dolo de dano é aquele somente para os crimes de dano.
Dolo de perigo: é aquele exigido para os crimes de perigo. Crime de perigo é aquele que se consuma com a simples exposição do bem jurídico a uma probabilidade de dano. Crimes de perigo podem ser:
a1) perigo concreto: são aqueles que reclamam a efetiva comprovação do perigo ao bem jurídico, deve ficar provado que o bem jurídico ficou exposto ao risco. Ex.: art. 309 do CTB, direção de veiculo automotor sem habilitação.
a2) perigo abstrato (ou presumido): significa que praticada a conduta legalmente descrita presume-se automaticamente o perigo ao bem jurídico (aqui não precisa provar nada). É uma presunção absoluta, não cabe prova em contrário. Ex.: porte ilegal de arma de fogo, embriaguez ao volante.
Dolo de 1º grau: é aquele em que o agente quer e persegue um único resultado e utiliza os meios necessários para tanto. Ex.: eu quero matar alguém, eu sei onde ele tá, eu vou lá e mato.
***Dolo de 2º grau (ou dolo de consequências necessárias): o agente quer produzir um resultado determinado, mas para tanto é necessário realizar outros resultados secundários e aceitos por ele. Surge em razão de atos terroristas. (ex.: os terroristas querem matar o Obama, mas pra isso precisam matar todos que estão ao seu redor, mas continuam porque isso é necessário).
Culpa: elemento normativo da conduta, é aquele que pra ser identificado necessita de um juízo de valor. Os crimes culposos estão previstos em tipos penais abertos, que são aqueles que não contêm uma descrição completa, minuciosa da conduta criminosa.
Elementos da culpa:
Conduta voluntária (eu quero dirigir acima da velocidade)
Resultado involuntário
Violação do dever objetivo de cuidado (é aquele imposto a todas as pessoas para a vida em sociedade). Dá-se por imprudência, negligência ou imperícia. (SÃO MODALIDADES DA CULPA E NÃO ESPÉCIE, A PROVA PERGUNTA ISSO).
- imprudência (ou culpa positiva): o sujeito faz aquilo que a cautela não recomendava. Ex.: dirigir em excesso de velocidade.
- negligência (ou culpa negativa): o sujeito deixa de fazer aquilo que a cautela recomendava. Ex.: Deixar uma arma de fogo em local acessível a crianças.
- imperícia (ou culpa profissional): só ocorre no exercício de uma profissão, arte ou ofício. O agente está autorizado a exercer determinada profissão, mas não reúne conhecimento suficiente para tanto. Ex.: médico, está autorizado a exercer a profissão, mas por uma barbeiragem mata seu paciente. A imperícia é compatível com a negligência e a imprudência, o sujeito pode ser imperito e também ser negligente ou imprudente.
Atenção: a imperícia (ou culpa profissional) não se confunde com o erro profissional. Na culpa profissional a falha é do agente, no erro profissional a falha não é do agente, é da própria ciência, exemplo, o paciente chega no hospital com estágio avançado de câncer, o médico faz tudo que está ao seu alcance, mas mesmo assim ele morre.
Previsibilidade objetiva: “homem médio” é uma pessoa mediana, é uma pessoa normal.
Espécies da culpa:
Culpa consciente (ou culpa com previsão): é aquela em que o agente prevê o resultado, mas acredita sinceramente que este não ocorrerá. Ex.: pra vc chegar cedo numa entrevista de emprego, vc precisa virar na contramão pra sair do engarrafamento, vc vai certinho, devagar, pode alguém bater em vc ou não, o agente prevê que pode ocorrer, mas acredita que não vai ocorrer.
Culpa inconsciente (ou culpa sem previsão): é aquela em que o agente não previu o resultado objetivamente previsível, ou seja, previsível ao homem médio.
>> Diferença de dolo eventuale culpa consciente: nos dois o agente prevê o resultado, mas no dolo eventual ele assume o risco de produzi-lo e a culpa consciente o agente acredita que não ocorrerá aquele resultado.
Culpa própria: o agente não quer o resultado nem assume o risco de produzi-lo.
Culpa imprópria: é aquela em que o agente quer o resultado, mas age por erro inescusável quanto a ilicitude do fato. Ex.: pai e mãe cuidam bem da filhinha e ela começa a namorar um “bandidinho”, e o pai fala que não vai namorar ele e tranca ela em casa. Ela sai encontra o cara e depois volta pra casa, no meio da noite o pai acorda com o barulho e atira, não queria matar a filha. Ele não queria matá-la, mas matou, age por erro inescusável. A culpa imprópria é dolo, mas em razão das suas peculiaridades o legislador resolveu punir como culpa.
- Obs.: Os crimes culposos não admitem tentativa, só tem uma exceção que é a culpa imprópria.
Caráter excepcional do crime culposo: só existe culpa nas hipóteses expressamente previstas em lei (art. 18, § único, CP), ou seja, só existe culpa se a lei prevê expressamente a forma culposa.
Graus de culpa: no direito penal não existem graus de culpa, ou tem culpa ou não tem.
Compensação de culpas: não se admite no direito penal, ou seja, a culpa da vítima não exclui a culpa do autor. Não se confunde com a culpa exclusiva da vítima, se a culpa é exclusiva da vítima é porque ela não é vítima.
Concorrência de culpas: é possível no direito penal. Ex.: eu venho com meu carro em excesso de velocidade no sinal verde, um outro carro passa no sinal vermelho, a gente bate, entre a gente tinha uma velhinha que a gente atropela. Isso é concorrência de culpa. Mas não há concurso de pessoas, pois falta o vínculo subjetivo, a união de vontades.
Preterdolo: o agente tinha o dolo de praticar o crime menos grave, mas por culpa sobreveio um resultado mais grave. Ex.: lesão corporal seguida de morte. Dolo no tocante a lesão corporal, culpa em relação a morte.
Aula do dia 19/05
Inimputabilidade
Biológico: já nasceu doido.
Psicológico: não necessariamente nasceu louco, mas age como louco.
Biopsicológico: é a fusão dos dois anteriores, nasce louco e age como louco.
O código penal adota como regra o sistema biopsicológico (art. 26, caput). Excepcionalmente o código adota o sistema biológico em relação aos menores de 18 anos, que respondem pelo ECA (art. 27, CP e art. 228, CF).
- O louco que pratica um crime durante um intervalo de lucidez é imputável ou inimputável? É IMPUTÁVEL, responde pelo crime (não basta ser louco, é preciso agir como louco) a imputabilidade é no momento da conduta.
- A Partir dos 18 anos há presunção relativa de imputabilidade, para os menores de 18 anos presunção absoluta de inimputabilidade, ainda que civilmente emancipado (pode acontecer o que for que ele é inimputável). A capacidade civil não se confunde com a penal. A partir de 18 anos se prova que é louco pelo chamado incidente de insanidade mental, é um exame pericial, pode ser instaurado a pedido de qualquer das partes ou de ofício pelo próprio juiz. Esse incidente é autuado em apartado e SUSPENDE O PROCESSO, enquanto ele não for concluído o processo não anda, MAS NÃO SUSPENDE A PRESCRIÇÃO.**
Efeitos da inimputabilidade: Com exceção dos menores de 18 anos (vara da infância e da juventude – ECA) todos os demais inimputáveis são processados e julgados pela justiça penal, E A SENTENÇA CONTRA ELES PROFERIDA É ABSOLUTÓRIA (pode ter vídeo contra ele, pode ter mil testemunhas, é a absolvição imprópria). Na absolvição imprópria o juiz absolve, não aplica pena, mas impõe medida de segurança (vai ter de se tratar).
Semi-imputabilidade (ou inimputabilidade diminuída, inimputabilidade restrita): Existe uma limitação na capacidade de entender e de querer, retira só uma parte da capacidade mental.
- Pro semi-imputável também é adotado o sistema biopsicológico.
Efeitos da semi-imputabilidade: Na inimputabilidade o efeito é a isenção da pena (absolvição imprópria). Na semi-imputabilidade o réu é condenado, a sentença é condenatória, mas o juiz é obrigado a aplicar a diminuição da pena de 1/3 a 2/3. Num último momento o juiz analisa a necessidade de substituir a pena por medida de segurança, ele avalia o que é melhor.*****
- Em relação ao semi-imputável o CP adotou o sistema vicariante, ou seja, o semi-imputável cumpre ou pena diminuída OU medida de segurança, jamais os dois. Antes desse sistema já foi adotado o duplo binário, o semi-imputável primeiro cumpria a pena e depois a medida de segurança. Vicariante significa substitutivo.
Embriaguez: é intoxicação produzida pelo álcool ou substância de efeitos análogos. A embriaguez se divide por etapas. Existe cientificamente 3 etapas da embriaguez:
Fase da excitação: O ébrio se mostra falante, alegre, desinibido; (fase do macaco)
Fase da depressão: O ébrio apresenta voz pastosa, andar desajeitado, irritação, fala alto; (fase do leão)
Fase do Coma: O ébrio sente bastante sono até o momento que ele dorme profundamente; (fase do porco). Nessa fase o sujeito só pode praticar crimes omissivos (a mãe deveria amamentar e não lembra, dorme)
Classificação ou espécies de embriaguez:
Quanto ao grau/intensidade:
Completa: é aquela que atingiu a segunda ou a terceira fase;
Incompleta: é a que ficou na primeira fase.
Quanto a origem:
Embriaguez voluntária: é aquela em que o sujeito quer se embriagar, mas não quer cometer crime algum.
Embriaguez culposa: é aquela em que o sujeito não quer se embriagar, mas por imprudência se excede no consumo do álcool e acaba embriagado.
- A embriaguez voluntária e culposa não excluem a imputabilidade penal. O CP adotou a teoria da “actio libera in causa” ou seja, nos crimes praticados no estado de embriaguez a imputabilidade é analisada antecipadamente, é no momento anterior ao que ele se embriagou.
Embriaguez pré-ordenada ou dolosa: o sujeito quer se embriagar para cometer um crime. A embriaguez pré-ordenada ou dolosa não exclui a imputabilidade penal, e ainda caracteriza uma agravante genérica.
Embriaguez fortuita ou acidental: é a que emana de caso fortuito ou força maior. Ex.: o sujeito morava do lado de uma fábrica clandestina de aguardente, o vapor do álcool era consumido por ele sem ele saber. Ex.: o sujeito está usando algum medicamento que ele num sabe que é incompatível com o álcool, aí ele toma um copo de cerveja e fica bebasso.
- Efeitos da embriaguez fortuita ou acidental: se ela for completa ocorre a isenção de pena, o réu é absolvido, ou seja, ele é tratado como inimputável. Na embriaguez completa o juiz não aplica nem pena e nem medida de segurança, é absolvição direta. Se for incompleta o efeito é a diminuição da pena de 1 a 2/3.
Potencial consciência da ilicitude: não se confunde com o desconhecimento da lei. É a possibilidade de o agente conhecer no caso concreto o caráter ilícito do fato. A ausência da potencial consciência da ilicitude caracteriza o erro de proibição.
Erro de proibição: O agente conhece a lei, mas desconhece o caráter ilícito do fato, ou seja, o sujeito conhece a lei, mas não sabe que o seu comportamento se encaixa na lei. (ex.: um holandês chega aqui no Brasil e no aeroporto ele acende um cigarro de maconha, é preso);
Espécies de erro de proibição: 
Inevitável: é aquele que aconteceria mesmo com o esforço do agente no caso concreto, ainda que ele se esforce, ele vai errar. Isenta de pena, ele é dirimente (causa de exclusão da culpabilidade). Dirimente # eximente (causa excludente da ilicitude).
Evitável: é aquele que poderia ser vencido, poderia ser superado com o esforço do agente no caso concreto. Não isenta de pena, o réu vai ser condenado, mas a pena será diminuída de 1/6 a 1/3
Desconhecimento da lei: é inescusável (art. 21, CP e art. 4º da LINDB – antiga LICC), só que mesmo ele sendo inescusável ele gera dois efeitos no direito penal:
a) Constitui uma atenuante genérica;
b) Autoriza o perdão judicial nas contravenções penais (noscrimes não) 
Diferença entre erro de proibição e erro de tipo: erro de proibição é o erro de direito, ele não sabe que o fato que ele pratica viola o direito; no erro de tipo o agente erra sobre o fato. No erro de proibição o sujeito sabe o que faz, mas ele num sabe que o seu comportamento é contrário ao direito e no erro de tipo o sujeito não sabe o que faz, ele desconhece a realidade fática, ou seja, ele não sabe que pratica um fato descrito como crime (pegar um celular de outrem achando que é o seu, você nem percebeu).
Efeitos e espécies do erro de tipo: variam conforme a espécie. O erro de tipo pode ser:
Escusável (ou invencível): é aquele que não resulta de dolo ou culpa do agente. O agente no caso concreto errou, mas um homem médio no seu lugar também erraria.
Inescusável (ou vencível): é aquele em que o agente errou, mas um homem médio em seu lugar não erraria, ou seja, não há dolo, mas subsiste a culpa.
- O ERRO DE TIPO SEMPRE EXCLUI O DOLO. O ERRO DE TIPO ESCUSÁVEL OU INVENCÍVEL TAMBÉM EXCLUI A CULPA. O ERRO INESCUSÁVEL OU VENCÍVEL EXCLUI O DOLO, MAS NÃO EXCLUI A CULPA, PERMITINDO A PUNIÇÃO POR CRIME CULPOSO SE PREVISTO EM LEI.
Erro sobre a pessoa: o sujeito queria matar o pai e sem querer mata o tio que era irmão gêmeo. O erro sobre a pessoa o agente responde normalmente pelo crime, entretanto na dosimetria da pena o juiz deve levar em conta as condições da pessoa que o agente queria atingir e não da pessoa efetivamente atingida. Existe uma agravante genérica nos crimes praticados contra ascendente e não existe contra tio, mas a aplicação será como se tivesse matado o pai.
Aplicação da pena:
Princípio da individualização da pena: se dá em três momentos distintos:
Legislativa: o próprio legislador já começa essa legislação da pena quando ele comina o limite mínimo e máximo;
Judicial: é a realizada pelo juiz na decisão do caso concreto, se dá pela aplicação da pena;
Administrativa: é a que se verifica durante a execução da pena, durante o cumprimento da pena. (ex.: uns progridem outros regridem).
Aplicação da pena privativa de liberdade: O CP consagra na pena privativa de liberdade um critério trifásico, deve ser aplicada em 3 fases distintas e sucessivas. A VIOLAÇÃO DO CRITÉRIO TRIFÁSICO ACARRETA NA NULIDADE DA SENTENÇA, POR DESREPEITO AO PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA.
Fase da pena base: O juiz fixa a pena base considerando o art. 59, “caput”, CP. O artigo prevê as circunstâncias judiciais. A pena deve ser fixada dentro dos limites mínimo e máximo legalmente previstos. Se a pena for fixada acima do mínimo legal o juiz deve fundamentar detalhadamente o aumento. São 8 circunstâncias judiciais, a que deve cair na prova é a de ANTECEDENTES, que é o passado do réu no âmbito criminal (o que são maus antecedentes? Súmula 444 do STJ – maus antecedentes são apenas as condenações criminais com trânsito em julgado, só posso falar que alguém tem maus antecedentes se tiver ocorrido o trânsito em julgado daquelas condenações).
Fase das atenuantes e agravantes: 
Agravantes (arts. 61 e 62, CP) em rol taxativo, não cabe analogia “in malam parten” (ex.: matar ascendente é agravante (pai), mas padrasto não é).
Atenuantes (arts. 65 e 66, CP) em rol exemplificativo.
- A lei não diz de quanto as agravantes agravam nem de quanto as atenuantes atenuam. A jurisprudência consagrou um critério objetivo que é de 1/6 tanto agravante quanto atenuante.
- Na segunda fase a pena também não pode ultrapassar os limites legais, as agravantes não podem levar a pena acima do máximo e as atenuantes não podem trazê-la abaixo do mínimo (súmula 231, STJ). 
Fase das causas de diminuição e aumento da pena:
Aplicação da pena de multa:
- Obs.: as penas restritivas de direitos se revestem de duas características fundamentais:
São substitutivas: elas não são cominadas diretamente pelo tipo penal, porque elas substituem as penas privativas de liberdade. O juiz aplica a pena privativa de liberdade e se estiverem presentes os requisitos legais (art. 44, CP) ele a substitui por restritivas de direitos.
São autônomas: as penas restritivas de direitos não podem ser cumuladas com as penas privativas de liberdade, ou um ou outro. Só tem uma exceção em que as penas restritivas não são autônomas nem substitutivas, são previstas diretamente nas restritivas e podem ser cumuladas com privativas de liberdade, que é NO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO.
Aula do dia 25/05
Causas de aumento e diminuição da pena: São previstas em quantidade fixa ou variável. Nas causas de aumento e de diminuição a pena pode extrapolar os limites legais. As causas de aumento podem levar a pena acima do máximo (ex.: furto 1 a 4 anos, uma causa de aumento pode fazer a pena chegar a 5 anos).
***Pena privativa de liberdade = sistema trifásico. Pena de multa = sistema bifásico.
Pena de multa:
1ª fase: número de dias-multa (não pode ser inferior a 10 nem superior a 360). Todos os fatores que o juiz usou pra calcular a pena privativa de liberdade ele usará pra calcular o numero de dias-multa também.
2ª fase: valor de cada dia-multa. O valor de cada dia-multa não pode ser inferior a 1/30 do salário mínimo nem superior a 5 vezes o salário mínimo. Pra calcular o valor de cada dia-multa o juiz leva em conta exclusivamente a situação econômica do réu.
O valor de cada dia-multa pode ser aumentado até o triplo quando, embora fixado no máximo, revelar-se insuficiente frente à situação econômica do réu. ATENÇÃO: tem duas situações que a pena pode ser aumentada até o décuplo:
a) tráfico de drogas
b) crimes contra o sistema financeiro nacional (são os chamados “crimes do colarinho branco”, lei 7.492/86)
Prazo para o pagamento: a multa deve ser paga no prazo de 10 dias após o trânsito em julgado da sentença condenatória. Se não for paga, não pode ser convertida em prisão. Se não for paga no prazo legal é considerada dívida de valor (art. 51, CP), ou seja, deve ser executada como dívida da fazenda pública, cobrada na execução fiscal.
**Medidas de segurança:
Espécie de sanção penal, esta que se divide em duas: penas e medidas de segurança.
São destinatários das penas: imputáveis e semi-imputáveis.
São destinatários das medidas de segurança: inimputáveis e semi-imputáveis.
Os imputáveis só recebem penas; o inimputável só recebe medida de segurança. O semi-imputável recebe medida de segurança quando ele precisar de tratamento curativo (o perito fala “ele é doente, tem que ser tratado”), e nos demais casos ele cumpre pena.
Espécies de medida de segurança:
Internação: é o que o código chama de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. Aqui o sujeito é privado da sua liberdade.
Tratamento ambulatorial: o sujeito continua em liberdade (tem que ir determinados dias)
Cabimento de cada uma:
Internação: se o crime é punido com reclusão.
QUANDO O CRIME É PUNIDO COM DETENÇÃO O JUIZ PODE OPTAR ENTRE A INTERNAÇÃO E O TRATAMENTO AMBULATORIAL.
Prazo: Toda medida de segurança tem um prazo mínimo que varia de 1 a 3 anos. Esse prazo é fixado na sentença. A finalidade desse prazo mínimo é porque ao final dele o sujeito deve ser submetido a exame pericial (ex.: deu o prazo mínimo e ele faz exame, se tiver curado, acaba a medida de segurança; se tiver doente ainda, continua na medida de segurança). Com relação ao prazo máximo existem 3 posições:
Posição do CP: a medida de segurança pode ser eterna, enquanto não acabar a periculosidade, não acaba a medida;
Posição do STF: não pode ultrapassar 30 anos (se não acabaria se tornando uma prisão perpétua);
Posição do STJ (PROVA, defendida pela OAB): o STJ diz que o prazo máximo da medida de segurança é o máximo da pena em abstrato (ex.: homicídio simples, pena máxima de 20 anos, então não pode passar de 20 anos).
**Prescrição: 
Conceito: é a perda da pretensão punitiva ou da pretensão executória em face da inércia do estado durante determinado prazo legalmente previsto.
Pretensão punitiva: é o interesse do estado em aplicar uma penae ocorre antes do trânsito em julgado da condenação.
Pretensão executória: é o interesse do estado em fazer com que seja cumprida uma pena já aplicada. Só ocorre após o trânsito em julgado da condenação.
Natureza jurídica: prescrição é causa extintiva da punibilidade. Com a prescrição o crime permanece intacto, ou seja, a prescrição não afeta o crime. A prescrição somente retira do estado o direito de punir.
Diferenças entre prescrição e decadência: As duas apresentam um ponto em comum: são causas extintivas da punibilidade (art. 107, IV, CP). São causas extintivas da punibilidade motivadas pela inércia do titular de um direito durante determinado prazo legalmente previsto. DIFERENÇAS:
A prescrição pode ocorrer em qualquer crime (salvo nos imprescritíveis); Já a decadência somente ocorre nos crimes de ação penal privada e nos crimes de ação penal pública condicionada à representação da vítima;
A prescrição pode ocorrer a qualquer tempo, ou seja, antes, durante ou após a ação penal; já a decadência somente ocorre antes da ação penal. (exemplo de decadência: o ofendido tem o prazo de 6 meses pra oferecer queixa, se não oferecer, decaiu).
Crimes imprescritíveis (ou imprescritibilidade penal): a regra do direito brasileiro é que os crimes prescrevem, inclusive os hediondos. Os crimes que não prescrevem são: racismo (art. 5ª, XLII, CF) e ação de grupos armados civis ou militares contra a ordem constitucional e o estado democrático de direito (art. 5º, XLIV, CF).
- Obs.: não se confunde racismo com injúria qualificada pelo racismo. Os crimes de racismo estão previstos na lei 7.716/89 e o crime de injúria qualificada pelo racismo está no artigo 140, §3º, CP). Diferenças:
>> racismo: no crime de racismo existe uma segregação de alguém em razão da raça ou então uma ofensa generalizada em razão da raça (ex.: não deixar o sujeito entrar em determinado lugar por ele ser negro).
>> injúria qualificada pelo racismo: o sujeito se vale de elementos referentes à raça para menosprezar/humilhar a vítima (ex.: chamar um negro de macaco).
O racismo é crime de ação penal pública incondicionada; a injúria qualificada pelo racismo é crime de ação penal pública condicionada.
Aula do 02/06
**Espécies de prescrição
Pretensão punitiva: não há trânsito em julgado na condenação para ambas as partes no processo penal. Se subdivide em 3.
Propriamente dita (ou prescrição da ação): não há trânsito em julgado para ninguém.
Prescrição retroativa: existe trânsito em julgado na condenação, mas somente para a acusação.
Prescrição intercorrente ou superveniente: existe trânsito em julgado na condenação, mas somente para a acusação.
Pretensão executória: há trânsito em julgado na condenação para ambas as partes, acusação e defesa.
 Regras gerais:
Prescrição da pretensão punitiva propriamente dita ou prescrição da ação: não tem trânsito em julgado na condenação pra ninguém.
- forma de contagem: é calculada com base na pena máxima em abstrato. Vai pegar a pena máxima e encaixá-la no artigo 109 do CP.
>> Art. 109, I a VI, CP:
- VI – pena inferior a 1 ano PRESCREVE EM 3 anos; (foi modificado pela lei 12.234/10).
- V – pena de 1 até 2 anos PRESCREVE EM 4 anos;
- IV – pena de mais de 2 até 4 anos PRESCREVE EM 8 anos;
- III – pena de mais de 4 até 8 anos PRESCREVE EM 12 anos;
- II – pena de mais de 8 até 12 anos PRESCREVE EM 16 anos;
- I – pena de mais de 12 anos PRESCREVE EM 20 anos.
- Obs.: no Brasil, por maior que seja a pena privativa de liberdade ela prescreve em 20 anos.
- Obs.: se o Brasil tiver em guerra e for declarada a pena de morte, esta prescreverá em 30 anos (art. 125, CPM – dec. 1001/69).
- Obs.: existem duas hipóteses no Brasil de o prazo prescricional ser inferior a 3 anos e é de 2 anos: a) pena de multa, quando for a única aplicada ou cominada. Quando a pena de multa for aplicada ou cominada cumulativamente com pena privativa de liberdade, prescreve no mesmo prazo desta, ou seja, 3 anos; b)**o crime do artigo 28 da lei de drogas (“crime do usuário”). A lei não pune o uso da droga, ela pune o transporte para o uso, o sujeito carregando a droga.
Estes prazos são reduzidos pela metade nas hipóteses do artigo 115 do CP:
Quando o réu era menor de 21 anos ao tempo do fato;
Quando o réu é maior de 70 anos ao tempo da sentença;
- Obs.: o artigo 115 do CP é aplicável a todas as modalidades de prescrição
Termo inicial da PPP: o CP traz uma regra e algumas exceções
Regra geral: a prescrição começa a correr a partir da data da consumação;
Exceções: 
a) tentativa: a prescrição flui a partir do último ato de execução; 
b) crimes permanentes: são aqueles cuja consumação se prolonga no tempo por vontade do agente. A prisão em flagrante é possível a qualquer momento. A prescrição só começa a correr a partir da data em que cessar a permanência;
c) bigamia e falsificação ou alteração do assento de registro civil a prescrição só começa a correr a partir da data em que o fato se tornar conhecido.
- Obs.: bigamia no Brasil é crime. Poligamia não tem previsão, mas também é crime, se tratando de interpretação extensiva e não de analogia “in malam partem”.
- “Nemo tenetur se detegere” – ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo.
Interrupção da prescrição (períodos prescricionais): Essas causas zeram a contagem do prazo. A primeira causa interruptiva é o recebimento da denúncia ou queixa; a segunda causa é a sentença ou acórdão condenatório irrecorrível (sentença absolutória não interrompe a prescrição; o acórdão é condenatório em duas situações: a) nos crimes de competência originária dos tribunais; b) acórdão condenatório em grau de recurso quando a sentença de 1ª instância foi absolutótia. O ACÓRDÃO MERAMENTE CONFIRMATÓRIO NÃO INTERROMPE A PRESCRIÇÃO.
O acórdão condenatório proferido pelo STF interrompe a prescrição? Não interrompe!!! Pois não é recorrível, não tem para quem mais recorrer.
 A prescrição retroativa é contada da sentença para trás. E a outra da sentença para frente.
2. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA
Há transito em julgado para a condenação para ambas as partes: acusação e defesa.
Aqui se tem uma pena concreta, uma pena definitiva.
A PPE é calculada com base na pena concreta.
O prazo é aumentado de 1/3 quando o condenado é reincidente, e essa reincidência é reconhecida na sentença condenatória.
Art. 115 do CP ( a redução pela metade é para todas as modalidades de prescrição. Porém o aumento de 1/3 é apenas para a PPE.
Ou seja, a reincidência não aumenta de 1/3 o prazo da PPP.
Súmula 220 STJ.
A partir de qual momento a PPE começa a fluir?
O CP adotou uma opção mais favorável ao réu. (ver quem anotou essa ultima parte).
Legislação Penal Especial – aula do dia 16/05
Lei nº 11.343/06 (lei antidrogas)
Art. 28: Consumo pessoal de drogas
- Adquirir
- Guardar
- Trazer consigo
- Transportar
- Ter em depósito
Obs.: Usar não é crime, é ato atípico (se tiver no sangue num é nada, só se tiver consigo)
Para aferir a existência ou não da finalidade referente ao consumo pessoal de drogas é necessário analisar as circunstâncias previstas no § 2º do artigo 28:
Natureza e quantidade de droga apreendida;
Local e condições da ação;
Circunstâncias sociais e pessoais do agente;
Conduta e antecedentes do agente.
Obs.: a quantidade de droga apreendida não é circunstância por si só suficiente para bem distinguir a finalidade de consumo pessoal de qualquer outro que interesse a lei antidrogas, em especial do objetivo de comércio.
Art. 28, § 1º: Plantio ilegal de droga (semear, cultivar ou colher) para consumo pessoal de droga.
Oferecimento eventual de droga: O oferecimento de droga como regra é conduta que se enquadra no artigo 33 da lei antidrogas, é tráfico de drogas. Mas, se esse oferecimento é: 1) eventual; 2) se ele não tem o objetivo de lucro; 3) se a ação visa a pessoa do relacionamento do réu; e4) o oferecimento se destina ao consumo conjunto de droga; a ação deixa de ser de tráfico, punida menos severamente no § 3º do artigo 33 da lei antidrogas, com 6 meses a 1 ano de detenção + 700 a 1.500 dias-multa, e as penas do art. 28.
Objeto material – drogas: Conjugando o § único do artigo 1º com o 66 da lei antidrogas, drogas são as substâncias, os produtos entorpecentes, psicotrópicos ou sob controle especial da ANVISA relacionados em lei ou nas listas da portaria 344/98 da ANVISA. Entenda-se lei como as convenções internacionais sobre drogas.
O ARTIGO 28 É, PORTANTO, UMA NORMA PENAL EM BRANCO, UMA VEZ QUE A PORTARIA, NOS TERMOS DA LEI, COMPLEMENTA O DISPOSITIVO PENAL INDICANDO QUAIS SÃO AS DROGAS ILÍCITAS. A PORTARIA É MODIFICADA PERIODICAMENTE MEDIANTE RESOLUÇÕES DA ANVISA. A lei antidrogas só poderá ser empregada se a substância estiver na lista (na portaria) ou a partir do momento em que ela for incluída na portaria com a publicação da resolução no diário oficial. Se uma substância for excluída da lista ocorrerá o fenômeno da “abolitio criminis”, causa extintiva da punibilidade. O efeito da “abolitio criminis” aqui ocorre porque o complemento da lei antidrogas é dotado de caráter estável, permanente.
Penas do artigo 28:
Advertências sob os efeitos das drogas;
Serviço comunitário;
Comparecimento obrigatório a curso ou programa educativo
ATENÇÃO: no artigo 28 não se efetua a prisão em flagrante ou se impõe pena privativa de liberdade, em nenhuma hipótese.
Notas:
O artigo 28 é um crime de menor potencial ofensivo
Se as penas forem descumpridas jamais serão convertidas em privativas de liberdade, a solução legal é outra: a) Adverte a parte; b) multa de 40 a 100 dias; 
O cumprimento da pena pressupõe o trânsito em julgado da condenação;
O artigo 28 é, portanto, um crime. Não se aplica a lei de introdução ao código penal que não teve o objetivo de conceituar formalmente um crime, simplesmente distingui-lo da contravenção;
A aplicação das penas pode ser de forma isolada ou cumulativa, segundo a apreciação judicial do caso concreto;
Prazo: até 5 meses ou até 10 meses se o condenado for reincidente (reincidente específico = condenação anterior pelo artigo 28 ou outro crime da lei antidrogas);
Prescrição: da pretensão punitiva e pretensão executória: 2 anos tanto pra uma quanto pra outra pretensão. As causas interruptivas da prescrição previstas no artigo 117 do CP são aplicáveis.
Art. 33 da lei antidrogas
Notas:
O artigo 33 caput e o § 1º são crimes de ação múltipla. Se mais de uma ação for cometida num mesmo contexto fático o crime é único;
Sujeito ativo: regra – qualquer pessoa. Esses crimes são chamados de crimes comuns. ATENÇÃO: ver artigo 40, II: causa de aumento - agente público, educador, etc, aumenta de 1/6 a 2/3. Exceção – Crime próprio: a conduta de prescrever droga exige sujeito ativo especial, ou seja, médicos ou dentistas; se o indivíduo não for médico ele responde por auxílio ao uso, § 2º do artigo 33. Também há a prescrição culposa, prevista no artigo 38 da lei.
Sujeito passivo: coletividade/sociedade. Se o sujeito passivo for criança ou adolescente aumenta-se a pena de 1/6 a 2/3 (ver artigo 40);
O artigo 33 “caput” e o § 1º são crimes dolosos;
Drogas (art. 1º § único com o 66)
Liberdade provisória: Cabe a liberdade desde que não haja pressuposto de prisão preventiva. Muito embora se trate de tráfico de drogas e a lei dos crimes hediondos proíba a concessão da liberdade provisória, a 2ª turma do STF e a 6ª turma do STJ admitem a liberdade, desde que não estejam presentes os requisitos da prisão preventiva. Não cabe a prisão cautelar se baseada exclusivamente na gravidade abstrata do crime;
Penas: a) reclusão de 5 a 15 anos; b) 500 a 1.500 dias-multas
Dosimetria da pena privativa de liberdade: sistema trifásico. Para fixar a pena base ver artigo 42 da lei antidroga.
Causa de diminuição: § 4º do artigo 33. A pena é diminuída de 1/6 a 2/3. A pena mínima de 5 anos e se diminuir 2/3 ficará 1 ano e 8 meses. Requisitos: são cumulativos, todos tem que estar presentes: a) primário; b) bons antecedentes; c) não se dedicar a atividades criminosas; d) não integrar organização criminosa. ATENÇÃO: a presença dos requisitos gera direito subjetivo do condenado, o juiz não pode negar. A grande quantidade de droga apreendida não impede a concessão do benefício. CONVERSÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE EM RESTRITIVA DE DIREITOS: embora o § 4º do art. 33 e o art. 44 da lei antidrogas proíbam esta substituição, ela é atualmente possível se presentes os requisitos do CP. O STF (plenário) considerou estas proibições inconstitucionais: ver HC 97.256. Tendo em vista esta posição do STF, o STJ passou a admitir também essa substituição.
Aula do dia 23/05
Lei 8.072/90 (lei de crimes hediondos)
O artigo 5º, XLIII, CF assemelha alguns crimes aos hediondos: tráfico de drogas, tortura e terrorismo (T T T).
Art. 33, caput, § 1º, arts. 34 ao 37 (lei 11.343/06 - tráfico de drogas), porém com exceção ao artigo 35 que fala da associação, que NÃO É DE TRÁFICO DE DROGAS.
Tortura está na lei 9455/97
No terrorismo há divergência, uns sustentam que o terrorismo está na lei de segurança nacional no artigo 20 da lei 7170/83 e há os que sustentam que é fato atípico.
O rol dos crimes hediondos está no artigo 1º da lei 8.072/90
Consequência prática da distinção entre crimes hediondos e crimes assemelhados aos hediondos: os crimes assemelhados estão inseridos no art. 5º e, portanto estão dentre as cláusulas pétreas da CF, o que significa dizer que desse elenco de crimes não será possível eliminar qualquer das infrações penais. Quando muito acrescentar novos crimes. Quanto ao elenco dos crimes hediondos, entretanto, será possível que lei federal inclua ou exclua infrações dependendo da necessidade decorrente da política criminal estatal.
Rol dos crimes hediondos: (na forma tentada ou consumada)
I – homicídio simples e qualificado: No homicídio puramente simples NÃO É HEDIONDO, pra ser hediondo deve ser com o grupo de extermínio art. 121, caput + grupo de extermínio. Já o qualificado, todos são hediondos. ATENÇÃO: homicídio privilegiado qualificado é hediondo? NÃO, porque as circunstâncias subjetivas, no caso em exame o privilégio, predominam sobre as de natureza objetiva (meios de execução do homicídio, III e IV), logo predominando o privilégio não se pode dizer que esse crime seja ao mesmo tempo hediondo. Assim, o cumprimento da pena desse homicídio qualificado privilegiado não sofrerá os rigores da lei 8.072/90.
OBS.: o rol da lei dos crimes hediondos é taxativo, o que implica a proibição de estender a aplicação da lei 8072/90 a crimes semelhantes a aqueles que estão no elenco, seja por meio da analogia, seja por meio da interpretação extensiva. Ex.: homicídio militar tipificado no art. 205 do CPM não é hediondo.
II – latrocínio (art. 157, § 3º, 2ª parte, CP): latrocínio tentado também é hediondo.
III – extorsão com resultado morte (art. 158, § 2º, CP). ATENÇÃO: Ainda que ocorra a extorsão com a restrição a liberdade da vítima, dela resultando lesão grave ou morte, essa infração não é hedionda, porque o 158, § 3º, não foi incluído no rol do artigo 1º da lei em estudo, rol esse que é taxativo. Não aproveita o argumento que busca considerá-lo como hediondo, que tem por fundamento o fato de as formas qualificadas do § 3º do artigo 158 serem punidas com as mesmas penas dos § 2º e 3º do artigo 159, CP.
IV – extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, §§ 1º, 2º e 3º, CP).
V – estupro (art. 213, caput, §§ 1º e 2º, CP).
VI – estupro de vulnerável (art. 217 – A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º, CP)
VII – epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º, CP)
VII-B – falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput, §§ 1º, 1º -A e 1º -B, CP).
§ único – genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da lei 2889/56
Efeitos da hediondez
Art. 2º, proibiçãode:
- I: anistia (congresso nacional), graça e indulto (presidente da república);
- II: fiança
Obs.: a graça é individual, é preciso solicitar; o indulto é coletivo e é automático.
Atenção: A liberdade provisória sem fiança é motivo de controvérsia nos tribunais superiores, tem predominado que não incumbe à lei impedir a liberdade baseando-se exclusivamente na gravidade abstrata do crime. O STF, especialmente a segunda terma, assim entende, em resumo, impedir a liberdade sem fiança ou decretar uma prisão preventiva, exige a necessidade da prisão provisória (ver artigo 312, CPP).
Art. 2º, 
- § 1º: regime inicialmente fechado
- § 2º: progressão de regime. Se o crime não é hediondo a regra é 1/6 da pena cumprida, sendo hediondo é 2/5 (primário), 3/5 (reincidente).
>> Existem aqui dois requisitos: Objetivo (tempo de cumprimento da pena) e subjetivo (bom comportamento).
- Obs.: se o fato foi praticado antes de 29.03.2007 é aplicado a regra geral (1/6), se foi depois dessa data aplica-se a lei de crimes hediondos.
RESUMO: A lei de crimes hediondos ao tratar da progressão de regimes exige que o condenado cumpra 2/5 da pena imposta se for primário ou 3/5 se reincidente. Essas novas frações só podem ser exigidas para os fatos cometidos a partir de 29.03.2007, data em que o art. 2º da lei dos crimes hediondos foi alterado. Em resumo para os fatos anteriores à mencionada data aplica-se a regra geral (1/6) de pena cumprida, tal como previsto no artigo 112 da LEP. Veja a súmula 471, STJ.
Apelação em liberdade: o § 3º do artigo 2º da lei de crimes hediondos dá ao juiz a liberdade para analisar a necessidade ou não da prisão cautelar no momento da sentença. Ela só será mantida ou decretada se estiverem presentes os requisitos da prisão preventiva.
Prisão temporária: ver a lei 7.960/89 – o § 4º, do art. 2º da lei de crimes hediondos aumenta o prazo da prisão temporária. Normalmente é 5 prorrogáveis por mais 5 e nos crimes hediondos é 30 prorrogáveis por mais 30 dias.
Primeira aula – Professor Flávio Cardoso
“jus puniendi” ( exercício do direito de punir do Estado.
“jus libertatis” ( pretensão de liberdade
“Jus puniendi” X “jus libertatis “( lide penal ( processo penal
Processo Penal: é o instrumento para solução da lide penal.
PRINCIPIOS DO PROCESSO PENAL
1. P. da ampla defesa
Art. 5º, LV, CF
O Estado deve garantir ao acusado que ele se utilize de todos os meios lícitos para se opor a pretensão punitiva estatal.
O acusado tem direito de produzir aquilo que ele quiser para se defender, desde que seja lícito.
Objetivo: busca do equilíbrio entre as partes; dá legitimidade ao processo.
Autodefesa: promovida pelo próprio acusado. Acontece no interrogatório, e na participação em audiência (participação da colheita da prova). É prescindível, ou seja, o réu não é obrigado, pode permanecer em silêncio. Autodefesa é direito, e assim, o réu se quiser pode abrir mão. Se não quiser ir à audiência não obrigado. Se o réu estiver preso e quiser participar da audiência, o Estado tem que garantir a participação do réu. 
Problemas de ordem administrativa se sobrepor à ordem constitucional.
Defesa técnica: é aquela promovida por profissional habilitado (advogado). A defesa técnica ao contrario da autodefesa é absolutamente imprescindível. ( Art. 261, CPP, Súm. 523 do STF (ausência de defesa traz nulidade absoluta ao processo penal), uma defesa deficiente pode anular, há que se analisar.
2. P. do Contraditório (art. 5º, LV, CF)
Estabelece que as partes devem ter igualdade de oportunidades no processo. O que uma fizer a outra também pode fazer. E as duas devem participar de tudo.
3. P. da Presunção de inocência (art. 5º, LVII, CF)
“LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.”
Prisão cautelar: por conta de presunção de inocência é que a prisão cautelar é exceção. A regra é responder ao processo em liberdade.
Só pode haver uma condenação se o juiz estiver muito convicto. ( certeza da condenação.
“in dubio pro reo” na duvida em favor do réu, porque ele já nasce inocente.
4. P. do juiz natural (art. 5º, LII, CF)
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
Ninguém pode ser processado e julgado senão perante o órgão, a quem a CF previamente atribui a competência.
Também chamado de principio de promotor natural.
5. P. da identidade física do juiz (399, § 2º, CPP) 
O juiz que preside a instrução proferirá o julgamento. Na falta de informações, usa-se subsidiariamente o art. 132 do CPC, analogicamente.
6. P. da duração razoável do processo (art. 5º, LCCVIII, CF)
O Estado deve conferir a devida celeridade para que o processo termine em prazo razoável.
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL
1. Espaço
Território nacional ( lei penal brasileira
Território internacional ( lei penal do país
Exceções: tratados internacionais. Ex.: Tribunal Penal Internacional – TPI e
2. Tempo
A lei processual penal brasileira que entra em vigor passa a reger os atos processuais dali em diante. Não retroage para atingir atos passados. “tempos regit actum”
|-----------|------------(
LEI 1 LEI 2
Entrou em vigor uma lei, passa a reger a nova, mesmo que no meio do processo; O que passou é considerado válido.
CUIDADO: Norma processual com conteúdo material ( norma hibrida ( vale o conteúdo material (se for mais benéfica retroage, se for mais gravosa, não retroage)
Prazo
Começa no 1º dia útil seguinte à intimação / citação. ( Não é da juntada, é da intimação efetiva.
Termina em dia útil, se terminar fora do dia q não tem expediente forense, prorroga-se até o próximo que tenha. Ex.: terminou no domingo, acaba segunda; terminou no feriado, acaba no próximo dia útil.
INQUÉRITO POLICIAL
Podemos definir inquérito como procedimento administrativo de caráter investigatório que tem por finalidade colher elementos para subsidiar a propositura da ação penal.
IP ( Coleta de informações.
O IP não é a única modalidade de investigação preliminar. Ex.: CPI também são investigações preliminares.
1. Características
a. dispensável : se o titular da ação já tiver os elementos em mãos, não é necessário, por isso dispensa. Porque será uma repetição dos elementos.
b. escrito: digitado e rubricado pela autoridade
c. sigiloso:
 art. 20, CPP ( permite ao delegado que segure o sigilo da investigação baseado no interesse público. 
Art. 7º, XIV da L. 8.906/94 (estatuto da OAB) ( mesmo sem procuração o advogado tem acesso aos autos.
Súm. vinculante 14 STF ( estabelece que é direito do advogado ter pleno acesso aos autos de inquérito à aquilo que está documentado nos autos do inquérito. Se está documentado, acesso integral.
d. indisponível: o delegado não pode arquivar autos de inquérito. Só quem pode fazer isso é o juiz.
e. inquisitivo: É produzido por um único órgão( policia judiciária (art. 4º CPP, e 144 da CF)
Policia civil / Policia federal.
No processo é sistema acusatório ( órgãos diferentes que vão fazer acusação, defesa e julgamento.
2. Inicio
a. de ofício pela autoridade policial, após o conhecimento do crime ( “notitia criminis”
b. requisição do MP ou do juiz de direito : obriga o delegado à instauração do IP
c. requerimento do ofendido: a vitima também pode requerer, mas o delegado pode indeferir esse requerimento. Cabe recurso ao Chefe de Polícia.
d. representação do ofendido, ou requisição do Ministro da Justiça
e. auto de prisão em flagrante
3. Providencias no curso da investigação (arts. 6º e 7º CPP)
a. identificação: civil ( a criminal (tocar piano) é a exceção. Ver Lei 12037/2009
b. oitiva do indiciado:
 (a+b) Formal indiciamento do individuo ( imputação a alguém da pratica de uma infração penal por haver indícios de sua autoria.
Folha de antecedentes criminais ( anotase o tiver indícios de autoria.
c.Interrogatório
- Direito ao silêncio
- Advogado não é obrigatório.
4. Encerramento
- minucioso relatório.
- encaminhado para o juiz
- que abre vista para o MP (pode oferecer denúncia ou requerer o arquivamento)
O arquivamento pode não ser definitivo, porém se surgirem novas provas é desarquivado.
Se o MP pediu o arquivamento e o juiz não concordou ( art. 28 CPP ( autos para o Procurador geral de Justiça
PGJ tem 3 opções:
I – designa outro promotor/ ele mesmo oferece a denuncia
II – ele insiste no arquivamento
III – requere novas diligencias que ele achar imprescindíveis ao recebimento da denúncia.
Se isso acontecer no MPF:
Vai para um órgão colegiado do MPF ( câmara de coordenação e revisão (fará o papel do art. 28 CPP)
No crime de ação penal privada
- o IP pode ir para o juiz
- o IP pode ir para o ofendido
5. Prazo
Preso = 10 dias
Justiça federal = 15 + 15
Solto = 30 dias
AÇÃO PENAL
( Privada – ofendido
- propriamente dita (ou exclusiva) é a regra
- personalíssima
- subsidiária da pública
( Pública – MP art. 129, I CF e art. 127, I CPP
Pode ser:
- Incondicionada
- Condicionada à representação do ofendido 
 à requisição do ministro da Justiça
1. Principios da Ação Penal Pública
1.1 P. da Obrigatoriedade
Estabelece que havendo elementos para propositura da ação penal, o MP está obrigado a promovê-la.
Exceção: no caso de uma transação penal, o MP abre mão de promover a ação. (art. 76 da L. 9.099/95)
P. da Indisponibilidade
Estabelece que o MP não pode desistir (dispor) da ação penal.
Exceção: Art. 89, L. 9.099/95 – suspensão condicional do processo. Crimes cuja pena mínima seja até 1 ano. O MP desiste obedecendo preceitos legais.
P. da Oficialidade
Estabelece que ação penal pública deve ser promovida por órgãos oficiais (MP).
2. Princípios da Ação Penal Privada
Representação : é uma manifestação de vontade do ofendido no sentido de ver processado o autor do fato.
2.1 – oportunidade: a ação penal privada é faculdade do ofendido.
2.2 – disponibilidade: o ofendido pode dispor da ação quando bem entender.
2.3 – indivisibilidade: no caso de concurso de agentes a queixa é oferecida contra todos.
Prazo de 6 meses contados a partir do conhecimento da autoria. O prazo é decadencial.
Titularidade da ação penal pública (queixa) em regra geral é a mesma da representação do ofendido.
A personalíssima diferencia-se da regra geral (propriamente dita), pois só o ofendido pode propor a ação, não tem representante, curador...somente o ofendido (art. 236, CP).
A subsidiária da pública é aquela promovida pelo ofendido ou seu representante legal em crimes de ação pública quando o MP não fizer no prazo legal. Ex.: o MP com o IP na mão para oferecer denúncia, tem 5 dias (preso) e 15 (solto) para denunciar, se não denunciar, o ofendido tem 6 meses, a partir do término do prazo do MP para promover a ação.
- essa ação é no caso de inércia do MP. Se houver negligência processual do ofendido o MP pode retomar a ação.
Ação civil ex delicto (deriva de um crime) – uma sentença condenatória transitada em julgado pode diretamente ser julgada no juízo cível. Obs.: nessa mesma sentença o juiz criminal pode fixar o valor mínimo para reparação dos danos sem prejuízo de outros eventuais valores. Ex.: o juiz criminal fixa 10 mil como mínimo e a vítima acha que merece 50 mil, os outros 40 mil vão ser discutidos na esfera cível.
Tipos de absolvição pelo art. 366, CPP
I – inexistência do fato, não repara na esfera cível e em nenhum outro lugar;
IV – estar provado que o réu não é o autor, exclui-se a responsabilidade de reparar;
VI 1ª parte – excludente de ilicitude.
Obs.: A cível e a criminal podem correr paralelas, mas a cível pode ficar suspensa, pois se ocorrer uma das situações acima, faz também coisa julgada na esfera cível.
Quem pode mover a ação civil ex delicto é o ofendido, seu representante legal ou os herdeiros.
A ação civil pode ser contra o autor do fato criminal ou os herdeiros.
A ação pode ser movida no seu domicílio ou no domicílio do réu.
Processo Penal – Levy Magno
Jurisdição – Só o poder judiciário que tem. Adquire jurisdição por concurso de provas e títulos ou por nomeação política (STF, STJ, TSE, etc).
A pessoa passa a exercer o poder jurisdicional a partir da posse do ato.
- Características do poder jurisdicional:
Una: O juiz tem poder jurisdicional completo, ele exerce o poder em todos os campos (em tese)
Indeclinável: O juiz não pode repassar este poder a quem não integra ao poder judiciário, além do que não pode se recusar em julgar, salvo se houver suspeição ou impedimento.
Improrrogável: O juiz não pode exercer a jurisdição além dos limites que lhe foram impostos. Ex.: O juiz de SP não pode exercer sua jurisdição em santos. Obs¹.: existem 3 critérios preponderantes que fixam a limitação do juiz: pessoa do agente, matéria e local (local é o único critério que é prorrogável). Obs².: Proibição da criação de juizado de exceção significa que proposta a ação penal, não pode mudar o curso do juízo. Não há nenhum impedimento que seja criado uma justiça especializada. O que não se permite é a mudança do curso da ação penal, quando ela já está em andamento.
Competência – É a porção pessoal, material e local, dentro da qual o juiz exerce validamente o poder jurisdicional. Existem 3 critérios preponderantes:
“ratione personae” (cargo ou função): É O MAIS PREPONDERANTE, quando ele aparecer os outros são afastados. Ex.: acidente de transito, o motorista atropela e mata a pessoa, se for um engenheiro, o motorista será julgado no lugar, se for um juiz de SP e ele tiver em fortaleza, ele será julgado no TJ de SP.Os réus podem respondem em 4 tribunais distintos: 
bloco do STF: presidente, vice, senador, deputado federal, procurador geral da república, conselheiros do TCU, todos os ministros de estado, todos os ministros militares, todos os ministros dos tribunais superiores, advogado geral da união, presidente do banco central e quem exerce missão diplomática em outro país. Obs.: Não olhe o local do crime, qlq lugar que tiver praticado o crime, responderá no STF. Obs.: Súmula 704 STF, não ofende o princípio do juiz natural a união dos processos entre quem tem e quem não tem prerrogativa de função – todos serão julgados pelo juízo de maior graduação. Se um desses listados cometer crime com um particular qlq, todos irão pro STF. Obs.: Cessou o cargo, cessou a prerrogativa de função.
Bloco do STJ: governador, todos os desembargadores dos TJs, todos os juízes dos tribunais regionais federais, todos os juízes dos tribunais regionais eleitorais, todos os juízes dos tribunais regionais do trabalho, todos os conselheiros dos tribunais de contas dos estados, todos os conselheiros dos tribunais de contas do município, os membros do MPF que atuam nesses tribunais. As obs do item anterior são as mesmas aqui
Bloco dos TJs: 
	
	Crime comum
	Crime eleitoral
	Crime justiça federal
	Crime doloso contra a vida
	Juiz estadual
96, III, CF
	TJ do seu estado
	Tribunal regional eleitoral
	TJ do seu estado
	TJ do seu estado
	MP estadual 96, III, CF
	TJ do seu estado
	Tribunal regional eleitoral
	TJ do seu estado
	TJ do seu estado
	Pref. Munic. 29, X, CF
	TJ do seu estado
	Tribunal regional eleitorial - súm 702
	Tribunal regional federal súm 702
	TJ do seu estado
	Dep. estadual
	TJ 
	Tribunal regional eleitoral
	Tribunal regional federal
	Tribunal do Júri
Obs.: Os crimes no quadro abrangem tudo, qlq lugar que ele seja cometido. Ex.: Crime comum diz respeito a crime cometido em qlq lugar do Brasil.
Obs.: súmula 702 do STF – crime comum = TJ; nos demais casos, responderá nos respectivos tribunais de 2º grau.
Obs.: desvio de verba praticado por prefeito municipal: Se a verba foi incorporada no patrimônio do município,TJ; se não foi incorporada, TRF. (súmulas 208 e 209 STJ)
Obs.: algumas pessoas exercem cargos que tem prerrogativa de função fixada na constituição dos estados, e cada estado tem uma; no que colidir com a CF, perde.
Ex.: art. 74 da constituição do estado de SP. “responde perante o TJ: os deputados estaduais, todos os secretários de estado, o comandante geral da polícia, o delegado geral de polícia, o def. público geral e o procurador geral do estado”.
Obs.: Deputado estadual do ES viaja e pratica crime comum em MG – responderá no TJMG, se a constituição de lá outorgar a mesma prerrogativa – caso não tenha, juízo comum.
Obs.: Súmula 721 do STF – o agente que tem prerrogativa de função fixada exclusivamente na constituição do estado, praticando crime doloso contra a vida, responde perante o tribunal do júri. O júri é federal, ele engole a justiça estadual.
D) Bloco do TRF: Todos os juízes federais de 1º grau, todos os juízes do trabalho de 1º grau, todos os juízes militares da união de 1º grau e todos os membros do MPF que atuam em 1º grau
Em razão da matéria:
Justiça Comum: 
federal
estadual
Obs.: no âmbito da justiça comum, a federal manda, ou seja, quando houver interesse da união, de suas autarquias ou de suas empresas públicas, a competência será da justiça federal; o que sobrar é da justiça estadual (competência residual)
Justiça especial: 
justiça militar
justiça eleitoral
crimes dolosos contra a vida
crimes de responsabilidade
Obs.: orientações de súmulas do STJ
Contravenções penais = justiça estadual (súmula 38 STJ)
Sociedade de economia mista = justiça estadual
- Infraero (vítima) = justiça federal [só se for vítima]
 - Banco do Brasil = justiça estadual
- Caixa econômica federal (vítima) = justiça federal [só se for a vítima]
- Correios (núcleo central) justiça federal; correios (franqueados) justiça estadual 
Vítima índio = justiça federal só se envolver questão indígena (súmula 140) índio normal, justiça estadual
Funcionário público federal = em exercício da função > justiça federal; fora do exercício > justiça comum.
Obs.: toda vez que for perguntado sobre a justiça federal, verifique se houve prejuízo efetivo para a união. Ex.: Uma nota de dinheiro gritantemente falsa, não causará prejuízo, pois ngm vai aceitar.
Justiça especializada:
justiça militar: só julga crime típico militar
Obs.: homicídio doloso praticado por PM, no exercício ou não das funções – Tribunal do Júri, justiça estadual (vítima civil, militar da reserva ou reformado); vítima militar (o homicídio é julgado na justiça militar)
justiça eleitoral: só julga crime eleitoral (homicídio contra um mesário no dia da eleição por exemplo, não é julgado na justiça eleitoral).
Crime doloso contra a vida: O tribunal do júri julga o crime doloso contra a vida e outros que com ele forem conexos. 
Em razão do local: 
Teoria do resultado (art. 41 CPP): O juiz natural, em razão do local, é aquele onde o crime se consumou, ou se tentado, onde foi praticado o ultimo ato de execução.
Exceções: 
JECRIM: crimes de menor potencial ofensivo, a pena é menor ou igual a 2 anos. O local do crime é onde se deu a ação (onde o crime foi praticado)
Homicídio doloso e homicídio culposo: crimes plurilocais (inicia em uma comarca e se consuma em outra) por política criminal o juízo natural é o do local da ação.
Crimes falimentares: praticados em diversos estados – o juiz natural é o do local onde se deu a quebra judicial da empresa, ou foi homologado o plano de recuperação judicial ou extrajudicial. É o juízo universal, preside todas as ações da empresa no país todo.
Estelionato mediante emissão de cheque sem fundos: relevância nos crimes plurilocais – cheque emitido na cidade A e o banco sacado está na cidade B, e o banco recusa o pgto, o juízo natural é onde estiver o banco sacado.
Cheque falsificado: o juízo natural é o do local do prejuízo/resultado.
Dúvida em razão das divisas entre duas comarcas: o juízo natural é definido pela prevenção, é o juiz que primeiro proferir uma decisão nos autos (ex.: decreta a prisão temporária, concede liberdade provisória...)
Crime continuado ou crime permanente praticado em várias comarcas:
- Crime continuado:
	Comarca A
	Comarca B
	Comarca C
	3 roubos
	5 roubos
	8 roubos
Pratica na A, dps vai pra B e por último pra C. O juízo natural é o da prevenção.
- Crime permanente:
	Comarca A
	Comarca B
	Comarca C
	Comarca D
	Vítima no cativeiro
	3 sequestradores
	4 sequestradores
	8 sequestradores
 A regra é a mesma, PREVENÇÃO.
Obs.: desconhecimento do local do crime: o juízo é o da residência do réu; caso não tenha residência o seu domicílio; caso não tenha residência ou domicílio, é o juízo do local onde for proferida a primeira decisão.
Crime de iniciativa privada: juízo alternativo = pode ser o local onde o crime se consumou ou no local da residência do réu.
Conexão: É uma regra acessória que ajuda a definir o juiz natural. Ex.: É um ponto comum que liga duas ou mais cidades, ir para Curitiba, e faz conexão em BH. Conexão é o elo comum entre dois ou mais crimes permitindo que um só juiz julgue todos. Existem 7 hipóteses de conexão dividas em 3 grupos:
Conexão intersubjetiva: o elo são as pessoas
A1) conexão intersubjetiva por simultaneidade: envolve pessoas e ao mesmo tempo. Ex.: várias pessoas desconhecidas verificam o pai e a mãe puxando as orelhas de uma criança. As pessoas, revoltadas, resolvem agredir o pai e a mãe que sofrem lesões corporais de natureza grave. Dois crimes de lesão corporal dolosa praticados por várias pessoas simultaneamente – um só juiz julga os dois crimes.
A2) Conexão concursal: aqui os agentes estão em concurso. Ex1.: A e B praticaram um roubo = não é conexão. A e B em concurso praticaram um roubo e, em seguida, praticaram outro roubo = conexão concursal.
A3) Conexão por reciprocidade: É o encontro de duas torcidas inimigas – um bate no outro e outro bate no um.
Conexão Objetiva, lógica, teleológica ou material: O que vai unir todos os crimes são as situações.
B1) conexão objetiva quando um crime for praticado para facilitar o outro. Ex.: A entra na casa e prende todos dentro do banheiro. Rouba todos os aparelhos da casa. As pessoas ficam presas por 13 horas. Para praticar o roubo ele cometeu o cárcere privado. Os dois crimes são julgados pelo mesmo juiz.
B2) conexão objetiva quando um crime é praticado para ocultar o outro: Ex.: A mata B e enterra o corpo para não ser encontrado. Ambos serão julgados pelo tribunal do júri, um juiz só.
B3) conexão objetiva quando um crime for praticado para segurar a impunidade do anterior: Ex.: Mulher estuprada. Olhou para o autor e ele dá um tiro para que ela não o reconheça na policia. Dois crimes que serão julgados pelo tribunal do júri.
Conexão instrumental: A prova de um crime é importante para fazer a prova do outro. Ex.: crime de roubo e receptação. A prova do roubo é importante para fazer a prova receptação.
Obs.: Ex1.: 
João pratica os roubos
	Comarca A
	Comarca B
	Comarca C
	3 roubos
	5 roubos
	8 roubos
O juízo natural é a prevenção
Ex2.: 
João e Mário praticam os crimes
	Comarca A
	Comarca B
	Comarca C
	8 roubos
	5 roubos
	1 latrocínio
TODA VEZ QUE O PROBLEMA DISSER QUE HOUVE CONEXÃO DE CRIMES PRATICADOS EM DIVERSAS CIDADES O JUÍZO NATURAL É ONDE FOR PRATICADO O CRIME MAIS GRAVE (LATROCÍNIO); SE OS CRIMES FOREM DE IDÊNTICA GRAVIDADE, O JUÍZO NATURAL É ONDE FOI PRATICADO O MAIOR NUMERO DE INFRAÇÕES (COMARCA A); NUMERO IDENTICO DE INFRAÇÕES AÍ SIM É A PREVENÇÃO.
Continência: Lembra a palavra continente, uma coisa só. Existem 2 tipos de continência:
Continência (um todo - uma coisa só) por cumulação subjetiva: Configura quando um crime é praticado por no mínimo 2 ou mais pessoas. Ex.: A e B praticaram um crime de furto. Um juiz julgará todos os réus.
Continência por cumulação objetiva:

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