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CONTABILIDADE III

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APOSTILA DE 
 CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
VOTUPORANGA – SP 
 
SUMÁRIO 
1 O QUE É O TERCEIRO SETOR? ................................................................................. 5 
1.1 O Marco Regulatório................................................................................................... 7 
1.2 A história do terceiro setor no Brasil ........................................................................... 8 
2 QUALIFICAÇÕES E TITULAÇÕES DAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR ........ 11 
2.1 Organização não-governamental (ONG) .................................................................. 12 
2.2 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) ............................... 13 
2.3 Qualificação como Organização Social (OS) ............................................................ 13 
2.4 Título de Utilidade Pública Federal (TUPF) .............................................................. 13 
2.5 Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEAS) ......................... 14 
2.6 Institutos.......... ......................................................................................................... 14 
2.7 Fundações ................................................................................................................ 14 
2.8 Entidade beneficente ................................................................................................ 15 
2.9 Qual a diferença entre associação e fundação? ....................................................... 15 
2.10 Instituições parceiras do Terceiro Setor ................................................................. 16 
3 COMO FUNCIONAM ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR? .................................... 18 
3.1 Verbas.......... ............................................................................................................ 18 
3.2 Regularização e Fiscalização ................................................................................... 18 
3.3 Certificações ............................................................................................................. 18 
3.4 Como saber se a instituição é de confiança? ........................................................... 19 
3.5 História........ ............................................................................................................. 19 
3.6 Idoneidade ................................................................................................................ 19 
3.7 Trabalho......... .......................................................................................................... 20 
3.8 Segurança ao doador ............................................................................................... 20 
 
4 NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE APLICÁVEIS AO TERCEIRO 
SETOR....... .................................................................................................................... 20 
5 ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA 
ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR ............................................................................ 23 
5.1 Finalidade das Demonstrações Contábeis ............................................................... 24 
5.2 Componentes das demonstrações contábeis ........................................................... 26 
5.3 Pressupostos básicos do modelo contábil ................................................................ 29 
5.4 Características qualitativas das demonstrações contábeis ...................................... 30 
5.4.1 Compreensibilidade ............................................................................................... 30 
5.4.2 Relevância.... ......................................................................................................... 31 
5.4.3 Confiabilidade ........................................................................................................ 32 
5.4.4 Comparabilidade.................................................................................................... 32 
5.5 Estrutura e conteúdo das Demonstrações Contábeis............................................... 33 
5.5.1 Balanço Patrimonial ............................................................................................... 34 
5.5.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) .................................................. 34 
5.5.3 Demonstração das Variações Patrimoniais do Exercício (DVPE) ......................... 35 
5.5.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) ............................... 35 
5.5.5 Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) ............................................................... 35 
5.5.6 Demonstração das origens e aplicação de recursos (DOAR) ............................... 36 
5.5.7 Notas Explicativas das Demonstrações Contábeis................................................ 36 
6 AS OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS DO TERCEIRO SETOR ....................................... 36 
6.1 IMUNIDADES E INSENÇÕES .................................................................................. 36 
6.2 Aspectos legais e tributários ..................................................................................... 39 
7 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL EM ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR .................. 41 
 
7.1 Livros Contábeis Obrigatórios .................................................................................. 41 
7.1.1 Livro Diário...... ...................................................................................................... 42 
7.1.2 Livro Razão...... ..................................................................................................... 42 
7.2 Livros Auxiliares ....................................................................................................... 43 
7.2.1 Livro de registro das contas a receber ................................................................... 43 
7.2.2 Livro de registro de contas a pagar ....................................................................... 43 
7.2.3 Livro de registro de estoque .................................................................................. 44 
7.2.4 Livro de registro dos bens do imobilizado .............................................................. 45 
7.3 Sistemas Contábeis .................................................................................................. 45 
7.3.1 Sistema orçamentário ............................................................................................ 46 
7.3.2 Sistema financeiro-patrimonial .............................................................................. 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 O QUE É O TERCEIRO SETOR? 
O Terceiro setor é formado por associações e entidades sem fins lucrativos, e é 
classificado como terceiro setor, em sociologia. O termo é de origem americana, Third 
Sector, muito utilizado nos Estados Unidos, e o Brasil utiliza a mesma classificação. 
A sociedade civil é dividida em três setores, primeiro, segundo e terceiro. O 
primeiro setor é formado pelo Governo, o segundo setor é formado pelas empresas 
privadas, e o terceiro setor são as associações sem fins lucrativos. O terceiro setor 
contribui para chegar a locais onde o Estado não conseguiu chegar, fazendo ações 
solidárias, portanto possui um papel fundamental na sociedade. 
 
Fonte de: www.profissaoconcurseiro.com.br 
Existem várias organizações que fazem parte do terceiro setor, como as ONGs 
(Organizações Não Governamentais) e OSCIPs (Organizações da Sociedade Civil de 
Interesse Público). O terceiro setor é composto quase que, em sua totalidade,de mão de 
obra voluntária, pessoas que trabalham e não recebem remuneração para isso. 
 
Segundo Paes (2010), o Terceiro Setor é o conjunto de organismos, organizações, 
ou instituições sem fins lucrativos, dotados de autonomia e administração próprias que 
 
apresentam como função e objetivo principal atuar voluntariamente na sociedade civil, 
visando o seu aperfeiçoamento. As cinco principais características comuns, dessas 
organizações, segundo Salamon (1998) são: 
 
1) Oriundas da iniciativa privada; 
2) Não possuem fins lucrativos; 
3) Institucionalizadas, ou seja, são legalmente constituídas; 
4) Auto administradas, e; 
5) Possuem algum grau de participação voluntária. 
 
O terceiro setor é mantido com iniciativas privadas e até mesmo incentivos do 
Governo, com repasse de verbas públicas. As entidades do terceiro setor têm como 
objetivo principal melhorar qualidade de vida dos necessitados, sejam ele crianças, 
adultos, animais, meio ambiente, e etc. 
O Terceiro Setor é composto por organizações de natureza “privada” pois são 
criadas por iniciativa particular, mas que se diferem das organizações do Segundo Setor 
por não visarem o lucro e são estritamente dedicadas a consecução de objetivos sociais 
ou públicos, embora não sejam integrantes do governo (administração estatal), 
(FRANÇA, et al., 2015). 
As fundações, associações, instituições do terceiro setor estão muitas vezes 
envolvidas com obras de filantropia. É importante referir que as empresas que têm 
responsabilidade social também podem contribuir para uma sociedade mais equilibrada 
e justa1. 
 
 
 
 
 
 
 
1 Texto extraído de: www.significados.com.br 
 
1.1 O Marco Regulatório 
 
Durante anos, o Brasil enfrentou dificuldades na regulamentação das relações 
entre as organizações do terceiro setor (popularmente chamadas de ONG’s) e a 
administração pública, pois não existiam normas gerais que regulassem de forma 
padronizada as parcerias que eram firmadas entre a administração pública e essas 
organizações. Em outras palavras, não existia uma lei que tratasse especialmente sobre 
essas parcerias. 
Mesmo com a expansão do número de organizações privadas prestadoras de 
serviço público e o aumento considerável de serviços por elas prestados, as parcerias 
eram reguladas de forma desigual, baseando-se somente no artigo 116 da Lei de 
Licitações que dispõe de forma bem genérica sobre parcerias. 
A ausência da norma geral regulamentadora comprometeu durante muitos anos o 
trabalho realizado pelas organizações do terceiro setor, pois não era possível verificar 
com transparência as verbas que recebiam, a forma como as entidades prestavam contas 
para a administração pública e a qualidade dos serviços prestados. 
Para resolver a questão da regulamentação das parcerias, foi instituído um grupo 
de trabalho com número igual de representantes do governo e das referidas 
organizações, para a elaboração de um marco regulatório que servisse como regra à 
celebração de parceiras entre a Administração Pública e as organizações privadas sem 
fins lucrativos prestadoras de serviço público. 
Assim, em 01/08/2014, foi aprovada a Lei nº 13.019/2014, conhecida como o Marco 
Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC), que estabelece e regula 
no âmbito jurídico as parcerias entre a Administração Pública e as Organizações da 
Sociedade Civil (nome formal atribuído às organizações privadas prestadoras de serviço 
público), para trabalhar em cooperação mútua em busca de interesse público e recíproco. 
 
 
 
 
 
 
 
1.2 A história do terceiro setor no Brasil 
A primeira entidade sem fins lucrativos identificada na história brasileira foi a Santa 
Casa de Misericórdia, fundada em 1543, em Santos (SP), com o apoio da Igreja Católica, 
organização ainda existente nos dias de hoje. 
Imagem da Santa Casa de Misericórdia de Santos 
Porém, a formação do “terceiro setor” com o modelo atual, com a participação ativa 
da sociedade civil em parceria com a Administração Pública, é um resultado do século 
XX e está intimamente ligada à alteração da forma de se sistematizar as atividades 
estatais. 
Ao longo da história, é possível perceber que a intervenção mínima do Estado, 
como funcionava o Estado liberal, não era eficaz para garantir as demandas sociais. Além 
disso, a intervenção estatal máxima, característica do Estado social, também não atendia 
às necessidades da sociedade civil. 
Dessa forma, com a concepção de que a maneira de organizar as atividades 
estatais deveria ser alterada é que surge o Estado Democrático de Direito, em que, assim 
como a sociedade civil, a Administração Pública também está sujeita às regras do direito, 
mais precisamente das Constituições. 
 
Uma das principais características do Estado Democrático de Direito é a grande 
importância das constituições. Através da Constituição de 1988, conhecida como a 
“Constituição cidadã”, que garante liberdades concretas, a dignidade da pessoa humana 
e os direitos fundamentais, o Estado se abriu para a participação ativa da sociedade civil 
em suas decisões, promovendo uma verdadeira colaboração entre o público e o privado. 
A atuação conjunta entre o Estado e a sociedade civil possibilita que os serviços 
públicos sejam desempenhados de forma mais eficiente, além de tornar a atividade 
administrativa os serviços prestados pelo Estado mais democrática. 
O terceiro setor, como indicado anteriormente, formado por organizações privadas 
sem fins lucrativos, prestadoras de serviços públicos, se ajusta perfeitamente ao contexto 
do Estado Democrático de Direito, já que é uma das formas em que a sociedade se 
mostra ativa. 
Existem grandes trabalhos prestados por organizações do terceiro setor, como por 
exemplo: projetos de implantação de programas ambientais realizados pela SOS Mata 
Atlântica; o projeto de auxílio a empresas que buscam uma gestão socialmente 
responsável, realizado pelo Instituto Ethos; e os projetos de difusão de educação e cultura 
realizados pela Inspetoria São João Bosco. 
É muito comum também a participação de organizações do terceiro setor na área 
de saúde, por exemplo, a Associação Saúde Criança que visa reestruturar famílias de 
crianças com doenças crônicas e vítimas de discriminação social e a Organização 
Médicos Sem Fronteiras, que leva cuidados de saúde para pessoas afetadas por graves 
crises humanitárias. 
A redefinição do papel do Estado está intimamente ligada às múltiplas crises, como 
a crise fiscal (perda de crédito por parte do Estado), crise da forma de administrar o 
Estado (excesso de burocracia), a perda da confiança na capacidade do Estado em gerar 
o bem-estar social, fomentar o progresso econômico, resguardar o meio ambiente e 
melhorar a qualidade de vida da sociedade civil. Diante desses problemas, a solução 
encontrada foi dar mais espaço à iniciativa privada, mantendo a participação do Estado 
somente nas atividades em que esta não fosse capaz de desenvolver um papel relevante. 
 
 
 
 
O Estado permanece como responsável pela execução das tarefas de interesse 
geral, mas não é o único responsável, existindo também a contribuição dos entes 
privados e da sociedade civil através de suas próprias ações. O terceiro setor está ligado 
à participação ativa da sociedade nas atividades de interesse público. 
O surgimento das entidades do terceiro setor nos países em desenvolvimento está 
ligado tanto à iniciativa de países centrais, agências internacionais e organizações não-
governamentais do hemisfério norte, quanto às crises que ocasionaram a redefinição do 
papel do Estado. 
A globalizaçãoeconômica e cultural proporcionou um aprofundamento das 
relações entre países centrais e países periféricos, o que fica evidente, por exemplo, 
quando as ONGs do norte global financiam as ONGs do sul global. Basta basear-se no 
caso do Greenpeace, uma organização não-governamental que atua em vários países. 
Fonte de: www.economia.culturamix.com 
A mudança do perfil do mercado vem ocorrendo desde que foi tomada consciência 
a respeito da responsabilidade social das empresas em que, é necessário que ela 
assuma dentro da sociedade um papel que vá além da geração de riquezas. A empresa 
 
passou a ser considerada não mais como um negócio, mas como uma entidade com 
papel cidadão, ou seja, ela deve ser uma empresa-cidadã. 
Dessa forma, a empresa assume uma posição proativa de contribuir e encaminhar 
soluções para problemas sociais. Tal empresa assume um compromisso ético, dedica 
tempo e recursos materiais para desenvolver o bem comum. A atuação das empresas-
cidadãs se baseia normalmente em atividades de utilidade pública por meio da criação 
de uma fundação ou instituto, colaborando, assim, com o desenvolvimento do terceiro 
setor2. 
O papel importante de assistir às necessidades que o sistema não consegue suprir 
por completo, encontram nas iniciativas de terceiro setor o meio de serem 
atendidas. Mas, em razão das várias possibilidades de atuação, há organizações 
distintas dentro do segmento do Terceiro Setor. 
 
2 QUALIFICAÇÕES E TITULAÇÕES DAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR 
As associações e fundações podem receber outras classificações quando 
preenchem todos os requisitos para isso ou mesmo como nome fantasia especificado 
dentro do estatuto: entidade, organização de base comunitária, ONG, centro de pesquisa, 
organização sem fins lucrativos, instituto. Já outros nomes são qualificações ou titulações 
dadas pelo Poder Público como utilidade pública, organização da sociedade civil de 
interesse público (OSCIP), organização social, etc. 
 
 
 
 
 
 
2 Texto extraído de: www.politize.com.br 
 
Fonte de: www.novonegocio.com.br 
Veja abaixo o significado de algumas qualificações ou titulações, adquiridos 
facultativamente ou não para que possam obter benefícios como incentivos fiscais, 
credibilidade, imunidades tributárias, recursos públicos, etc. Cada uma das classificações 
abaixo é regida por legislação específica que a entidade deve obedecer. 
2.1 Organização não-governamental (ONG) 
Entidades sem fins lucrativos, estas são definidas por atuação que podem variar o 
segmento (saúde, educação, cidadania, direitos humanos e outros), com diferentes 
qualificações legais e formais. No Brasil, para conferir a seriedade de uma ONG, um dos 
recursos é avaliar se ela possui títulos de Utilidade Pública Municipal, Estadual e/ ou 
Federal. Uma das características é a não-remuneração dos ocupantes de cargos de 
diretoria, conselhos fiscais, deliberativos e consultivos, por exemplo. 
 
 
 
 
 
 
 
2.2 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) 
Esta qualificação foi conferida pelo Ministério da Justiça e é atribuída a 
associações que possuem atuação estadual e federal, o que confere a elas maior 
facilidade na obtenção de recursos públicos e privados. Isso porque para uma iniciativa 
possuir o título de OSCIP ela precisa garantir que suas contas estão em dia e em 
conformidade com a legislação vigente no país. 
2.3 Qualificação como Organização Social (OS) 
São entidades formadas por pessoas jurídicas de direito privado, sem fins 
lucrativos. Essa qualificação não é um direito ou opção, mas elas são qualificadas de 
acordo com determinados critérios de conveniência e aprovação do Poder Público, 
regulamentadas pela lei nº 9637/98. 
Essas organizações podem ser de saúde, culturais, ensino, pesquisa científica, 
desenvolvimento tecnológico, proteção ao meio ambiente, atividades que são 
desenvolvidas pelo Poder Público. 
2.4 Título de Utilidade Pública Federal (TUPF) 
É uma declaração regulamentada pela lei nº 91/35 e os decretos 50.517/61 e 
3415/00. Ela é outorgada pelo Ministério da Justiça a entidades que tem um importante 
valor social e de utilidade pública. A entidade deve cumprir todos os requisitos para fazer 
jus a esse título. Para obtê-lo, é preciso promover atividades de pesquisa científica ou 
educação, arte e cultura ou atividades filantrópicas. 
Seguindo essas regras, a entidade poderá receber descontos no Imposto de 
Renda, auxílios e doações, realizar sorteios autorizados pelo Ministério da Justiça, etc. 
Além dessa titulação existem os títulos de Utilidade Pública Municipal (UPM) e Utilidade 
Pública Municipal Estadual (UPE). 
 
 
 
2.5 Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEAS) 
 
O CEAS é regido pela art. 203 da Constituição Federal, pela lei 8.212/91, lei 
8742/93, decreto 2536/98 e pela resolução CNAS nº 177/00. Esse título é dado pelo 
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), órgão ligado ao Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, às entidades que atestarem atividades de 
assistência social como proteção à família, infância, adolescência, velhice e maternidade, 
amparo de crianças e adolescentes carentes, ações de inclusão de pessoas com 
necessidades especiais, assistência gratuita à área educacional ou de saúde, inserção 
no mercado de trabalho, atendimento e assessoramento aos beneficiários da Lei 
Orgânica da Assistência Social e defender os direitos. A entidade que possui esse 
certificado adquire benefícios como isenção da cota patronal do INSS, mas para isso ela 
deve cumprir todos os requisitos dispostos na legislação que o regula. 
2.6 Institutos 
Se enquadram nesta categoria iniciativas do Terceiro Setor cujo o foco de atuação 
seja a pesquisa científica para qualificação tecnológica da população ou mesmo a 
filantropia. Também pode ter essa atribuição as fundações de direitos privados, desde 
que não haja titulares, proprietários ou acionistas. 
2.7 Fundações 
Já neste segmento, encaixam-se as instituições com foco no Terceiro Setor que 
atuam com a finalidade de acumular recursos para financiamento de projetos. É comum 
a instituição de fundações que atuem na área científica, social ou cultural. 
 
 
 
 
 
 
 
2.8 Entidade beneficente 
 
Nesta categoria são abrangidas as associações que exercem trabalho direto de 
filantropia, como abrigos (seja para crianças ou idosos) entre outras frentes. Em linhas 
gerais, são atuações que contribuem sem quaisquer custos aos variados setores da 
sociedade, diferentemente das entidades sem fins lucrativos que abrangem desde 
faculdades até times de futebol. As entidades beneficentes, por exercerem atividades que 
geram lucro, na maioria das vezes, atendem a interesses próprios dos que se associam 
a elas. 
Fonte de: www.escolaaberta3setor.org.br 
2.9 Qual a diferença entre associação e fundação? 
De acordo com Código Civil, as associações são como uma união de pessoas que 
se organizam para fins não econômicos, promovida para um determinado objetivo, seja 
de ordem beneficente, científica, artística, desportiva, política, entre outros. 
Porém, a lei não proíbe o desempenho de atividades econômicas pela associação, 
desde que seja para atender o objetivo, ou seja, atender à sociedade, a luta por uma 
causa, etc. Além disso, não tem a possibilidade de perder a categoria de associação, 
 
mesmo no caso de realizar negócios para manter e/ou aumentar o patrimônio, desde que 
o lucro não seja direcionado aos associados. 
Já as fundações são instituições formadas pela constituição de um patrimônio, que 
servirá para fins de caridadeou beneficentes. Ou seja, o patrimônio é uma exigência no 
momento da constituição. Portanto, uma das maiores diferenças para as associações é 
que, ao invés do núcleo central ser o indivíduo, é o patrimônio, além de serem 
administradas por um Conselho de Curados, Diretoria e Conselho Fiscal. 
• De acordo com a lei, as fundações só podem ter fins morais, culturais, de 
assistência ou religiosos. 
• Nas associações, os sócios podem alterar a finalidade institucional com o decorrer 
do tempo. Porém, nas fundações o fim a que se dedicarão deve ser permanente. 
• O Ministério Público faz um acompanhamento das atividades desenvolvidas pelas 
entidades. No caso das fundações, o controle é muito mais intenso, existindo até 
uma obrigação anual de remessa de relatórios contábeis e operacionais. Já para 
as associações, esse controle não é tão rígido. 
2.10 Instituições parceiras do Terceiro Setor 
Existem empresas parceiras do terceiro setor preocupadas com a 
responsabilidade social. As parcerias aumentam cada vez mais. É comum ver empresas 
associadas a alguma causa, projeto, instituição, etc. Claro que algumas se preocupam 
apenas com a imagem que irão passar ao público, mas muitas realmente ajudam e são 
reconhecidas mundialmente. 
 
 
 
 
 
Fonte de: www.rpjr.com.br 
• Empresas Doadoras: Estão desde multinacionais a microempresas. 
• Elite Filantrópica: A elite filantrópica é formada por pessoas físicas de alto poder 
aquisitivo que ajudam o terceiro setor. Ex.: Jorge Paulo Lemann (empresário), 
terceiro homem mais rico do Brasil, e a família Ermírio de Moraes (empresários). 
• Pessoas Físicas: Mesmo com a grande ajuda oferecida pela elite filantrópica, 
também existem muitos doadores pessoas físicas, normalmente da classe média, 
que fazem questão de ajudar. 
• Fundos Comunitários: Ao invés de cada empresa doar para uma associação ou 
fundação diretamente, doam para um Fundo Comunitário, que possui o papel de 
avaliar e administrar a melhor forma de distribuição. Nos EUA, as “Community 
Chests” são muito mais comuns do que no Brasil3. 
 
 
 
 
 
 
3 Texto extraído de: www.terceiro-setor.info.com.br 
 
 
3 COMO FUNCIONAM ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR? 
Agora que já distinguimos as diferentes instituições que compõem o Terceiro 
Setor, falta saber como é a realidade delas quanto a legalização, verbas e fiscalização. 
3.1 Verbas 
A sustentabilidade das ações e projetos tem como principal fonte financeira as 
doações de pessoas físicas ou financiamento por empresas privadas ou governamental 
(como, por exemplo, a opção explicada no artigo 9º da Lei nº 9.790). 
3.2 Regularização e Fiscalização 
O órgão público responsável pelo monitoramento dos diversos tipos de instituições 
de terceiro setor é o Ministério Público. Ele tem a missão de avaliar as documentações 
obrigatórias que, periodicamente, são entregues pelas instituições de terceiro setor para 
apresentar: 
• Origens e aplicações de recursos; 
• Superávit e déficit da instituição; 
• Balanço e patrimonial; 
• Mutações do patrimônio líquido social. 
3.3 Certificações 
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, bem como o Conselho Nacional de 
Assistência Social são responsáveis em conceder algumas certificações às instituições 
de terceiro setor que cumpram todos os requisitos e, por consequência, recebam o título 
e tenham acesso a direitos a partir dele. 
• Título de Utilidade Pública Federal, Estadual e/ou Municipal; 
• CEBAS – Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social. 
 
Fonte de: www.portalaudisa.com.br 
3.4 Como saber se a instituição é de confiança? 
Há vários fatores que, ao serem avaliados, ajudam a discernir sobre a 
confiabilidade de uma instituição. Ao voltar a atenção sobre eles, cidadãos com a 
intenção de doação podem se sentir mais seguros para contribuir. 
3.5 História 
O primeiro ponto é a trajetória da instituição. Trabalhos sérios se mantêm ao longo 
de décadas e são específicos quanto às necessidades sociais pelas quais atuam, ou seja, 
o posicionamento quanto a missão que cumprem na sociedade, os valores sob os quais 
trabalham e a visão que buscam alcançar. 
3.6 Idoneidade 
Ser transparente quanto as contas e os resultados das ações praticadas é 
determinante para estabelecer um relacionamento de confiança. Sinal disso é a 
divulgação das exigências legais e certificações listadas, de relatórios financeiros, de 
 
canais efetivos para contato, de quais ações recebem aplicação das contribuições e 
meios de acompanhamento da utilização dos recursos devem ser verificados. 
3.7 Trabalho 
Outro indicador fundamental é avaliar os projetos e campanhas em andamento e 
em projeção. Onde e como eles acontecem, bem como o impacto que causa em número 
de beneficiados e se equipe de atuação possui os profissionais adequados. Atenção 
também para as parcerias firmadas, além das figuras públicas que apoiam a instituição. 
3.8 Segurança ao doador 
Uma das principais fontes de sobrevivência para as instituições do Terceiro Setor 
são as doações, por isso o processo para que sejam concretizadas precisa cumprir 
alguns requisitos para merecer a confiança ao doador, principalmente em canais online. 
A página precisa ter: 
• Poucas e simples etapas para efetivar a doação; 
• Clareza sobre a destinação do recurso; 
• Dados da instituição (CNPJ e demais registros oficiais); 
• Divulgação de canais para contribuir e tirar dúvidas; 
• Segurança dos dados do doador (serviços de pagamento confiáveis)4. 
4 NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE APLICÁVEIS AO TERCEIRO 
SETOR 
Devido as características e importância das entidades do Terceiro Setor, é 
necessário que sejam transparentes e confiáveis perante a sociedade e governo, para 
que possam alcançar novos investimentos e consequentemente atingir um número maior 
de pessoas. Assim, a Contabilidade, uma ciência social, tem os meios necessários para 
 
4 Texto extraído de: www.childfundbrasil.org.br 
 
a demonstração das atividades dessas organizações sem fins lucrativos, dando 
credibilidade e confiabilidade as instituições do Terceiro Setor. 
O Conselho Federal de Contabilidade, através das Normas Brasileiras de 
Contabilidade, definiu a norma NBC T 10.19.1.3, que diz que uma entidade sem fins 
lucrativos é aquela em que o resultado positivo não é destinado aos detentores do 
patrimônio líquido e o lucro ou prejuízo são denominados, respectivamente, de superávit 
ou déficit. 
As entidades sem fins lucrativos têm como objetivo principal garantir os direitos 
sociais básicos e combater a exclusão social, buscando uma sociedade mais justa e 
equilibrada. 
De acordo com NBC T 10.19.1.4, elas exercem atividades assistenciais, de saúde, 
educacionais, religiosas, culturais, esportivas, beneficentes, sociais, de conselhos de 
classe, entre outras, administrando pessoas, coisas e interesses em torno de um 
patrimônio com finalidade comum ou comunitária. 
São fundações, ONG’s, instituições de assistência social, sociedades beneficentes, 
igrejas, clubes, partidos políticos, conselhos de classe etc., que se formam para alcançar 
interesses comuns. 
O Terceiro Setor é mantido com iniciativas privadas, doações e até mesmo repasses 
de verbas públicas. A instituição também pode produzir e comercializar produtos e 
serviços, porém a receita e o superávit alcançado deverá ser totalmente revertido para a 
manutenção e melhoria da própria instituição. E é neste aspecto que a contabilidade 
surge com um papel relevante na demonstração do trabalho realizado pelas entidades 
do Terceiro Setor, pois é ela que iráregistrar os fatos e a destinação dos recursos 
arrecadados. 
Infelizmente muitas organizações do Terceiro Setor se envolvem em esquemas 
fraudulentos, fugindo do objetivo principal de sua existência e finalidade, passando uma 
imagem negativa para grande parte da sociedade. Além disso, essas organizações 
possuem uma série de benefícios pela forma de sua constituição e objetivos, e precisam 
demonstrar claramente suas atividades para continuarem usufruindo desses benefícios. 
Por exemplo, as instituições sem fins lucrativos estão sujeitas a apenas 1% de 
recolhimento do PIS sobre a folha de salários, são isentas de recolhimento da COFINS e 
 
a Lei 9.532/1997 garantiu a imunidade de IRPJ para as entidades sociais e educativas. 
Assim, a contabilidade aparece, através da mensuração das atividades operacionais, 
sendo uma ponte de ligação para dar credibilidade a essas instituições. 
As demonstrações contábeis das entidades do Terceiro Setor devem seguir os 
princípios da Lei 6.404/1976, com apenas algumas alterações na nomenclatura de 
algumas contas patrimoniais e de resultado, por exemplo de “Patrimônio Líquido” para 
“Patrimônio Social”, e de “lucro ou prejuízo do exercício” para “superávit ou déficit do 
exercício”. 
 Fonte de: www.rosapenido.com.br 
As sociedades do Terceiro Setor deverão elaborar suas demonstrações financeiras, 
de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade, portanto, são obrigadas a 
elaborarem o Balanço Patrimonial, a Demonstração de Superávit ou Déficit do Exercício, 
a Demonstração das Mutações Do Patrimônio Social, a Demonstração das Origens e 
Aplicações de Recursos e as Notas Explicativas. Através destes demonstrativos 
contábeis é possível identificar a origem dos recursos e sua correta aplicação, dando uma 
maior confiabilidade as organizações do Terceiro Setor. 
Diante destes fatos, vemos que a contabilidade tem um papel relevante no Terceiro 
Setor, pois ela irá nos demonstrar com clareza e precisão os fatos e atividades 
operacionais das entidades que compõem este importante setor. Os voluntários, 
doadores, parceiros e o governo esperam que os recursos alocados sejam efetivamente 
 
destinados à sua finalidade principal, e por isso a transparência é vital nessas 
organizações5. 
Para que se possa discutir o papel da contabilidade neste processo de avaliação de 
resultados e prestação de contas ao Estado e a comunidade em geral, é necessário o 
entendimento de dois conceitos extremamente importantes: o conceito de custo de 
oportunidade e de resultado econômico. 
5 ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
PARA ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR 
A NBC TSP 1 estabelece requisitos gerais para a apresentação de demonstrações 
contábeis elaboradas sob o regime de competência, ou seja, diretrizes para a sua 
estrutura e os requisitos mínimos para seu conteúdo. Sendo que essa norma deve ser 
aplicada a todas as demonstrações contábeis, elaboradas e apresentadas pelas 
entidades do setor público: governamental e terceiro setor. Assim, espera-se que as 
demonstrações contábeis atendam às necessidades de usuários que não estão em 
posição de exigir relatórios feitos especialmente para atendê-los em suas necessidades 
de informação, tais como: cidadãos, poderes constituídos, credores, fornecedores, meios 
de comunicação, dentre outros. 
Os requisitos específicos e gerais discutidos sobre a elaboração e apresentação 
das demonstrações contábeis referem-se às entidades econômicas do Terceiro Setor, 
que incluem: entidade administrativa, entidade financeira, entidade consolidada e grupo, 
além disso, uma entidade econômica pode abranger entidades com finalidades 
direcionadas às políticas sociais e/ou objetivos comerciais. Por exemplo, uma entidade 
de assistência social, um condomínio, ONGs, associação desportiva, OSCIP, fundações 
etc. 
 
 
 
 
5 Texto extraído de: www.contabeis.com.br 
 
 
5.1 Finalidade das Demonstrações Contábeis 
A elaboração e apresentação das demonstrações contábeis têm como propósito a 
representação da estrutura e posição patrimonial, financeira e do desempenho financeiro 
de uma entidade. 
Fonte de: www.dextercontabilidade.com.br 
A NBC TSP 1 enumera que as informações apresentadas devem proporcionar 
informações (posição patrimonial e financeira, do desempenho financeiro e dos fluxos de 
caixa) que sejam úteis a um grande número de classes de usuários e permitam: 
 
• Avaliar e tomar decisões econômicas sobre alocação de recursos; e 
• Demonstrar a existência da accountability6 da entidade, quanto aos recursos que 
lhe foram confiados, fornecendo informações: 
 
 
6 Accountability: um termo da língua inglesa que pode ser traduzido para o português como 
responsabilidade com ética e remete à obrigação, à transparência, de membros de um órgão administrativo 
ou representativo de prestar contas a instâncias controladoras ou a seus representados. 
 
 
a) Sobre fontes, destinação e uso de recursos financeiros; 
b) Sobre como a entidade financiou suas atividades e reuniu os recursos financeiros 
necessários; 
c) Que são úteis na avaliação da habilidade da entidade de financiar suas atividades 
e cumprir com suas obrigações e compromissos; 
d) Sobre a condição financeira da entidade e mudanças adotadas que contribuíram 
para a consolidação dessa condição; e 
e) Úteis e agregados para a avaliação do desempenho da entidade em termos de 
custos de seus serviços, eficiência e realizações. 
 
As informações contidas nas demonstrações elaboradas devem ser capazes de 
permitir, aos seus usuários, realizar previsões e prospecções, tais como: 
• Prever o nível de recursos necessários para a continuidade de suas operações; 
• Identificar os riscos e incertezas associados às operações; 
• Analisar se os recursos foram obtidos e utilizados de acordo com o orçamento 
legalmente adotado; e 
• Averiguar se os recursos foram obtidos e utilizados de acordo com exigências 
legais e contratuais, incluindo os limites financeiros estabelecidos por 
autoridades legislativas apropriadas. 
 
As informações contidas nas demonstrações7 compreendem, em linhas gerais, 
dados acerca de: ativos; passivos; patrimônio líquido; receitas; despesas; outras 
alterações no patrimônio líquido (social); e fluxos de caixa. Nas entidades do terceiro 
setor a responsabilidade pela elaboração e apresentação das demonstrações contábeis 
é de um profissional contábil habilitado e registrado no Conselho Regional de 
Contabilidade. 
 
 
7 NBC TSP 1- Item 18: “[...] Informação suplementar, incluindo demonstrações não contábeis, pode 
ser apresentada junto com as demonstrações contábeis no intuito de proporcionar uma visão mais 
abrangente das atividades da entidade durante o período.” 
 
 
5.2 Componentes das demonstrações contábeis 
As demonstrações contábeis, propostas compreendem um conjunto completo de 
demonstrações: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício; 
Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido; Demonstração dos Fluxos de 
Caixa; Balanço orçamentário8; e notas explicativas, compreendendo um resumo das 
políticas contábeis significativas e outras informações explanatórias. 
Fonte de: www.alghad.com 
As entidades do terceiro setor podem receber incentivos fiscais, recursos públicos 
governamentais e firmar termos de parcerias, para a aplicação de recursos destinados 
ao fomento de suas atividades ou em atividades específicas. Desse modo, as entidades 
estão sujeitas à apresentação de prestações de contas sobre o uso dos recursos,sendo 
 
8 As entidades deveriam divulgar publicamente seu orçamento aprovado, uma comparação entre 
o orçamento e os montantes realizados, quer seja como uma demonstração contábil adicional ou como 
uma coluna para o orçamento nas demonstrações contábeis, tendo em vista que as entidades de interesse 
social recebem ou gozam de benefícios fiscais. 
 
que as demonstrações contábeis interligadas às demonstrações orçamentárias podem 
representar um avanço no aperfeiçoamento da accountability, aderente aos preceitos da 
NBC TSP 24, que determina que as entidades públicas devem divulgar publicamente 
seus orçamentos aprovados. 
 A NBC TSP 1 destaca que a prestação de conta orçamentária pode ser 
apresentada de diferentes maneiras: (i) por meio de colunas separadas (valores orçados 
e realizados); (ii) as variações orçamentárias podem ser apresentadas também em 
colunas (valores orçados ou dotações que forem excedidas); e (iii) as despesas que 
forem incorridas sem dotação ou outra forma de autorização devem ser evidenciadas por 
meio de nota de rodapé. 
As entidades são incentivadas a apresentarem informações adicionais para 
auxiliar os usuários na avaliação do desempenho da entidade e sobre a administração 
de alocação de recursos, tais como: (a) indicadores de desempenho, (b) demonstrativos 
de desempenho dos serviços prestados, (c) revisões de programas e (d) outros relatórios 
da gestão sobre as realizações da entidade durante o período evidenciado. Além disso, 
elas são incentivadas também a evidenciar informação sobre a conformidade com a 
legislação. 
As demonstrações contábeis devem representar apropriadamente a posição 
financeira e patrimonial, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa da entidade, em 
conformidade com as NBCs TSP, elas devem declarar de forma explícita e sem reservas 
essa conformidade nas notas explicativas. Além disso, a representação apropriada 
também exige que a entidade selecione e aplique políticas contábeis de acordo com a 
NBC TSP 3: “Políticas Contábeis, Mudanças de estimativas e Retificações de Erros”. 
As políticas contábeis adotadas devem proporcionar informação relevante, 
confiável, comparável e compreensível. As entidades do terceiro setor devem realizar 
evidenciações de informações adicionais, quando as julgarem insuficientes para permitir 
que os usuários compreendam o impacto de determinadas transações e outros eventos. 
Em relação à qualidade e à relevância das demonstrações contábeis, devem 
compreender alguns pressupostos e requisitos, por exemplo: 
 
 
 
 
• Continuidade: as demonstrações contábeis devem ser elaboradas com base no 
pressuposto da continuidade das operações, a menos que a administração tenha 
intenção de liquidar (vender) a entidade ou cessar suas atividades. Assim, os 
responsáveis, se tiverem ciência de incertezas materiais relevantes relacionadas 
com eventos ou condições que possam lançar dúvidas significativas acerca da 
capacidade de a entidade continuar em operação no futuro previsível, devem 
evidencias essas incertezas em notas explicativas. Além disso, devem levar em 
consideração toda a informação disponível sobre o futuro, não se limitando a um 
período futuro de 12 meses, a partir da data de aprovação das demonstrações 
contábeis (NBC TSP 1). 
• Consistência de apresentação: a apresentação e a classificação de itens nas 
demonstrações contábeis devem ser mantidas de um período para o próximo; ao 
efetuar tais alterações na apresentação, a entidade deve reclassificar a informação 
comparativa. 
• Materialidade e agregação: para cada classe de natureza material relevante de 
itens semelhantes, a entidade deve apresenta-los separadamente nas 
demonstrações contábeis. Os itens de naturezas ou funções diferentes devem ser 
apresentados separadamente, salvo se eles forem itens imateriais. Se um item 
não for individualmente material, deve ser agregado a outros itens, seja nas 
demonstrações contábeis, seja nas notas explicativas. 
• Compensação de valores: os ativos e passivos, receitas e despesas devem ser 
apresentados pelos valores totais, portanto, não devem ser compensados, exceto 
quando exigido ou permitido por uma NBC TSP. 
• Informação comparativa: as demonstrações contábeis devem apresentar a 
informação comparativamente com o período anterior para todos os valores 
apresentados nas demonstrações contábeis do período corrente. Mas, quando 
houver modificações na forma de apresentação, os montantes apresentados para 
fins comparativos devem ser reclassificados; a menos que a reclassificação seja 
impraticável, a entidade deve evidenciar: a natureza da reclassificação; o 
 
montante de cada item ou classe de itens que foi reclassificado; e a razão para a 
reclassificação. 
5.3 Pressupostos básicos do modelo contábil 
Na preparação das demonstrações contábeis, a Estrutura Conceitual básica da 
Contabilidade recomenda que os gestores observem os seguintes pressupostos básicos: 
(i) regime de competência, e (ii) continuidade. 
 
 
De acordo com o Pronunciamento Conceitual Básico (CPC 00 – Estrutura 
Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil – Financeiro), no regime 
de competência as demonstrações contábeis são preparadas considerando os efeitos 
das transações e outros eventos: no momento em que elas ocorrem e não quando (caixa 
ou outros recursos financeiros) são recebidos ou pagos. 
Na preparação das demonstrações contábeis, outro pressuposto requerido é o da 
continuidade, em que as demonstrações contábeis são normalmente preparadas no 
pressuposto de que a entidade continuará em operação no futuro previsível. Pois 
presume-se que a entidade não tem intenção nem a necessidade de entrar em liquidação, 
nem reduzir materialmente a escala das suas operações; se tal intenção ou necessidade 
 
existir, as demonstrações contábeis terão que ser preparadas numa base diferente e, 
nesse caso, tal base deverá ser divulgada. 
5.4 Características qualitativas das demonstrações contábeis 
Além dos pressupostos básicos requeridos, os gestores devem observar também 
se a informação contida nas demonstrações contábeis apresenta certas características 
(atributos) que as tornam úteis para os usuários. As quatro principais características 
qualitativas são: compreensibilidade, relevância, confiabilidade e comparabilidade. 
 
 
 
5.4.1 Compreensibilidade 
A compreensibilidade refere-se a uma qualidade essencial das informações 
apresentadas nas demonstrações contábeis: que elas sejam prontamente entendidas 
pelos usuários. Ou seja, presume-se que os usuários tenham conhecimento razoável dos 
negócios, das atividades econômicas, de contabilidade e a disposição de estudar as 
informações com razoável diligência. Entretanto, as informações sobre assuntos 
complexos devem ser incluídas nas demonstrações contábeis inclusive em notas 
 
explicativas, pois elas não devem ser excluídas em nenhuma hipótese, mesmo sob o 
pretexto de que seria difícil para certos usuários as entenderem. 
5.4.2 Relevância 
A relevância das informações contábeis compreende o grau de influência da 
informação contábil sobre as necessidades dos usuários na tomada de decisões. Assim 
deve compreender as seguintes funções: 
• Função de previsão e confirmação das informações que são inter-
relacionadas: por exemplo, informações sobre o nível atual e a estrutura dos 
ativos têm valor para os usuários na tentativa de prever a capacidade que a 
entidade tenha de aproveitar oportunidades e a sua capacidade de reagir a 
situações adversas. 
• Função e papel de confirmar as previsões passadas: em geral, as informações 
relevantes sobre a posição patrimoniale financeira e o desempenho passado são 
frequentemente utilizados como base para projetar a posição e o desempenho 
futuros. Ademais, o valor da demonstração do resultado como elemento de 
previsão é ampliado quando itens informacionais incomuns, anormais e 
esporádicos de receita ou despesa são divulgados separadamente. 
 
a) Materialidade 
A informação é material se a sua omissão ou distorção puder influenciar as 
decisões econômicas dos usuários, tomadas com base nas demonstrações contábeis. A 
materialidade depende do tamanho do item ou do erro, julgado nas circunstâncias 
específicas de sua omissão ou distorção. Sendo que a materialidade proporciona um 
patamar ou ponto de corte ao invés de ser uma característica qualitativa primária que a 
informação deve ter para ser útil. 
Destacam-se algumas inter-relações da materialidade com as demais 
características, por exemplo: a relevância das informações é afetada pela sua natureza 
e materialidade, sendo que a natureza das informações, por si só, é suficiente para 
determinar a sua relevância. Por exemplo, reportar um novo segmento em que a entidade 
tenha passado a operar poderá afetar a avaliação dos riscos e oportunidades com que a 
 
entidade se depara, independentemente da materialidade dos resultados atingidos pelo 
novo segmento no período abrangido pelas demonstrações contábeis. Em outros casos, 
tanto a natureza quanto a materialidade são importantes; por exemplo: os valores dos 
estoques existentes em cada uma das suas principais classes, conforme a classificação 
apropriada a sua atividade. 
5.4.3 Confiabilidade 
Para que a informação seja útil, ela primeiramente deve ser confiável, ou seja, 
deve estar livre de erros ou vieses relevantes e representar adequadamente aquilo que 
se propõe a representar. 
5.4.4 Comparabilidade 
Uma informação comparável permite que os usuários identifiquem e 
compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles. Diferentemente de outras 
características qualitativas, a comparabilidade não está relacionada com um único item. 
A comparação requer no mínimo dois itens (CPC, 00/R1). Entretanto, comparabilidade 
não significa uniformidade. 
Fonte de: www.thinkinganewworld.wordpress.com 
 
 
 
5.5 Estrutura e conteúdo das Demonstrações Contábeis 
A estrutura proposta, de contabilidade para entidades do terceiro setor 
apresentada, compreende as seguintes demonstrações: Demonstração da Posição 
Financeira (Balanço Patrimonial), Demonstração do Desempenho Financeiro 
(Demonstração do Resultado do Exercício), Demonstração das Mutações do Patrimônio 
Líquido, Demonstração dos Fluxos de Caixa, Notas Explicativas e Demonstração de 
Origens e Aplicação de Recursos, por força da legislação vigente relacionada ao setor. 
As demonstrações contábeis elaboradas e apresentadas devem identificar-se e 
distinguir-se claramente de qualquer outro tipo de informação e documentos publicados 
pela entidade. Dentre os componentes das demonstrações contábeis, as entidades do 
terceiro setor devem apresentar as seguintes informações: 
a) O nome da entidade e possíveis alterações de informação decorrente do período 
anterior; 
b) Se as demonstrações contábeis apresentadas se referem a uma entidade 
individual ou a uma entidade econômica; 
c) A data-base, período abrangido das demonstrações contábeis e das notas 
explicativas; e 
d) A moeda de apresentação e o nível de arredondamento utilizados nos valores nas 
demonstrações contábeis (normalmente em milhares ou milhões). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recomenda-se que as demonstrações contábeis devam ser apresentadas pelo 
menos anualmente; salvo em circunstâncias excepcionais, a entidade poderá alterar a 
data-base de apresentação. 9 Por exemplo, para alinhar o período contábil ao ciclo 
orçamentário; quando a entidade fizer a transição de regime de caixa para o regime de 
competência. 
As demonstrações contábeis devem ser elaboradas, apresentadas e 
disponibilizadas dentro de um período razoável após a data-base prevista para sua 
publicação, para que as informações contábeis não prejudiquem a tempestividade 
informacional aos seus usuários. A NBC TSP 1, Item 69, ressalta que fatores como o 
nível de complexidade das operações da entidade não são razões suficientes para deixar 
de se divulgar as demonstrações dentro de um prazo aceitável. 
5.5.1 Balanço Patrimonial 
O Balanço Patrimonial é o demonstrativo que apresenta os Ativos, Passivos e o 
Patrimônio Líquido, e que subdivide os ativos e passivos em Circulantes e Não 
Circulantes de acordo com seu nível de liquidez. Itens que serão realizados/liquidados 
dentro de um ano são classificados como Circulantes, enquanto os que demorarão mais 
que este período é classificado como Não Circulantes. 
5.5.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
A Demonstração do Resultado do Exercício deve conter obrigatoriamente as 
receitas, despesas, os ganhos ou perdas (devidas a alienação de ativos ou pagamento 
 
9 NBC TSP 1 – Item 66: “Quando a data das demonstrações contábeis da entidade é alterada e as 
demonstrações contábeis anuais são apresentadas para um período mais longo ou mais curto do que um 
ano, a entidade deve evidenciar além do período abrangido pelas demonstrações contábeis, as seguintes 
informações: (a) a razão de se usar um período mais longo ou mais curto; e (b) o fato de que não são 
inteiramente comparáveis os montantes comparativos apresentados em certas demonstrações, tais como 
a demonstração do desempenho financeiro (Demonstração do Resultado do Exercício), a demonstração 
das mutações dos / patrimônio líquido, demonstração dos fluxos de caixa e respectivas notas explicativas 
(além do período abrangido pelas demonstrações contábeis).” Item 67: “[...] Quando este for o caso, é 
importante que: (a) usuários estejam cientes de que os montantes apresentados para o período corrente e 
os montantes comparativos não são comparáveis e que (b) a razão para a mudança da data-base de 
apresentação seja evidenciada.” 
 
 
 
de passivos) e o resultado do período. A NBC TSP 1 recomenda que as entidades 
públicas apresentem informações acerca de suas receitas em 
subclassificações de acordo com as operações realizadas; e de suas despesas de 
acordo com sua natureza ou sua função na entidade. 
5.5.3 Demonstração das Variações Patrimoniais do Exercício (DVPE) 
A Demonstração das Variações Patrimoniais do Exercício concilia as variações 
existentes na Demonstração do Resultado do Exercício e as variações patrimoniais da 
entidade do período. Sua finalidade consiste em separar as variações resultantes da 
execução orçamentária e evidenciar as variações ativas e passivas que não transitaram 
pelo orçamento da entidade, mas que impactaram o patrimônio líquido. 
5.5.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido devem apresentar 
informações sobre o resultado do período para cada item (de receita e de despesa) 
reconhecido diretamente no patrimônio líquido, bem como o total desses itens para cada 
componente do patrimônio líquido, evidenciando os efeitos das alterações nas políticas 
contábeis, os montantes das transações de aporte de novos associados, e o saldo de 
superávits e déficits acumulados. 
5.5.5 Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) 
As entidades do terceiro setor que elaboram e divulgam demonstrações seguindo 
o regime de competência devem apresentar a Demonstração do Fluxo de Caixa. Esta 
demonstração tem como finalidade identificar as fontes de geração de recursos, os itens 
que consumiram o caixa durante o período e apresentar o saldo do caixa na data da 
elaboraçãoe publicação das demonstrações contábeis. 
Além disso, a Demonstração de Fluxo de Caixa fornece informações acerca das 
alterações históricas de caixa e equivalentes de caixa de acordo com as atividades 
operacionais, de investimento, e de financiamento e possibilita também avaliar a 
conformidade das entidades com a legislação e regulamentações em relação a fornecer 
ou receber recursos para outras entidades ou realizar transações com elas. 
 
5.5.6 Demonstração das origens e aplicação de recursos (DOAR) 
Tem como finalidade evidenciar as variações do capital circulante líquido, podendo 
auxiliar os gestores na gestão do capital de giro, bem como associar os recursos 
captados com os seus respectivos usos. Além disso, possibilita estimar as 
necessidades de capital de giro pra suprir as necessidades financeiras das atividades 
operacionais, numa dimensão de curto ou curtíssimo prazos, que é imprescindível à 
solvência dessas entidades. 
5.5.7 Notas Explicativas das Demonstrações Contábeis 
Tem como objetivo auxiliar os usuários a compreender as demonstrações e 
compará-las com as demonstrações contábeis de outras entidades. Devem apresentar 
informação acerca da base para a elaboração das demonstrações e das políticas 
contábeis utilizadas, evidenciar a informação requerida pelas NBC TSPs que não foram 
apresentadas nas demonstrações contábeis e prover informações adicionais para a 
compreensão de quaisquer demonstrações apresentadas10. 
6 AS OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS DO TERCEIRO SETOR 
6.1 IMUNIDADES E INSENÇÕES 
A isenção tributária é definida como um favor legal que a qualquer momento pode 
ser retirado, visto que nela há o fato gerador, ocorrendo mera dispensa do tributo devido 
por parte do ente governamental responsável pela sua arrecadação. 
Desta forma, a isenção é a desobrigação do pagamento de determinado tributo, 
observados os requisitos legais. O tema é regulado por leis criadas pelo ente político que 
tenha a competência para cobrar o tributo. Caracteriza-se, portanto, pela renúncia fiscal, 
onde o Poder Público deixa de cobrar determinado tributo das instituições por razões 
específicas. 
 
10 Texto extraído de: www.sinescontabil.com.br 
 
Na isenção, o Estado pode, ou não, cobrar o tributo em um determinado período, ou 
não o fazer em outro, diferentemente da imunidade, que é perene e só pode ser 
modificada através de processo de emenda constitucional. Logo, enquanto a isenção 
tributária decorre de lei específica do ente político que possui a competência legislativa, 
a imunidade tributária decorre da própria Constituição Federal. 
Fonte de: www.qualityassociados.com.br 
Assim, as entidades sem fins lucrativos que não se enquadraram nos requisitos 
necessários para a obtenção da imunidade sobre impostos, ainda podem ser 
beneficiadas pelas isenções concedidas por leis infraconstitucionais. 
Atualmente, as associações e as fundações privadas sem fins lucrativos, 
independentes de atuarem com educação, saúde ou assistência social, são isentas do 
recolhimento do Imposto de Renda, e da CSLL, desde que cumpram alguns requisitos 
estabelecidos na legislação. 
Para tanto, é imprescindível que estas instituições atendam às exigências legais, 
para que tenham direito aos benefícios, ou não venham a perdê-los em virtude de 
descumprimento das regras e requisitos exigidos. 
 
No âmbito Federal, a isenção do Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre 
o Lucro Líquido (CSLL) está disciplinada pela Lei nº 9.532/97 (Art. 15), que concede o 
benefício às instituições de caráter: 
 
• Filantrópico 
• Recreativo 
• Cultural e científico, e 
• As associações civis que prestem serviços para os quais houverem sido instituídas 
e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a quem se destinam, sem fins 
lucrativos. 
 
Para o gozo da isenção, as instituições estão obrigadas a: 
• Não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados, 
exceto no caso de associações, fundações ou organizações da sociedade civil, 
sem fins lucrativos, cujos dirigentes poderão ser remunerados, desde que atuem 
efetivamente na gestão executiva e desde que cumpridos os requisitos previstos 
nos Arts. 3° e 16° da Lei n° 9.790/99 (Lei das OSCIP), respeitados como limites 
máximos os valores praticados pelo mercado na região correspondente à sua área 
de atuação, devendo seu valor ser fixado pelo órgão de deliberação superior da 
entidade, registrado em ata, com comunicação ao Ministério Público, no caso das 
fundações; 
• Aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus 
objetivos sociais; 
• Manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos 
das formalidades que assegurem a respectiva exatidão; 
• Conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, 
os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas 
despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que 
venham a modificar sua situação patrimonial; 
• Apresentar, anualmente, Declaração de Rendimentos, em conformidade com o 
disposto em ato da Secretaria da Receita Federal; 
 
 
Ressalta-se que não estão abrangidos pela isenção do imposto de renda os 
rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras11. 
6.2 Aspectos legais e tributários 
O terceiro setor tem diferenciação quanto a sua tributação e em alguns aspectos 
contábeis, em relação as entidades do segundo setor. As entidades sem finalidade de 
lucro são imunes e isentas de alguns tributos, mas mesmo com esses benefícios elas 
ainda tem muitas obrigações a cumprir, dentre elas estão as obrigações acessórias, e 
trabalhistas quando houver relação de emprego. Conforme art. 113 do CTN: Art. 113. A 
obrigação tributária é principal ou acessória. 
 
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto 
o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com 
o crédito dela decorrente. 
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as 
prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação 
ou da fiscalização dos tributos. 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se 
em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. 
 
Quanto às obrigações acessórias algumas entidades se enquadram como isentas 
nas obrigações patronais, assim deverão ter uma placa visível ao público da respectiva 
disponibilidade de serviços gratuitos de assistência, conforme modelo estabelecido pelo 
Ministério da Previdência e Assistência Social. 
É dever das entidades estar sempre com suas declarações em dia. Para Morais 
(2014) nosso país prima pelo excesso de burocracia e necessidade de apresentação de 
declarações fiscais, inclusive para o terceiro setor. É de suma importância o cumprimento 
de todas as obrigações tributárias acessórias, relativo aos tributos aos quais seja 
contribuinte, podendo citar: Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte 
 
11 Texto extraído de: www.nossacausa.com 
 
(DIRF), Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON), Declaração de 
Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), Relação Anual de Informações Sociais 
(RAIS) etc., todas sujeitas às pesadas multas pela omissão ou atraso na entrega. 
A partir do ano calendário de 2014 a Declaração de Informações Econômico-Fiscais 
da Pessoa Jurídica (DIPJ) foi extinta, sendo substituída pela Escrituração Contábil Fiscal 
(ECF). São obrigadas ao preenchimentoda ECF as pessoas jurídicas, inclusive as 
isentas e imunes (RECEITA FEDERAL, 2017). 
A Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF) é uma obrigação 
tributária acessória devida por todas as pessoas jurídicas, independentemente da forma 
de tributação do imposto de renda. A DIRF é enviada através do programa Receitanet 
(GUIA TRABALHISTA, 2017). 
Para Lazarin (2017) a relação anual de informações sociais (RAIS) é obrigatória para 
todas as pessoas jurídicas ativas na Receita Federal. É a base de dados mais completa 
sobre empregadores e trabalhadores formais no Brasil. A partir dela, é possível 
determinar as necessidades de controle da atividade trabalhista no país, e disponibilizar 
informações sobre o mercado de trabalho às entidades governamentais. Assim, é 
possível obter o perfil das empresas e dos trabalhadores brasileiros, possibilitando a 
elaboração de políticas públicas de emprego e o pagamento de benefícios. 
Assim, como a ECF, DIRF, RAIS as entidades do terceiro setor tem várias outras 
obrigações a cumprir, e as mudanças nesse meio são constantes, para 2018 serão 
implantadas novas obrigações como a EFD-Reinf. 
Conforme Mello (2017), a escrituração fiscal digital das retenções e informações da 
contribuição previdenciária substituída (EFD-Reinf) é o mais recente módulo do sistema 
público de escrituração digital (Sped). Esta novidade está sendo construída em 
complemento ao sistema de escrituração digital das obrigações fiscais, previdenciárias e 
trabalhistas (eSocial) e contempla todas as retenções do contribuinte sem relação com o 
trabalho. A nova escrituração substituirá as informações contidas em outras obrigações 
acessórias. A Reinf passará a recepcionar mensalmente outras informações que até 
então eram declaradas ao Fisco anualmente, como a DIRF, DCTF, SEFIP e GFIP. 
 
Com essas constantes atualizações se ressalta ainda mais a importância das 
entidades em estar amparadas por um profissional da contabilidade12. 
7 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL EM ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR 
As entidades do Terceiro Setor estão obrigadas a manter um conjunto de livros 
contábeis obrigatórios e auxiliares, dentre eles destacam-se (a) livros obrigatórios: Livro 
Diário e o Livro Razão, e (b) livros auxiliares: livro de contas a receber, contas a pagar, 
controle de estoque e bens do imobilizado. 
Fonte de: www.triunfocontabilidade.com.br 
7.1 Livros Contábeis Obrigatórios 
A entidade do terceiro setor deverá escriturar e manter os livros contábeis 
obrigatórios – o Livro Diário e o Livro Razão. 
 
 
12 Texto extraído de: www.home.unicruz.edu.br 
 
7.1.1 Livro Diário 
O Livro Diário evidenciará em ordem cronológica de realização dos eventos 
contábeis todos os registros contábeis, da seguinte forma: 
 
Data Histórico Débito Crédito 
23/07/2009 2.1.1.00.1.01.001- Editora Atlas AS 
Valor pagamento da NAP(*) 001 
n/data 
5346,00 
23/07/2009 1.1.100.2.01.001- Banco do Brasil 
cc14090-5 
Valor CH-001.230 para pagamento 
da NAP 001 n/data 
 5436,00 
7.1.2 Livro Razão 
O livro razão evidenciará em ordem cronológica a realização dos eventos 
contábeis referente aos registros contábeis da mesma espécie, da seguinte forma: 
 
Código e Título 
da Conta: 
1.1.100.2.01.001 – Banco do Brasil cc 14090-5 
Data Histórico Débito Crédito Saldo 
23/07/2009 Valor referente ao depósito cfe. 
doc. 29895 
10.000,00 
23/07/2009 Valor CH-001.230 para 
pagamento NAP* 001 n/data 
 5.346,00 4.654,00 DV 
 
 *NAP- Nota de Autorização de Pagamento, emitida pelo Sistema PRO-ONG de Gestão 
de Entidades do Terceiro Setor, para controle orçamentário da entidade. 
 
 
 
 
 
7.2 Livros Auxiliares 
Os livros auxiliares são aqueles que contribuem para a eficácia dos controles 
contábeis das entidades, destacam-se: o Livro Registro das Contas a Receber, Livro de 
Registro de Contas a Pagar, Livro de Registro de Estoque e Livro de Registro dos Bens 
do Imobilizado. 
7.2.1 Livro de registro das contas a receber 
Evidenciaremos todos os recebíveis com clientes em ordem cronológica de 
realização, da seguinte forma: 
 
Código e 
Título da 
Conta: 
1.1.200.1.01.001.0028- 
Projeto do Curso 
MBA “A” – João de 
Souza Carvalho 
 
Data Histórico Débito Crédito Saldo 
10/07/2009 Valor referente boleto 
bancário jul./2009 
850,00 850,00 DV 
 
7.2.2 Livro de registro de contas a pagar 
Evidenciaremos todas as obrigações com fornecedores em ordem cronológica de 
realização, da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Código e Título 
da Conta: 
2.1.100.1.01.001- 
Editora Atlas SA 
 
Data Histórico Débito Crédito Saldo 
10/07/2006 Valor ref. NAD* 
001/09 
 5.346,00 5.346,00 CR 
 
*NAD – Nota de Autorização de Despesa, emitida pelo PRO-ONG – Sistema de Gestão 
de Entidades do Terceiro Setor, para controle orçamentário da entidade. 
7.2.3 Livro de registro de estoque 
Evidenciaremos todas as entradas e saídas de materiais no almoxarifado da 
entidade em ordem cronológica de realização. Apesar de se encontrarem na literatura 
diversos critérios para a avaliação dos estoques das entidades, recomenda-se a 
utilização do critério de avaliação de “Média Ponderada Móvel”, assim a ficha de controle 
de estoques terá a seguinte disposição: 
 
Material em Estoque: 1.1.400.1.01.001.1023 – Caneta BIC Tinta 
Azul 
Data Histórico Controle Físico Controle Financeiro 
Entrada Saída Saldo Entrada Saída Saldo 
05/07/2009 Carga 
NAD023 
150 - 150 1.500,00 - 1.500,00 
DV 
23/07/2009 Baixa NCE* 
001 
- 10 140 150,00 1.350,00 
DV 
 
 *NCE – Nota de Consumo de Estoque, emitida pelo PRO-ONG – Sistema de Gestão de 
Entidades do Terceiro Setor, para controle do estoque da entidade. 
 
 
 
7.2.4 Livro de registro dos bens do imobilizado 
Evidenciaremos todas as aquisições em ordem cronológica de realização, da 
seguinte forma: 
 
Código e Título da Conta: 1.2.300.2.02.001.0045 
Impressora HP Deskjet 
840 C 
Taxa de Depreciação 
Anual 
25% 
 
Data 
 
Histórico 
 
Débito 
 
Crédito 
 
Saldo 
01/07/2008 Impressora 
HP 840 cfe. 
Nota fiscal 
0189- 
NAD1435/08 
1.000,00 1.000,00 DV 
30/06/2009 Depreciação 
Acumulada 
 250,00 750,00 DV 
 
No cadastro dos bens adquiridos deve-se indicar a taxa de depreciação do bem 
para que o sistema de contabilidade realize os cálculos inerentes à taxa de depreciação 
dos ativos; nessa proposta, recomenda-se a utilização da depreciação pelo método 
linear. 
7.3 Sistemas Contábeis 
O registro contábil será efetuado em dois sistemas contábeis, ou seja, no sistema 
orçamentário e no sistema financeiro-patrimonial. Na adoção de um sistema de 
contabilidade orçamentária torna-se obrigatória a utilização dos sistemas orçamentário e 
financeiro-patrimonial. Essa base conceitual de contabilidade orçamentária para as 
entidades do terceiro setor pode ser visualizada na Figura 4.1. 
 
 
 
7.3.1 Sistema orçamentário 
Um modelo de contabilidade para as entidades do terceiro setor exige a adoção 
de um sistema orçamentário, dado que orçamento representa uma peça vital para a 
gestão das atividades e projetos da entidade. Vale ressaltar que os modelos tradicionais 
de contabilidade utilizados pelas entidades do terceiro setor não atendem aos preceitos 
de uma contabilidade gerencial, aderente à gestão das reais necessidades dessas 
entidades. 
O modelo conceitual proposto, que se baseia num processo de integração da 
contabilidade orçamentária com a contabilidade tradicional (societária), tem como 
premissa a execuçãodo orçamento e integração com o sistema de contabilidade 
tradicional. 
 
 
 
 
 
O Sistema Orçamentário é composto por dois subgrupos: Receita Orçamentária e 
Despesa Orçamentária. Desse modo, a proposta de a contabilidade orçamentária tratar 
de maneira individualizada de cada um dos subgrupos orçamentários (receita e despesa), 
propiciando um acompanhamento e uma melhor compreensão da gestão e do uso dos 
recursos e dos seus respectivos resultados. 
 
7.3.1.1 Grupos da receita orçamentária no terceiro setor 
 
Os grupos de receitas que figuram nos orçamentos de entidades do terceiro setor 
(fundações, associações, partidos políticos e organizações religiosas) são estruturados, 
normalmente, em dois grupos denominados: Receitas Próprias e Receitas de Doações e 
Contribuições: 
 
1) Receitas Próprias: representam ingressos de recursos resultantes do uso de 
ativos pela entidade ou por terceiros (direitos autorais, receitas patrimoniais: 
aplicações financeiras, alienação de bens, locação de bens etc.), que serão 
aplicados na causa da entidade. 
 
2) Receitas de Doações e Contribuições: são ingressos de recursos resultantes de 
ações de benemerência de pessoas físicas e/ou de pessoas jurídicas, que 
contribuem com a entidade no desenvolvimento da causa. 
 
Por outro lado, existem outros três grupos de recitas que podem figurar no 
Orçamento da Receita; essas receitas dependem da forma de gestão da entidade. 
 
3) Receita de Subvenções: são ingressos de recursos resultantes de subvenções 
de entidades públicas governamentais que são destinados a execução de 
atividade social relacionada com a causa da entidade. 
 
 
4) Receita de Parcerias: são os ingressos de recursos (termos de parceria) 
resultantes dos contratos de parcerias, firmados entre a entidade e o poder público 
governamental, que têm como propósito a execução de atividades relacionadas 
com a causa; ela deve classificá-la em grupo específico denominado de Receita 
de Parcerias. 
 
Diferentemente das entidades internacionais do terceiro setor que recebem 
transferências de recursos financeiros, de modo rotineiro, para a manutenção de suas 
causas, as entidades brasileiras13 necessitam captar recursos para o financiamento de 
suas causas, mediante a oferta de produtos ou serviços, tais como: cursos (presenciais 
e a distância) com a cobrança de taxas ou mensalidades; venda de produtos produzidos 
por funcionários ou por beneficiários, dentre outras formas. Nesses casos, a entidade 
deve classifica-las em grupo específico denominado Receitas de Projetos de Geração de 
Recursos. 
 
5) Receitas de Projetos de Geração de Recursos: são aquelas que resultam da 
execução de projetos contratados por pessoas físicas e jurídicas em seu próprio 
benefício ou de outrem que buscam, através do superávit, gerar recursos para 
aplicação na causa da entidade. 
 
Para abrir as contas do sistema orçamentário, no início do exercício financeiro/civil, 
o contador deve fazer o registro do Orçamento da Receita, de acordo com o que foi 
aprovado pelo órgão deliberativo (Conselho Curador ou Assembleia Geral da entidade 
etc.). 
 
 
 
 
 
 
13 Observar que a sociedade brasileira ainda não institucionalizou o hábito de destinar recursos 
financeiros à título de doações para o fomento das atividades relacionadas a causa das entidades do 
terceiro setor. 
 
 
7.3.1.2 Grupos de despesa orçamentária no terceiro setor 
 
Entende-se que as entidades do terceiro setor devem subdividir suas despesas no 
orçamento anual, em pelo menos cinco grupos: Administração da Causa; Administração 
Executiva, Administração da Captação de recursos, Administração de Projetos de 
Geração de Recursos e Reserva para Contingências, conforme segue: 
 
1) Administração da Causa: neste grupo devem figurar as despesas da entidade 
relacionadas com a manutenção da causa e com projetos, que contemplem 
receitas e despesas vinculadas originárias de subvenções recebidas e parcerias 
firmadas com entidades públicas ou privadas para o desenvolvimento da causa. 
 
2) Administração Executiva: consiste na apropriação das despesas relacionadas 
com a manutenção das atividades dos Conselhos Curador e Fiscal e/ou órgãos 
deliberativos e administração geral da entidade, bem como com a aquisição e 
constituição de ativos não circulantes e amortização de passivos não circulantes, 
que não necessariamente estão relacionados com a causa. 
 
3) Administração da Captação de Recursos: compreende as despesas 
relacionadas com a captação de recursos e a manutenção das atividades de 
marketing institucional e propaganda. 
 
4) Administração de Projetos de Geração de Recursos: nesse grupo devem 
figurar as despesas relacionadas com a geração de recursos e com a manutenção 
das atividades de realização de projetos, que contemplem receitas e despesas 
vinculadas. 
 
 
 
 
 
 
Por exemplo, no caso em que uma entidade do terceiro setor tem como causa o 
fomento das atividades de ensino, pesquisa e extensão de outra entidade (universidade, 
departamento etc.) e não recebe recursos oriundos de doações para a manutenção de 
sua causa, mas desenvolve o processo de captação de recursos via prestação de 
serviços 14 com o objetivo de angariar recursos (superávits) 15 . Assim as despesas 
relacionadas com essas atividades devem ser classificadas no grupo de Administração 
de Projetos de Geração de Recursos. 
Do ponto de vista orçamentário recomenda-se que se registre como despesa 
orçamentária (no sistema orçamentário) o superávit previsto sob o título de Reserva para 
Contingências. Essa reserva tem como finalidade proteger as entidades de incertezas 
futuras no momento da execução do orçamento de suas atividades e projetos. 
 
5) Reserva para Contingências: nesse grupo de despesas devem figurar recursos 
disponíveis, oriundos da diferença entre a receita prevista e a despesa fixada nos 
demais grupos de despesa. Desse modo, sempre que houver necessidade de 
suplementar a dotação de despesas orçamentárias de suas atividades e projetos, 
poderá fazê-lo com esses recursos, que é o superávit teórico da entidade para o 
exercício financeiro que se inicia. 
 
Esse procedimento de subdividir as despesas orçamentárias em grupos subsidia 
e facilita a elaboração do Relatório de Atividades da entidade, no término do exercício 
social. Como discutido e apresentado nos tópicos anteriores, a estrutura de contabilidade 
do terceiro setor subdivide-se em: Sistema Orçamentário e Financeiro-Patrimonial. 
 
 
 
 
 
14 Por exemplo: ensino de pós-graduação lato sensu, pesquisas e estudos de mercados e 
consultorias técnicas especializadas etc. 
15 Os superávits obtidos nos projetos de geração de recursos devem ser aplicados na causa da 
entidade. 
 
 
7.3.2 Sistema financeiro-patrimonial 
No modelo proposto que integra contabilidade financeira com o sistema 
orçamentário é função do sistema financeiro-patrimonial evidenciar os impactos da 
execução orçamentária sobre os ativos, passivos e patrimônio líquido, demonstrando: a 
Posição Financeira (Balanço Patrimonial), o Desempenho Financeiro (Demonstração do 
Resultado do Exercício), as mutações do Patrimônio Líquido, os fluxos de Caixa e as 
Origens e Aplicações de Recursos. 
Diferentemente do modelo tradicional, o sistema orçamentário exige que a 
entidade na apuração de resultado patrimonial do exercício apresente os respectivos 
impactos da execução do orçamento, em dois grupos: 
1. As variações Patrimoniais Ativas subdividem-se em dois grupos: (i) 
Resultantes da

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