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Classificação das Obrigações Solidárias

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CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES:
Classificação quanto aos sujeitos:
 parte II – obrigações solidárias (aula 1)
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CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES QUANTO AOS SUJEITOS: Roteiro para acompanhamento da matéria
OBRIGAÇÃO 
Solidárias
Solidariedade ativa (aula de hoje)
Solidariedade passiva
(próxima aula)
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Obrigações Solidárias: disposições gerais
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Caracteriza-se a obrigação solidária pela multiplicidade de credores e/ou devedores, tendo cada credor direito à totalidade da prestação, como se fosse credor único, ou estando cada devedor obrigado pela dívida toda, como se fosse o único devedor.
Caracteres da obrigação solidária, segundo Carlos Roberto Gonçalves:
Pluralidade de sujeitos ativos ou passivos
Multiplicidade de vínculos
Unidade da prestação (cada devedor responde pelo débito todo)
Corresponsabilidade dos interessados, já que o pagamento da prestação efetuado por um dos devedores extingue a obrigação dos demais.
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Obrigações Solidárias: disposições gerais
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Não se admite responsabilidade solidária fora da lei (solidariedade legal) ou do contrato (solidariedade convencional). 
Desse modo, se não houver menção explícita no título constitutivo da obrigação ou em algum artigo de lei, ela não será solidária, porque a solidariedade não se presume. Será, então, divisível ou indivisível, dependendo da natureza do objeto.
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Casos exemplificativos nos quais a lei qualifica as obrigações como solidárias (solidariedade legal):
585 – comodato – duas ou mais pessoas comodatárias.
680 –mandato – outorgado por duas ou mais pessoas
829 – fiança prestada conjuntamente – na fiança, embora lei não estipule, faz parte da prática estabelecer solidariedade entre fiador e afiançado (contratual)
867,§ único – gestores
932 – São ainda responsáveis pela indenização civil
942 – Indenização com mais de um autor.
990,993,1039,1045 – entre sócios
1146 – entre cedente/cessionário
1644 – cônjuges pelas dívidas contraídas em função da compra de coisas necessárias à economia doméstica 
1986 – testamenteiros
CDC, art. 12 – fabricante, produtor, importador por defeitos do produto ou serviço bem como por informações insuficientes sobre sua utilização e riscos – responsabilidade civil objetiva.
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Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos cocredores ou codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
O princípio inscrito neste artigo pode parecer ilógico, mas a unidade objetiva não impede a multiplicidade de vínculos obrigacionais distintos, com qualidades diferentes. Nesse sentido, é o Enunciado 347, da IV Jornada de Direito de Civil:
A solidariedade admite outras disposições de conteúdo particular além do rol previsto no art. 266, do Código Civil.
Por exemplo, enquanto pendente condição suspensiva estipulada para um dos devedores, o credor não pode acioná-lo. Se a condição se frustrar, o devedor será totalmente excluído da obrigação solidária, reputando-se nunca ter havido obrigação relativamente a este codevedor.
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Espécies de Obrigações solidárias
Na solidariedade ativa, há multiplicidade de credores, com direito a uma quota da prestação. Todavia, em razão da solidariedade, cada qual poderá reclamá-la por inteiro do devedor comum. Este, no entanto, só pagará a um deles. O credor que receber o pagamento entregará aos demais a quota de cada um. O inconveniente da solidariedade ativa é que o credor que recebeu o pagamento, pode apropriar-se do valor recebido e não prestar conta aos cocredores.
Na solidariedade passiva, o credor pode cobrar a dívida inteira de qualquer deles, de alguns ou de todos (devedores) conjuntamente. Qualquer devedor pode ser compelido pelo credor a pagar toda a dívida, embora, na sua relação com os demais, responda apenas pela sua quota-parte. Nessa modalidade, o credor tem maiores probabilidades de receber seu crédito, pois pode escolher o devedor de maior capacidade financeira e maior patrimônio para ser acionado, bem como demandar todos eles, se preferir.
	Relação interna e externa na solidariedade: Na solidariedade, existe uma relação interna (entre os credores na ativa e entre os devedores na passiva) e uma externa (relação do credor com os devedores, por exemplo). Se um paga o total (devedores A, B e C onde A paga o total), extingue-se a relação externa subsistindo a interna.
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SOLIDARIEDADE ATIVA
É a relação jurídica entre credores de uma só obrigação e o devedor comum, em virtude da qual um tem o direito de exigir deste o cumprimento da prestação por inteiro. Pagando o débito a qualquer um dos cocredores, o devedor se exonera da obrigação.
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. 
Neste caso, para executar a sentença apenas terá legitimidade o credor-autor e não os demais.
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SOLIDARIEDADE ATIVA
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
Mudança no CCB 2002, pois o antigo só aceitava o pagamento total na solidariedade (o que, aliás, é a regra geral do pagamento: artigo 314, CCB);
No entanto, agora aceita o pagamento parcial;
Por exemplo, se um credor recebe R$ 1.000,00 e a dívida é de R$ 3.000,00, mesmo que tenha recebido o correspondente a sua quota, tem que dividir este valor com os demais credores.
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SOLIDARIEDADE ATIVA
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
A obrigação se transmite aos herdeiros do credor, cessando a solidariedade em relação aos sucessores, pois cada qual somente poderá exigir a sua quota relacionada ao seu quinhão na herança. Essa regra só não deverá ser aplicada se a obrigação for indivisível (ex: apartamento, touro).
A, B e C credores de R$ 3.000,00. A morre e deixa B e C de herdeiros. A tinha direito a R$ 1.000, mas a solidariedade era entre A, B e C. Não há solidariedade entre os herdeiros, cada um pode exigir 500.
Washington de Barros Monteiro entende, ainda, que a regra do artigo 270 não será aplicada se houver só um herdeiro ou se todos eles agirem conjuntamente.
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SOLIDARIEDADE ATIVA
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
Aqui se tem uma das principais distinções entre a solidariedade e a indivisibilidade. 
A obrigação indivisível perde seu caráter quando convertida em perdas e danos, o que não ocorre na solidariedade ativa, pois continua cada credor com o direito de exigir a quantia liquidada no seu valor total.
Os juros de mora também correrão em favor de todos os credores solidários.
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SOLIDARIEDADE ATIVA
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
O credor responderá aos demais credores solidários pelas frações que lhes caibam.
Se A, B e C são credores solidários de R$ 3.000,00 em relação a D. O credor A perdoou R$ 1.000,00 da dívida de R$ 3.000,00; terá que ressarcir os outros, pois aqueles continuam tendo direito aos R$ 3.000,00 (acaba a relação externa credor – devedor, mas continua a interna). 
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SOLIDARIEDADE ATIVA
Art. 273. A um dos credores solidários
não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
Trata-se de uma extensão da defesa do devedor quanto aos credores solidários 
Exemplo de exceção pessoal: incapacidade de um credor. 
Exemplo de exceção comum: nulidade do negócio.
O devedor só pode alegar, por exemplo, a incapacidade daquele credor que o está demandando e não de outro credor.
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SOLIDARIEDADE ATIVA
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.
A, B e C são locadores de D. A entra com ação de cobrança de aluguéis: se ganhar, aproveita a todos os credores; se perder, não alcança. 
Se for fundada a sentença em exceção de natureza pessoal a um dos credores, não alcança os outros, ainda que o resultado seja favorável. 
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DIFERENÇAS ENTRE INDIVISIBILIDADE E SOLIDARIEDADE
-A solidariedade tem como causa o título ou a lei – índole subjetiva. Na indivisibilidade é a natureza da prestação ex: joia- índole objetiva;
 -Na indivisibilidade, cada devedor paga por inteiro porque a coisa não pode ser dividida e não porque deve tudo. Na solidariedade, cada um deve por inteiro – a prestação até pode ser dividida, mas subsiste a faculdade de cobrar por inteiro;
-A solidariedade cessa com a morte dos devedores, mas a indivisibilidade subsiste enquanto a prestação suportar;
-A indivisibilidade acaba com as perdas e danos, a solidariedade não; -Na indivisibilidade, a insolvência de um devedor não aumenta a quota dos demais, na solidariedade sim.
-Na remissão de dívidas, o credor que remitir, responde pelos outros a parte que lhes caiba.
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