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Emprestimo Compulsorio e Contribuições Sociais STN

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CENTRO PAULA SOUZA – ETEC PROF. ADOLPHO A. MELLO – P. PTE-SP
TÉCNICO EM SERVIÇOS JURÍDICOS 
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL – MÓD. III – 1°.2019
Sara Frankin Oliveira.
Empréstimo Compulsório.
O empréstimo compulsório é espécie de tributo, de competência exclusiva da União, não vinculado à atividade estatal, com destinação específica (o valor arrecadado pelo tributo tem destinação legalmente estabelecida) e restituível, uma vez que o ente arrecadador tem o dever de devolver o valor pago ao contribuinte, cuja criação depende de lei complementar.
Em suma, segundo o artigo 148 da Constituição Federal, o empréstimo compulsório só pode ser aplicado pela União e em situações específicas. Estão previstas na Constituição duas situações: quando o Estado tem despesas acima do previsto causadas por uma calamidade pública ou guerra ou quando é essencial fazer um investimento público urgente e de elevado interesse nacional.
Art. 148 CF/88 
Art. 1° – A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios. [...]
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
I – Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II – No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b.
Art. 15 Código Tributario Nacional – Lei 5172/66 
Art. 15 – Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios:
I - guerra externa, ou sua iminência;
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis;
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.
	
A calamidade do Empréstimo Compulsório decorre de algum fenômeno da natureza, como maremotos, enchentes catastróficas, ciclones, tornados, etc. Deve ser algo fora da normalidade, por isso a seca do sertão nordestino não é suficiente para autorizar a criação do Empréstimo Compulsório por calamidade, por exemplo, já que está dentro da normalidade da região.
Além disso, a calamidade deve ser em âmbito nacional, uma vez que se trata de tributo federal, motivo pelo qual as catástrofes que ocorrem apenas em determinados Municípios ou em certos Estados não são suficientes. Em razão disso nem mesmo o recente rompimento da barragem em Mariana-MG, que atingiu os Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, seria suficiente, pois se trata de uma tragédia regional.
Despesas extraordinárias com guerra externa ou sua ameaça é a segunda hipótese que autoriza a criação do Empréstimo Compulsório. Por guerra externa se entende o conflito internacional armado. Essa hipótese apenas ocorrerá em caso de outro país ameaçar ou declarar guerra contra o Estado brasileiro, pois o Brasil preza pela defesa da paz, o que, em princípio, impossibilita que declaremos ou ameacemos os estrangeiros à guerra. Apenas nos valemos dela para se defender de agressão externa. Também por isso, conflitos internos não se encaixam nessa hipótese.
No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, o Governo, pretendendo financiar a expansão do sistema elétrico nacional, estabeleceu o empréstimo compulsório em favor da Eletrobrás, que durou de 1962 até 1993. O empréstimo era cobrado mensalmente nas contas de energia elétrica dos consumidores, sendo que a partir de 1977 foi cobrado apenas de indústrias com consumo mensal maior que 2000 kwh. Os valores do empréstimo chegaram a alcançar 32,5% do valor da fatura de energia elétrica – variando de acordo com a época de sua cobrança. 
Contribuições Sociais.
A contribuição social é a atribuição da capacidade ou titularidade de certos tributos a certas pessoas, que não são o próprio Estado, em benefício das próprias finalidades. Então, "quando uma pessoa que não aquela que criou o tributo vem a arrecadá-lo para si própria, dizemos que está presente o fenômeno da parafiscalidade".
Com tais subsídios doutrinários, fica fácil conceituar a parafiscalidade como uma delegação da capacidade tributária ativa de um tributo a um ente com gestão própria. E, capacidade tributária ativa não é "competência tributária" (poder de criar tributos), cuja exclusividade pertence somente às pessoas políticas (União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal). Podemos citar como exemplo de tributo parafiscal a Contribuição para Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), contribuição estabelecida por lei federal (União), cujo beneficiário é o INSS (autarquia).
As contribuições sociais têm função parafiscal e extrafiscal. As que têm função parafiscal são aquelas de interesse de categorias profissionais ou econômicas, como as de seguridade social. Estas sobrevivem através de recursos financeiros de entidades do poder público, desvinculadas do Tesouro Nacional, no sentido que possuem patrimônio próprio.
Em suma, as contribuições são uma espécie de tributo destinada a custear atividades estatais específicas que não são inerentes ao Estado. Têm, como destino, a intervenção no domínio econômico (exemplo: fundo de garantia do tempo de serviço), o interesse das categorias econômicas ou profissionais (exemplo: contribuição sindical) e o custeio do sistema da seguridade social (exemplo: previdência social).
Fontes bibliográficas:
https://www.significados.com.br/compulsorio/ 
https://ebradi.jusbrasil.com.br/artigos/431715006/o-que-e-emprestimo-compulsorio
https://www.abdadvogados.com.br/artigos/EMPRESTIMO_COMPULSORIO_DA_ELETROBRAS.pdf
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/542/Contribuicoes-Sociais-Nocoes-Iniciais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Contribui%C3%A7%C3%A3o_social
 Professora Fúlvia Leticia Perego Silva

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