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Aulas - Direito Penal 4 - Ysaac - 6º Periodo (1)

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Direito Penal III
34
Título VIII
Dos crimes contra a incolumidade pública
Capitulo I
Dos Crimes de Perigo Comum
O que é incolumidade pública?
“... Compreende um complexo de bens relativos à vida, à integridade corporal, à saúde de todos e de cada um dos indivíduos que compõem a sociedade.” Mirabete 
“É o estado de preservação ou segurança em face de possíveis eventos lesivos. Refere-se tanto a pessoas, quanto a coisas.” Nelson Hungria citado por Rogério Greco
Crime de dano e de Perigo 
Crime de dano
“Consuma-se com a efetiva lesão a um bem juridicamente tutelado”. Nucci 
Crime de perigo 
“Consuma-se com a mera probabilidade de lesão a um bem juridicamente tutelado”. Nucci 
Classificação do crime de perigo 
Perigo concreto
“... Quando se faz necessária a comprovação de que o comportamento praticado trouxe, efetivamente, perigo para vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem.” Rogério Greco
Perigo abstrato
“... Dano presumido pela lei, que independe de prova no caso concreto”. Nucci 
Perigo comum
“Perigo dirigido contra um círculo, previamente incalculável de pessoas ou coisas não individualmente determinadas”. Nélson Hungria
Incêndio
Art. 250 – causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de 3 a 6 anos, e multa.
Qual o objeto jurídico tutelado?
A incolumidade pública 
Quais são os sujeitos do delito?
Sujeito ativo = qualquer pessoal
Sujeito passivo = o estado, bem como as pessoas que tiveram a sua vida, sua integridade física ou, mesmo, seu patrimônio exposto a perigo.
Qual o tipo penal objetivo?
Causar 
Qual o tipo penal subjetivo?
O dolo 
É possível a tentativa?
Art. 14 - diz-se o crime: 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
Parágrafo único - salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Opinião doutrinária
“A tentativa é perfeitamente possível, inclusive quando o fogo, por circunstâncias alheias à vontade do agente, não chega a comunicar-se à coisa visada ou a pôr em risco pessoas e coisas indeterminadas.” Mirabete 
“Admite-se, posto que a conduta de causar incêndio é plurissubsistente...”. Celso Delmanto
Decisões dos tribunais
Configuração de tentativa – TJRS: “incêndio. Tentativa. Configura-se a tentativa de incêndio se o réu, dolosamente, deu início ao fogo em local e condições que sabia propícias à propagação das chamas e conseqüentemente risco à incolumidade pública, resultado que só não ocorreu em virtude da rápida intervenção de terceiros”. (RJTJERGS 257/134)
TJSP: “a tentativa em crime de incêndio é admissível tanto na hipótese de o agente ser obstado de atear fogo no objeto visado, desde que iniciados os atos de execução, como na hipótese de o fogo ateado não expor a perigo a incolumidade pública graças á intervenção de terceiro”. (RT 605/302)
Existe tentativa nos atos preparatórios? 
Atos preparatórios: inexistência de tentativa – TJSP: “incêndio. Tentativa. Inocorrência. Acusado que, afirmando pretender incendiar o caminhão da vítima, se aproxima, sendo, no entanto, obstado a prosseguir na ação. Atos meramente preparatórios. Absolvição decretada. Inteligência dos arts. 250 e 12, II, vigente) do código penal. Se a intenção do réu de incendiar o veículo ficou nos atos meramente preparatórios, sendo obstado de prosseguir na sua ação, não se pode falar em tentativa”.
Aumento de pena 
§ 1º - as penas aumentam-se de um terço:
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio;
Art. 171 - obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 2º - nas mesmas penas incorre quem:
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro
Incêndio e não estelionato qualificado – TJSC: “a conduta dos agentes que, pretendendo receber prêmio de seguro de imóvel, incendiaram-no, dando causa à explosão que expôs a perigo a vida dos vizinhos, caracteriza a figura típica de incêndio qualificado, sendo que incabível á a desclassificação para o crime de estelionato, conduta que é absorvida por aquela”. (RT 842/635)
II - se o incêndio é:
Em casa habitada ou destinada a habitação;
Em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura;
Em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
Em estação ferroviária ou aeródromo;
Em estaleiro, fábrica ou oficina;
Em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
Em poço petrolífero ou galeria de mineração;
Em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
Incêndio culposo 
§ 2º - se culposo o incêndio, é pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Esse crime é de perigo ou de dano?
Perigo 
Perigo concreto ou abstrato
“Para a caracterização do crime de incêndio é indispensável, demonstração segura de que a vida, a integridade física ou o patrimônio de terceiros tenham sido colocados em perigo.” Cezar Bittencourt 
O artigo 173 do CPP determina:
Art. 173.  No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver começado o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação do fato. 
Explosão 
Art. 251 - expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa
Qual o objeto jurídico tutelado?
A incolumidade pública 
Quais são os sujeitos do delito?
Sujeito ativo = qualquer pessoal
Sujeito passivo = o estado, bem como as pessoas que tiveram a sua vida, sua integridade física ou, mesmo, seu patrimônio exposto a perigo.
Qual o tipo penal objetivo?
Expor 
Qual o tipo penal subjetivo?
O dolo 
Como ocorre a consumação?
“No momento em que a ação criminosa causa o perigo a coletividade” Rogério Sanches 
É possível a tentativa?
“... Por se tratar de conduta fracionável em todas as modalidades, é perfeitamente possível” Rogério Sanches 
Forma privilegiada
§ 1º - se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa
Obs.: pólvora e vapor d’água 
Aumento de pena
§ 2º - as penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do mesmo parágrafo.
§ 1º - as penas aumentam-se de um terço:
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio;
II - se o incêndio é:
Em casa habitada ou destinada a habitação;
Em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura;
Em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
Em estação ferroviária ou aeródromo;
Em estaleiro, fábrica ou oficina;
Em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
Em poço petrolífico ou galeria de mineração;
Em lavoura, pastagem, mata ou floresta 
Modalidade culposa 
§ 3º - no caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena é de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; nos demais casos, é de detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Esse crime é de perigo ou de dano?
Perigo 
Perigo concreto ou abstrato
“... Faz-se indispensável a produção de prova pericial, afim de se atestar, no caso de explosão, se tal situação colocou em perigoos bens juridicamente protegidos pelo tipo penal do art.251.” Rogério Greco 
É necessária a perícia se não ocorreu a explosão da dinamite ou substância análoga que foi arremessada ou colocada em determinado local?
O artigo 175 do CPP determina:
art. 175.  Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim de se ihes verificar a natureza e a eficiência. 
Decisão 
Quem solta foguetes, de fabricação não proibida, no interior do vestiário dos jogadores de futebol do clube adversário comete o crime em questão?
Contravenção e não crime de explosão – TJSP: 
“Contravenção penal. Provocação de tumulto. Exclusão das hipóteses previstas nos arts. 251, 132 e 129 do código penal. Acusados que soltam foguetes, de fabricação não proibida, no interior do vestiário dos jogadores de futebol do clube adversário. Ausente de lesão ou de exposição a perigo da integridade física dos circunstantes. Desclassificação operada. Inteligência do art. 40 a lei de contravenções penais. Pratica a infração do art. 40 da lei das contravenções penais, e não os delitos previstos nos arts. 129, 132 e 251 do código penal, quem dispara foguetes de fabricação não proibida no interior de vestiário em que se achavam os jogadores do time de futebol adversário, provocando tumulto em espetáculo público, sem, porém, ferir ou expor a perigo a integridade física daqueles ”. (RT 508/339)
Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941. 
Lei das contravenções penais 
Das contravenções referentes à paz pública 
Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso, em solenidade ou ato oficial, em assembléia ou espetáculo público, se o fato não constitui infração penal mais grave; 
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Uso de gás tóxico ou asfixiante
Art. 252 - expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
O que é gás? 
“Gás pode ser definido como sendo o estado da matéria que tem a característica de se expandir espontaneamente, ocupando a totalidade do recipiente que o contém”. Celso Delmanto
O que é gás tóxico? 
Gás tóxico é o fluído compressível que envenena “Nucci” 
O que é gás asfixiante? 
É o produto químico que provoca sufocação no organismo. “Nucci” 
Quais são os sujeitos do delito? 
Sujeito ativo = qualquer pessoal 
Sujeito passivo = além do estado é o titular de qualquer bem jurídico lesado ou posto em risco pela conduta do agente. 
Como ocorre a consumação?
“Quando instala-se a situação de perigo comum, quando após a utilização do gás tóxico ou asfixiante, houver a efetiva exposição de perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem” Rogério Greco 
Qual o objeto jurídico tutelado?
A incolumidade pública 
Qual o tipo penal subjetivo?
O dolo 
É possível a tentativa?
“É perfeitamente admissível, ante a possibilidade de fracionamento da conduta”. Rogério Sanches
“Tratando-se de crime plurissubsistente, torna-se possível o raciocínio correspondente à tentativa”. Rogério Greco
É crime de perigo concreto ou abstrato? 
Não basta o uso do gás tóxico (ou asfixiante), sendo necessária a comprovação da ocorrência de perigo concreto à coletividade. Rogério Sanches 
Decisões dos tribunais
Necessidade de comprovação da autoria – TACRSP
“Inquérito policial. Indiciamento de diretores de empresas pela emissão de gases tóxicos ou asfixiantes. Inexistência de indícios de que tais pessoas tenham causado tal emissão. Responsabilidade pela empresa que, por si só, não basta para que respondam por ato típico praticado no exercício das atividades desta... O princípio da responsabilidade subjetiva, base do direito penal moderno, determina que só deve responder pela prática de infração quem tenha agido com dolo ou culpa, em sentido estrito. Não basta que alguém seja sócio ou diretor de uma empresa para responder criminalmente os que lhe tenham dado causa, ainda que indiretamente, com dolo ou culpa”
Quem detona uma ampola de gás lacrimogêneo no interior de uma discoteca, comete o crime em questão?
Baixa toxidade: inexistência do crime – TJSP:
“Crime de perigo comum. Uso de gás tóxico ou asfixiante. Descaracterização. Acusado que detona ampola de gás lacrimogêneo no interior da discoteca. Baixa toxidade do produto. Inocorrência de perigo para as pessoas presentes...”
Modalidade culposa 
Parágrafo único - se o crime é culposo:
Pena - detenção, de três meses a um ano
“Comete crime culposo previsto no parágrafo único do art. 252 aquele que desconhecendo os efeitos do gás tóxico ou asfixiante, o usa devendo saber, pelas circunstâncias e por sua situação pessoal, de sua nocividade.” (Mirabete)
Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante 
Art. 253 - fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
Qual o objeto jurídico tutelado?
A incolumidade pública 
Qual o tipo penal subjetivo?
O dolo 
Qual o tipo penal objetivo?
“São várias as modalidades de conduta desse tipo misto alternativo.” (Mirabete)
Fabricar
Criar por qualquer processo (mecânico, químico, transformação, aperfeiçoamento, combinação etc.) 
Fornecer
Entregar a título gratuito ou oneroso 
Adquirir
É comprar, obter, conseguir 
Transportar
É conduzir, remover de um lugar para o outro 
Revogação parcial do art. 253
Lei 10.826/2003 que dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o sistema nacional de armas - SINARM, define crimes e dá outras providências
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
Comparação do art. 253 com a lei de porte de armas
Art. 253 - fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação:
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar
Como ocorre a consumação?
“O crime ocorrerá no momento que o agente fabricar, fornecer, adquirir ou transportar gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação” Rogério Sanches 
“Quando o agente, após praticar um dos comportamentos previstos pelo tipo penal, coloca, concretamente, em risco a incolumidade pública.” Rogério Greco 
É possível a tentativa? 
“Não admite tentativa, pois já é uma exceção, onde se punem os atos preparatórios do crime de explosão e do uso de gás tóxico ou asfixiante.” Nucci 
“É difícil a configuração da simples tentativa uma vez que a preparação do material destinado à fabricação do explosivo ou gás já configura a consumação. Possível, porém a tentativa de aquisição irregular da substância” Mirabete 
“A tentativa é de difícil configuração, embora teoricamente possível. De modo geral, a doutrina tem-se posicionado contra a possibilidade da ocorrência da figura tentada”. Cezar Bittencourt 
“Os autores são acordes em afirmar que neste crime é juridicamente inadmissível a tentativa, porque, tratando-se de atos preparatórios, a tentativa constituiria perigo remotíssimo”. Heleno Fragoso
Decisões dos tribunais
Armazenamento ilegal de fogosde artifício: crime caracterizado – TACRSP:
“O simples armazenamento para venda, sem licença da autoridade, de fogos de artifício caracteriza o ilícito penal do art. 253 do CP, pois trata-se de crime de perigo comum, a lei não aguarda a causação do resultado lesivo, antecipando-se a ele e sancionando a conduta do infrator mesmo nos atos preparatórios” (rt 771/611)
Inexistência de crime – TACRSP:
“... Agente que transporta busca-pés, devidamente embalados nas caixas em que são oferecidas ao comércio pelo fabricante. Inocorrência. Inocorre o crime do art. 253 do cp na conduta do agente que transporta busca-pés devidamente embalados nas caixas em que são oferecidas ao comércio pelo fabricante, uma vez que esse delito se configura com o transporte de substâncias explosivas em grande quantidade, como por exemplo, um caminhão de nitroglicerina, um vagão de pólvora, um navio carregado com granadas, de molde a que uma possível explosão provoque grandes estragos, tornando-se, assim, potencialmente perigoso para a segurança pública”. (JTACRIM 32/156)
A perícia é necessária?
“Deverá ser realizada prova pericial a fim de se concluir se o objeto que fora fabricado, fornecido, adquirido, estava sob a posse ou era transportado pelo agente sem a necessária licença da autoridade era, efetivamente, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante ou material destinado à sua fabricação” Rogério Greco
Inundação 
Art. 254 - causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa 
O que é inundação? 
“Inundação é a grande afluência de água, desviada de onde deveria permanecer natural ou artificialmente, provocando a submersão de um local não preparado ou designado a recebê-la.” (Rogério Sanches)
Como ocorre a consumação?
“Consuma-se o crime com a efetivação da inundação, desde que dela decorra perigo concreto”. Cezar Bittencourt
“Consuma-se o delito quando a invasão das águas já tomou proporções que concretizam a inundação, isto é, já expõem a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem. Dá-se a consumação, portanto, quando surge a situação de perigo.” Magalhães Noronha
“Consuma-se o crime com o perigo à vida, integridade física ou patrimônio de outrem, quando já está concretizada a inundação”. Mirabete
A tentativa é possível?
“A tentativa no crime de inundação pode corresponder materialmente ao crime de perigo de inundação consumado (como por exemplo, na forma de destruição de diques ou barragens). A diferença entre um e outro caso reside no elemento subjetivo, pois no perigo de inundação o agente não quer o alagamento, nem assume o risco de produzi-lo.” Heleno Fragoso
Perigo de inundação 
Art. 255 - remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa
Qual o tipo penal objetivo?
Segundo Mirabete, três são as modalidades de ações: 
Remover
É retirar, transferir, mudar de lugar, deslocar, afastar. 
Destruir
Significa eliminar, fazer desaparecer, fazendo-se com que a coisa perca a forma ou essência primitiva 
Inutilizar
É tornar inútil, inoperante o obstáculo ou a obra 
É preciso ocorrer a inundação para ocorrer a consumação?
“Consuma-se o delito com a criação do perigo coletivo, independentemente da ocorrência da inundação” Mirabete 
“Consuma-se o delito com a efetiva remoção, destruição ou inutilização de obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação que, no caso concreto, traga perigo a vida, a integridade física ou patrimônio de outrem.” Rogério Greco
Se a inundação ocorrer sem que o agente a tenha querido ou assumido o risco de provocá-la o que acontecerá com o mesmo?
“Se das manobras efetuadas para causar o perigo sobrevém a inundação, que, embora prevista, não era querida pelo agente, responderá ele pelo perigo de inundação em concurso formal com o crime de inundação na forma culposa”. Nelson Hungria
É possível a tentativa?
Para Delmanto e Mirabete é possível 
“É inadmissível, teoricamente, a tentativa”. Bittencourt 
Segundo Rogério Sanches e Nucci é inadmissível 
Desabamento ou desmoronamento 
Art. 256 - causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
O que é desabamento?
“Queda, total ou parcial, de construção”. Rogério Sanches
“É a queda de construções ou obras construídas pelo homem”. Mirabete
O que é desmoronamento?
“Derrocada, deslizamento, ainda que parcial do solo” Rogério Sanches
“Refere-se às partes do solo (desmoronamento de morro, pedreira etc.)”. Mirabete
Qual o bem jurídico tutelado?
A incolumidade pública 
Quais são os sujeitos do delito?
Sujeito ativo = qualquer pessoal
Sujeito passivo = o estado, bem como as pessoas que tiveram a sua vida, sua integridade física ou, mesmo, seu patrimônio exposto a perigo.
Qual o tipo objetivo?
Causar (dar causa, provocar, motivar) 
Qual o tipo penal subjetivo?
O dolo 
É possível a tentativa? 
“É perfeitamente possível, tendo em vista a possibilidade de se fracionar o Iter Criminis” Rogério Sanches
“É possível”. Delmanto
“É juridicamente possível”. Mirabete 
“Admite-se teoricamente”. Bittencourt 
“É admissível”. Rogério Greco
Quando ocorre a consumação? 
“... Com o desabamento ou desmoronamento, desde que cause perigo comum.” Rogério Sanches
“... Com a situação de perigo criada pelo desmoronamento ou desabamento.” Mirabete 
Modalidade culposa 
Parágrafo único - se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.
“Indispensável que se comprove a imperícia, imprudência ou negligência do agente” Mirabete 
Decisões dos tribunais
Existência de culpa: negligência
TAMG: “havendo comprovada omissão do engenheiro na obra a não adotar medidas mínimas de segurança na execução de serviços de aberturas de valas, sem o devido escoramento, caracterizada está a culpa na modalidade negligência, razão por que responde pelo resultado lesivo”. (RT 823/690)
A queda de materiais de uma construção pode configurar o desabamento?
Queda de materiais: inexistência de crime – TACRSP:
“Crime contra a incolumidade pública. Queda de madeira e certo líquido corrosivo utilizados em construção. Não caracterização . Os verbos desabar e desmoronar expressam um significado preciso, a envolver a idéia de enorme e pesada estrutura que vem abaixo, no seu todo ou em partes, de modo que a simples queda de materiais isolados não basta para configurar o delito do art. 256 do CP” (JTACRIM 76/142 e RT 582/345)
Ocorrendo um desabamento sem danos para a incolumidade pública, qual será a tipificação? Crime de desabamento ou contravenção penal? 
Das contravenções referentes à incolumidade pública 
Art. 29. Provocar o desabamento de construção ou, por erro no projeto ou na execução, dar-lhe causa: 
Pena – multa, de um a dez contos de réis, se o fato não constitui crime contra a incolumidade pública. 
Contravenção e não crime de desabamento ou desmoronamento culposo – STF
“Havendo erro na execução de projeto de demolição de edifício, ocorrendo desabamento sem danos pessoais, caracteriza-se a contravenção do art. 29, e não do delito d e desabamento ou desmoronamento culposo”
Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento 
Art. 257 - subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
Doutrina
“É pressuposto para ocorrência do delitoque esteja em andamento, por ocasião da conduta, incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade”. Rogério Sanches
“É indispensável que o instrumento seja especificamente voltado ao combate a perigo, à prestação de socorro ou ao salvamento ou manifestamente adequado ao serviço de debelarão do perigo ou de salvamento, como bombas de incêndio, alarmes, extintores, salva vidas, escadas de emergência, medicamentos etc.” Nucci
Quais são os sujeitos do delito?
Sujeito ativo = qualquer pessoal
Sujeito passivo = “será a coletividade, bem como, secundariamente, eventuais atingidos pela conduta delituosa.” Rogério Sanches 
Como ocorre a consumação?
“Quanto à primeira parte do art. 257 a consumação ocorre com a subtração, ocultação ou inutilização do aparelho, material ou outro meio, mesmo que não frustre o salvamento ou socorro. Quanto a segunda parte, a consumação ocorre com a situação de impedimento ou dificuldade de prestação do serviço.” Mirabete 
Qual o bem jurídico tutelado?
A incolumidade pública
Qual o tipo penal subjetivo?
“O delito somente pode ser praticado dolosamente, não havendo previsão para modalidade de natureza culposa” Rogério Greco
É possível a tentativa?
“Admite-se na forma plurissubisistente” Nucci 
“Admite-se a tentativa”. Rogério Greco
É crime de perigo concreto ou abstrato?
“É de perigo abstrato, não se exigindo a demonstração do risco para a incolumidade pública decorrente da conduta do agente.” Mirabete 
Difusão de doença ou praga
Art. 259 - difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou animais de utilidade econômica:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Qual a diferença entre doença e praga?
“Doença, no sentido previsto pelo tipo penal, é o processo patológico que provoca a morte, destruição ou deterioração de plantas e animais (febre aftosa, raiva, peste suína etc.). A praga é um mal que não representa o processo e o desenvolvimento mórbido da doença mas traduz antes um surto maléfico e transeunte, semelhante à epidemia”. Nucci
“Doença é moléstia ou enfermidade; praga é a moléstia que ataca plantas e animais. A doença pode ser localizada e mais restritamente difundida, enquanto que a praga é generalizada e largamente espalhada”. Nucci
Quais são os sujeitos do delito?
Sujeito ativo = qualquer pessoal 
Sujeito passivo = “é o estado e também o dono dos bens atingidos pela doença ou praga, ou que forem por elas efetivamente colocados em risco.” Mirabete 
Como ocorre a consumação?
“... Quando há efetiva difusão ou propagação da doença ou praga, desde que possa causar perigo para floresta, plantação ou animais”. Mirabete 
É crime de perigo concreto ou abstrato?
“Desnecessário que haja perigo concreto, bastando que a doença ou praga possa causar dano.” Mirabete 
“Entendemos ser de perigo concreto a infração penal em análise, devendo, no caso concreto, ser demonstrado, efetivamente, que a incolumidade pública foi exposta a perigo em virtude do comportamento levado a efeito pelo agente.” Rogério Greco 
Qual o bem jurídico tutelado?
A incolumidade pública
Qual o tipo penal subjetivo?
O dolo
É possível a tentativa?
“É possível a tentativa, como ocorre na hipótese do agente empregar meio idôneo à difusão mas não a conseguir.” Mirabete
“Admite-se, na forma plurissubsistente”. Nucci
Modalidade culposa 
Parágrafo único - no caso de culpa, a pena é de detenção, de um a seis meses, ou multa.
Revogação tácita do art. 259 
Lei 9.605/98 dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Crimes qualificados pelo resultado
Incêndio art. 250
Explosão art. 251
Uso de gás tóxico ou asfixiante art. 252
Fabrico, fornecimento, aquisição, posse ou transporte de explosivos ou gás asfixiante art. 253
Inundação art. 254
Perigo de inundação art. 255
Desabamento ou desmoronamento art. 256
Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento art. 257 
Art. 258 - se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
Decisões dos tribunais
Comete o delito previsto no art. 250, § 2º, c/c o art. 258, 2ª parte, do cp, o agente, que, agindo com imprudência, provoca explosão ao inserir óleo diesel em lamparina ainda acesa, permitindo, assim, que o fogo se alastre pela residência da vítima, causando a morte de uma pessoa. Condenação mantida. (TJRS, ap. Crim. 70019171529, 4ª Câm. Crim., rel. Constantino Lisboa de Azevedo, j. 24/05/2007)
Capítulo II
Dos Crimes Contra a
Segurança dos Meios de Comunicação
e Transporte e outros Serviços Públicos
Perigo de desastre ferroviário 
Art. 260 - impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:
Qual o tipo penal objetivo?
“Impedir = opor-se, obstruir, atravancar, tornar impossível”. Mirabete
“Perturbar = atrapalhar, alterar, desorganizar, desarranjar, tornar difícil” Mirabete
O que é estrada de ferro?
§ 3º - para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo
Art. 260 - impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:
I – destruindo (tornar inútil), danificando (causar avaria) ou desarranjando (“desmontar, retirar peças indispensáveis ao funcionamento ou emprego útil da coisa.” Mirabete), total ou parcialmente, linha férrea, material rodante ou de tração, obra de - arte ou instalação;
O que é material rodante?
“São os veículos ferroviários, que compreendem os de tração como as locomotivas, e os rebocados, como carro de passageiros e vagões de carga” Nucci 
“Que circula pela linha férrea, com vagões” Rogério Sanches
O que é material de tração?
“É o veículo ferroviário que serve de tração para os demais” Nucci 
“É o que conduz, impulsiona os vagões, carros etc., como as locomotivas, carros-motores” Mirabete 
O que é obra de arte?
“Compreendem as construções para a passagem dos veículos (túneis, pontes, aterros etc.)”. Mirabete
“São estruturas que se repetem ao longo de uma estrada ou linha férrea, tais como pontes, viadutos, túneis, muros de arrimo e outros” Nucci 
O que é instalação?
“É o conjunto de aparelhos que possui certa utilidade. Ex: sinais de linha férrea, cabos, cancelas, entre outros” Nucci 
“Destinado ao auxílio à prestação do serviço ferroviário, como prédios, cabines, chave de desvio, sinalizações etc.” Rogério Sanches 
II - colocando obstáculo (“É a barreira ou impedimento, que pode ser de qualquer espécie” Nucci) na linha;
III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou interrompendo ou embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia 
Transmitir 
Enviar ou mandar de um lugar a outro
Interromper
Provocar a suspensão da continuidade de alguém coisa
Embaraçar 
Causar impedimento ou perturbar 
Radiotelegrafia 
“É a telegrafia sem fio, por ondas eletromagnéticas” Nucci
IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
O surf ferroviário pode fazer parte do delito previsto no inciso IV?
Surf ferroviário: inexistência de crime – TJRJ: “(...) Não comete o delito previsto no art. 260, IV, do CP o agente que pratica o chamado ‘surf ferroviário’, ao viajar sobre a composição do trem, pois não se pode vislumbrar em quem realiza tal conduta outra intenção que não a de expor a perigo a própria vida, faltando, portanto, o elemento subjetivo do tipo, consistente na vontade livre e consciente de criar situaçãoconcreta de perigo de desastre ferroviário”
TJRJ: “o crime contra a incolumidade pública, previsto no art. 260 do CP, exige, para sua configuração, a existência de perigo concreto, ou seja, mais do que a simples possibilidade da ocorrência de dano, exige a verdadeira probabilidade da ocorrência de desastre ferroviário. Assim, não comete o crime de perigo de desastre ferroviário, em face da atipicidade da conduta, o agente que pratica o chamado ‘surf ferroviário’, pois o simples fato de viajar sobre o teto da composição férrea significa perigo direto e iminente apenas para ele próprio e não para os demais passageiros”.
A conduta pode se basear em omissão?
“Responde por omissão o ferroviário encarregado de fornecer ou transmitir aviso sobre desmoronamento, passagem de um trem etc. Que não se desincumbe do dever de agir”. Mirabete 
Ocorre crime de perigo de desastre se uma pessoa que passa pelos trilhos é atropelada por um trem?
“... Não há que se falar em desastre ferroviário se o risco é de pessoas estranhas ao transporte ferroviário, como ocorre por exemplo, no atropelamento daquele que atravessa os trilhos da estrada de ferro e é colhido pelo trem” Mirabete 
É possível a tentativa?
“Admite-se” Nucci e Delmanto
“Admite-se em tese” Bittencourt 
“É admissível” Mirabete 
“É possível desde que na forma comissiva” Rogério Sanches
Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo
Art. 261 - expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos
Quais são os sujeitos do delito?
Sujeito ativo = qualquer pessoa 
Sujeito passivo = é a coletividade, o estado e, no caso de sinistro, também os titulares dos bens jurídicos ofendidos. 
Qual o objeto jurídico tutelado?
“A incolumidade pública, agora no que diz respeito ao transporte marítimo fluvial e aéreo”. Rogério Sanches 
Qual o tipo penal subjetivo?
O dolo 
Qual o tipo penal objetivo?
Expor, impedir ou dificultar 
É possível a tentativa?
“É admissível, vez que se trata de crime plurissibsistente” Rogério Sanches
“Tratando-se de crime plurissubsistente, no qual se pode verificar o fracionamento do iter criminis, será possível o raciocínio relativo à tentativa.” Rogério Greco 
Como ocorre a consumação?
“... No momento em que se verifica a criação do perigo ao regular funcionamento do transporte marítimo, fluvial ou aéreo” Rogério Sanches
“... Quando o agente, após praticar qualquer dos comportamentos previstos pelo tipo do art. 261 do CP, coloca, efetivamente, em perigo a incolumidade pública...” Rogério Greco 
É crime de perigo concreto ou abstrato?
“É delito de perigo concreto, exigindo-se um risco efetivo de dano (perigo de naufrágio, encalhe, queda etc.) Mirabete
Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo 
§ 1º - se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda ou destruição de aeronave:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Prática do crime com o fim de lucro 
§ 2º - aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com intuito de obter vantagem econômica, para si ou para outrem
Modalidade culposa 
§ 3º - no caso de culpa, se ocorre o sinistro:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos
Atentado contra a segurança de outro meio de transporte 
Art. 262 - expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento:
Pena - detenção, de um a dois anos.
Quais são os sujeitos do delito?
Sujeito ativo = qualquer pessoa 
Sujeito passivo = “... será a coletividade e em caso de desastre, os lesados pelo comportamento criminoso.” Rogério Sanches 
Qual o objeto jurídico tutelado?
“A incolumidade pública, destacando-se a segurança de outro meio de transporte que não seja ferroviário, marítimo, fluvial ou aéreo”. Rogério Greco 
Qual o tipo penal subjetivo?
O dolo 
Qual o tipo penal objetivo? 
Expor, impedir ou dificultar 
É possível a tentativa?
“É admissível” Damásio
“Tendo em vista tratar-se de crime plurissubsistente, é possível a tentativa”. Rogério Sanches 
Como ocorre a consumação?
“Com a ocorrência de perigo à coletividade.” Damásio
“Quando se instala o perigo coletivo, concreto” Mirabete 
Decisões
Exigência de comprovação do dolo – TACRSP: “atentado contra a segurança de transporte. Delito não caracterizado. Acusado que esvazia os pneus do ônibus. Ausência, porém, de perigo. Absolvição mantida. Voto vencido. Inteligência do art. 262 do cp. O delito do art. 262 do CP atenta contra o bem jurídico, segurança dos meios de transporte, razão pela qual o elemento subjetivo deve ficar incontrastavelmente provado, relativamente a tal finalidade”
Existência do crime – TJDF: “pratica o delito do art. 262 do CP quem, sem solicitação do respectivo proprietário, se apossa da direção de veículo coletivo e o conduz imprudentemente, a ponto de causar abalroamento” 
TACRSP: “o art. 262 do CP tutela a incolumidade pública e especialmente os meios de transporte. Expõe a perigo por meio de transporte quem, de forma rudimentar e caseira, adapta seu veículo a glp. Havendo na adaptação feita ‘pequenos vazamentos’ de gás no interior do veículo (perigo real) é o que basta para tipificar o crime do art. 262 do CP pois, porventura ocorrendo explosão, o crime é outro mais grave”
§ 1º - se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º - no caso de culpa, se ocorre desastre:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Forma qualificada
Art. 263 - se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.
Arremesso de projétil
Art. 264 - arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte público por terra, por água ou pelo ar:
Pena - detenção, de um a seis meses.
Projétil - “... qualquer objeto capaz de causar dano.” Rogério Greco
Em movimento - “somente não se configura o tipo penal do art. 264 quando o veículo estiver estacionado.” Nucci
Transporte Público - “..aquele que se destina ao serviço de número indeterminado de pessoas. Mirabete”
“..transporte coletivo, ficando afastados, nesse caso, os veículos particulares.” Rogério Greco
Qual o momento consumativo? 
“Ocorre com o lançamento do projétil ao veículo em movimento, ainda que não o consiga atingir” Damásio
A tentativa é possível? 
“Inadmissível” Damásio, Delmanto e Luiz Regis Prado 
“Possível” segundo Nucci e Mirabete 
“Admissível” Rogério Greco
Parágrafo único - se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço
Capitulo III
Dos crimes contra a saúde pública
Epidemia
Art. 267. Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos.
Quais são os sujeitos do crime?
Quem está com epidemia pode ser o sujeito ativo do crime?
“Pode praticar o crime em exame qualquer pessoa, mesmo aquele que padece da doença ou mal. sujeito passivo é a coletividade, já que se trata de crime contra a incolumidade pública, mas também aqueles que forem individualmente atingidos.” Mirabete
Qual o tipo objetivo?
O que é propagar? difundir, espalhar, estender, multiplicar, proliferar, disseminar.
Germe patogênico? “é todo o microorganismo unicelular (vírus, bacilo e protozoário) capaz de produzir moléstias infecciosas”. Mirabete
O que é epidemia?
“Surto de uma doença transitória, que ataca simultaneamente número indeterminado de indivíduos em certa localidade” Rogério Sanches
“Não é qualquer moléstia infecciosa e contagiosa, mas somente aquela suscetível de difundir-se na população, pela fácil propagação de seus germes, de modo a atingir, ao mesmo tempo, grande numero de pessoas, com caráter extraordinário”. Heleno Fragoso
Tipos de epidemias
Varíola, febretifóide, febre amarela, tracoma, difteria, encefalite, meningite, sarampo, poliomielite, gripe etc.
Qual o tipo subjetivo?
“É o dolo, consistente na vontade consciente de causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos” Rogério Sanches
Como se dá a consumação? 
“Somente se consuma com a ocorrência da epidemia, ou seja, quando várias pessoas forem contaminadas em razão da conduta do agente” Rogério Sanches
“... quando o agente vem a causar a epidemia mediante a propagação de germes patogênicos gerando efetivamente, perigo à incolumidade pública” Rogério Greco
A tentativa é possível?
“Admite-se, em tese, a tentativa, uma vez que a ação incriminadora inicia-se com a propagação dos germes patogênicos, que pode ou não levar à propagação da epidemia”. Bittencourt 
“Tratando-se de delito de natureza plurissubsistente, torna-se possível o raciocínio relativo à tentativa.” Rogério Greco
Art. 267 - causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos:
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (redação dada pela lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
§ 1º - se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.
“A lei 8.072/90, em seu art. 1º, vii, rotula a epidemia com resultado morte como delito hediondo, sofrendo o agente todas as conseqüências previstas no art. 2º do mesmo diploma” Rogério Sanches
§ 2º - no caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos.
Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal
Art. 270 - envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo:
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (redação dada pela lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
“A primeira parte do caput do art. 270 foi derrogada, implicitamente, pelo art. 54 da lei 9.605/1998” Luiz Regis Prado
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. 
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. 
Da poluição e outros crimes ambientais
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º se o crime:
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;
III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade
Pena - reclusão, de um a cinco anos
Qual o tipo objetivo?
“A conduta criminosa consiste em envenenar (adicionar veneno) substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo” Rogério Sanches
O que é veneno?
“Toda substância orgânica ou inorgânica, que provoca uma intoxicação no organismo, seja seu efeito imediato ou não” Mirabete
Todo veneno é mortal?
“Veneno é a substância, manipulada ou natural, que por reação química é capaz de intoxicar o organismo humano, destruindo ou desequilibrando suas funções vitais (não necessariamente mortal).” Rogério Sanches
Quando a água é considerada potável?
“... é aquela própria para consumo do homem.” Rogério Greco
Art. 270 - envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou 
substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo:
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (redação dada pela lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
Substância alimentícia: “podendo ser líquida ou sólida desde que se destine a alimentação humana.” R. Sanches
Medicinal: “destinada ao uso interno ou externo para cura, tratamento ou prevenção de moléstias.” Rogério Sanches
Destinada a consumo de quantas pessoas? 
“Número indeterminado de pessoas.” Rogério Greco
O que acontece se for entregue a consumo a pessoa determinada? 
“O fato poderá se configurar no delito tipificado no art. 132 do CP.” 
Rogério Greco
Qual o tipo subjetivo?
“O dolo é a vontade de envenenar as substâncias mencionadas” Mirabete
Como ocorre a consumação?
Consumação do crime – TASP “o delito do art. 270 do CP se consuma no instante em que a substância alimentícia se torna envenenada, não havendo dúvida quanto a sua destinação (RT 292/474)” 
“No momento em que se verifica o envenenamento da substância em condição de ser consumida...” Rogério Sanches
“... após o envenenamento da água potável, de uso comum ou particular, ou de substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo, o agente cria, efetivamente, uma situação de perigo a um número indeterminado de pessoas, colocando em risco, portanto, a incolumidade pública.” Rogério Greco
A tentativa é possível?
“É possível quando o agente não consegue o envenenamento ou quando a substância não chega a ser exposta ao consumo por pessoas indeterminadas” Mirabete
“Tratando-se de crime plurissubsistente, no qual se pode fracionar o iter criminis, torna-se possível o raciocínio relativo à tentativa.” Rogério Greco
É crime de perigo abstrato ou concreto?
“Abstrato” Rogério Sanches
“Concreto (embora haja divergência doutrinária nesse sentido, pois que se tem entendido, majoritariamente, tratar-se de um crime de perigo abstrato, presumido).” Rogério Greco
Art. 270 - envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo:
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (redação dada pela lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
§ 1º - está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a substância envenenada. 
Modalidade culposa 
§ 2º - se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Desclassificação pela pequena porção – TJSP: “se a água em que adicionada a formicida era corrente e o veneno de pequena porção, que não foi sequer acusado pelo exame toxicológico, desclassifica-se para culposo o delito previsto no art. 270 do CP (RT 300/123)”
Medicamento em desacordo com receita médica 
Art. 280 - fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa.
Modalidade culposa 
Parágrafo único - se o crime é culposo:
Pena - detenção, de dois meses a um ano
Fornecer: “vender ministrar, ceder, ainda que gratuitamente”
Substância medicinal: “destinada ao tratamento ou à cura de doentes, interna ou externamente”
Qual o tipo subjetivo? 
a. O dolo 
Como ocorre a consumação?
 “Com a entrega do medicamento (momento gerador do perigo) independentemente do uso pelo adquirente” Sanches
É possível a tentativa?
 “É perfeitamente possível” Sanches
Quais os sujeitos do crime?
Sujeito ativo - “o crime do art. 280 é especial, isto é, só pode ser cometido por determinadas pessoas. primeiramente, o farmacêutico que é quem fornece, em regra, a substância medicamentosa. tanto pode ser o formado como o prático, devidamente autorizado. não se excluem outras pessoas que vendem tais ou quais substâncias médicas (inclusive o herbanário).” Noronha
Herbanário é parte integrante da bruxaria e da magia natural, as ervas encontram destaque de suas propriedades mágicas, sendo especificada para o uso de amor, prosperidade, etc., ou seja, nesta ciência são estudadas as propriedades mágicas das ervas e a sua conexão com as energias que as pessoas querem atrair para sua vida.
“Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do delito de medicamento em desacordo com receita médica, não exigindo o tipo em estudo nenhuma qualidade ou condição especial. trata-se, portanto de crime comum, embora tal posição não seja pacificada na doutrina”. Rogério Greco
“Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, e não apenas o farmacêutico, mas toda e qualquer pessoa que fornecer, de qualquer modo, substância medicinal em desacordo com a receita médica (balconista, prático etc.” Bittencourt 
Sujeito passivo: “É a sociedade, bem como, mais especificamenteaquele a quem é entregue a substância em desacordo com a receita”. R. Greco
Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica
Art. 282 - exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Tipo objetivo: 
Exercer
Quais os sujeitos ativos do crime?
Na análise do assunto, devemos dividir o tipo em duas partes: 
Exercício sem autorização legal: qualquer pessoa
Excedendo-lhes os limites da autorização legal: somente médico, dentista ou farmacêutico
Qual o tipo subjetivo? 
O dolo
Como se dá a consumação?
“Consuma-se com a prática reiterada (habitual) de atos inerentes a profissão sem que haja autorização legal ou mediante excesso” Rogério Sanches
“Crime cuja consumação somente se dá a partir da reiteração de ações, impossível de se determinar no tempo com precisão, de modo que somente a colheita da prova poderá estabelecer a tipicidade ou não da conduta.” Nucci
TARS: “comete o delito do exercício ilegal da medicina quem se faz passar por ‘doutor’ , sem ter concluído qualquer curso universitário, mantendo consultório, expedindo receitas e divulgando avisos pelo rádio sobre os dias em que iria clinicar no interior do município” (RT 451/467) 
Exercício ilegal da arte dentária: crime caracterizado –TJGO: 
“Se o agente exerce a arte dentária sem autorização legal e com habitualidade, caracterizado está o delito do art. 282 do CP, mesmo que a tenha praticado por mais de duas décadas, sem ser reprimido pelas autoridades estatais, e que os serviços prestados tenham sido eficientes, pois por se tratar de crime de perigo abstrato, coloca em risco toda a coletividade”. 
TACRSP – “para a configuração do exercício ilegal da arte farmacêutica, faz-se mister que o agente pratique, em caráter habitual, atos privativos da profissão. simples venda de medicamentos produzidos por laboratórios, de especialidades farmacêuticas, de produtos químicos galênicos ou biológicos ou mera aplicação de injeções, não bastam à tipificação do delito.” (JTACRIM 30/191. 
Charlatanismo 
Art. 283 - inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Inculcar: “recomendar, influenciar ou sugerir”
Anunciar: “divulgar ou noticiar”
Qual o objeto jurídico protegido?
“Protege-se, desse modo, a incolumidade pública (no que tange à saúde coletiva), bem como à boa fé daqueles que devem se submeter a algum tipo de tratamento.” Rogério Sanches
 
Quais são os sujeitos do crime?
Qual o tipo subjetivo? 
Dolo
Como ocorre a consumação?
“O crime consuma-se com um ato só: inculcar ou anunciar, independentemente do fato de ser alguém ludibriado pela ação criminosa.” Rogério Sanches
É possível a tentativa? 
Perfeitamente
Curandeirismo
Art. 284 - exercer o curandeirismo:
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;
Exercer: “significa desempenhar uma atividade com habitualidade” Nucci 
Curandeirismo: “é a atividade desempregada pela pessoa que promove curas sem qualquer título ou habilitação para tanto, fazendo-o, geralmente, por meio de reza ou magia” Nucci 
Qualquer substância: ou seja, não somente as com fins medicinais
Prescrever: receitar
Ministrar: fornecer
Aplicar: empregar
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
“A constituição federal assegura a inviolabilidade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos (art. 5º, VI). assim, não se pode considerar curandeirismo a conduta daqueles que, crendo na ação de espíritos, fazem gestos com as mãos, nomeados passes, para a cura de males físicos ou psíquicos de alguém, que, por sua vez, acredita no mesmo. assim ambas as partes envolvidas estão vinculadas a uma religião, no caso o espiritismo, bem como a um culto (práticas consagradas para exteriorização de uma religião ou crença. no mesmo patamar estão outras religiões que empregam gestos palavras e outros meios para curar os males dos seus adeptos, invocando o nome de espíritos ou de ícones da sua crença, como Jesus cristo, a fim de exercitarem e colocarem em prática a sua liturgia.” Nucci
III - fazendo diagnósticos: “a apresentação de diagnóstico é privativa do médico e se realizada por indivíduo não habilitado, configura crime.”
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa.
Como ocorre a consumação?
“Para que se verifique o delito de curandeirismo, a habitualidade é imprescindível, já que a ação nuclear típica exige a prática reiterada de atos”
Como diferenciar o curandeirismo do exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica e do charlatanismo? 
“Enquanto o exercente ilegal da medicina tem conhecimentos médicos, embora não esteja devidamente habilitado para praticar a arte de curar, e o charlatão pode ser o próprio médico que abstarda a sua profissão com falsas promessas de cura, o curandeiro (carimbamba, mezinho, raizeiro) é o ignorante chapado, sem elementares conhecimentos de medicina, que se arvora em debelador dos males corpóreos.” nelson Hungria
Titulo IX
Dos Crimes contra a Paz Pública
 
Dos crimes contra a paz pública 
Incitação ao crime 
Art. 286 - incitar, publicamente, a prática de crime: 
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa
Qual o objeto jurídico protegido? 
“É a paz pública, ou seja, o sentimento de tranqüilidade e segurança imprescindível à convivência social.” Mirabete
É crime de perigo abstrato ou concreto?
Abstrato: “não havendo, portanto, necessidade de demonstração da situação de risco corrida pelo bem juridicamente protegido”
Quais os sujeitos do crime?
Ativo: qualquer pessoa
Passivo: a coletividade
Qual o tipo objetivo?
Incitar
Qual o significado?
Induzir, instigar, provocar, excitar, estimular
Qual o tipo subjetivo?
“O dolo é a vontade de incitar, ou seja, de instigar a prática de crime, tendo o agente ciência de que está dirigindo-se a número indeterminado de pessoas” Mirabete
Art. 286 - incitar, publicamente, a prática de crime: 
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa
Publicamente: “tudo aquilo que é dirigido ao público é aberto a qualquer pessoa, ao povo em geral, e é percebido por número indeterminado de pessoas.” Rúbia Girão
“A publicidade é constituída também pelo lugar, o momento e outras circunstâncias que tornam possível a audição, por indeterminado número de indivíduos, do incitamento ao delito” Magalhães Noronha 
A incitação deverá ser dirigida a um número indeterminado de pessoas? 
“É indiferente que o incitamento se dirija in incertam personam ou a pessoa determinada, contanto que percebido ou perceptível por indefinido número de pessoas.” Rogério Greco
Jurisprudência
Incitação ao crime: caracterização – TJDF:
“Incitação ao crime – caracterização – agente que publicamente, incita moradores a desobedecerem ordem legal de desocupação de imóvel objeto de invasão, incentivando-os a agredirem os policiais mediante o uso de paus e pedras, de molde a impedir que os agentes públicos executassem o ato – inteligência do art. 286 do cp.”
TACRSP: “incitação ao crime. Configuração, em tese. Prefeito municipal que, publicamente, exorta posseiros a desobedecerem ordem judicial, consistente na medição perimétrica de imóvel que detém. Habeas corpus denegado ”
Exigência de publicidade – TACRSP: “é mister que a incitação se faça perante certo número de pessoas; sem o que se poderá falar em perturbação da paz pública, em alarma social.” (JTACRIM 84/221)
Como ocorre a consumação?
“O delito se consuma quando o agente, incitando publicamente a prática de crime, coloca, efetivamente, em risco a paz pública, criando uma sensação de instabilidade social, de medo, de insegurança no corpo social.” Rogério Greco“Consuma-se o crime coma simples incitação, com a instigação pública. É indispensável, porém, que um número indeterminado de pessoas tome conhecimento da incitação, ainda que seja dirigida a pessoas determinadas.” Mirabete
“A consumação ocorre com a incitação dirigida a número indeterminado de pessoas, independentemente da prática do crime incitado (perigo abstrato)” Rogério Sanches
O que acontece com o agente se o crime incitado por ele for praticado?
“O instigado poderá (se comprovado o nexo causal) responder também por ele,em concurso material (art. 69 do CP).” Rogério Sanches
“Se o destinatário da instigação for único e efetivamente cometer o crime, pode o autor da incitação ser considerado partícipe (art. 29 do CP). Nessa hipótese, o crime de perigo (art. 286) é absorvido pelo crime de dano cometido. Entretanto, se forem vários os destinatários da incitação e apenas um deles cometer o crime, haverá concurso formal, isto é, o gente da incitação responde pelo delito do art. 286 e também pelo crime cometido pela pessoa que praticou a infração estimulada.” Nucci
É possível a tentativa?
“Dependendo do meio utilizado pelo agente para incitar publicamente a prática de crime, será possível ou não o reconhecimento da tentativa.” Rogério Greco
“A tentativa é admissível, desde que não se trate de incitação oral” Rogério Sanches e Mirabete
Apologia de crime ou criminoso
Art. 287 - fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa. 
O que significa fazer apologia?
“... É elogiar, louvar, enaltecer, gabar, exaltar, defender.” Mirabete
“Conseqüentemente é elogiar , enaltecer, exaltar o crime ou delinqüente, de modo que constitui um incitamento implícito a prática do delito. É mister que o agente elogie o crime em si, ou o criminoso como tal, ou noutras palavras, aplauda o fato vedado pela lei ou seu autor.” Magalhães Noronha
De fato criminoso: “neste tipo penal, utiliza-se a expressão como sinônimo de crime, não se considerando a contravenção penal” Nucci 
“Para que se configure o delito em estudo, o fato sobre o qual o agente faz apologia deve ser classificado como um delito, não se podendo cogitar da mencionada infração penal quando o agente, por exemplo, enaltecer a prática de uma contravenção penal.” Rogério Greco
Jurisprudência
Apologia de contravenção: inexistência de crime – STJ: “apologia de crime ou criminoso. Contravenção penal. Paz pública. A denúncia deve descrever a infração penal, com todas as suas circunstâncias. No caso do art. 287 do CP, indicar a conduta que elogia ou incentiva ‘fato criminoso’ ou ‘autor de crime. A apologia de contravenção penal não satisfaz elemento constitutivo desse delito.”
Quais os sujeitos do crime?
Ativo: qualquer pessoa
Passivo: a coletividade
Qual o tipo objetivo?
Fazer apologia
Qual o tipo subjetivo
“O dolo é a vontade de fazer a apologia incriminada. É indispensável que o agente tenha ciência de que está dirigindo-se a número indeterminado de pessoas, embora dirigí-la diretamente a pessoas certas” Mirabete
Como ocorre a consumação?
“O delito se consuma quando o agente, levando a efeito a apologia de crime ou criminoso, coloca, efetivamente, em risco a paz pública, criando uma sensação de instabilidade social, de medo, de insegurança no corpo social.” Rogério Greco
“Consuma-se o crime com a apologia, independentemente da efetiva perturbação da ordem pública (perigo abstrato)” Rogério Sanches
É possível a tentativa?
“A tentativa é possível, como no delito de incitação ao crime, quando não e trata de apologia oral” Mirabete 
“Admite-se na forma plurissubsistente” Nucci 
Quadrilha ou bando
Art. 288 - associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, 
para o fim de cometer crimes:
Pena - reclusão, de um a três anos. (vide lei 8.072, de 25.7.1990) 
Quais os sujeitos do crime?
Ativo: qualquer pessoa
Passivo: a sociedade
Qual o tipo objetivo?
Associar-se
O que é associar-se?
“Reunião não eventual de pessoas, com caráter relativamente duradouro” Rogério Greco
Qual o tipo subjetivo
“O dolo. Exige-se elemento subjetivo específico, consistente na finalidade de cometer crimes” Nucci 
Parágrafo único - a pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado. 
Quantos membros devem portar armas para configurar o aumento da pena?
“Não há necessidade, ainda, de que todos os elementos que integram a quadrilha estejam armados para aplicação da majorante, bastando que apenas um deles se encontre nessa condição, para que todos tenham sua pena especialmente agravada.” Rogério Greco
“Parece-nos possível configurar a causa de aumento quando apenas um dos membros da quadrilha está armado.” Nucci 
“E mais, cremos ser indispensável que o porte das armas se faça de modo ostensivo, o que gera maior intranqüilidade e conturbação”. Nucci 
Armado: “como o tipo penal não estabelece qualquer restrição, entende-se ser possível configurar a causa de aumento tanto a arma própria como a imprópria” Nucci 
Arma própria: instrumento utilizado extraordinariamente como arma, embora sem ter essa finalidade, como ocorre com a faca de cozinha, pedaços de pau, entre outros
Arma imprópria: instrumento destinado a servir de arma, como armas de fogo, punhais, espadas.
Como ocorre a consumação?
“O delito se consuma no momento em que ocorre a associação criminosa, não havendo necessidade de ser praticado qualquer crime em virtude do qual a associação foi formada.” Rogério Greco
“O momento consumativo do crime é o momento associativo, pois com este já se apresenta um perigo suficientemente grave para alarmar o público ou conturbar a paz ou tranqüilidade de ânimo da convivência social.” Nelson Hungria
É possível a tentativa?
“Não admite tentativa em razão da estabilidade e permanência requeridas” Nucci 
“A tentativa é inadmissível, pois os atos praticados com a finalidade de formar a quadrilha (anteriores á execução – formação) são meramente preparatórios” Mirabete 
Moeda Falsa 
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro:
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
Qual o tipo objetivo?
Falsificar
Qual o tipo subjetivo
O dolo
Qual o significado de falsificar?
“Imitar o que é verdadeiro, tornando-o parecido” Rogério Greco
A lei estabelece duas modalidades de falsificação
1ª - Fabricação: “formação total da moeda” Mirabete
2ª - Alteração: “O agente tendo a moeda verdadeira, a modifica para que passe a representar um valor maior.” Mirabete
Decisões
Falsificação grosseira: desclassificação para estelionato – STJ: Súmula 73 – “A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura em tese o crime de estelionato, de competência da Justiça Estadual.” 
Falsificação grosseira: desclassificação para tentativa de estelionato – STF: “falsificação grosseira de cédula de quinhentos cruzeiros. Contrafação evidente à primeira vista. Hipótese que configura , em tese, tentativa de estelionato.” 
TRF da 3ª Região: “Para configuração do crime de falsificação de moeda, quando se tratar de moeda nacional de curso legal no país, há que se exigir um maior grau de perfeição na imitatio, capaz de iludir o homem médio quanto à distinção da moeda verdadeira daquela falsa. A imitação grosseira, facilmente reconhecível leva ao estelionato, pois não tem aptidão para iludir a coletividade, podendo atingir um indivíduo, e se projetar contra o patrimônio, já quanto maior for à semelhança entre moeda falsa e a verdadeira, maior a aproximação do crime contra fé pública.”
 
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
TRF da 3ª Região: “Caracteriza-se o tipo penal previsto no art. 289, § 1º, do CP quando ocorre por parte do agente a simples posse ou guarda de moeda falsa” 
O desconhecimento da falsidade exclui a tipicidade?Desconhecimento da falsidade: inexistência de dolo – TRF da 4ª. Região: “O desconhecimento da falsidade da moeda exclui a tipicidade” 
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Crime privilegiado caracterizado - TFR: “Recebidas de boa fé cédulas falsificadas de moeda nacional, reconhecida a falsificação posteriormente ao recebimento pune-se coma pena do art. 289, § 2º, do CP de 1940, o agente que, não obstante, põe ditas cédulas em circulação.” 
Não demonstrado, pois, o dolo por parte dos agentes da prática de delito que não admite modalidade culposa, não há falar em manutenção do édito condenatório. (TRF, 2ª Reg., ACR 2002.50.01.008679-5, Rel. Benedito Gonçalves, j. 28/04/2004)
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
Titulo: “é o texto contido na liga metálica. Ex: 1 Real” Nucci 
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
Quantidade superior à autorizada: “Há um limite para fabricação ou emissão de papel moeda, controlado pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central” Nucci 
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.
Desvia: “Mudar a direção ou afastar-se de determinado ponto” Nucci
Faz circular: “Promover a propagação ou colocar em curso” Nucci 
Como ocorre a consumação?
“Quando o agente, efetivamente, realiza a falsificação seja fabricando ou alterando moeda metálica ou papel moeda de curso legal no país ou no estrangeiro.” Rogério Greco
“O crime se consuma no momento da fabricação ou da alteração da moeda, desde que seja idônea a iludir.” Rogério Sanches
A moeda deve ser colocada em circulação para o crime ser consumado?
“Aperfeiçoa-se o crime, que é de perigo, com a falsificação da moeda, independentemente de ser ela posta ou não em circulação.” Paulo José da Costa Jr.
É crime de perigo concreto ou abstrato? 
“Tratando-se de crime que deixa vestígios, o exame pericial é indispensável ao processo, embora já se tenha dispensado a perícia para verificação do fato quando demonstrada a adulteração pela simples inspeção ocular.” Mirabete 
É possível a tentativa?
“É admissível, tendo em vista tratar-se, in casu, de crime plurissubsistente”. Rogério Greco
“Tratando-se de crime que não se perfaz único actu, é admissível a tentativa.” Nelson Hungria
Falsidade ideológica
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Documento: “é uma peça que tem possibilidade intrínseca (e extrínseca) de produzir prova sem necessidade de outras verificações.” Nucci 
Declaração: “tem variado significado: a) afirmação; b) relato; c) depoimento; d) manifestação.” Nucci
Omitir declaração: “O agente ao confeccionar o documento (público ou privado) deixa de mencionar informação que nele deveria constar.” Rogério Sanches
Inserir ou fazer inserir: “é o modo pelo qual o agente consegue a introdução de declaração indevida no documento: no primeiro caso, age diretamente; no segundo, proporciona meios para que o terceiro faça.” Nucci
Inserir declaração falsa: “O agente introduz idéia falsa no documento (público ou particular) que redige.” Rogério Sanches
Inserir declaração diversa da que deveria ser escrita: “O agente substitui o conteúdo verdadeiro por outro embora contenha informações diversas, tem a mesma natureza.” Rogério Sanches
Fazer inserir declaração falsa: “Aqui a falsidade é mediata, pois o agente induz terceiro a inserir informação falsa no documento.” Rogério Sanches
Fazer inserir declaração diversa da que deveria ser escrita: “Trata-se também da falsidade mediata, em que o agente induz terceiro a substituir uma informação verdadeira por outra da mesma natureza.” Rogério Sanches
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte
Assentamento de registro civil: “é a escrituração correspondente ao registro civil das pessoas naturais e ao registro civil das pessoas jurídicas.” Nucci 
Qual o elemento subjetivo?
“É o dolo, mas exige o elemento subjetivo específico, consistente na vontade de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.” (Nucci)
Requisitos para denúncia segundo o Ministro do STJ, José Delgado
Alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante;
Imitação da verdade;
Potencialidade de dano;
Dolo específico
Quais os sujeitos do crime?
Ativo: qualquer pessoal
Passivo: “o Estado, bem como aquelas pessoas que foram diretamente prejudicadas com a prática do delito.” R Greco
É crime de perigo ou de dano?
Consumação com a potencialidade de dano – STJ: “O crime de falsidade ideológica, por ser crime formal, aperfeiçoa-se com a simples potencialidade do dano objetivado pelo agente, não exigindo para sua configuração a ocorrência do prejuízo.”
“Tratando-se de crime formal, dispensa-se ocorrência de dano efetivo, sendo suficiente que o documento ideologicamente falso tenha potencialidade lesiva.” Rogério Sanches
Perigo abstrato ou concreto?
Desnecessidade de exame pericial - TJSP: “O falso ideológico diz respeito ao conteúdo do documento, a seu teor intelectual, e não à materialidade. Materialmente verdadeiro, o escrito é mentiroso no conteúdo, fato que pode ser demonstrado por testemunhas e outros documentos, mas não por perícia grafotécnica.”
TJRS: “É dispensável a perícia no documento quando se trata de falsidade ideológica. Neste caso, o próprio documento substitui o corpo de delito, materialmente perfeito, porém de conteúdo falso, circunstância apurável pelo juiz no curso do processo e não pelos peritos.”
“Como a falsidade ideológica afeta o documento tão somente em sua ideação e não a sua autenticidade ou inalterabilidade é desnecessária perícia.” Rogério Sanches
Como ocorre a consumação?
“Com a omissão ou inserção direta ou indireta da declaração falsa ou diversa da que devia constar.” Mirabete 
“Na primeira modalidade, quando da confecção do documento, público ou particular, sem a declaração que dele devia constar, em virtude da omissão dolosa do agente. Na segunda modalidade, quando o agente, efetivamente, insere ou faz inserir, declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita.” Rogério Greco
É possível a tentativa?
Admissibilidade de tentativa – TJSP: “A exceção da norma omissiva da falsidade ideológica e dos crimes de uso de documento falso (que se aperfeiçoa com o primeiro ato de uso), todos os crimes de falso, embora formais, admitem juridicamente a tentativa. São todos crimes plurissubssitentes, uns compondo-se de menor número de etapas que outros, mas nenhum sendo passível de execução por um só ato material.” 
“Conforme o caso concreto; admite tentativa, na forma plurissubsistente, que não é o caso da conduta omitir.” Nucci 
Falsidade de atestado médico
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa
Dar: “Ceder ou produzir” Nucci 
No exercício da sua profissão: “Não Basta que o médico forneça o atestado falso, sendo indispensável fazê-lo no exercício de sua profissão” Nucci 
Atestado: “É o documento que contém a afirmação ou adeclaração acerca de algo” Nucci 
Consumação
Consumação do Crime - TARS: “O delito consuma-se no momento em que o médico fornece o atestado sem examinar o paciente, assumindo os eventuais riscos de seu ato.” 
“Consuma-se o delito com a efetiva entrega do atestado falso pelo medico independentemente de ser ele utilizado pelo solicitante.” Rogério Greco
Tentativa
“Nada impede a possibilidade de tentativa, que ocorre, por exemplo, quando o atestado é remetido ao destinatário e não chega a ele por circunstâncias alheias à vontade do agente” Mirabete
Decisões
Falsidade de atestado médico: crime caracterizado - TACRSP: “Falsidade de atestado médico. Incide nas penas do art. 302 do CP o médico que fornece atestado falso dispensando paciente de suas atividades laborativas, sem sequer consignar o tipo de enfermidade que acometia o consultado, ignorando a necessidade de fazer constar o código internacional da doença, obrigando a própria Secretaria a consigná-lo no rodapé”
Atestado de óbito sem exame do cadáver – STF: “Falsidade de atestado médico. Atestado de óbito, sem exame e conhecimento do cadáver. Delito configurado em tese. O atestado de óbito, mediante paga, sem exame do cadáver, configura em tese, o delito do art. 302 do CP, havendo justa causa para ação penal.” 
TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Capitulo I
Dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral 
Conceito de administração pública
“Atividade funcional do estado e dos demais entes públicos” Nucci
Conceito de funcionário público
Art. 327 - considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da administração pública.   (incluído pela lei nº 9.983, de 2000) 
§ 2º - a pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. (incluído pela lei nº 6.799, de 1980) 
Peculato
Art. 312 - apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Apropriar-se: tomar como propriedade sua ou apossar-se - peculato-apropriação ou próprio
Desviá-lo: alterar o destino ou desencaminhar - peculato-desvio
Quem é o sujeito ativo?
“É o funcionário público, no amplo conceito previsto no art. 327. Nada impede, porém, que havendo concurso de agentes seja responsabilizado por tal ato ilícito quem não se reveste dessa qualidade, diante do que dispõe o art. 30, já que se trata de circunstância elementar.” Mirabete
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
Condições de caráter pessoal: “é o modo de ser ou qualidade inerente à pessoa humana. Ex: menoridade ou reincidência” Nucci
Salvo: “há determinadas circunstâncias ou condições de caráter pessoal que são integrantes do tipo penal incriminador, de modo que, pela expressa disposições legais, nessa hipótese, transmitem-se aos demais co-autores e participes.” Nucci
“Ex: se duas pessoas- uma funcionária pública, outra, estranha à administração – praticam a conduta de subtrair bens de uma repartição pública, cometem o peculato furto. (art. 312, § 1º , CP). A condição especial – ser funcionário público- é elementar do delito de peculato, motivo pelo qual se transmite ao co-autor, desde que verificada a ciência deste em relação àquela condição especial.”Nucci
Elementares do crime: “são dados essenciais à figura típica, sem os quais ou ocorre uma atipicidade absoluta, ou uma atipicidade relativa.” Rogério Greco
O peculato é crime próprio?
STJ: “o peculato é denominado crime próprio, pois exige a condição de funcionário público como característica especial do agente – condição que é de caráter pessoal, elementar do crime e que se comunica ao paciente, por ele ter conhecimento de que sua ex-esposa era funcionária pública. Rel. Min. Gilson Dipp”
O agente não funcionário público pode responder pelo delito?
TJMG: “é imputável, também, como réu de peculato, aquele que, mesmo não sendo funcionário público, participa ou contribui com que seja para a prática do crime descrito no art. 312 do CP, devendo ser tido, portanto, como co-autor do delito.”
§ 1º - aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário: “assim, não basta que haja a subtração, sendo indispensável que ela se concretize em razão da facilidade encontrada pelo funcionário para tanto.” Nucci
Qual crime comete o agente, que não se vale do cargo nem de qualquer facilidade por ele proporcionada, para subtrair bem da administração pública? 
Furto
O § 1º trata de peculato desvio ou de peculato furto?
“A doutrina classifica o § 1º como peculato furto” Nucci
O peculato furto também é denominado pela doutrina de: peculato impróprio
Decisões
“Comete o crime de peculato impróprio, também denominado peculato-furto, o policial que subtrai peças de uma motocicleta furtada e que arrecadara em razão de suas funções. Também cometem o crime de peculato impróprio os policiais que concorrem para que o colega, chefe de sua equipe, subtraia as peças de motocicleta arrecadada em função do cargo.inteligência do art. 312, § 1º , do cp. (TJRS, ap. Crimi. 689074086, 3ª. Rel. Luiz Melíbio machado)”
Peculato-furto caracterizado – TRF da 5ª. Região: “a elementar do delito de peculato-furto (art. 312, § 1º do CP) é a facilidade proporcionada ao agente pela condição de funcionário público. Hipótese em que o denunciado, na qualidade de funcionário dos correios, foi preso em flagrante ao tentar subtrair equipamentos de informática daquela empresa pública, valendo-se para tal de cópia de chave obtida em razão das facilidades de acesso as dependências da ECT, confessando já ter alcançado tal intento em duas vezes anteriores. ”
É possível a tentativa do peculato-furto?
Tentativa de peculato-furto – STF: “se não há o apossamento do bem que se intentou subtrair, porque impedido se consumasse a execução por motivo de interferência dos agentes policiais, que efetuaram a prisão em flagrante e a apreensão da coisa em via de subtração, o peculato-furto é simplesmente tentado.”
TJSC: “admite-se a tentativa do peculato capitulado no § 1º do art. 312 do CP, quando perfeitamente caracterizado o fracionamento do Inter Criminis”
Peculato culposo
§ 2º - se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
“Ocorre quando o funcionário, por negligência, imprudência ou imperícia, permite que haja apropriação ou desvio, subtração ou concurso para esta.” Mirabete
Decisões
Caracterização do peculato culposo – TJSP: “quem deixa a serventia de cartório por conta de outrem, irregularmente, sem conhecimento oficial de autoridade superior, cria culposamente condições favoráveis à prática de ilícitos administrativos e criminais, respondendo pelo delito previsto no art. 312, § 2º, do CP.”
Desclassificação de peculato doloso para culposo – TJSC: “quando o agente do crime de peculato se conduz com falto de cautela a que estava obrigado, ratione officii, na guarda de bens sob a tutela do estado, o modelo delitivo se cinge à área culposa.”
§ 3º - no caso do parágrafo

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