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FERREIRA - ATHENEU FER-11 - 3ª Prova 26/08/99 ABREU’S SYSTEM e-mail: abreussystem@uol.com.br INTRODUÇÃO Devido ao comprometimento sistêmico de pratica- mente todas as colagenoses, o médico deve ter em men- te a necessidade de pesquisar o possível envolvimento cardiovascular, pois implica decorrências prognósticas e terapêuticas. Com o advento de métodos mais sen- síveis e específicos para o diagnóstico das doenças car- diovasculares, o comprometimento dessas estruturas pode ser detectado mais precocemente, modificando, com freqüência as diretrizes diagnósticas e terapêuticas da grande maioria dos casos. Além disso, com este avanço tecnológico, verificou-se que a prevalência do envolvimento cardíaco é muito maior do que a estima- da no passado. LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença crônica inflamatória do tecido conectivo, em que o principal mecanismo é o depósito de imunecomplexos nas paredes dos vasos de pequeno e médio calibres e conseqüentemente as vasculites1. A incidência de manifestações cardíacas é variável de acordo com a metodologia utilizada, sendo que após o advento da ecocardiografia transesofágica verifi- cou-se que as anormalidades são mais freqüentes do que se acreditava, sendo ainda o comprometimento cardíaco mais prevalente em achados de necrópsia. A pericardite é o achado mais comum, aparecendo em torno de 30% dos pacientes com a doença sistêmica em atividade. Raramente ocorrem grandes derrames ou tamponamento. Às vezes pode ser a primeira manifes- tação da doença. Freqüentemente o quadro é assinto- mático, porém a apresentação clássica de dor precordi- al, atrito pericárdico e alterações eletrocardiográficas podem estar presentes. Na análise anatomopatológica, o líquido é em geral um exsudato, com complemento baixo. Ocorre inflamação aguda, que evolui em alguns casos para a fibrose pericárdica, onde o substrato bási- co é a vasculite2. A miocardite clínica ocorre em 10% dos pacientes, porém em achados de necrópsia, em torno de 40%3. A principal causa etiológica são as vasculites de peque- nos vasos miocárdicos. Bidani e col. encontraram de- pósitos de imunecomplexos em vasos miocárdicos nos casos de miocardite, arrolando-os como causa da injú- ria4. Acredita-se também que a miocardite lúpica seja moléstia de manifestação múltipla, na qual fatores agravantes como anemia, insuficiência renal, hiperten- são arterial sistêmica e valvopatias devam ser conside- rados. Nas biópsias miocárdicas há infiltrado linfocitá- rio no interstício e áreas de fibrose ao redor dos vasos5. Aendocardite característica do LES foi descrita em 1924 por Libman-Sacks, e está presente em 50% dos pacientes; porém, as manifestações clínicas de disfun- ção valvar são raras. São vegetações verrugosas de 3 a 4mm de tamanho, mais freqüentes no folheto posterior da valva mitral. As principais manifestações decorren- tes destas lesões valvares são a insuficiência mitral e insuficiência aórtica. Raramente ocorre estenose valvar ou embolizações sistêmicas6. Outras causas de disfun- ção valvar são as valvulites, vasculites no tecido valvar, trombos e calcificações7-8 (Fig. 11.1). Pacientes com associação da síndrome antifosfolí- pides com o LES têm grande envolvimento valvar com espessamento, além das vegetações não bacterianas. As disfunções são freqüentes9. Esta síndrome é carac- 281 11 O Coração e as Colagenoses Rui Póvoa Eliane Focáccia Póvoa daniel © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA. terizada por presença de anticorpos antifosfolípides, tromboses arteriais ou venosas, abortos recorrentes e trombocitopenia10. Neste grupo de pacientes também é freqüente tromboembolismo pulmonar e acidente vas- cular cerebral. Devido à grande quantidade de anticor- pos, ativação das membranas plaquetárias e inibição da atividade da antitrombina III, podem ocorrer trombo- ses em cavidades cardíacas, principalmente se houver alguma lesão preestabelecida11. O manuseio do paciente lúpico com disfunção oro- valvar depende basicamente do comprometimento he- modinâmico. A doença coronária no LES era rara antes do uso de corticosteróides. Nos pacientes tratados por mais de um ano com corticosteróides são encontradas placas de ateromas em 40% dos casos12. Este aumento da atero- gênese está relacionado com hipertensão arterial sistê- mica, hiperlipidemia e sobrevida prolongada devida aos corticosteróides13-14. Outras causas de envolvimento coronário são as ar- terites15, o espasmo e o estado de hipercoagulabilidade secundário aos anticorpos antifosfolípides16. ESCLEROSE SISTÊMICA PROGRESSIVA A esclerose sistêmica progressiva é uma doença do tecido conectivo, caracterizada por inflamação, fibrose e alterações degenerativas acompanhadas por anorma- lidades vasculares na pele e em diversos órgãos inter- nos17. Há dois mecanismos básicos que desencadeiam as lesões. Um é a endarterite proliferativa dos vasos de pequeno e médio calibres, outro é a fibrose maciça e progressiva e de evolução lenta5. A prevalência da doença cardiovascular é variável (20-90%), podendo ser primária ou secundária ao aco- metimento de outros órgãos, como rins e pulmões. Uma porcentagem pequena de pacientes pode cursar assintomática, entretanto a presença de manifestações cardiovasculares é sinal de mau prognóstico. Como a hipertensão pulmonar e arterial sistêmica é freqüente nesta patologia, é difícil de interpretar se as manifestações clínicas do comprometimento cardíaco são de comprometimento primário ou secundário. A patogênese das lesões cardíacas primárias é con- troversa, porque existe a participação do vasoespasmo das artérias coronárias, semelhante ao fenômeno de Raynaud que ocorre nas extremidades dos membros, e o vasoespasmo crônico recorrente, levando a focos de miocardiofibrose. Achados patológicos decorrentes da isquemia prolongada e reperfusão, como a necrose da banda de contração, têm sido encontrados18. Na análise histopatológica as alterações coronárias são mínimas, com hiperplasia intimal concêntrica intramural19. Conforme constatado por Kazzam e col., existe re- lação direta entre os níveis de endotelina-1 e o compro- metimento cardíaco, principalmente hipertrofia ventri- cular, disfunção diastólica e comprometimento da con- tratilidade20. As manifestações clínicas de insuficiência cardía- ca ocorrem em menos de 50% dos pacientes, porém em torno de 80% evidenciam-se em necrópsias alterações fibróticas no miocárdio, em ambos os ventrículos21. Atualmente com as técnicas radioisotópicas pode-se evidenciar disfunção ventricular assintomática em mais de 75% dos pacientes22. A pericardite ocorre em uma minoria dos pacien- tes. Já aqueles com a síndrome CREST (calcinose, Raynaud, disfunção esofágica, esclerodactilia, telean- gectasias) a pericardite é mais freqüente. O eletrocardiograma é anormal na metade dos pa- cientes, sendo descritos uma variedade de arritmias su- pra e ventriculares, bloqueios e hemibloqueios, pa- drões de infarto e alterações da repolarização ventricu- lar de todos os tipos23 (Tabela 11.1). DOENÇA REUMATÓIDE A doença reumatóide é uma doença crônica, relaci- onada a artrite inflamatória crônica, usualmente afetan- do múltiplas articulações com comprometimento sistê- mico variável. 282 FERREIRA - ATHENEU FER-11 - 3ª Prova 26/08/99 ABREU’S SYSTEM e-mail: abreussystem@uol.com.br Fig. 11.1 — Ecocardiograma transesofágico de um paciente com LES, mostrando a endocardite verrucosa de Libman-Sacks, em fo- lheto mitral. daniel © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA. FERREIRA - ATHENEU FER-11 - 3ª Prova 26/08/99 ABREU’S SYSTEM e-mail: abreussystem@uol.com.br As manifestações cardíacas incluem pericardite, doença valvar, miocardite, coronariopatias, distúrbios da condução e hipertensão pulmonar. O pericárdio é o folheto cardíaco o mais afetadopelo processo inflamatório crônico, podendo estar pre- sente de 10% a 50% dos pacientes que vão à necróp- sia24. O aspecto histopatológico é inespecífico com in- filtrado linfoplasmocitário e fibrinoso25-26. É infre- qüente a evolução para a constrição e o tamponamento que ocorrem em menos de 1% dos casos. Porém, no grupo infantil o tamponamento é mais comum27. O envolvimento valvar é pouco freqüente, em tor- no de 3% a 5%. O mecanismo mais comum é a forma- ção de granulomas reumatóides nos folhetos valvares, porém, pode ocorrer inflamação valvar não granuloma- tosa levando a fibrose e espessamento. As valvas mais comprometidas são a mitral e aórtica. São raros os ca- sos em que há comprometimento hemodinâmico28. A miocardite é incomum, e quando ocorre é ines- pecífica apresentando raramente manifestações clíni- cas. No aspecto patológico pode ter envolvimento gra- nulomatoso, infiltrado inflamatório intersticial ines- pecífico. Em alguns pacientes a deposição de substân- cia amilóide pode contribuir para a disfunção cardía- ca29. O envolvimento coronário em geral é restrito aos pequenos vasos intramiocárdicos e em raros casos ocorre vasculite coronária com expressão clínica, situa- ção que deve ser tratada agressivamente29. O envolvimento da aorta ocorre em 5% dos pacien- tes. A aortite em geral acomete mais a íntima, podendo envolver toda sua extensão30. Podem ocorrer diversos graus de bloqueios atrio- ventriculares, hemibloqueios, porém dificilmente há necessidade de estimulação cardíaca artificial31. ARTERITE DE TAKAYASU A arterite de Takayasu é um processo crônico infla- matório não específico, envolvendo aorta, seus ramos e artérias pulmonares, caracterizada por inflamação, fi- brose e estenose de vasos arteriais. Esta vasculite pri- mária não tem etiologia conhecida, sendo mais fre- qüente nas mulheres32. Os dados de necrópsia mostram que o envolvimen- to cardíaco é freqüente. Kinare, em uma série de 58 pa- cientes, encontrou o coração normal somente em 8,7% e 20,5%, respectivamente nos grupos pediátrico e adul- to. O restante dos casos mostrou hipertrofia ventricular esquerda com graus variáveis de dilatação. Lesões obstrutivas na aorta e nas artérias renais es- tavam presentes de 80% a 91,3% dos pacientes. A insuficiência cardíaca congestiva foi muito mais freqüente no grupo pediátrico. Os fatores que contribuí- ram para a disfunção ventricular esquerda foram, prin- cipalmente, hipertensão arterial sistêmica, disfunção valvar, insuficiência coronária e hipertensão pulmo- nar33. No envolvimento coronário é mais comum a doen- ça ostial, ocorrendo em algumas situações o infarto agudo do miocárdio. É estimado em até 25% o envolvi- mento coronário34. As lesões orovalvares são geralmente secundárias à dilatação ventricular, sendo raro o comprometimento devido a doença e, quando presente, expresso mais por insuficiência mitral e/ou aórtica. ESPONDILOARTROPATIAS As espondiloartropatias soronegativas são uma sé- rie de doenças crônicas do tecido conectivo, em que há acometimento da coluna vertebral com rigidez devido ao comprometimento dos ligamentos e em alguns casos 283 Tabela 11.1 Freqüência de Acometimento das Estruturas Cardíacas nas Colagenoses Pericárdio Miocárdio Valvas Coronárias Lúpus eritematoso sistêmico ++++ +++ +++ +++ Esclerose sistêmica progressiva o/+ ++ o/+ o/+ Doença reumatóide +++ o/+ ++ o/+ Arterite de Takayasu o/+ +++ o/+ +++ Espondiloartropatias o/+ o/+ ++ o/+ Dermatopolimiosites +++ ++ o/+ o/+ Poliarterite nodosa o/+ o/+ o/+ +++ o/+ = ausente ou raro ++ = pouco freqüente +++ = freqüente ++++ = muito freqüente daniel © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA. envolvimento das articulações periféricas. Fazem parte deste grupo a espondilite anquilosante, a artrite psoriá- sica, a doença de Reiter e algumas enterocolopatias35. São descritos nestes pacientes lesões em aorta, principalmente dilatação do anel aórtico e insuficiência valvar aórtica. Porém é raro evoluir para disfunção val- var significativa que necessite de troca valvar. Os distúrbios de condução são particularmente co- muns neste grupo de pacientes, chegando a 30%36. Com grande freqüência têm o antígeno HLA-B27 posi- tivos, podendo alguns evoluir para bloqueio atrioven- tricular total, necessitando de estimulação cardíaca ar- tificial. A disfunção miocárdica clínica é rara, porém a me- tade dos pacientes tem algum tipo de disfunção no eco- cardiograma, provavelmente por excesso de tecido co- nectivo no miocárdio37. DERMATOPOLIMIOSITES As dermatopolimiosites são decorrentes de um es- tado inflamatório crônico do tecido conectivo, com manifestações sistêmicas, cutâneas, resultando em fra- queza dos músculos estriados38. As alterações cardíacas mais comuns são altera- ções eletrocardiográficas, principalmente bloqueios de ramo, hemibloqueios, arritmias supra e ventriculares. Estes distúrbios da condução são descritos em 40% dos pacientes39. O envolvimento miocárdico é similar à doença muscular esquelética, podendo desenvolver insuficiên- cia cardíaca congestiva. Porém, freqüentemente a dis- função ventricular é conseqüência da doença ateroscle- rótica relacionada com o uso de corticosteróides e da hipertensão arterial sistêmica40. Na análise histopato- lógica do miocárdio evidenciam-se vacuolização, atro- fia e destruição das fibras cardíacas, com infiltrado in- flamatório linfoplasmocitário perivascular41. A pericardite ou derrames pericárdicos são encon- trados em 25% dos pacientes, sendo mais freqüente nas crianças e naqueles pacientes que têm associado a sín- drome de overlap. Raramente evolui para constrição pericárdica ou tamponamento42. POLIARTERITE NODOSA A poliarterite nodosa é uma vasculite de pequenas e médias artérias, provocando lesões segmentares, com proliferação intimal, necrose fibrinóide, trombose e is- quemia43. O acometimento cardíaco está mais relacio- nado com as arterite coronárias em múltiplos vasos. Em geral o comprometimento se dá nos pequenos va- sos subepicárdicos, porém é bem menos freqüente do observado em vasos de outros órgãos. Atualmente com o tratamento da doença de base com corticosteróides e imunossupressores as lesões cardíacas são bem mais raras, inclusive as formações aneurismáticas decorren- tes do processo inflamatório44. O comprometimento miocárdio é raro e quando ocorre disfunção ventricular em geral é decorrente da hipertensão arterial sistêmica e/ou da insuficiência re- nal. A pericardite é incomum e quando presente está as- sociada com a insuficiência renal45. Porém, em decor- rência da vasculite, podem ocorrer áreas de infarto do miocárdio de tamanhos variáveis. Pacientes com envolvimento cardíaco e renal asso- ciados, têm prognóstico muito reservados, apesar da te- rapêutica adequada46. BIBLIOGRAFIA 1. Condemi JJ. The autoimmune diseases. Jama 268:2882-2892, 1992. 2. Barker RA, Bloom SR, Oakley CM et al. The heart in systemic lupus erythematosus. Br Med J 299:245-247, 1989. 3. Bornstein DG, Fye WB, Arnett FC. The myocarditis of systemic lupus erythematosus: Association with myositis. Ann Inter Med 89:619-624, 1978. 4. Bidani AK, Roberts JL, Schwartz MM et al. Immunopathology of car- diac lesions in fatal systemic lupus erythematosus. Am J Med 69:849-858, 1980. 5. Marques Neto JF. Comprometimento cardíaco em doenças reumáticas auto-imunes. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo, 4:478-483, 1996. 6. Ansari A, Larson PH, Bates BD. Cardiovascular manifestation of systemic lupus erythematosus. Prog Cardiovasc Dis 27:421-434, 1985. 7. Straaton KV, Chatham WW, Reveille JD et al. 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