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2.PPA-Municipal

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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 
 
GOVERNO DO ESTADO 
Antonio Augusto Junho Anastasia 
 
VICE-GOVERNADOR DO ESTADO 
Alberto Pinto Coelho 
 
SECRETÁRIOS DE ESTADO DO GOVERNO DE MINAS 
Renata Maria Paes de Vilhena – Secretária de Estado de Planejamento e Gestão 
 
COORDENADORA EXECUTIVA DO PROJETO 
Adriane Ricieri Brito – Subsecretária de Gestão da Estratégia Governamental 
 
COORDENADORA TÉCNICA DO PROJETO 
Milla Fernandes Ribeiro Tangari – Gestora do Núcleo Central de Inovação e Modernização 
Institucional 
 
ELABORAÇÃO TÉCNICA DA 1ª EDIÇÃO DA CARTILHA 
André Abreu Reis – Superintendente Central de Planejamento e Programação Orçamentária 
Aline Martins Ribeiro Tavares – Diretora Central de Planejamento, Programação e Normas 
Listx Antônio de Araújo Júnior – Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental 
Maria de Fátima Rodrigues – Gestor Governamental 
 
ELABORAÇÃO TÉCNICA DA 2ª EDIÇÃO DA CARTILHA 
Leandro César Pereira – Diretor da Superintendência Central de Planejamento e Programação 
Orçamentária 
Tuliana Macedo Vasconcelos – Diretora da Diretoria Central de Planejamento, Programação e 
Normas 
Fernando Antonio França Sette Pinheiro Junior – Especialista em Políticas Públicas e Gestão 
Governamental 
Listx Antônio de Araújo Júnior – Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental 
 
REVISÃO TÉCNICA E DIAGRAMAÇÃO DO CONTEÚDO 
Kamila Araújo Rola Fontes Moreira 
 
COMITÊ TÉCNICO DO PROJETO 
Janaína Ribeiro Araújo 
Isabela de Lima Rocha 
Kamila Araújo Rola Fontes Moreira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
Abril/2013 
 
 
 
 
 
1. Introdução .................................................................................................................................... 4 
2. Motivação .................................................................................................................................... 5 
3. Objetivos ...................................................................................................................................... 6 
4. Resultados Esperados ................................................................................................................... 7 
4.1. PREMISSAS DO PPA ........................................................................................................................ 7 
4.2. O CICLO DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO ........................................................................................ 8 
 
5. Conceitos Relevantes .................................................................................................................. 10 
5.1. O QUE É O PPA? .......................................................................................................................... 10 
5.2. O QUE SÃO PROGRAMAS DE GOVERNO? ............................................................................................ 11 
5.3. RELACIONAMENTO ENTRE PPA E LOA .............................................................................................. 11 
5.4. O CICLO DE GESTÃO DO PPA .......................................................................................................... 12 
 
6. Etapas da Elaboração do PPA ...................................................................................................... 16 
6.1. PREVISÃO DE RECEITAS MUNICIPAIS PARA O PERÍODO DO PPA .............................................................. 17 
6.2. DEFINIÇÃO DE DIRETRIZES .............................................................................................................. 17 
6.3. DEFINIÇÃO DOS PROGRAMAS ESTRATÉGICOS ..................................................................................... 18 
6.4. DISTRIBUIÇÃO DE LIMITES DE GASTO POR ÓRGÃO/ENTIDADE ................................................................ 19 
6.5. ELABORAÇÃO DOS PROGRAMAS ....................................................................................................... 20 
6.6. ELABORAÇÃO DO DOCUMENTO FINAL DO PPA ................................................................................... 22 
 
7. Metodologia ............................................................................................................................... 24 
8. Principais Entregas e Indicadores ................................................................................................ 32 
9. Experiência de Minas Gerais ....................................................................................................... 33 
9.1. A DIMENSÃO ESTRATÉGICA DO PPAG 2012-2015 ............................................................................. 33 
9.2. A CONSTRUÇÃO DOS PROGRAMAS E AÇÕES DO PPAG 2012-2015 ...................................................... 35 
9.3. O CICLO DE GESTÃO DO PPAG ........................................................................................................ 37 
 
10. Dificuldades e Lições Aprendidas ................................................................................................ 40 
11. Dicas e Sugestões ....................................................................................................................... 44 
12. Considerações Finais ................................................................................................................... 45 
13. Legislação Pertinente .................................................................................................................. 46 
14. Referencial Teórico ..................................................................................................................... 48 
 
ANEXOS ............................................................................................................................................... 50 
ANEXO I – Exemplos de Quadros Analíticos ......................................................................................... 51 
ANEXO II – Exemplos de Quadros Consolidados ................................................................................... 61 
1. DEMONSTRATIVO DE PROGRAMAS DO PPA POR MACRO-OBJETIVO ................................................................. 61 
2. DEMONSTRATIVO CONSOLIDADO DE PROGRAMAS ESTRATÉGICOS POR MACRO-OBJETIVO .................................... 62 
3. DEMONSTRATIVO CONSOLIDADO DE INDICADORES POR MACRO-OBJETIVO ........................................................ 63 
ANEXO III – Modelo de Projeto de Lei do PPA ...................................................................................... 66 
ANEXO IV – Modelo de Projeto de Lei de Revisão do PPA .................................................................... 70 
 
4 
 
1. Introdução 
 
 
 
 
Esta Cartilha tem como meta auxiliar os servidores públicos municipais na elaboração do Plano 
Plurianual (PPA) Municipal. 
 
Planejar é escolher. Esta afirmativa, simples e objetiva, retrata com perfeição o objetivo deste 
trabalho. Entende-se que um bom PPA é aquele que apresenta claramente os programas, as 
ações, os objetivos e as metas da Administração Pública Municipal. Permite, ainda, retratar as 
escolhas locais e as principais aspirações do governo eleito no mandato. 
 
Para garantir efetividade ao PPA é de extrema importância que a Administração Pública 
Municipal seja capaz de monitorar, avaliar e rever o plano, a fim de tornar realidade as metas e 
os resultados pactuados nesse instrumento de planejamento. Isso é essencial para que o plano 
não represente apenas o cumprimento de uma obrigação legal, mas que seja utilizado como 
um efetivo instrumento de gestão. 
 
5 
 
2. Motivação 
 
 
 
 
Quais são os grandes objetivos a nortear a Administração Pública Municipal? Quais são as 
políticas públicas definidas pelo governo a serem implementadas nos próximosquatro anos? 
Que resultados, mensurados objetivamente por indicadores de desempenho, são esperados a 
partir da execução dos vários programas a cargo do município? 
 
Quais são os programas estratégicos da Administração Pública Municipal? Quais são os 
produtos, as metas físicas e os valores (metas financeiras) a serem abordados nas várias ações 
de governo? Como proceder para conferir maior racionalidade ao orçamento público, 
orientando-o para a consecução de metas e de resultados? Como implantar um sistema de 
gestão de custos integrado ao ciclo de execução orçamentária? 
 
Como oferecer à Administração Pública Municipal um meio sistemático e institucionalizado de 
gestão e de controle das várias ações incumbidas ao município? De que modo oferecer ao 
Poder Legislativo e à população em geral um meio transparente para conhecer e acompanhar 
o desempenho físico e os gastos apresentados nas diversas ações desenvolvidas pela 
Prefeitura e pelas entidades a ela vinculadas? 
 
A resposta a essas e a outras questões correlatas, de vital importância para a Administração 
Pública Municipal, passam, necessariamente, pela implantação do Plano Plurianual, assim 
como pela consolidação do respectivo ciclo de gestão no município. 
 
 
6 
3. Objetivos 
 
 
 
 
 
 Eliminar a improvisação na execução do orçamento público, e garantir os recursos 
disponíveis nas atividades e nos programas considerados mais importantes para o 
município; 
 Organizar, sob a forma de programas, os serviços prestados à população, ou seja, 
introduzir na Administração Pública Municipal a linguagem e a metodologia de 
planejamento; 
 Viabilizar o monitoramento e a avaliação das atividades e dos projetos 
executados pela administração, fornecendo parâmetros para a mensuração e para 
a melhoria do desempenho da Administração Pública Municipal; 
 Definir com clareza as metas e as prioridades da administração, conferindo 
transparência aos objetivos e às ações de governo; 
 Integrar planejamento, orçamento e gestão, norteando a execução das 
atribuições institucionais do município para o cumprimento de metas e resultados. 
 
 
7 
 
4. Resultados Esperados 
 
 
 
Os resultados esperados com a elaboração do Plano Plurianual (PPA) Municipal serão 
concretizados a partir do seu processo de elaboração, de progressiva consolidação, e de 
efetiva implantação das etapas que compõem o ciclo de gestão. Os resultados esperados são: 
 
 Ampliação da capacidade institucional de formulação, monitoramento e avaliação 
de políticas públicas, potencializando a efetividade da Administração Pública 
Municipal na resolução dos problemas e no desempenho das atribuições a cargo 
do município; 
 Concentração dos recursos discricionariamente disponíveis nos programas e nos 
projetos considerados mais estratégicos pelo governo local, evitando a dispersão 
de esforços e de recursos orçamentários; 
 Alinhamento progressivo das etapas de planejamento, orçamento e gestão, tendo 
como base os objetivos, as metas e os resultados estabelecidos no âmbito do PPA, 
para conferir maior racionalidade à execução orçamentária e à gestão das ações 
municipais; 
 Aumento da percepção da sociedade sobre estratégias, objetivos, realizações e 
resultados de governo, ao ser ampliada a transparência da gestão pública, o que 
incentiva e fortalece o controle social; 
 Sistematização de informações estratégicas indispensáveis ao gerenciamento da 
administração pública no que se refere à atuação do governo (como custo dos 
bens e serviços oferecidos) e aos desafios a serem superados no âmbito de cada 
política pública, a fim de potencializar a comunicação institucional. 
 
 
4.1. Premissas do PPA 
 
Para viabilizar a concretização dos resultados esperados, a elaboração e a gestão do PPA deve 
propiciar o atendimento das seguintes premissas: 
 Alinhamento do Plano Plurianual (PPA) com a estratégia de governo; 
 Definição dos programas estratégicos para a Administração Pública Municipal; 
 Identificação clara dos objetivos e prioridades do governo local; 
 
8 
 Integração do plano com o orçamento; 
 Garantia de transparência aos programas, às ações e às metas da Administração 
Pública Municipal; 
 Gestão orientada para resultados; 
 Organização das ações de governo em programas; 
 Construção de programas com fundamento nas necessidades ou demandas da 
comunidade; 
 Transparência da ação governamental de tal modo que o Plano Plurianual (PPA) e a 
Lei Orçamentária Anual (LOA) reflitam as reais intenções do governo local; 
 Monitoramento periódico e avaliação anual do Plano Plurianual (PPA) Municipal; 
 Revisão anual do Plano Plurianual (PPA) Municipal. 
 
 
4.2. O Ciclo de Planejamento e Orçamento 
 
O Plano Plurianual (PPA) instrumentaliza os objetivos estratégicos e os indicadores finalísticos 
pretendidos na forma de programas e de ações de governo. Como o PPA é um plano de médio 
prazo e tem horizonte de quatro anos, no plano são definidos os programas que o governo 
implementará nesse período para o alcance dos resultados pretendidos. 
 
O PPA é o instrumento que define o escopo dos programas e ações de governo. Tudo que será 
realizado pelo município estará contemplado no PPA com a definição do produto (bem, serviço 
ou transferência financeira) a ser entregue à sociedade ou à própria Administração Pública, a 
quantidade de produto (meta física) a ser ofertado nos próximos quatro anos e o valor anual a 
ser gasto em cada ação (meta financeira). 
 
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deve atuar como um instrumento de interligação entre 
o PPA e a LOA, definindo o conjunto de regras para a elaboração do orçamento e as metas 
fiscais para os próximos três exercícios financeiros. A LDO deve definir as metas e os riscos 
fiscais e as prioridades para o exercício financeiro subsequente. No primeiro ano, como a LDO 
antecede ao PPA, normalmente as prioridades devem estar estabelecidas no PPA do ano que 
se segue. 
 
É importante que se tenha a Revisão do PPA para que seja assegurada a relação entre a LOA e 
o PPA. Os Planos Plurianuais são propostos uma única vez e transformam-se em lei para o 
 
9 
período de quatro anos, enquanto os orçamentos são propostos em quatro momentos no 
mesmo período, coincidindo com a proposição do plano somente no primeiro exercício. 
 
Dessa maneira, há uma forte tendência a sobreestimar previsões de metas físicas e financeiras 
nos três anos finais do PPA, já que não se sabe a verdadeira realidade enfrentada pelo 
município no ano subsequente. 
 
Realizado ou revisto o planejamento de médio prazo, há a necessidade de se especificar com 
clareza os recursos que financiarão cada ação e as despesas que serão realizadas no âmbito de 
cada uma delas. Esta especificação é elaborada por meio da Lei Orçamentária Anual (LOA), que 
tem por função básica detalhar os valores definidos para o conjunto de programas e de ações 
do PPA. Nessa fase, quantitativa, as metas físicas e financeiras passam a ser detalhadas 
anualmente. 
A Lei Orçamentária Anual (LOA) é o documento no qual se fixa os valores da despesa e estima 
os valores da receita para determinado exercício. Ou seja, ela traça, a partir do detalhamento 
do programa de trabalho definido no PPA, a destinação dos recursos que o governo recolhe 
sob a forma de impostos. Nenhuma despesa pública pode ser executada fora do orçamento. 
 
Em outras palavras, a LOA disciplina todas as ações executadas pelo governo, correspondendo 
a um programa de trabalho que operacionaliza os objetivos de cada programa contido no PPA. 
 
 
10 
 
5. Conceitos Relevantes 
 
 
 
5.1.O que é o PPA? 
 
O Plano Plurianual (PPA) é o resumo de todas as ações que a Prefeitura e suas entidades irão 
executar ao longo dos próximos quatro anos, sejam essas ações, atividades contínuas ou 
projetos de investimento. 
 
No PPA, tudo que será feito pelo poder público municipal até o primeiro ano do próximo 
mandato deve ser escrito sob a forma de programas e de ações e remetido à Câmara de 
Vereadores para aprovação do PPA. 
 
O PPA é uma exigência da Constituição Federal de 1988 (artigo 165, §1°) e deve apresentar 
como componentes fundamentais as diretrizes, os objetivos e as metas da Administração 
Pública, contemplando todas as suas despesas para os próximos quatro anos de governo. 
 
Figura 1 
 
DIRETRIZES
OBJETIVOS
METAS
As diretrizes são os objetivos gerais do 
plano plurianual, devendo apresentar os 
resultados gerais que a administração local 
quer alcançar em favor da população, sendo 
que cada diretriz é composta por um ou mais 
programas.
Os objetivos expressam a vontade de se 
solucionar demandas, carências ou problemas 
do Município. A cada objetivo corresponde 
um programa de governo e a cada programa 
corresponde uma ou mais ações.
As metas apresentam a quantificação do 
que será feito (meta física) e gasto (meta 
financeira) em cada ação dos programas do 
PPA, desdobrando-se para cada ano do plano. 
COMPONENTES DO PPA
 
11 
 
5.2. O que são programas de governo? 
 
Os programas de governo são as unidades básicas do PPA Municipal, consistindo numa forma 
especial de organizar tudo o que é ou será feito pela Administração Pública Municipal. O 
objetivo é solucionar um problema, uma carência ou uma demanda do município. São os 
programas que facilitam a concretização das diretrizes do PPA. 
 
Figura 2 
ESTRUTURAÇÃO DO PPA 
 
 
 
 
 
5.3. Relacionamento entre PPA e LOA 
 
O Plano Plurianual (PPA) não apresenta apenas as obras e os investimentos que a 
Administração Pública Municipal executará nos próximos quatro anos. Apresenta também 
todas as ações orçamentárias do Município, sejam essas atividades (permanentes), operações 
especiais (por exemplo: pagamento de servidores inativos, precatórios e dívidas do Município) 
ou projetos. 
 
12 
Segundo a Constituição Federal de 1988 (artigo 165, § 1°) o PPA é o documento no qual as 
diretrizes, os objetivos e as metas são definidos para as despesas de capital e outras delas 
decorrentes, e para as relativas aos programas de duração continuada. 
 
O PPA abrange as ações executadas por todos órgãos, entidades, fundos e empresas do 
Município. Contudo, por força da Lei n.º 4.320/1964, as empresas estatais dependentes (que 
carecem de recursos do Município para pagamento de gastos com pessoal ou custeio) 
apresentam-se no PPA e na Lei Orçamentária Anual (LOA) como os demais órgãos da 
Administração Pública Municipal. Já as empresas independentes apenas detalham as ações nas 
quais haja alguma despesa de capital. 
 
De acordo com o artigo 167, I da Constituição Federal de 1988, é vedado o início de programas 
e projetos não incluídos no PPA. Logo, todas as ações constantes da LOA devem também estar 
presentes no PPA. O orçamento, para sua validade, deve ser necessariamente compatível com 
o Plano Plurianual (artigo 165, §7°, Constituição Federal de 1988). 
 
É a partir do valor total (montante) distribuído em cada ação do PPA que é feito, no 
orçamento, o detalhamento e a classificação da despesa segundo as normas da Lei n.º 
4.320/1964. Nesse sentido, haverá uma identidade entre os gastos previstos para as ações do 
PPA e o orçamento do Município, em virtude do comando expresso na Constituição Federal de 
1988 de situar as dotações do próximo orçamento dentro de uma perspectiva de 
planejamento de médio e longo prazo. 
 
Como a validade da LOA está condicionada a sua compatibilidade com o PPA, recomenda-se 
que os orçamentos subsequentes sejam elaborados e enviados à Câmara Municipal, 
conjuntamente com o envio de projeto de lei contendo a revisão do PPA, para dotar o 
Município de uma referência plurianual permanente para as suas ações. 
 
 
5.4. O ciclo de gestão do PPA 
 
O Plano Plurianual não é um produto estanque em si mesmo, mas constitui a primeira 
atividade de um ciclo de gestão que contempla outras fases como a implementação, o 
monitoramento, a avaliação e a revisão do PPA. Esse ciclo é construído para tornar realidade 
 
13 
as diretrizes, os objetivos e as metas elencadas no PPA, concretizando o planejamento como 
uma atividade contínua e dinâmica no exercício da Administração Pública. 
 
Cada etapa do ciclo de gestão do PPA representa uma fonte de orientação para o 
desenvolvimento das fases: Planejar, Executar, Monitorar, Avaliar e Revisar, como sugerido a 
seguir. 
Figura 3 
PROCESSO DE GESTÃO DO PPAG 
 
 
 
Planejar 
O planejamento é caracterizado como a fase da formulação e da definição de programas, 
ações e metas físicas e orçamentárias da Administração Pública para o período de quatro anos, 
sempre objetivando atender diretrizes, objetivos e resultados estratégicos. É a fase mais 
importante, pois, se bem feito, pode garantir um PPA bem estruturado, transparente, com 
políticas bem definidas e concretas. Sem um planejamento bem feito, o PPA deixa de ser um 
instrumento gerencial, para ser visto apenas como uma obrigação constitucional revisada 
anualmente. 
 
Executar 
Essa fase é para a execução das metas físicas e orçamentárias das ações que compõem os 
programas do PPA. A execução das metas físicas é quando são utilizados os diversos tipos de 
recursos: materiais, humanos, financeiros, informacionais, tecnológicos, institucionais etc. A 
 
14 
execução das metas orçamentárias corresponde à execução do valor aprovado no orçamento, 
obedecendo aos estágios da execução das despesas públicas: empenho, liquidação e 
pagamento. 
 
Monitorar 
O monitoramento é o momento em que os gestores dos programas e das ações de governo 
informam e acompanham a execução física e orçamentária do PPA. Permite obter informações 
para auxiliar decisões, e a identificação e superação de problemas. Contribui para a obtenção 
dos resultados programados e torna transparente à sociedade o desempenho da 
Administração Pública. 
 
Avaliar 
É o processo de coleta e análise de informações sobre características, procedimentos e 
impactos dos programas que compõem o PPA. Baseia-se em critérios de eficiência, eficácia e 
efetividade, de forma a gerar recomendações para aperfeiçoar a gestão e a qualidade do gasto 
público. O objetivo da avaliação é de assegurar que as informações produzidas sejam utilizadas 
pela Administração Pública Municipal como parte integrante da gestão dos programas, no 
momento de elaboração ou revisão do PPA, e na elaboração da Lei Orçamentária Anual. 
 
A avaliação do PPA deve ser realizada após o encerramento do exercício financeiro, quando há 
realização do último monitoramento. Nesse momento, devem ser apurados os desempenhos 
físicos e orçamentários, para avaliar o que foi planejado e o que foi executado. Se houve 
efetividade e eficiência dos programas, verificando os indicadores e os principais resultados. 
 
Revisão 
A fase de revisão é o processo de adequação dos programas e ações constantes no PPA às 
novas circunstâncias, sejam elas, internas, externas, de âmbito político, administrativo, 
econômico ou social. É a fasevalor total (valor total (montante)) de aprimoramento, por meio 
da alteração, exclusão e inclusão de programas e ações, conforme recomendações geradas nos 
processos de monitoramento e avaliação. 
 
 
15 
A revisão éapenas um momento de reflexão e ajuste do PPA. Caso haja necessidade de 
alteração de um programa ou ação definido no plano inicial ou em suas revisões anteriores, 
deve-se justificar o motivo dessa alteração. Isto se aplica tanto para exclusão, quanto para 
inclusão de novos programas e ações. 
 
O processo de revisão não é uma exigência constitucional, mas é de extrema importância para 
garantir o alinhamento entre o planejamento e a execução. 
 
 
 
16 
 
6. Etapas da Elaboração do PPA 
 
 
 
 
As etapas da elaboração do Plano Plurianual (PPA) foram pensadas para auxiliar a Prefeitura a 
escolher, dentro dos recursos disponíveis e das restrições legais existentes, os melhores 
programas para o Município e a enquadrar as suas ações na linguagem de planejamento 
exigidas para a elaboração do plano. 
 
Figura 4 
 
ROTEIRO PARA A ELABORAÇÃO DO PPA
ETAPA RESPONSABILIDADE
1. Previsão de receitas para o 
período do plano
Secretaria/Departamento de 
Fazenda
2. Definição de diretrizes Prefeito e Secretariado
3. Definição dos Projetos 
Estratégicos
Prefeito e Secretariado
4. Distribuição de limites de 
gasto por órgão/entidade
Prefeito e 
Secretaria/Departamento de 
Planejamento ou Administração
5. Elaboração dos programas
Órgãos e entidades setoriais
6. Consolidação e elaboração 
do documento final do PPA
Secretaria/Departamento de 
Planejamento ou Administração
 
17 
6.1. Previsão de Receitas Municipais para o período do PPA 
 
Um bom PPA é um plano realista e que tenha condições de sair do papel para a realização 
concreta. Nada adianta elaborar projetos maravilhosos para a cidade, se, no momento da 
execução do orçamento, os recursos necessários para custeá-los simplesmente não existirem. 
 
É neste momento que a Prefeitura terá uma ideia do valor total (valor total (montante)) de 
recursos disponíveis para: 
 o custeio das atividades continuadas que desenvolve. Por exemplo, coleta de lixo, 
varrição de logradouros públicos etc.; 
 o pagamento de dívidas e gastos com os funcionários que já se aposentaram (se for 
responsável por esse encargo); 
 investir nos projetos considerados estratégicos para a cidade. Por exemplo, construção 
de uma nova rodoviária, pavimentação de vias públicas etc. 
 
Um dos métodos mais simples de se fazer essa estimativa de receitas consiste no uso de uma 
projeção de receita baseada na tendência de crescimento verificada nos últimos anos. Esse é 
um método que simplifica a projeção, pois pressupõe a manutenção das mesmas condições 
verificadas em anos anteriores. Contudo, é aconselhável utilizar métodos mais sofisticados, 
quando disponíveis, para que a receita projetada seja realista, e não alimentar uma 
expectativa falsa de disponibilidade de recursos, comprometendo a viabilidade do plano. 
 
6.2. Definição de diretrizes 
 
É nesta fase que o Prefeito e seu Secretariado irão reunir e definir quais são as principais 
demandas, carências ou problemas do Município. Definidas as principais demandas, carências 
e problemas para resolvê-las, o governo terá condições de formular as diretrizes do PPA, 
dentro das possibilidades do Município. 
 
As diretrizes são os objetivos gerais do governo e apresentam os resultados gerais que a 
Administração Pública Municipal espera alcançar em favor do bem-estar da população. São 
pré-requisitos para a elaboração dos programas pelas unidades setoriais. Vale lembrar que os 
programas elaborados por essas unidades devem contribuir necessariamente para atingir o 
resultado apontado pela diretriz. 
 
Como exemplo de diretriz e programas elaborados por unidades setoriais, segue a ilustração:
 
18 
Figura 5 
DIRETRIZ E PROGRAMAS SETORIAIS 
 
MELHORAR AS CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE SAÚDE 
DA POPULAÇÃO
SAÚDE PARA TODOS
SANEAMENTO 
BÁSICO
MEIO AMBIENTE E 
DESENVOLVIMENTO 
URBANO
P
R
O
G
R
A
M
A
S
D
I
R
E
T
R
I
Z
 
 
 
As diretrizes condensam a dimensão estratégica do PPA, podendo apresentar um texto 
descritivo da situação desejada pelo governo, assim como o detalhamento de indicadores 
específicos vinculados aos resultados esperados. 
 
De outra maneira, os objetivos gerais do PPA podem ser organizados e definidos segundo 
grandes áreas temáticas ou setores de atuação do governo. Há grande discricionariedade no 
estabelecimento da forma como as diretrizes são organizadas no âmbito da dimensão 
estratégica do PPA. 
 
 
6.3. Definição dos Programas Estratégicos 
 
Estabelecidas as diretrizes de governo, isto é, os grandes desafios a serem superados nos 
vários campos de atuação do Município, e selecionados os problemas que terão preferências 
para solução, a Administração Pública Municipal terá condições de elaborar os Programas 
Estratégicos. 
 
19 
Os Programas Estratégicos devem possuir um foco definido, demonstrando os principais 
instrumentos para o alcance das diretrizes de governo. Esses programas são o meio para 
materialização da visão de futuro que o governo apresenta para o Município. 
 
Os Programas Estratégicos devem ser priorizados no processo de alocação dos recursos 
discricionariamente disponíveis. Devem ser gerenciados intensivamente, detalhando-se as 
etapas de execução e a elaboração de relatórios mensais de acompanhamento. 
 
Recomenda-se a realização de reuniões gerenciais periódicas entre o Prefeito e o Secretariado, 
nas quais serão examinadas as situações de cada iniciativa e definidas as contramedidas ou 
intervenções para solução das restrições (orçamentárias, administrativas, institucionais, 
judiciais etc.), eventualmente verificadas. 
 
6.4. Distribuição de Limites de Gasto por órgão/entidade 
 
Tendo como parâmetro as receitas disponíveis para o período do PPA, os problemas da cidade 
a serem priorizados, as diretrizes anteriormente formuladas e os Programas Estratégicos 
selecionados, o Prefeito e o Secretário de Administração ou Planejamento irão distribuir 
limites de gasto para cada ano do plano entre as diversas secretarias e entidades do Município, 
considerando especialmente: 
1. O valor total (montante) de recursos necessários para o desenvolvimento dos 
Programas Estratégicos; 
2. As despesas obrigatórias por disposição legal como as detalhadas a seguir: 
 No artigo 212 da Constituição Federal de 1988, o Município deve aplicar, no 
mínimo, 25% das receitas de impostos e das transferências constitucionais para as 
atividades e os projetos destinados à manutenção e ao desenvolvimento do 
ensino; 
 No artigo 198 da Constituição Federal de 1988, o Município deve aplicar, no 
mínimo, 15% das receitas de impostos e das transferências constitucionais nas 
ações e nos serviços públicos de saúde; 
 O Município não pode aplicar mais do que uma determinada porcentagem das 
receitas tributárias e das transferências constitucionais na manutenção do Poder 
Legislativo (artigo 29-A, Constituição Federal de 1988) incluído os subsídios dos 
vereadores e excluídos os gastos com inativos, conforme os seguintes termos: 
o 8% para Municípios com população de até cem mil habitantes; 
 
20 
o 7% para Municípios com população entre cem mil e um e trezentos mil 
habitantes; 
o 6% para Municípios com população entre trezentos mil e um e quinhentos 
mil habitantes; 
o 5% para Municípios com população acima de quinhentos mil habitantes. 
 
 Provisão de recursos para pagamento do serviço da dívida pública municipal, 
incluindo aqui recursos para sua amortização e encargos, bem como para o 
pagamento de precatórios e requisições de pequeno valor; 
 Destinação de recursos para o pagamento de pensões e proventos dos servidores 
inativos daPrefeitura, quando a responsabilidade por esses encargos recair sobre 
a Administração Pública Municipal; 
 Provisão de recursos para manutenção dos programas de duração continuada 
(incluídos os gastos com pessoal ativo e encargos sociais) a serem desenvolvidos 
pelas unidades setoriais. Deve-se ter por base o custo atual de manutenção delas 
(verificado pelo orçamento corrente), e as atribuições legais dos diversos 
órgãos/entidades. Verificar também a provisão de recursos para as ações 
necessárias à manutenção da administração pública, integrantes de programa de 
apoio à Administração Pública, por meio do qual se executam despesas gerais de 
manutenção das áreas administrativas; 
 Se a Administração Pública Municipal for iniciar novas obras, deverá 
necessariamente disponibilizar (alocar) recursos para a execução das obras em 
andamento em virtude da Lei de Responsabilidade Fiscal (artigo 45, Lei n.º 
101/2000). 
 
6.5. Elaboração dos programas 
 
Tendo como parâmetro o limite de recursos disponibilizados para cada ano do PPA, as 
restrições apontadas acima, os problemas prioritários a serem atacados em cada área setorial, 
as diretrizes do plano e os Programas Estratégicos selecionados, cada órgão/entidade da 
Administração Pública Municipal irá formular sua proposta final de programas para o período 
do plano, considerando a seguinte sequência: 
 
 
21 
Levantamento das ações em andamento 
 
Nesta etapa será feito um inventário de todas as atividades e projetos que estão sendo 
executados pela Prefeitura e suas entidades vinculadas, como base para a elaboração do Plano 
Plurianual. Uma primeira fonte de informações é o orçamento que está sendo executado no 
momento. No entanto, pode acontecer que as atividades e os projetos da Administração 
Pública Municipal não estejam claramente identificados na lei orçamentária. Diante disso, 
devem ser feitas consultas aos responsáveis pela gestão dos serviços e dos projetos que estão 
sendo executados, pedindo-os que listem as ações em andamento e os respectivos custos de 
execução. 
 
Definição das ações de duração continuada 
 
As ações de duração continuada são as atividades correspondentes aos serviços de ordem 
permanente, por exemplo, coleta de lixo, manutenção de praças e jardins, desenvolvimento 
do ensino fundamental etc. Depois de verificadas, definem-se quais serão mantidas ou 
desenvolvidos pelo órgão/entidade, tendo por base as ações em andamento, as atribuições do 
órgão, os problemas priorizados e as diretrizes do PPA. 
 
Definição dos projetos setoriais 
 
Neste momento o dirigente irá detalhar os Programas estratégicos e projetos setoriais que 
serão desenvolvidos pela sua unidade, como, por exemplo, a pavimentação de vias públicas, a 
construção de um aterro sanitário etc. Ele deve observar, como critério de decisão, as 
atribuições do órgão/entidade, os principais problemas da cidade dentro de sua área de 
atuação, e as diretrizes do PPA. 
 
Além disso, deve ter como base os recursos excedentes àqueles já reservados para as ações de 
manutenção dos serviços permanentes, e considerar o total destinado aos Programas 
estratégicos, dentro dos limites anteriormente distribuídos. 
 
Enquadramento das ações setoriais na linguagem de planejamento 
 
Aqui o órgão/entidade irá resumir as ações setoriais e passar para a linguagem de 
planejamento, utilizando os formulários e a metodologia explicados na parte final desta 
Cartilha. 
 
22 
 
6.6. Elaboração do documento final do PPA 
 
 
Análise e validação dos programas das unidades setoriais 
 
Uma vez recebidas as propostas de programas das unidades setoriais, a Secretaria de 
Planejamento ou Administração irá fazer a análise e a validação do que foi enviado, 
compreendendo os seguintes pontos: 
 Verificar os programas quanto ao seu enquadramento nas diretrizes de governo. 
Os programas que não contribuam direta ou indiretamente para alcançar as 
diretrizes de governo devem ser reformulados ou excluídos; 
 Verificar o correto preenchimento dos formulários onde são apresentados os 
programas e suas ações. Por exemplo, se os objetivos dos programas expressam a 
busca de um resultado, se as ações foram adequadamente reunidas em programas 
etc.; 
 Verificar a compatibilidade dos gastos previstos para os programas com os limites 
de recursos disponibilizados para cada unidade setorial. 
 Observar o atendimento das restrições legais do Município presentes no momento 
da distribuição dos recursos e o valor total (valor total (montante)) 
especificamente destinado para o desenvolvimento dos Programas Estratégicos. 
 
Consolidação dos programas do PPA 
 
Nesta etapa os programas dos diversos órgãos/entidades serão reunidos e apresentados por 
meio de quadros analíticos, contendo as principais características dos programas e suas ações, 
o que pode ser visualizado nos exemplos ao final dessa cartilha. 
 
Elaboração da Mensagem que acompanhará o Plano Plurianual 
 
 Panorama das finanças públicas da Administração Pública Municipal: descrição 
da situação das finanças públicas do Município, incluindo a evolução, a projeção e 
a composição das receitas e a distribuição dos gastos entre os principais grupos de 
despesa (pessoal, custeio, capital) no momento da elaboração do plano; 
 Descrição sucinta das diretrizes que orientaram a elaboração do plano: aqui as 
diretrizes do plano serão descritas, apontando, de um lado, os problemas gerais do 
 
23 
Município que elas pretendem atacar e, de outro lado, o futuro que se almeja para 
a cidade decorrente da implementação das ações do PPA. 
 
Elaboração do projeto de lei a ser enviado à Câmara Municipal 
 
A estrutura do projeto de lei sobre o PPA deverá ser enviado à aprovação da Câmara 
Municipal, com os seguintes dispositivos: 
 Da Estrutura e Organização do Plano, evidenciando o conteúdo do PPA; 
 Da Gestão do Plano, contendo disposições gerais sobre o gerenciamento do plano 
e regras sobre o monitoramento, a avaliação e as revisões do PPA; 
 Das Disposições Finais, com outras normas consideradas relevantes, por exemplo, 
para a publicidade do plano e compatibilidade do PPA com a LOA; 
 Anexos consolidados e analíticos com os programas e as metas da Administração 
Pública Municipal, ordenados por unidade setorial responsável e por diretriz 
associada. 
 
No final dessa Cartilha há exemplo dos modelos de projeto de lei do PPA e de sua revisão, 
demostrando o que foi explicado acima. 
 
24 
 
7. Metodologia 
 
 
 
A metodologia de elaboração de programas do Plano Plurianual (PPA) obedece a uma 
estrutura lógica de construção de programas. O ponto central para a definição de um 
programa é a identificação do problema e do público-alvo. Uma vez identificados, pensa-se 
nas causas desse problema e quais ações devem ser implementadas para atingir os resultados 
pretendidos. 
 
Os problemas são demandas não satisfeitas, carências ou oportunidades, que, ao serem 
reconhecidas e declaradas pelo município, passam a integrar a sua agenda de compromissos. 
As causas são processos ou fatores responsáveis pelo surgimento, manutenção ou expansão 
do problema e responsáveis pelos principais efeitos e consequências desse problema. 
 
A partir da análise do problema e de suas causas, o servidor público define aonde quer chegar 
(programa) e como irá atuar (ações) de forma a suprir essa necessidade. O programa 
representa toda e qualquer ação de governo, é o instrumento de organização da ação 
governamental, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no PPA. O programa articula 
um conjunto de ações (orçamentárias e não orçamentárias) necessáriasao enfrentamento do 
problema, de modo a abrandar ou superar as causas identificadas. 
 
O resultado de um programa está relacionado à efetividade no alcance do objetivo proposto, 
ou seja, à transformação de uma realidade concreta. Os indicadores são apenas evidências 
quantitativas da evolução da situação-problema, e devem mapear se o objetivo do programa 
foi ou não alcançado e em que medida. 
 
As ações são as medidas adotadas pelo governo que contribuem para a solução do problema. 
Essas as ações entregam à sociedade produtos (bens, serviços ou transferências financeira) 
que irão atuar no combate ao problema. Cada ação apresenta um único produto: bem, serviço 
ou transferência financeira como resultado da ação, destinado ao público-alvo do programa 
(exemplo: aluno atendido, preso mantido, atendimentos realizados, hospitais mantidos etc.). 
 
Dessa maneira, para criar um PPA é sugerido utilizar como metodologia quadros analíticos dos 
programas, numa forma de explicitar e resumir o que se quer alcançar nos objetivos, nas 
 
25 
metas e nos resultados propostos. Isso pode ser visto na Figura 6 - Quadro Analítico Resumo 
do Programa, abaixo. 
Figura 6 
QUADRO ANALÍTICO RESUMO DO PROGRAMA 
 
 
A seguir serão conceituados os termos ilustrados na Figura 6 do Quadro Analítico Resumo do 
Programa:
1. PROGRAMA (Denominação): 
2. ÓRGÃO/ENTIDADE RESPONSÁVEL PELO PROGRAMA: 
3. PÚBLICO-ALVO: 
4. JUSTIFICATIVA: 
5. OBJETIVO: 
6. DIRETRIZ ASSOCIADA: 
7. INDICADORES 
Descrição 
 (unidade de medida) 
 Fonte Índice de Referência Índices Esperados ao longo do 
PPA 
Data Índice 2014 2015 2016 2017 
 
 
8. AÇÕES 
Título da Ação 
(Produto) 
Unidade de 
medida 
Tipo Metas 2014 2015 2016 2017 
8.1 Físicas 
Financeiras 
Unidade responsável pela ação: 
8.2 Físicas 
Financeiras 
Unidade responsável pela ação: 
8.3 Físicas 
Financeiras 
Unidade responsável pela ação: 
VALOR TOTAL DO PROGRAMA 
 
26 
Programa (Denominação): comunicação ao público, em uma palavra ou frase síntese para 
haver uma compreensão direta dos propósitos de um programa. Não há restrição quanto ao 
uso de nomes fantasia, desde que expressem de alguma forma o objetivo do programa. 
Exemplo: Manutenção e pavimentação de vias públicas. 
 
Unidade Responsável: órgão ou entidade responsável pela gestão do programa, mesmo 
quando o programa for integrado por ações desenvolvidas por mais de um órgão ou entidade 
(programa multisetorial). 
Exemplo: Secretaria Municipal de Transporte e Obras Públicas. 
 
Público-Alvo: especifica os setores da sociedade ou da Administração Pública que o programa 
se destina. São pessoas, grupos, setores, regiões ou municípios que se beneficiam direta e 
legitimamente dos produtos resultantes de ações governamentais. 
Exemplos: crianças de 7 a 14 anos da região norte do Estado; gestantes com risco nutricional; 
idosos de 60 anos ou mais de idade etc. 
 
Justificativa: descrição do problema que o programa tem por objetivo enfrentar. O problema é 
uma situação indesejável declarada por uma autoridade como evitável ou uma necessidade 
não atendida, identificada na sociedade. Para justificar o problema, alguns aspectos devem ser 
considerados: 
 diagnóstico da situação-problema para o qual o programa foi proposto. As causas 
são fatores que contribuem para a ocorrência do problema, ou seja, processos ou 
fatores responsáveis pelo surgimento, manutenção ou expansão do problema. Os 
efeitos, por sua vez, são as consequências decorrentes do problema; 
 consequências da não implementação do programa; 
 condicionantes favoráveis ou desfavoráveis ao programa. As condicionantes são 
fatores que determinam o problema, e geralmente se encontram fora do controle 
do programa, criando condições favoráveis ou desfavoráveis ao seu desempenho. 
 
Objetivo: expressa a busca de um resultado em termos da solução de um problema, carência 
ou demanda do Município, descrevendo o fim do programa com concisão e precisão, sempre 
mensurável por um indicador. O objetivo deve ser iniciado por um verbo no infinitivo. 
Exemplo: Oferecer (verbo no infinitivo) condições satisfatórias de trafegabilidade, por meio da 
manutenção e da pavimentação de vias públicas, proporcionando conforto e segurança à 
população do Município. 
 
27 
Diretriz associada: especifica o objetivo principal do PPA ao qual o programa se vincula. 
Exemplo: Incrementar a qualidade de vida da população do Município, suprindo a 
infraestrutura necessária ao desenvolvimento, conforto e segurança das pessoas. 
 
Indicador: elemento capaz de medir a evolução do problema. Deve ser coerente com o 
objetivo do programa, ser sensível à contribuição das suas ações e apurável em tempo 
oportuno, devendo existir, quando possível, pelo menos um indicador para cada programa do 
plano. Permite, portanto, a mensuração dos resultados alcançados com a execução do 
programa. 
 
Os indicadores de programa constituem uma relação entre grandezas relevantes para se 
entender se o programa alcançou ou não seu objetivo ao expressar de forma quantitativa as 
consequências de suas ações para o público-alvo. As principais modalidades de indicadores 
são: os índices, os coeficientes, as taxas, os percentuais e as médias. 
 
Atenção: os indicadores não se constituem em metas físicas ou números absolutos, nem 
apresentam como fim identificar somente se as ações programadas foram executadas, pois o 
indicador de programa é voltado para a mensuração de uma situação-problema, não tendo 
como escopo medir simplesmente as entregas realizadas pelo programa. O indicador 
apresenta os seguintes atributos: 
 
 Descrição: forma pela qual o indicador será apresentado à sociedade. 
Exemplo: Percentual de vias urbanas pavimentadas. 
 Unidade de medida: padrão escolhido para mensuração da relação adotada como 
indicador. 
Exemplo: Para o indicador ilustrado no tópico acima: %. 
 Índice de referência: expressa a situação mais recente do problema e sua 
respectiva data de apuração. Consiste na aferição do indicador em um dado 
momento, mensurado com a unidade de medida escolhida, ou seja, aponta a 
situação mais recente do índice e a data de sua apuração. 
Exemplo: 64 % no ano de 2012. 
 Índices esperados ao longo do PPA: situação que se deseja atingir com a execução 
do programa correspondente à evolução esperada do problema. É através desses 
índices que se estipula a evolução esperada ou desejada do índice escolhido para 
 
28 
avaliação, funcionando também como uma quantificação do objetivo do 
programa. Devem ser realistas, ou seja, compatíveis com os recursos que o 
programa dispõe para atacar o problema. 
Exemplo: 2015: 70%; 2016: 76%; 2017: 89%; 2018: 97%. 
 Fonte: órgão responsável pelo registro ou produção das informações necessárias 
para a apuração do indicador e divulgação periódica dos índices. Os 
órgãos/entidades executores dos programas devem manter sistemas de coleta e 
de tratamento de informações com esta finalidade. Em muitos casos as 
informações serão buscadas junto a fontes que podem ser instituições oficiais ou 
mesmo privadas, quando de reconhecida credibilidade: FJP, IBGE, FIPE, FGV, entre 
outras. 
Exemplo: Secretaria Municipal de Urbanismo e Obras Públicas. 
 
Como a implantação dos indicadores envolve aprendizado no trabalho de formulação e de 
coleta dos dados necessários a sua apuração, podem ocorrer duas situações: 
o Quando não há clareza quanto ao indicador a ser utilizado para avaliar o 
programa. Neste caso, colocar a expressão “em definição” no campo relativo a 
sua descrição, deixando os demaiscampos em branco; 
o Quando o indicador e sua unidade de medida estão definidos, mas o índice 
mais recente não está apurado e, dessa forma, dificilmente poderá estipular os 
índices esperados ao longo do plano, devendo os campos referentes aos 
índices serem preenchidos com a expressão “em apuração”. 
 
Deve-se ter flexibilidade para alterar, incluir e excluir indicadores dos programas até que se 
chegue à situação na qual todos os programas apresentem indicadores satisfatoriamente 
formulados e apurados. 
 
Título da Ação: forma pela qual a ação será identificada pela sociedade e será apresentada no 
PPA e na LOA (Lei Orçamentária Anual). Expressa, em linguagem clara, o objeto da ação. O 
título é como um resumo de toda a ação, sendo indispensável sua clareza para dar maior 
transparência às ações governamentais. 
Exemplo: Pavimentação de vias urbanas 
 
Unidade responsável pela ação: órgão ou entidade responsável pela execução da ação. 
 
29 
Exemplo: Para um projeto de pavimentação de vias urbanas: Secretaria Municipal de 
Transportes e Obras Públicas (STOP). 
 
Produto: bem, serviço ou transferência financeira que resulta da ação, destinado ao público-
alvo. Para cada ação deve haver um só produto. O produto deve ser determinado (evitar 
produtos indeterminados como “ação realizada”, “ação administrativa realizada”, “serviço 
realizado” etc.). Deve também ser mensurável, objetivo e gerencialmente útil para o controle 
físico da ação. 
Exemplo: Para um projeto de Pavimentação de Vias Urbanas: quilômetros de vias urbanas 
pavimentadas. 
 
Unidade de medida: padrão selecionado para mensurar a produção do bem, serviço ou 
transferência financeira, ou seja, é a unidade que permite quantificar o que é feito no âmbito 
da ação. 
Exemplo: Para um projeto de pavimentação de vias urbanas: Km. 
 
Tipos de ação: existem três tipos de ação: 
 Projeto (P): instrumento de programação orçamentária para alcançar o objetivo de um 
programa. Envolve um conjunto de operações, limitadas no tempo, que resultam em um 
produto, podendo expandir ou aperfeiçoar a ação governamental. Os projetos se 
subdividem em dois grupos: os projetos estratégicos, que representam as principais 
escolhas do governo para a cidade e, por outro lado, os projetos setoriais, destinados à 
solução de problemas setoriais não enquadrados como estratégicos pelo governo. A fim de 
tornar transparente essa divisão, recomenda-se que os projetos estratégicos sejam 
identificados pela sigla (PE), e os demais apenas (P). 
Exemplos: 
o Pavimentação de Vias Urbanas; 
o Construção de Creches Escolares; 
o Construção do Aterro Sanitário Municipal; 
o Ampliação da Rede Municipal de Distribuição de Água; 
o Ampliação da Rede Municipal de Coleta de Esgoto; 
o Implantação de Postos de Saúde; 
o Aquisição de Ônibus para Transporte Escolar. 
 
30 
 Atividade (A): instrumento de programação orçamentária para alcançar o objetivo de um 
programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e 
permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo. 
Exemplos: 
 Restauração e manutenção de vias urbanas; 
 Restauração e manutenção de estradas vicinais (estradas não pavimentadas que 
interligam a zona rural à zona urbana); 
 Varrição de logradouros públicos (por exemplo, ruas, avenidas) 
 Coleta de lixo; 
 Atendimento ambulatorial à população; 
 Distribuição de remédios à população; 
 Manutenção do ensino fundamental; 
 Manutenção do ensino materno-infantil; 
 Manutenção de creches. 
 
 Operação especial (O): são as despesas que não contribuem para a manutenção das ações 
de governo, das quais não resulta um produto, e não geram contraprestação direta sob a 
forma de bens ou serviços. Enquadram-se, neste tipo de ação, as despesas relativas a 
pagamentos de amortizações e encargos da dívida pública fundada, o pagamento de 
pensões e proventos de inativos e o pagamento de dívidas judiciais (precatórios). 
Exemplos: 
 Pagamento de servidores inativos; 
 Pagamento de precatórios (dívidas judiciais); 
 Pagamento dos encargos da dívida pública fundada (juros e amortização da dívida 
de longo prazo). 
 
Meta física: é a quantidade de produto (bem, serviço ou transferência financeira) que se 
deseja obter a cada ano com a implementação da ação. Devem ser realistas, além de 
compatíveis com os recursos financeiros alocados à ação. 
Exemplo: Para uma ação de “Pavimentação de Vias Urbanas”, produto “Via Urbana 
Pavimentada” e uma unidade de medida “km”: 2014 (3); 2015 (5); 2016 (7); 2017 (8). 
 
Meta financeira: são as estimativas de custos da ação distribuídas por ano correspondendo à 
soma de todas as fontes de recursos que a financiam. A meta financeira deve corresponder 
 
31 
exatamente ao que é alocado à ação no orçamento do Município. É a partir deste valor que o 
orçamento irá detalhar e classificar a despesa segundo as normas da Lei n° 4.320/1964. 
Exemplo: Para o mesmo projeto do tópico anterior: 2014: (R$ 15.000,00); 2015: (R$ 
25.000,00); 2016: (R$ 20.000,00); 2017: (R$ 30.000,00). 
 
Valor total do programa: soma dos valores das ações do programa nos diversos anos do Plano 
Plurianual. 
 
32 
 
8. Principais Entregas e Indicadores 
 
 
 
 
As principais entregas relacionadas ao ciclo de gestão do Plano Plurianual (PPA) a serem 
progressivamente adotadas e institucionalizadas no âmbito do município são: 
 Documento que condensa o PPA: é constituído pela mensagem do prefeito à Câmara 
Municipal do projeto de lei que estabelece o plano, e do Anexo contendo os quadros analíticos 
e consolidados com as informações sobre diretrizes, programas, ações, indicadores e metas 
para os próximos quatro anos; 
 Relatórios Institucionais de Monitoramento: a serem publicados e encaminhados à 
Câmara Municipal com a mesma periodicidade com que os dados são coletados junto aos 
servidores responsáveis, os quais contêm, principalmente, para cada ação, a programação 
estabelecida no PPA e a execução física e orçamentária verificada até o período monitorado; 
 Relatório Anual de Avaliação do PPA: apresenta um balanço sobre o desempenho do 
plano no ano anterior. Demonstram, no âmbito de cada programa, os principais resultados 
alcançados e a última apuração dos indicadores de desempenho. Em relação às ações, 
confronta a execução física e orçamentária com as respectivas metas definidas no PPA; 
 Documento que condensa a revisão do PPA: documento apresentado da mesma 
forma que o plano original, com mensagem do prefeito à Câmara Municipal, o projeto de lei de 
revisão, e o Anexo com os quadros analíticos e consolidados, abrangendo informações sobre 
diretrizes, programas, ações, indicadores e metas. Ou seja, no âmbito da revisão, o plano é 
reeditado, mediante a inclusão e a exclusão de programas e de ações e a alteração dos 
respectivos atributos qualitativos e quantitativos. De forma ideal, deve apresentar a 
programação de quatro anos, para que a LOA seja baseada em um planejamento de médio 
prazo. 
 
No que se referem aos indicadores, devem considerar os principais parâmetros de 
desenvolvimento econômico e social do município, para que retratem os desafios vivenciados 
pela população e a quantificação dos resultados a serem conquistados mediante a execução 
do PPA. 
 
 
33 
 
9. Experiência de Minas Gerais 
 
 
 
9.1. A dimensão estratégica do PPAG 2012-2015 
 
Quanto à dimensão estratégica que norteia a construção do Plano Plurianual (PPA) no âmbito 
do Estado, cabe considerar que essa é estabelecida mediante o Plano Mineiro de 
Desenvolvimento Integrado (PMDI), conforme diretrizdo parágrafo único do artigo 154 da 
Constituição Estadual de 1989. 
 
O PMDI é o instrumento de planejamento de longo prazo da Administração Pública Estadual 
de Minas Gerais, responsável por balizar a elaboração dos outros instrumentos de 
planejamento, entre eles o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG), a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). A principal função do PMDI está na 
definição da visão de futuro e das diretrizes ou objetivos estratégicos do governo, 
estabelecendo, portanto, a estrutura superior do PPAG a demarcar a construção de todos os 
programas e de todas as ações do plano. 
 
O PMDI, desde 2003, apresenta como visão de futuro “TORNAR MINAS O MELHOR ESTADO 
PARA SE VIVER”. Essa visão é o ponto de partida para a construção de todo o planejamento 
estadual. 
 
No âmbito do PMDI 2011-2030, a visão de futuro “TORNAR MINAS O MELHOR ESTADO PARA 
SE VIVER” incorpora quatro atributos fundamentais: prosperidade, qualidade de vida, 
sustentabilidade e cidadania. 
 
Para a realização dessa visão de futuro exige-se a superação, pela sociedade mineira, de 10 
desafios e transformações ao longo das próximas duas décadas. Estes desafios e 
transformações representam focos prioritários, de alta relevância e de elevado potencial de 
impacto, no desenvolvimento de Minas Gerais: 
1. Reduzir a pobreza e as desigualdades; 
2. Aumentar a empregabilidade e as possibilidades de realização profissional; 
3. Garantir o direito de morar dignamente e viver bem; 
4. Desenvolver e diversificar a economia mineira e estimular a inovação; 
 
34 
5. Viver mais e com saúde; 
6. Transformar a sociedade pela educação e pela cultura; 
7. Aumentar a segurança e a sensação de segurança; 
8. Promover e garantir a utilização sustentável dos recursos ambientais; 
9. Ampliar e modernizar a infraestrutura e os serviços públicos; 
10. Assegurar os direitos fundamentais e fomentar a participação cidadã. 
 
A partir dessa visão de futuro, a qual é fundamentada em quatro atributos e condicionada à 
superação de 10 desafios ou transformações, os objetivos gerais do Plano Plurianual mineiro 
para o período 2012-2015, estampados no PMDI 2011-2030, foram delineados e agrupados 
em Redes de Desenvolvimento Integrado. 
 
As Redes de Desenvolvimento Integrado buscam integrar as ações do governo estadual nas 
diferentes áreas e, ao mesmo tempo, proporcionar um comportamento cooperativo com os 
outros níveis de governo e outras instituições, públicas e privadas, para maior agregação de 
valor na sociedade mineira. Não se trata, portanto, de estruturas institucionais formais, mas 
sim de formas de organização e conjunção de esforços em torno de grandes escolhas e 
prioridades. 
 
Neste sentido, foram definidas 11 Redes de Desenvolvimento Integrado como base para 
organização da estratégia de desenvolvimento do Estado, as quais são integradas pelos 
seguintes elementos principais: 
 
Meta-síntese: resultado finalístico almejado para um horizonte de 20 anos; 
Objetivo estratégico: proposta de resultados gerais prioritários que devem ser 
alcançados no horizonte de planejamento; 
Indicadores e metas: conjunto de indicadores finalísticos e metas tentativas para 
2015, 2022 e 2030; 
Estratégias: propostas de iniciativas de um conjunto de grandes escolhas. 
 
A síntese dessa estratégia de desenvolvimento adotada pelo PMDI 2011-2030 pode ser 
visualizada a partir do seguinte diagrama, o qual demonstra, além dos atributos da visão de 
futuro imaginada para Minas em 2030, as Redes de Desenvolvimento Integrado com as 
respectivas metas-sínteses: 
 
 
35 
Figura 7 
PMDI 2011-2030 
Transformações 
Rede de Educação e Desenvolvimento do Capital Humano
TORNAR MINAS O MELHOR ESTADO PARA SE VIVER
EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO 
HUMANO
População com amplo acesso à educação de 
qualidade e com maior empregabilidade
ATENÇÃO EM SAÚDE
População com maior qualidade e 
expectativa de vida 
DEFESA E SEGURANÇA
Minas com alta sensação de segurança, menos 
violência e criminalidade
DESENVOLVIMENTO SOCIAL E PROTEÇÃO
Minas sem pobreza e com baixa desigualdade social
GOVERNO INTEGRADO, EFICIENTE E EFICAZ
Gestão pública efetiva e próxima da sociedade
QUALIDADE E PRODUTIVIDADE DO GASTO GESTÃO PARA CIDADANIA
PROSPERIDADE QUALIDADE DE VIDA SUSTENTABILIDADE CIDADANIA
ESTADO PARA RESULTADOS
CIDADES
Cidades com mais qualidade de vida e 
ordenamento territorial
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Ciência, tecnologia e inovação para o 
desenvolvimento e cidadania
INFRAESTRUTURA
Infraestrutura adequada proporcionando mais 
competitividade e qualidade de vida
IDENTIDADE MINEIRA
Minas singular, diversa e criativa na cultura, no esporte e no turismo
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL
Economia dinâmica, mais diversificada, competitiva, com crescimento sustentável e inclusivo
DESENVOLVIMENTO RURAL
Mais produção e qualidade na agricultura familiar e no agronegócio de 
Minas Gerais
 
 
 
 
9.2. A Construção dos Programas e Ações do PPAG 2012-2015 
 
Operacionalizando essa dimensão estratégica, o Plano Plurianual de Ação Governamental 
(PPAG) instrumentaliza os objetivos estratégicos e os indicadores finalísticos pretendidos na 
forma de programas e de ações de governo. 
 
Como o PPAG é um plano de médio prazo e apresenta horizonte de quatro anos, nele são 
definidos os programas (políticas públicas) que o Estado desenvolverá nesse período para o 
alcance dos resultados pretendidos. 
 
O PPAG é, pois, o instrumento que define o escopo dos programas e ações de governo. Tudo 
que será realizado pelo Estado está contemplado no PPAG com a definição do produto (bem, 
 
36 
serviço ou transferência financeira) a ser entregue à sociedade ou à própria Administração 
Pública, a quantidade de produtos a serem ofertados nos próximos quatro anos e o valor anual 
a ser gasto em cada ação. 
 
Desse modo, tendo como foco a inserção das várias políticas públicas no mapa estratégico do 
plano de governo estampado acima, os programas classificam-se em três categorias: 
programas estruturadores, programas associados, e programas especiais. 
 
Os programas estruturadores representam os programas estratégicos de cada Rede de 
Desenvolvimento Integrado, nos quais são alocados prioritariamente os recursos estaduais, 
discricionariamente disponíveis, sendo esperados os maiores impactos da ação do Estado. 
 
Os Programas Estruturadores têm como objetivo transformar em realidade a Visão de Futuro 
traçada pelo PMDI, por meio de ações concretas, objetivando resultados efetivos, visíveis e 
quantificáveis, imprimindo a marca das realizações do Governo. Tais programas devem ter a 
capacidade de alavancar, de maneira sinérgica, outras iniciativas públicas e privadas capazes 
de multiplicar seus efeitos. 
 
Definiu-se, no PMDI 2011-2030, que tais programas passam a ser estruturados sob uma ótica 
que distingue os Projetos dos Processos Estratégicos (equivalentes aos projetos e atividades do 
PPAG) ambos considerados prioridades do Governo. 
 
Os Projetos Estratégicos são empreendimentos únicos, singulares, com início e fim 
determinados, que mobilizam recursos e competências para realizar entregas específicas para 
a sociedade. Cada Projeto Estratégico entrega algo novo à sociedade ou à própria 
Administração Pública, que não existia anteriormente e que possui alto poder de 
transformação. 
 
Por sua vez, os Processos Estratégicos se diferenciam dos Projetos Estratégicos, pois são um 
conjunto de atividades executadas de maneira contínua, estruturadas e desenhadas para 
produzir um produto específico para um determinado público-alvo. Destaca-se aquio caráter 
rotineiro dos processos, ou seja, seus resultados se repetem. 
 
Os programas associados são aqueles que colaboram sinergicamente com os programas 
estruturadores, tendo em vista o alcance dos objetivos estratégicos e resultados finalísticos 
 
37 
estabelecidos em cada Rede de Desenvolvimento Integrado do PMDI. Logo, os programas 
associados representam o desempenho de atribuições setoriais importantes, conquanto não 
representem o foco principal de atuação do governo. 
 
Já os programas especiais, apesar de não apresentarem identificação evidente com as Redes 
de Desenvolvimento Integrado, são programas de suma importância para a administração 
estadual, na medida em que contemplam as prioridades setoriais que não estejam diretamente 
vinculadas à estratégia global do governo. 
 
Incluem-se, nesse escopo, os programas padronizados como: Apoio à Administração Pública 
(701), Obrigações Especiais (702) e Reserva de Contingência (999). Destacam-se as despesas 
com pessoal ativo, inativos e pensionistas, as obrigações decorrentes da dívida pública 
fundada, o pagamento de precatórios, requisições de pequeno valor, e as transferências 
constitucionais a municípios. Além desses, há os programas desenvolvidos pelos outros 
poderes e os programas que tenham como foco central a manutenção e a melhoria da própria 
administração pública, representada por processos, estruturas e servidores. 
 
9.3. O ciclo de gestão do PPAG 
 
Grande inovação ocorrida em Minas Gerais refere-se à progressiva consolidação do ciclo de 
gestão do Plano Plurianual, pois não basta elaborar um documento de planejamento 
tecnicamente irretocável, se esse não nortear efetivamente o processo de execução que 
transforme a realidade, conforme as diretrizes e as metas que encerra. 
 
Embora muito ainda seja necessário inovar e realizar, expressivas conquistas foram alcançadas 
no âmbito das etapas de monitoramento, avaliação e revisão do PPAG, todas devidamente 
institucionalizadas na lei que regulamenta a gestão do plano. 
 
O Monitoramento 
No âmbito do monitoramento, cabe destacar a institucionalização de um processo bimestral 
de acompanhamento da execução das metas estabelecidas no plano, mediante o qual são 
levantadas informações sobre a realização, a situação e a regionalização física e orçamentária 
de todos os programas e de todas as ações do PPAG. 
 
 
38 
O processo é desenvolvido por meio de sistema informatizado, de utilização obrigatória por 
todos órgãos, entidades e Poderes do Estado, permitindo acompanhar o desempenho físico e 
orçamentário das várias ações do plano. Isso potencializa o alcance das metas ao mesmo 
tempo em que torna viável a implementação de medidas corretivas ao longo do exercício 
financeiro. De igual modo, a obtenção das informações de monitoramento possibilita a 
publicação, pela Internet, de relatórios bimestrais de monitoramento, dando transparência e 
legitimidade a todo o processo de execução orçamentária. 
 
A Avaliação 
A avaliação do PPAG ocorre com a consolidação das informações obtidas ao longo do processo 
de monitoramento, pois permite a verificação do cumprimento: 
 dos objetivos gerais e indicadores finalísticos estabelecidos no âmbito da dimensão 
estratégica do plano; 
 dos objetivos e metas físicas e orçamentárias estabelecidas para os vários programas e 
ações do PPAG. 
 
Dentro desse enfoque, o Relatório Anual de Avaliação do Plano Plurianual identifica, para cada 
programa, os resultados alcançados, a apuração dos indicadores e o desempenho físico e 
orçamentário regionalizado das ações. 
 
O referido documento consolida os resultados obtidos de uma forma geral, mediante a 
verificação: 
 da execução orçamentária global do plano; 
 da análise do cumprimento dos objetivos gerais que compõem a dimensão estratégica; 
 e da análise consolidada do desempenho dos indicadores dos programas, das ações e 
das respectivas metas regionalizadas. 
 
Essa gama de informações é apurada para oferecer uma resposta formal sobre a execução do 
plano, justificando as premissas de transparência e controle social que devem nortear o PPAG. 
Além disso, as informações apuradas também têm o intuito de gerar subsídios e 
recomendações que provoquem, por meio do processo de revisão anual, a melhoria da 
consistência e do desempenho dos programas, para concretizar as diretrizes e os objetivos 
estratégicos constantes no plano. 
 
 
39 
A Revisão 
A revisão anual é o processo por meio do qual o plano é reeditado simultaneamente à 
elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), viabilizando a inclusão ou a exclusão de 
programas e ações. Ainda possibilita a melhoria contínua dos atributos qualitativos e 
quantitativos das várias políticas públicas detalhadas no PPAG. 
 
Programas, ações e metas são revistos conforme os parâmetros da nova situação 
orçamentária, administrativa, política, econômica e social do Estado. O plano constitui-se um 
instrumento dinâmico e atualizado, permitindo incorporar as recomendações geradas nos 
processos de monitoramento e de avaliação, no sentido de melhor habilitá-lo para o alcance 
dos grandes objetivos que se têm em mira. 
 
Os documentos relativos à revisão do PPA e à LOA são elaborados simultaneamente, 
garantindo plena integração entre esses instrumentos. Tal como a proposta original do plano, 
as metas inscritas na revisão do PPAG são elaboradas tendo por base um horizonte de 
planejamento de quatro anos (programação deslizante). Assim, o PPA torna-se uma referência 
de médio prazo permanente para a elaboração da LOA, considerando também que grande 
parte das ações são contínuas ou constituem projetos cuja execução transpõem os limites 
referentes aos mandatos de governo. 
 
 
40 
 
10. Dificuldades e Lições Aprendidas 
 
 
 
A partir das dificuldades enfrentadas e lições aprendidas pelo Estado de Minas Gerais na 
sistematização de todo o processo de elaboração e de gestão do Plano Plurianual, é possível 
compilar algumas diretrizes principais, tendo em vista otimizar os esforços dos municípios para 
a implantação do PPA: 
 
 A integração entre o PPA e a LOA constitui elemento indispensável para a efetividade 
do Plano Plurianual como instrumento de planejamento e gestão. Isso porque, se os 
valores do plano forem apenas referenciais para o orçamento, a execução 
orçamentária tende a ocorrer à revelia das diretrizes, objetivos e metas presentes no 
PPA, tornando esse documento mais uma formalidade inócua a ser cumprida pela 
administração. Dada essa maior operacionalidade do orçamento, necessário é 
vinculá-lo ao PPA para que ocorra efetivo alinhamento entre esses instrumentos. As 
metas físicas e financeiras globais estabelecidas no âmbito de cada ação devem ser 
iguais no PPA e no orçamento. Esses dois documentos devem ser elaborados 
conjuntamente, de maneira que a estrutura de programas e de ações do plano 
determine a alocação de recursos no âmbito da LOA, e o detalhamento final da 
despesa no orçamento especifique o valor total (valor total (montante)) da meta 
financeira de cada ação do PPA para o exercício subsequente. Nessa perspectiva, a 
revisão do Plano Plurianual é necessária para manter a compatibilidade entre 
planejamento e orçamento ao longo do período de vigência do PPA; 
 
 Aspecto central a ser observado na elaboração do PPA refere-se à adequação do 
plano à realidade, ou seja, os programas e as ações elencados devem corresponder 
efetivamente às estratégias, aos projetos, às atividades e às entregas da 
Administração Pública Municipal (reforçando, também, a necessidade de revisão 
anual do plano). Se isso não ocorrer, a elaboração do PPAserá meramente 
ritualística, sem significado estratégico e gerencial. A estrutura programática deve 
guardar relação direta com a missão e as atribuições dos diversos órgãos/entidades, 
permitindo clara identificação das ações da Administração Pública Municipal pelo 
Poder Legislativo, assim como pelos cidadãos; 
 
 
41 
 Como resultado da integração entre planejamento e orçamento, as ações e as metas 
previstas no PPA são igualmente elencadas na LOA. Cabe à LOA detalhar os valores 
financeiros globais estampados no PPA. Uma tendência das áreas gestoras do 
orçamento é simplificar ao máximo a estrutura programática para facilitar a 
execução orçamentária, repercutindo, várias vezes, na execução dos projetos 
setoriais estratégicos no âmbito das ações contínuas dos órgãos/entidades 
responsáveis. Cumpre ressaltar que essa prática implica grave prejuízo para a 
transparência, assim como para a instrumentalidade do plano enquanto ferramenta 
gerencial. Recomenda-se uma vigilância da área central responsável pela 
coordenação do PPA para explicitar os projetos estratégicos do município nos 
documentos orçamentários; 
 
 Apesar de haver integração entre PPA e LOA, as ações, que são o elemento de 
integração entre esses instrumentos, não se limitam ao aspecto puramente 
orçamentário. Cada uma das ações do plano constitui um ciclo produtivo dentro do 
setor público, reunindo, mediante um processo específico, recursos institucionais, 
legais, políticos, humanos, orçamentários, materiais e outros. Uma prática a ser 
combatida é a redução das ações ao caráter meramente orçamentário, como se 
unicamente fossem instrumentos a viabilizar a execução orçamentária. As ações 
devem ser encaradas como o exercício efetivo das atribuições institucionais. Deve-se 
evitar que itens ou objetos de despesa sejam elementos de programação como ações 
do plano; 
 
 Para viabilizar o controle dos custos gerados na entrega de bens ou serviços 
oferecidos pelo município, é necessário colocar o máximo possível de despesas nas 
ações finalísticas a que se referem. Qualquer que seja o objeto do gasto, a natureza 
da despesa não deve ser fator decisivo para apropriação, pois custos administrativos, 
operacionais ou de manutenção, praticamente estão em todas as ações; 
 
 No âmbito da Portaria n.º 42/1999, cada categoria de produto final (bem, serviço ou 
transferência financeira) entregue à sociedade ou à Administração Pública deve 
corresponder a uma ação no plano. As metas físicas das ações não quantificam tudo 
o que é feito pela área responsável, mas os produtos finais de cada ação. A escolha 
do produto não é uma escolha arbitrária do servidor, apesar de existir alguma 
 
42 
discricionariedade. O produto não se confunde com indicador de programa (relação 
entre grandezas), pois não apura um resultado. O produto é o parâmetro mais 
representativo para o controle físico da ação, sendo que alterações apenas são 
possíveis mediante a revisão do plano; 
 
 Além do monitoramento geral (com periodicidade quadrimestral, trimestral ou 
bimestral) aplicável a todos os programas e ações da Administração Pública 
Municipal, é recomendável o gerenciamento intensivo dos projetos estratégicos do 
município. Deve ser um procedimento mensal, a partir da constituição de equipe 
para apoiar tecnicamente os gestores responsáveis, na programação e no 
acompanhamento das etapas em que os projetos se desdobram. Essa prática pode 
contribuir substancialmente, tendo como ponto central as reuniões gerencias nas 
quais a cúpula de governo se reúne para avaliar a situação dos projetos em curso, 
encaminhando a solução dos problemas verificados. Cabe salientar que o 
gerenciamento deve ser institucionalizado, ou na Lei Orgânica do município, ou no 
PPA e respectivo ciclo de gestão, para que tal inovação gerencial não se restrinja à 
iniciativa de um governo ou administração apenas; 
 
 Para operacionalizar o monitoramento periódico de programas e de ações, é 
aconselhável, no âmbito da lei que estabelece o PPA, a institucionalização de 
restrições orçamentárias aos órgãos/entidades inadimplentes com as informações 
de monitoramento, conforme calendário definido pela unidade central de 
planejamento e orçamento. Aconselha-se também publicar via Internet os dados da 
execução física e financeira das ações da Administração Pública Municipal. As 
restrições orçamentárias podem ser utilizadas, por exemplo, no bloqueio dos pleitos 
de créditos adicionais ou no bloqueio da aprovação de cotas orçamentárias 
(autorizações para empenho); 
 
 No processo de revisão anual do PPA, a equipe central responsável pela coordenação 
do ciclo de gestão do plano deve realizar uma etapa de análise prévia das 
características qualitativas e quantitativas dos programas e das ações. A partir disso, 
devem ser geradas recomendações a serem encaminhadas e debatidas com os 
servidores responsáveis, tornando cada vez mais consistente o planejamento 
expresso no PPA; 
 
 
43 
 Conforme a Constituição Federal de 1988, o PPA apresenta um período de vigência 
de 4 (quatro) anos, que se inicia no segundo ano do mandato do prefeito e se 
prolonga até o primeiro exercício do governo subsequente. Não há qualquer 
impedimento para a realização de um processo anual de revisão do plano. Esse 
procedimento contribui para conferir maior racionalidade ao processo alocativo 
anual que ocorre mediante a confecção do orçamento. A LOA passaria a ser 
elaborada tendo como base uma perspectiva contínua de planejamento de quatro 
anos. Como grande parte das ações são permanentes ou constituem projetos cuja 
execução transpõe os limites referentes aos mandatos, esse exercício renovado a 
cada revisão contribui para tornarem mais consistentes as metas fixadas pelos 
gestores; 
 
 Os indicadores não devem se confundir com as entregas realizadas no âmbito das 
ações do plano. É recomendável que a equipe central responsável pela coordenação 
da elaboração do PPA apresente como atribuição permanente o levantamento e o 
monitoramento de indicadores econômicos e sociais, se possível com a elaboração 
de algum caderno específico. Essa equipe, por ocasião da elaboração ou da revisão 
do Plano Plurianual, desenvolveria um trabalho ativo de auxílio aos gestores setoriais 
para o estabelecimento dos indicadores e dos índices esperados para os próximos 
exercícios; 
 
 Etapas e produtos do ciclo de gestão do PPA devem ser institucionalizados na lei que 
estabelece o PPA, para consolidar os processos de formulação, monitoramento, 
avaliação e revisão do plano. Do contrário, as rotinas referentes à execução 
orçamentária tendem a absorver todos os esforços das equipes de planejamento e 
orçamento, o que geralmente ocorre em detrimento das iniciativas relacionadas à 
gestão do PPA. É necessário a legitimação das várias fases de gestão do plano 
mediante a instituição de documentos a serem produzidos como resultado final de 
cada etapa. Os relatórios assim compostos seriam encaminhados não apenas ao 
Poder Legislativo, como também publicados na Internet, conferindo ampla 
transparência a todo o processo. 
 
 
44 
11. Dicas e Sugestões 
 
 
 
 
Tendo em vista facilitar a elaboração do Plano Plurianual (PPA), é possível elencar as seguintes 
dicas e sugestões básicas: 
 Constituição de uma equipe ou comissão especificamente destinada à coordenação global 
do processo de elaboração, monitoramento, avaliação e revisão do PPA no âmbito da 
Secretaria/Departamento de Planejamento ou Administração; 
 Designação de técnicos responsáveis pela coordenação do processo de gestão do plano no 
âmbito de cada órgão ou entidade da Administração

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