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PROMOÇÃO DA SAÚDE DO ADOLESCENTE E DA FAMÍLIA Período de transição entre a infância e a vida adulta. Difícil delimitar os limites exatos , mas é comumente considerado entre o aparecimento gradativo dos caracteres sexuais secundários entre 11 e 12 anos e terminando com a cessação do crescimento corporal dos 18 aos 20 anos. OMS = 10 anos aos 20 anos PUBERDADE do latim pubertate : sinal de pêlos, barba , penugem ADOLESCENTE do latim adolescere : crescer Puberdade = processo maturacional, hormonal e de crescimento que acontece quando os órgãos reprodutores começam a funcionar e os caracteres sexuais secundários se desenvolvem. Pré-puberdade = quando a criança está desenvolvendo as alterações físicas preliminares que anunciam a maturidade sexual(período cerca de 2 anos) Puberdade = maturidade sexual é alcançada, marcando com o primeiro fluxo menstrual nas meninas, porém por indicações menos obvias nos meninos. Pós-puberdade = o crescimento esquelético é completado e as funções reprodutoras tornam-se mais bem-estabelecidas (período cerca de 1 a 2 anos pós-puberdade) A puberdade inicia e termina de diversas maneiras em cada pessoa e isto é normal. Adolescência inicial = 11 a 14 anos de idade Adolescência média = 15 a 17 anos de idade Adolescência tardia = 18 a 20 anos de idade "Término do processo de separação/individualização e substituição do vínculo de dependência simbiótica com os pais por relações de autonomia" "Elaboração de lutos - perda da condição infantil" "Estabelecimento de uma escala de valores próprios" "Busca de identificações no grupo de iguais" "Estabelecimento de um padrão de luta/fuga no relacionamento com a geração precedente" Osório, 1989, p.12 DESENVOLVIMENTO BIOLÓGICO Alterações físicas como resultado da atividade hormonal sob a influência do sistema nervoso central Alterações físicas, alterações fisiológicas e a maturidade neurogonadal, acompanhada pela capacidade de procriar Distinção física entre os sexos sobre os caracteres sexuais primários ( órgãos externos e internos que comportam as funções reprodutoras (ovários, útero, mamas, pênis) e os caracteres sexuais secundários ( alterações que ocorrem por todo o corpo como conseqüência da mudança hormonal - alterações na voz, desenvolvimento de pêlos pubianos e faciais, depósito de gordura - não desempenham função direta na reprodução) ESTÁGIOS DE TANNER - Estágios do desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e do desenvolvimento genital Desenvolvimento da mama nas meninas - faixa etária 11 a 13 anos Elevação da papila Estágio de brotamento mamário - pequena área de elevação ao redor da papila; aumento do diâmetro da aréola Aumento adicional da mama e da aréola, sem separação de seus contornos Projeção da aréola e da papila para formar um segundo promontório (pode não ocorrer em todas as meninas) 5. Configuração madura, projeção da papila apenas causada por recessão da aréola no contorno geral Crescimento dos pêlos pubianos em meninas - faixa etária de 11 a 14 anos Nenhum pêlo pubiano, essencialmente idêntico à infância; nenhuma diferenciação entre o pêlo sobre o púbis e sobre o abdômen; Escasso crescimento de pêlos longos, retos, macios e discretamente pigmentados que se estendem ao longo dos grandes lábios; entre os estágios 2 e 3 , começam a surgir sobre o púbis; Pêlos mais escuros, mais ásperos e encaracolados e amplamente espaçados sobre todo o púbis no triângulo feminino típico; Pêlos pubianos mais densos, encaracolados e com distribuição adulta, porém menos abundantes e restritos à área pubiana; Pêlos em quantidade tipo e padrão de adultos, com disseminação para a face interna das coxas. Estágios de desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e do desenvolvimento genital em meninos - faixa etária 12 a 16 anos Nenhum pêlo pubiano; essencialmente idêntico à infância; nenhuma diferenciação entre os pêlos pubianos e aqueles sobre o abdômen; Aumento inicial da bolsa escrotal e do testículo; rubor e alterações de textura da pele escrotal; crescimento escasso de pêlos longos, retos, macios e discretamente pigmentados na base do pênis; Aumento inicial do pênis, principalmente em extensão; testículos e bolsa escrotal adicionalmente aumentados; pêlos escuros, mais ásperos e encaracolados , com distribuição espaçada sobre todo o púbis Tamanho aumentado do pênis com crescimento em diâmetro e desenvolvimento da glande; a glande mais larga e com maior diâmetro; bolsa escrotal mais escurecida; pêlos pubianos mais abundantes com tendência a encaracolar , mas restritos à área pubiana Testículos, bolsa escrotal e pênis com tamanho e formato adulto; pêlos adultos , em quantidade e tipo , com disseminação para a superfície interna das coxas. Alterações hormonais: Hormônios + Hipófise anterior (adeno-hipófise) Estimulação das gônodas 1o produção e a liberação de gametas 2o secreção de hormônios sexuais apropriados estrôgenos e progesterona dos ovários( sexo feminino) e testosterona a partir dos testículos (sexo masculino) Maturação sexual: A puberdade na menina pode iniciar aos 8 anos e a menarca (1a menstruação) ocorrer aos 10 anos e em outras a puberdade inicia aos 11 e o início da menstruação ocorre aos 14 anos. Crescimento durante a adolescência ocorre devido a uma mudança hormonal na puberdade. Em meninas a puberdade inicia antes dos meninos. - Vários fatores interferem na puberdade, como: saúde geral, estado nutricional e história familiar. Pode ser a ordem das mudanças da puberdade, mas não o período que ocorrerão. As meninas geralmente desenvolvem as mamas e depois os pêlos pubianos e axilares. Os meninos geralmente desenvolvem um aumento dos testículos e do escroto. Os pêlos pubianos aparecem. No mesmo tempo já pode ocorrer ejaculação. - Pênis começa a aumentar. Ao mesmo tempo, aparecem pêlos na face e nas axilas; a alteração da voz. - A fase do “estirão” nas meninas ocorrem um pouco antes do desenvolvimento das mamas e acaba quando a mama está bem desenvolvida. Já nos meninos , o estirão inicia quando surgem os pêlos pubianos e dura 24 a 36 meses. Crescimento Físico = Estirão do crescimento Menino ganha 10 a 30 cm na altura e 7 a 30kg de peso = cessa em torno dos 18 aos 20 anos Menina ganha 5 a 20 cm na altura e 7 a 25kg de peso = cessa em 2 a 2,5 anos após a menarca Primeiro extensão dos membros e pescoço (mãos e pés parecem maiores que o normal durante a adolescência). Aumento do tórax e do quadril #Diferenças sexuais nos padrões de crescimento : Crescimento esquelético : ação do estrógeno, Meninas quadril mais largo e meninos, cintura escapular massa muscular : meninos maior desenvolvimento (hormônios androgênicos) tecido adiposo : coxas, quadris, glúteos e em volta das mamas pele: ativação das glândulas sebáceas (genitais e áreas de rubor do corpo - face, pescoço, ombros , parte superior das costas e tórax):acne; glândulas sudoríparas écrinas ( todo o corpo) - respondem a estimulação emocional e térmica glândulas sudoríparas apócrinas ( axilas, aréola das mamas, umbigo, canal auditivo externo, regiões genital e anal): substância espessa + estimulação emocional = odor pêlos : por ação dos androgênios gonadais e da supra-renal, enrugam-se, escurecem e aumentam de comprimento nos locais ligados aos caracteres sexuais secundários Alterações fisiológicas: tamanho e força do coração ( volume sangüíneo e pressão sistólica ( FC e FR atingindo o valor do adulto respostas fisiológicas ao exercício melhoram, com adequado ajuste após a atividade maturidade neurogonadal = capacidade de procriar DESENVOLVIMENTO COGNITIVO (Piaget) período de operações formais : além do real e do atual (escolar), pode considerar o possível , pensa além do presente pode considerar conseqüências dos seus atos identificaa consistência lógica de afirmações analisa valores consegue pensar sobre o pensamento de outras pessoas: quer saber sua opinião sobre ela, maior compreensão do outro pode imaginar seqüência de eventos: colegiais , ocupacionais torna-se mais versátil, criativo e desenvolve senso de humor tem grande interesse por conversas e debates pode revelar talento literário ou artístico DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL a questão central é o desenvolvimento da identidade psicológica e sexual é a consciência que o indivíduo tem de si mesmo como um ser no mundo (Osório apud Costa e Souza, 1998, p.71). Erikson: a tarefa da adolescência é superar a crise de identidade versus confusão de identidade "panelinhas" e intolerância para com as diferenças: defesas contra a confusão de identidade relacionamento com os pais : da relação de dependência e proteção à de afeição e igualdade mútuas relacionamento com os colegas: grande influência dos amigos na auto-avaliação e comportamento ( roupas, gosto musical, vocabulário) DESENVOLVIMENTO MORAL (Kohlberg) crianças aceitam as decisões e pontos de vista dos adultos; adolescente questiona valores morais e códigos existentes pode colocar-se no lugar do outro (empatia) compreende a noção de dever e obrigação (reciprocidade) e de justiça DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL é capaz de filosofar, pensar de modo lógico está em busca de ideais o questionamento de valores e ideais de sua família, a formação de valores próprios e os valores de seu grupo levam a conflitos pode rejeitar cultos religiosos / necessitar explorar o conceito da existência de Deus DESENVOLVIMENTO SEXUAL a busca da identidade sexual deve superar o conflito entre a imagem idealizada e a imagem real de seu corpo em transformação: ansiedade em relação à capacidade de atrair o sexo oposto; preocupação com o tamanho das mamas e pênis pré-adolescência: pouco interesse nas questões de sexo / sexualidade. Seus conhecimentos vem dos amigos, escola e família início da adolescência (10-14 anos): grande interesse e curiosidade sobre seu corpo e de seus iguais. Freqüentes fantasias sexuais - culpa. Início da masturbação - culpa. Relacionamentos platônicos, sem contato físico - conversas longas no telefone. Adolescência média (14 - 17 anos): Alto nível de energia sexual (menarca) , com contatos físicos. Relacionamentos de natureza exploratória e egoísta. Grande risco: não consideração das conseqüências do comportamento sexual. Adolescência tardia (17-20 anos): maturação física está completa. Relações tendem a ser mais íntimas e compartilhadas, busca de um companheiro duradouro, valorização do afeto. Considera com mais seriedade os riscos e necessidade de proteção Orientação sexual: heterossexualidade e homossexualidade # a orientação sexual geralmente se demonstra na adolescência # muitos adolescentes sentem-se confusos sobre sua orientação sexual e podem ter fantasias ou experiências homossexuais transitórias # estudos demonstram associação entre problemas emocionais ou sociais e homossexualismo (Papalia, Olds, 2000) # há várias teorias sobre a origem da homossexualidade, ainda sem evidência científica: fatores hormonais e neurológicos, genéticos, relacionamento conturbado com os pais, aprendizado causal # enfermeiras (os) "precisam avaliar suas próprias atitudes e crenças a respeito da homossexualidade " (Wong, 1999,p.423) #interesses e atividades: Meninas :festas e atividades sociais, conversas intermináveis, experimentação - maquiagem e roupas; diário, leituras, filmes, dança, música, percorrer ruas prediletas, shopping, emprego Meninos: esportes ao ar livre, leituras, hobbies, clubes, TV, vídeo, jogos, exercícios/musculação, troca a bicicleta pelo carro, emprego(necessidade econômica) , "percorrer" ruas prediletas # Compreendendo o adolescente "Síndrome da adolescência normal" " Sensação de impotência frente a novas dificuldades, tendência grupal, necessidade de fantasiar, crises religiosas (variam do ateísmo absoluto à crença fervorosa), deslocalização temporal (urgências para coisas menos importantes e descaso para situações que exigem rigorosa observação), evolução sexual manifesta, atitude social reivindicatória, contradições sucessivas nas manifestações de conduta, separação progressiva dos pais, constantes flutuações do humor e do ânimo (lutos e perdas próprias desta fase)" Aberastury e Knobel apud Costa, Souza, 1998 , p. 69 CUIDADOS DE ENFERMAGEM DOMICILIARES Encorajar os pais a: Aceitar o adolescente como um indivíduo único Respeitar as idéias, gostos e aversões e vontades do adolescente Envolver-se nas funções escolares e auxiliar no desempenho do adolescente, quer seja num evento esportivo ou uma peça escolar Escutar e tentar ser aberto às opiniões do adolescente, mesmo quando eles discordam das opiniões paternas Evitar críticas sobre tópicos infrutíferos Dar oportunidade para a escolha de opções e aceitar as conseqüências naturais destas escolhas Permitir que o adolescente aprenda executando, mesmo quando as escolhas e os métodos forem diferentes daqueles dos adultos Estabelecer limites claros e razoáveis para os adolescentes Esclarecer as regras domiciliares e as conseqüências de rompê-las Deixar que as regras e conseqüências da sociedade ensinem a responsabilidade fora de casa Permitir crescente independência dentro das limitações de segurança e bem-estar Estar disponíveis, mas evitar pressionar demais os adolescentes Respeitar a privacidade do adolescente Tentar compartilhar os sentimentos de alegria e tristeza do adolescente Responder aos sentimentos e às palavras Ser capaz de responder às perguntas, fornecer informações e fazer companhia Tentar tornar a comunicação clara Evitar comparações com os irmãos Ajudar o adolescente na seleção dos objetivos da profissão apropriada e na preparação para a função adulta Receber bem os colegas do adolescente em casa e tratá-los com respeito Oferecer amor incondicional Dispor-se a pedir desculpas, quando errado Esteja ciente de que os adolescentes : Estão sujeitos a um comportamento turbulento e imprevisível Estão ávidos por independência São extremamente sensíveis aos sentimentos e comportamentos que os afetam Podem receber uma mensagem diferente daquela foi enviada Consideram os amigos de forma extremamente importante Apresentam uma forte necessidade de "pertencer" COSTA, Maria Conceição Oliveira,Souza, Ronald Pagnocelli de (Org.). Avaliação e cuidados primários da criança e do adolescente, Porto Alegre:ArtMed, 1998. COUTINHO, Maria de Fátima Goulart, BARROS, Ricardo do Rego (Org.) . Adolescência: uma abordagem prática. São Paulo:Atheneu, 2001. OSÓRIO, Luiz Carlos. Adolescente hoje. 3 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. PAPALIA, Diane E., OLDS, Sally Wendkos. Desenvolvimento humano.7.ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. WONG,Donna. Whaley & Wong: Enfermagem Pediátrica- elementos essenciais à intervenção afetiva.5a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1999. � EMBED MS_ClipArt_Gallery.5 ��� � EMBED MS_ClipArt_Gallery.5 ��� _1154794246/õ���All Categories _1154794339/õ���All Categories
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