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Solidariedade Passiva

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CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES:
Classificação quanto aos sujeitos:
 parte II – obrigações solidárias (aula 2)
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CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES QUANTO AOS SUJEITOS: Roteiro para acompanhamento da matéria
OBRIGAÇÃO 
Solidárias
Solidariedade passiva
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Solidariedade Passiva
O principal efeito decorrente da solidariedade passiva é que os credores podem exigir o cumprimento da obrigação de qualquer um dos devedores, como se todos fossem um só.
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
A é credor de uma dívida de R$ 3.000, em relação a B, C e D. B paga R$ 1.000, 00. Extingue a obrigação para B? Não, continuam todos responsáveis pelo resto. 
Redação inapropriada “todos os demais”, como se B se liberasse e os demais ficassem solidários. O entendimento do STJ é no sentido de que todos eles, inclusive o que pagou, continuam solidariamente responsáveis pelo resto.
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Solidariedade Passiva
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Se o credor entrou com ação contra um deles ou contra alguns apenas, não significa que renunciou à solidariedade. Aciona os outros depois, sem problemas.
Esse parágrafo afasta a possibilidade de acionar a tese da supressio em relação aos demais devedores.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
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Solidariedade Passiva
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Com o falecimento do devedor, cessa a solidariedade e os herdeiros só serão responsáveis até o limite de seus quinhões na herança.
Ainda, todos os herdeiros reunidos, devem ser considerados como devedor solidário em relação aos demais codevedores que pagarem a dívida.
A, B e C devedores solidários de D em R$ 3.000 . A é responsável por R$ 1.000). A falece deixa A1 e A2 herdeiros. Deve-se pontuar antes e depois da partilha. Se o credor entra com ação de cobrança antes da partilha, o monte reponde pela dívida e não se aplica este dispositivo. Se, porém, tal ocorre depois da partilha, cada herdeiro responde por seu quinhão (500 cada), salvo se indivisível . Porém, se demandados conjuntamente, são devedores solidários em relação aos demais devedores (ou seja, não é cada um responsável por sua quota mas ambos pelos 1000). 
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Solidariedade Passiva
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
Os devedores solidários devem R$ 3.000 e um deles paga R$ 1.000. Pode o credor cobrar o restante de qualquer um deles ou pode dar quitação a este apenas, mas os outros continuam responsáveis pelo resto. 
Não se trata de renúncia à solidariedade, mas renúncia à parte da dívida. Cada devedor é responsável pelo total, mas o credor dá a liberação àquele que pagou parte da dívida (por isso se confunde muito com a remissão).
 Na renúncia à solidariedade, o credor apenas compromete-se a não exigir do beneficiário um valor que seja superior á sua quota. A regra porém , é que o pagamento parcial não libere nem o que pagou.
Já se o credor perdoa um dos devedores (3000, perdoa 1000), se desconta do valor da dívida o valor remitido, rateando os outros o saldo, ou seja, os outros só devem 2000, mas solidariamente.
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Solidariedade Passiva
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
Trata-se da obrigação suplementar assumida por um dos devedores (que vem a alterar a obrigação solidária), ou seja, a obrigação suplementar que um dos devedores assume posteriormente à pactuação da solidariedade. 
Deve ter consentimento dos outros, senão só alcança o que contratou. Exemplo: inclusão de cláusula penal ou aumento da taxa de juros.
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
A coisa se perde por culpa de A (devedores A e B vendem a C). Prestação: sêmen de cavalo vencedor de corrida já falecido. 
A quebra o frasco. C cobra o equivalente de qualquer um, mas as perdas e danos só de A.
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Solidariedade Passiva
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
Se só um devedor é culpado pela mora, mesmo assim, todos eles respondem pelo acréscimo de valor à prestação devidos a estes juros. Porém, na relação interna, os devedores podem cobrar do culpado pela mora este acréscimo.
Autores como Silvio Rodrigues criticam por achar a solução injusta, uma vez que os que não foram culpados pela negligência são obrigados a pagar, ainda que se possa reembolsar posteriormente. 
Caio Mario diz que todos são responsáveis pela dívida e que os juros moratórios poderiam ser evitados se um deles tivesse pago, então a negligência é concorrente.
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Solidariedade Passiva
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro codevedor.
O devedor que for demandado pelo credor pode opor todas as exceções que sejam matéria de defesa: as pessoais (que digam respeito apenas a ele. Ex: existência de termo ou condição, confusão, compensação, incapacidade, erro, dolo) e as comuns (que dizem respeito a todos os devedores. Ex: nulidade, anulabilidade, prescrição, pagamento. Estas fazem desaparecer as responsabilidades de todos os devedores), não podendo invocar aquelas que digam respeito a outro devedor que não a ele (ex: alegar que o outro devedor foi induzido a erro). 
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Solidariedade Passiva
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
Não libera o devedor da dívida, mas da solidariedade. 
O principal efeito é dividir a obrigação em duas partes, sendo que a solidariedade existe em apenas uma destas partes, mas aí se abate o valor correspondente à renúncia. 
Ex: A, B e C devedores de R$ 3.000,00 a D. O credor renuncia à solidariedade quanto a A. B e C continuam solidários mas devendo R$ 2.000,00.
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Neste sentido, os Enunciados do CJF da IV Jornada de Direito Civil:
349 – Art. 282. Com a renúncia da solidariedade quanto a apenas um dos devedores solidários, o credor só poderá cobrar do beneficiado a sua quota na dívida; permanecendo a solidariedade quanto aos demais devedores, abatida do débito a parte correspondente aos beneficiados pela renúncia.
 
350 – Art. 284. A renúncia à solidariedade diferencia-se da remissão, em que o devedor fica inteiramente liberado do vínculo obrigacional, inclusive no que tange ao rateio da quota do eventual codevedor insolvente, nos termos do art. 284.
 
351 – Art. 282. A renúncia à solidariedade
em favor de determinado devedor afasta a hipótese de seu chamamento ao processo.
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Solidariedade Passiva
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os codevedores.
Aquele que pagou tudo tem o direito de cobrar dos outros pela via regressiva. Se houver um insolvente, divide-se entre todos a quota que a ele cabia.
Art. 284. No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Aqui, um dos devedores foi exonerado pelo credor através da renúncia à solidariedade. A, B, C e D devedores solidários de E. A foi liberado da solidariedade, B tornou-se insolvente. C pagou tudo. No rateio para reembolsar C, que pagou tudo, A, apesar de liberado também entra para pagar a parte do insolvente que será dividida entre eles.
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Solidariedade Passiva
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
É o exemplo da fiança locatícia. O credor pode cobrar de qualquer um deles, mas a via regressiva é diferente aqui. 
Ou seja, se o locatário pagar, não tem direito de regresso contra o fiador. Mas se o fiador pagar, tem direito de cobrar não parte da dívida, mas toda ela do locatário, pois o interesse era exclusiva mente seu (cobra dele todos os aluguéis).
Já se forem 2 fiadores, e um deles paga a dívida do outro fiador, poderá exigir somente metade, pois são devedores da mesma classe.
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Queridos alunos!
Com o exame deste conteúdo, encerramos a abordagem da nossa disciplina. Lembro a vocês que ainda temos a prova do GRAUB2, cumulativa, e que incluirá a questão relativa ao tema do Eixo e ao filme “Clube de Compras Dallas”.
Espero que vocês tenham gostado dos conteúdos e das aulas e, sobretudo, que tenham aprendido, para que ele seja importante na vida profissional de cada um de vocês!
De minha parte, gostaria de agradecer pela leal parceria de cada um, pelas dúvidas, acertos e erros, que nos conduziram a este aprendizado conjunto, que ora finalizamos.
Desejo a todos um excelente resultado no Grau B e na disciplina, mas, para além de tudo, sucesso no curso e na vida!
Um abraço!

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