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Resumo Cap IV - Como o Dinheiro se Transf em Capital - Parte 3docx

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Cap IV - Como o Dinheiro se Transf em Capital / Item 3 (p. 186 a 
197) 
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A venda de força de trabalho dá-se no mercado sob condições: 1) o vendedor da força de 
trabalho deve ser proprietário de sua capacidade de trabalho, e 2) não deve possuir meios de 
produção e nem meios de subsistência. O comprador de força de trabalho - possuidor de 
dinheiro e meios de produção - encontra o indivíduo possuidor de capacidade de trabalho no 
mercado, comprando-a em condições juridicamente iguais, limitando-se a remunerá-lo de 
acordo com os custos que garantem os meios de subsistência do trabalhador, a fim de que o 
mesmo esteja apto a realizar o mesmo trabalho no dia seguinte ao dia trabalhado. Esse 
trabalho gera mais-valia e, portanto, capital. Apesar da igualdade de condições entre 
comprador e possuidor de força de trabalho percebida na esfera da circulação - no mercado - a 
verdade é que o possuidor de dinheiro, que se transforma em capitalista, é quem tem reais 
vantagens nessa relação contratual. 
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3. COMPRA E VENDA DA FORÇA DE TRABALHO 
 
Para ocorrer a transformação do valor de dinheiro para capital, a modificação tem de ocorrer 
na mercadoria comprada no primeiro ato D — M, mas não com o seu valor, já que são os bens 
trocados devem ser equivalente. Logo, a transformação tem origem no valor-de-uso. 
 
Para extrair valor do consumo de uma mercadoria, o possuidor de dinheiro teria de descobrir 
dentro da esfera da circulação - no mercado - uma mercadoria cujo próprio valor-de-uso 
tivesse a característica peculiar de ser fonte de valor, gerador de valor. Essa mercadoria é a 
capacidade de trabalho ou a força de trabalho. 
 
Força de trabalho corresponde ao conjunto das faculdades físicas e espirituais que existem 
no corpo e na personalidade viva de um homem, que ele aciona toda vez que produz valores 
de uso de qualquer espécie. 
 
O possuidor de dinheiro precisa encontrar força de trabalho como mercadoria à disposição no 
mercado sob duas condições: 
 
1) A capacidade de trabalho deve ser oferecida como mercadoria por seu próprio possuidor, 
pela pessoa da qual ela é a força de trabalho. Além disso, é necessário que ele possa dispor 
dela, ser livre proprietário de sua capacidade de trabalho. Ele e o possuidor de dinheiro se 
encontram no mercado e entram em relação um com o outro como possuidores de 
mercadorias dotados de iguais condições, juridicamente iguais. 
 
2) O possuidor de força de trabalho deve ter apenas a própria capacidade de trabalho para 
oferecer à venda como mercadoria, ser desprovido de meios de produção (matérias-primas, 
instrumentos de trabalho etc.). Por necessitar, naturalmente, de meios de subsistência e não 
ter meios para adquirir, o trabalhador vê-se obrigado a vender o que têm - capacidade de 
trabalho. 
 
Assim, o trabalhador livre no mercado de mercadorias é livre em duplo sentido: 1) ele dispõe, 
como pessoa livre, de sua força de trabalho como sua mercadoria; e 2) não tem outras 
mercadorias para vender, está livre de coisas necessárias à materialização de sua capacidade 
de trabalho. 
 
Lembremos que a natureza não construiu possuidores de dinheiro e de mercadorias de um 
lado e, do outro, meros possuidores das próprias forças de trabalho. Essa relação não faz parte 
da história natural, nem é comum a todos os períodos históricos. Ela é o produto de muitas 
revoluções econômicas anteriores, da decadência de uma série de formações mais antigas da 
produção social. 
 
A representação do produto como mercadoria sugere uma divisão de trabalho tão 
desenvolvida dentro da sociedade que a separação entre valor de uso e valor de troca já se 
tenha completado. 
 
As formas específicas de dinheiro e sua preponderância relativa às suas funções indicam 
estágios diferentes do processo de produção social. No entanto, basta uma circulação de 
mercadorias relativamente pouco desenvolvida para a constituição de todas essas formas. 
 
As condições históricas do capital, por sua vez, não se dão só pela circulação de mercadorias e 
pelo dinheiro. O capital aparece onde o possuidor de meios de produção e de subsistência 
encontra o trabalhador livre como vendedor de sua força de trabalho no mercado. O capital 
encerra uma história mundial e anuncia uma nova época do processo de produção social. 
 
O valor da força de trabalho é determinado pelo tempo de trabalho necessário à produção e à 
reprodução. A força de trabalho só existe como disposição do indivíduo vivo. Existindo, o 
indivíduo precisa manter e reproduzir a produção da força de trabalho. Para sua manutenção, 
o indivíduo vivo precisa de meios de subsistência. Assim, o tempo de trabalho necessário à 
produção da força de trabalho corresponde ao tempo de trabalho necessário à produção 
desses meios de subsistência. 
 
Capacidade de trabalho só se realiza para a produção quando produz. Ou seja, a força de 
trabalho só é ativada no trabalho. São gastas determinadas quantidades de músculo, nervo, 
cérebro humanos, o que precisa ser reposto.Depois de ter trabalhado hoje, é fundamental que 
o trabalhador tenha as condições originais de repetir o mesmo processo amanhã. A soma dos 
meios de subsistência deve, portanto, ser suficiente para mantê-lo no nível de vida normal de 
um trabalhador, que pode ser diferente conforme a localidade. 
 
Conforme o caráter mais ou menos mediato da força de trabalho, os seus custos de formação, 
relativos à aprendizagem, são diferentes. Isso é contabilizado no total dos valores gastos para 
sua produção. Existe ainda outra parte de meios de subsistência – alimentação, aquecimento 
etc. – que é diariamente consumida e precisa ser diariamente reposta. Uma outra parte 
ainda é gasta em períodos mais extensos de tempo, necessitando de reposição em períodos 
também mais extensos – como roupas, móveis. 
 
Para contabilizar a soma da massa das mercadorias exigidas diariamente para a produção da 
força de trabalho, temos: 
 
 
 
 
 
A = quantidade das mercadorias exigida por dia; 
B = quantidade das mercadorias exigida por semana; 
C = quantidade das mercadorias exigida por trimestre; etc. 
 
A quantidade de trabalho exigido para sua produção diária origina o valor da força de trabalho 
reproduzida em um dia. 
 
O valor-de-uso da força de trabalho consiste na exteriorização posterior dessa força. No 
modo de produção capitalista, a força de trabalho só é paga depois de ter funcionado durante 
o período previsto no contrato de compra. Assim, o trabalhador adianta ao capitalista o valor-
de-uso da força de trabalho, configurando um crédito ao capitalista. 
 
O processo de consumo da força de trabalho é também o processo de produção de 
mercadoria e de mais-valia. Na esfera da troca de mercadorias, comprador e vendedor de 
força de trabalho são determinados apenas por sua livre-vontade. Buscando suprir suas 
vantagens e interesses particulares, relacionam-se como pessoas livres, onde suas vontades 
resultam numa expressão jurídica em comum, sendo juridicamente iguais. 
 
Ao deixar a esfera da circulação simples, as coisas tomam fisionomia. O antigo possuidor de 
dinheiro marcha adiante como capitalista; segue-o o possuidor de força de trabalho como 
seu trabalhador; o primeiro, cheio de importância; o outro, alguém que não tem mais nada a 
esperar. Ou seja: nessa relação, é o possuidor do dinheiro quem ganha.

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