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caderno de questões Pre vestibular

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SUMÁRIO 
 
1 PORTUGUÊS .......................................................................................................01 
2 LITERATURA .......................................................................................................86 
3 GEOGRAFIA ..................................................................................................... 143 
4 GEOPOLÍTICA ................................................................................................... 159 
5 HISTÓRIA DO BRASIL ....................................................................................... 170 
6 HISTÓRIA GERAL .............................................................................................. 187 
7 FILOSOFIA/SOCIOLOGIA ................................................................................... 203 
8 FÍSICA ............................................................................................................. 213 
9 QUÍMICA .......................................................................................................... 269 
10 MATEMÁTICA ................................................................................................. 304 
11 BIOLOGIA ....................................................................................................... 392 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
1 
 
PORTUGUÊS 
JORGE 
Questões de 01 a 317 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
O Sal da Terra 
 
Anda! 
Quero te dizer nenhum segredo 
Falo desse chão, da nossa casa 
Vem que tá na hora de arrumar 
 
Tempo! 
Quero viver mais duzentos anos 
Quero não ferir meu semelhante 
Nem por isso quero me ferir 
 
Vamos precisar de todo mundo 
Pra banir do mundo a opressão 
Para construir a vida nova 
Vamos precisar de muito amor 
A felicidade mora ao lado 
E quem não é tolo pode ver 
 
A paz na Terra, amor 
O pé na terra 
A paz na Terra, amor 
O sal da 
 
Terra! 
És o mais bonito dos planetas 
Tão te maltratando por dinheiro 
Tu que és a nave nossa irmã 
 
Canta! 
Leva tua vida em harmonia 
E nos alimenta com seus frutos 
Tu que és do homem, a maçã 
 
Vamos precisar de todo mundo 
Um mais um é sempre mais que dois 
Pra melhor juntar as nossas forças 
É só repartir melhor o pão 
Recriar o paraíso agora 
Para merecer quem vem depois 
 
Deixa nascer, o amor 
Deixa fluir, o amor 
Deixa crescer, o amor 
Deixa viver, o amor 
O sal da terra 
 
GUEDES, Beto. www.mundojovem.com.br/musicas/o-sal-da-
terra-beto-guedestransito. 
Acesso em 18/04/2016. 
1. (G1 - epcar (Cpcar) 2017) Assinale a opção que contém 
uma informação correta sobre a canção “O Sal da Terra”. 
a) A função apelativa é predominante no texto. 
b) Apenas a linguagem padrão foi empregada em toda a 
canção. 
c) Foi utilizado, no texto, apenas pronome de segunda 
pessoa gramatical para se referir à Terra. 
d) A canção foi escrita apenas para dois interlocutores: a 
Terra e o Tempo. 
 
TIPOS DE LINGUAGEM 
 
 
 
2. (Puccamp 2017) Está correto o seguinte comentário: o 
quadrinho acima 
a) é composto de unidades produzidas pela associação 
entre imagem e linguagem verbal; o sentido de cada 
unidade é determinado pela relação de oposição que o 
quadro estabelece com aquele que vem imediatamente 
anterior, contraste que produz o humor. 
b) correlaciona os quadrinhos por meio da relação 
consequente entre as diversas ações das personagens, 
fato que determina uma única direção possível de 
leitura, a horizontal, da esquerda para a direita, da 
primeira para a segunda tira, desta para a terceira. 
c) é composto de um bloco e uma sequência, esta 
construída pela permanência da personagem “mulher 
alterada”, que manifesta, nas diferentes unidades, 
distintos sentimentos, com exceção da tristeza pelo mal 
cometido, o que produz o humor. 
 
 2 
 
d) apresenta uma frase exclamativa que introduz imagens, 
aliadas à linguagem verbal, que aparecem em quadros 
antecedidos de legendas; estas remetem a um mesmo 
sujeito, enunciado na frase exclamativa, e esse fator dá 
unidade ao conjunto. 
e) inova o gênero História em Quadrinhos ao delinear os 
balões de modo a distinguir se seu conteúdo é um 
pensamento ou uma fala da personagem; ao não se 
valer de interjeição ou onomatopeia; ao expressar 
movimento somente pela sequência dos quadros. 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
3. (Fac. Albert Einstein - Medicin 2016) 
 
 
Trecho A 
Todavia, importa dizer que este livro é escrito com 
pachorra, com a pachorra de um homem já desafrontado 
da brevidade do século, obra supinamente filosófica, de 
uma filosofia desigual, agora austera, logo brincalhona, 
coisa que não edifica nem destrói, não inflama nem regela, 
e é todavia mais do que passatempo e menos do que 
apostolado. 
 
Trecho B 
Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu 
amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, 
e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à 
direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, 
gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem. 
 
Os trechos acima, do romance Memórias Póstumas de Brás 
Cubas, de Machado de Assis, apresentam, ambos, 
dominantemente linguagem de idêntica função, ou seja, 
 
a) Metalinguística, por explicitar os conteúdos do livro e 
explicar a forma de produção de seu estilo. 
b) Conativa, por incidir persuasivamente sobre o leitor e 
convencê-lo da verdade da obra. 
c) Poética, por usar significativo processo de seleção e de 
combinação das palavras, caracterizando a montagem 
estética do texto. 
d) Referencial, por informar dominantemente sobre a 
filosofia do livro e os movimentos pachorrentos do 
autor. 
 
NÍVEIS DE LINGUAGEM 
4. (Enem 2ª aplicação 2016) 
Noites do Bogart 
 
O Xavier chegou com a namorada mas, prudentemente, 
não a levou para a mesa com o grupo. 
Abanou de longe. Na mesa, as opiniões se dividiam. 
— Pouca vergonha. 
— Deixa o Xavier. 
— Podia ser filha dele. 
— Aliás, é colega da filha dele. 
Na sua mesa, o Xavier pegara na mão da moça. 
— Está gostando? 
— Pô. Só. 
— Chocante, né? — disse o Xavier. E depois ficou na 
dúvida. Ainda se dizia “chocante”? 
Beberam em silêncio. E ele disse: 
— Quer dançar? 
E ela disse, sem pensar: 
— Depois, tio. 
E ficaram em silêncio. Ela pensando “será que ele ouviu?”. 
E ele pensando “faço algum comentário a respeito, ou 
deixo passar?”. Decidiu deixar passar. Mas, pelo resto da 
noite aquele “tio” ficou em cima da mesa, entre os dois, 
latejando como um sapo. Ele a levou em casa. Depois 
voltou. Sentou com os amigos. 
— Aí, Xavier. E a namorada? 
Ele não respondeu. 
 
VERISSIMO, L. F. O melhor das comédias da vida privada. Rio de 
Janeiro: Objetiva, 2004. 
 
O efeito de humor no texto é produzido com o auxílio da 
quebra de convenções sociais de uso da língua. Na 
interação entre o casal de namorados, isso é decorrente 
a) do registro inadequado para a interlocução em contexto 
romântico. 
b) da iniciativa em discutir formalmente a relação amorosa. 
c) das avaliações de escolhas lexicais pelos frequentadores 
do bar. 
d) das gírias distorcidas intencionalmente na fala do 
namorado. 
e) do uso de expressões populares nas investidas amorosas 
do homem. 
 
NÍVEIS DE LINGUAGEM 
5. (Enem 2016) PINHÃO sai ao mesmo tempo que 
BENONA entra. 
BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer falar 
com você. 
EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá fora, 
mas não quero falar com ele. 
BENONA: Mas Eurico, nós lhe devemos certas atenções. 
EURICÃO: Você, que foi noiva dele. Eu, não! 
BENONA: Isso são coisas passadas. 
EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízofoi meu. 
Esperava que Eudoro, com todo aquele dinheiro, se 
tornasse meu cunhado. Era uma boca a menos e um 
patrimônio a mais. E o peste me traiu. Agora, parece que 
ouviu dizer que eu tenho um tesouro. E vem louco atrás 
dele, sedento, atacado de verdadeira hidrofobia. Vive 
farejando ouro, como um cachorro da molest’a, como um 
urubu, atrás do sangue dos outros. Mas ele está enganado. 
 
3 
 
Santo Antônio há de proteger minha pobreza e minha 
devoção. 
SUASSUNA, A. O santo e a porca. 
Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (fragmento). 
 
 
Nesse texto teatral, o emprego das expressões “o peste” e 
“cachorro da molest’a” contribui para 
a) marcar a classe social das personagens. 
b) caracterizar usos linguísticos de uma região. 
c) enfatizar a relação familiar entre as personagens. 
d) sinalizar a influência do gênero nas escolhas 
vocabulares. 
e) demonstrar o tom autoritário da fala de uma das 
personagens. 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
6. (Enem 2ª aplicação 2016) 
Poema tirado de uma notícia de jornal 
 
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no 
morro da Babilônia num barracão sem número. 
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro 
Bebeu 
Cantou 
Dançou 
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu 
afogado. 
 
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira: poesias reunidas. Rio de 
Janeiro: José Olympio, 1980. 
 
No poema de Manuel Bandeira, há uma ressignificação de 
elementos da função referencial da linguagem pela 
a) atribuição de título ao texto com base em uma notícia 
veiculada em jornal. 
b) utilização de frases curtas, características de textos do 
gênero jornalístico. 
c) indicação de nomes de lugares como garantia da 
veracidade da cena narrada. 
d) enumeração de ações, com foco nos eventos 
acontecidos à personagem do texto. 
e) apresentação de elementos próprios da notícia, tais 
como quem, onde, quando e o quê. 
 
INTENCIONALIDADE TEXTUAL 
7. (Enem 2ª aplicação 2016) 
Grupo transforma pele humana em neurônios 
 
Um grupo de pesquisadores dos EUA conseguiu 
alterar células extraídas da pele de uma mulher de 82 anos 
sofrendo de uma doença nervosa degenerativa e conseguiu 
transformá-las em células capazes de se transformarem 
virtualmente em qualquer tipo de órgão do corpo. Em 
outras palavras, ganharam os poderes das células-tronco 
pluripotentes, normalmente obtidas a partir da destruição 
de embriões. 
O método usado na pesquisa, descrita hoje na 
revista Science, existe desde o ano passado, quando um 
grupo liderado pelo japonês Shinya Yamanaka criou as 
chamadas iPS (células-tronco de pluripotência induzida). O 
novo estudo, porém, mostra pela primeira vez que é 
possível aplicá-lo a células de pessoas doentes, portadoras 
de esclerose lateral amiotrófica (ELA), mal que destrói o 
sistema nervoso progressivamente. 
“Pela primeira vez, seremos capazes de observar 
células com ELA ao microscópio e ver como elas morrem”, 
disse Valerie Estess, diretora do Projeto ALS (ELA, em 
inglês), que financiou parte da pesquisa. Observar em 
detalhes a degeneração pode sugerir novos métodos para 
tratar a ELA. 
KOLNERKEVIC, I. Folha de S. Paulo. 1 ago. 2008 (adaptado). 
 
A análise dos elementos constitutivos do texto e a 
identificação de seu gênero permitem ao leitor inferir que 
o objeto do autor é 
a) apresentar a opinião da diretora do Projeto ALS. 
b) expor a sua opinião como um especialista no tema. 
c) descrever os procedimentos de uma experiência 
científica. 
d) defender a pesquisa e a opinião dos pesquisadores dos 
EUA. 
e) informar os resultados de uma nova pesquisa feita nos 
EUA. 
 
INTENCIONALIDADE TEXTUAL 
8. (Enem 2ª aplicação 2016) 
Descubra e aproveite um momento todo seu. Quando você 
quebra o delicado chocolate, o irresistível recheio cremoso 
começa a derreter na sua boca, acariciando todos os seus 
sentidos. Criado por nossa empresa. Paixão e amor por 
chocolate desde 1845. 
Veja, n. 2.320, 8 mai. 2013 (adaptado). 
 
O texto publicitário tem a intenção de persuadir o público-
alvo a consumir determinado produto ou serviço. No 
anúncio, essa intenção assume a forma de um convite, 
estratégia argumentativa linguisticamente marcada pelo 
uso de: 
 
a) conjunção (quando). 
b) adjetivo (irresistível). 
c) verbo no imperativo (descubra). 
d) palavra do campo afetivo (paixão). 
e) expressão sensorial (acariciando). 
 
ANÁLISE DO DISCURSO 
9. (Enem 2ª aplicação 2016) 
O acervo do Museu da Língua Portuguesa é o nosso idioma, 
um “patrimônio imaterial” que não pode ser, por isso, 
guardado e exposto em uma redoma de vidro. Assim, o 
museu, dedicado à valorização e difusão da língua 
 
 4 
 
portuguesa, reconhecidamente importante para a 
preservação de nossa identidade cultural, apresenta uma 
forma expositiva diferenciada das demais instituições 
museológicas do país e do mundo, usando tecnologia de 
ponta e recursos interativos para a apresentação de seus 
conteúdos. 
Disponível em: www.museulinguaportuguesa.org.br. Acesso em: 
16 ago. 2012 (adaptado). 
 
De acordo com o texto, embora a língua portuguesa seja 
um “patrimônio imaterial”, pode ser exposta em um 
museu. A relevância desse tipo de iniciativa está pautada 
no pressuposto de que 
a) a língua é um importante instrumento de constituição 
social de seus usuários. 
b) o modo de falar o português padrão deve ser divulgado 
ao grande público. 
c) a escola precisa de parceiros na tarefa de valorização da 
língua portuguesa. 
d) o contato do público com a norma-padrão solicita o uso 
de tecnologia de última geração. 
e) as atividades lúdicas dos falantes com sua própria língua 
melhoram com o uso de recursos tecnológicos. 
 
NÍVEIS DE LINGUAGEM 
10. (Enem 2ª aplicação 2016) 
Da corrida de submarino à festa de aniversário no trem 
Leitores fazem sugestões para o Museu das Invenções 
Cariocas 
 
“Falar ‘caraca!’ a cada surpresa ou acontecimento 
que vemos, bons ou ruins, é invenção do carioca, como 
também o ‘vacilão’.” 
“Cariocas inventam um vocabulário próprio”. 
“Dizer ‘merrmão’ e ‘é merrmo’ para um amigo pode até 
doer um pouco no ouvido, mas é tipicamente carioca.” 
“Pedir um ‘choro’ ao garçom é invenção carioca.” 
“Chamar um quase desconhecido de ‘querido’ é 
um carinho inventado pelo carioca para tratar bem quem 
ainda não se conhece direito.” 
“O ‘ele é um querido’ é uma forma mais feminina 
de elogiar quem já é conhecido.” 
SANTOS, J. F. Disponível em: www.oglobo.globo.com. Acesso 
em: 6 mar. 2013 (adaptado). 
 
Entre as sugestões apresentadas para o Museu das 
Invenções Cariocas, destaca-se o variado repertório 
linguístico empregado pelos falantes cariocas nas 
diferentes situações específicas de uso social. 
 
A respeito desse repertório, atesta-se o(a) 
a) desobediência à norma-padrão, requerida em 
ambientes urbanos. 
b) inadequação linguística das expressões cariocas às 
situações sociais apresentadas. 
c) reconhecimento da variação linguística, segundo o grau 
de escolaridade dos falantes. 
d) identificação de usos linguísticos próprios da tradição 
cultural carioca. 
e) variabilidade no linguajar carioca em razão da faixa 
etária dos falantes. 
 
ANÁLISE DO DISCURSO 
11. (Enem 2016) 
 
Texto I 
Entrevistadora – eu vou conversar aqui com a professora A. 
D. ... o português então não é uma língua difícil? 
Professora – olha se você parte do princípio... que a língua 
portuguesa não é só regras gramaticais... não se você se 
apaixona pela língua que você... já domina que você já fala 
ao chegar na escola se o teu professor cativa você a ler 
obras da literatura. ... obras da/dos meios de 
comunicação... se você tem acesso a revistas... é... a livros 
didáticos... a... livrosde literatura o mais formal o e/o difícil 
é porque a escola transforma como eu já disse as aulas de 
língua portuguesa em análises gramaticais. 
 
Texto II 
Entrevistadora – Vou conversar com a professora A. D. O 
português é uma língua difícil? 
Professora – Não, se você parte do princípio que a língua 
portuguesa não é só regras gramaticais. Ao chegar à 
escola, o aluno já domina e fala a língua. Se o professor 
motivá-lo a ler obras literárias, e se tem acesso a revistas, 
a livros didáticos, você se apaixona pela língua. O que torna 
difícil é que a escola transforma as aulas de língua 
portuguesa em análises gramaticais. 
MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de 
retextualização. 
São Paulo: Cortez, 2001 (adaptado). 
 
O Texto I é a transcrição de uma entrevista concedida por 
uma professora de português a um programa de rádio. O 
Texto II é a adaptação dessa entrevista para a modalidade 
escrita. 
 
Em comum, esses textos 
a) apresentam ocorrências de hesitações e reformulações. 
b) são modelos de emprego de regras gramaticais. 
c) são exemplos de uso não planejado da língua. 
d) apresentam marcas da linguagem literária. 
e) são amostras do português culto urbano. 
 
INTENCIONALIDADE TEXTUAL 
12. (Enem 2ª aplicação 2016) 
eu acho um fato interessante... né... foi como meu pai e 
minha mãe vieram se conhecer... né... que... minha mãe 
morava no Piauí com toda família... né... meu... meu avô... 
materno no caso... era maquinista... ele sofreu um 
 
5 
 
acidente... infelizmente morreu... minha mãe tinha cinco 
anos... né... e o irmão mais velho dela... meu padrinho... 
tinha dezessete e ele foi obrigado a trabalhar... foi 
trabalhar no banco... e... ele foi... o banco... no caso... 
estava... com um número de funcionários cheio e ele teve 
que ir para outro local e pediu transferência prum local 
mais perto de Parnaíba que era a cidade onde eles 
moravam e por engano o... o... escrivão entendeu 
Paraíba... né... e meu... e minha família veio parar em 
Mossoró que era exatamente o local mais perto onde tinha 
vaga pra funcionário do Banco do Brasil e:: ela foi parar na 
rua do meu pai... né... e começaram a se conhecer... 
namoraram onze anos... né... pararam algum tempo... 
brigaram... é lógico... porque todo relacionamento tem 
uma briga... né... e eu achei esse fato muito interessante 
porque foi uma coincidência incrível... né... como vieram a 
se conhecer... namoraram e hoje... e até hoje estão juntos... 
dezessete anos de casados… 
CUNHA, M. A. F. (Org.). Corpus, discurso & gramática: a língua 
falada e escrita na cidade de Natal. Natal: EdUFRN, 1998. 
 
Na produção dos textos, orais ou escritos, articulamos as 
informações por meio de relações de sentido. No trecho de 
fala, a passagem “brigaram... é lógico... porque todo 
relacionamento tem uma briga”, enuncia uma justificativa 
em que “brigaram” e “todo relacionamento tem uma 
briga” são, respectivamente, 
a) causa e consequência. 
b) premissa e conclusão. 
c) meio e finalidade. 
d) exceção e regra. 
e) fato e generalização. 
 
NÍVEIS DE LINGUAGEM 
13. (Enem 2ª aplicação 2016) 
 
Salvador, 10 de maio de 2012. 
 
Consultoria PC Speed 
Sr. Pedro Alberto 
 
Assunto: Consultoria 
 
Prezado Senhor, 
 
Manifestamos nossa apreciação pelo excelente 
trabalho executado pela equipe de consultores desta 
empresa na revisão de todos os controles internos relativos 
às áreas administrativas. 
As contribuições feitas pelos membros da equipe 
serão de grande valia para o aperfeiçoamento dos 
processos de trabalho que estão sendo utilizados. 
Queira, por gentileza, transmitir-lhes nossos 
cumprimentos. 
 
Atenciosamente, 
 
Rivaldo Oliveira Andrade 
Diretor Administrativo e Financeiro 
 
Disponível em: www.pcspeed.com.br. Acesso em: 1 maio 2012 
(adaptado). 
 
A carta manifesta reconhecimento de uma empresa pelos 
serviços prestados pelos consultores da PC Speed. 
 
Nesse contexto, o uso da norma-padrão 
a) constitui uma exigência restrita ao universo financeiro e 
é substituível por linguagem informal. 
b) revela um exagero por parte do remetente e torna o 
texto rebuscado linguisticamente. 
c) expressa o formalismo próprio do gênero e atribui 
profissionalismo à relação comunicativa. 
d) torna o texto de difícil leitura e atrapalha a compreensão 
das intenções do remetente. 
e) sugere elevado nível de escolaridade do diretor e realça 
seus atributos intelectuais. 
 
ANÁLISE DO DISCURSO 
14. (Enem 2ª aplicação 2016) 
Como escrever na internet 
 
Regra 1 – Fale, não GRITE! 
Combine letras maiúsculas e minúsculas, da mesma forma 
que na escrita comum. Cartas em papel não são escritas 
somente com letras maiúsculas; na internet, escrever em 
maiúsculas é o mesmo que gritar! Para enfatizar frases e 
palavras, use os recursos de _sublinhar_ (colocando 
palavras ou frases entre sublinhados) e *grifar* (palavras 
ou frases entre asteriscos). Frases em maiúsculas são 
aceitáveis em títulos e ênfases ou avisos urgentes. 
Regra 2 – Sorria :-) pisque ;-) chore &-( ... 
Os emoticons (ou smileys) são ícones formados por 
parênteses, pontos, vírgulas e outros símbolos do teclado. 
Eles representam carinhas desenhadas na horizontal e 
denotam emoções. É difícil descobrir quando uma pessoa 
está falando alguma coisa em tom de brincadeira, se está 
realmente brava ou feliz, ou se está sendo irônica, em um 
ambiente no qual só há texto; por isso, entram em cena os 
smileys. Comece a usá-los aos poucos e, com o passar do 
tempo, estarão integrados naturalmente às suas conversas 
on-line. 
 
Disponível em: www.icmc.usp.br. Acesso em: 29 jul. 2013. 
 
O texto traz exemplos de regras que podem evitar mal-
entendidos em comunicações eletrônicas, especialmente 
em e-mails e chats. Essas regras 
a) revelam códigos internacionalmente aceitos que devem 
ser seguidos pelos usuários da internet. 
b) constituem um conjunto de normas ortográficas inclusas 
na escrita padrão da língua portuguesa. 
 
 6 
 
c) representam uma forma complexa de comunicação, pois 
os caracteres são de difícil compreensão. 
d) foram desenvolvidas para que usuários de países de 
línguas diferentes possam se comunicar na web. 
e) refletem recomendações gerais sobre o uso dos recursos 
de comunicação facilitadores da convivência na 
internet. 
 
ANÁLISE DO DISCURSO 
15. (Puccamp 2016) 
 
Texto I 
CAPÍTULO 8 
AS EXTREMIDADES 
8.4 OS PÉS 
 
2. O limpador de para-brisas 
Posição: sentada com os braços atrás do corpo e as mãos 
apoiadas no chão 
− Gire os tornozelos para dentro e para fora; 
− Levante e abaixe os calcanhares mantendo as barrigas 
das pernas no chão (os dois juntos; depois um de cada vez). 
 
 
Texto II 
RECEITA DE ARROZ DOCE TRADICIONAL 
 
INGREDIENTES 
1 litro e meio de leite 
2 xícaras de arroz branco (já lavado) 
3 xícaras de açúcar 
Canela em pau (uso e quantidade a gosto) 
1 lata de leite condensado 
 
MODO DE PREPARO 
Cozinhar o arroz no leite, juntamente com a canela. 
20 minutos depois, mexer de tempos em tempos, 
acrescentar o açúcar, deixar mais 20 minutos e logo em 
seguida acrescentar o leite condensado e deixar mais 20 
minutos. 
Colocar em uma linda travessa. 
 
Levando em conta os gêneros de textos, é correto afirmar: 
O texto I e o texto II 
a) têm como objetivo sugerir ao leitor a realização de uma 
tarefa, apresentando o passo a passo da atividade; em 
ambos os casos, o executor não tem espaço para livre 
escolha. 
b) distinguem-se totalmente: a) pela intenção da 
mensagem − I busca informar o interlocutor acerca de 
cuidados com a saúde da criança, a receita, simples 
indicação de uma fórmula, mostra como preparar um 
alimento; b) pela composição da mensagem − I admite 
ilustração, a receita nãoadmitiria. 
c) não podem ser aproximados sob nenhum critério, pois, 
fazendo parte de universos absolutamente distintos − 
como o comprovam tanto o assunto de cada um, quanto 
o estilo adotado em cada um deles −, jamais estarão 
inseridos em contextos comunicativos iguais ou 
somente parecidos. 
d) apresentam traços distintos em sua composição, como 
se nota pelo emprego do imperativo (em I) e do 
infinitivo (na receita); entretanto, essa específica 
diferença não impede o reconhecimento de que 
partilham a mesma finalidade de instruir o receptor. 
e) implicam obrigatoriedade do interlocutor em cumprir o 
que está minuciosamente descrito em cada um dos 
textos, mas distinguem-se: em I, a prática vem investida 
de caráter lúdico, pelo tipo específico de destinatário da 
mensagem, enquanto a receita remete a atividade 
rotineira e desgastante. 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
16. (Enem 2ª aplicação 2016) 
 
 
Entre as funções de um cartaz, está a divulgação de 
campanhas. Para cumprir essa função, as palavras e as 
imagens desse cartaz estão combinadas de maneira a 
a) evidenciar as formas de contágio da tuberculose. 
b) mostrar as formas de tratamento da doença. 
c) discutir os tipos da doença com a população. 
 
7 
 
d) alertar a população em relação à tuberculose. 
e) combater os sintomas da tuberculose. 
 
ANÁLISE DO DISCURSO 
17. (Unicamp 2016) 
 
 
 
A publicidade acima foi divulgada no site da agência 
FAMIGLIA no dia 24 de janeiro de 2007, véspera do 
aniversário de São Paulo, no período em que foi proposta a 
campanha “Cidade Limpa”. Na base da foto, em letras bem 
pequenas, está escrito: Tomara, mas tomara mesmo, que 
nos próximos aniversários o paulistano comemore uma 
cidade nova de verdade. 
 
Considerando os sentidos produzidos por esse anúncio, é 
correto afirmar: 
a) As duas perguntas e as duas respostas que configuram o 
texto do outdoor na publicidade acima pressupõem que 
os paulistanos estão discutindo o número de outdoors e 
também o abandono de muitos dos moradores da 
cidade. 
b) O texto escrito em letras pequenas tem a função de 
exortar os paulistanos a refletir sobre as próximas 
eleições e sobre como fazer para que seja estabelecido 
um conjunto de prioridades socialmente relevantes 
para toda a sociedade. 
c) A publicidade pretende levar os leitores a perceber que 
as prioridades estabelecidas pela gestão municipal da 
cidade não permitem que os paulistanos enxerguem os 
verdadeiros problemas que estão nas ruas de São Paulo. 
d) A publicidade, composta de texto verbal e imagem, tem 
como objetivo principal encampar o projeto “Cidade 
Limpa” elaborado pela gestão municipal e também 
propor a discussão de outras prioridades para a cidade. 
 
INTENCIONALIDADE TEXTUAL 
18. (Enem 2ª aplicação 2016) 
 
Adoçante 
Quatro gotas do produto contêm 
0,04 kcal
 e equivalem 
ao poder adoçante de 
1
 colher (de chá) de açúcar. 
Ingredientes — água, sorbitol, edulcorantes (sucralose e 
acesulfame de potássio); conservadores: benzoato de sódio 
e ácido benzoico, acidulante ácido cítrico e regulador de 
acidez citrato de sódio. 
Não contém glúten. 
Informação nutricional — porção de 
0,12 mL
 
(4
 gotas). 
Não contém quantidade significativa de carboidratos, 
proteínas, gorduras totais, gorduras trans, fibra alimentar 
e sódio. 
Consumir preferencialmente sob orientação de 
nutricionista ou médico. 
Cosmed Indústria de Cosméticos e Medicamentos S/A. Barueri, 
SP. 
 
Esse texto, rótulo de um adoçante, tem como objetivo 
transmitir ao leitor informações sobre a 
a) composição nutricional do produto. 
b) necessidade de consultar um especialista antes do uso. 
c) medida exata de cada ingrediente que compõe a 
fórmula. 
d) quantidade do produto que deve ser consumida 
diariamente. 
e) correspondência calórica existente entre o adoçante e o 
açúcar. 
 
 TIPOLOGIA TEXTUAL 
19. (Enem 2ª aplicação 2016) 
 
Receitas de vida por um mundo mais doce 
 
Pé de moleque 
 
Ingredientes 
2 filhos que não param quietos 
3 sobrinhos da mesma espécie 
1 cachorro que adora uma farra 
1 fim de semana ao ar livre 
 
Preparo 
Junte tudo com os ingredientes do Açúcar Naturale, mexa 
bem e deixe descansar. Não as crianças, que não vai 
adiantar. Sirva imediatamente, porque pé de moleque não 
para. Quer essa e outras receitas completas? 
 
Entre no site cianaturale.com.br. 
 
 
 8 
 
Onde tem doce, tem Naturale. 
Revista Saúde, n. 351, jun. 2012 (adaptado). 
 
O texto é resultante do hibridismo de dois gêneros 
textuais. A respeito desse hibridismo, observa-se que a 
a) receita mistura-se ao gênero propaganda com a 
finalidade de instruir o leitor. 
b) receita é utilizada no gênero propaganda a fim de 
divulgar exemplos de vida. 
c) propaganda assume a forma do gênero receita para 
divulgar um produto alimentício. 
d) propaganda perde poder de persuasão ao assumir a 
forma do gênero receita. 
e) receita está a serviço do gênero propaganda ao solicitar 
que o leitor faça o doce. 
 
ANÁLISE DO DISCURSO 
20. (Enem 2ª aplicação 2016) 
 
 
 
A importância da preservação do meio ambiente para a 
saúde é ressaltada pelos recursos verbais e não verbais 
utilizados nessa propaganda da SOS Mata Atlântica. 
 
No texto, a relação entre esses recursos 
a) condiciona o entendimento das ações da SOS Mata 
Atlântica. 
b) estabelece contraste de informações na propaganda. 
c) é fundamental para a compreensão do significado da 
mensagem. 
d) oferece diferentes opções de desenvolvimento 
temático. 
e) propõe a eliminação do desmatamento como suficiente 
para a preservação ambiental. 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DO DISCURSO 
21. (Enem 2016) 
 
 
Nesse texto, a combinação de elementos verbais e não 
verbais configura-se como estratégia argumentativa para 
a) manifestar a preocupação do governo com a segurança 
dos pedestres. 
b) associar a utilização do celular às ocorrências de 
atropelamento de crianças. 
c) orientar pedestres e motoristas quanto à utilização 
responsável do telefone móvel. 
d) influenciar o comportamento de motoristas em relação 
ao uso de celular no trânsito. 
e) alertar a população para os riscos da falta de atenção no 
trânsito das grandes cidades. 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
22. (G1 - ifce 2016) 
Leia os textos a seguir. 
 
Texto I 
Nova Poética 
Manuel Bandeira 
 
Vou lançar a teoria do poeta sórdido. 
Poeta sórdido: 
Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida. 
Vai um sujeito, 
Sai um sujeito de casa com a roupa de brim branco 
[muito bem engomada, e na primeira esquina passa um 
[caminhão, salpica-lhe o paletó ou a calça de uma nódoa 
de lama: 
É a vida 
O poema deve ser como a nódoa no brim: 
Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero [...] 
 
 
9 
 
Texto II 
A característica da oralidade radiofônica, então, seria 
aquela que propõe o diálogo com o ouvinte: a simplicidade, 
no sentido da escolha lexical; a concisão e coerência, que 
se traduzem em um texto curto, em linguagem coloquial e 
com organização direta; e o ritmo, marcado pelo locutor, 
que deve ser o mais natural (do diálogo). É esta 
organização que vai “reger” a veiculação da mensagem, 
seja ela interpretada ou de improviso, com objetivo de dar 
melodia à transmissão oral, dar emoção, personalidade ao 
relato de fato. 
VELHO, A. P. M. A linguagem do rádio multimídia. Disponível 
em: www.bocc.ubi.pt. 
 
Encontramos nos textos I e II, respectivamente, as 
funções 
a) conotativa e fática. 
b) metalinguística e referencial. 
c) emotiva e referencial. 
d) fática e conotativa. 
e) poética e conotativa. 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
23. (G1 - ifsp 2016)Observe o texto adaptado abaixo. 
 
 
 
O zika vírus foi identificado no Brasil pela primeira vez no 
final de abril por pesquisadores da Universidade Federal da 
Bahia (UFBA). Pertencente à mesma família dos vírus da 
dengue e da febre amarela, o zika é endêmico de alguns 
países da África e do sudeste da Ásia. Veja perguntas e 
respostas sobre a doença: 
Como ocorre a transmissão? 
Assim como os vírus da dengue e do chikungunya, o zika 
também é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A 
prevenção, portanto, segue as mesmas regras aplicadas a 
essas doenças. Evitar a água parada, que os mosquitos 
usam para se reproduzir, é a principal medida. 
Quais são os sintomas? 
Os principais sintomas da doença provocada pelo zika vírus 
são febre intermitente, erupções na pele, coceira e dor 
muscular. Segundo a infectologista Rosana Richtmann, a 
boa notícia é que o zika vírus é muito menos agressivo que 
o vírus da dengue: não há registro de mortes relacionadas 
à doença. A evolução é benigna e os sintomas geralmente 
desaparecem espontaneamente em um período de 
3
 até 
7
 
dias. 
Como é o tratamento? 
Não há vacina nem tratamento específico para a doença. 
Segundo informações do Ministério da Saúde, os casos 
devem ser tratados com o uso de paracetamol ou dipirona 
para controle da febre e da dor. Assim como na dengue, o 
uso de ácido acetilsalicílico (aspirina) deve ser evitado por 
causa do risco aumentado de hemorragias. 
 
É correto afirmar que, no que tange às funções da 
linguagem, o texto acima é um exemplo de Função 
a) Referencial ou Denotativa. 
b) Expressiva ou Emotiva. 
c) Apelativa ou Conativa. 
d) Fática. 
e) Metalinguística. 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
24. (G1 - ifce 2016) 
Leia os textos abaixo e indique a alternativa que contém, 
respectivamente, a classificação correta quanto à função 
da linguagem neles predominante. 
 
(Texto I) 
“Entendo que poesia é negócio de grande 
responsabilidade, e não considero honesto rotular-se de 
poeta quem apenas verseje por dor de cotovelo, falta de 
dinheiro ou momentânea tomada de contato com as forças 
líricas do mundo, sem se entregar aos trabalhos cotidianos 
e secretos da técnica, da leitura, da contemplação e mesmo 
da ação. Até os poetas se armam, um poeta desarmado é, 
mesmo, um ser à mercê de inspirações fáceis, dócil às 
modas e compromissos.” 
(Carlos Drummond de Andrade) 
 
(Texto II) 
“Quando criança, e depois adolescente, fui precoce em 
muitas coisas. Em sentir um ambiente, por exemplo, em 
apreender a atmosfera íntima de uma pessoa. Por outro 
lado, longe de precoce, estava em incrível atraso em 
relação a outras coisas importantes. Continuo, aliás, 
atrasada em muitos terrenos. Nada posso fazer: parece que 
há em mim um lado infantil que não cresce jamais”. 
(Clarice Lispector) 
 
 
 10 
 
(Texto III) 
 
 
 
a) Referencial – apelativa – poética. 
b) Fática – poética – apelativa. 
c) Metalinguística – emotiva – poética. 
d) Poética – metalinguística – emotiva. 
e) Metalinguística – referencial – emotiva. 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
FAVELÁRIO NACIONAL 
 
Carlos Drummond de Andrade 
 
Quem sou eu para te cantar, favela, 
Que cantas em mim e para ninguém 
a noite inteira de sexta-feira 
e a noite inteira de sábado 
E nos desconheces, como igualmente não te 
conhecemos? 
Sei apenas do teu mau cheiro: 
Baixou em mim na viração, 
direto, rápido, telegrama nasal 
anunciando morte... melhor, tua vida. 
... 
Aqui só vive gente, bicho nenhum 
tem essa coragem. 
... 
Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer, 
Medo só de te sentir, encravada 
Favela, erisipela, mal-do-monte 
Na coxa flava do Rio de Janeiro. 
 
Medo: não de tua lâmina nem de teu revólver 
nem de tua manha nem de teu olhar. 
Medo de que sintas como sou culpado 
e culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade. 
Custa ser irmão, 
custa abandonar nossos privilégios 
e traçar a planta 
da justa igualdade. 
Somos desiguais 
e queremos ser 
sempre desiguais. 
E queremos ser 
bonzinhos benévolos 
comedidamente 
sociologicamente 
mui bem comportados. 
Mas, favela, ciao, 
que este nosso papo 
está ficando tão desagradável. 
vês que perdi o tom e a empáfia do começo? 
... 
(ANDRADE, Carlos Drummond de, Corpo. Rio de Janeiro: Record, 
1984) 
 
25. (Epcar (Afa) 2016) 
Nos versos: “Mas, favela, ciao, / que este nosso papo / está 
ficando tão desagradável / vês que perdi o tom e a empáfia 
do começo?”, verifica-se a presença das funções de 
linguagem 
 
a) apelativa e referencial. 
b) poética e referencial. 
c) metalinguística e apelativa. 
d) fática e emotiva. 
 
VARIEDADE LÍNGUÍSTICA 
 
 
26. (G1 - ifpe 2016) 
No último balão da tirinha de Maurício de Sousa, o autor 
escreveu “mais” em vez de “mas” na tentativa de 
representar, na escrita, a forma como a personagem Chico 
Bento, supostamente, pronunciaria a conjunção 
adversativa. Existem diversas formas e níveis de variação 
linguística, justamente, porque somos influenciados por 
diversos fatores, tais como: região, escolaridade, faixa 
etária, contexto comunicativo, papel social etc. 
Com base nesses pressupostos, assinale a alternativa que 
representa uma variante linguística característica do falar 
popular mineiro. 
 
a) “Aquele fi duma égua só me deixou aperreado”. 
 
11 
 
b) “Protesto, meritíssimo! A testemunha não havia falado 
da agressão.” 
c) “Capaz, guri! Só tava de bobeira contigo, bagual!” 
d) “Uai? Cê já chegô, sô? Peraí, que eu já tô saíno!” 
e) “Aquela mina é firmeza, mano!” 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
Tintim 
 
Durante alguns anos, o tintim me intrigou. Tintim por 
tintim: o que queria dizer aquilo? Imaginei que fosse 
alguma misteriosa medida de outros tempos que 
sobrevivera ao sistema métrico, como a braça, a légua, etc. 
Outro mistério era o triz. Qual a exata definição de um triz? 
É uma subdivisão de tempo ou de espaço. As coisas deixam 
de acontecer por um triz, por uma fração de segundo ou de 
milímetro. Mas que fração? O triz talvez correspondesse a 
meio tintim, ou o tintim a um décimo de triz. 
Tanto o tintim quanto o triz pertenceriam ao obscuro 
mundo das microcoisas. 
Há quem diga que não existe uma fração mínima de 
matéria, que tudo pode ser dividido e subdividido. Assim 
como existe o infinito para fora – isto é, o espaço sem fim, 
depois que o Universo acaba – existiria o infinito para 
dentro. A menor fração da menor partícula do último 
átomo ainda seria formada por dois trizes, e cada triz por 
dois tintins, e cada tintim por dois trizes, e assim por diante, 
até a loucura. 
Descobri, finalmente, o que significa tintim. É verdade que, 
se tivesse me dado o trabalho de olhar no dicionário mais 
cedo, minha ignorância não teria durado tanto. Mas o 
óbvio, às vezes, é a última coisa que nos ocorre. Está no 
Aurelião. Tintim, vocábulo onomatopaico que evoca o 
tinido das moedas. 
Originalmente, portanto, "tintim por tintim" indicava um 
pagamento feito minuciosamente, moeda por moeda. Isso 
no tempo em que as moedas, no Brasil, tiniam, ao contrário 
de hoje, quando são feitas de papelão e se chocam sem 
ruído. Numa investigação feita hoje da corrupção no país 
tintim por tintim ficaríamos tinindo sem parar e 
chegaríamos a uma nova concepção de infinito. 
Tintim por tintim. A menina muito dada namoraria sim-sim 
por sim-sim. O gordo incontrolável progrediria pela vida 
quindim por quindim. O telespectador habitual viveria plim-
plim por plim-plim. E você e eu vamos ganhando nosso 
salário tin por tin (olha aí, a inflação já levou dois tins). 
Resolvido o mistério do tintim, que não é uma subdivisão 
nem de tempo nem de espaço nem de matéria, resta o triz. 
O Aurelião não nos ajuda. "Triz", diz ele, significa por 
pouco. Sim, mas que pouco? Queremos algarismos, 
vírgulas, zeros,definições para "triz". Substantivo feminino. 
Popular. 
"Icterícia." Triz quer dizer icterícia. Ou teremos que mudar 
todas as nossas teorias sobre o Universo ou teremos que 
mudar de assunto. Acho melhor mudar de assunto. 
O Universo já tem problemas demais. 
 
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para ler na escola. Rio de 
Janeiro: Objetiva, 2001.) 
 
27. (G1 - ifsp 2016) 
Levando em consideração o texto “Tintim”, de Luis 
Fernando Veríssimo, e o conceito de funções da linguagem, 
marque (V) para verdadeiro ou (F) para falso e assinale a 
alternativa correta. 
 
( ) “Durante alguns anos, o tintim me intrigou. Tintim por 
tintim: o que queria dizer aquilo?”. A função da 
linguagem predominante no trecho é a emotiva. 
( ) “Originalmente, portanto, ‘tintim por tintim’ indicava 
um pagamento feito minuciosamente, moeda por 
moeda”. A função da linguagem predominante no 
trecho é a referencial. 
( ) “Numa investigação feita hoje da corrupção no país 
tintim por tintim ficaríamos tinindo sem parar e 
chegaríamos a uma nova concepção de infinito.” A 
função da linguagem predominante no trecho é a 
expressiva. 
( ) “Resolvido o mistério do tintim, que não é uma 
subdivisão nem de tempo nem de espaço nem de 
matéria, resta o triz”. A função da linguagem 
predominante no trecho é a fática. 
 
a) F, V, V, V. 
b) V, V, F, F. 
c) F, V, F, F. 
d) V, V, F, V. 
e) V, F, F, V. 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
Será que os dicionários liberaram o ‘dito-cujo’? 
Por Sérgio Rodrigues 
 
Brasileirismo informal, termo não está proibido, mas deve 
ser usado de forma brincalhona 
 
O registro num dicionário não dá certificado 
automático de adequação a expressão alguma: significa 
apenas que ela é usada com frequência suficiente para 
merecer a atenção dos lexicógrafos. O substantivo “dito-
cujo”, que substitui o nome de uma pessoa que já foi 
mencionada ou que por alguma razão não se deseja 
mencionar, é um brasileirismo antigo e, de certa forma, 
consagrado, mas aceitável apenas na linguagem coloquial. 
Mais do que isso: mesmo em contextos informais seu 
emprego deve ser sempre “jocoso”, ou seja, brincalhão, 
como anotam diversos lexicógrafos, entre eles o Houaiss e 
o Francisco Borba. Convém que quem fala ou escreve “dito-
cujo” deixe claro que está se afastando conscientemente do 
registro culto. 
Exemplo: “O leão procurou o gerente da Metro e 
se ofereceu para leão da dita-cuja, em troca de 
 
 12 
 
alimentação”, escreveu Millôr Fernandes numa de suas 
“Fábulas fabulosas”. 
 
(http://veja.abril.com.br/blog/sobrepalavras/ 
consultorio/sera-que-os-dicionarios-liberaram-odito-cujo/>. 
Acesso em 13/11/2015. Texto adaptado) 
 
 
28. (G1 - ifal 2016) 
As funções da linguagem relacionam-se conceitualmente à 
ideia de que, nas diversas situações de comunicação, um 
dos seis elementos que compõem esse processo – a saber, 
emissor, receptor, mensagem, código, referente e canal – 
prevalece sobre os demais. Em relação ao texto acima, no 
tocante a esse fenômeno, indique a alternativa correta. 
a) A função da linguagem predominante é a fática, que 
testa o canal, pois se verifica no texto uma reflexão 
sobre esse elemento, isto é, a língua. 
b) A predominância é da mensagem, para a qual o autor 
chama a atenção, pretendendo ensinar um conteúdo de 
forma didática. 
c) Visto que se trata de uma problematização sobre o 
próprio código, o texto tem caráter eminentemente 
metalinguístico. 
d) Como há uma preocupação do autor em revelar suas 
ideias e emoções no texto, a centralidade da mensagem 
recai sobre o emissor. 
e) Porque mantém um tom literário, o texto tem como 
função da linguagem predominante a poética, o que 
justifica as metáforas presentes nele. 
 
INTENCIONALIDADE TEXTUAL 
 
O Desaparecido 
 
Tarde fria, e então eu me sinto um daqueles velhos 
poetas de antigamente que sentiam frio na alma quando a 
tarde estava fria, e então eu sinto uma saudade muito 
grande, uma saudade de noivo, e penso em ti devagar, bem 
devagar, com um bem-querer tão certo e limpo, tão fundo 
e bom que parece que estou te embalando dentro de mim. 
Ah, que vontade de escrever bobagens bem 
meigas, bobagens para todo mundo me achar ridículo e 
talvez alguém pensar que na verdade estou aproveitando 
uma crônica muito antiga num dia sem assunto, uma 
crônica de rapaz; e, entretanto, eu hoje não me sinto rapaz, 
apenas um menino, com o amor teimoso de um menino, o 
amor burro e comprido de um menino lírico. Olho-me ao 
espelho e percebo que estou envelhecendo rápida e 
definitivamente; com esses cabelos brancos parece que não 
vou morrer, apenas minha imagem vai-se apagando, vou 
ficando menos nítido, estou parecendo um desses clichês 
sempre feitos com fotografias antigas que os jornais 
publicam de um desaparecido que a família procura em 
vão. 
Sim, eu sou um desaparecido cuja esmaecida, 
inútil foto se publica num canto de uma página interior de 
jornal, eu sou o irreconhecível, irrecuperável desaparecido 
que não aparecerá mais nunca, mas só tu sabes que em 
alguma distante esquina de uma não lembrada cidade 
estará de pé um homem perplexo, pensando em ti, 
pensando teimosamente, docemente em ti, meu amor. 
 
(BRAGA, R. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 
2013. p. 465.) 
 
29. (Uel 2016) 
Leia, a seguir, o trecho presente no início do segundo 
parágrafo da crônica. 
Ah, que vontade de escrever bobagens bem meigas, 
bobagens para todo mundo me achar ridículo [...] 
 
A respeito desse trecho, considere as afirmativas a seguir. 
 
I. O trecho representa a ruptura entre a crônica e o mundo 
através do aprofundamento na vida interior. 
II. O trecho contesta a viabilidade de uma crônica com 
marcas líricas consideradas como tolices. 
III. O trecho ressalta a crônica como veículo da expressão 
do sentimento de desajuste entre o indivíduo e o 
mundo ao seu redor. 
IV. A iniciativa metalinguística aponta a liberdade e a 
variedade de vertentes da crônica que pode se valer de 
recursos narrativos e líricos. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
Depois de maio de 1940, os bons momentos foram poucos 
e muito espaçados: primeiro veio a guerra, depois, a 
capitulação, em seguida, a chegada dos alemães, e foi 
então que começaram os sofrimentos dos judeus. Nossa 
liberdade foi gravemente restringida com uma série de 
decretos antissemitas: os judeus deveriam usar uma estrela 
amarela; os judeus eram proibidos de andar nos bondes; os 
judeus eram proibidos de andar de carro, mesmo em seus 
próprios carros; os judeus deveriam fazer suas compras 
entre três e cinco horas da tarde; os judeus só deveriam 
frequentar barbearias e salões de beleza de proprietários 
judeus; os judeus eram proibidos de sair às ruas entre oito 
da noite e seis da manhã; os judeus eram proibidos de 
frequentar teatros, cinemas ou qualquer outra forma de 
diversão; os judeus eram proibidos de ir a piscinas, quadras 
de tênis, campos de hóquei ou qualquer outro campo 
esportivo; os judeus eram proibidos de ficar em seus jardins 
 
13 
 
ou nos de amigos depois das oito da noite; os judeus eram 
proibidos de visitar casas de cristãos; os judeus deveriam 
frequentar escolas judias etc. Você não podia fazer nem 
isso nem aquilo, mas a vida continuava. 
 
(O diário de Anne Frank. Trad. Alves Calado. 50. ed. Rio; 
São Paulo: Record, 2015, p. 18) 
 
30. (G1 - ifal 2016) 
No trecho extraído do livro O diário de Anne Frank, quanto 
aos elementos da comunicação e àsfunções da linguagem, 
é certo afirmar que: 
a) ainda que seja um trecho de um diário, não se pode ver 
nesse excerto a centralidade no emissor nem, por 
conseguinte, a manifestação da função emotiva da 
linguagem. 
b) como está explicando eventos que fazem parte da 
narrativa, o recorte acima se faz com predominância da 
função metalinguística, que está adequada às 
necessidades discursivas do enunciado. 
c) no excerto, nota-se um cuidado especial com o emissor, 
o que gera a proeminência da função poética da 
linguagem, uma vez que o texto é literário. 
d) a função poética da linguagem, que predomina nesse 
texto, decorre da centralidade do código, para o qual se 
chama a atenção. 
e) o assunto é o elemento mais importante dessa 
mensagem, razão por que se manifesta ao longo dela a 
função fática da linguagem, como se espera de um texto 
que se faz seguindo os padrões do gênero discursivo 
diário. 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
Mãos dadas 
 
Não serei o poeta de um mundo caduco. 
Também não cantarei o mundo futuro. 
Estou preso à vida e olho meus companheiros. 
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. 
Entre eles, considero a enorme realidade. 
O presente é tão grande, não nos afastemos. 
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. 
 
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, 
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da 
janela, 
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, 
não fugirei para as ilhas, nem serei raptado por serafins. 
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens 
presentes, a vida presente. 
 
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia completa e prosa. Rio 
de Janeiro: José Aguilar, 1973. p. 111.) 
 
 
 
31. (G1 - ifce 2016) 
No poema há predominância da função metalinguística da 
linguagem. São comprovações disso os trechos 
a) “não fugirei para as ilhas, nem serei raptado por 
serafins.” 
b) “não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida”. 
c) “Estou preso à vida e olho meus companheiros. / Estão 
taciturnos mas nutrem grandes esperanças.” 
d) “O presente é tão grande, não nos afastemos. / Não nos 
afastemos muito, vamos de mãos dadas.” 
e) “Não serei o poeta de um mundo caduco. / Também não 
cantarei o mundo futuro.” 
 
ANÁLISE DO DISCURSO 
32. (Enem 2015) 
 
Exmº Sr. Governador: 
Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados pela 
Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928. 
[...] 
ADMINISTRAÇÃO 
Relativamente à quantia orçada, os telegramas custaram 
pouco. De ordinário vai para eles dinheiro considerável. 
Não há vereda aberta pelos matutos que prefeitura do 
interior não ponha no arame, proclamando que a coisa foi 
feita por ela; comunicam-se as datas históricas ao Governo 
do Estado, que não precisa disso; todos os acontecimentos 
políticos são badalados. Porque se derrubou a Bastilha - um 
telegrama; porque se deitou pedra na rua - um telegrama; 
porque o deputado F. esticou a canela - um telegrama. 
Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929. 
GRACILlANO RAMOS 
 
RAMOS, G. Viventes das Alagoas. São Paulo: Martins Fontes, 
1962. 
 
O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na 
época, prefeito de Palmeira dos Índios, e é destinado ao 
governo do estado de Alagoas. De natureza oficial, o texto 
chama a atenção por contrariar a norma prevista para esse 
gênero, pois o autor 
a) emprega sinais de pontuação em excesso. 
b) recorre a termos e expressões em desuso no português. 
c) apresenta-se na primeira pessoa do singular, para 
conotar intimidade com o destinatário. 
d) privilegia o uso de termos técnicos, para demonstrar 
conhecimento especializado. 
e) expressa-se em linguagem mais subjetiva, com forte 
carga emocional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
 
NÍVEIS DE LINGUAGEM 
33. (Unifesp 2015) 
 
 
 
Considerando-se a situação de comunicação entre Garfield 
e seu dono, a frase, em linguagem coloquial, que preenche 
o balão do último quadrinho é: 
a) Tenho de saboreá-lo bem? 
b) Devo saborear a ele muito bem? 
c) Convém que eu o saboreie bem? 
d) Saboreá-lo-ei muito bem? 
e) Eu tenho de saborear bem ele? 
 
INTENCIONALIDADE TEXTUAL 
34. (Enem PPL 2015) 
 
 
Considerando que a internet influencia os modos de 
comunicação contemporânea, a charge faz uma crítica ao 
uso vicioso dessa tecnologia, pois 
a) gera diminuição no tempo de descanso, substituído pelo 
contato com outras pessoas. 
b) propicia a continuação das atividades de trabalho, ainda 
que em ambiente doméstico. 
c) promove o distanciamento nos relacionamentos, 
mesmo entre pessoas próximas fisicamente. 
d) tem impacto negativo no tempo disponível para o lazer 
do casal. 
e) implica a adoção de atitudes agressivas entre os 
membros de uma mesma família. 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
35. (Enem PPL 2015) 
Anfíbio com formato de cobra é descoberto no Rio 
Madeira (RO) 
 
Animal raro foi encontrado por biólogos em canteiro de 
obras de usina. Exemplares estão no Museu Emilio Goeldi, 
no Pará 
O trabalho de um grupo de biólogos no canteiro de obras 
da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em 
Porto Velho, resultou na descoberta de um anfíbio de 
formato parecido com uma cobra. Atretochoana eiselti é o 
nome científico do animal raro descoberto em Rondônia. 
Até então, só havia registro do anfíbio no Museu de 
História Natural de Viena e na Universidade de Brasília. 
Nenhum deles tem a descrição exata de localidade, apenas 
“América do Sul”. A descoberta ocorreu em dezembro do 
ano passado, mas apenas agora foi divulgada. 
 
XIMENES, M. Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 1 
ago. 2012. 
 
A notícia é um gênero textual em que predomina a função 
referencial da linguagem. No texto, essa predominância 
evidencia-se pelo(a) 
a) recorrência de verbos no presente para convencer o 
leitor. 
b) uso da impessoalidade para assegurar a objetividade da 
informação. 
c) questionamento do código linguístico na construção da 
notícia. 
d) utilização de expressões úteis que mantêm aberto o 
canal de comunicação com o leitor. 
e) emprego dos sinais de pontuação para expressar as 
emoções do autor. 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
36. (G1 - cps 2015) 
Leia o fragmento desta reportagem. 
 
Veículos de transporte recebem selo de vistoria 2015 em 
Macaé, no RJ 
Responsável por vistoriar, certificar e fiscalizar os veículos 
de transporte urbano, táxis, escolares e fretamento, a 
Secretaria de Mobilidade Urbana de Macaé, no interior do 
Rio, começou a selar os veículos para a prestação de 
serviços no exercício 2015. A medida cumpre o calendário 
da vistoria anual realizada pela Prefeitura de Macaé nos 
veículos de empresas e cooperativas que prestam serviço 
nestas modalidades. (...) 
 
<http://tinyurl.com/pgpon2r> Acesso em: 27.03.2015. 
 
A função de linguagem predominante nesse texto é: 
 
15 
 
a) fática, pois a mensagem está centrada no canal, 
objetivando prolongar o contato. 
b) metalinguística, pois influencia o interlocutor, de forma 
apelativa, indutiva. 
c) referencial, pois transmite uma informação objetiva, 
expõe dados da realidade. 
d) conativa, pois a mensagem busca influenciar o receptor, 
de forma apelativa. 
e) poética, pois a mensagem está centrada na elaboração 
da linguagem. 
 
INTENCIONALIDADE TEXTUAL 
 A palavra falada é um fenômeno natural; a 
palavra escrita é um fenômeno cultural. O homem natural 
pode viver perfeitamente sem ler nem escrever. Não o pode 
o homem a que chamamos civilizado: por isso, como disse, 
a palavra escrita é um fenômeno cultural, não da natureza 
mas da civilização, da qual a cultura é a essência e o esteio. 
 Pertencendo, pois, a mundos (mentais) 
essencialmentediferentes, os dois tipos de palavra 
obedecem forçosamente a leis ou regras essencialmente 
diferentes. A palavra falada é um caso, por assim dizer, 
democrático. Ao falar, temos que obedecer à lei do maior 
número, sob pena de ou não sermos compreendidos ou 
sermos inutilmente ridículos. Se a maioria pronuncia mal 
uma palavra, temos que a pronunciar mal. Se a maioria usa 
de uma construção gramatical errada, da mesma 
construção teremos que usar. Se a maioria caiu em usar 
estrangeirismos ou outras irregularidades verbais, assim 
temos que fazer. Os termos ou expressões que na 
linguagem escrita são justos, e até obrigatórios, tornam-se 
em estupidez e pedantaria, se deles fazemos uso no trato 
verbal. Tornam-se até em má-criação, pois o preceito 
fundamental da civilidade é que nos conformemos o mais 
possível com as maneiras, os hábitos, e a educação da 
pessoa com quem falamos, ainda que nisso faltemos às 
boas maneiras ou à etiqueta, que são a cultura exterior. 
 
(Fernando Pessoa. A língua portuguesa, 1999. Adaptado.) 
 
37. (Unifesp 2015) 
Em sua argumentação, o autor estabelece que 
a) a palavra escrita se espelha na palavra falada. Dessa 
forma, a boa comunicação implica reconhecer que fala 
e escrita são de mesma natureza. 
b) as diferenças entre fala e escrita são muitas. Dessa 
forma, a boa comunicação está relacionada ao valor 
cultural da linguagem. 
c) o fenômeno cultural está contido no natural. Dessa 
forma, a boa comunicação diz respeito ao uso que cada 
pessoa faz, de acordo com as necessidades cotidianas. 
d) os fenômenos naturais precedem os culturais. Dessa 
forma, a boa comunicação depende de ajustar aqueles 
às especificidades destes. 
e) fala e escrita são domínios distintos. Dessa forma, a boa 
comunicação implica conhecer e empregar os recursos 
específicos de cada um deles. 
 
NÍVEIS DE LINGUAGEM 
38. (Unifesp 2015) 
De acordo com o autor, “ao falar, temos que obedecer à lei 
do maior número”. Atendendo a esse princípio, para o 
português oral contemporâneo, está adequado o 
enunciado: 
 
a) Olvidei-me de trazer seu livro. Assistia a um filme 
deveras interessante. Você não se sente chateado por 
isso, não é mesmo? 
b) Caso assistisse a um filme e esquecesse teu livro... 
Sentir-te-ias magoado com esse meu comportamento? 
c) Cara, @#$&*...! Demorô!!! O fdm nem tchum... E pá...  
E o livro... Nem...  Que m***a!!! 
d) Me esqueci de trazer seu livro, porque fiquei assistindo 
um filme. Cê não tá chateado por causa disso, né? 
e) Nóis ia lê o livro na aula, mais fiquei veno TV, sistino um 
firme e isquici dele. Ocê tá chateado cumigu não né? 
 
ANÁLISE DO DISCURSO 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: 
 
Verbos 
 
A professora pergunta para a Mariazinha: 
– Mariazinha, me dê um exemplo de verbo. 
– Bicicreta! – respondeu a menina. 
– Não se diz “bicicreta”, e sim “bicicleta”. Além disso, 
bicicleta não é verbo. Pedro, me diga você um verbo. 
– Prástico! – disse o garoto. 
– É “plástico”, não “prástico”. E também não é verbo. 
Laura, é sua vez: me dê um exemplo correto de verbo – 
pediu a professora. 
– Hospedar! – respondeu Laura. 
– Muito bem! – disse a professora. Agora, forme uma frase 
com este verbo. 
– Os pedar da bicicreta é de prástico! 
ABAURRE, Maria Luiza e PONTARA, Marcela. Gramática – Texto: 
análise e construção de sentido. Volume único. São Paulo: 
Moderna, 2006, p. 76. 
 
39. (Upe 2015) 
A compreensão do texto leva o leitor a concluir que 
a) a professora logrou êxito no seu intuito de ensinar a 
classe de palavras ‘verbo’. 
b) embora os alunos soubessem o assunto, optaram por 
responder incorretamente. 
c) os alunos e a professora demonstram domínio da mesma 
variedade linguística. 
d) a resposta que foi considerada correta pela professora 
era, na verdade, incorreta. 
 
 16 
 
e) somente Laura respondeu corretamente, o que 
demonstra seu domínio do assunto. 
 
40. (Upe 2015) 
No texto, o discurso da professora apresenta traços 
marcantes de sua identidade profissional. 
Linguisticamente, esses traços são representados pela (o) 
a) delimitação promovida pelos sinais de travessão. 
b) linguagem mais formal e pelas sequências injuntivas. 
c) amplo emprego de verbos de elocução no texto. 
d) presença de sinais de exclamação ao longo do texto. 
e) completo apagamento das vozes dos alunos. 
 
41. (Upe 2015) 
Em se tratando do conteúdo e da construção do humor do 
texto, analise as proposições a seguir. 
 
I. A professora reprime, em sala de aula, o uso de uma 
variedade linguística de menor prestígio social. 
II. As formas “bicicreta”, “prástico” e “pedar”, assim como 
a ausência de marcas de concordância, indicam que os 
alunos dominam variedades linguísticas válidas em 
certos contextos de uso, ainda que distantes da norma-
padrão. 
III. O humor do texto reside na falta de originalidade da 
frase formada por Laura, uma vez que ela utilizou as 
respostas fornecidas anteriormente pelos seus colegas. 
IV. A professora não se deu conta da semelhança fônica 
entre o verbo “hospedar” e a expressão “os pedar”, 
esta última distante do padrão linguístico socialmente 
instituído. 
 
Estão CORRETAS, apenas: 
a) I e II. 
b) I, II e III. 
c) I, II e IV. 
d) I, III e IV. 
e) II e IV. 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
42. (Acafe 2014) 
A alternativa em cujo texto a função estético-literária 
prevalece sobre a função referencial é: 
a) 'Me pegue pelos cabelos, sinta meu cheiro, me jogue 
pelo ar, me leve pro seu banheiro...' acabou de entrar. 
Sempre usa um provérbio, trecho de música ou nick 
sedutores. Adora usar trechos de funk ou pagode com 
duplo sentido. Está há 6 meses sem dar um tapa na 
macaca e está doida pra arrumar alguém pra fazer o 
servicinho. 
b) Depois da reforma que atualizou suas estrutura e 
instalações, e com a proposta de se estabelecer como 
polo de debate e difusão de cultura e pensamento, o 
Teatro Ágora reiniciou suas atividades no fim de 
setembro. Para marcar a reinauguração, o espetáculo 
inédito “Teatro Nosso de Cada Dia”, com o ator e diretor 
Celso Frateschi, e o “Homem que Fala”, dos Doutores da 
Alegria, estão na programação. 
c) Se você gosta de usar a criatividade na hora de se vestir, 
chegou a hora de se identificar! Mesmo sem ter muito 
dinheiro, Tatiana Alvim sempre teve estilo de sobra! Fã 
de calças, saias e shortinhos jeans, a gata deixa a peça 
básica a sua cara ao combinar tudo com t-shirts de 
estampas modernas, unhas coloridas e acessórios 
descolados. Facinho de copiar e usar! 
d) Segundo a sinopse oficial, "Tatuagem" revisita o cinema 
novo, "flertando com o experimentalismo do super-8 da 
década de 70 no Brasil e dialogando com o cinema 
contemporâneo". A primeira produção ficcional de 
Hilton Lacerda procura jogar luz sobre a história e a 
cinematografia de um país e abrir uma brecha para 
vislumbrar uma das faces mais interessantes e 
complexas do Brasil: a história que nasce na 
marginalidade dos acontecimentos. 
 
SEMÂNTICA 
43. (Upe 2014) 
 
TEXTO 1 
 
“Vamos celebrar 
nossa justiça 
A ganância e a 
difamação 
Vamos celebrar os 
preconceitos 
O voto dos 
analfabetos 
Comemorar a água 
podre 
E todos os impostos 
Queimadas, mentiras 
E sequestros...” 
 
TEXTO 2 
 
“Há manifestantes 
representando policiais, que 
defendem a votação da PEC 
(Proposta de Emenda à 
Constituição) 300, que 
estabelece o piso nacional 
para policiais militares e 
bombeiros. Outro grupo 
representa médicos que 
querem a derrubada do veto 
ao projeto de lei do Ato 
Médico; e um terceiro bloco 
é formado por profissionais 
de 13 categorias da área de 
saúde que defendem a 
manutenção do veto.”Com base nos textos 1 e 2, analise as afirmativas a seguir: 
 
I. A linguagem literária é predominantemente referencial, 
visto que é de natureza complexa e ambivalente. 
II. A denotação está presente no texto 1, pois as palavras 
possuem sentidos mais precisos. 
III. O texto 1 é polissêmico por ser literário e passível de 
provocar interpretações diferenciadas. 
 
17 
 
IV. A expressão “... celebrar nossa justiça...” é produzida 
com ironia pelo eu lírico. 
V. A sigla PEC 300, utilizada no texto 2, possui sentido 
figurado e gera dubiedade na compreensão. 
 
Estão CORRETAS 
a) I, II e III. 
b) I, II e IV. 
c) II, III e IV. 
d) II, IV e V. 
e) III, IV e V. 
 
INTENCIONALIDADE TEXTUAL 
44. (Insper 2014) 
 
 
Os pais já perceberam e reclamam. Os especialistas em 
comportamento listam vários motivos para o fenômeno – 
desde falta de autoestima até gosto por novidades. Mas 
agora é a vez de os próprios jovens admitirem: "Somos 
consumistas mesmo!". 
Para economizar sem abdicar das compras, a estudante 
carioca Camila Florez, 18, chegou a trabalhar, por alguns 
meses, em uma loja de um shopping no Rio de Janeiro, onde 
podia comprar modelos com desconto. 
O guarda-roupa cheio motivou Camila e a amiga Roberta 
Moulin, 18, a criarem o blog "Reciclando Moda", onde 
vendem peças que compraram e nunca foram usadas. "Já 
vendemos muita coisa", comemora Camila, que gasta 
parte do dinheiro recebido em... roupas. 
(Folha de S. Paulo, 27/07/2008) 
 
Partindo do pressuposto de que a pontuação exerce 
importante papel na construção de textos escritos, indique 
a alternativa que apresenta uma explicação correta sobre 
o emprego dos sinais de pontuação do excerto acima. 
 
a) No primeiro parágrafo, o travessão tem a finalidade de 
introduzir uma explicação e poderia ser substituído, sem 
alteração de sentido, por ponto-e-vírgula. 
b) Ao longo do texto, as aspas foram empregadas, em suas 
três ocorrências, com a finalidade de demarcar a 
presença do discurso direto. 
c) Na passagem “(...) sem abdicar das compras, (...)”, a 
vírgula foi empregada para separar elementos 
enumerados que exercem a mesma função sintática. 
d) Em “(...), por alguns meses, (...)”, no segundo parágrafo, 
as vírgulas são necessárias para separar o aposto da 
expressão a que se refere: “chegou a trabalhar”. 
e) No último período, as reticências foram utilizadas como 
um recurso retórico para obter efeito de suspense. 
 
ANÁLISE DO DISCURSO 
45. (Enem PPL 2014) 
 A escrita é uma tecnologia intelectual que vem auxiliar o 
trabalho biológico. É como uma nova memória, situada 
fora do sujeito, e ilimitada. Com ela não é mais necessário 
reter todos os relatos – este auxiliar cognitivo vem, 
portanto, relativizar a memória para que a mente humana 
possa desviar sua atenção consciente para outros recursos 
e faculdades. 
Se é arriscado associar diretamente o surgimento da 
ciência ao da escrita, podemos, de qualquer forma, afirmar 
que a escrita deu impulso e desempenhou um papel 
fundamental na construção do discurso científico. O 
distanciamento possibilitado pela grafia no papel traz o 
registro das experiências e das hipóteses, o conhecimento 
especulativo, o documentário de comprovações, a 
compilação de teorias e de paradigmas em torno dos quais 
as comunidades científicas vão se agrupar. 
 
RAMAL, A. C. Educação na cibercultura: hipertextualidade, 
leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002. 
 
O advento da escrita como tecnologia intelectual está 
diretamente ligado a uma série de mudanças na forma de 
pensar e de construir o conhecimento nas sociedades. A 
partir do texto, constata-se que, na elaboração do discurso 
científico, a escrita 
a) determinou de que modo a sociedade científica deveria 
se organizar para avançar. 
b) possibilitou que os pesquisadores se distanciassem de 
informações presentes na memória. 
c) permitiu que fossem documentados conceitos e saberes 
advindos de experiências realizadas. 
d) facilitou que as informações ficassem armazenadas 
igualmente na memória e no papel. 
e) consentiu que a atenção dos homens se desviasse para 
os saberes antigamente inalcançáveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18 
 
ANÁLISE DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: 
 
O texto a seguir foi extraído do livro de memórias 
do escritor e jornalista carioca, que nasceu em 1926, Carlos 
Heitor Cony. 
Um livro de memórias é “relato que alguém faz, 
frequentemente, na forma de obra literária, a partir de 
acontecimentos históricos dos quais participou ou foi 
testemunha, ou que estão fundamentados em sua vida 
particular”. Não deve ser confundido com autobiografia. 
 
O suor e a lágrima 
 
Fazia calor no Rio, quarenta graus e qualquer 
coisa, quase quarenta e um. No dia seguinte, os jornais 
diriam que fora o dia mais quente deste verão que inaugura 
o século e o milênio. 2Cheguei ao Santos Dumont, o voo 
estava atrasado, decidi engraxar os sapatos. Pelo menos 
aqui no Rio são raros 3esses engraxates, só existem nos 
aeroportos e em poucos lugares avulsos. 
Sentei-me 4naquela espécie de cadeira canônica, 
de coro de abadia pobre, que também pode parecer o trono 
de um rei desolado de um reino desolante. 
O engraxate era gordo e estava com calor — o que 
me pareceu óbvio. Elogiou 7meu sapato, cromo italiano, 
fabricante ilustre, os Rossetti. 6Uso-o pouco, em parte para 
poupá-lo, em parte porque quando posso estou sempre de 
tênis. 
Ofereceu-me o jornal que eu já havia lido e 
começou seu ofício. Meio careca, o suor encharcou-lhe a 
testa e a calva. 5Pegou aquele paninho que dá brilho final 
nos sapatos e com ele enxugou o próprio suor, que era 
abundante. 
Com o mesmo pano, executou com maestria 
aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira, mas a 
todo o instante o usava para enxugar-se — caso contrário, 
o suor inundaria o meu cromo italiano. 
E foi assim que a testa e a calva do valente filho 
do povo ficaram manchadas de graxa e o meu sapato 
adquiriu um brilho de espelho, à custa do suor alheio. 
Nunca tive sapatos tão brilhantes, tão dignamente suados. 
Na hora de pagar, alegando não ter nota menor, 
deixei-lhe um troco generoso. Ele me olhou espantado, 
retribuiu a gorjeta me desejando em dobro tudo o que eu 
viesse a precisar no resto dos meus dias. 
Saí daquela cadeira com um baita sentimento de 
culpa. Que diabo, meus sapatos não estavam tão sujos 
assim, por 45 míseros tostões fizera um filho do povo suar 
para ganhar seu pão. 1Olhei meus sapatos e tive vergonha 
daquele brilho humano salgado como lágrimas. 
 
CONY, Carlos Heitor. In: Eu aos pedaços: memórias. São Paulo: 
Leya, 2010. p. 114-115. 
 
46. (Uece 2014) 
Escreva V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso o que se 
afirma sobre referenciação e relações sintático-
semânticas. 
 
( ) O trecho “No dia seguinte, os jornais diriam que fora 
o dia mais quente deste verão que inaugura o século 
e o milênio” constitui, na narrativa, uma digressão 
cuja função discursiva é comprovar o que se afirma 
em “Fazia calor no Rio, quarenta graus e qualquer 
coisa, quase quarenta e um.” 
( ) A expressão “esses engraxates” (ref. 3) justifica-se, no 
texto, pela relação indireta com o verbo “engraxar”: 
o ato de engraxar pressupõe um agente, no caso, um 
profissional — um engraxate — “esses engraxates”. 
( ) Nas expressões “(n)aquela espécie de cadeira canônica 
[...]” (ref. 4) e “Pegou aquele paninho que dá brilho 
[...]” (ref. 5), ao usar o pronome aquele(a), o 
enunciador não aponta para nenhum elemento da 
superfície textual, mas aposta no conhecimento de 
mundo do enunciatário; em algo que acredita estar 
na memória dele. 
( ) Nas palavras do cronista, “Uso-o pouco, em parte para 
poupá-lo, em parteporque quando posso estou 
sempre de tênis.” (ref. 6), o pronome o(lo) substitui 
a expressão o meu sapato, (ref. 7), funcionando 
como elemento de coesão entre o enunciado em 
pauta e o enunciado anterior. 
 
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência: 
a) V – V – V – V. 
b) F – V – F – F. 
c) F – F – V – F. 
d) V – F – F – V. 
 
47. (Uece 2014) 
Atente à caracterização do engraxate. 
 
Segundo o cronista, ele era gordo e calvo. Essa 
caracterização: 
 
I. está, de algum modo, relacionada com as ideias 
principais do texto. 
II. tem uma função textual. 
III. atende a uma necessidade de coerência interna do 
texto. 
 
Estão corretas as complementações contidas em 
a) I, II e III. 
b) I e II apenas. 
c) II e III apenas. 
d) I e III apenas. 
 
 
19 
 
NÍVEIS DE LINGUAGEM 
 
O pobre é pop. A periferia é o centro do mundo. E 
a música popular brasileira nunca mereceu tanto ser 
chamada assim — embora esteja cada vez mais distante 
1de um certo totem conhecido como MPB. 
A expansão da classe média tem impacto evidente 
sobre os padrões de consumo no Brasil, inclusive cultural. 
Mas o protagonismo das classes C, D e E nos novos fluxos 
de produção e circulação de música não é efeito colateral 
de um aumento da renda familiar, simplesmente. 
A periferia (cultural, social ou econômica) do Brasil 
cansou 2de esperar o seu lugar ao sol. E tomou pra si o 
direito de dizer e fazer o que quer, do jeito que pode, sabe 
e gosta. 
É uma mudança de paradigmas. Um processo 
cumulativo, iniciado ainda nos idos dos anos 90 [do século 
passado], que se acentua e ganha relevo, sobretudo na 
última década. Uma força irrefreável, que arde em fogo 
brando. Ainda que só deixe a sombra da invisibilidade 
3(para ocupar espaços de validação pública, como já foi a 
dita grande mídia) quando o caldo já ferve há tanto, 6que 
só lhe resta entrar em erupção. Por seus próprios méritos. 
E, não raro, seus próprios meios. 
Foi o que se deu, em boa medida, com fenômenos 
da “periferia do bom gosto” como o sertanejo (no Brasil 
Central), o axé (na Bahia), o rap (em São Paulo), o funk 
carioca (no Rio de Janeiro), o pagode (em São Paulo), o 
forró (no Ceará) e, mais recentemente, o tecnobrega (no 
Pará). 
Em comum, uma música de “gosto duvidoso”, 
4que geralmente destoa da chamada “linha evolutiva da 
MPB”. E que, na sua incontinência habitual, se alastra pelo 
país — com ou sem o suporte das grandes corporações da 
indústria fonográfica e da mídia. 
5É a emergência do pobre-star. Que viceja pelos 
grotões, nos quatro cantos do país, como sintoma de que 
as coisas (há tempos...) já não estão mais tão “sob 
controle”, como se supõe que um dia estiveram, do ponto 
de vista da agenda estética da elite cultural. 
O espanto com que o tecnobrega foi recebido no 
Sudeste, há pouco mais de um ano, como algo “esquisito”, 
que “brotou do nada”, ilustra bem a crônica da vida na 
bolha de um mundo globalizado que, em certos segmentos 
da sociedade brasileira, ainda não voltou o olhar (e a 
escuta) para além do próprio umbigo. 
 
VALE, Israel do.Tecnobrega, ditadura da felicidade e a erupção 
do pobre-star. CULT, São Paulo: Bregantini, n. 183, p. 35, set. 
2013. 
48. (Uneb 2014) 
Na linguagem cotidiana, não é raro o uso de expressões 
consideradas clichês. Já no texto formal, tal recurso é de 
uso restrito. 
No texto em foco, de linguagem predominantemente 
formal, a utilização do clichê encontra-se em 
a) “de um certo totem conhecido como MPB” (ref. 1). 
b) “de esperar o seu lugar ao sol” (ref. 2). 
c) “para ocupar espaços de validação pública” (ref. 3). 
d) “que geralmente destoa da chamada linha evolutiva da 
MPB.” (ref. 4). 
e) “É a emergência do pobre-star.” (ref. 5). 
 
TIPOLOGIA TEXTUAL 
49. (Enem PPL 2013) 
Um gramático contra a gramática 
 
O gramático Celso Pedro Luft era formado em Letras 
Clássicas e Vernácula pela PUCRS e fez curso de 
especialização em Portugal. Foi professor na UFRGS e na 
Faculdade Porto-Alegrense de Ciências e Letras. Suas obras 
mais relevantes são: Gramática resumida, Moderna 
gramática brasileira, Dicionário gramatical da língua 
portuguesa, Novo manual de português, Minidicionário 
Luft, Língua e liberdade e O romance das palavras. Na obra 
Língua e liberdade, Luft traz um conjunto de ideias que 
subverte a ordem estabelecida no ensino da língua 
materna, por combater, de forma veemente, o ensino da 
gramática em sala de aula. 
Nos seis pequenos capítulos que integram a obra, o 
gramático bate, intencionalmente, sempre na mesma tecla 
— uma variação sobre o mesmo tema: a maneira 
tradicional e errada de ensinar a língua materna. 
 
SCARTON, G. Disponível em: www.portugues.com.br. Acesso 
em: 26 out. 2011 (fragmento). 
 
Reconhecer os diversos gêneros textuais que circulam na 
sociedade constitui-se uma característica fundamental do 
leitor competente. A análise das características presentes 
no fragmento de Um gramático contra a gramática, de 
Gilberto Scarton, revela que o texto em questão pertence 
ao seguinte gênero textual: 
a) Artigo científico, uma vez que o fragmento contém 
título, nome completo do autor, além de ter sido 
redigido em uma linguagem clara e objetiva. 
b) Relatório, pois o fragmento em questão apresenta 
informações sobre o autor, bem como descreve com 
detalhes o conteúdo da obra original. 
c) Resenha, porque além de apresentar características 
estruturais da obra original, o texto traz ainda o 
posicionamento crítico do autor do fragmento. 
d) Texto publicitário, pois o fragmento apresenta dados 
essenciais para a promoção da obra original, como 
informações sobre o autor e o conteúdo. 
e) Resumo, visto que, no fragmento, encontram-se 
informações detalhadas sobre o currículo do autor e 
sobre o conteúdo da obra original. 
 
INTENCIONALIDADE TEXTUAL 
50. (G1 - ifal 2012) 
 
 20 
 
 Assinale a única alternativa incorreta sobre o que se pode 
afirmar da leitura do poema de Mário Serenata. 
 
 
 
a) Os dezoito segundos, descritos na terceira estrofe, 
sugerem o tempo total que o poema levou para ser 
construído, e essa é uma das relações estabelecidas com 
o título, que significa “tempo medido”. 
b) A exaustão cantada na última estrofe corresponde não 
só ao fim do poema, como ao cansaço do próprio poeta, 
pois a construção de cada verso consome-lhe um 
segundo de êxtase e abstração. 
c) A oração adjetiva “que correm”, na segunda estrofe, 
insinua-nos que o tempo passa muito rápido com 
relação à fluidez das ideias, que só acometem o poeta 
num estado de transe, de lentidão do pensamento. 
d) A cronometragem e a repetição dos versos “Um poema 
e seus [...] segundos”, em cada uma das estrofes do 
poema, indica-nos que dar corpo à poesia é, para o 
poeta, algo difícil e inquietante. 
e) As funções da linguagem que se destacam neste poema 
são a poética e a referencial, em que se podem perceber 
os sentimentos e as emoções do eu lírico. 
 
NOÇÕES ORTOGRÁFICAS 
51. (Espcex (Aman) 2017) 
 “Ao responder pelo crime de __________, o acusado, 
surpreendido em __________, foi __________ em uma 
__________ que durou pouco mais de duas horas, após as 
quais deixou __________ a sua __________ em todas as 
folhas do depoimento.” 
 
As lacunas do período acima podem ser completadas, 
respectivamente, com 
a) estupro – flagrante – inquerido – sessão – inserta – 
rubrica. 
b) estrupo – flagrante – inquirido – sessão – incerta – 
rúbrica. 
c) estupro – fragrante– enquirido – seção – inserta – 
rúbrica. 
d) estupro – flagrante – inquirido – sessão – inserta – 
rubrica. 
e) estrupo – flagrante – enquirido – seção – incerta – 
rubrica. 
 
NOÇÕES ORTOGRÁFICAS E ANÁLISE GRAMATICAL 
 
 
 52. (Puccamp 2017)

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