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2000 TESTES LÍNGUA PORTUGUESA Folha Dirigida 1 Folha Dirigida 2000 TESTES Língua Portuguesa 2 Folha Dirigida 2000 TESTES LÍNGUA PORTUGUESA 2000 TESTES Língua Portuguesa Proibida a reprodução no todo ou em partes, por qualquer meio ou processo, sem autorização expressa. A violação dos direitos autorais é punida como crime: Código Penal, art.184 e seus parágrafos e art.186 e seus incisos (ambos atualizados pela Lei nº 10.695/2003 e Lei nº 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais). 2000 TESTES LÍNGUA PORTUGUESA Folha Dirigida 3 Caro(a) Candidato(a), Você acaba de receber uma edição especial da Editora Folha Dirigida contendo 2000 testes de Língua Portuguesa. Esta disciplina foi selecionada por fazer parte da maioria dos conteúdos pro- gramáticos de diversos concursos. Sendo assim, você tem em mãos um excelente material de apoio para seus estudos. Aproveite o seu tempo de preparação com afinco e intensifique os tópicos em que sentir mais dificuldade. Afinal, a resolução de exercícios é comprovadamente a maneira mais eficaz de fixação de conteúdos. Equipe Folha Dirigida Sumário 05 Testes 183 Gabarito 4 Folha Dirigida 2000 TESTES LÍNGUA PORTUGUESA Testes – Língua Portuguesa Folha Dirigida 5 PROVA 1 Leia o texto a seguir e responda às questões de número 01 a 10. RUMO A UMA NOVA REALIDADE DEMOGRÁFICA O tema do envelhecimento da população tem sido vastamente discutido há anos literalmente no mundo inteiro. No Brasil haverá três fenômenos que ocorrerão concomitantemente. Primeiro, ha- verá um número proporcionalmente muito maior de idosos, em função da progressiva passagem para a terceira idade da geração que gerou o boom populacional há algumas décadas. Segundo, os idosos vão viver mais, pelas transformações ocor- ridas na área da medicina e pelo maior acesso à informação. E, terceiro – fato em geral pouco des- tacado –, haverá menos crianças e adolescentes. O que se nota é uma mudança do perfil e a acele- ração de uma tendência já observada nos últimos anos. Alguns números ajudam a reforçar a importân- cia disso. Em 2010, a população brasileira de indi- víduos entre 0 e 14 anos era de 49 milhões de pessoas, enquanto a de 60 anos ou mais era de 19 milhões. Em 2050, as previsões demográficas do IBGE mostram que esses contingentes deve- rão ser de 28 milhões e 64 milhões de pessoas, respectivamente. Ou seja, haverá 21 milhões de crianças e adolescentes a menos e mais 45 mi- lhões de idosos. Entre 2010 e 2020 essas mudanças já se fa- rão sentir. O contingente de crianças de 5 a 14 anos – tipicamente associado a alunos do ensino fundamental – ainda aumentou muito ligeiramen- te entre 2000 e 2010, mas deverá encolher em termos absolutos entre 2010 e 2020, o que aponta para um perfil de país muito diferente do atual. Enquanto isso, entre 2010 e 2020, o número de idosos de 60 a 79 anos aumentará em quase 8 milhões de pessoas, e com 80 anos ou mais em torno de quase 1,5 milhões de pessoas. Aqueles que tinham 60 anos ou mais, que eram 19 mi- lhões de pessoas em 2010, serão mais de 28 milhões em 2020. Nesse contexto, dois outros dados merecem ser citados: – o número de crianças especificamente de 0 a 4 anos, estimado em 15,4 milhões de indivíduos em 2010, deverá cair para uma projeção de 12,7 milhões de indivíduos em 2020. – a proporção de pessoas com menos de 20 anos (0 a 19 anos), que era de 50% da população total em 1980 e já caiu para 34% em 2010, deverá continuar a encolher, para 28% do total em 2020. Tais números impõem-nos enormes desafios. Dois deles são particularmente importantes na definição das políticas públicas. Em primeiro lu- gar, a tendência é que na década de 2020 a popu- lação mais dinâmica em termos de inovações e capacidade de absorver novas tecnologias no mercado de trabalho – o contingente de ativos de 20 a 39 anos – comece a declinar em termos ab- solutos, depois de ter crescido a uma média de 1,3% ao ano nos últimos dez anos, o que será um problema para ter aumentos de produtividade sig- nificativos na economia. E, em segundo lugar, com a queda do número absoluto de crianças e jovens, embora a educação continue a ser muito impor- tante, o fato é que, sendo menor o contingente de jovens que ingressam a cada ano no mercado de trabalho, será provavelmente preciso reforçar os mecanismos de retreinamento de mão de obra. Isso se deve ao fato de que uma pessoa de 20 anos que tiver tido uma educação deficiente prova- velmente continuará ainda no mercado de traba- lho por 35 a 40 anos. (Fábio Giambiagi, Revista Época, 27 de dezembro de 2010, com adaptações) 01. De acordo com o texto, o tema do envelhecimen- to da população do Brasil tem sido discutido: a) há algumas décadas, em todo o mundo b) no Brasil e nos outros países do mundo há uma década c) no Brasil, há algum tempo d) em alguns países, há muito tempo e) fora do Brasil, há muitos anos 02. A previsão de aumento do número de idosos no Brasil se deve: a) ao “estouro” populacional ocorrido há uma déca- da no mundo, aos avanços da medicina e às de- núncias da mídia b) ao estouro populacional ocorrido em todo o mun- do há algum tempo, às alterações médicas e à acessão a dados da mídia c) ao aumento rápido do número de nascimentos há algumas décadas, aos progressos da medicina e à acessibilidade a informações d) ao “boom” populacional ocorrido há alguns anos, à informalidade nos conceitos médicos e ao aces- so à informatização e) ao aumento vertiginoso da população mundial há algumas décadas, aos progressos da medicina e às reformas nos conceitos concernentes à geriatria 03. Após a leitura do texto, pode-se inferir que: a) A população de crianças e adolescentes vai de- crescer, revertendo numa benéfica redução de in- vestimentos em educação e formação técnico-pro- fissional b) A tendência de envelhecimento da população mun- dial vai se intensificar, o que acarretará problemas à economia do nosso país. c) No Brasil, a população acima de 20 anos vai de- crescer, o que afetará o ambiente econômico e determinará uma reprogramação na educação e na formação profissional. d) Como a população de jovens e adultos vai decres- cer, será necessária a adoção de políticas públi- cas voltadas à continuidade de ações consagra- das, com vista à desaceleração de ações relacio- nadas às novas tecnologias. e) A população mundial ativa, entre 20 e 39 anos, começou a decrescer, com isso, a procura por mão de obra vai se intensificar, o que resultará na ne- cessidade de adequar os idosos às novas tec- nologias. TESTES 1 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 6 Folha Dirigida Testes - Língua Portuguesa 04. Dentre os segmentos apresentados a seguir, aquele no qual se empregou expressão redun- dante é: a) “... envelhecimento da população tem sido vasta- mente discutido há anos...” (l. 1/2) b) “... progressiva passagem para a terceira idade da geração que gerou o boom populacional há algu- mas décadas.” (l.6/8) c) “Alguns números ajudam a reforçar a importância disso.” (l.16-17) d) “a tendência é que na década de 2020 a população mais dinâmica em termos de inovações e capaci- dade de absorver novas tecnologias...” (l. 53/54) e) “... uma pessoa de 20 anos que tiver tido uma edu- cação deficiente provavelmente continuará ainda...” (l. 68/70) 05. “No Brasil, haverá três fenômenos...” (l. 3) – Essa frase pode ser reescrita, sem prejuízo gramati- cal, do seguinte modo: a) No Brasil, deverão haver três fenômenos... b) No Brasil, poderão haver três fenômenos... c) No Brasil, deverá existir três fenômenos... d) No Brasil, haverá de existir três fenômenos... e) No Brasil, poderá haver três fenômenos...06. Quanto à pontuação empregada no texto, a afir- mativa INCORRETA é: a) No lugar de ponto, poder-se-ia usar ponto e vírgu- la no segmento “...algumas décadas. Segundo...” (l. 8) e em “...acesso à informação. E... (l.10-11). b) Quanto aos dois travessões empregados no pri- meiro parágrafo, caso se omitisse o segundo tra- vessão, o primeiro deveria ser substituído por uma vírgula. c) Uma vírgula vicária poderia ser adequadamente inserida depois da expressão “ou mais”, no segmento “80 anos ou mais em torno de qua- se...” (l. 35/36). d) Poder-se-ia inserir uma vírgula no início do tercei- ro parágrafo, do seguinte modo: “Entre 2010 e 2020, essas mudanças...” (l.26) e) Poder-se-ia empregar duas vírgulas no último período do texto. Assim: “Isso se deve ao fato de que, uma pessoa de 20 anos que tiver tido uma educação deficiente, provavelmente continuará...” (l. 68/70) 07. No segmento “Tais números impõem-NOS enor- mes desafios.” (l.50), o pronome em destaque está na primeira pessoa do plural. Dentre as fra- ses abaixo, NÃO está na primeira pessoa do plu- ral o pronome destacado em: a) Um olhar atento sobre os desafios a serem en- frentados deixa-nos preocupados. b) Alguns analistas dão-nos a impressão de que as dificuldades podem ser superadas. c) Incutam-nos o otimismo necessário! Precisamos dele mais que nunca. d) Os problemas demográficos surgirão. Evitem-nos antes que se avolumem! e) A década que se inicia será um período de oportu- nidades e desafios, explicam-nos os analistas em economia. 08. Constitui exemplo de tempo composto da voz ati- va a forma verbal empregada no segmento: a) “...vão viver mais...” (l. 9) b) “...deverão ser de 28 milhões...” (l. 21-22) c) “...já se farão sentir...” (l. 26-27) d) “...comece a declinar em termos...” (l. 57) e) “...que tiver tido uma...” (l. 69) 09. A expressão destacada foi empregada como complemento verbal no segmento: a) “...maior acesso à informação.” (l. 10-11) b) “...e a aceleração de uma tendência...” (l. 13-14) c) “...reforçar a importância disso.” (l. 1617) d) “...na definição das políticas públicas.” (l. 51-52) e) “...tiver tido uma educação deficiente...” (l. 69) 10. A palavra formada pelo mesmo processo que “demográfica” (título do texto) é: a) “economia” (l. 61) b) “vastamente” (l. 11) c) “reforçar” (l.16) d) “progressiva’ (l.6) e) “associado” (l.28) PROVA 2 FUTURO DESUMANO Guru de algumas das maiores companhias do planeta – IBM, Coca-Cola, Mac Donalds, Nestlé, etc.–, nas quais dá consultoria sobre o que fazer hoje para não se arrepender amanhã, o futurólogo e cientista político Richard Watson, em seu novo livro, Future Minds (Mentes do Futuro) alerta para o perigo de caminharmos em direção a uma socie- dade onde as pessoas não conseguirão sequer pensar sozinhas. Já tendo escrito sobre o futuro dos arquivos, do dinheiro e das viagens, agora, ao discorrer sobre o futuro das mentes, diz que só dá para planejar ce- nários olhando para todas essas coisas ao mes- mo tempo. “Se você trabalha num banco, tende a ler publicações sobre o mercado financeiro ou eco- nomia, mas não sobre tecnologia e demografia. As pessoas leem cada vez mais sobre cada vez me- nos assuntos, mas é onde todos os assuntos se unem que podemos identificar tendências. Por isso, passo 80% do meu tempo lendo”. E prossegue: “Há muitos falando sobre os as- pectos bons dos celulares e do Google, mas há um outro lado. Passamos os dias andando pela cidade olhando para uma tela de iPod ou Black- Berry e prestamos menos atenção nas pessoas ao redor. Estamos construindo bolhas onde nun- ca somos confrontados com ideias divergentes: selecionamos só as informações e os amigos que mais nos agradam. Isso não é bom para o pensa- mento e a sociedade. Com isso estamos ficando não só mais rasos como também mais estreitos. Os cientistas citam cada vez menos trabalhos e estamos todos olhando para as mesmas fontes. Isso tem de ter algum impacto na originalidade. Podemos estar criando uma geração que não po- derá pensar por si própria. Eles têm de ficar online e ver o que o resto das pessoa pensam antes de responderem a uma questão. Sentimos que não 1 5 10 15 20 25 30 35 Testes – Língua Portuguesa Folha Dirigida 7 precisamos mais aprender porque é muito fácil achar os dados. Mas ter só o lado prático do co- nhecimento significa não enxergar o contexto em que as informações surgem, o que é preocupante”. Acrescenta ainda que “o digital cria um nível de conectividade, mas destrói outros”. Estudo feito há dez anos mostrou que 10% dos americanos dizi- am não ter amigos para conversar em profundida- de sobre o que sentem. Hoje, esse número subiu para 25%. No livro, o autor propõe que se pense mais devagar. Indagado como isso seria possível numa sociedade que pede cada vez mais produtividade, ele responde: “Quando dizemos que alguém é devagar, isso é associado à burrice. Concordo que a maioria dos governos e empresas pensam que, se trabalharmos mais devagar, isso terá efeito negativo na eficiência, mas é discutível. Estamos muito ocupados em nossos escritórios fazendo coisas que serão descartadas depois. Quando um funcionário para um pouco para pensar, vê o seu papel dentro do negócio, identifica possíveis erros e evita que aconteçam. Quando ele está indo mui- to rápido, o máximo que faz é reagir. E conclui: “Meu temor é que não tenhamos esco- lha senão nos tornarmos 100% digitais. E que a gen- te perca a capacidade de pensar profundamente, uma das coisas que nos define como humanos”. (Revista Galileu, dezembro de 2010, com adaptações) 11. Segundo o texto, a capacidade de as pessoas pensarem por si próprias depende: a) de permanecer online para manter-se atualizado b) de ter como resultados mais produtividade nos negócios c) de considerar a diversidade de pensamentos para formular ideias originais d) de planejar cenários com base em experiências com outros povos e) de buscar o consenso com base em fontes com o mesmo perfil identitário 12. A afirmativa de que estamos ficando cada vez “mais estreitos” (L. 31) se explicita no segmento: a) “... o que fazer hoje para não se arrepender ama- nhã...” (L. 3-4) b) “As pessoas leem cada vez mais sobre cada vez menos assuntos...” (L. 16/17) c) “Quando dizemos que alguém é devagar, isso é associado à burrice.” (L. 52-53) d) “... o digital cria um nível de conectividade, mas destrói outros.” (L. 43-44) e) “... a capacidade de pensar profundamente, uma das coisas que nos define como humanos.” (L. 65-66) 13. No trecho “Há muitos falando sobre os aspectos bons dos celulares e do Google, mas há um outro lado” (L. 21-23), a expressão em destaque é uma referência à: a) criação de um nível de conectividade b) necessidade de aumento da produtividade c) dúvida de que não haja escolha d) ausência de contato social e) pesquisa cujos dados serão descartados 14. Sem prejuízo à sintaxe que se estabelece entre as orações, o segmento “...fazendo coisas que serão descartadas depois.” (L.57/88) poderia ser reescrito do seguinte modo: a) ...fazendo coisas a que poderemos depois nos abstrair b) ...fazendo coisas a que poderemos depois nos escusar c) ...fazendo coisas a que poderemos depois nos desobrigar d) ...fazendo coisas de que poderemos depois renun- ciar e) ...fazendo coisas de que poderemos depois pres- cindir 15. Quanto à pontuação empregada no texto, é cor- reto afirmar que: a) Deveria ser inserida uma vírgula depois da pala- vra “político” (L.5) no segmento “...cientista político Richard Watson...” (L.5), já que “Richard Watson” é aposto de “cientista político”. b) Os parênteses empregados no 1º parágrafo po- deriam ser substituídos por vírgulas, sem prejuízo semântico ou gramatical ao segmento. c) As vírgulas empregadas para destacar a palavra “agora” (L.11) no segmento“...das viagens, agora, ao discorrer sobre o futuro...” (L.11-12) poderiam ser retiradas sem prejuízo semântico gramatical. d) O ponto empregado depois da palavra “agradam” (L.29) no segmento “...nos agradam. Isso não é bom...” (L.29) poderia adequadamente ser substi- tuído por dois pontos. e) É inadequado o emprego do ponto que antecede a conjunção E (L.63) no segmento “...digitais. E que a gente perca...” (L.63-65), porque não se deve usar ponto antes da conjunção e. PROVA 3 Leia o texto a seguir e responda às questões de número 16 a 25. SOBRE A BAGUNÇA Fui bagunçado desde que me lembro. Bem que minha mãe se esforçou. Deu-me bons e organiza- dos conselhos. Sem resultado. Onde foi que a minha bagunça começou? Sei que não foi por exemplo, por força do meio ambi- ente, porque o meu pai e a minha mãe gostavam de ver as coisas em ordem. Acho que nasci ba- gunçado. Tenho uma teoria muito esquisita: a gente nasce como nascem as árvores, de sementes. Semente de pitanga vira pitangueira, caroço de manga vira mangueira, semente de laranja vira laranjeira. É possível fazer várias coisas com a mudinha: adubar, podar, amarrar estacas, prote- ger do sol, fazer bonsais. Mas o que não é possí- vel é mudar a árvore que está dentro da semente. Acho que a bagunça estava na minha semente. Eu, menino de sete anos, acordava às sete horas da manhã e pulava da cama. Não é que o sono me faltasse. É que eu achava o mundo tão interessante que não suportava ficar deitado, ven- do-o passar. Pulava da cama para viver. E come- çava a andar pela casa fazendo barulho, todo mundo dormindo. Ficavam bravos comigo. Mas o que eu 40 45 50 55 60 65 1 5 10 15 20 8 Folha Dirigida Testes - Língua Portuguesa queria era acordar aqueles dorminhocos que es- tavam perdendo as alegrias do viver, dormindo. Porque quem está dormindo está fora do mundo. O meu mundo tinha coisas de mais. E eu que- ria experimentar todas. Daí minha agitação. Esta- va brincando com uma coisa e então, de repente, eu via uma outra que me chamava a atenção. Eu abandonava a primeira e ia atrás da segunda. Aqui, precisamente aqui, está a explicação da minha bagunça. Porque, na pressa de seguir a segunda, eu deixava a primeira do jeito como estava. Ficava lá, fora do lugar, abandonada, bagunçada... Se fos- se hoje, acho que me levariam a um psicólogo que diagnosticaria hiperativismo. Mas... o que po- dia eu fazer? Eu não era hiperativo. O mundo é que era hiperinteressante. Não mudei, continuo do mesmo jeito. A árvore- bagunça continua a mesma, crescida. Agora vejo coisas que não via quando menino. Aí meu pensamento bagunçado, que não mar- cha em linha reta, anda aos pulos, saltando de pico em pico, lembrou-se de um aforismo de Niet- zsche: “Digo-lhes: é preciso ter o caos dentro de si mesmos a fim de dar à luz uma estrela dançan- te. Digo-lhes: vocês ainda têm o caos dentro de vocês. Então é do caos que nasce a ordem? Essa ideia combina com os mitos bíblicos da Criação: “No princípio a Terra era sem forma e vazia e um vento impetuoso, furacão, soprava sobre a super- fície das águas.” Era o caos. E do caos surgiu um jardim, paraíso. Concordo, porque é da minha ba- gunça que nasce a minha literatura...” (Rubem Alves, Um mundo num grão de areia, com adaptações) 16. Segundo a teoria do enunciador, sua natureza bagunceira é: a) voluntária b) opcional c) atávica d) inata e) adquirida 17. Quando menino, o enunciador acordava cedo porque: a) queria chamar a atenção dos adultos para ele b) sofria de insônia c) gostava de agitar o ambiente familiar d) não sentia sono e) queria viver a vida 18. Os adjetivos “abandonada, bagunçada” (L.35) têm como referente: a) “a atenção” (L.30) b) “a primeira” (L. 31) c) “a segunda” (L. 31) d) “a explicação” (L. 32) e) “minha bagunça” (L. 32-33) 19. No segmento “...desde que me lembro.” (L.1), a regência do verbo lembrar foi empregada segun- do a norma culta. Esse verbo está empregado segundo o registro informal na frase: a) Todos lembram-se da infância. b) Tudo lembra a minha infância. c) Eu lembro da minha infância. d) Eu lembro-me da minha infância e) Lembram-me os bons momentos da infância. 20. “Onde foi que a minha bagunça começou?” (L.4) – o termo destacado deve ser empregado para completar adequadamente a frase: a) Não sei ______ minha bagunça vai levar-me. b) É preciso saber ______ ir com tanta irreverência. c) A passagem de ida ______ minha bagunça me conduziu não tem volta. d) A bagunça estava sempre ______ eu chegava. e) Os brinquedos bagunçados indicavam sempre ______ eu estava. 21. Quanto à pontuação, a afirmativa correta é: a) Considera-se correta a falta de uma vírgula depois da palavra “foi” no segmento “...que não foi por exemplo, por força...” (L.5) b) “A vírgula que se usou depois da expressão “meio ambiente” (L.5-6) poderia ser retirada sem prejuí- zo à correção gramatical e à clareza do segmento. c) O uso de dois pontos é inadequado depois da ex- pressão “muito esquisita” no segmento “...teoria muito esquisita: a gente nasce...” (L.8-9) d) Faltaram vírgulas depois das palavras “pitanga”, “manga” e “laranja” na enumeração do segmento “Semente de pitanga vira pitangueira, caroço de manga vira mangueira, semente de laranja vira laranjeira.” (L.10-12) e) Falta uma vírgula antes da palavra “psicólogo” no segmento “... a um psicólogo que diagnosticaria...” (L.36-37) 22. A retirada ou a inserção do artigo entre as pala- vras destacadas determina alteração semânti- ca no segmento: a) “...que a minha bagunça...” (L.4) b) “...é que o sono me faltasse.” (L.18-19) c) “...todo mundo dormindo.” (L.22-23) d) “O meu mundo...” (L.27) e) “...nasce a minha literatura.” (última linha) 23. Entre as orações contidas no trecho “...eu acha- va o mundo tão interessante que não suporta- va...” (L.19-20) se estabelece relação semântica de: a) conclusão b) consequência c) tempo d) modo e) causa 24. A expressão sublinhada no trecho “Onde foi que a minha bagunça começou?” (L.4) constitui ex- pressão expletiva porque pode ser retirada sem prejuízo gramatical e ao entendimento do trecho. O mesmo não ocorre com a expressão destaca- da em: a) “Mas o que não é possível...” (L.14-15) b) “Não é que o sono...” (L.18 c) “É que eu achava...” (L.19) d) “Mas o que eu queria...” (L.21-22) e) “...porque é da minha bagunça que nasce...” (últi- ma linha) 25 30 35 40 45 50 55 Testes – Língua Portuguesa Folha Dirigida 9 25. No segmento “...acordava às sete horas da ma- nhã...” (L.17-18), o acento indicativo de crase foi corretamente empregado. O acento grave é fa- cultativo na frase: a) Meu dia se alongava das sete as onze horas da noite. b) Todos os dias eu brincava das sete as onze horas da noite. c) Eu ficava até as onze horas da noite acordado. d) Eu ouvia a ordem para ir dormir as onze horas da noite. e) Então, as onze horas da noite eu sempre reclamava. PROVA 4 OS AUSENTES Martha Medeiros Eu não assisti ao programa, mas soube da história. O jornalista David Letterman recebeu Jo- aquin Phoenix para uma entrevista. O ator fez jus à fama de bad boy: não parou de mascar chiclete e só respondia com monossílabos e grunhidos, não facilitando o andamento da conversa. Letterman tentou, tentou e, como não conseguiu arrancar nada do sujeito, encerrou a entrevista com uma tirada que me pareceu perfeita: “Joaquin, uma pena que você não pôde vir esta noite.” Quando uma pessoa se dispõe a dar uma en- trevista, tem que entrar no jogo: responder com generosidade ao que foi perguntado e valer-se de uma educação básica, caso tenha. É bom lem- brar que a maioria das entrevistas não é feita ape- nas para dar ibope ao programa, e sim para aju- dar na divulgação de algum projeto do convidado. Ambos saem ganhando. Só quem não ganhaé a plateia quando o convidado finge que está lá, mas não está. Madonna é até hoje o trauma da carreira de Marília Gabriela, pelos mesmos motivos. Claro que há quem defenda a atitude de Phoe- nix com o argumento da “autenticidade”, mas exis- te uma sutil diferença entre ser autêntico e ser gros- so. É muita inocência achar que podemos pres- cindir de uma certa performance social. Espero não estar ferindo a sensibilidade dos “autênticos”, mas de um teatrinho ninguém escapa, a não ser que queiramos voltar a viver nas cavernas. Não sou de me irritar facilmente, mas acho um desrespeito quando uma pessoa faz questão de demonstrar que não compactua com a ocasião. São os casos daqueles que se emburram em tomo de uma mesa de jantar e não fazem a menor ques- tão de serem agradáveis. Pode ser num restau- rante ou mesmo na casa de alguém: estão todos confraternizando, menos a “vítima”, que parece ter sido carregada para lá à força. Às vezes, foi mes- mo. Sabemos o quanto uma mulher pode ser in- sistente ao tentar, convencer um marido a partici- par de um aniversário de criança, assim como maridos também usam seu poder de persuasão para arrastar a esposa para um evento burocráti- co. Não importa a situação: saiu de casa, esforce- se. Não precisa virar o mestre de cerimônias da noite, mas ao menos agracie seus semelhantes com dois ou três sorrisos. Não dói. Dentro da igreja, ajoelhe-se. No estádio de fu- tebol, grite pelo seu time. Numa festa, comemore. Durante um beijo, apaixone-se. De frente para o mar, dispa-se. Reencontrou um amigo, escute-o. Ou faça de outro jeito, se preferir: dentro da igreja, escute-O. Durante um beijo, dispa-se. No estádio de futebol, apaixone-se. De frente para o mar, ajo- elhe-se. Numa festa, grite pelo seu time. Reen- controu um amigo, comemore. Esteja, entregue-se. Se não quiser participar, tudo bem, então fique na sua: na sua casa, no seu canto, na sua respei- tável solidão. Melhor uma ausência honesta do que uma presença desaforada. 26. Marque a alternativa em que não haja uma pre- posição relacional. a) “Eu não assisti ao programa...” b) “O ator fez jus à fama de bad boy..” c) “...responder com generosidade ao que foi pergun- tado...” d) “...podemos prescindir de uma certa performance social.” e) “...fique na sua: na sua casa,..” 27. A frase “Joaquin, uma pena que você não pôde vir esta noite.”, deixa claro que: a) o entrevistado realmente havia faltado ao compro- misso; b) o entrevistado não deu o valor necessário às per- guntas feitas pelo jornalista; c) o entrevistado comportou-se de forma agressiva e indiferente ao que, supõem-se, havia se proposto; d) o entrevistador não fez nenhuma pergunta ao en- trevistado; e) o entrevistador e o entrevistado tinham diferenças de ordem social e política. 28. Leia o fragmento e marque falso ou verdadeiro e depois escolha a alternativa correta: “É bom lem- brar que a maioria das entrevistas não é feita apenas para dar ibope ao programa, e sim para ajudar na divulgação de algum projeto do convi- dado.” I. O segundo verbo do período é sujeito do primeiro. II. A conjunção integrante introduz, nesse fragmento, uma oração subordinada objetiva direta. III. “não é feita” poderia ser substituído por não são feitas sem prejuízo sintático. IV. A última oração do período é uma subordinada adverbial final reduzida de infinitivo. a) I e II são incorretas b) todas estão incorretas c) todas estão corretas d) apenas a I está correta e) só a última está correta 29. No fragmento “Claro que há quem defenda a ati- tude de Phoenix com o argumento da “autentici- dade”, mas existe uma sutil diferença entre ser autêntico e ser grosso.” a) o sujeito do verbo defender é o pronome indefini- do “quem”. b) “de Phoenix” é um adjunto adnominal. c) o sujeito do verbo existir é inexistente. d) a oração introduzida pela conjunção “mas” é uma coordenada adversativa. e) “com o argumento da ‘autenticidade’ é um adjunto adverbial de modo. 1 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 10 Folha Dirigida Testes - Língua Portuguesa 30. As palavras “desrespeito” e “jornalista” perten- cem respectivamente ao seguinte processo de formação de palavras: a) aglutinação e derivação b) sufixação e prefixação c) prefixação e sufixação d) parassíntese e justaposição e) imprópria e regressiva 31. Os dois últimos parágrafos do texto caracteri- zam um texto: a) divinatório b) informativo c) apelativo d) exortativo e) referencial 32. “Pode ser num restaurante ou mesmo na casa de alguém: estão todos confraternizando, menos a “vítima”, que parece ter sido carregada para lá à força. Às vezes, foi mesmo.” Marque a alterna- tiva erra a respeito do fragmento. a) a palavra alguém é acentuada por ser uma oxítona terminada em EM. b) a palavra vítima é acentuada por ser uma proparo- xítona terminada me A c) lá é um monossílabo tônico d) à força e às vezes recebem o acento indicativo de crase pelo mesmo motivo. e) todos é um sujeito determinado representado por um pronome indefinido substantivo 33. Os itens abaixo exemplificam substantivos mas- culinos, exceto: a) eclipse b) lança-perfume c) champanha d) faringe e) telefonema 34. Quando falo de amor, eu me ____ ao amor ao outro, ainda que tu te _____ a Deus. Pode-se preencher corretamente as lacunas na frase acima com: a) rifiro – referes b) refiro – refires c) refiro – refiriste d) refiro – refiras e) refiro – refires 35. Das passagens abaixo, aquela que a preposição de sublinhada não expressa a relação significa- tiva indicada é: a) “...tem que entrar no jogo...”/lugar b) “O jornalista David Letterman recebeu Joaquin Phoenix para uma entrevista.” finalidade c) “ o povo morre de fome.”/causa d) “...a atitude de Phoenix.”/ posse e) “...mesa de jantar... / lugar 36. Assinale a única opção que provoca mudança de sentido, se colocada no lugar a palavra sublinha- da no texto abaixo: Malgrado fosse muito inteligente não se compor- tou bem na entrevista. a) embora b) se bem que c) porquanto d) ainda que e) não obstante 37. Se reescrevermos o segmento “Dentro da igreja, ajoelhe-se. No estádio de futebol, grite pelo seu time. Numa festa, comemore.” Na segunda pes- soa do singular do mesmo modo verbal encontra- ríamos: a) ajoelha-se, grita, comemora b) ajoelhe-se, grite, comemora c) ajoelhai-vos, gritai, comemorai d) não sofreria alteração nenhuma e) não se pode transformar o fragmento para outra pessoa. 38. “Ou faça de outro jeito, se preferir: dentro da igre- ja, escute-O.” o pronome obliquo do fragmento faz referencia a um termo que não está presente no texto mas se pode identificar por isso quanto à coesão é um termo: a) anafórico b) catafórico c) exofórico d) intrafrásico e) dêitico 39. Assinale a alternativa que apresenta uma pala- vra formada pelo mesmo processo que o vocá- bulo em destaque no trecho a seguir: “Não em- barque numa atividade da qual não queira parti- cipar.” a) quente b) recarga c) ataque d) imperfeito e) dengoso 40. Qual das alternativas abaixo apresenta a mes- ma estrutura sintática que se encontra em “Permanece em casa e não aborrece quem está na rua.” a) Joana, funcionária dos Correios, entra em férias hoje. b) O bruxo do Cosme Velho, Machado de Assis, es- creveu Dom Casmurro. c) Meninos, termine logo o seu trabalho. d) Amanhã, o clima deve melhorar. e) Paris, a cidade luz, é muito iluminada. 41. A ambiguidade é um fenômeno da língua que ocor- re quando, a um mesmo enunciado, é possível dar mais de um sentido. Um texto ambíguo é aquele que gera dúvidas, incertezas no seu en- tendimento, pois ele é dúbio. Tendo isso em vista, observe atentamente as frases abaixo. Qual delas apresenta não ambiguidade pela es- trutura do enunciado? a) O homem viu o acidente da janela. b) Oguarda entregou o bandido para o policial ferido. c) As meninas estão com saudade dos pais. d) O rapaz ajudou o menino preocupado. e) A empregada botou as mãos nas cadeiras. 42. A grafia de TODAS as palavras está correta na frase apresentada na alternativa a) A proposta do texto soa estravagante para quem não apreçiar uma vida simples e natural. Testes – Língua Portuguesa Folha Dirigida 11 b) A sugeição a velhas manias impede que se possa adotar comportamentos inovadores. c) A vida displiscente do homem moderno impõe um rítimo insano à rotina urbana. d) A vida mais próxima da Natureza resgata a simpli- cidade, que empecilhos de toda ordem nos impe- dem de desfrutar. e) A vida natural exclue, é obvio, os ítens que enclui- mos no nosso dia-a-dia. 43. Em “Eu não assisti ao programa, mas soube da história.” As palavras destacadas apresentam, respectivamente, um a) dígrafo consonantal , um dígrafo vocálico e um dí- grafo vocálico b) dígrafo vocálico, dígrafo consonantal e um encon- tro vocálico. c) dígrafo consonantal, encontro consonantal e diton- go decrescente. d) encontro consonantal, ditongo nasal e um encon- tro vocálico e) encontro vocálico, encontro consonantal e um dí- grafo consonantal. 44. As palavras abaixo passaram pelo processo de divisão silábica padrão, EXCETO: a) pn-eu b) ab-di-car c) i-guais d) pror-ro-gar e) ra-i-nha 45. “Na vida social neste momento, quem atrapalha vai mal, e quem se comporta com educação vai bem.” Há na passagem acima um(a): a) metonímia b) elipse c) eufemismo d) antítese e) hipérbole PROVA 5 POR QUE O BRASILEIRO NÃO RECLAMA? Na volta para casa, na hora do rush, a barriga de nove meses da operadora de caixa Josy de Souza Santos, de 30 anos, vai espremida entre os passageiros do metrô que liga Brasília a Ceilân- dia, na periferia da capital. Josy, assim como ou- tras gestantes, mulheres com bebê no colo, ido- sas e pessoas com deficiência, tem direito a um assento especial em transporte público. É o que diz a Lei Federal n° 10.048, em vigor desde 2000. No aperto do trem, porém, são poucas as pesso- as que cedem o lugar especial à grávida. Josy não reclama. “Não peço, não gosto de incomodar nem de criar confusão”, diz. Nesse mesmo metrô, até dois anos atrás, o aposentado Antônio Alves Bar- bosa, de 76 anos, queixava-se quando não lhe cediam o espaço reservado para idosos. Depois que um jovem o agrediu verbalmente, desistiu de reclamar. “Ele disse que velho tinha de morrer”, afirma Barbosa. Não se trata de um problema exclusivo do me- trô de Brasília. O brasileiro não tem o hábito de protestar no cotidiano. A corrupção dos políticos, o aumento de impostos, o descaso nos hospitais, as filas imensas nos bancos e a violência diária só levam a população às ruas em circunstâncias excepcionais. Por que isso acontece? A resposta pode estar em um estudo de Fábio Iglesias, dou- tor em Psicologia e pesquisador da Universidade de Brasília, segundo o qual o brasileiro é protago- nista do fenômeno “ignorância pluralista”, que é o comporta- mento que ocorre quando um cidadão age de acordo com aquilo que os outros pensam, e não por aquilo que ele acha correto fazer. Essas pessoas pensam assim: se o outro não faz, por que eu vou fazer? O problema é que, se ninguém diz nada e consequentemente nada é feito, o de- sejo coletivo é sufocado. 46. O título do texto é Por que o brasileiro não recla- ma?; após a leitura, pode-se afirmar que: a) não há resposta para essa pergunta no corpo do texto; b) há várias respostas explicativas do fato, forneci- das por estudiosos; c) as respostas dadas são fruto da experiência pes- soal de alguns brasileiros; d) há somente uma explicação que é dada ao leitor; e) sa resposta está sendo procurada por um pesqui- sador de Brasília. 47. No título do texto aparece o interrogativo por que, grafado em duas palavras; a frase em que a gra- fia desse vocábulo não está de acordo com a norma culta da língua é: a) O brasileiro não reclama por quê? b) O pesquisador quer saber por que o brasileiro não reclama. c) O brasileiro não reclama porque não vê os demais reclamarem. d) A pesquisa vai tentar estudar o porquê de o brasi- leiro não reclamar. e) Tudo isso ocorre por que o governo não faz cum- prir a lei. 48. O texto critica uma característica do povo brasi- leiro, que é o/a: a) passividade; b) ignorância; c) desrespeito; d) displicência; e) agressividade. 49. O caso de Josy de Souza Santos, citado no texto, tem a finalidade de: a) informar o leitor sobre o que acontece no metrô de Brasília; b) criticar a falta de fiscalização nos transportes pú- blicos; c) exemplificar um caso de ausência de reclamação por parte do brasileiro; d) demonstrar a falta de cidadania no brasileiro; e) mostrar como ocorrem injustiças nas classes mais pobres do país. 50. Quando Josy de Souza Santos é citada pela segun- da vez no texto, o autor a trata pelo prenome Josy; quando Antônio Alves Barbosa é citado pela se- gunda vez, é tratado pelo sobrenome Barbosa. Essa diferença de tratamento se deve ao fato de que: a) Antônio é bem mais velho que Josy; 1 5 10 15 20 25 30 35 12 Folha Dirigida Testes - Língua Portuguesa b) as mulheres não são referidas, em geral, pelo sobrenome; c) os prenomes são mais afetivos que os sobreno- mes; d) os sobrenomes, por serem mais formais, inspi- ram mais respeito; e) o sobrenome de Josy é muito comum, enquanto seu nome é original. 51. “Na volta para casa, na hora do rush, a barriga de nove meses da operadora de caixa Josy de Sou- za Santos, de 30 anos, vai espremida entre os passageiros...”; a finalidade textual do segmen- to sublinhado é a de: a) mostrar a irresponsabilidade da operadora de cai- xa; b) indicar a precariedade dos transportes públicos; c) justificar o fato de Josy vir espremida; d) denunciar a falta de responsabilidade dos passa- geiros do metrô; e) destacar a gravidez como um estado que desperta solidariedade. 52. “Na volta para casa, na hora do rush, a barriga de nove meses da operadora de caixa Josy de Sou- za Santos, de 30 anos, vai espremida entre os passageiros do metrô que liga Brasília a Ceilân- dia, na periferia da capital.” Esse primeiro perío- do do texto apresenta uma série de informações implícitas. Entre as alternativas abaixo, aquela que NÃO corresponde a uma informação implíci- ta possível é: a) na expressão “na volta para casa” entende-se que se trata da volta do trabalho; b) a “barriga de nove meses” faz supor que a barriga está em seu ponto máximo; c) a profissão de “operadora de caixa” faz imaginar que Josy ganha pouco; d) ir “espremida entre os passageiros” faz pensar que os vagões são pequenos; e) localizar Ceilândia na “periferia” passa a ideia de ser um bairro pobre. 53. “Gestantes, mulheres com bebê no colo, idosos e pessoas com deficiência têm direito a assento especial em transporte público”; essas pessoas têm esse direito porque: a) apresentam mais dificuldades em manter-se de pé; b) não conseguem caminhar sem apoio; c) merecem respeito pelo que já fizeram pelo país; d) não podem mais cumprir suas tarefas; e) provocam pena no restante da população. 54. “No aperto do trem, porém, são poucas as pes- soas que cedem o lugar especial à grávida”; a frase abaixo que explicita o valor da conjunção porém nesse segmento do texto, é: a) apesar do aperto do trem, poucas pessoas ce- dem o lugar; b) apesar de a lei estar em vigor, poucas pessoas a obedecem; c) apesar de ser um lugar especial, poucas pessoas o ocupam; d) apesar de poucas pessoas cederem o lugar, a grá- vida não reclama; e) apesar de o trem estar apertado, poucas pessoas ajudam as gestantes. 55. Atitudes diferentes de Josy e Antônio aparecem representadas na seguinte oposição de termos: a) “Josynão reclama” / “(Antônio) queixava-se”; b) “poucas pessoas cedem o lugar” / “não lhe cedi- am o espaço reservado”; c) “nem de criar confusão” / “um jovem o agrediu ver- balmente”; d) “não gosto de incomodar” / “desistiu de reclamar”; e) “Não peço” / “velho tinha de morrer”. 56. “Depois que um jovem o agrediu verbalmente, desistiu de reclamar”; a frase em que a nova for- ma de reescrever-se essa mesma frase ALTERA o seu sentido original é: a) Depois que, verbalmente, um jovem o agrediu, desistiu de reclamar; b) Desistiu de reclamar depois que um jovem o agre- diu verbalmente; c) Depois que desistiu de reclamar, um jovem o agre- diu verbalmente; d) Depois que foi agredido verbalmente por um jo- vem, desistiu de reclamar; e) Desistiu de reclamar, depois de ter sido agredido verbalmente por um jovem. 57. “A corrupção dos políticos, o aumento de impos- tos”; no primeiro caso, o termo destacado repre- senta um agente, enquanto o segundo termo des- tacado representa um paciente. A frase em que o termo destacado também é um paciente é: a) metrô de Brasília; b) operadora de caixa; c) passageiros do metrô; d) periferia da capital; e) pesquisador da Universidade. 58. Um texto apresenta muitas vozes; a voz que NÃO está presente no texto é: a) do pesquisador Fábio Iglesias; b) da operadora de caixa Josy; c) do aposentado Antônio; d) do jornalista autor do texto; e) dos idosos e pessoas com deficiência. 59. “Se o outro não faz, porque eu vou fazer?”; a fra- se que não está correta, na repetição da estrutu- ra da frase destacada do texto é: a) Se o outro não vem, por que eu vou vir? - b) Se o outro não provê, por que eu vou provir? c) Se o outro não requer, por que eu vou requerer? d) Se õ outro não é, por que eu vou ser? e) Se o outro não ouve, por que eu vou ouvir? 60. A frase que NÃO apresenta nenhum adjetivo é: a) “tem direito a um assento especial”; b) “em transporte público”; c) “Lei Federal n° 10.048”; d) “espaço reservado para idosos”; e) “o brasileiro não tem o hábito”. 61. No texto aparecem aspas em situações diver- sas; o emprego predominante das aspas no tex- to se deve à(ao): a) reprodução da fala de pessoas; b) destaque de temas importantes; c) cópia de palavras de difícil compreensão; d) necessidade de documentar fatos; e) tentativa de imitar a fala popular. Testes – Língua Portuguesa Folha Dirigida 13 62. “se ninguém diz nada, e consequentemente nada é feito, o desejo coletivo é sufocado”; a frase destacada indica uma: a) causa; b) comparação; c) condição; d) consequência; e) finalidade. 63. A frase que NÃO indica um antônimo adequado do termo destacado: a) “o desejo coletivo é sufocado” / individual; b) “a Lei Federal n° 10.048” / estadual; c) “transporte público” / particular; d) “filas imensas nos bancos” / diminutas; e) “que ele acha correto fazer” / errado. 64. “Esse comportamento quando um cidadão de acordo com aquilo que os outros pensam”; as formas verbais que NÃO substituem de forma adequada as formas verbais destacadas nesse segmento do texto são: a) ocorria/agia; b) ocorreu/agiu; c) vai ocorrer / agir; d) ocorreria/agisse; e) ia ocorrer/tinha agido. 65. “Ele disse que velho tinha de morrer”; a fala do jovem, em discurso direto, é: a) Velho vai ter que morrer! b) Velho teria de morrer! c) Velho terá que morrer! d) Velho tem de morrer! e) Velho teve que morrer! PROVA 6 Leia o texto a seguir e responda às questões de número 66 a 75. NELSON RODRIGUES Há trinta anos, em 21 de dezembro de 1980, morria o grande Nelson Rodrigues. Tenho obses- são por esse autor, em especial por suas crôni- cas. Cheguei a publicar um livro intitulado “A eco- nomia como ela é...” – em alusão e homenagem à famosa série de contos “A vida como ela é...”. Mi- nha cultura literária começa e acaba com Nelson Rodrigues. Foi com ele que aprendi, entre outras coisas, a escrever para um público leigo, não es- pecializado. É muito mais difícil do que talvez pos- sa parecer. Clareza e simplicidade não vêm de graça. “Reclamam que minha linguagem é pobre”, disse Nelson Rodrigues certa vez, “não fazem ideia do esforço que faço para empobrecê-la”. Eis aí uma grande realidade – a espontaneida- de na escrita exige todo um esforço de descons- trução. Todos nós carregamos nas costas não sei quantos vícios de redação, poses, noções de esti- lo, frases prontas ou semiprontas, ideias feitas – ideias pseudossofisticadas, porém feitas, rigoro- samente feitas. O jargão especializado e o lingua- jar obscuro escondem, não raro, a inépcia e a falta de imaginação. Custa muito alcançar, por exemplo, uma escri- ta coloquial e conversar, simplesmente conversar com o leitor. A versão escrita da linguagem falada não é a reprodução pura e simples. É imitação trabalhada, burilada, sutilmente estilizada. A es- pontaneidade precisa, portanto, ser minimamente elaborada. Nada deveria ser improvisado. A pausa é um artifício, um traço dramático. Assim, a hesitação. Assim, a ênfase. Assim, a digressão e a divaga- ção. São recursos que produzem o efeito da au- tenticidade ou da realidade sem serem verdadei- ramente autênticos, espontâneos, reais. Entre o impulso inicial e a publicação cabe todo um cuida- do de rever, repensar, reler, reescrever. Tudo pode ser simples. Mas o escritor, mesmo de modestos artigos de jornal, deve evitar as ar- madilhas da improvisação, da sinceridade, da es- pontaneidade não trabalhada. E fugir do lugar co- mum como da peste. (Paulo Nogueira Batista, Jornal O Globo, 25 de dezembro de 2010, com adaptações) 66. Pode-se afirmar que o tema do texto é: a) uma elegia a Nelson Rodrigues por seu linguajar prolixo b) uma homenagem a Nelson Rodrigues por seu vocabulário rebuscado c) um preito a Nelson Rodrigues por seu estilo deso- jado d) uma ode a Nelson Rodrigues por sua incompará- vel verbosidade e) um louvor a Nelson Rodrigues por sua fluência arcaizante 67. De acordo com o contexto, o adjetivo presente na expressão “público leigo” (L.9) significa: a) católico praticante b) exigente ao extremo c) interessado no caso d) desconhecedor do assunto e) minimamente alfabetizado 68. A linguagem coloquial na versão escrita é resul- tante de: a) frases prontas b) expressões semiprontas c) ideias pseudossofisticadas d) jargão especializado e) esforço de desconstrução 69. De acordo com o último período do segundo pa- rágrafo do texto, “O jargão especializado e o lin- guajar obscuro escondem”: a) a inapetência e a falta de ideias b) a incapacidade e a falta de inventividade c) a inautencidade e a falta de fantasia d) a imaleabilidade e a falta de criatividade e) a inelegibilidade e a falta de imagística 70. “Clareza e simplicidade não vêm de graça.” (L.11- 12) – o verbo vir está incorretamente empregado na frase: a) Ontem vimos à biblioteca estudar. b) Amanhã viremos à biblioteca estudar. c) Hoje talvez venhamos à biblioteca estudar. d) Sempre vínhamos à biblioteca estudar. e) Vimos aqui hoje à biblioteca estudar. 1 5 10 15 20 25 30 35 40 14 Folha Dirigida Testes - Língua Portuguesa 71. “Tenho obsessão por esse autor...” (L.2-3) – está incorretamente grafada a palavra: a) obsedar b) obsessor c) obsecado d) obsessivo e) obsedante 72. A expressão “espontaneidade...elaborada” (L.29- 31) é constituída por palavras semanticamente: a) antônimas b) contraditórias c) polissêmicas d) homônimas e) análogas 73. A expressão “ideias pseudossofisticadas” (L.21) designa ideias: a) absolutamente sofisticadas b) grandemente sofisticadas c) realmente sofisticadas d) falsamente sofisticadas e) psicologicamente sofisticadas 74. “Há trinta anos...” (L.1) – em alguns casos pode- se substituir o verbo haver pelo verbo fazer. A frase em que esse emprego do verbo fazer está correto é: a) Faz mais de trintaanos as obras de Nelson Rodrigues. b) Faz mais de trinta anos as incríveis crônicas de Nelson Rodrigues. c) Fazem mais de trinta anos que Nelson Rodrigues morreu. d) Fazem mais de trinta anos que sou leitor assíduo das obras de Nelson Rodrigues. e) Fazem mais de trinta anos meus estudos acerca da obra de Nelson Rodrigues. 75. No segmento “Foi com ele que aprendi, entre outras coisas, a escrever para um público lei- go...” (L.8/9), substituindo-se a expressão e o ver- bo em destaque, segundo o registro formal da língua, obtém-se: a) Foi por influência dele que me interessei a escre- ver para um público leigo... b) Foi por admiração a ele que dediquei-me em es- crever para um público leigo... c) Foi por dedicação a ele que me decidi por escre- ver para um público leigo... d) Foi por devotamento a ele que convenci-me em escrever para um público leigo... e) Foi por respeito por ele que resolvi a escrever para um público leigo... PROVA 7 Leia o texto a seguir, de Zuenir Ventura, que, convidado a escrever sobre um dos pecados capitais, escolheu a inve- ja. A seguir, responda às questões de número 76 a 85. INVEJA É ABRANGENTE A inveja é o mais abrangente e o mais bem distribuído dos pecados. Homens e mulheres, pobres e ricos, todos têm, ou já tiveram ou vão ter, ainda que não confessem, mesmo porque ela é inconfessável, tanto quanto é democrática e sorrateira. Quando alguém diz que tem inveja de alguém, é mentirinha. Quem tem não confessa. Dizer “mor- ro de inveja de Picasso” é fácil e falso. De quem você tem inveja mesmo é daquele rival ou colega de profissão, bem sucedido, rico e feliz, do qual você diz ser grande admirador. Aliás, a inveja não abole a admiração. Ao contrário, aquela em geral nasce desta. Inveja quase sempre é admiração de mais, é quase apropriação antropofágica do invejado, desejo de sugar, de devorar as virtudes do outro. Insidiosa, dissimulada e insaciável, ela é o mais antigo e o mais atual dos pecados da face da Terra – aliás, da Terra e do Paraíso, já que foi lá onde tudo começou. Lúcifer, como se sabe, teve suas desavenças com o Criador por inveja. Ele é o exem- plo fundador da inveja por complexo de superiori- dade, por achar que era melhor. Nunca se confor- mou de não ter sido o autor do projeto original. A inveja é o pecado mais adequado a um mun- do que estimula a competitividade e a superação. Que diz a todo momento: seja um vencedor, inveje o próximo para superá-lo e, se possível, arrasá-lo. É de se invejar o esforço da pós-modernidade e do neoliberalismo para promover essa revolução de transformar em virtude a inveja. Se conseguir isso, como muitos já acham que se está conseguindo, o até então desprezado Lú- cifer, o invejoso, vai poder reivindicar para si um outro papel na história, já que sempre se opôs ao projeto em vigor, acusando-o de ser um projeto imperfeito, construído às pressas e com graves defeitos de fabricação, como o de atribuir livre ar- bítrio a quem ainda não estava preparado para decidir entre o bem e o mal. O resto será de ma- rketing, mudança de imagem. Seus aliados ale- gam: o problema de Lúcifer é que nunca teve boa imprensa. Por tudo isso, escolhi a inveja como tema. Mas depois de escolher, fiquei morrendo de inveja do Veríssimo, que vai falar da gula, e do Ubaldo, que preferiu a luxúria. É como dizem aqueles adesivos que se usam em carros: A inveja é uma m...” (Zuenir Ventura, Jornal do Brasil, de dezembro de 1996, com adaptações) 76. O título do texto se justifica no segmento: a) “Homens e mulheres, pobres e ricos, todos têm, ou já tiveram ou vão ter...” (L.2/3) b) “Quem tem não confessa.” (L.8) c) “Inveja quase sempre é admiração de mais...” (L.14-15) d) “Nunca se conformou de não ter sido o autor do projeto original.” (L.24-25) e) “O resto será de marketing, mudança de imagem.” (L.41-42) 77. O adjetivo “sorrateira” (L.6), atribuído à inveja está reiterado no emprego das expressões: a) “abrangente” (L.1) e “inconfessável” (L.5) b) “rico e feliz” (L.11) c) “fácil e falso” (L. 9) d) “Insidiosa, dissimulada” (L.18) e) “o mais antigo e o mais atual” (L.18-19) 78. Apresenta contraposição de ideias o segmento: a) “...o mais abrangente e o mais bem distribuído...” (L.1-2) 1 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Testes – Língua Portuguesa Folha Dirigida 15 b) “...é inconfessável, tanto quanto é democrática...” (L.4/5) c) “...é fácil e falso.” (L.9) d) “...bem sucedido, rico e feliz...” (L.11) e) “...o mais antigo e o mais atual dos pecados...” (L.19-20) 79. A declaração feita pelo autor no 2º período do último parágrafo do texto, ao referir-se aos cole- gas de profissão, de acordo com o contexto, cons- titui: a) uma inverdade b) uma disposição c) uma verdade d) um desejo e) uma realidade 80. “Aliás, a inveja não abole a admiração” (L.12-13) – a ideia contida nessa frase encontra identida- de semântica na frase: a) A inveja prescinde de admiração. b) A inveja contesta a admiração. c) A inveja contradiz a admiração. d) A inveja corrobora a admiração. e) A inveja transgride a admiração. 81. A referência a “livre arbítrio” (L.39-40) está rela- cionada à ideia contida no segmento: a) “esforço da pós-modernidade” (L.30) b) “transformar em virtude a inveja” (L.32) c) “outro papel na história” (L.36) d) “decidir entre o bem e o mal” (L.41) e) “marketing, mudança de imagem” (L.42) 82. O pronome adjetivo presente em “Seus aliados alegam...” (L.42-43) tem como referente: a) “Criador” (L.22) b) “autor do projeto” (L.25) c) “um vencedor” (L.28) d) “o próximo” (L.29) e) “Lúcifer” (L.43) 83. No texto, considerando a coesão e a coerência entre os parágrafos, retoma o anterior, por meio da introdução de uma hipótese, o parágrafo: a) 2º d) 5º b) 3º e) 6º c) 4º 84. Ao passar os verbos do segmento “seja um ven- cedor, inveje o próximo” (L.28-29) para a 2ª pes- soa do singular, sem alterar o tempo e o modo verbais, obtém-se: a) sejas um vencedor, invejes o próximo b) sede um vencedor, invejai o próximo c) sê um vencedor, inveja o próximo d) és um vencedor, invejas o próximo e) seje um vencedor, inveje o próximo 85. A oração “...do qual você diz ser grande admira- dor.” (L. 12-13) poderia ser reescrita, sem prejuí- zo da regência gramatical, do seguinte modo: a) a quem você diz se retratar b) em quem você diz se espelhar c) para quem você diz se mirar d) com quem você diz se pautar e) por quem você diz se identificar PROVA 8 - ANATEL / CESPE De acordo com o comando a que cada um dos itens de 86 a 95 se refira, marque, para cada item: o campo designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou o campo designado com o código E, caso julgue o item ERRADO. IOLANDAS E COPOLAS Quando eu era guria, adorava novela, mas aos poucos fui abandonando o vício e hoje assisto apenas a uma ou outra, sem fissura. Mas esses capítulos finais de “A favorita” estão me deixando presa em frente à tevê, seja pelo desempenho magnético de Patrícia Pillar, seja pelas situações bizarras que sempre acontecem quando o final de uma novela se aproxima. Vira o samba do crioulo doido. E, por isso mesmo, fica mais divertido. Mas não é sobre os absurdos da trama central que quero falar, e sim sobre um núcleo bem me- nos ruidoso e mais realista. É o que envolve o ca- sal Copola e Iolanda, vividos pelos excelentes Tar- císio Meira e Suzana Faini. São dois coadjuvantes de luxo que não têm o que fazer em cena, a não ser demonstrar, com muita sutileza, a importância da sintonia para a felicidade de um casal. Copola, apesar do jeito rústico, é um homem que gosta de livros, que se emociona com músi- ca, que sabe apreciar arquitetura histórica, que dá o devido valor à arte. O resultado disso é que se tornou um homem com uma sensibilidade refina- da e um olhar abrangente para a vida. Se senteconfortável em qualquer ambiente porque sabe que o dinheiro não torna ninguém melhor do que os outros: ele é um cidadão que mergulhou no mundo sem sair da sua aldeia, portanto transita em qualquer meio com a segurança de quem fez das emoções o seu código de conduta. Sua mulher, ao contrário, não compreende onde está o mérito de se entregar à contemplação do que lhe parece tão abstrato. Ela dedica sua vida à cozinha e à limpeza da casa. Só lhe interessa o que é prático. Não se desloca um milímetro do lugar- comum, é a embaixatriz do trivial. Dá a impressão de que a rotina escravizante é que lhe deixou assim amarga, mas essa escravidão não foi imposta pe- las paredes do seu castelinho de alvenaria: ela se deixou enclausurar pela ignorância. Tornou-se ob- tusa por não desenvolver a paixão pela vida, e per- deu ambas: a vida e sua paixão. Às vezes as pessoas me perguntam: por que os casamentos terminam tão cedo hoje em dia? Não terminam mais cedo hoje. É que antes o ca- sal não se separava porque a mulher não tinha como se sustentar, e isso dava a falsa impressão de que eram casais longevos. O casamento aca- bava, mas o convívio prosseguia. Mais do que a separação de corpos, o que pode dar fim a um amor é o distanciamento de percepções: um en- xerga o mundo em cores, o outro em preto-e-bran- co. Um percebe a delicadeza e a profundidade de tudo o que existe, o outro não consegue ir além da superfície. Pode um casal ser mais desunido do que aquele que, olhando na mesma direção, não consegue enxergar a mesma coisa? Temperamentos antagônicos apimentam uma relação, dão graça ao embate, mas a falta absolu- 1 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 16 Folha Dirigida Testes - Língua Portuguesa ta de afinidades emocionais e intelectuais torna a convivência desértica e sem comunicação. Sen- tir o mundo de forma parecida é o que formata uma dupla. Copola e lolanda não se traem, não se espancam, não brigam nem reatam mil vezes, não é o protótipo do casal de novela e não faz a mínima diferença se ficarão juntos no final. Nun- ca estiveram. (Martha Medeiros – Revista de Domingo – 11/01/2009) A partir das ideias expressas no texto acima, julgue os itens que se seguem. 86. A escritora Martha Medeiros, por sua posição de literata, não assiste mais às novelas; abandonou o vício por discordar da profunda incoerência apre- sentada frequentemente nos finais da trama. 87. Apenas se houver identidade absoluta entre os temperamentos do casal, os casamentos pode- rão preservar longevidade. 88. Sobre o fragmento “Quando eu era guria, adora- va novela, mas aos poucos fui abandonando o vício e hoje assisto apenas a uma ou outra, sem fissura.” , é correto afirmar que o emprego das duas primeiras vírgulas justifica-se pelo mesmo motivo gramatical. 89. O emprego do verbo “assistir” em “...hoje assis- to apenas a uma ou outra...” estaria incorreto se não houvesse a preposição “a”. 90. “Copola, apesar do jeito rústico, é um homem que gosta de livros, que se emociona com músi- ca, que sabe apreciar arquitetura histórica, que dá o devido valor à arte.” Esse período é com- posto por subordinação e todas as orações são adjetivas com o mesmo sujeito representado por um termo anafórico. 91. O acento indicativo de crase seria mantido caso substituíssemos “... que dá o devido valor à arte.” por que valoriza à arte”. 92. “Se sente confortável em qualquer ambiente porque sabe que o dinheiro não torna ninguém melhor do que os outros:..” É facultativa a prócli- se no início do período, logo nesse caso estaria igualmente correto Sente-se confortável... 93. “... e isso dava a falsa impressão de que eram casais longevos.” O termo em destaque é um elemento de coesão referencial e está fazendo alusão à pouca durabilidade do casamento. 94. “Mais do que a separação de corpos, o que pode dar fim a um amor é o distanciamento de percepções...” As palavras troco, forno e socorro são pluralizadas da mesma forma que a palavra destacada. 95. “Temperamentos antagônicos apimentam uma relação, dão graça ao embate, mas a falta abso- luta de afinidades emocionais e intelectuais tor- na a convivência desértica e sem comunicação.” Pode-se encontrar no período palavras empre- gadas no sentido conotativo. PROVA 9 AUDITOR FISCAL DO TRABALHO / MODELO ESAF Leia o seguinte texto para responder às questões de 96 a 98. Os pais precisariam manter certos valores bási- cos que servem como modelo para seus filhos. É preciso transmitir a estes maior noção de responsa- bilidade e também mostrar-lhes que é possível eles próprios, com os mecanismos de que dispõem, mu- darem algumas coisas. 96. De acordo com o autor do texto: a) filhos que não são responsáveis perturbam os valores básicos que os pais tentam transmitir-lhes. b) pais que não servem como modelos para seus filhos não mudam nada em sua própria vida, nem na deles. c) Para que os filhos mudem, é preciso que primeiro mudem seus pais. d) os filhos podem absorver certos valores, que lhes serão úteis para encontrar seu próprio caminho. e) os filhos só podem mudar alguma coisa na vida se aprenderem com a experiência dos pais. sua vida 97. Considerando o texto, marque falso ou verdadei- ro para as afirmativas e depois indique a correta opção: ( ) os três pronomes do primeiro período apresen- tam o mesmo valor e a mesma função sintática. ( ) há um elemento de coesão sequencial no primei- ro período que desempenha a função sintática de objeto direto. ( ) a primeira oração reduzida do segundo período é classificada como subjetiva. ( ) os anafóricos lhes e estes fazem referência ao mesmo termo. a) V – V – V – V b) F – F – V – V c) F – F – F – F d) V – V – F – F e) V – F – F – F 98. “É preciso transmitir a estes maior noção de res- ponsabilidade e também mostrar-lhes que é pos- sível ...” Substituindo, no período acima, as orações re- duzidas pelas desenvolvidas correspondentes tem-se: a) É preciso que transmitam a estes maior noção de responsabilidade e também, mostrar-lhes que é possível....” b) É preciso a transmissão de maior noção de res- ponsabilidade a estes e também que se mostre a eles que é possível...” c) É preciso que se transmitam a estes maior noção de responsabilidade e também que se mostre a eles que é possível...” d) É preciso que se transmitam a estes maior noção de responsabilidade e também mostrar a eles que é possível...” e) É preciso transmitir a estes maior noção de res- ponsabilidade e também mostrar a eles que é possível...” 60 65 Testes – Língua Portuguesa Folha Dirigida 17 Leia o texto e responda às questões 99 e 100. “A solução para a violência institucionalizada é a erradicação da miséria, um dos objetivos fundamen- tais da República, conforme preconiza a Constituição Federal. Não se concebe, também, a ausência de in- vestimentos pesados na educação e saúde públicas”. 99. Em relação aos elementos do texto, assinale a opção correta. a) A expressão “institucionalizada” significa sacrali- zada por uma instituição. b) A expressão “Não se concebe” poderia ser substi- tuída, sem alteração de sentido, por Não perce- bem-se. c) A palavra “erradicação” significa divulgação. d) A palavra “preconiza” não pode ser substituída por apregoar, pois altera significativamente o sentido do período. e) As palavras “saúde” e “pública” recebem acento com base na mesma regra de acentuação orto- gráfica. 100.Julgue os itens a respeito do emprego das es- truturas do texto e marque, a seguir, a opção correta. I. “A solução para a violência institucionalizada é a er- radicação da miséria...” poderia ser substituída sem prejuízo de compreensão por “Erradicar a miséria é a solução para a violência institucionalizada”. II. De acordo com a norma culta o plural de “Não se concebe, também, a ausênciade investimentos pesados na educação e saúde publicas” deve manter o verbo conceber no singular. III. Com base nas regras de concordância nominal o adjetivo “públicas” poderia também estar no sin- gular concordando atrativamente com o substanti- vo “saúde”. IV. As ocorrências da preposição de em “da miséria” e “da República” se justificam por serem relacio- nais em ambos os casos. a) Todos os itens estão corretos. b) Apenas I e II estão corretos c) Apenas I e III está correto. d) Apenas III e IV estão corretos. e) Apenas IV está correto 101. Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os e, em seguida, assinale a sequência correta correspondente. ( ) E a troca de informações entre Daniel e Pedro, ambos com 12 anos, é um exemplo do que acon- tece hoje nos lares invadidos pela maior mania digital do momento. ( ) Para quem não tem filhos adolescentes e não lida com o comunicador instantâneo Messenger, mais conhecido como MSN, o diálogo entre dois ado- lescentes pode parecer conversa de índio ou dia- leto neolatino. ( ) Há quem afirme que é melhor escrever dessa maneira do que não escrever, pelo menos os jo- vens estão mais próximos da Língua do que já estiveram antes. ( ) Segundo eles, até mesmo as crianças recém-al- fabetizadas já estão se comunicando através do MSN, alcançadas pela velocidade espantosa do mundo informatizado. ( ) Mesmo assim os pedagogos acreditam que esta linguagem corriqueira pode entrar em choque com o processo educacional desenvolvido na escola. a) 2 – 1 – 3 – 5 – 4 b) 1 – 2 – 3 – 5 – 4 c) 2 – 3 – 4 – 5 – 1 d) 2 – 1 – 5 – 4 – 3 e) 4 – 5 – 3 – 1 – 2 102. Assinale o trecho em que na transcrição, foi co- metido um erro ortográfico. a) As dificuldades da vida estão diretamente relacio- nadas à disposição que cada um possui para en- carar as vicissitudes que aparecem durante a ca- minhada da existência humana. b) Há, hoje em dia uma grande preocupação com a educação dispensada às crianças especiais uma vez que inseridas no contexto das escolas tradici- onais sabe-se que o desenvolvimento se dá de forma mais eficaz e natural. c) Sabemos que o assodamento imprimido no dia- a-dia das pessoas é um dos mais graves causa- dores do estresse o que pode levar a esgotamen- to físico e mental irreversíveis. d) Todo ser humano ir ascível pode ser um sério candidato às doenças do coração, pois o nível de tensão é assustadoramente mais elevado do que daqueles que conseguem manter a calma. e) Aqueles que desejam seguir a carreira militar, a fim de defender verdadeiramente a população, de ser uma pessoa intimorata. 103. Considere as três afirmações abaixo sobre as palavras revólver, até, amém. I. São acentuadas, respectivamente, pelo mesmo motivo que câncer, balaústre e parabéns. II. Se fossem escritas sem acento, corresponderiam a formas verbais existentes na Língua Portuguesa. III. Se flexionada no plural, “revólver” continuaria sen- do acentuada pela mesma regra segundo a que recebeu acento no singular. IV. Se grafada sem acento “até” pode ser uma prepo- sição ou uma palavra denotativa de inclusão. a) V – V – V – F b) F – V – F – F c) F – F – V – F d) V – V – V – V e) V – F – V – F 104. Em qual das frases a lacuna poderia ser adequa- damente preenchida pelo pronome relativo cujo ou suas variantes de gênero e número? a) A polícia __________ a ação repressiva é frequen- temente criticada, não pode agir sozinha na ques- tão da segurança publica. b) Alguns métodos de educação _______ filosofia muitos de nós dependemos, tem dado bons re- sultados em outros países. c) O sistema educacional brasileiro ___________ o objetivo é desconhecido, tem deixado muito a de- sejar nos últimos anos. d) A sociedade, ____________ formação participa- mos, depende muito da colaboração de todos in- teressados no crescimento do país. e) O analfabetismo, ___________ altas taxas tanto nos apavoram, é uma preocupação de todos os profissionais da educação. 18 Folha Dirigida Testes - Língua Portuguesa 105. Marque a alternativa cujo fragmento está grama- ticalmente correto. a) “Desde a idade de seis anos eu tinha mania de desenhar a forma dos objetos. Por volta dos cinco- enta havia publicado uma infinidade de desenhos, mas tudo o que produzi antes dos sessenta não devem ser levados em conta”. b) As pessoas que convivi durante toda a minha exis- tência foram muito importantes para mim estrutu- rar minha personalidade. c) As grandes inimizades contra cujas presenças lu- tei, de certa forma, também foram importantes para que eu pudesse discernir o que é certo e o que é errado na minha vida. d) Com os problemas resolvidos e os filhos criados, tem fim todos os conflitos que uma mulher convive até que todos estejam encaminhados na vida e com a personalidade formada. e) Durante a reunião familiar que planejaram há mui- to tempo, fizeram alusão à fotografia e álbuns dos casamentos dos que ainda mantinham uma vida em comum. 106. Analise os fragmentos abaixo em relação à cor- reção gramatical. I. Um grupo de amigos que se reune regularmente é muito saudável para a preservação do que se constrói no que se refere a relacionamento hu- mano. II. A manutenção da amizade se faz quando as pes- soas queridas se encontram para trocar experiên- cias e relembrar o que viveram no passado. III. As pessoas que mantém um relacionamento sau- dável e que sabem conservar amizades, certamen- te, tem muitas histórias para contar. IV. Neste século estamos assistindo a uma inversão de valores entre o poder do Estado e a população que necessita de segurança. Estão gramaticalmente corretos apenas os itens a) I e II d) III e IV b) II e III e) I e IV c) II e IV 107. Para que o texto abaixo esteja de acordo com a norma padrão é necessário substituir Pensar a respeito do futuro dos valores morais faz sentido se estipulemos o valor que cada cidadão de- sempenha na comunidade em que vivem. É importante que cada um tenha a certeza do que pretendem para a formação de uma sociedade justa e igualitária. a) respeito por à respeito b) estipulemos por estipularmos c) em que vivem por que vivem d) tenha a certeza por cientifique-se e) igualitária por igualitária 108. Marque o segmento dos fragmentos transcritos do livro de Lya Luft - com adaptações - que apre- senta total correção das regras de pontuação. a) “...como símbolos desse quadro temos nossos lados negativos que nos prendem, no medo e na acomodação; mas também desejamos a clarida- de e o crescimento pessoal”. b) “Quando eu era menina, certo dia, num almoço, fi- quei observando a família à mesa, e aquelas pes- soas tão conhecidas me pareceram estranhas”. c) “O ócio, é uma possibilidade infinita de ser explo- rada, por aqueles que não gostam da vida”. d) “Para viver de verdade pensando, e repensando, a existência para que, ela valha a pena é preciso ser amado”. e) “Mãe que igreja, é essa?” Nas questões 109 e 110, baseadas em parágrafos de texto de Stefhan Kanitz, marque o enunciado que não é verdadeiro. 109. No passado, para garantir o sucesso de um filho ou de uma filha, bastava conseguir que eles ti- rassem um diploma de curso superior. Uma vez formados, seriam automaticamente chamados de “doutor” e teriam um salário de classe média pra o resto da vida. De uns anos para cá, essa fórmula não funciona mais. Quem quiser garan- tir o futuro dos filhos, além do curso superior, terá de lhes arrumar um capital inicial. Esse ca- pital deverá ser suficiente para o investimento que gerará um emprego para seu filho. a) a forma verbal “tirasse” poderia ser substituída sem prejuízo de compreensão por obtivessem. b) A oração “...essa fórmula não funciona mais”. equi- vale a essa fórmula não é mais eficaz. c) A palavra “automaticamente” poderia vir isolada por vírgulas. d) “ou” elemento de coesãosequencial tem valor aditivo no primeiro período do fragmento. e) Em “...terá de lhes arrumar um capital...” o prono- me lhe poderia ser trocado pelo pronome oblíquo o se a frase fosse reescrita da seguinte forma “...terá de arrumá-lo um capital...”. 110. Os americanos ganham oito vezes mais que os brasileiros não porque trabalham oito vezes mais, mas porque investem muito mais em estoque, máquinas e equipamentos, aumentando brutal- mente a produtividade de seus filhos. a) De acordo com o texto, a remuneração de qual- quer individuo, nos Estados Unidos, varia propor- cionalmente aos seus próprios investimentos in- dividuais. b) A relação entre os salários dos norte-americanos e o dos brasileiros pode ser descrita pelo adjetivo “óctupla”. c) A conjunção adversativa “mas” poderia, sem prejuí- zo da coerência do texto, ser substituída por “e sim”. d) O pronome possessivo “seus” é um termo catafó- rico de “americanos”. e) Em “...oito vezes mais que...” a expressão poderia ser substituída por “...oito vezes mais do que...” 111. Assinale a opção que preenche adequadamente as lacunas do texto abaixo. A nova pedagogia aplicada no Brasil contribuiu para ____ melhoria do processo educacional _____ muito abandonado pelas autoridades competen- tes. _____ medida que a criança é mais bem aten- dida, os resultados obtidos são visíveis e assim não ficam mais expostas _____ discriminações tão cruéis que _____ sociedade determina. a) a / há / a / a / a Testes – Língua Portuguesa Folha Dirigida 19 b) a / há / à / às / a c) a / a / à / a / a d) a / à / à / às / a e) à / há / a / às / a Nas questões 112 e 113, marque o segmento do frag- mento que não contém ERRO de estruturação sintática. 112. a) Estas são as crianças das quais me responsabi- lizo durante a excursão que faremos a Ouro Preto. b) Conversamos, durante toda noite, das 8h às 22 horas, acerca de política educacional. c) No momento que escrevo esta questão, o índice de desemprego está ao redor de 50% nas cama- das mais desfavorecidas. d) O professor procedeu a leitura das notas de Portu- guês logo depois que os candidatos entregaram seus gabaritos. e) Os professores que demonstram afeição por seus alunos podem dizer que lhes querem muito. 113. a) É necessário, depois de tantos estudos, a divul- gação dos resultados das pesquisas realizadas com crianças especiais que estudam em escolas da rede particular de ensino. b) Anunciou-se, ontem através dos meios de comu- nicação, os atos violentos que estão tomando conta de todo o país e que as autoridades compe- tentes não estão conseguindo controlar. c) Embora a educação é uma preocupação visível de todos, nada é feito para que essa situação seja resolvida. d) Jamais se escolheram com consciência os diri- gentes do nosso país uma vez que o povo é mise- rável e facilmente levado por falsas promessas. e) Necessitam-se, urgentemente de pessoas capa- citadas para tomar as rédeas do nosso país no que se refere à educação infantil. 114. Marque a alternativa que apresenta ERRO de con- cordância e ortografia. a) Há cerca de trezentas pessoas esperando para serem atendidas pelo Instituto de Ortopedia e Trau- matologia no Estado do Rio de Janeiro. b) Os milhões de mulheres que assistiram ao filme- doumentário sobre Vinícius de Moraes saíram dos cinemas bastante emocionadas. c) Ao sair de casa, a mulher não tinha certeza de ter desligado o ferro que usara para alisar a roupa do marido e por descargo de consciência voltou para certificar-se de que estava tudo bem. d) As atitudes dos filhos revoltados são tal qual as ações que observam em pais desestruturados. e) Mais de 1,4 milhão de crianças que estão na rua são desassistidas por pais que não têm condições emocionais para criá-las com carinho e atenção. 115. Em relação ao texto, assinale a opção INCORRETA. Ao contrário da generalização teórica de que mercados tendem a um equilíbrio entre procura e oferta, a partir do qual todos os agentes teriam ape- nas de reiterar a mesma conduta para continuar participando da divisão social do trabalho, a reali- dade histórica indica que os mercados apenas passam de um desequilíbrio a outro, em função de fatores naturais e sociais – quantidade de chu- va e sol, guerras, expedições, invenções etc. – que afetam a posição relativa de cada agente, benefi- ciando a alguns e arruinando outros. a) A expressão “do qual” está sintaticamente articu- lada e refere-se a “contrário”. b) A palavra “reiterar” está sendo empregada com o sentido equivalente ao de repetir, iterar. c) A preposição “a” em “a outro” pode ser, sem preju- ízo para a correção do período, substituída pela preposição para. d) Os travessões que isolam exemplos podem ser substituídos por parênteses sem alterar a coerên- cia e a correção do período. e) após o segundo travessão, inicia-se uma oração de valor restritivo. PROVA 10 QUESTÕES / CESGRANRIO As questões de números 116 a 118 referem-se ao texto que segue. Para respondê-las, leia-o com cuidado. É mais ou menos consensual que o país preci- sa de uma reforma tributária, mas o acordo se des- faz quando ela começa a ser concretamente deba- tida. Aliás, é exagero dizer que haja um debate em curso. Os interesses falam mais alto e, até o pre- sente momento, foram capazes de manter a refor- ma no limbo das intenções sempre reiteradas e nunca realizadas. Nesse contexto de falta de definição, em tudo agravado pela prioridade óbvia da crise financeira, vez por outra surgem ideias dignas de nota. Uma delas foi apresentada pelo diretor da Agência Na- cional de Petróleo (ANP), David Zylbersztajn: uma sobretaxa para combustíveis. À primeira vista, parece apenas mais um ônus sobre os contribuintes e a atividade econômica. E seria mesmo, caso a medida viesse isolada, como mais um artifício para aumentar a arreca- dação – algo inaceitável. Não é com tal feitio que esse tributo vem sendo discutido em países desenvolvidos, em que é en- carado como instrumento econômico para obter a redução na emissão de poluentes. A ideia foi apoi- ada por 2 500 economistas dos EUA, liderados por dois prêmios Nobel e uma estrela do brilho de Paul Krugman. 116. Resume-se corretamente o assunto central do texto em: a) No contexto indefinido da crise financeira, a falta de debates voltados para nossa reforma tributária im- pede que sigamos a lição dos economistas dos EUA. b) Não é com medidas onerosas, como a da sobre- tributação dos combustíveis, que se vai amenizar esta óbvia crise financeira ou mesmo o nível de poluição ambiental. c) Pode ser oportuna para o país a sobretaxa para combustíveis, medida que os países desenvolvi- dos vêm discutindo como instrumento para a re- dução da emissão de poluentes. d) O diretor da ANP, seguindo o caminho dos econo- mistas dos EUA, estuda medidas que tragam efe- tiva redução nos impostos que assolam também o nosso país. 1 5 10 15 20 25 20 Folha Dirigida Testes - Língua Portuguesa e) Em meio aos debates sobre a crise financeira, são oportunas as medidas, anunciadas por Paul Krug- man e muitos outros economistas, relativas à nos- sa reforma tributária. 117. Considere as seguintes afirmações: I. A crise financeira tornou-se um assunto mais pre- ocupante do que a necessidade de uma reforma tributária. II. Uma sobretaxa para combustíveis, além de colo- car em debate a reforma tributária, é atraente por seus efeitos ecológicos. III. Será onerosa, e talvez inócua, a medida do diretor da ANP, que visa a reduzir a emissão de poluentes. Está correto, em relação ao texto, o que vem afir- mado em a) I, II e III. d) II e III, apenas. b) I e II, apenas. e) II, apenas. c) I e III, apenas. 118. Indique a alternativa em que, considerado o con- texto, se traduz corretamente o sentido de uma expressão do texto.
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