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Aula 01 Coletas de dados para analise criminal

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DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA 
SEGURANÇA PÚBLICA 
Aula 1: Coleta de Dados para Análise 
Criminal 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 1 
Índice 
Aula 1: Coleta de Dados para Análise Criminal ............................................................................. 2 
Introdução ................................................................................................................................. 2 
Conteúdo .................................................................................................................................... 3 
Introdução ao estudo de dados para análise criminal ....................................................... 3 
Propósitos da análise de dados ............................................................................................... 8 
Análise quantitativa e qualitativa ............................................................................................ 8 
Enfoques na análise de dados ................................................................................................. 9 
Sistema de Informações Geográfica (SIG, ou GIS, em inglês) ......................................... 19 
Análises estatísticas ................................................................................................................. 20 
Atividade proposta .................................................................................................................. 23 
Aprenda Mais ........................................................................................................................... 23 
Referências............................................................................................................................... 25 
Exercícios de fixação ............................................................................................................. 27 
Notas ........................................................................................................................................... 32 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 33 
 
 
 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 2 
Dados Criminais na Gestão da Segurança 
Pública 
Apostila 
Aula 1: Coleta de Dados para Análise Criminal 
Introdução 
Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à nossa disciplina sobre dados criminais 
na gestão da segurança pública. 
Nesta aula, conheceremos exemplos dos softwares mais utilizados no 
processamento de dados e suas principais características, os tipos de análise de 
dados, os limites e os desafios encontrados na análise, além de aprender como 
utilizar o Excel para as análises estatísticas básicas. 
 
Objetivo: 
1. Conhecer os tipos de análise de dados, os limites e alguns desafios 
identificados na sua coleta; 
2. Conhecer exemplos de utilização e as características dos principais softwares 
disponíveis para o tratamento de dados, de forma que seja gerada informação 
de qualidade. 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 3 
Conteúdo 
Introdução ao estudo de dados para análise criminal 
A explosão de dados correntes nas redes das empresas atualmente tem gerado 
cada dia mais demanda pela possibilidade de se realizar a análise de grandes 
massas de dados, correlacionando milhares de variáveis ao mesmo tempo. 
 
A cada dia, mais e mais aplicações vêm surgindo, deixando o homem mais 
refém da necessidade de informação útil e com credibilidade. Estima-se que, 
até 2017, o número de usuários de smartphones no Brasil deve passar de 41,2 
milhões para 70,5 milhões de usuários. 
 
 
 
O fenômeno em questão tem alterado inclusive nosso modo de pensar, como 
se o dispositivo móvel passasse a ser uma extensão do nosso corpo. 
 
Dessa forma, surgem alguns conceitos modernos de gestão de grandes massas 
de dados como é o caso do Big Data, porém não um há um senso comum do 
que seja isso, ao passo que podemos ler dez matérias, e cada uma trazer 
conceitos diferentes para o termo. Em geral, todos os conceitos existentes 
acerca do assunto, o qual será tratado com maior profundidade na disciplina de 
TI, giram em torno da velocidade da resposta da requisição e a veracidade dos 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 4 
dados. Um conceito largamente referenciado é o do Gartner Group, consultoria 
em TI mundialmente conhecida. 
 
Com o grande volume de dados a ser analisado, fazer com que a aplicação 
cresça, na medida que é necessário, é uma estratégia coerente e mais barata. 
Por outro lado, a escalabilidade vertical (aumento do poder de processamento 
da máquina) ou a escalabilidade horizontal (aumento do número de máquinas) 
deve ser analisada sob a ótica dos recursos disponíveis. 
As empresas têm investido em softwares de análise de dados com o objetivo de 
melhorar a experiência dos clientes com seus produtos, buscar maior eficiência 
de processos e permitir o lançamento de novos produtos ou modelos de 
negócio personalizados de acordo com a demanda do seu público-alvo. 
 
Segundo prevê Donald Feinberg, vice-presidente de pesquisa da consultoria 
Gartner Group, o termo Big Data deve morrer em breve; ele defende até que 
isso não existe, afinal as empresas não entendem o que é, nem como tirar valor 
disso. 
Para ele, será no futuro algo que simplesmente chamaremos de dados, pois 
acredita que haja evolução natural do hardware a ponto de a preocupação não 
ter mais fundamento. Por isso pontua em sua entrevista à revista IT Forum que 
isso está trazendo uma mudança comportamental na gestão da informação 
dentro das empresas, ao passo que se tenta extrair todas as oportunidades 
geradas pela análise dos dados e as inferências em tempo real. 
 
As empresas têm investido em softwares de análise de dados com o objetivo de 
melhorar a experiência dos clientes com seus produtos, buscar maior eficiência 
de processos e permitir o lançamento de novos produtos ou modelos de 
negócio personalizados de acordo com a demanda do seu público-alvo. 
 
Nesse sentido, soluções de Business Analytics, por exemplo, figuram no topo 
dos investimentos em software dos compradores de TI, segundo o Gartner, 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 5 
seguidos pelos investimentos em elementos de cloud e mobilidade, compondo 
um cenário envolto nos conceitos de Big Data. 
 
Porém, tecnicamente, ainda se espera a evolução ferramental com a criação de 
novos bancos de dados mais poderosos e ferramentas de análise mais velozes, 
e isso tende a gerar uma corrida pela absorção de conhecimento e mercado, 
cujo impacto também atingirá as tecnologias de hardware, onde cada vez mais 
há a necessidade de se ampliar a capacidade de análise, armazenamento e 
gestão, o que deve gerar uma mudança na forma como os datacenters são 
organizados atualmente. 
 
Dados na segurança pública 
Entretanto, para que servem os dados na segurança pública? 
 
Em primeiro plano, podemos não entender e talvez nem acreditar que se 
utilizem análises criminais para respaldar o planejamento, mas os dados 
registrados nas ocorrências policiais, se bem utilizados, servem principalmente 
para orientar a administração pública quanto aos caminhos que deve seguir no 
planejamento, execução e redirecionamento das ações do sistema policial. 
Servem também para a população conhecer o que está acontecendo ao seu 
redor; e, depois, para que, conhecendo os dados e áreas de incidência, a 
população e os diferentes setores da sociedade civil possam, de forma 
conjunta, por meio da aproximação com as forças de segurança, realizar 
demandas pontuais por providênciasdo Poder Público e contribuir para o 
esforço comunitário contra a insegurança. 
 
Tipos de análise de dados 
Segundo matéria publicada na revista Computerworld (2014), “dados úteis 
podem vir de qualquer lugar (e estar em toda parte)”, e isso vale também para 
os registros de interesse à análise criminal, afinal esses dados podem ser 
coletados por diversos meios, sendo o mais comum o registro de ocorrências 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 6 
criminais em softwares proprietários instalados localmente ou na web, e até 
mesmo em dispositivos móveis. 
 
A possibilidade de captura de dados de diversas fontes tem ampliado o escopo 
da pesquisa de interesse criminal voltada ao desenho das melhores soluções 
em políticas públicas de segurança pública, incluindo até mesmo dados não 
policiais, como é o caso dos indicadores sociais fornecidos pelo IBGE. 
 
Na verdade, os gestores precisam decidir o que utilizar e o que fazer com 
tantos dados, o que é considerado um dos principais desafios de análise 
criminal, estruturação e organização de uma coleta de dados, e esta é, sem 
dúvida, sua primeira etapa. 
 
A maior parte dos gestores não sabe lidar com a grande variedade e 
quantidade de informações ou não tem conhecimento dos benefícios que uma 
análise bem feita pode trazer ao planejamento do seu negócio, e, no caso 
específico, ao planejamento operacional das polícias. 
 
Existe muita gente atenta a isso, e muitas iniciativas surgiram após meados da 
década de 90, quando a polícia de Nova York iniciou o trabalho com o 
COMPSTAT e a Política de Tolerância Zero. Vamos falar sobre isso nas próximas 
aulas; porém, é importante sabermos que surgiram pessoas interessadas na 
análise de dados, tanto por que, no mundo privado, as empresas passaram a 
ser mais competitivas, quando utilizavam bem suas análises de mercado, 
quanto no mundo público – por exemplo: algumas iniciativas como o Pacto pela 
Vida, no Nordeste; o Fica Vivo, em Belo Horizonte; o Sistema Integrado de 
Metas (SIM), no Rio de Janeiro. Tais ações passaram a dar real importância à 
análise de dados, obtendo-se êxito na redução dos delitos. 
 
Diversos autores defendem que a tomada de decisão baseada em evidências 
não é apenas a última moda, mas o futuro de como vamos orientar e fazer 
crescer o negócio – além de criar novas formas de pensar na coleta, 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 7 
processamento, desenvolvimento de tecnologias e a estrutura das bases de 
dados. 
 
Por isso, faz-se necessário aumentar a capacidade analítica das polícias, 
objetivando alcançar resultados mais eficientes, porém isso requer mudanças 
profundas no modo tradicional de conceber o papel e a função da polícia nas 
sociedades modernas. A polícia precisa priorizar problemas repetitivos, que 
causam prejuízos às comunidades, mais do que simplesmente reagir a 
chamadas urgentes e fazer cumprir a lei. 
 
Herman Goldstein (1979) afirma que somente a análise de problemas 
repetitivos possibilita a identificação de padrões e tendências criminais. 
Segundo afirma Elenice de Souza, no policiamento tradicional, quando somente 
o atendimento de demandas emergenciais é o foco do trabalho, policiais 
raramente trocam informações com seus pares sobre os problemas 
enfrentados. 
 
“A habilidade do policial em resolver problemas tem resultado mais da sua 
experiência individual e do seu conhecimento prático do que de um processo 
criativo, fundamentado em um método analítico consistente.” (SOUZA, 2008) 
 
A análise de dados é o processo de transformar um conjunto de dados em 
conclusões e/ou lições, úteis e credíveis, garantindo-lhes ordem, estrutura e 
significado, com o objetivo de poder verificá-los melhor dando-lhes ao mesmo 
tempo uma razão de ser e um sentido racional. 
 
“A análise tem como objetivo organizar e sumarizar os dados de tal forma que 
possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para 
investigação. Já a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais 
amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a outros 
conhecimentos anteriormente obtidos.” (GIL, 1999, p. 168) 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 8 
A análise de dados a que se refere o autor diz respeito à pesquisa científica, 
tanto qualitativa quanto quantitativa, e compõe-se de três momentos: fase 
exploratória, trabalho de campo e tratamento do material. 
Propósitos da análise de dados 
 Descrever e resumir dados; 
 Identificar relações e diferenças entre variáveis; 
 Comparar variáveis; 
 Fazer previsões. 
 
Trabalhar dados em análise criminal, segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, 
é identificar os fatores que envolvem a criminalidade em termos qualitativos e 
quantitativos, bem como a identificação de variáveis que se relacionam com 
esses fatores, apresentando correlações entre si ou não. A análise criminal é 
feita com base nos aspectos de espaço e tempo e é fundamental no 
planejamento de ações e operações policiais (MINAS GERAIS, 2004, p. 103-
104). 
Análise quantitativa e qualitativa 
 
A análise de dados pode ter dois enfoques principais, que delineiam as técnicas 
utilizadas na pesquisa, seja ela criminal ou não: 
A análise quantitativa determina a proporção, em números, dos fatores que 
estão em estudo quantificando as variáveis que influenciam no comportamento 
criminal. É uma abordagem numérica e de fácil interpretação, que utiliza 
conhecimentos da estatística para sua elaboração. 
 
A análise qualitativa é responsável pela identificação dos fatores e das variáveis 
que influenciam no comportamento criminal. A identificação é um processo 
mais complexo porque, além do apontamento simples dos fatores, na realização 
da análise qualitativa, o analista deve conhecer a relação que os fatores 
identificados têm com o comportamento criminal e entre si. A análise qualitativa 
identifica o problema a ser solucionado. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 9 
Enfoques na análise de dados 
QUANTITATIVO 
 Estuda ações ou intervenções; 
 É dedutivo; 
 Fornece dados para provar hipóteses; 
 É conclusivo; 
 Mede o nível das intervenções, tendências, atividades etc.; 
 Produz informações quantificáveis sobre a magnitude de um problema, 
mas não fornece informações sobre o motivo do fato estar ocorrendo; 
 É possível inferir os resultados a toda uma população. 
 
QUALITATIVO 
 Estuda as motivações; 
 É indutivo; 
 Ajuda a definir hipóteses; 
 É exploratório; 
 Permite conhecer tendências, comportamentos, atitudes etc.; 
 Fornece informações detalhadas a perguntas ou problemas sobre um 
projeto ou atividade do mesmo; 
 Não permite inferir os resultados a toda uma população; 
 Indaga por que determinado caso ou problema está ocorrendo. 
 
Na análise criminal o enfoque quantitativo busca respostas para perguntas 
básicas: 
O que, quando e onde? 
Essas respostas devem ser respondidas pelo analista criminal por meio de 
análise estatística e geoprocessamento. 
 
É mais comum se trabalhar com a análise quantitativa na busca por padrões e 
tendências do crime, a partir do cruzamento das informações existentes nos 
bancos de dados das polícias. Ela constitui-se em uma forma de sistematização 
mais independente do que a memória individual dos agentes. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 10 
Por outro lado, o enfoque qualitativo busca respostas para outras perguntas: 
 
Quem, como e por quê? 
Através dos dados coletados nos registros policiais, nem sempre se obtêm 
informações suficientes para uma análise qualitativa coerente,por isso se 
justifica a utilização de outras técnicas para coleta de dados, como a aplicação 
de questionários, entrevistas, reuniões de grupo focal e verificação da 
motivação para o delito por meio de ações de inteligência. 
 
Limites para a análise 
Embora não haja nada de errado em se trabalhar somente com a quantificação 
dos dados relativos aos crimes considerando-se uma determinada região e um 
determinado espaço de tempo, é importante efetuar comparações cabíveis 
entre regiões com características semelhantes e em espaços de tempo 
semelhantes, evitando distorções causadas por eventos sazonais. 
 
Ao se analisar dados criminais registrados junto à Polícia Civil ou por meio de 
dados da Polícia Militar, observa-se que, por vezes, as ocorrências são distintas, 
ou seja, muitos casos são registrados em uma, e não na outra, como é o caso 
de furto de automóveis: normalmente, as pessoas efetuam o registro na Polícia 
Civil por conta da necessidade de se obter a indenização das seguradoras, e 
não na Polícia Militar. Por vezes, há eventos que não chegam ao conhecimento 
de nenhuma das duas polícias pelas mais diversas razões, o que chamamos de 
“cifra negra”. 
 
Por isso, não se pretende com a análise criminal medir a quantidade de crimes 
que ocorrem, é possível apenas assumir que os crimes registrados 
correspondem a uma parcela proporcional a uma confiável amostra dos delitos. 
Por outro lado, é possível estimar a subnotificação por meio de estudos de 
vitimização; porém, conforme afirmam alguns pesquisadores (CANO, 2001), o 
alto custo da realização desse tipo de pesquisa acaba por inviabilizar sua 
realização. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 11 
 
Desafios encontrados na análise 
Ainda há muita coisa a ser feita, e é esse o caso do rompimento da política do 
segredo, segundo a qual setores públicos possuem um certo temor em divulgar 
seus dados, com medo de significar uma censura à má administração. De 
acordo com alguns autores, tal “política” correspondente a uma velha tradição 
de esconder e sonegar documentos. 
 
Outra questão em jogo é a falta de compreensão dos próprios policiais acerca 
da importância do registro coerente de dados, o que gera perda na qualidade 
das informações recebidas e processadas. Destaca-se o preconceito de alguns 
funcionários públicos que pensam perderem tempo com estudos e avaliações, 
enquanto os problemas de criminalidade assolam a sociedade. Entretanto, a 
ausência de avaliações e análises, sabidamente, deverá torná-los pior ainda. 
 
No que diz respeito à qualidade dos dados, é comum observar que, durante o 
preenchimento dos formulários de ocorrência nas polícias, a imprecisão na 
digitação dos dados pode gerar inconsistências danosas ao resultado final da 
análise. Assim, se o endereço onde os crimes ocorreram for registrado 
incompleto ou se nome de uma rua estiver preenchido de diversas formas 
diferentes, a análise espacial dos delitos ficará deturpada, e mesmo que seja 
possível corrigir essas falhas por meio de softwares para tratamento dos dados, 
isso ocasionará comprometimento na rapidez da análise. 
 
Simoni Lahud Guedes fez uma importante análise acerca do sistema 
classificatório das ocorrências na Polícia Militar no Rio de Janeiro (2003), e 
apesar de sua pesquisa estar desatualizada, tendo em vista o tempo decorrido 
e as constantes mudanças no cenário da Segurança Pública, pode se tirar uma 
lição do seu trabalho, a qual demonstra que ainda há necessidade de serem 
alinhados os fatos registrados pela Polícia Civil, onde o cidadão apresenta sua 
queixa, com os fatos registrados pela Polícia Militar, que atende a seus 
chamados. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 12 
Alguns Estados já saíram na frente, como é o caso da Polícia Militar do Paraná, 
que mantém um formulário único para coleta de dados entre as duas polícias e, 
dessa forma, reduz a divergência do sistema classificatório das ocorrências. 
 
Há alguns fatores que podem explicar a grande dificuldade encontrada na 
análise criminal de transformar a atividade do analista em uma ferramenta 
prática fundamental de planejamento estratégico e tático-operacional das 
polícias. São eles: 
 
O tipo de dados utilizado: geralmente, utilizam-se dados oficiais para as 
estatísticas públicas, contudo há o risco de se ter apenas uma visão parcial dos 
fatos. 
A qualidade das informações coletadas: a informação coletada é limitada 
ao acontecimento dos fatos e nem sempre está associada aos fatores que 
motivaram seu acontecimento. Além disso, pouco se sabe sobre o 
comportamento criminoso e os contextos social e físico que podem ter 
contribuído para o crime. 
 
A cultura das organizações policiais: o fluxo de informações é 
tradicionalmente descontínuo e restrito, baseado na política do segredo. 
 
A posição pouco privilegiada dos analistas na hierarquia das 
organizações: decorre da falta de compreensão da importância da atividade 
pelos próprios policiais, a limitação da aplicação dos resultados, a falta de 
divulgação dos resultados e a pouca participação dos analistas na definição do 
planejamento de estratégias e operações. 
 
Investimento da formação de pessoas 
Segundo afirmam alguns autores, mais importante do que apenas dominar o 
uso de programas computacionais estatísticos e de geoprocessamento, é 
importante que se invista na formação de pessoas para atuarem como analistas 
criminais capazes de aplicar os conceitos e métodos científicos necessários à 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 13 
explicação dos fatores repetitivos, identificando padrões e tendências que 
envolvem o acontecimento de delitos. 
 
Nesse sentido, deveriam ser formadas equipes de analistas nas corporações 
policiais capazes de unir a experiência do trabalho policial com o conhecimento 
técnico-científico, visando a uma mistura de talentos que se possa traduzir em 
uma oportunidade de crescimento para a gestão moderna das atividades de 
segurança pública. 
Assim, os analistas deveriam possuir habilidades, entre outras coisas, de buscar 
as melhores soluções aos problemas cotidianos das comunidades, ou seja: 
 
 Distinguir o que realmente gera impacto em termos de controle da 
criminalidade; 
 Aplicar os conceitos e metodologias científicas na resolução dos 
problemas cotidianos; 
 Complementar as análises com dados não policiais correlacionando 
indicadores, de modo que se verifique a influência de outras variáveis 
sobre a distribuição da malha de policiamento; 
 
 Complementar os dados oficiais com fontes alternativas, como é o caso 
das entrevistas com moradores e agentes infratores ou dados de outras 
instituições; 
 Explicar as variações do crime e seus padrões no tempo e no espaço; 
 Categorizar e tipificar as ocorrências delituosas. 
 
Utilização de sistemas de informação na análise de dados 
Como já entendemos os tipos de análise de dados, suas limitações e desafios, 
bem como o grande volume de dados que podem ser coletados de diversas 
fontes, podemos observar que, em rápida síntese, não há como realizar o 
tratamento desses dados sem utilizar um software ou sistema de informação 
que permita organizar e processar o dado, transformando-o por meio de 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 14 
técnicas estatísticas em informação útil ao gestor no processo de tomada de 
decisão. 
 
Existem diversos softwares construídos com esse objetivo, mas o senso comum 
nos mostra que a escolha do software que mais se adequa à necessidade da 
análise, normalmente, é aquele que possui maior quantidade de documentação 
de referência e modelosde uso, salvo nos casos em que seja necessário 
executar funções específicas ou que a quantidade de dados a ser manipulado é 
muito grande ou, ainda, se a velocidade que se espera para obter um resultado 
seja muito alta. 
 
Borges (2008) categoriza os softwares para tratamento de dados estatísticos de 
criminalidade em três tipos: de estatística descritiva, de estudo temporal e de 
estudo espacial dos delitos. Entenda melhor esses dados, a seguir. 
 
Características gerais dos softwares para tratamento de dados 
Estatísticas descritivas 
• Descreve as várias características de um conjunto de dados; 
• Possibilita a apresentação de dados quantitativos por meio de tabelas e 
gráficos. 
 
Forma de apresentação 
• Verifica a existência de tendências do fenômeno tempo; 
• Considera sazonalidade (ciclos) e padrões (horas, dias, meses, anos). 
 
Estudo espacial 
• Baseado em dados quantitativos de fenômenos posicionados espacialmente, 
descreve e visualiza distribuições espaciais identificando padrões de associação 
e observações atípicas; 
• Muito utilizado para avaliar a variação geográfica na ocorrência de um 
fenômeno. Fonte: Azevedo apud Borges (2012). 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 15 
As ferramentas mais comuns para a análise criminal derivam desta classificação 
geral apresentada por Borges (2008): 
 Ferramentas para análise criminal 
 Frequências temporais (dia, hora, semana, mês e ano); 
 Séries históricas; 
 Distribuição espacial por logradouros ou recortes de área; 
 Regressão, correlação, teste de significância e variância. 
 Forma de apresentação 
 Tabelas e gráficos; 
 Gráficos de linhas; 
 Mapas de calor, temático, por pontos ou taxas; 
 Tabelas. 
 Software 
 Planilhas eletrônicas (exemplo: Excel); 
 Planilhas eletrônicas (exemplo: Excel); 
 Sistemas de Informação Geográfica – SIG (exemplos: Quantum Gis, 
ArcGis, Terraview); 
 Análise estatística (exemplos: STATA, SPSS). 
 
No caso do tratamento de dados para análise criminal, a organização dos dados 
é uma tarefa complexa, pois podemos ter fontes de dados com uma grande 
variedade de campos com diversos atributos de interesse, por exemplo: 
número da delegacia, número do código do delito, data de nascimento dos 
envolvidos, profissão, cor, sexo, instrumento utilizado no crime, local da 
ocorrência, número do logradouro em que ocorreu o fato, tipo de logradouro. 
Observe-se: 
 
 
 
 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 16 
No exemplo, o número do registro da ocorrência é o campo-chave e, como tal, 
será importante para a indexação das outras informações, inclusive para 
diferenciação dos tipos de envolvidos na ocorrência. 
 
Características gerais dos softwares para tratamento de dados 
 
O domínio dos softwares para tratamento de dados envolve conhecimentos 
básicos de operação de microcomputador, conhecimentos de operação de 
banco de dados, conhecimentos de estatística e de geoprocessamento. 
Contudo, as principais ferramentas estatísticas de análise criminal podem estar 
presentes em mais de um software para tratamento de dados, o que acaba 
dificultando a especialização em apenas um tipo de software. Além disso, há 
algumas situações indesejáveis que ficaram evidentes com o aumento do 
volume de dados a serem analisados, ou seja: 
 
 Diferentes tecnologias de bases de dados podem dificultar a consulta, 
sendo necessário realizar conversões de formato de arquivo, o que pode 
gerar perda de dados; 
 Demora na identificação de possíveis dados duplicados nas diversas 
bases de dados, tais como: pessoas, telefones ou veículos; 
 Necessidade de realizar consultas separadamente em diversos sistemas 
de informação com diferentes formatos, gerando, por exemplo, demora 
e dificuldade de obter a informação desejada. 
 
De qualquer forma, as ferramentas mais úteis para análise criminal estão 
presentes em praticamente todos os softwares, sendo que a diferença entre 
eles está relacionada principalmente à velocidade em que os resultados são 
apresentados e no limite de dados que podem ser processados. 
 
Planilhas eletrônicas e editores de texto 
Esse é o tipo mais comum de software utilizado na análise criminal, seja para 
efetuar cálculos (Microsoft Excel) ou editar os relatórios de Análise (Microsoft 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 17 
Word). Vamos exemplificar o uso do Excel, por se tratar de uma aplicação 
largamente utilizada nos setores de análise criminal devido à sua versatilidade 
somada à facilidade de uso. 
 
Excel é um software para criação e manutenção de planilhas eletrônicas muito 
útil, quando é necessário efetuar cálculos básicos acerca de dados dispostos em 
formato de tabelas, trabalhar sobre dados com as facilidades básicas de um 
banco de dados e apresentar dados numéricos sob a forma de gráficos. 
Na análise quantitativa, o Excel pode se transformar em um grande aliado. 
Conforme vemos na tabela abaixo, os dados referentes aos roubos a transeunte 
ocorridos na região de Niterói no ano de 2011. Somam um total de 2778 casos 
registrados pela Policia Civil do Rio de janeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 18 
Inserindo uma ferramenta chamada “tabela 
dinâmica” (figura ao lado) podemos facilitar a 
contagem dos casos e a medição de 
frequência das ocorrências no tempo. 
Utilizando esse recurso, pode se contabilizar e 
cruzar os dados de diversas variáveis. 
Verifica-se que ao medir a frequencia mensal 
das ocorrencias representado pela tabela e 
pelo gráfico abaixo, o mês de março teve 
maior destaque. 
A interpretação dos dados apresentados deve 
ser feita pelo analista correlacionando o 
resultado da análise com fatos da realidade e 
cotidianos locais, o que nesse caso específico, 
evidencia que a maior quantidade de roubos 
pode estar relacionada com o Carnaval. 
 
 
Outras medições podem ser feitas com o uso do Excel por meio de tabelas 
dinâmicas ou simplesmente utilizando fórmulas para tratamento dos dados 
correlacionando as células de interesse. 
Podemos observar que nos dois gráficos acima, a leitura e interpretação dos 
resultados nos indica que a maior incidência dos casos, é em média, na terça-
feira, no período compreendido entre 21:00 e 00:00h. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 19 
0
50
100
150
200
250
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
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Municipio de Niterói em 2011 - Roubo a Transeunte pela hora 
cheia do fato 
 
 
Sistema de Informações Geográfica (SIG, ou GIS, em inglês) 
Um dos conceitos mais aceitos para SIG é um “Sistema constituído de 
hardware, software e procedimentos, construído para suportar a captura, 
gestão, manipulação, análise, modelação e visualização de informação 
referenciada no espaço” (COWEN, 1991). 
E geoprocessamento seria o uso automatizado das informações que estejam 
vinculadas a um determinado lugar no espaço, seja por meio de um simples 
endereço ou de coordenadas geográficas. 
 
Nesse sentido, as ferramentas de SIG estão entre as mais utilizadas na análise 
criminal, tendo em vista que o mapeamento da criminalidade, aliado às técnicas 
de estatística e à manipulação de bases de dados torna-se uma importante 
ferramenta para o planejamento policial. Veremos mais adiante, nas próximas 
aula
s, 
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uso 
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Dias da semana 
Municipio de Niterói em 2011 - Roubo a Transeunte por dia da semana 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 20 
pas temáticos com o software livre Quantum GIS. 
O mapa apresentado foi elaborado com o software MapInfo pela Polícia Militar 
de Minas Gerais em estudo da vitimização na capital do estado em parceria com 
o CRISP. 
Mapa 1: Homicídios por distribuição de renda em setores censitários 
de Belo Horizonte. 
 
 
Análises estatísticas 
Quatro softwares bastante conhecidos dos pesquisadores e estatísticos nas 
maiores universidades no mundo são as principais ferramentas para a análise 
estatística dos dados, são eles: o SPSS (Statistical Package for Social Science) 
da IBM, o SAS (Statistical Analysis System), o STATA (Data Analysis and 
Statistical), e, finalmente, o Projeto “R”. 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 21 
 
 
Conforme Muenchen ressalta, a dominância do SPSS vem caindo ao longo do 
tempo após o seu pico máximo em 2007. Presume-se que, em breve, o Projeto 
“R” deverá ultrapassar esses dois conhecidos softwares. 
 
Acontece que ambos, o SPSS e o SAS, são aplicações de alto custo, e, talvez 
por isso, estão perdendo espaço e popularidade para os softwares livres como o 
“R”. 
O SPSS é um software para análise estatística de dados em um ambiente 
amigável com interface gráfica para o usuário menos experiente. Possui menus 
e janelas de diálogo que permitem realizar cálculos complexos e visualizar seus 
resultados de forma simples e autoexplicativa. Ele é, talvez, um dos mais 
antigos softwares para análise estatística, que foi desenvolvido inicialmente 
para computadores de grande porte na década de 70. 
 
Análises estatísticas 
 
Conforme disponibilizado em seu blog institucional, visualizando a ameaça 
gerada pela popularização da linguagem “R”, a IBM disponibilizou o uso das 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 22 
sintaxes do “R” por meio do software SPSS, prometendo, dessa maneira, 
ampliar a escalabilidade da linguagem “R” ao utilizar grandes massas de dados. 
De longe, o SPSS é o software de uso profissional mais fácil de se aprender, 
devido principalmente à grande vantagem em termos de aprendizado que é sua 
similaridade com o Excel, software com o qual a maioria de nós já está 
familiarizado. 
 
O SAS é concorrente direto do SPSS, sistema integrado de aplicações para a 
análise de dados nascido também na década de 70. Ele consiste de várias 
ferramentas de análise estatísticas semelhantes ao SPSS; sua vantagem reside 
na manutenção da compatibilidade entre as versões do programa, nas quais 
mesmo bases de dados descontinuadas podem ser abertas via SAS, bem como 
a grande diversidade de formatos permitidos para operação, sendo os principais 
destaques a sua portabilidade de disponibilidade. 
 
Por sua vez, o STATA é um software amplamente utilizado na saúde pública 
para análise estatística. Ele serve tanto para cálculos mais simples, média 
aritmética e desvio padrão, como para análises mais sofisticadas, como, por 
exemplo, regressão múltipla e análise mais complexa com alta velocidade. 
 
Conforme disponibilizado em seu blog institucional, visualizando a ameaça 
gerada pela popularização da linguagem “R”, a IBM disponibilizou o uso das 
sintaxes do “R” por meio do software SPSS, prometendo, dessa maneira, 
ampliar a escalabilidade da linguagem “R” ao utilizar grandes massas de dados. 
De longe, o SPSS é o software de uso profissional mais fácil de se aprender, 
devido principalmente à grande vantagem em termos de aprendizado que é sua 
similaridade com o Excel, software com o qual a maioria de nós já está 
familiarizado. 
 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 23 
Atividade proposta 
A partir da apropriação do conteúdo visto em aula, elabora a metodologia de 
um mini projeto de pesquisa que possua análise Quantitativa e Qualitativa. 
 
Chave de resposta: Como vimos, a análise de dados pode ter dois enfoques 
principais e que delineiam as técnicas utilizadas na pesquisa, seja ela criminal 
ou não: 
a) A análise quantitativa determina a proporção, em números, dos fatores que 
estão em estudo quantificando as variáveis que influenciam no comportamento 
criminal. É uma abordagem numérica e de fácil interpretação, que utiliza 
conhecimentos da estatística para sua elaboração. 
b) A análise qualitativa é responsável pela identificação dos fatores e das 
variáveis que influenciam no comportamento criminal. A identificação é um 
processo mais complexo porque, além do apontamento simples dos fatores, na 
realização da análise qualitativa, o analista deve conhecer a relação que os 
fatores identificados têm com o comportamento criminal e entre si. A análise 
qualitativa identifica o problema a ser solucionado. 
 
Aprenda Mais 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre uso do smartphone acesse os links abaixo: 
http://idgnow.com.br/blog/circuito/2014/01/22/base-de-usuarios-de-
smartphones-na-america-latina-vai-aumentar-283-em-2014/ 
http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/2014/12/uso-de-smartphones-
esta-reformulando-nosso-cerebro-mostra-estudo.shtml 
Para aprender mais sobre Big Data, leia o texto: 
http://computerworld.com.br/blog/mercado/2012/03/28/big-data-
nova-fronteira-para-inovacao-e-competitividade 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 24 
http://itforum365.com.br/noticias/detalhe/49943/gartner-preve-que-
conceito-de-big-data-vai-sumir-em-dois-anos 
Para aprender mais sobre dados, leia o texto: 
http://www.computerworld.com.pt/2014/06/18/cuidados-na-
estrategia-de-adopcao-de-big-data/ 
Para saber mais sobre o caso da Polícia Militar do Paraná, criado com 
objetivo de facilitar o aprendizado dos usuários ao acessar o sistema 
BOU acesse: 
http://www.bou.pr.gov.br/ 
Para saber mais sobre software leia o artigo: 
http://r4stats.com/articles/popularity/ 
Para saber mais sobre o blog da IBM, acesse: 
http://www.ibmbigdatahub.com/blog/7-really-good-reasons-partner-
spss-analytics-r 
Para saber mais sobre os assunto vistos nesta aula, veja: 
http://computerworld.com.br/negocios/2013/04/10/quatro-tendencias-
que-devem-transformar-a-ti-nos-proximos-5-anos 
https://cran.r-project.org/ 
 
 
 
 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 25 
Referências 
AZEVEDO, Ana Luísa Vieira de. Uso das estatísticas criminais e 
planejamento das atividades policiais: um estudo sobre a percepção dos 
profissionais de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. FGV: 2012. 
Disponível em: 
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/10171/Tese%20A
na%20Lu%C3%ADsa%20V.%20de%20Azevedo%20Vers%C3%A3o%20Definiti
va.pdf?sequence=1 Acesso: 20 out. 2014 
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/10171/Tese%20A
na%20Lu%C3%ADsa%20V.%20de%20Azevedo%20Vers%C3%A3o%20Definiti
va.pdf?sequence=1 Acesso em: 20 out. 2014. 
BORGES, Doriam. Coletando e extraindo informações dos bancos de dados 
criminais: a lógica das estatísticas das organizações policiais. In: PINTO, 
Andréia Soares; RIBEIRO, Ludmila Mendonça Lopes (org.). A análise criminal 
e o planejamento operacional. Coleção Instituto de Segurança Pública. 
Série Análise Criminal, v. 1. Rio de Janeiro: 2008. 
CANO, I. Registros Criminais da Polícia no Rio de Janeiro: Problemas de 
Validade e Confiabilidade. Fórum de Debates. Criminalidade, Violência e 
Segurança Pública no Brasil: Uma Discussão sobre Bases de Dados e 
Questões Metodológicas I. Rio de Janeiro: Ipea e Cesec/Ucam, 2001. 
FOX, John.Aspects of the Social Organization and Trajectory of the R. Project. 
R Journal, 2009. Disponível em: http://journal.r-project.org/archive/2009-
2/RJournal_2009-2_Fox.pdf Acesso em: 20 out. 2014. 
FRANK, Christopher. Improving Decision Making in the World of Big Data. 
Disponível em: 
http://www.forbes.com/sites/christopherfrank/2012/03/25/improving-decision-
making-in-the-world-of-big-data/ Acesso em: 01 jan. 2015. 
GARTNER IT GLOSSARY. Disponível em: 
http://www.gartner.com/it-glossary/big-data Acesso em: 15 nov. 2014. 
GIL, A .C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 
1999. 
GIL, A .C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1987. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 26 
GOLDSTEIN, H. Improving Policing: A Problem-Oriented Policing Approach. 
Crime & Delinquency, v. 25, p. 234-258, 1979. 
GUEDES, Simoni Lahud. O sistema classificatório das ocorrências da Polícia 
Militar do Rio de Janeiro e a organização da experiência policial: uma análise 
preliminar. Seminário Formas Primitivas de classificação: cem anos 
depois. Rio de Janeiro: UFRJ, 2003. 
IHAKA, Ross; GENTLEMAN, Robert. R: A language for data analysis and 
graphics. Journal of Computational and Graphical Statistics, v. 5, p. 299-
314., 1996. 
MINAS GERAIS. Apostila de análise criminal para o Curso Técnico de 
Segurança Pública. Belo Horizonte: Polícia Militar de Minas Gerais, 2004. 
PASSOS, Vivian. A tomada de decisão no contexto do big data: estudo de caso 
único. 2013. 
SOUZA, Elenice de. Explorando novos desafios na polícia: o papel do analista, o 
policiamento orientado para o problema e a metodologia IARA. In: PINTO, 
Andréia Soares; RIBEIRO, Ludmila Mendonça Lopes (org.). A análise criminal 
e o planejamento operacional. Coleção Instituto de Segurança Pública. 
Série Análise Criminal, v. 1. Rio de Janeiro: 2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 27 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Segundo a Consultoria Gartner Group, soluções de Business Analytics figuram 
no topo dos investimentos em software pelos compradores de TI, decorrentes 
da maior utilização de dados para as análises de mercado, pelas grandes 
empresas. Na gestão de segurança pública, podemos afirmar que os dados 
podem ser utilizados para: 
a) Melhorar a experiência dos clientes com seus produtos, o que permitirá o 
lançamento de novos produtos baseados na demanda do seu público-
alvo. 
b) Orientar a administração pública quanto aos caminhos que deve seguir 
no planejamento, execução e redirecionamento das ações do sistema 
policial. 
c) Direcionar as ações da Administração Pública para realizar demandas 
pontuais na governança dos ativos de informática. 
d) Na verdade, quase nada é produzido, afinal a maior parte dos gestores 
não sabe o que fazer com os dados coletados, e esse é um dos 
problemas da Administração Pública. 
e) Ainda se espera a criação de novos bancos de dados mais poderosos e 
ferramentas de análise mais velozes para que se possa coletar dados na 
segurança pública. 
Questão 2 
Sabendo-se que a análise de dados é o processo de transformar um conjunto 
de dados em conclusões e/ou lições, úteis e credíveis, garantindo-lhes ordem, 
estrutura e significado, pode-se afirmar que os propósitos da análise de dados 
são: 
a) Estruturar e organizar os dados, identificar relações e diferenças entre 
variáveis, manipular resultados e fazer previsões. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 28 
b) Descrever e resumir dados, estruturar identidades, comparar variáveis e 
fazer adivinhações. 
c) Descrever e resumir dados, identificar relações e diferenças entre 
variáveis, constranger testemunhas e fazer previsões. 
d) Descrever e resumir dados, identificar relações e diferenças entre 
variáveis, comparar variáveis e fazer previsões. 
e) Normalizar variáveis, identificar repetições nos dados, correlacionar 
padrões, comparar resultados e fazer adivinhações. 
Questão 3 
A análise de dados pode ter dois enfoques principais que direcionam as técnicas 
de pesquisa, são eles: a quantitativa e a qualitativa. Considerando o enfoque 
quantitativo da pesquisa científica, podemos afirmar que ela: 
a) Identifica fatores e variáveis que influenciam no comportamento 
criminal. 
b) Permite conhecer tendências, comportamentos e atitudes, por vezes, 
utilizando questionários ou entrevistas na coleta de dados. 
c) Não permite inferir os resultados de toda uma população. 
d) Fornece informações detalhadas a perguntas ou problemas sobre um 
projeto ou atividade. 
e) Determina a proporção, em números, dos fatores que estão em estudo, 
quantificando as variáveis que influenciam no comportamento criminal. 
Questão 4 
A falta de notificação dos crimes que chegam ao conhecimento das forças 
policiais, é o que chamamos de “cifra negra”. Identifique a alternativa que 
melhor explique porque existe a subnotificação. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 29 
a) Dificuldade de registrar o delito seja pela descrença nos resultados 
operacionais das policias, ou pela dificuldade de acesso aos órgãos 
públicos. 
b) A descrença nas forças policiais, apesar do fácil acesso aos órgãos 
públicos em qualquer lugar e horários. 
c) Apesar da alta credibilidade dos órgãos de segurança pública perante a 
sociedade de modo geral, a dificuldade no acesso ao registro de 
ocorrências é o principal motivo da subnotificação. 
d) A falta de investimento na produção de conhecimento qualificado para a 
análise de dados. 
e) A subnotificação pode ter sua principal origem na falta d e 
procedimentos de rotina para a melhoria do geoprocessamento. 
Questão 5 
A atividade do analista criminal pode ser uma ferramenta importante na tomada 
de decisão do gestor de Segurança Pública, contudo há alguns fatores que 
dificultam que isso aconteça. Enuncie ao menos duas das dificuldades 
encontradas. 
a) A cultura das organizações policiais baseada na política do segredo e a 
falta de investimento na formação do analista. 
b) A parcialidade do tipo de dados utilizados e a limitação da qualidade das 
informações coletadas. 
c) A pouca abrangência das informações disponibilizadas pelo analista e sua 
posição pouco privilegiada dentro das instituições. 
d) Baixa confiabilidade dos dados utilizados para o processamento e pouca 
garantia de integridade das informações. 
e) Pouca pertinência da atividade do analista em relação aos objetivos 
estratégicos das corporações policiais e a falta de memória da produção 
de dados. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 30 
Questão 6 
Na busca por melhores soluções aos problemas cotidianos, os analistas 
necessitam de habilidades especiais que possam traduzir o crescimento da 
gestão moderna das atividades de segurança pública. Assim sendo, identifique 
a única alternativa incorreta quanto às habilidade aludidas. 
a) Distinguir o que realmente gera impacto em termos de controle da 
criminalidade. 
b) Aplicar os conceitos e metodologias cientificas na resolução dos 
problemas cotidianos. 
c) Impedir a divulgação dos resultados das análises realizadas, pelo fato de 
conterem informações restritas aos órgãos policiais. 
d) Explicar as variações do crime e seus padrões no tempo e no espaço; 
e) Categorizar e tipificar as ocorrências delituosas. 
Questão 7 
Os tipos de software para tratamento de dados são caracterizados de acordo 
com sua função estatística. Identifique a alternativa que se adequa a descrição 
“baseado em dados quantitativos de fenômenos posicionados espacialmente”. 
a) Estudo temporal 
b) Estudoespacial 
c) Data Mining 
d) Big Data 
e) Estatística descritiva 
Questão 8 
Devido ao grande aumento do volume dos dados ao longo do tempo, algumas 
situações indesejáveis passaram a permear o cotidiano dos analistas criminais, 
o que acabou dificultando o conhecimento em apenas um tipo de software. 
Identifique a alternativa que não tem relação com essas situações. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 31 
a) Diferentes tecnologias de software utilizando diferentes bases de dados. 
b) Duplicidade de dados, como telefones, pessoas e veículos. 
c) Diferentes formatos de consulta nos sistemas de informação. 
d) Alta velocidade na obtenção dos resultados da análise. 
e) Perda de dados devido à conversão de formatos de arquivos. 
Questão 9 
As ferramentas estatísticas mais utilizadas e necessárias ao processo analítico 
dos dados estão presentes na maioria dos softwares de tratamento de dados; e 
isto os diferencia: 
a) Capacidade de processar dados não numéricos. 
b) Instruções de banco de dados SQL. 
c) Velocidade e limite de dados analisados. 
d) Elaborar relatórios gerenciais. 
e) Efetuar cálculos básicos. 
Questão 10 
O software “R” apresenta um grande crescimento a nível mundial, ocorrendo 
aumento do interesse pela linguagem, inclusive várias pessoas passaram a ser 
colaboradoras do projeto. Assinale a alternativa ERRADA referente as 
características do software. 
a) O software R é acessível a qualquer pessoa. 
b) O software R não é um software livre. 
c) O software R está na extrema velocidade de operação. 
d) O software R agiliza o processamento de dados. 
e) O software R permite rodar a análise dos dados diretamente na 
memória. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 32 
 
Notas 
Big Data: Segundo o Gartner Group, “Big Data são ativos de informação de 
alto volume, alta velocidade e alta variedade que demandam formas 
inovadoras e rentáveis de processamento para uma melhor percepção e 
tomada de decisão”. 
 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 33 
Chaves de resposta 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - B 
Justificativa: Os dados coletados por meio dos registros criminais na gestão da 
segurança pública são processados por meio de métodos analíticos e servem 
para orientar a Administração Pública quanto aos caminhos que deve seguir no 
planejamento, execução e redirecionamento das ações do sistema policial, 
assim como para a população conhecer o que acontece ao seu redor. 
 
Questão 2 - D 
Justificativa: A quarta alternativa é a única que contém respostas coerentes 
com os propósitos da análise de dados. As outras alternativas estão incorretas 
porque possuem respostas inapropriadas como “manipular resultados”, “fazer 
adivinhações” e “constranger testemunhas”. 
 
Questão 3 - E 
Justificativa: A análise quantitativa é o processo de pesquisa que determina a 
proporção numérica dos fatores cujos valores compõem as variáveis. 
 
Questão 4 - A 
Justificativa: A subnotificação dos crimes é uma realidade em todo lugar, por 
vezes devido à dificuldade de acesso ou a falta de meios para o registro na 
sede policial, ou outro motivo desconhecido. Os crimes que não chegam ao 
conhecimento das forças policiais, geram o que chamamos de “cifra negra”, o 
que pode ser minimizado por estudos complementares, como é o caso de 
pesquisas de vitimização. 
 
Questão 5 - A 
Justificativa: Geralmente se utiliza dados oficiais para as estatísticas públicas, 
contudo há o risco de se ter apenas uma visão parcial dos fatos, uma vez que o 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 34 
registro oficial nem sempre contém todos os crimes que realmente ocorreram. 
A informação coletada é limitada ao acontecimento dos fatos e nem sempre 
está associada aos fatores que motivaram seu acontecimento. Além disso, 
pouco se sabe sobre o comportamento criminoso, o contexto social e físico que 
pode ter contribuído para o crime. 
 
Questão 6 - C 
Justificativa: A falta de divulgação dos resultados das análises prejudica o 
desenvolvimento do planejamento operacional e pode trazer prejuízo à 
expansão do trabalho do analista. 
 
Questão 7 - B 
Justificativa: Somente o estudo espacial permite visualizar distribuições 
espaciais de fenômenos. 
 
Questão 8 - D 
Justificativa: O aumento do volume de dados tem sido um desafio para as 
empresas de software de tratamento de dados, sendo coerente afirmar que, 
quanto maior o volume de dados a ser analisado, mais lenta será a obtenção 
dos resultados. 
 
Questão 9 - C 
Justificativa: A grande maioria dos softwares para tratamento de dados 
existentes no mercado possui as ferramentas mais utilizadas para a análise 
criminal, contudo o que os diferencia são a velocidade em que os resultados 
são apresentados e o limite de dados que podem ser processados. 
 
Questão 10 - B 
Justificativa: A arquitetura do software R permite rodar a análise dos dados 
diretamente na memória, o que gera maior rapidez no processamento dos 
dados, diferentemente de outros softwares que fazem isso a partir do disco 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 35 
rígido. E ainda, está inscrito sob uma licença GNU, a qual autoriza sua 
distribuição livre, desde 1995.

Outros materiais