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O modo de produção flexível e o novo perfil do trabalhador no século XXI_ _ Filosofonet

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25/04/2015 O modo de produção flexível e o novo perfil do trabalhador no século XXI* | Filosofonet
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Filosofonet
Introdução à Filosofia
O modo de produção flexível e o novo perfil
do trabalhador no século XXI*
Posted on 05/09/2013 2
Por Michel Aires de souza
 No início do seculo XX surgiu uma nova dinâmica capitalista, desenvolveu–se a produção em
massa, com enormes fábricas, que produziam de tudo, a custo baixo para uma grande massa de
consumidores. Era uma época de emprego, aumento de renda, direitos sociais e consumo para a
classe trabalhadora. Mas essa dinâmica só se tornou possível a partir de novas estratégias para
controlar os trabalhadores e assegurar a produção e o consumo das mercadorias. Novos
mecanismos de controle dos trabalhadores foram criados para a maximização da produção e do
lucro impulsionado pelo advento da sociedade de massas. O que começou a se difundir foi a teoria
de Frederic Tay lor, engenheiro norte-americano, conhecido como o pai da administração
científica, que procurou racionalizar o controle do tempo e do espaço dentro da fábrica. Tay lor a
partir da observação direta percebeu, no final do século XIX, que os trabalhadores eram
indolentes e faziam corpo mole, e que poderiam produzir muito mais do que produziam. Com isso
ele demonstrou que seria possível div idir as funções e disciplinar o trabalhador. Para se obter um
maior controle do operário ele criou uma burocracia de superv isores, gerentes e chefes que
passariam a controlar a execução das tarefas. Alguns anos depois o industrial Henry Ford
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25/04/2015 O modo de produção flexível e o novo perfil do trabalhador no século XXI* | Filosofonet
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procurou aperfeiçoar as ideias de Friderich Tay lor. Ele criou a linha de montagem e os processos
de trabalho foram semi-automatizados. A criação da linha de montagem levou a uma maior
produção em menos tempo. Todo movimento inútil foi eliminado e toda produção foi
racionalizada. O grande objetivo de Ford era a produção em série de carros modelo T para o
consumo em massa. Em 1912 um único carro era produzido em 12 horas, em 1913 sua fabricação
foi reduzida para 1 hora e 33 minutos. Já em 1920 um carro era produzido em 24 segundos. Ford
prev iu que um dia toda família possuiria um carro e ele estava certo. Seu carro custava apenas 295
dólares e em 1924 ele vendeu dez milhões de automóveis. Ele também instituiu o trabalho de oito
horas e pagava 5 dólares por dia de trabalho. Com isso, o operário tinha mais espaço para a família
e para o lazer.
 Não há dúvida de que com o tay lorismo e o fordismo houve um grande avanço no capitalismo
industrial, uma vez que permitiu consideravelmente aumentar a produtiv idade, reduzindo os
custos de produção e baixando os preços das mercadorias, com aumento significativo dos lucros
dos capitalistas, assim como um maior bem estar dos trabalhadores. “O padrão de produção
fordista, embora não tenha se implantado igualmente em todos os países industrializados, tornou-
se referência ao longo do século XX, como modelo mais adaptado à produção em massa e a esta
nova fase do processo de acumulação capitalista” (RAMALHO, 2010, p. 88).
 Contudo, o modelo fordista começou a declinar no começo da década de 7 0. Naquela época
houve a desregulamentação do sistema monetário internacional. A moeda norte-americana que
era referência para o comércio das economias do ocidente começou a declinar. Os mercados
internos na Europa e no Japão estavam saturados. Houve a diminuição das taxas de lucros
decorrente do excesso de produção e esgotamento da acumulação fordista. Para aumentar a
recessão veio a crise do petróleo que teve seus preços triplicados no mercado internacional,
encarecendo a energia e prejudicando, principalmente, as indústrias de siderurgia, construção
naval e de química pesada. Para complicar a crise, os países da América Latina substituíram suas
políticas de importação por grandes indústrias multinacionais, com grande demanda de mão de
obra barata. A partir disso, a competição internacional se intensificou e a hegemonia dos Estados
Unidos começou a cair. Tornou-se ev idente que o fordismo juntamente com o estado de bem-estar
social (Welfare State) não podiam mais resolver as contradições do capitalismo.David Harvey
(1993) mostrou em seu livro “A condição pós-m oderna” que a crise da década de 7 0 podia ser
mais bem apreendida por uma palavra: rigidez. O problema da rigidez se deu não só nos
investimentos de capital fixo investido em produção em massa, que impediam a flexibilidade de
planejamento, assim como na rigidez dos mercados, na alocação e nos contratos de trabalho. Toda
tentativa para superar essa rigidez era barrada por greves trabalhistas. Com a crise, os
compromissos do Estado se intensificaram cada vez mais com programas assistenciais, mas
 Welfare State não conseguia dar conta de suas demandas. Naquela época as grandes indústrias se
v iram com um excedente de produção, assim como fábricas e equipamentos ociosos num mercado
cada vez mais competitivo. Era uma época de recessão e agravamento da inflação, ou seja, de
estagnação da produção de bens e alta inflação de preços. Foi a partir daí que o sistema capitalista
entrou em um novo ciclo de reestruturação do capital. Começou um período de racionalização e
intensificação do controle do trabalho. A mudança tecnológica, a automação, a busca de novos
produtos e novos mercados, as fusões de empresas, a busca de novos locais onde a mão de obra
era barata tornaram-se necessárias para as grandes corporações. Harvey (1993) chamou essa nova
reestruturação do capital de “acumulação flexível”. É flexível, pois, “(…) se apoia na flexibilidade
dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo.
Caracteriza-se pelo surgimento de setores de produção inteiramente novos, novas maneiras de
fornecimento de serv iços financeiros, novos mercados e, sobretudo, taxas altamente
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intensificadas de inovação comercial, tecnológica e organizacional” (HARVEY , 1993, p. 140).
 A reestruturação produtiva também introduziu novas técnicas gerenciais e administrativas.
Em contraste com a rigidez do fordismo, foi criada no Japão, na empresa Toy ota, um novo método
que se mundializou: a produção flexível. Esse método associava uso intensivo da tecnologia,
terceirização e flexibilidade na produção. Em vez da produção em larga escala criou-se a
produção em pequenos lotes e com produtos variados. Os grandes estoques comuns à produção
fordista deixaram de existir. Surgiu o trabalho por encomenda produzido na hora certa (Just in
time). A empresa produzia somente o necessário de acordo com a demanda do mercado. Uma
grande parte da produção era terceirizada v inda de produtores e fornecedores que eram
responsáveis por sua fabricação. A terceirização eliminou setores da fábrica como ajudou a
diminuir os trabalhadores e foi indispensável para reduzir custos numa época de crise. Outra
característica importante foi o uso de alta tecnologia e de funcionários multifuncionais para
produzir produtos com qualidade total. Se o trabalhador na linha de produção fordista fazia um
trabalho repetitivo, mecânico e especializado, no toy otismo o trabalhador era polivalente, com
múltiplashabilidades e competências. Para criar funcionários multifuncionais o Japão investiu
maciçamente em educação e as empresas investiam na qualificação dos seus funcionários.
 Se na organização fordista o modelo de gestão é verticalizado, pois a administração tem o
controle de todos os setores e departamentos, no toy otista o modelo de gestão é organizado de
forma horizontal uma vez que os trabalhadores têm maior participação no controle da produção
como no processo de gestão dos grupos de trabalho. Segundo Sennet, “as empresas buscaram
eliminar camadas de burocracia, tornar-se organizações mais planas e flexíveis. Em vez das
organizações tipo pirâmide, a administração quer agora pensar nas organizações como redes (…)”
(SENNETT, 2009, p.23).
 Se a reestruturação produtiva foi boa para as empresas, não foi para o trabalhador. Essa
revolução teve grandes consequências para o mercado de trabalho. A reestruturação produtiva
causou a desregulamentação das relações de trabalho aumentando o desemprego, fomentando o
trabalho informal e fazendo surgir relações precárias de trabalho: trabalho temporário, jornada
parcial, terceirização, subcontratação, etc.
 “Diante da forte volatilidade do mercado, do aumento da competição e do estreitamento das
margens de lucro, os patrões tiraram proveito do enfraquecimento do poder sindical e da grande
quantidade de mão de obra excedente (desempregados ou subempregados) para impor regimes de
contrato mais flexíveis (…). Mais importante do que isso é a aparente redução do emprego regular
em favor do crescente uso do trabalho em tempo parcial, temporário ou subcontratado”
(HARVEY , 1993, p.143).
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Com a acumulação flexível nós entramos na era da sociedade
pós-industrial. A sociedade industrial surgiu, grosso modo,
na segunda metade do século XVIII e se estendeu até a
primeira metade do século XX. Com o desenvolv imento das
novas tecnologias da informação, da microeletrônica, da
robotização e da inteligência artificial surgiu a partir da
segunda metade do século XX a sociedade pós-industrial.
Esta sociedade não se fundamenta mais na produção agrícola
(setor primário), nem na industrial (setor secundário), mas
sim no setor de serv iços (setor terciário), que compreende as
ativ idades como comércio, informática, telecomunicações,
educação, saúde e turismo.
 O surgimento do setor de serv iços e de terceirização abriu grandes oportunidades para os
pequenos negócios. A produção doméstica e familiar que existia na época da revolução industrial
começou a voltar como consequência da reestruturação produtiva. Para Harvey (1998) ela
começou a retornar não como algo periférico, mas como peça central da nova organização
industrial. Hoje uma grande parte dos serv iços terceirizados é feito em domicílios familiares ou
pequenas oficinas. Também se tornou comum por parte das grandes empresas empregarem
trabalhadores “informais” e “subterrâneos” sem direitos trabalhistas, que prestam serv iços em
casa. Esse tipo de contratação é bastante comum entre os imigrantes como filipinos e v ietnamitas
em Los Angeles, Boliv ianos em São Paulo e indianos em Londres.
 Segundo o sociólogo especialista em relações do trabalho, José Pastore (2008), ainda hoje o
mundo do trabalho passa por uma enorme revolução. Ele afirma que essa revolução é dev ida a um
profundo processo de mutação pelo qual passam as empresas. Muitas se fundem. Outras se
subdiv idem. Várias entram em ramos novos. Inúmeras adotam novas tecnologias e novos modos
de produzir e vender. Pastore refere-se a sua infância para exemplificar as grandes mudanças que
sofreram as indústrias nos últimos anos. A “General Motors”, por exemplo, ganhava dinheiro
vendendo automóveis. Hoje essa empresa gera uma colossal receita, através de seus bancos,
emprestando dinheiro. A “General Electric” construiu um império mundial vendendo turbinas de
av ião e tomógrafos para hospitais. Hoje ela dá assistência técnica às turbinas e aos tomógrafos. É
uma indústria que fatura prestando serv iços. O “McDonald´s”, conhecida pelos bilhões de
sanduíches que serve, partiu para o ramo hoteleiro usando o seu famoso nome nos campos da
presteza, higiene e automação. Seus hotéis se destinam a executivos que são hóspedes exigentes
nesses três quesitos. Nos dias atuais, já não se sabe a que setor uma empresa pertence. Há
indústrias que entram no campo dos serv iços. Outras entram no campo das finanças. Da mesma
forma, há empresas do comércio que passam a fazer trabalhos industriais como é o caso da
papelaria que, ao adquirir uma máquina Xerox e um computador, passa a funcionar como gráfica.
 O grande problema da reestruturação produtiva são as graves consequências para os
trabalhadores e governos. O desemprego, as relações precária de trabalho, o trabalho informal, a
enorme exigência de qualificação do trabalhador, o enfraquecimento dos sindicatos e das
organizações dos trabalhadores são alguns deles. Com a dispersão do trabalhador em
empreendimentos domésticos, assim como serv iços temporários e subcontratados, tornou quase
impossível à organização da classe trabalhadora. A desestruturação do mercado de trabalha não
só diminui o poder de reiv indicação do trabalhador, mas também desestruturou famílias, produziu
insegurança, e ainda tem gerado problemas sociais, como miséria, fome e v iolência.
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 No modelo de produção fordista o trabalhador é um simples executor de tarefas. Ele executa
tarefas simples, parceladas e repetitivas. Geralmente era treinado em um serv iço especializado
numa determinada etapa da produção. As tarefas eram planejadas e a quantidade de produção era
fixada pela administração. Nesse modelo não se necessitava de homens com sólida formação ou
grandes competências, com exceção da administração, que fazia o trabalho intelectual. Os
funcionários eram escolhidos de acordo com suas aptidões. As qualidades normalmente esperadas
pela empresa eram força física, percepção aguçada, disciplina e obediência. O trabalhador não
precisava ser inteligente ou criativo, mas precisava ser pontual, disciplinado e serv iente. A grande
consequência disso era o embrutecimento, a despersonalização e alienação dos indiv íduos, que
interiormente se sentiam insatisfeitos, tediados e frustrados dev ido a um trabalho mecânico e
repetitivo.
 “A rotina parecia, em todos esses cenários de trabalho, pessoalmente degradante, uma fonte de
ignorância mental — e ignorância de um determinado tipo. O presente imediato pode ser bastante
claro, quando um trabalhador maneja a mesma alavanca ou manivela horas a fio. O que falta ao
trabalhador da rotina é qualquer v isão mais ampla de um futuro diferente, ou o conhecimento de
como fazer a mudança” (SENNETT, 2009, p.49).
 Com o advento do sistema de produção flexível o perfil do trabalhador se modificou. Ele se
tornou multifuncional e polivalente, com uma v isão mais ampla dos vários processos de trabalho,
participando e envolvendo-se em todas as etapas da produção. A execução de tarefas repetitivas,
simplificadas e fragmentadas deixou de existir. Também deixou de existir a separação entre o
trabalho físico e o intelectual. O que começou a se valorizar foi a subjetiv idade do trabalhador.
Devido a uma maior automação e complexidade da produção o trabalhador tornou-se maiscriativo, inteligente, versátil e crítico. Exige-se dele a capacidade de mobilizar saberes,
conhecimentos e esquemas mentais para resolver problemas. Dessa forma ele deve ter
conhecimentos, competências e habilidades diversificadas, e uma sólida formação profissional e
cultural. O trabalho sendo feito em equipes multifuncionais de cooperação mútua propicia uma
maior autonomia para tomada de decisões. Além disso, o conceito de qualidade total torna o
trabalho mais crítico e participativo, com discussões e debates para melhorias no processo de
produção.
 Hoje v ivemos em uma época onde o cenário econômico e empresarial está cada vez mais
acirrado, onde as empresas são cada vez mais competitivas. Com as novas tecnologias e a
exigência de maior criativ idade e inteligência no ambiente de trabalho, os indiv íduos tornaram-se
a pedra angular da reestruturação produtiva. Nesse contexto, as empresas não só buscam uma
maior automação da produção, mas também procuram funcionários mais qualificados. O
trabalhador com maior formação torna o trabalho mais eficaz e produtivo, pois através de suas
atitudes, conhecimentos e habilidades ele sabe pensar e agir melhor.
 Segundo Pastore (2009) a procura por pessoas altamente qualificadas decorre da própria
dinâmica da economia moderna. A economia moderna se baseia em métodos de produção e venda
que requerem um bom domínio de novas máquinas e equipamentos assim como de uma v isão
ampla de processos produtivos que se tornam cada vez mais dependentes de inovações
tecnológicas e um ajuste adequado à questão ambiental. Nos últimos tempos, as novas máquinas e
equipamentos tornaram-se sofisticados, inteligentes e baratos. O uso de sua plena potencialidade,
porém, depende da capacidade dos operadores – os seres humanos. Para tanto, não basta ser
adestrado. É preciso ser educado -, e bem educado.
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 Com as novas tecnologias o trabalho em nossa época tornou-se mais intelectual e criativo. 
Nessa nova dinâmica do capital, o papel do trabalhador é produzir ideias, resolver problemas e
criar soluções. Esse é o novo paradigma para se pensar o trabalho no século XXI. O trabalho
mecânico e repetitivo está sendo abolido e sendo substituído pelo trabalho lúdico, intelectual,
criativo. O trabalhador de hoje deve saber mobilizar esquemas mentais e conhecimentos para
resolver problemas, analisar situações e fazer diagnósticos, trabalhar em equipe e saber proceder
e agir com criativ idade em qualquer situação. Mas sua principal competência deve ser a de
aprender continuamente. O sociólogo italiano Domenico Masi especialista no assunto ilustra bem
como será o trabalho no século XXI: “o trabalho braçal a máquina faz; o mental o computador
realiza; ao ser humano cabe ter ideias e ser criativo”.
 Num futuro bem próximo o termo “home Office” deve tornar-se uma palavra bastante comum.
Trabalhar em casa com um computador deve ser o ambiente de criação e produção. Segundo
Pastore (2007 ), os serv iços que mais se expandem são os de economia intangível, que dependem
muito mais do talento intelectual do que da força física. É intangível, pois os papéis exercidos pelos
empregados e empregadores não são claramente div ididos e identificáveis. Essa é uma tendência
no mundo todo, os profissionais de hoje empenham-se em ativ idades especializadas e atuam como
pessoas jurídicas. Hoje se trabalha como cooperado, por projeto, à distância, como free lancer,
intermitente, colaborativo, etc.
 No mercado de trabalho não há mais lugar para quem não sabe pensar, para quem não gosta de
aprender e estar constantemente atualizado, e para quem não tem flexibilidade para se adaptar a
um ambiente em constante mudança.
Bibliografia
HARVEY , David. Do Fordismo à Acumulação Flexível. In: A condição pósm oderna. São Paulo:
Loy ola, 1993, p. 135-17 6
PASTORE, José. Crescim ento de 6%: e a m ão de obra? Folha de São Paulo, (08/12/2009).
Disponível em < http://www.josepastore.com.br/artigos/ed/ed_045.htm > Acesso em Junho de
2012.
 ________, José. Mudanças nos Cenários das Profissões: Educação e Em pregabilidade.
Palestra realizada no Congresso Brasileiro de Contabilidade, Gramado, (RS), 28/08/2008.
Disponível em < http://www.josepastore.com.br/artigos/em/em_122.htm > Acesso em Junho de
2012.
 ________, José. O pior é a inform alidade. Jornal O Globo, (21/03/2007 ). Disponível em
<http://www.josepastore.com.br/artigos/ti/ti_015.htm > Acesso em Junho de 2012.
 RAMALHO, José. R. T rabalho na Sociedade Contem porâneo. MORAES, Amaury C.
(Coord).Sociologia. Brasilia: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica, 2010, p. 85-
99
SENNET, Richard. A corrosão do caráter: as consequências pessoais do trabalho no
novo capitalism o. Rio de Janeiro: Record, 2009.
* Este texto é parte do Trabalho de Conclusão de Curso de especialização Docente em Sociologia
defendido em 2012 na Universidade de São Paulo.
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