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Olá, concurseiros PSI! Apresento-lhes o material de questões comentadas de Psicologia minuciosamente organizado e elaborado para a sua aprovação! A alta concorrência e o pequeno número de vagas para psicólogos nos certames pelo Brasil, demandam que você se torne um especialista em concursos públicos. E como você se torna um especialista? Focando o seu estudo teórico nos principais conteúdos exigidos pelas Bancas e, principalmente, respondendo questões de provas anteriores. Ao estudar este material, você terá acesso a diversas questões atualizadas e com sólidos embasamentos teóricos de autores atuais e confiáveis, que as principais bancas brasileiras utilizam como referência. A didática dos comentários é focada e objetiva para que você consiga extrair o maior volume de informações relevantes para a sua preparação. Através da ampla experiência em concursos públicos e minuciosa análise de editais e provas anteriores, foi possível organizar conteúdos que apresentam grande probabilidade de cair na prova. Responder essas questões já cobradas é treino fundamental para o seu êxito, pois te coloca “um pé à frente” dos demais candidatos que não criam este hábito de fazer exercícios e se focam demasiadamente em aprofundar conteúdos teóricos pouco cobrados. Com essa metodologia focada, você adquire a experiência necessária para manter a atenção e desviar das possíveis “pegadinhas” colocadas pelos elaboradores das questões. Quanto maior o número de questões você responder, melhor preparado estará. Este material o deixará especialista para prestar concursos de psicologia. Temas de Teorias da Personalidade são bastante cobrados nos certames. Após intenso levantamento de questões sobre o tema entre os anos de 2010 a 2016, pode-se observar que a teoria psicanalítica continua no topo do ranking de abordagem mais cobrada pelas bancas brasileiras, entretanto, houve um aumento significativo no número de questões de Teoria Comportamental, Gestalt, Teoria Cognitiva Comportamental e Abordagem Centrada na Pessoa, conteúdos que vamos abordar nesta segunda aula. Concluído o estudo deste material com foco e disciplina, você terá absorvido conteúdo de qualidade diferenciada e terá dado um grande passo rumo à aprovação! Bons estudos! Concursos Psicologia Sou Andrea Girard, natural de Belém-PA , concurseira de psicologia há 6 anos. Fui aprovada em 1º lugar no concurso TJPA e tive êxito nos certames TJAP e CDP ainda cursando o 8º semestre como discente do curso de psicologia. Há 2 anos dou aulas presenciais pelo Estado do Pará e faço mentoring com vasto histórico de aprovações de alunos e clientes pelo Brasil. Tenho como formação acadêmica o bacharelado em Psicologia, licenciatura em Pedagogia e pós graduação em Gestão Educacional e Docência no Ensino Básico e Superior. Atualmente sou analista judiciário – especialidade psicologia do TJPA e professora de psicologia para concursos públicos. Andrea Girard da Silva Alves - Bacharel em Psicologia pela Escola Superior da Amazônia – ESAMAZ; - Licenciada em Pedagogia pela Universidade do Estado do Pará – UEPA; - Especialista em Gestão Educacional e Docência no Ensino Básico e Superior pelo Instituto Carreira; - Analista Judiciária – Especialidade Psicologia no Tribunal de Justiça do Estado do Pará – TJPA; - Consultora pedagógica e mentoring de concursos públicos; - Professora de concursos públicos de psicologia. 5 1 (Pref. de São Gonçalo/MG – 2017) Em síntese, podemos afirmar que a Terapia Centrada na Pessoa, de Carl Rogers, considera pessoas plenamente funcionais ou psicologicamente saudáveis as que apresentam as seguintes características: I. Mente aberta para aceitar qualquer tipo de experiência e novidades. II. Tendência a viver cada momento plenamente. III. Capacidade para se orientar pelos próprios instintos e não pelas opiniões ou razões de outras pessoas. IV. Senso de liberdade no pensamento e na ação. IV. Alto grau de criatividade. V. Necessidade contínua de maximizar o seu potencial. Estão corretas as alternativas: a) I, II, III, IV, V e VI. b) I, II e III, apenas. c) I, II, III e IV, apenas. d) I, II, III e V, apenas. COMENTÁRIO Questões com várias assertivas têm sido comumente cobradas nos certames mais recentes de psicologia, portanto é muito importante treiná-las! Vamos analisar o comando da questão e seus quesitos, embasando-se na literatura: Carl Rogers em sua obra “Tornar-se pessoa” (1985) descreve as pessoas plenamente funcionais como realizadoras, espontâneas, flexíveis e capazes de proporcionar crescimento contínuo do seu autoconceito. Este elevado nível de saúde psicológica é denominado pelo autor de auto realização e indica que a evolução do self está em constante andamento. Para Rogers, as pessoas plenamente funcionais ou psicologicamente saudáveis apresentam alto grau de criatividade; necessidade contínua de maximizar o seu potencial, senso de liberdade em pensamento e ação, tendência a viver plenamente cada momento, mente aberta para aceitar qualquer tipo de experiência e novidades, capacidade para se orientar pelos próprios instintos e não pelas opiniões ou razões de outras pessoas. Assim, podemos observar que todas as assertivas mencionadas na questão são características de pessoas plenamente funcionais ou psicologicamente saudáveis. Portanto a letra A é a resposta correta. GABARITO: A) I, II, III, IV, V e VI. 6 2 (Pref. de Ariquemes/RO – 2016) São princípios que norteiam todas as formas de psicoterapia breve: a) Inteligência e percepção. b) Foco e temporalidade. c) Motivação e emoção. d) Crenças e percepção. e) Foco e emoção. COMENTÁRIO Para respondermos a questão, vamos entender sobre o conceito e princípios da psicoterapia breve embasadas na literatura de referência: Segundo Almeida (grifo nosso, p.97, 2010) “as psicoterapias breves são intervenções terapêuticas de tempo e objetivos limitados por terem suas metas mais reduzidas e direcionadas que as psicoterapias tradicionais. Essa limitação é uma das características principais da técnica da psicoterapia breve e ocorre em função das necessidades imediatas do indivíduo”. Sobre os princípios, tem-se o foco como uma das características primordiais da técnica e condição essencial de eficácia em psicoterapia breve. É comum que se fixe um prazo para a terapia, geralmente, alguns meses e que influencia de modo decisivo os diferentes aspectos do vínculo terapêutico e especialmente no encerramento do tratamento (Braier, 1991 apud Almeida, 2010). Portanto, parafraseando Almeida (2010, p. 98), “Esses princípios, a dizer foco e temporalidade, norteiam todas as formas de psicoterapia breve”. Assim, visualiza-se que a resposta CORRETA é a letra B. GABARITO: B) Foco e temporalidade. 3 (Pref. de Ariquemes/ RO – 2016) No contexto da Clínica Ampliada, o conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar, com apoio matricial, se necessário, é o(a): a) Projeto único de saúde. b) Projeto político-pedagógico. c) Projeto terapêutico singular. d) Estratégia de saúde da família. e) Gestão integrada de saúde. 7 COMENTÁRIO Para responder corretamente essa questão é necessário ter conhecimentos básicos sobre a clínica ampliada. Neste contexto vamos compreender qual é o conjunto de propostas a que se refere o enunciado. Segundo o Ministério da Saúde (2009) A clínica ampliada se caracteriza como referência de atuação para os profissionais que trabalham na área saúde. Ela é compreendida como uma forma de integração de vários saberes cujo objetivo é de fazer com que o usuário entenda os processos de saúde e doença para que sejam incluídos, como cidadãos participativos, nas condutas em saúde assim como ajudar na elaboraçãode seu projeto terapêutico (BRASIL, 2009). Apoio matricial é o conjunto de profissionais que contribui com suas especialidades e experiências para complementar a equipe de referência do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) que tem como objetivo ampliar as ações da atenção básica no que tange à abrangência e resolutividade. Assim, Sundfeld (2010) menciona que esse projeto terapêutico utilizado na clínica ampliada da NASF é denominado de Projeto Terapêutico Singular por ser fomentado através da participação coletiva dos profissionais da saúde com os usuários, haja vista que o fazer terapêutico e os objetivos do tratamento são dialogados. Este trabalho é baseado na subjetividade, grau de comprometimento e respeito às diferenças que ultrapassam os diagnósticos e sua tendência a não diferir os sujeitos. (BRASIL, 2009) Para elucidar qualquer dúvida projeto terapêutico singular é o conjunto de propostas terapêuticas utilizadas na clínica ampliada e estratégia saúde da família diz respeito a ações de promoção e proteção da saúde, prevenção das doenças e atenção integral às pessoas. Portanto, temos a letra C como resposta correta. GABARITO: C) Projeto terapêutico singular. 4 (EMPAER – 2014) A técnica aplicada na Terapia Comportamental, baseada no condicionamento clássico, destinada a tratar fobias (medos irrealistas) e os Transtornos de Ansiedade relacionados, diminuindo gradativamente a reação indesejada, denomina-se: a) Despersonalização. b) Análise de transferência. c) Dessensibilização sistemática. d) Generalização excessiva. e) Responsabilidade excessiva. 8 COMENTÁRIO De acordo com Caballo (2002) a técnica aplicada na Terapia Comportamental, com base no Condicionamento clássico, chamada dessensibilização sistemática (DS) é caracterizada como: “uma intervenção terapêutica desenvolvida para eliminar o comportamento de medo e as síndromes de evitação. O procedimento consta de dois componentes diversos. O primeiro componente consiste em ensinar ao paciente uma resposta contrária à ansiedade. [...] O segundo componente da DS implica em uma exposição graduada ao estímulo provocador de medo. A exposição pode ser concretizada através da imaginação ou ao vivo”. (Caballo, 2002, p. 167) Salienta-se que comportamento de medo e as síndromes de evitação mencionados pelo autor dizem respeito ao tratamento de distúrbios fóbicos (medos irrealistas) e dos Transtornos de Ansiedade relacionados cujo intuito é de diminuir, gradativamente, a experiência aversiva do sujeito. Assim, temos a letra C como resposta correta. Vamos corrigir as demais alternativas: Na letra A, despersonalização em psicopatologia é um transtorno psiquiátrico cujas características são do indivíduo ter a sensação de que “está fora do corpo” com um sentimento de distanciamento ou estranhamento de si. Também pode ser considerada como uma técnica psicoterápica da terapia cognitivo comportamental onde cabe ao terapeuta ajudar o paciente a procurar se ver como as outras pessoas o veem. Para isso, ele deve aprender a focalizar informações observáveis, em vez de atribuições internas. Na letra B, análise de transferência, podemos compreender como um termo psicanalítico. De acordo com Zimerman (2004, p. 270): “Toda transferência tem, no mínimo, um resto narcísico, da primitiva unidade da díade simbiótica. A análise da transferência visa permitir a separação deste objeto de necessidade, para constituí-lo como um objeto de desejo, edípico”. Nesta perspectiva, podemos compreender que o fenômeno ocorre, em análise, na relação construída entre o paciente e terapeuta cujos conteúdos serão interpretados pelo profissional. Os termos da letra D e E, generalização excessiva e responsabilidade excessiva não são técnicas psicológicas. GABARITO: C) Dessensibilização sistemática. 5 (FUNIVERSA – 2012) Acerca da análise comportamental clínica, assinale a alternativa incorreta. a) O foco de intervenção nessa clínica são as contingências aversivas que levaram o paciente a buscar a terapia. 9 b) Por fornecer parâmetros para a avaliação da terapia e orientar o terapeuta no processo de intervenção, o estabelecimento de objetivos clínicos é um elemento indispensável no processo terapêutico. c) Uma vez estabelecidos, os objetivos clínicos não podem ser modificados até o final do processo terapêutico. d) Os processos psicológicos não são atribuídos a dinâmicas mentais internas. e) O relato de pensamentos e sentimentos, por parte do cliente, é de extrema importância para que o terapeuta tenha condições de avaliar o efeito das contingências que controlaram e(ou) controlam esses relatos. COMENTÁRIO Atentem-se ao comando da questão que pede para assinalar a alternativa INCORRETA em relação à clínica comportamental. Vamos comentar assertiva por assertiva para visualizarmos a resposta correta: a) O foco de intervenção nessa clínica são as contingências aversivas que levaram o paciente a buscar a terapia. ASSERTIVA CORRETA O papel do clínico é atenuar o sofrimento do cliente, levando-o a ver os eventos externos que estão gerando sofrimento e dando força a ele para suportar sua dor e mudar suas ações na medida do possível, para gerar contingências diferentes que possam produzir sentimentos mais agradáveis. (BORGES E CASSAS, 2012) b) Por fornecer parâmetros para a avaliação da terapia e orientar o terapeuta no processo de intervenção, o estabelecimento de objetivos clínicos é um elemento indispensável no processo terapêutico. ASSERTIVA CORRETA Cabe ao psicólogo informar ao paciente sobre os objetivos clínicos da Terapia, pois tal atitude pode favorecer a adesão ao trabalho e um maior engajamento com o processo terapêutico, o que torna tal estabelecimento um elemento indispensável para o sucesso da terapêutica. (BORGES E CASSAS 2012) c) Uma vez estabelecidos, os objetivos clínicos não podem ser modificados até o final do processo terapêutico. ASSERTIVA INCORRETA De acordo com Marçal (grifo nosso, 2005, p. 233): “O estabelecimento de objetivos clínicos é um elemento indispensável no processo terapêutico. Exige uma boa interpretação dos processos comportamentais envolvidos, orienta o terapeuta no processo de intervenção, favorece a motivação do cliente para mudanças, fornece maior segurança ao terapeuta e ao cliente e oferece melhores parâmetros de avaliação da terapia. A definição dos objetivos pode ser reavaliada e modificada no decorrer das sessões.” (Marçal, 2005) 10 d) Os processos psicológicos não são atribuídos a dinâmicas mentais internas. ASSERTIVA CORRETA A terapia comportamental, baseada em princípios da análise do comportamento não tem como objeto de estudo, para a compreensão do comportamento, as dinâmicas mentais internas e os conflitos intrapsíquicos. Para a clínica comportamental, pensamentos, sentimentos são comportamentos fruto da interação do organismo com o meio. e) O relato de pensamentos e sentimentos, por parte do cliente, é de extrema importância para que o terapeuta tenha condições de avaliar o efeito das contingências que controlaram e (ou) controlam esses relatos. ASSERTIVA CORRETA Borges e Cassas (2012, p. 142) relatam sobre a importância das operações verbais para a prática do psicólogo, para os autores: “O comportamento verbal e um comportamento operante, ou seja, e emitido num determinado contexto e modelado e mantido por consequências. Todavia, nessa relação o meio físico e alterado através da mediação do meio social, conhecido como ouvinte. E essa mediação que torna o comportamento verbal especial”. (BORGES E CASSAS, 2012) Após a análise de todas as assertivas, podemos observar que apenas a letra C está INCORRETA. GABARITO: C) Uma vez estabelecidos, os objetivos clínicos não podem ser modificados até o final do processo terapêutico. ASSERTIVA INCORRETA 6 (UEG – 2015) "A transferênciaé um fenômeno original no qual o presente dá forma ao passado, a um mesmo tempo em que este dá forma àquele. O que é, era; e o que era, é! O conceito de transferência vem sofrendo sucessivas transformações e renovados questionamentos, como, por exemplo, se a figura do analista é uma mera pantalha para uma repetição de antigas relações objetais introjetadas ou se ele também se comporta como uma nova pessoa, real." ( Zimerman. 2004. p. 127) Sigmund Freud dividiu as transferências em: a) Boa e má. b) Neuróticas, perversas e psicóticas. c) Positivas e negativas. d) Simbólicas, reais e imaginárias. e) Primárias e secundárias. 11 COMENTÁRIO Freud (1912/1976) dividiu o fenômeno da transferência em positivas e negativas. A transferência negativa é considerada como transferência de sentimentos hostis em relação ao analista e a transferência positiva pode ser entendida como sentimentos benéficos de carinho, gratidão, simpatia, sexuais, eróticos direcionados à figura do analista, tais afetos podem ser conscientes e/ou inconscientes. Assim, temos a letra C como resposta correta. A letra A ,“boa e má”, não há relação com o termo transferência de Freud e podemos mencionar que talvez seja uma alusão ao seio bom e seio mau da Autora Psicanalista Melanie Klein. A letra B, “neuróticas, perversas e psicóticas” são estruturas da personalidade em psicopatologia para psicanálise. A letra D, “simbólicas, reais e imaginárias” são registros psíquicos utilizados na Teoria de Lacan. A letra E, “primárias e secundárias” são destinos da pulsão. GABARITO: C) Positivas e negativas. 7 (Pref. de Anapu/PA – 2011) Na abordagem freudiana, a parte do aparelho psíquico que está em contato com a realidade externa e que tem a tarefa de garantir a saúde, a segurança e a sanidade da personalidade denomina-se: a) Id. b) Projeção. c) Superego. d) Ego. COMENTÁRIO De acordo com Zimerman (2004), Freud em 1923, desenvolveu um modelo estrutural da personalidade em que o aparelho psíquico se organiza em três estruturas, id, ego e superego: O EGO para Zimerman (2004, p. 84) “é a principal instância psíquica, porquanto funciona como mediadora, integradora e harmonizadora entre as pulsões do id, as exigências e ameaças do superego e as demandas da realidade exterior”. Ele divide, pedagogicamente, a instância em três pontos de referência: 12 “1) Como um aparelho psíquico, com funções essenciais, na sua maior parte conscientes, para relacionar-se adaptativamente com a realidade do mundo exterior, como são, entre outras, as de percepção, pensamento, memória, atenção, antecipação, discriminação, juízo crítico e ação motora. 2) Como sede e fonte de um conjunto de funções mais complexas, na sua maior parte inconsciente, como é o caso da produção de angústias, mecanismos de defesa, fenômenos de identificações e formação de símbolos. 3) Como sede de representações que determinam a imagem que o sujeito tem de si mesmo e que estruturam o seu sentimento de identidade e de auto-estima”. (Zimerman, 2004, p. 83) Portanto, como mencionado no enunciado da questão: Na abordagem freudiana, a parte do aparelho psíquico que está em contato com a realidade externa e que tem a tarefa de garantir a saúde, a segurança e a sanidade da personalidade denomina-se ego, letra D. O id, letra A, segundo Zimerman (2004, p. 83): “Do ponto de vista topográfico, o inconsciente, como instância psíquica, virtualmente coincide com o id, o qual é considerado o pólo psicobiológico da personalidade, fundamentalmente constituído pelas pulsões. Sob o ponto de vista econômico, o id é a um só tempo um reservatório e uma fonte de energia psíquica. Do ponto de vista funcional, ele é regido pelo princípio do prazer; logo, pelo processo primário”. Para Zimerman (2004, p. 84), o superego, letra C: “está constituído pelo precipitado de introjeções e identificações que a criança faz com aspectos parciais dos pais, com suas proibições, exigências, ameaças, mandamentos, padrões de conduta e o tipo de relacionamento desses pais entre si [...], sendo que isso inclui na formação do superego os valores morais, éticos, ideais, preconceitos e crenças ditadas pela cultura na qual o sujeito está inserido”. Projeção, letra B, é um mecanismo de defesa que consiste em atribuir a outros as ideias e tendências que o sujeito não pode admitir como suas. GABARITO: D) Ego. 8 (Pref. de Parauapebas/PA – 2015) Com relação à Psicologia Humanística de Carl Rogers, é correto afirmar que é: a) Uma forma de ultrapassar a discrepância entre experiência e autoconceito é dada por intermédio do reconhecimento e da valorização incondicional proporcionada por outra pessoa. b) Uma maneira de desenvolver-se em termos de relações sociais depende particularmente da relação entre os progenitores e crianças e da maneira como as necessidades destas são satisfeitas. 13 c) Descreve situações em que os adultos não chegaram a resolver os seus sentimentos de inferioridade quando crianças, quando possuíam uma visão menor e limitada sobre o mundo. d) O organismo está capacitado para “operar” sobre o ambiente, o que significa, em termos de senso comum, que está sempre a irromper no e para o exterior. COMENTÁRIO Vamos analisar cada assertiva a fim de identificarmos qual a correta sobre a Teoria Centrada na Pessoa de Carl Rogers que tem sua base filosófica pautada na Psicologia Humanista, fenomenológica e existencial. a) Uma forma de ultrapassar a discrepância entre experiência e autoconceito é dada por intermédio do reconhecimento e da valorização incondicional proporcionada por outra pessoa. ASSERTIVA CORRETA Essa discrepância entre a experiência e autoconceito (self) citada na assertiva chama-se incongruência. Segundo Rogers, existem atitudes consideradas básicas do terapeuta para que o cliente possa ultrapassar dificuldades que atrapalham seu crescimento, uma delas é a consideração positiva e incondicional que consiste em aceitar a pessoa como ela é, a empatia consiste na capacidade de se colocar no lugar do cliente e a congruência é a habilidade de expressar de forma objetiva seus sentimentos e percepções, de modo a permitir ao cliente o reconhecimento de suas incongruências, as experiências de reflexão e conclusão sobre si mesmo. (Rogers, 1985) b) Uma maneira de desenvolver-se em termos de relações sociais depende particularmente da relação entre os progenitores e crianças e da maneira como as necessidades destas são satisfeitas. ASSERTIVA INCORRETA A Teoria Humanista de Rogers está relacionada com a capacidade de criação e transformação da realidade do indivíduo. Esta teoria não objetiva fazer intervenções nas relações entre pais e crianças e a maneira como essas necessidades são satisfeitas (este foco terapêutico é da teoria psicodinâmica). A ACP trabalha com as experiências do cliente no presente e até mesmo quando se fala em situações infantis do passado, o foco em terapia é na percepção atual do sujeito e na maneira como se pode modificá-la de forma potencialmente saudável. (Rogers, 1985) c) Descreve situações em que os adultos não chegaram a resolver os seus sentimentos de inferioridade quando crianças, quando possuíam uma visão menor e limitada sobre o mundo. ASSERTIVA INCORRETA Assertiva confusa e que não trabalha a perspectiva humanista do sujeito, na qual valoriza o saber crítico voltado para um maior conhecimento do homem e suas potencialidades. d) O organismo está capacitado para “operar” sobre o ambiente, o que significa, em 14 termos de senso comum, que está sempre a irromper no e para o exterior. ASSERTIVA INCORRETA Assertiva que também podemos considerar confusa uma vez que segundo a teoria do autor supracitado o organismo está capacitado para se relacionar com o ambiente na busca pelo seu desenvolvimento saudável.GABARITO: A) Uma forma de ultrapassar a discrepância entre experiência e autoconceito é dada por intermédio do reconhecimento e da valorização incondicional proporcionada por outra pessoa. 9 (Pref. de Figueirópolis/TO – 2016) Freud teoriza que, na evolução sexual dos indivíduos, partes dos instintos permanecem detidos nos estágios sexuais produzindo as fixações da libido, sendo importantes como disposições à posteriores transgressões das tendências reprimidas no desenvolvimento de: a) Neuroses e psicoses. b) Neuroses e perversões. c) Psicoses e perversões. d) Psicoses e depressões. COMENTÁRIO Para identificarmos a resposta correta da questão, vamos nos remeter a literatura: Ferraz (2002) afirma que a perversão na obra de Freud passou por sucessivas e significativas alterações. Tal autor explica que, no primeiro modelo teórico Freudiano, o termo perversão é resultante de uma fixação da libido em um estágio de desenvolvimento psicossexual pré-genital que se estende à vida adulta, assim, ele parte da premissa de que a neurose é “o negativo da perversão”. Em um segundo momento o termo perversão sofre mudanças na obra de Freud e se relaciona com o desenvolvimento do Complexo de Édipo, sendo mencionado não apenas como um núcleo das neuroses, mas também das perversões. O fenômeno edípico tem como possibilidade o estabelecimento da sexualidade genital como alicerce principal na vida adulta por meio da entrada na fase da latência, a vivência da angústia da castração, nas escolhas de preferências e objetos sexuais entre outros. (Ferraz, 2002) Tais possibilidades decorrentes do complexo de édipo ocorrerão a partir da recusa à posição do envolvimento incestuoso que a criança estabeleceu em relação à figura materna por temor ao rival da figura paterna, cuja atribuição foi da castração. (Araújo, 2003) 15 Assim, podemos compreender que, de acordo com Freud, na evolução sexual dos indivíduos, partes dos instintos permanecem detidas nos estágios sexuais produzindo as fixações da libido, sendo importantes como disposições a posteriores transgressões das tendências reprimidas no desenvolvimento de NEUROSES E PERVERSÕES, letra B. GABARITO: B) Neuroses e Perversões. 10 (TRF 4ª REGIÃO – 2010) Frederick S. Perls rompeu abertamente com o movimento psicanalítico e desenvolveu a Gestalt-Terapia, sendo que uma contribuição importante dos adeptos da Gestalt refere-se à exploração: a) Da liberação de repressões, após a qual o trabalho e a assimilação do material ocorrem naturalmente. b) E ênfase da importância da resistência, não importando a forma de fuga. c) Dos fenômenos por meio da transferência e contratransferência, atribuindo-lhes importância fundamental para o processo psicoterápico. d) Da maneira como as partes constituem e estão relacionadas com um todo. e) Da ideia de que todos os instintos são básicos. COMENTÁRIO De acordo com Frazão e Fukumitsu (2013) Perls utiliza as concepções da Psicologia da Gestalt com intuito de entender como funciona a psique humana, cujo entendimento é de que o organismo deve ser estudado em sua totalidade e não apenas por meio da soma de suas partes. Assim, pode-se afirmar que Frederick S. Perls rompeu com o movimento psicanalítico e desenvolveu a Gestalt-terapia, pois compreende o homem como um ser unificado e interativo em seu ambiente. “Perls quem fez uma transposição direta da teoria organísmica para o campo da psicologia, usando-a como ferramenta para pensar um método de psicoterapia. A visão de homem e de mundo adotada na Gestalt-terapia pensava todo e qualquer ser-humano como um organismo holisticamente guiado em um processo autorregulado [...] propõe conceber o humano como uma totalidade organísmica que não pode ser considerada isoladamente”. (Frazão e Fukumitsu, 2013, p. 76) Assim, uma contribuição importante dos adeptos da Gestalt se refere à exploração da maneira como as partes constituem e estão relacionadas com um todo, letra D. 16 As demais alternativas fazem alusão a termos psicanalíticos que não são explorados na Gestalt-terapia. GABARITO: D) Da maneira como as partes constituem e estão relacionadas com um todo. 11 (Pref. de Monte Alegre – 2015) Processo psicológico que faz referência às mudanças que ocorrem no comportamento do indivíduo denomina-se: a) Motivação. b) Aprendizagem. c) Cognição. d) Emoção. COMENTÁRIO Para Cordioli (2009) existem alguns fatores ou agentes de mudanças nas psicoterapias, dentre estes fatores se encontra a regulação do comportamento, que se trata da aprendizagem através do controle de ações e hábitos que consequentemente proporciona a mudança de comportamento. Segundo Borges e Cassas (2012): Os eventos do universo podem afetar um organismo [...] a partir de uma história de aprendizagem deste organismo. A estes eventos damos os nomes de incondicionados e condicionados, respectivamente. No caso de estes eventos serem produzidos pelas respostas de um indivíduo, tornando-as mais fortes (com maior probabilidade de ocorrência futura), dão-se os nomes de reforçadores incondicionados ou condicionados. (Borges e Cassas, 2012, p. 28 - grifo nosso) Portanto, temos a letra B, aprendizagem, como resposta correta. A letra A, motivação é um conceito diretamente relacionado a conceitos de satisfação, envolvimento e comprometimento, aspectos comumente estudados no campo organizacional. Para Robbins (2005) motivação é o processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços (ação) de um indivíduo para o alcance de um objetivo determinado (meta). A letra C, cognição é utilizado para designar o conjunto de atividades, experiências e processos pelos quais um indivíduo adquire informações e desenvolve conhecimentos que se dá através da percepção, da atenção, associação, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem. De uma maneira mais simples, pode-se dizer que cognição é a forma como o cérebro percebe, aprende, recorda e pensa sobre toda informação captada através dos cinco sentidos. (Lima, 2013) 17 A letra D, emoção pode-se conceituar como conjunto de sentimentos vivenciados pelo organismo. GABARITO: B) Aprendizagem. 12 (Pref. de Teresina – 2016) A terapia comportamental utiliza uma variedade de técnicas, dentre as quais está tornar um evento agradável contingente a um comportamento desejável, que corresponde a: a) Prevenção de respostas. b) Reforço negativo. c) Reforço positivo. d) Exposição. e) Extinção. COMENTÁRIO Vamos nos atentar ao enunciado da questão e identificar qual a alternativa condiz com o que se pede de “tornar um evento agradável contingente a um comportamento desejável”. O conceito de Reforço Positivo na letra C significa aumento da probabilidade futura do comportamento na apresentação de um estímulo reforçador. Quando um indivíduo produz um comportamento adequado à técnica utilizada pelo terapeuta comportamental, para que esta resposta específica tenha a maior probabilidade de ocorrer novamente, ele apresenta um estímulo reforçador para o ambiente, ou seja, aplica a técnica de reforço positivo no paciente. (Borges e Cassas, 2012) Portanto temos a letra C, reforço positivo como resposta correta. Na letra A, prevenção de respostas e D, exposição, é válido salientar que são técnicas utilizadas conjuntamente em terapia comportamental. Borges e Cassas (2012) conceituam a técnica como “Exposição com prevenção de respostas - EPR”, segundo os autores: “Procedimento que consiste de duas condições: exposição e prevenção de respostas. A exposição se trata de manter o cliente exposto ao estímulo condicionado (gerador de desconforto) até que a resposta “emocional” (condicionada) seja significativamente enfraquecida. A prevenção de respostas se refere à necessidade de garantir que a resposta de fuga/esquiva seja emitida,ou seja, bloqueio de fuga/esquiva durante a exposição ao estímulo aversivo. Assim, com esses procedimentos, espera -se que a relação respondente seja enfraquecida e, consequentemente, gere menos sofrimento e a possibilidade de ocorrência de novas respostas operantes, como as de enfrentamento. (Borges e Cassas, 2012, p. 302)” 18 Na letra B, reforço negativo é quando o estímulo aversivo é retirado do ambiente pelo terapeuta com a finalidade de que seja mais provável a repetição do comportamento desejado. Na letra E, extinção é quando o estímulo é deixado de ser reforçado pelo terapeuta para comportamentos considerados inadequados e como resposta há o enfraquecimento de respostas dessa classe operante. GABARITO: C) Reforço positivo. 13 (Pref. de Sobrado/PB – 2016) Diferentemente das teorias psicanalíticas que visam a formação de insights e vínculo terapêutico, as terapias comportamentais visam primordialmente o quê? Assinale a alternativa que responde corretamente esta questão: a) Associações Livres para o desencadeamento de respostas. b) Catarse. c) Mudança de Comportamento. d) Auto-atualização. e) Desenvolvimento do Self. COMENTÁRIO Atentem-se ao enunciado, caros concurseiros psi! Na questão, observamos que o elaborador faz um breve comentário sobre terapias psicodinâmicas, entretanto ele quer que você responda sobre o que as terapias comportamentais visam primordialmente. Segundo Borges e Cassas (2012), a terapia comportamental visa a modificação de padrões comportamentais, compreender as causas do comportamento em variáveis ambientais (contingências), aquisição de habilidades de comunicação objetiva e pela busca da solução de problemas. A única assertiva que condiz com a literatura é a letra C, mudança de comportamento. Agora, vamos comentar as outras assertivas incorretas: a) Associações Livres para o desencadeamento de respostas. ASSERTIVA INCORRETA Técnica psicodinâmica que visa o cliente vir à sessão com disposição a falar tudo o que vem em sua mente, mesmo quando o conteúdo seja incômodo ou sem sentido. Essa técnica visa primordialmente que o analista identifique conteúdos inconscientes através do discurso do analisando e não para desencadeamento de respostas. b) Catarse. ASSERTIVA INCORRETA É uma técnica psicodinâmica que tem o intuito de possibilitar ao indivíduo trazer para a consciência lembranças recalcadas no inconsciente, através da liberação de emoções ou 19 tensões reprimidas, auxiliando o paciente na melhora de sintomas e neuroses associadas a este bloqueio. c) Mudança de Comportamento. ASSERTIVA CORRETA d) Auto-atualização. ASSERTIVA INCORRETA Conceito da ACP de Carl Rogers que consiste em uma força positiva que cada organismo possui em direção à competência e a capacidade na qual o terapeuta centrado na pessoa dará as condições necessárias (consideração positiva e incondicional, congruência e empatia) para que o cliente desenvolva este potencial. e) Desenvolvimento do Self. ASSERTIVA INCORRETA Self significa auto-conceito. O desenvolvimento do Self é objetivo de terapias com bases filosóficas humanísticas, fenomenológicas e existenciais como a Terapia Centrada na Pessoa e Gestalt-terapia. GABARITO: C) Mudança de comportamento. 14 (Pref. de Sobrado/PB – 2016) Para que um aconselhamento ou uma terapia consigam alcançar uma relação terapêutica saudável que leve ao êxito do processo, é necessário que o terapeuta tenha e ofereça pelo menos duas características fundamentais de acordo com a teoria proposta por Carl Rogers. Assinale a alternativa que corresponde à essas características: a) Incongruência e discrepância. b) Empatia e consideração positiva incondicional. c) Solidariedade e empatia. d) Calor humano e compreensão. e) Compreensão e congruência. COMENTÁRIO É relevante que você fique atento sobre as questões que envolvem a Teoria/terapia/abordagem Centrada na Pessoa, porque as bancas comumente gostam de abordar as três atitudes/ condições básicas e simultâneas defendidas por Carl Rogers como sendo necessárias para que ocorra descoberta do núcleo essencialmente positivo (denominada tendência atualizante pelo autor) existente em cada pessoa no relacionamento entre psicoterapeuta e cliente, que são: Consideração positiva e incondicional que consiste em aceitar a pessoa como ela é por meio de um grau de afetividade e atitude positiva, a empatia consiste na capacidade de se colocar no lugar do cliente por meio do grau de compreensão sobre o universo do cliente e a congruência que é a habilidade de expressar de forma objetiva seus sentimentos e percepções 20 cuja definição ocorre pelo grau de autenticidade do terapeuta em relação as suas palavras e sentimentos. (Rogers, 1985). Portanto, atente-se para estes três conceitos essenciais da abordagem! E anota no seu caderninho para não esquecer. Observamos que a única alternativa que apresenta pelo menos duas características fundamentais da ACP é a B; GABARITO: B) Empatia e consideração positiva incondicional. 15 (Pref. de Sobrado/PB – 2016) Postulado fundamental da Abordagem Centrada na Pessoa, pois conduz não só à satisfação das necessidades básicas do organismo, como também as mais complexas. Permite, por um lado, a confirmação do Self e, por outro, a preservação do organismo, facultando assim, a consonância entre a experiência vivida e a sua simbolização. Prioriza também a capacidade que o cliente tem de auto-atualizar suas potencialidades e de ser autêntico com suas próprias escolhas e decisões. (CAPELO, 2000). A assertiva que apresenta o postulado que se refere ao trecho acima é: a) Couraça. b) Tendência atualizante. c) Primeira tópica. d) Self. e) Self Criativo. COMENTÁRIO De acordo com Rogers (1985, p. 329): “a motivação para a aprendizagem e para a mudança deriva da tendência auto-realizadora da própria vida, da tendência do organismo para percorrer os diferentes canais de desenvolvimento potencial, na medida em que estes podem ser experimentados como favorecendo o crescimento”. De acordo com Capelo (2000) o termo Rogeriano denominado Tendência Atualizante é um conceito imprescindível da Abordagem Centrada na Pessoa. Esta tendência auto-realizadora consiste na capacidade que todo ser vivo possui na busca do que julga ser melhor para si, permitindo-lhe a confirmação do self como também a preservação do organismo de acordo com o campo da experiência e o simbolismo nele empregado. (CAPELO, 2000) As demais alternativas não representam o postulado que se refere ao trecho supracitado pelo autor Capelo (2000), portanto estão incorretas. GABARITO: B) Tendência atualizante. 21 16 (Pref. de Marcação/PB – 2016) Método da psicanalítica em que o paciente é orientado a dizer tudo o que vem em sua mente e é uma das principais vias para compreender o inconsciente. Estamos nos referindo a qual método? a) Associação Livre. b) Interpretação dos Sonhos. c) Treino de Comportamentos. d) Indução à Neurose de Transferência. e) Catarse. COMENTÁRIO Para identificar a resposta correta, vamos comentar todas as assertivas: a) Associação Livre. ASSERTIVA CORRETA Técnica psicodinâmica que visa o cliente vir à sessão com disposição a falar tudo o que vem em sua mente, mesmo quando o conteúdo seja incômodo ou sem sentido. Essa técnica visa primordialmente que o analista identifique conteúdos inconscientes através do discurso do analisando e não para desencadeamento de respostas. b) Interpretação dos Sonhos. ASSERTIVA INCORRETA Principal via de acesso ao inconsciente, a interpretação dos sonhos é considerada por Freud uma técnica psicanalítica que permite o conhecimento de conteúdos recalcados e do funcionamento psíquico do paciente pela análise dos sonhos do paciente. c) Treino de Comportamentos. ASSERTIVA INCORRETA Chamada de ensaio comportamental,a técnica comportamental segundo Caballo (2002) é aplicada por meio de representações dos comportamentos-alvo de maneira que ocorra uma mudança com o intuito que o paciente aprenda a enfrentar situações da vida real às quais lhe são desagradáveis. d) Indução à Neurose de Transferência. ASSERTIVA INCORRETA O termo “indução à neurose de transferência” não existe. O que se encontra na literatura é o termo “Neurose de Transferência” que, de acordo com Zimerman (2004, p. 306), é “O processo analítico caracteriza-se pelo estabelecimento de uma “neurose de transferência”, ou, melhor, pela escuta da relação transferencial-contratransferencial”. e) Catarse. ASSERTIVA INCORRETA É uma técnica psicodinâmica que tem o intuito de possibilitar ao indivíduo trazer para a consciência lembranças recalcadas no inconsciente, através da liberação de emoções ou tensões reprimidas auxiliando o paciente na melhora de sintomas e neuroses associadas a este bloqueio. GABARITO: A) Associação Livre. 22 17 (Pref. de Marcação/PB – 2016) São técnicas da Psicanálise, exceto: a) Associação Livre e Transferência. b) Associação Livre e Interpretação de Sonhos. c) Transferência e Contratransferência. d) Transferência e Ênfase no Inconsciente. e) Descoberta Guiada e Modelagem. COMENTÁRIO O comando da questão pretende que você identifique qual a alternativa que não faz parte das técnicas da psicanálise. Para identificar a resposta correta, vamos comentar sobre as técnicas mencionadas e suas abordagens: Associação livre: Como mencionado anteriormente (mas é válido relembrar para fixar), a Técnica da Psicanálise visa o cliente vir à sessão com disposição a falar tudo o que vem em sua mente, mesmo quando o conteúdo seja incômodo ou sem sentido. Essa técnica visa primordialmente que o analista identifique conteúdos inconscientes através do discurso do analisando e não para desencadeamento de respostas. (Zimerman, 2004) Interpretação dos sonhos: Técnica da Psicanálise que é considerada por Freud como via principal de acesso ao inconsciente, a interpretação dos sonhos é técnica que permite o conhecimento de conteúdos recalcados e do funcionamento psíquico do paciente pela análise dos sonhos do paciente. (Zimerman, 2004) Transferência: Transferência é um fenômeno na psicanálise que ocorre na relação paciente- terapeuta no contexto da associação livre, caracterizado pelo direcionamento inconsciente de sentimentos de uma pessoa para outra, tornando-se um instrumento terapêutico essencial. A princípio, foi descrita por Freud, quem reconheceu sua importância para a psicanálise para uma melhor compreensão dos sentimentos dos pacientes. (Zimerman, 2004) Contratransferência: Fenômeno que ocorre em terapia psicanalítica a qual consiste no processo em que sentimentos do analista são transferidos para o paciente, o que pode dificultar a relação terapêutica. Ocorre o fenômeno da contratransferência com as projeções, por exemplo, e na emersão de empatia ou tédio que o paciente, geralmente, desperta no terapeuta e que Freud já alertava para a necessidade do analista manter-se ciente, atento e crítico deste mecanismo. (Zimerman, 2004) Ênfase no inconsciente: Técnica cujo nome é inexistente na literatura. Descoberta Guiada: Técnica da Terapia Cognitiva Comportamental em que o paciente entende com mais clareza as possíveis soluções de um determinado problema, serve também como uma ferramenta de autoconhecimento proporcionando ao paciente melhor entendimento de ação em situações futuras semelhantes. O objetivo da técnica é maximizar o envolvimento 23 do paciente com o processo terapêutico e diminuir a probabilidade do terapeuta tentar impor as suas ideias. (Beck et al, 1997) Modelagem: É uma técnica comportamental que consiste em terapeuta reforçar gradualmente as respostas mais adequadas do paciente com o objetivo de obter o comportamento desejado. (Caballo, 2002) Após essa breve revisão, vamos retomar a questão: ”São técnicas da Psicanálise, exceto”: a) Associação Livre e Transferência. Técnicas psicanalíticas. b) Associação Livre e Interpretação de Sonhos. Técnicas psicanalíticas. c) Transferência e Contratransferência. Fenômenos psicanalítico. d) Transferência e Ênfase no Inconsciente. Termos psicanalíticos. e) Descoberta Guiada e Modelagem. Descoberta guiada é técnica da TCC e modelagem da TC. GABARITO: E) Descoberta Guiada e Modelagem. 18 (Pref. de Marcação/PB – 2016) São técnicas da Terapia Cognitivo Comportamental, exceto: a) Treino de Habilidades Sociais e Dessensibilização. b) Questionamento Socrático e Dessensibilização. c) Experiência Emocional Corretiva e Transferência. d) Tempestade de Ideias e Questionamento Socrático. e) Treino de Habilidades Sociais e Soluções de Problemas. COMENTÁRIO Questão semelhante a anterior, porém o elaborador pede que o candidato reconheça quais as técnicas mencionadas na assertiva que não são técnicas Cognitivo Comportamentais. Vamos analisar cada técnica e suas abordagens para identificar com clareza a resposta correta: Treino de Habilidades Sociais: Técnica comportamental, também utilizada na terapia cognitivo comportamental, a THS pode ser denominada como um conjunto de técnicas articuladas e procedimentos de intervenção que são orientadas para promover habilidades sociais importantes nas relações interpessoais do paciente. O terapeuta define as técnicas de acordo com a análise funcional de cada paciente. (Caballo, 2002) Dessenbilização: Também chamada de dessensibilização sistemática, a técnica comportamental também é comumente utilizada em terapia cognitiva comportamental. Ocorre 24 através do confronto graduado do paciente à situações ou objetos que causam ansiedade, esta aproximação pode ser realizada na imaginação ou ao vivo, assim a resposta condicionada tende a diminuir após o indivíduo de habituar proporcionada pela exposição sistemática aos estímulos aversivos. (Caballo, 2002) Questionamento Socrático: Técnica cognitiva comportamental que tem como intuito que o terapeuta formule perguntas abertas (onde as respostas não podem ser respondidas com “sim”, “não” ou “talvez”), a fim de buscar respostas através do questionamento e reflexão das próprias constatações. (Beck et al, 1997) Experiência Emocional Corretiva: Conhecida como EEC, a Experiência Emocional Corretiva pode ser considerada parte integrante da psicoterapia breve psicodinâmica, cujo conceito e técnicas englobam a experiência completa do sujeito, visando uma reestruturação de situações carregadas de sentimentos insuportáveis, fazendo com que a pessoa reviva tal momento em um ambiente confiável e seguro para que ela possa lidar de uma forma diferente e integre novos padrões em sua personalidade. (Cordiolli, 2009) Transferência: Transferência é um fenômeno na psicanálise que ocorre na relação paciente- terapeuta no contexto da associação livre, caracterizado pelo direcionamento inconsciente de sentimentos de uma pessoa para outra, tornando-se um instrumento terapêutico essencial. A princípio, foi descrita por Freud, quem reconheceu sua importância para a psicanálise para uma melhor compreensão dos sentimentos dos pacientes. (Zimerman, 2004) Tempestade de Ideias: Chamada de brainstorming em inglês, a técnica pode ser utilizada em contextos da psicologia escolar e organizacional e é uma dinâmica em grupo na qual uma atividade é desenvolvida para explorar a potencialidade criativa dos indivíduos. (Beck et al, 1997) Soluções de Problemas: Chamado de Treinamento na Resolução de Problemas, é uma técnica cognitiva que ajuda o paciente no controle de comportamentos considerados impulsivos por meio de uma reconsideração de alternativas para uma determinada situação, chamada de programa “pare e pense”. (Beck et al, 1997) Após essa breve revisão, vamos responder a questão identificando qual a únicaassertiva que não possui técnicas cognitivo comportamentais: a) Treino de Habilidades Sociais e Dessensibilização. Técnicas da TCC. b) Questionamento Socrático e Dessensibilização. Técnicas da TCC. c) Experiência Emocional Corretiva e Transferência. EEC técnica da psicoterapia breve e Transferência é um fenômeno psicanalítico. d) Tempestade de Ideias e Questionamento Socrático. Questionamento socrático é uma técnica da TCC. e) Treino de Habilidades Sociais e Soluções de Problemas. Técnicas da TCC. GABARITO: C) Experiência Emocional Corretiva e Transferência. 25 19 (Pref. de Marcação/PB – 2016) É a terapia que, segundo Cordioli, "aplica princípios da teoria da aprendizagem para a melhoria de comportamentos específicos e, simultaneamente, de avaliação de quaisquer modificações observadas." O trecho acima descreve que tipo de terapia? a) Terapia Focal. b) Terapia Breve. c) Terapia Mista. d) Terapia Comportamental. e) Gestalt-Terapia. COMENTÁRIO Para Cordioli (2009), autor mencionado no enunciado da questão, os terapeutas comportamentais aplicam técnicas embasadas na teoria da aprendizagem e baseiam a prática à mudança observada como principal critério para avaliação do tratamento. Portanto, a letra D, Terapia Comportamental é a resposta correta A terapia focal, letra A, é uma modalidade de psicoterapia breve psicodinâmica. A terapia focal está baseada em conceitos de experiência emocional corretiva e efeito carambola. Assim, ela se distingue de outras psicoterapias breves. A terapia breve, letra B, é uma intervenção terapêutica de tempo e objetivos limitados por ter suas metas mais reduzidas e direcionadas do que as psicoterapias tradicionais. A terapia Mista, letra C, não há dados na literatura sobre essa modalidade. O que existe são técnicas mistas. A Gestalt terapia, letra E, é uma terapia criada por Perls. Essa abordagem psicológica sofreu influência de várias correntes filosóficas. Os mais importantes dessas correntes são o humanismo, o existencialismo e a fenomenologia. O homem, visto por essa tríplice visão, se torna inteligível e as técnicas psicoterapêuticas trabalham baseadas em conceitos como o holismo e aqui e agora. GABARITO: D) Terapia Comportamental. 20 (Pref. de Monte Alegre – 2015) É considerada uma das técnicas utilizadas na Terapia Comportamental a: a) Dessensibilização sistemática. b) Interpretação de sonhos. 26 c) Associação livre. d) Autorreflexão. COMENTÁRIO Segundo Moreira e Medeiros (p. 42, 2007), autores do livro Princípios Básicos da Análise do Comportamento, a dessensibilização sistemática é uma técnica comportamental: “expõe- se o indivíduo gradativamente a estímulos que eliciam respostas de menor magnitude até o estímulo condicionado original”. Assim, temos a letra A como resposta correta. Como já vimos em questões anteriores, a interpretação dos sonhos e associação livre das letras B e C, respectivamente, são técnicas da psicanálise. A autorreflexão mencionada pela letra D é utilizada em várias abordagens psicológicas e não possui uma teoria específica, comumente aplicada por terapeutas psicodinâmicos e com ênfase em bases filosóficas existenciais. GABARITO: A) Dessensibilização sistemática. 21 (Pref. de Cantanhede – 2016) Uma das principais características da psicanálise e da psicoterapia de base analítica é o(a): a) Inconsciente. b) Mágica. c) Desconhecido. d) Conhecimento. COMENTÁRIO Questão relativamente fácil de responder, pois se sabe que a base da teoria psicanalítica e das técnicas psicodinâmicas é trabalhada na perspectiva do inconsciente. Podemos mencionar que a teoria psicanalítica se iniciou no fim do século XIX e início do século XX pelo neurologista austríaco Sigmund Freud e tem profunda relação com a prática psicoterapêutica. Também visa compreender e descrever a personalidade, o desenvolvimento psicossexual, a motivação humana e a causa dos transtornos mentais (neurose, psicose, perversão) através de uma ótica psicodinâmica que leva em consideração os conflitos intrapsíquicos direcionados pelo inconsciente. (Cordiolli, 2009) GABARITO: A) Inconsciente. 27 22 (Pref. de Marcação/PB – 2016) São nomes de referência para o estudo das terapias psicanalítica e cognitivo comportamental, respectivamente: a) Melanie Klein e Beck. b) Yung e Freud. c) Burdieu e Lacan. d) Lacan e Leontiev. e) Bandura e Vygotsky. COMENTÁRIO Vamos comentar sobre os autores mencionados na questão e suas respectivas abordagens a fim de identificar qual a assertiva é de referência para estudo de terapias psicanalíticas e cognitivo comportamental, respectivamente: a) Melanie Klein e Beck. ASSERTIVA CORRETA, pois Klein é uma teórica psicanalítica e Beck criador da terapia cognitivo comportamental. Melanie Klein é uma autora austríaca que pode ser denominada como principal representante da segunda geração psicanalítica mundial, já que transformou o freudismo clássico, criando uma nova forma de análise, a análise de crianças. Aaron Beck é o criador da terapia cognitivo-comportamental (TCC), que teve seu início no final da década de 1960, na qual vários estudos comprovam a sua eficiência. Esta abordagem alcança sucesso no tratamento dos transtornos de ansiedade, humor e de personalidade devido ao seu caráter diretivo, focado no processo de mudança; seu estilo é colaborativo com a participação ativa do cliente, além do estabelecimento de uma psicoeducação. b) Yung e Freud. ASSERTIVA INCORRETA, pois ambos são autores de teorias psicodinâmicas. A Psicologia Analítica que tem influências da psicanálise e pode ser considerada uma teoria psicodinâmica, é originada a partir das ideias do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, que remete a conceitos que influenciam toda a sociedade, tais como arquétipos, inconsciente coletivo e processo de individuação. Na teoria psicanalítica de Sigmund Freud os conflitos intrapsíquicos fazem parte do desenvolvimento humano e propõem descrever as causas dos transtornos mentais. O sistema freudiano trouxe o conceito de inconsciente em uma teoria da sexualidade. Estruturou o aparelho psíquico a nível consciente, pré-consciente e inconsciente, assim como formulou estruturas da personalidade em id, ego e superego. c) Burdieu e Lacan. ASSERTIVA INCORRETA, pois Burdieu é um teórico da sociologia que influencia em alguns pressupostos da psicologia escolar e social e Lacan teórico psicanalítico. Pierre Burdieu é um sociólogo francês que aborda em diversos trabalhos a questão da dominação social, sua contribuição é discutida na psicologia social, escolar, antropologia e sociologia e outros. Jacques Lacan, médico e psicanalista francês criou a Teoria Lacaniana de psicanálise e utilizou a linguística e a lógica para reconfigurar a teoria do inconsciente 28 proposta por Freud; entre vários conceitos criou a noção do conceito Outro, que é entendido como uma combinação dos sistemas simbólicos e socioculturais. d) Lacan e Leontiev. ASSERTIVA INCORRETA, pois Lacan é teórico da psicanálise e Leontiev da psicologia sócio-histórica. Lacan, como mencionado anteriormente, é um autor da psicanálise. E Leontiev é um autor que teve grande influência de Marx e precursor da teoria sócio-histórica juntamente com Vygotsky e Luria. Acreditava na mediação como instrumento para a construção histórica da relação homem-mundo. e) Bandura e Vygotsky. ASSERTIVA INCORRETA, pois Bandura é um autor da teoria da aprendizagem e Vygotsky é sócio-histórico. A teoria de Bandura têm ênfase na aprendizagem observacional, chamada de teoria sócio- cognitiva ou da aprendizagem social que entende o comportamento através da interação recíproca entre fatores cognitivos, ambientais e comportamentais. Para ele a aprendizagem ocorre através da observação, imitação, interação social e seu contexto. Vygotsky é um autorsócio-histórico. Seus pressupostos têm grande influência na educação, psicologia educacional e do desenvolvimento humano. Para ele a aprendizagem ocorre através da mediação. GABARITO: A) Melanie Klein e Beck. 23 (EMPAER – 2014) Na análise do comportamento, encontramos um termo utilizado para definir o retardamento na aquisição do responder de fuga e esquiva, produzida por uma história em que o responder durante estímulos aversivos não teve consequências reforçadoras. Este termo denomina-se: a) Desamparo aprendido. b) Determinismo probabilístico. c) Discriminação condicional. d) Desamparo discriminativo. e) Desamparo probabilístico. COMENTÁRIO Proposto por Maier, Overmeier e Seligman em 1967 e popularizado por Seligman em 1975, o modelo experimental do Desamparo aprendido é referência para a análise do comportamento em pacientes com depressão. Assim, pode-se afirmar que de acordo com Caballo (p. 593, 2002), “a teoria do desamparo aprendido sobre a depressão, ocorre uma forma de vulnerabilidade cognitiva ante a depressão quando uma pessoa tem um estilo atributivo depressivo. Este estilo consiste em uma tendência a fazer atribuições internas, estáveis e globais para os acontecimentos negativos e atribuições externas, instáveis e específicas para os acontecimentos positivos”. 29 Possivelmente, o organismo aprendeu que não pode controlar a situação e, desta maneira, não têm ações com o intuito de evitar o estímulo negativo. A teoria do desamparo aprendido é a visão de que a depressão clínica e doenças mentais podem ocasionar uma falta de controle percebida sobre o resultado de uma situação (BANACO et al., 2015). Essa teoria ajuda a explicar situações nas quais pessoas depressivas parecem “afundar cada vez mais” em situações ruins das quais poderiam sair se “fizessem algo”. Nesse caso, instala-se a “apatia”. Portanto, de acordo com a literatura, a única alternativa que se refere ao termo correto e de acordo com o enunciado é a letra A, desamparo aprendido. GABARITO: A) Desamparo Aprendido. 24 (SESA – 2013) Extinção de comportamento e dessensibilização sistemática são técnicas terapêuticas relacionadas a) À teoria sócio-histórica. b) À psicodrama. c) À teoria humanista-existencial. d) À psicanálise. e) À teoria cognitivo-comportamental. COMENTÁRIO Esta questão pode causar algumas dúvidas, uma vez que extinção do comportamento e dessensibilização sistemática são técnicas originalmente comportamentais, porém, entre as alternativas não observamos esta teoria como possibilidade de resposta, sendo assim, a única mais coerente é a teoria cognitivo comportamental, tornando a letra E a resposta correta, e de acordo com o gabarito oficial da prova. Vamos comentar as semelhanças e diferenças de ambas as teorias: Segundo Falcone (2012a) tanto a Terapia Analítico Comportamental (TAC) quanto a Cognitivo Comportamental (TCC) apresentam argumentações coerentes com os seus modelos teóricos, apesar de diferentes em suas bases filosóficas. Em se tratando das diferenças entre a TAC e a TCC, pode-se afirmar que a mais relevante está nos princípios filosóficos em que estas abordagens compreendem o comportamento humano. Essas diferenças estão na ênfase às contingências ambientais e às cognições. Enquanto os terapeutas cognitivo-comportamentais buscam encontrar crenças subjacentes e distorções cognitivas para compreender de que maneira os pensamentos e consequentes reações afetivas/ fisiológicas influenciam o comportamento, os terapeutas analítico-comportamentais procuram saber que tipos de contingências levariam um comportamento a ocorrer e a influenciar outro comportamento. Neste contexto, a TAC enfatiza a determinação ambiental na compreensão dos comportamentos dos sujeitos, enquanto a TCC prioriza os processos cognitivos, levando 30 em consideração que o indivíduo reage a um ambiente percebido e não a um ambiente real. (FALCONE, 2012) Entre as semelhanças que se pode encontrar em ambas as abordagens estão: a preocupação com a validade empírica e na expressão de conceitos operacionais e principalmente a flexibilidade na aplicação das técnicas terapêuticas. Tanto a TCC quanto a TAC utilizam técnicas de ambas abordagens em setting terapêutico como a dessenssibilização sistemática, extinção de comportamento, ensaio cognitivo, questionamento reflexivo, treinamento de habilidades sociais, auto-avaliação e auto-reforço, entre outros. (FALCONE, 2012b) As demais alternativas não utilizam as técnicas mencionadas no enunciado da questão. GABARITO: E) À teoria cognitivo-comportamental. 25 (MPE-PE – 2012) Uma das primeiras aplicações de grande escala da ciência do behaviorismo para a psicopatologia e seu uso em terapia behaviorista abriu caminho para as práticas de redução de ansiedade e do medo presentes na vida do indivíduo, permitindo que fobias graves fossem eliminadas. Os indivíduos eram gradualmente apresentados a objetos ou situações que temiam e podiam testar a realidade e ver que nada de ruim acontecia na presença do objeto ou da cena fóbica. Trata-se da Técnica de: a) Condicionamento operante. b) Desfobilização gradual. c) Desconstrução fóbica. d) Extinção de ansiedade. e) dessensibilização sistemática. COMENTÁRIO Podemos observar, pelo elevado número de questões, que as bancas gostam de cobrar a técnica comportamental “dessensibilização sistemática” em provas com o tema técnicas psicoterápicas. Portanto fiquem atentos a ela! Como mencionado anteriormente dessenbilização sistemática é uma técnica comportamental também comumente utilizada em terapia cognitiva comportamental que ocorre através do confronto graduado do paciente a situações ou objetos que causam ansiedade e fobias. Esta aproximação pode ser realizada na imaginação ou ao vivo, assim a resposta condicionada tende a diminuir após o indivíduo se habituar proporcionalmente pela exposição sistemática aos estímulos aversivos. (Caballo, 2002) Segundo Moreira e Medeiros (p. 42, 2007), autores do livro Princípios Básicos da Análise do Comportamento, a dessensibilização sistemática é uma técnica comportamental que 31 “expõe-se o indivíduo gradativamente a estímulos que eliciam respostas de menor magnitude até o estímulo condicionado original”. Portanto, a letra E, dessensibilização sistemática é a resposta correta. O condicionamento operante, letra A, é uma relação de aprendizagem entre o organismo - ambiente em que a emissão de respostas de um indivíduo afeta/altera o ambiente, e, a depender desta alteração, respostas semelhantes a estas terão sua probabilidade de ocorrência futura aumentada ou diminuída, ou seja, é um processo através do qual o comportamento fica sobre controle de suas consequências. (Moreira e Medeiros, 2007) A técnica de extinção mencionada na letra D, é quando o estímulo é deixado de ser reforçado pelo terapeuta para comportamentos considerados inadequados e como resposta há o enfraquecimento de respostas dessa classe operante. Desfobilização gradual, desconstrução fóbica, letras B e C respectivamente, são técnicas inexistentes na literatura behaviorista. GABARITO: E) Dessensibilização sistemática. 26 (MPE-PE – 2012) A Psicologia da Gestalt estudou processos de aprendizagem, percepção e resolução de problemas e, para tanto, desenvolveu os conceitos de “Todo e Parte”, “Figura e Fundo” e “Aqui e Agora”, sendo que a Gestalt terapia transpôs tais conceitos para o campo da psicoterapia e os utiliza para entender como o cliente se percebe e interage com o mundo exterior e com sua própria: a) Coletividade. b) Objetividade. c) Operacionalização. d) Subjetividade. e) Mistificação. COMENTÁRIO De acordo com Frazão e Fukumitsu (2013), Perls utiliza as concepções da Psicologia da Gestalt como os conceitos de “Todo e Parte”, “Figura e Fundo” e “Aqui e Agora”, com intuito de entendercomo funciona a psique humana, cujo entendimento é de que o organismo deve ser estudado em sua totalidade e não apenas por meio da soma de suas partes. O processo de formação de figura-fundo na Gestalt terapia é dinâmico e acontece de acordo com uma hierarquia de necessidades (retratada no ciclo de contato-retração). A figura, no processo, sugere que um determinado objeto se encontre como prioridade na hierarquia (denominado como necessidade dominante do sujeito). Quando tal necessidade é satisfeita 32 pelo indivíduo, torna-se fundo, e assim surge uma nova figura. O processo do aqui e agora é entendido como o momento presente e única realidade possível cuja ação no campo independe do passado e do futuro. (Ginger e Ginger, 1995) Assim, os pensamentos, ações, comportamentos e emoções do cliente são o modo de experiência e de encontro com os eventos do meio exterior que interagem com a subjetividade do indivíduo através da percepção. (Barradas, 2012). GABARITO: D) Subjetividade. 27 (TJAP – 2014) Na terapia cognitiva corresponde a identificar pensamentos automáticos e esquemas disfuncionais nas sessões de psicoterapia, de modo a ensinar habilidades para mudar cognições e fazer com que os clientes realizem exercícios planejados para expandir os aprendizados da terapia às situações do mundo real. Este processo é denominado: a) Conceitualização de caso. b) Reestruturação cognitiva. c) Questionamento socrático. d) Identificação de erros cognitivos. e) Exame de evidências. COMENTÁRIO Vamos comentar cada assertiva a fim de identificar a resposta correta e revisar algumas técnicas da terapia cognitivo comportamental, segundo Beck (1997/2011/2007): a) Conceitualização do caso. ASSERTIVA INCORRETA, pois terapeuta expõe a lógica da terapia cognitiva ou alguma técnica proposta no setting terapêutico com intuito de discutir as reações do paciente a esse modelo. b) Reestruturação Cognitiva. ASSERTIVA CORRETA, pois a técnica trabalha com a detecção e identificação de pensamentos automáticos e esquemas distorcidos para mudança de pensamentos e comportamentos através de atividades planejadas para o cliente a fim de que ele tenha autonomia suficiente para expandir os aprendizados em seu cotidiano fora do setting terapêutico. c) Questionamento Socrático. ASSERTIVA INCORRETA, pois a técnica trabalha com a utilização de várias perguntas abertas (onde a resposta não possa ser “sim”, “não”, “talvez”), relativas a uma crença alvo onde o paciente possa entrar em contato com algumas informações pessoais que não acessava antes e tenha a possibilidade de refletir sobre elas. d) Identificação de erros cognitivos. ASSERTIVA QUE TAMBÉM ESTÁ CORRETA, procedimento que ajuda o cliente a perceber o seu pensamento automático e a partir dessa 33 identificação rejeitar a inferência que o levou ao erro cognitivo, com auxílio de técnicas da TCC para questionar a validade do mesmo. Observa-se que, apesar da identificação de erros cognitivos não ser uma técnica específica, este procedimento é semelhante ao uso da técnica de Reestruturação cognitiva. Como o enunciado da questão pede processo, esta resposta também poderia ser correta, assim identificamos duas assertivas corretas. e) Exame de evidências. ASSERTIVA INCORRETA, pois nesta técnica, após serem detectados os pensamentos disfuncionais, o paciente é encorajado a avaliá-los e a testá-los no seu dia- a-dia para confirmar sua veracidade ou refutá-los. Questão passível de anulação, mas que não foi anulada, portanto: GABARITO OFICIAL: B) Reestruturação cognitiva. 28 (TRT 6ª Região – 2012) É utilizado em terapia cognitiva para ajudar o cliente a reconhecer e modificar esquemas disfuncionais: a) Atribuição. b) Registro de sentimentos. c) Reinvestimento cognitivo. d) Questionamento Socrático. e) Exame de não evidências. COMENTÁRIO Podemos identificar a assertiva correta da questão como “Questionamento Socrático”, letra D, pois é a única alternativa que corresponde a uma técnica existente na Terapia Cognitiva. Vamos comentá-las: a) Atribuição. ASSERTIVA INCORRETA Não existe esta técnica, o que existe é a Reatribuição, que “é empregada quando o paciente irrealisticamente atribui ocorrências adversas a uma deficiência pessoal, tal como a falta de habilidade ou empenho”. (Beck, et al, p. 159, 1997) b) Registro de sentimentos. ASSERTIVA INCORRETA Nome correto da técnica é Registro de Pensamentos Disfuncionais: construído um quadro em que o cliente deverá realizar anotações sempre que experimentar uma emoção desagradável. (Beck et al, 1997) c) Reinvestimento cognitivo. ASSERTIVA INCORRETA Nome correto da técnica é Ensaio Cognitivo: ensaio detalhado e imaginário de uma determinada tarefa, como por exemplo, dirigir, falar em público. (Beck et al, 1997) 34 d) Questionamento Socrático. ASSERTIVA CORRETA Revisando o termo, questionamento socrático é a técnica que trabalha com a utilização de várias perguntas abertas (onde a resposta não possa ser “sim”, “não”, “talvez”) relativas a uma crença alvo onde o paciente possa entrar em contato com algumas informações pessoais que não acessava antes e tenha a possibilidade de refletir sobre elas. (Beck, 1997) e) Exame de não evidências. ASSERTIVA INCORRETA Nome correto da técnica é Exame das evidências: terapeuta e cliente desenvolvem juntos uma “investigação empírica” por meio da qual os pensamentos automáticos e as crenças do indivíduo são admitidos como hipóteses e que, portanto, podem ser analisadas sistematicamente, a fim de terem sua validade e/ou utilidade testada. (Beck, 1997) GABARITO: D) Questionamento Socrático. 29 (MPE-ES – 2013) Uma das estratégias usadas pelos terapeutas cognitivo-comportamentais é a do questionamento socrático. Considere a situação relatada a seguir e assinale, entre as alternativas, a que ilustra esse tipo de questionamento. Durante uma sessão, uma paciente declara: Eu gritei com meu filho porque ele se comportou mal. Eu não sou uma boa mãe. O terapeuta responde: a) Você não seria exigente demais com você mesma? b) O que você acha que é ser uma boa mãe? c) Você se sente culpada por ter gritado? d) Gritar com ele significa que você não o ama? e) Sua mãe costumava gritar com você? COMENTÁRIO Questão interessante, pois ela contextualiza uma situação possível em terapia, utilizando a técnica de questionamento socrático. Como mencionado na questão anterior, a técnica cognitiva comportamental de questionamento socrático trabalha com a utilização de várias perguntas abertas (onde a resposta não pode ser “sim”, “não”, “talvez”) relativas a uma crença alvo onde o paciente possa entrar em contato com algumas informações pessoais que não acessava antes e tenha a possibilidade de refletir sobre elas. Assim, de acordo com o contexto, temos que identificar dentre as alternativas, qual a pergunta cuja resposta não possa ser respondida com palavras fechadas: “sim”, “não”, “talvez”. Vamos visualizar: (A) Você não seria exigente demais com você mesma? Resposta fechada, sim, talvez ou não. 35 (B) O que você acha que é ser uma boa mãe? Resposta aberta, exemplo: “acho que ser uma boa mãe é dar carinho, cuidado e atenção ao filho”. (C) Você se sente culpada por ter gritado? Resposta fechada, sim, talvez ou não. (D) Gritar com ele significa que você não o ama? Resposta fechada, sim, talvez ou não. (E) Sua mãe costumava gritar com você? Resposta fechada, sim, talvez ou não. Assim, vimos que a única alternativa que possibilita uma resposta aberta é a letra B. GABARITO: B) O que você acha que é ser uma boa mãe? 30 (EMPAER – 2014) Assinale a alternativa que apresenta os fenômenos cognitivos que fazem parte da Estrutura do Modelo Cognitivo. a) Esquemas de crenças, crenças principais, crenças intermediárias e pensamentos compensatórios. b) Esquemas decrenças, crenças centrais, crenças intermediárias e pensamentos automáticos. c) Pensamentos automáticos, crenças principais, crenças compensatórias e esquemas centrais. d) Pensamentos compensatórios, crenças centrais, crenças automáticas e esquemas de crenças. e) Esquema de crenças, crenças principais, crenças automáticas, pensamentos centrais. COMENTÁRIO Segundo o modelo teórico cognitivo de Aaron Beck (1997/2007/2011): Esquemas de crenças são estruturas cognitivas que permitem a formação de significados ou regras fundamentais para o processamento de informações que começam a ser desenvolvidos desde os primeiros anos de vida e auxiliam os indivíduos a interpretarem e explicarem o mundo, como por exemplo, “estudar é algo bom”. Dentro desta perspectiva existem três tipos de esquemas: (1) Esquemas simples, que são regras sobre a natureza física do meio ou gerenciamento prático das atividades diárias que podem ter pouco ou nenhum efeito sobre a psicopatologia. Exemplo: “sei que a água é para beber, tomar banho”. (2) Crenças centrais, são estruturas cognitivas formadas pelas convicções básicas que cada pessoa tem sobre si, sobre os outros e sobre o mundo. Exemplo: “eu sou inteligente e esforçado, o meu colega também e a maioria das pessoas sabem disso”. (3) Crenças intermediárias ou subjacentes, constituem-se por regras e suposições que 36 geralmente assumem o contorno de um dever tais como “eu devo”, “eu tenho”, “se...então”, como por exemplo “eu devo estudar muito para ir bem na prova”. (BECK, 1997; CLARK; BECK E ALFORD, 1999) De acordo com Beck (1997), o objetivo da TCC é identificar e desenvolver os esquemas adaptativos e, concomitantemente, tentar modificar ou reduzir a influência dos esquemas desadaptativos do processamento cognitivo. Pensamentos automáticos se desenvolvem a partir de crenças centrais e são interpretações imediatas, rápidas, espontâneas e involuntárias das experiências. Aqueles são pré-conscientes e normalmente passam despercebidos, tais pensamentos revelam a maneira como as situações são significadas pelo indivíduo e que distorções ele faz da realidade, por exemplo “eu fui mal na prova, como sou burro (a) e não consigo aprender” (BECK, 1997; CLARK; BECK E ALFORD, 1999). Quando treinado em sessão terapêutica, é possível ao cliente reconhecer esses pensamentos automáticos e identificar as crenças centrais vinculadas a eles e, a partir da tomada de consciência, realizar a análise racional sobre suas cognições, sentimentos e comportamentos. (BECK, 1997) Fonte: LIMA, A. A. T (org). Técnicas Psicoterápicas / Série concursos públicos: Resumos de Psicologia. V. 3. Salvador: Concursos PSI Empreendimentos Editoriais, 2013. Voltando à questão, vamos identificar apenas fenômenos cognitivos que fazem parte da Estrutura do Modelo Cognitivo: a) Esquemas de crenças, crenças principais, crenças intermediárias e pensamentos compensatórios. b) Esquemas de crenças, crenças centrais, crenças intermediárias e pensamentos automáticos. c) Pensamentos automáticos, crenças principais, crenças compensatórias e esquemas centrais. d) Pensamentos compensatórios, crenças centrais, crenças automáticas e esquemas de crenças. e) Esquema de crenças, crenças principais, crenças automáticas, pensamentos centrais. GABARITO: B) Esquemas de crenças, crenças centrais, crenças intermediárias e pensamentos automáticos. 37 31 (Pref. de Alfenas – 2016) A terapia cognitiva de Beck caracteriza-se por ser uma abordagem psicoterapêutica estruturada, de participação ativa entre terapeuta e cliente. Sua teoria cognitiva de curto prazo focaliza três níveis de cognição a serem trabalhados. Assinale a alternativa que NÃO apresenta um desses níveis: a) Pensamentos automáticos. b) Pensamentos transferenciais. c) Pressupostos subjacentes (crenças intermediárias). d) Crenças nucleares (centrais). COMENTÁRIO Como mencionado na questão anterior, Beck (1997) propôs três níveis de cognição na Terapia Cognitiva que posteriormente foi denominada de Terapia Cognitivo Comportamental, são elas: - Esquemas simples; - Crenças centrais ou nucleares e - Crenças intermediárias ou subjacentes. Salienta-se que ele também menciona os pensamentos automáticos como integrantes da cognição, portanto a única alternativa que NÃO apresenta um desses níveis é a letra B, pensamentos transferenciais. GABARITO: B) Pensamentos transferenciais. 32 (DPU – 2010) Os objetivos da terapia cognitiva incluem a identificação e correção de distorções ou erros cognitivos apresentados pelo indivíduo, como: a) Medo irracional. b) Pensamento dicotômico. c) Baixa assertividade. d) Regras autoimpostas. e) Especificação da resposta. COMENTÁRIOS As distorções cognitivas ou erros sistemáticos são formas distorcidas de pensar a realidade, padronizadas pelos eventos da vida e que geram grande sofrimento e ansiedade. Beck (1997) identificou que indivíduos com transtornos emocionais apresentam equívocos característicos na lógica dos pensamentos automáticos e outras cognições, assim os esquemas mal adaptativos desvirtuam a realidade para que esta se torne condizente com as crenças centrais de desamparo, desamor e desvalor. (BECK, 1997) 38 As distorções cognitivas, segundo Beck (1997, p. 27 e 28 - grifo nosso) podem ser: “1. A inferência arbitrária: se refere ao processo de se chegar a uma conclusão específica na ausência de provas para sustentá-la, ou quando as provas são contrárias à conclusão. 2. A abstração seletiva: consiste em focalizar um detalhe retirado do contexto, ignorando outros aspectos mais salientes da situação e conceituando a totalidade da experiência com base nesse fragmento. 3. A hipergeneralização: se refere ao padrão segundo o qual se chega a uma regra ou conclusão geral na base de um ou mais incidentes isolados, e se aplica o conceito, em espectro amplo, a situações relacionadas e não relacionadas ao(s) incidente(s). 4. O exagero e a minimização: se refletem em erros na avaliação do significado ou magnitude de um acontecimento, grosseiros a ponto de se constituírem em distorções. 5. A personalização: diz respeito à propensão do paciente a relacionar ocorrências externas a si mesmo, quando não existe base para estabelecer essa relação. 6. O pensamento absolutista, dicotômico: se manifesta na tendência a colocar todas as experiências em uma de suas categorias opostas; por exemplo, perfeito ou defeituoso, imaculado ou mundo, santo ou pecador. Na descrição de si mesmo, o paciente seleciona a categorização negativa extrema.” (Beck, 1997, p. 27 e 28) Assim, ao programar métodos da TCC para a redução de distorções cognitivas ou erros sistemáticos, os terapeutas geralmente ensinam aos pacientes métodos pelos quais o objetivo maior seja simplesmente de reconhecer que está cometendo distorções da realidade. (Beck, 1997) As alternativas “A, C, D e E” não se encaixam em nenhum tipo de distorção cognitiva proposta por Beck (1997). GABARITO: B) Pensamento dicotômico. 33 (FUNCAB – 2014) A terapia cognitiva baseia-se na hipótese de que as crenças influenciam: a) Nas relações entre os conteúdos inconscientes e seus respectivos sintomas. b) Na moralidade determinante dos processos sociais. c) Na visão de uma situação, no pensamento e no comportamento do indivíduo. d) No desenvolvimento biológico dos bebês. 39 COMENTÁRIO De acordo com Beck (1997), o objetivo da TCC é identificar e desenvolver os esquemas adaptativos e, concomitantemente, tentar modificar ou reduzir a influência dos esquemas desadaptativos do processamento cognitivo. Quando treinado em sessão terapêutica, é possível ao cliente reconhecer os pensamentos automáticos e identificar as crenças vinculadas a eles e, a partir da tomada de consciência, realizar a análise racional sobre a situação e suas cognições,
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