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Exterior e raças de bovinos e bubalinos 87 13 AVALIAÇÃO DE BOVINOS PELA EFICIÊNCIA FUNCIONAL A morfologia ou fenótipo do animal ou ainda as características como tamanho do esqueleto, desenvolvimento muscular, acúmulo de gordura e cor do pêlo, são todas predeterminadas geneticamente. Estas características podem ser modificadas posteriormente pela interação entre a herança e o meio ambiente, incluindo o ambiente onde se desenvolve o feto. Esta interação determinará como serão os órgãos internos, qual será o tamanho dos membros, com que altura o animal ficará, qual será a cor dos pêlos, como será o desenvolvimento de seu esqueleto, sua musculatura e o acúmulo de gordura. Portanto, os genes vão agir para determinar o funcionamento das glândulas endócrinas que atuarão na fisionomia da estrutura corporal. O potencial genético da pituitária, tireóide, glândulas suprarrenais, ovários e testículos também são determinados no momento da concepção. O genótipo determinará como funcionarão as glândulas endócrinas, que atuarão sobre a morfologia dos animais. Se houver mau funcionamento em alguma glândula, o desequilíbrio hormonal se refletirá em toda conformação do animal, modificando-o. O desenvolvimento do animal, da concepção até a idade adulta, será determinado pelas glândulas endócrinas, tecidos, sistema nervoso central e hipotálamo, determinando a conformação e a formação dos tecidos muscular, gorduroso e ósseo, bem como o funcionamento do úbere. Se o animal for estimulado via sistema nervoso central, o hipotálamo estimulará as glândulas endócrinas. Estas enviarão um impulso ao sistema nervoso central causando determinados tipos de comportamento. O sistema nervoso central atua através de mecanismos termorreguladores e estímulos da pituitária. A expressão do genótipo em fenótipo é o resultado da ação das glândulas endócrinas sobre o complexo de genes definidos no momento da fecundação. A interação entre as glândulas endócrinas ocorre através da pituitária, que secreta gonadotrofinas, hormônios estimuladores das gônadas, testículos e ovários. As gonadotrofinas da pituitária influi diretamente sobre as células intersticiais dos testículos e estas por sua vez produzem testosterona, hormônio sexual masculino, que determina os caracteres sexuais secundários do macho. Se em qualquer momento ocorrer uma ruptura nesta cadeia de reações entre hormônios, haverá um reflexo na morfologia corporal do animal, o mesmo ocorrendo com as fêmeas. A determinação do potencial genético completo do animal e suas interações está resumida na Figura 1. Outro hormônio trófico da pituitária é a corticotrofina, cujos efeitos sobre o córtex da suprarrenal se refletem no crescimento do pêlo, no metabolismo dos carboidratos e nas características sexuais masculinas e femininas. A glândula tireóide tem papel central no metabolismo do animal. Se qualquer das funções hormonais for interrompida severamente, haverá reflexos na conformação do animal. Os hormônios secretados pelas gônadas têm influência sobre as características sexuais secundárias do bovino, tanto macho quanto fêmea. Por exemplo, os hormônios sexuais masculinos definem a masculinidade da cabeça. No touro há pêlos mais grosseiros na cabeça e parte superior do pescoço, um tipo Victor Cruz Rodrigues DRAA-IZ 88 especial de pêlo no bordo inferior do pescoço, na parte superior dos membros dianteiros, região média inferior do costado e a parte baixa da coxa. Além disso, o som emitido pelos animais é próprio, isto é, quando um animal muge, pode-se fazer a distinção se é touro, novilho ou vaca. Os hormônios sexuais masculinos têm influência direta sobre o desenvolvimento muscular. A musculatura do costado do tourinho é maior do que o da fêmea ou do novilho. Como os hormônios sexuais masculinos dão a expressão visual exterior de masculinidade, qualquer desequilíbrio ou diminuição da secreção dos Exterior e raças de bovinos e bubalinos 89 hormônios fará com que o touro perca a aparência de um macho normal. A ossificação das epífises depende da secreção de estrógeno na vaca e de testosterona no touro. Os hormônios sexuais influem no desenvolvimento dos órgãos sexuais e também da libido. Os produtos finais dos hormônios são eliminados através dos rins e são excretados também pelo fígado na bílis. A Figura 2 mostra onde estão localizadas as diferentes glândulas endócrinas em uma vaca e como atuam entre si, cujas relações se visualiza na morfologia externa do animal. FIGURA 2 - Localização das diferentes glândulas endócrinas (BONSMA, 1966). Os hormônios sexuais que são esteróides (compostos químicos lipídicos) são absorvidos ou diluídos pela gordura de um animal muito gordo. Estes hormônios se encontram secretados na bílis desses animais e são absorvidos pelo tecido adiposo e excretados pelo fígado. Abaixo estão descritas a ação de cada hormônio no desenvolvimento dos bovinos. Na Figura 3 está demonstrado a interação entre glândula pituitária e gônadas. A epífise ou a linha da cartilagem epifisial, cujo extremo ao osso se desenvolve em comprimento, se ossifica quando o animal chega a puberdade e a fase adulta. O tempo de ossificação depende do equilíbrio hormonal, de modo que a secreção de estrógeno na fêmea e testosterona no macho estimula a ossificação e o desenvolvimento total do animal, que se detém quando cessa o crescimento dos ossos. Se a ossificação é tardia, o animal segue crescendo e fica cada vez mais alto; por isto se faz objeção aos animais com altura demasiada. Um animal deve ser amplo, mas não alto ou com membros longos em demasia, pois é indicativo de animal que não tem controle hormonal. Victor Cruz Rodrigues DRAA-IZ 90 FIGURA 3 - Resposta hormonal em bovinos (BONSMA, 1966) Na Figura 4 observa-se a montagem de um fêmur esquerdo de uma vaca que alcançou a puberdade, enquanto na Figura 5 estão a escápula e o metacarpo de uma vaca fértil e outra subfértil. Os hormônios do ovário determinam a formação do úbere. Quando as novilhas alcançam a puberdade inicia-se o desenvolvimento do úbere. Esta é a forma que se pode prever quando o organismo do animal está funcionando normalmente. Na vaca, os hormônios sexuais determinam a ossificação dos ossos longos. A relação entre os diversos ossos e o corpo influirá na masculinidade ou feminilidade, respostas diretamente relacionada à função da gônada. A glândula pituitária, situada acima do palato e abaixo do cérebro, secreta hormônios que influenciam a tireóide e o metabolismo geral, assim como as glândulas suprarrenais, especialmente o córtex. O córtex da suprarrenal elabora o hormônio sexual andrógeno, que estimula a atividade sexual. Também produz hormônios que causam melanização (escurecimento) e também engrossamento dos pêlos nos touros, dando-lhes uma marcada aparência masculina. A pituitária secreta hormônios que influem diretamente sobre os testículos, os ovários e o crescimento dos ossos longos. A somatotrofina é o hormônio que estimula o desenvolvimento total. Exterior e raças de bovinos e bubalinos 91 FIGURA 4 - Ossificação dos ossos longos em bovinos. FIGURA 5 – Escápula acima e metacarpo abaixo de vaca fértil e subfértil (BONSMA, 1966). Victor Cruz Rodrigues DRAA-IZ 92 Na Figura 6 estão apresentados os ossos dos membros dianteiros de uma vaca fértil e outra subfértil, denotando delicadeza nos ossos da vaca fértil a direita. As escápulas e os metacarpos foram extraídos de duas vacas de 12 anos que pariram oito bezerros e de duas vacas que nunca tiveram cria. Se pode observar que tanto as escápulas como todos os ossos das vacas subférteis são maiores e pesados do que os da vaca de grande fertilidade. O crescimento dos chifres dos novilhos e das vacas subférteiscontinua indefinidamente. FIGURA 6 – Ossos dos membros dianteiros de vaca subfértil e fértil (BONSMA, 1966). Ao se castrar um galo, o sistema endócrino se desequilibra e o animal se transforma em capão; porém ao se colocar em seu pescoço um ovário de uma galinha, desenvolvem-se nele todas as características sexuais secundárias da galinha. Se uma galinha for ovarioctomizada, se transformará em um capão, porém ao se colocar em seu pescoço testículos de um galo, se obtém um animal com características sexuais secundárias de um galo. Experimentalmente a reversão sexual é possível, tendo-se em conta somente as características sexuais secundárias. Deve ser a base para levar ao julgamento pela eficiência funcional, ou seja, se o touro for castrado será um boi e se for tratado com hormônios sexuais femininos terá a aparência de uma vaca. Por que julgar animais baseado-se na eficiência funcional? Novilhos (castrados) não se parecem com as vacas, mas com um novilho mesmo. É muito comum em animais Exterior e raças de bovinos e bubalinos 93 de elite ou de exposições se observar que touros têm poucas características sexuais masculinas. Na Figura 7 a conformação de três animais de doze anos pode ser observada – um touro, um novilho castrado aos dois anos e um novilho castrado aos 6 meses de idade – demonstram diferenças marcantes por influência dos hormônios masculinos ou por sua deficiências. Um touro com testículos intactos funcionais tem pêlos masculinos na pelagem e na saída do pênis, tem congote ou cupim masculinos e apresenta escurecimento do pêlo na região do pescoço, garrote, na parte baixa do costado, sobre a coxa e na região superior dos membros dianteiros. Os músculos sobre o pescoço, garrote, parte superior das coxas, costelas dianteiras e rótula são bem definidos. A cor do touro não é uniforme e qualquer associação de criadores que estabeleça nas normas da raça que os touros devem ter cor uniforme estará tomando uma decisão equivocada. O córtex suprarrenal também produz o hormônio sexual masculino – testosterona – que define a libido do animal. As investigações tendem a demonstrar que o andrógeno, secreção dos testículos e do córtex supra-renal, influi sobre o escurecimento da cor dos pêlos. Um touro não pode ter cor uniforme porque seu pêlo deve ser masculino em todas as regiões já mencionadas. O animal castrado aos dois anos, que se mostra na Figura 7, é meio irmão do touro inteiro. Desde a castração, sua cor se tornou uniforme. Tem o dorso saliente porque a ossificação das vértebras dianteiras não se realizou por completo. Quando a ossificação se atrasa, o crescimento do esterno e do processo dorsal continua. O processo dorsal continua alongando-se entre a lâmina cartilaginosa e o osso ossificado até que o animal alcance a suficiente maturidade sexual, em que os hormônios sexuais determinam o cessar do crescimento ósseo. O terceiro animal, outro meio irmão dos dois mencionados anteriormente, foi castrado aos seis meses. Seus ossos longos são muito mais longos e finos do que do touro e do novilho castrado aos dois anos. No animal fértil, as regiões das nádegas e lombo, são as últimas partes do corpo que alcançam maturidade. No animal castrado ou na fêmea estéril, as últimas partes do corpo que alcançam a maturidade são as costelas dianteiras, o tórax, o dorso, o peito e a cabeça; isto é, a metade anterior do corpo até a 6ª ou 7ª costelas dianteiras. As costelas dianteiras, a cabeça e os chifres continuam crescendo aparentemente até a morte. O animal castrado aos seis meses (Figura 7), com 17 anos, ainda tem certo crescimento no comprimento das costelas, cabeça e chifres. O tamanho do touro limitado pela ossificação dos ossos longos, se determina genética e endocrinologicamente. No novilho castrado aos seis meses a ossificação é atrasada de todos os ossos longos nos quais se manteve a linha epifisial, sendo esta a causa de seu grande tamanho. É bastante alto e estreito, muito desenvolvido em sua parte posterior e pouco na anterior. O touro castrado tardiamente tem muito mais desenvolvimento muscular na parte superior dos membros dianteiros do que um novilho castrado. Os chifres do castrado continuam crescendo, assim como o corpo da mandíbula que tem cartilagem epifisial e que no bovino nunca se ossifica completamente. A Victor Cruz Rodrigues DRAA-IZ 94 região das nádegas é relativamente pequena, curta desde as ancas até a ponta dos ísquios e relativamente superficial desde as ancas até a rótula. Todos os machos castrados aos seis meses ou antes apresentam mandíbula bem desenvolvida. Os maxilares são ossos longos e o corpo das mandíbulas contém cartilagem epifisial. Esta cartilagem não se ossificará normalmente se o animal for castrado, não se encontrando novilhos de três ou quatro anos que tenham a mandíbula inferior ossificada. FIGURA 7 – Morfologia de bovinos castrados aos seis e 12 meses e de animal inteiro(BONSMA, 1966). 6 2 Touro Exterior e raças de bovinos e bubalinos 95 Os touros chamados de eunucoides parecem castrados; muitas vezes são bem altos, com testículos hipoplásicos ou pequenos, muito largos de garupa, os músculos não são bem definidos e a gordura está distribuída como nas fêmeas. Esses touros têm potencialidades para crescer em altura durante um período maior que os touros normais e sexualmente ativos, porque a deficiência de andrógenos retarda a ossificação das cartilagens epifisiais dos ossos longos, especialmente dos membros dianteiros e das costelas longas. A atividade das glândulas que promove o crescimento, tais como a pituitária e a tireóide se fixa pela herança, e estas glândulas continuam produzindo hormônios que determinam se as extremidades crescerão ou não excessivamente. A Figura 8 é um touro subfértil ou também chamado de eunucóide, considerando sua conformação de vaca, angulosidade, membros compridos e cabeça comprida (de vaca). FIGURA 8 – Touro subfértil ou eunucóide (cabeça de vaca). A Figura 9 exibe uma cabeça de touro máscula, a fronte é larga, assim como sua expressão, contrário à cabeça da Figura 8. FIGURA 9 – Touro fértil (cabeça larga e máscula) Victor Cruz Rodrigues DRAA-IZ 96 Pode ser observar na Figura 10 que o touro eunucóide tem testículos hipoplásicos conforme pode-se notar também na Figura 11. FIGURA 11 – Testículos pequenos (hipoplasia testicular) Novilhas descendentes de touros de baixa fertilidade são altas, mugem como novilhos e apresentam as mesmas proporções corporais que seus pais. A ossificação de seus ossos longos se atrasam, como resultado da menor atividade das gônadas. Vacas de baixa fertilidade têm ciclos estrais irregulares e úberes com desenvolvimento infantil. Úbere proeminente é próprio de vacas que têm cios regulares. O corpo das vacas de alta fertilidade é de proporções femininas, o peito não é cheio e nele termina a papada. Tem grande capacidade estomacal, garupa larga e comprida, o costado é amplo. Ao ser observada por trás, dorso e lombo são largos em relação às ancas. Quando a região posterior vista por trás for bastante ampla em relação à largura da região do dorso e lombo, o touro tem características de subfertilidade. Na Figura 12 estão apresentadas duas vacas, cuja debaixo apresenta a forma de um animal de alta fertilidade. A vaca tem uma boa circunferência de peito, cuja parte baixa está relativamente próxima do solo. A garupa é ampla, desde as ancas até os ísquios e destes até a rótula. Por outro lado, a profundidade do peito em uma vaca subfértil (acima) com três ou quatro parições é maior em relação à vaca que pariu nove ou dez bezerros no mesmo período. Do ponto de vista funcional, o úbere da vaca subfértil é menoseficiente, o pêlo é mais grosseiro, inclusive na parte média do lombo até a cabeça. Pêlo mais escuro e na forma de cerdas, indica que é uma vaca subfértil. Exterior e raças de bovinos e bubalinos 97 FIGURA 12 – Vacas da raça Santa Gertrudis, acima subférteis e abaixo férteis (BONSMA, 1966). A forma e a proporção do esqueleto dos membros dianteiros e traseiros são típicos como nas Figuras 12 e 13. No animal subfértil, o bordo dorsal das escápulas é mais baixo que as vértebras dianteiras e a escápula se inclina para trás com esterno descido. O pêlo do pescoço é masculino, grosseiro e espesso, a garupa e estreita e curta e com pouca profundidade. O peito de uma vaca estéril é muito profundo e cheio, caindo para adiante e abaixo. Tem pêlo na forma de cerdas em todo corpo, bochechas muito carnudas, determinando um ângulo maior da mandíbula ao olho. Victor Cruz Rodrigues DRAA-IZ 98 FIGURA 12 – Esqueleto do dianteiro de vaca subfértil e vaca fértil. FIGURA 13 - Quartos dianteiros de vacas Hereford de baixa fertilidade a esquerda e de alta fertilidade à direita (BONSMA, 1966). Exterior e raças de bovinos e bubalinos 99 Tem a região do dorso parecida com a de búfalo muito desenvolvida, bem carnuda e gorda. A vaca subfértil tem carne e gordura sobre as escápulas, peito muito cheio e a parte inferior deste próxima do solo. A vaca estéril é mais alta que a muito fértil e todas as regiões da parte anterior do corpo são muito grandes em relação à vaca fértil. Ao se comparar os quartos posteriores (Figura 14), a região pélvica e as nádegas da vaca fértil, pode-se observar que são mais desenvolvidas que a subfértil. Em uma mesma raça encontramos que o tamanho total do animal de baixa fertilidade é maior que a de alta fertilidade, porém os quartos posteriores deste último estão mais desenvolvidos e são maiores que na de baixa fertilidade. FIGURA 14 – Esqueleto do traseiro de uma vaca subfértil e vaca fértil (BONSMA, 1966). Nas vacas leiteiras observa-se bem a diferença relativa à eficiência funcional. Antes da sexta, sétima e oitava costelas, cada parte do corpo de uma vaca funcionalmente eficiente é delgada. No continente europeu se cria gado com duplo propósito (carne e leite). Outrossim, não é necessário criar gado com esta dupla aptidão; simplesmente se deve selecionar gado para carne de modo que não tenha demasiada gordura sobre as escápulas, que tenha um desenvolvimento ósseo equilibrado entre as mesmas, características sexuais secundárias. O tipo de vaca que tem pescoço musculoso, redondo e com músculos nítidamente definidos, não tem papada ao redor do peito, os pêlos no centro do lombo são mais escuros e grossos e as escápulas carnudas são subférteis. A pelagem da vaca estéril é muitas vezes seca e áspera, e sobre o úbere, os pêlos são compridos e Victor Cruz Rodrigues DRAA-IZ 100 lanosos e mais escuros que a da fértil. Provavelmente, o córtex suprarrenal da estéril secreta hormônios andrógenos que são os responsáveis pelo escurecimento do pêlo. Os hormônios sexuais têm uma marcada influência sobre a qualidade, textura e muda dos pêlos. Os touros têm pêlos lisos e sedosos e os castrados têm pêlos secos e mais longos. Na parte superior dos membros dianteiros dos touros, os músculos estão bem desenvolvidos e claramente definidos e cernelha masculina, uma vez que um animal de formas suaves normalmente é subfértil. Os novilhos ou castrados têm pouco pêlo masculino no prepúcio, o pescoço é mais fino, não é redondo, e não tem congote desenvolvido (Figura 8). Ao se comparar um touro de 14 meses por um novilho de idade semelhante, é evidente que diferem em tamanho e conformação corporal, musculatura, qualidade e textura do pêlo. O pêlo do touro jovem é brilhante e liso, e do novilho subfértil é opaco e seco, os membros do novilho são bem mais finos que o do touro. Os pêlos de vacas se tornam lisos, e durante a prenhês ou gestação, permanecem assim durante toda a lactação, enquanto uma vaca vazia ou subfértil alisará seu pêlo sem ficar prenha. Através de aplicações de hormônios sexuais se pode trocar artificialmente a pelagem de um animal. Vacas tratadas com hormônios sexuais masculinos mudam sua pelagem em três semanas. Desde o momento em que uma fêmea fica prenha, apresenta uma linha estreita lisa e mais escura sobre a espinha dorsal como se essa zona tivesse sido embebida com um pano azeitado. Este alisamento do pêlo aparece também no novilho e na vaca subfértil vazia que têm boa saúde, bom nível nutricional, mas quando o clima se torna quente, porém não é tão marcado como na subfértil ou na vaca penha. O animal estéril ou de baixa fertilidade não tem um tipo definido de pêlo. Muitas vezes não tem alisamento natural e tampouco escurecimento sobre a espinha dorsal. A cor e a textura dos chifres diferem muito entre animais estéreis ou subférteis e férteis. Nos animais subférteis ou estéreis, frequentemente, têm anéis ou emplastros brancos ossificados muito lisos e duros e que parecem de porcelana. A vaca que aborta muitas vezes desenvolve nos chifres anéis sobrepostos lisos, duros e brancos. Na cabeça, pescoço, espáduas e regiões baixas das coxas o pêlo é áspero, opaco e seco. As características típicas das vacas subférteis são os acúmulos de gordura depositados a frente do úbere e longitudinalmente abaixo da vulva, enquanto nas vacas que abortam são irregulares, mais duros e encapsulados. Certos acúmulos de gordura se desenvolvem no corpo da vaca subfértil. O primeiro se situa nas bochechas, o segundo no peito, que se enche, a papada e as pregas da pele em torno do pescoço desaparecem. Normalmente tem uma grande quantidade de carne e gordura entre as espáduas, forma-se um acúmulo oval de gordura sobre a parte baixa das costelas e outro muito pesado e firme sobre as ancas. Este último é uma espécie de gordura imóvel que fica dura como a cartilagem quando o animal emagrece, pois não se absorve e nem se utiliza como fonte de energia. Se a vaca chega neste estágio é pouco provável, se não impossível, que fique prenha. As características típicas da vaca estéril ou subfértil são: um acúmulo de gordura sobre a ponta dos ísquios, outro oval sobre o escudo, a 15 cm abaixo da vulva e o Exterior e raças de bovinos e bubalinos 101 último, situado geralmente na região anterior do úbere. A vaca infértil Free-martin (Figura 15) é oriunda de uma gestação gemelar (casal), cuja fêmea apresenta características bissexuais em seu aparelho genital, considerando-se a possibilidade da passagem de hormônios masculinos para o feto feminino, via anastomose de vasos coriônicos, antes da diferenciação sexual ou pela passagem de cromossomas através de células embrionárias também antes do período de diferenciação sexual. A presença de formações testiculares e vesiculares na cavidade peritonial, órgãos genitais tubulares subdesenvolvidos e clitóris hipertrofiado podem ser observados (Palhano, 2008). FIGURA 15 – Vaca infértil (Free martin). Pelo exterior observa-se na vaca Free-martin maior desenvolvimento do trem anterior em relação ao posterior, vulva infantil, úbere subdesenvolvido e dorso convexo. A vaca fértil que não mais concebe mostra também tais características em sua morfologia. O peito cai e perde a prega da pele e a papada que o rodeia; além disso, a vaca infértil apresenta uma conformação corporal particular nos quartos posteriores e quando é vista completamente redonda em todos os lados e atrás pelos costados, a vulva é geralmente infantil. Como resultado da descontinuidade da função reprodutiva, sobrevive a hipoplasia dos órgãos genitais. Um acúmulo de gordura oval se desenvolve definitivamente debaixo da vulva, a região dos quartos posteriores fica redondo, assemelhando-sea uma grande bola cortada pela metade e colocada sobre o animal. Uma vaca com esse formato, cujos quartos posteriores são parecidos com a anca de cavalo, dificilmente ficará prenha. Muitas vacas inférteis têm quartos posteriores demasiadamente desenvolvidos, dando a impressão de que estão Victor Cruz Rodrigues DRAA-IZ 102 empurradas para trás. Também há muita gordura na frente do úbere; o peito é demasiado cheio e o pêlo é mais escuro, especialmente na região do pescoço, na parte superior dos membros dianteiros e parte inferior das coxas. Se a cauda de uma vaca não desce perpendicularmente, muito difícil ficar prenha. O animal que aborta muitas vezes tem acúmulos de gordura na forma de emplastro sobre o peito. Este não é liso e vai até o úbere desenvolvendo-se e voltando ao seu tamanho natural, que indica abortamento. A vaca que perde um bezerro antes de amamentá-lo por meses ou antes de nascer, desenvolve uma marca porcelanizada branca sobre os chifres. Um empenho efetivo em fazer crescer um animal, se produz um desequilíbrio entre as somatotrofinas (hormônios do crescimento) e as gonadotrofinas (hormônios sexuais) e sua fertilidade diminui. Se uma vaca for tratada com hormônios sexuais masculinos, sua vulva desenvolve um clitóris muito grande. Se a vulva de uma vaca for muito grande, há desequilíbrio dos hormônios sexuais femininos e muitas vezes entram em cio irregularmente. As vacas férteis têm aspecto feminino, vulva e úbere, normalmente desenvolvidos, que indicam ciclo normal. A vaca subfértil geralmente é muito grande, tem aspecto masculino, cabeça de novilho, vulva e úbere infantis. Seu pêlo é untuoso sobre o lombo; é profundo de tórax, o peito se projeta a frente e abaixo, e não cicla regularmente. Em geral, os chifres de uma vaca adulta, que pare regularmente, têm uma cor uniforme sem emplastros duros e lisos. Tem a cara delgada, o pescoço absolutamente fino, pregas da pele em torno do peito e as zonas que rodeiam a parte superior das espáduas são mais altas que os pontos mais elevados das apófises espinhosas das vértebras dorsais. Estas vacas têm ventre amplo e um úbere bem desenvolvido que é funcionalmente eficiente. O animal que na realidade é funcionalmente eficiente tem tetos pequenos ou médios, lisos e brilhantes e sua cauda desce perpendicularmente. Quando uma vaca fica muito pesada no peito e na região das espáduas, deixa de parir regularmente e se o faz seu leite é pobre. No touro eficiente funcionalmente há um escurecimento do pêlo. Ainda em um touro Aberdeen Angus é conveniente o pêlo negro e masculino sobre o pescoço e garrote. O touro deve ter uma cernelha masculina bem musculosa e músculos bem definidos no pescoço, na parte superior dos membros dianteiros e sobre as rótulas. Não é conveniente que tenha um prepúcio demasiadamente solto e comprido. Visto de trás o touro fértil deve apresentar costelas bem salientes e em sua parte inferior mais larga. A Figura 16 mostra um touro Brahman com um bom par de testículos. Os órgãos sexuais masculinos, tais como os testículos, o escroto, o prepúcio e o pênis, são muito importantes e de grande utilidade para avaliar o potencial sexual do animal. Porém, é mais interessante julgar pelo binômio anatomia exterior e fisiologia da reprodução. O escroto tem o mecanismo termorregulador mais perfeito, pois tem a função de manter os testículos frios em tempo quente e quente em tempo frio. O escroto pode refrescar-se quando faz frio; isto é, sua pele pode encolher-se e formar pregas Exterior e raças de bovinos e bubalinos 103 que fazem esta o melhor órgão de retenção de calor, pois se reduz a superfície de irradiação e se conserva ar nessas pregas. As artérias e veias espermáticas têm uma função termorreguladora. O animal cujo escroto e testículos têm um mecanismo termorregulador bom está associado à veia espermática tortuosa e muito desenvolvida, que o capacita a manter a temperatura dos testículos. Se estes forem demasiadamente grandes, pendentes e de movimentos livres podem sofrer lesões ou varicelas que bloqueiam a veia, afetando toda função termorreguladora e como conseqüência, o animal pode ficar estéril. FIGURA 16 – Um par de testículos bem desenvolvidos acima e um bom prepúcio nivelado com a face inferior do escroto. Abaixo, os testículos são bons, mas o prepúcio é grande demais, assim como sua abertura (BONSMA, 1966). Na Figura 17 os testículos e os órgãos sexuais de um touro com hipoplasia em um testículo e desenvolvimento normal no outro. Há prolapso de prepúcio e uma grande abertura. Todos esses defeitos são hereditários. Na Figura 18 o tamanho dos Victor Cruz Rodrigues DRAA-IZ 104 testículos é normal, mas há prolapso de prepúcio, fato que afeta a reprodução. FIGURA 17 - Órgão sexual masculino indesejável, um testículo hipoplásico, prepúcio longo e com prolapso (BONSMA, 1966). FIGURA 18 – Testículos de bom tamanho, mas com prolapso de prepúcio. A Figura 19 ilustra a diferença que existe entre o desenvolvimento dos quartos traseiros de um touro eunucóide hipoplásico (tipo novilho) e um normal. Este último tem testículos que funcionam normalmente com um epidídimo bem formado, enquanto o touro eunucóide tem testículos completamente hipoplásicos, que é uma característica herdável. Os animais para reprodução com jarretes retos são inconvenientes. Estes touros têm a parte superior do trocanter elevada, ou seja, o fêmur com a pélvis empurrada para cima, dando como resultado uma anca reta. A bacia é mais reta que o desejável, trocando a posição da abertura da pélvis. Estas características promovem Exterior e raças de bovinos e bubalinos 105 distocia ou dificuldade na parição, resultantes de métodos errados de seleção. Se o íleo desce, a pélvis do animal tem uma abertura maior. Alguns defeitos hereditários, como quartos fracos e calos entre os cascos traseiros, interferem na capacidade de serviço do touro. A boa qualidade do sêmen não garante a capacidade para o serviço do touro a menos que não haja defeitos físicos que interfiram negativamente. FIGURA 19 - Touros de baixa (esquerda) e alta (direita) fertilidade (BONSMA, 1966). A qualidade e a prova do sêmen não asseguram se o touro é fértil e se produzirá muitos bezerros. O touro deve ser observado e inspecionado para determinar se há incapacidade física e impulso sexual. Um defeito físico como calos entre os cascos constitui um sério impedimento para caminhar e servir, especialmente se estão localizados nos membros posteriores, pois ao saltar sobre a vaca, o touro sentirá dor e não completará o serviço. A artrite é outro defeito hereditário causado por um distúrbio no metabolismo dos esteróides e relacionado com a reprodução. Os hormônios sexuais são produtos derivados do metabolismo dos esteróides. É um sério prejuízo que se faz a raça, propagando animais predispostos a esta enfermidade. A musculatura dupla constitui outro sério problema porque acarreta no gado menor fertilidade e os bezerros são de partos difíceis (Figura 20). Não deve interessar como reprodutor touro que tenha um desenvolvimento muscular anormal, qualquer que seja sua localização. Os touros que não têm uma conformação corporal bem equilibrada e quando são relativamente grandes com cabeça comprida e com demasiada profundidade no trem anterior são propensos a causar problemas de parto nas vacas que cobrem. Victor Cruz Rodrigues DRAA-IZ 106 Figura 20 – Animal com hipertrofia muscular ou musculatura dupla. No touro, os hormônios sexuais têm uma influência direta sobre a cor da pelagem, o alisamento e o escurecimento do pêlo. Os touros com pêlo liso sobre o pescoço e a parte superior dos membros anteriores e posteriores, têm geralmentemais libido que os de pelagem opaca e uniformemente colorida. O escurecimento do pêlo e a musculosidade no pescoço, características sexuais secundárias são causados pelos andrógenos secretados pelos testículos e a córtex suprarrenal. Se a cor de um touro fica clara nas regiões mais escuras de sua pele, sua atividade sexual diminui. Por outro lado, um touro de alta fertilidade e com muita libido tem geralmente um escurecimento pronunciado no pescoço, na parte superior dos membros anteriores, no peito, na área mais baixa das costelas e nas laterais. As Figuras 21 e 22 exibem touros de alta e baixa fertilidade. Exterior e raças de bovinos e bubalinos 107 FIGURA 21 - Touro com características de baixa fertilidade (BONSMA, 1966). FIGURA 22 – Touro com característica de alta fertilidade (BONSMA, 1966). A Figura 23 mostra um tipo de vaca mestiça Holandês-zebu de alta fertilidade bem caracterizada. FIGURA 23 - Vaca mestiça com características de alta fertilidade Victor Cruz Rodrigues DRAA-IZ 108 SELEÇÃO PELA EFICIÊNCIA FUNCIONAL FIGURA 24 - Tipo feminino de vaca Zebu (BONSMA, 1966) 1 Cabeça com bochechas magras e lisas, mandíbula inferior sem muito desenvolvimento. Olhos tranqüilos e femininos. 2 Pescoço magro, relativamente plano, sem músculos proeminentes. Pêlos finos e lisos. 3 Espáduas isentas de depósitos de gordura. A parte superior da escápula se acha à altura das vértebras torácicas (Veja-se o número 5). 4 Peito sem proeminência, isento de depósitos de gordura, barbela estendendo-se em torno de peito. 5 Extremidade superior e região das espáduas livres de gorduras e de massas musculares. 6 Membro anterior com parte superior magra e definida claramente, sem musculatura grossa. 7 Costelas anteriores relativamente curtas e bem arqueadas. 8 Cadeiras bem proeminentes, porém sem grandes depósitos de gordura. 9 Articulações com desenvolvimento muscular não completamente definido um tanto profundas desde anca (8) até a articulação (9). 10 Costelas Dorsais compridas, profundas, bem arqueadas, indicando estômago com grande capacidade. 11 Úbere bem desenvolvido com pêlos curtos e untuosos. Tetas lisas e brilhantes, úbere de grande eficiência funcional. 12 Nádegas angulosas, quadradas nas cadeiras, magras e sem depósitos de gordura. A Quarto, anterior bem desenvolvido e bastante magro. Exterior e raças de bovinos e bubalinos 109 B Quarto posterior sem depósitos de gordura nas cadeiras, cancelas e períneo. Cauda caída aprumo. FIGURA 25 – Tipo de vaca zebu masculinizada, pouco fecunda (BONSMA, 1966). 1 Cabeça com mandíbula inferior grossa. Cabeça anovilhada. 2 Pescoço grosso e musculoso. Pêlos longos, duros e ásperos por cima. 3 Espáduas grossas e muito carnudas, com depósitos de gordura. 4 Peito grosso e cheio, inclinado para diante e para baixo: pouca barbela. 5 Processo espinhoso das vértebras torácicas protuberante, com depósitos de gordura entra as espáduas. 6 Braço musculoso. 7 Costelas anteriores.compridas e planas. 8 Cadeiras com depósitos de gordura. 9 Articulações com músculos bem desenvolvidos. 10 Costelas bem arqueadas e de capacidade em relação aos estômagos. 11 Úbere mal desenvolvido e deficiente. 12 Nádegas bem desenvolvidas, com massa de gordura de 15 cm, por baixo da vulva. 13 Canelas relativamente compridas e grossas. A Quarto anterior excessivamente desenvolvido, carnudo e com depósitos de gordura. B Quarto traseiro mal desenvolvido, com depósitos de gordura nas pernas, canelas, articulação da rótula, sob a vulva e frente do úbere. C Profundidade máxima até B. Victor Cruz Rodrigues DRAA-IZ 110 FIGURA 26 – Tipo de vaca européia leiteira, pouco fecundo (BONSMA, 1966). 1 Cabeça com mandíbula inferior grossa. Cabeça anovilhada. 2 Pescoço grosso e musculoso. Pêlos duros e ásperos em cima. 3 Espáduas grossas e muito carnudas, com depósitos de gordura. 4 Peito grosso e cheio, projetado para frente e para baixo, isento de barbela. 5 Processo espinhoso das vértebras torácicas protuberante, depósitos de gordura entre as espáduas. 6 Braço musculoso. 7 Costelas anteriores compridas e planas. 8 Ancas com depósitos de gordura. 9 Articulação da rótula, músculos bem desenvolvidos. 10 Costelas posteriores mal arqueadas e de pouca capacidade para os estômagos. 11 Úbere mal desenvolvido e deficiente. 12 Nádegas bem desenvolvidas, com massa de gordura de 15 cm por baixo da vulva. 13 Canelas relativamente compridas e grossas. A Quarto dianteiro excessivamente desenvolvido, muito carnudo e com deposito de gordura. B Quarto traseiro mal desenvolvido, com depósitos de gordura nas pernas, canelas, rótula, em baixo da vulva e em frente do úbere. C Máxima distância até B. Exterior e raças de bovinos e bubalinos 111 FIGURA 27 – Tipo de vaca européia fecunda (BONSMA, 1966). 1 Cabeça com bochechas magras e lisas. Mandíbula inferior sem muito desenvolvimento. Olhos tranquilos e femininos. 2 Pescoço magro relativamente plano, sem músculos proeminentes. Pêlos finos e lisos. 3 Espáduas isentas de depósitos de gordura. A parte superior da espádua está a altura das vértebras torácicas. 4 Peito sem proeminência, isento de depósitos de gordura. A barbela estende-se até o peito. 5 Extremidade superior e região das espáduas livres de gordura e de desenvolvimento muscular. 6 Membros anteriores e parte superior definidos, sem musculatura grossa. 7 Costelas anteriores relativamente curtas e bem arqueadas. 8 Ancas bem proeminentes, porém sem grandes depósitos de gordura. 9 Articulação da rótula com desenvolvimento muscular não totalmente definido. 10 Costelas dorsais compridas e profundas, bem arqueadas, ventre de grande capacidade. 11 Úbere bem desenvolvido com pêlos curtos e untuosos. Tetas lisas e brilhantes. Úbere de grande eficiência funcional. 12 Nádegas angulosas, quadradas desde as ancas e sacro, magras e sem depósito de gordura. A Quarto anterior bem desenvolvido e bastante magro. B Quarto posterior sem depósitos de gordura nas ancas, canelas e pernas. Cauda pendente e perpendicular.
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