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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA: MATÉRIAS-PRIMAS AGROPECUÁRIAS DE ORIGEM VEGETAL PROFESSOR: DR. HEINZ JOHANN HOLSCHUH AVALIAÇÃO DO ESTADO DE AMADURECIMENTO DE FRUTOS Nataly da Silva Alves Suelen Lima de Carvalho JOÃO PESSOA – PB 2013 1. INTRODUÇÃO O estudo de fatores que influenciam no processo de amadurecimento é fundamental para o planejamento do processo de comercialização, principalmente em frutos com padrão de respiração climatérico e perecível. Os frutos do tomateiro são altamente perecíveis e de película bastante fina, tornando-se uma matéria-prima frágil para colheita e movimentação logística. Segundo Giordano e Ribeiro (2000), o fruto possui em sua composição aproximadamente 93% a 95% de água. Evidências empíricas dão conta de elevados valores de perdas existentes nesse suprimento, consequentemente, esforços no sentido de otimizar essa logística de suprimento são necessários. O mamão é um fruto climatérico que apresenta rápido amadurecimento pós-colheita, o que o caracteriza como um fruto de grande perecibilidade na fase de pós-colheita e, dessa maneira, o estudo dos fatores que influenciam na taxa respiratória e na liberação de etileno são fundamentais para o planejamento do processo de comercialização (Paull & Chen, 1983). As mangas, mesmo as de uma mesma árvore, dificilmente possuem a mesma idade porque o florescimento e a polinização ocorrem durante um período relativamente longo, de várias semanas. Consequentemente, os frutos não amadurecem simultaneamente e, assim, eles são usualmente colhidos de diferentes árvores, em várias ocasiões durante o período da safra. Um dos principais problemas encontrados em mangas destinadas ao consumo in natura ou ao processamento é a desuniformidade de amadurecimento dos frutos em um mesmo lote. As laranjas têm lugar de destaque tanto para o consumo de frutos in natura como para o processamento do suco. A laranja ‘Pera’ possui melhores características de sabor: é mais doce e menos ácida que as outras variedades. A coloração da casca da laranja é uma das características mais utilizadas pelo consumidor na escolha de que produto comprar, porém não é um indicativo seguro de doçura. Frutas cultivadas em regiões mais quentes, em geral, têm a casca mais verde e são menos ácidas que as frutas cultivadas em climas mais amenos, mas podem ser tão ou mais doces. Os principais parâmetros utilizados para determinação do ponto de colheita podem ser divididos em dois grupos: parâmetros de indicação direta e indireta. Nesta atividade, realizou-se o teste da firmeza da polpa; o teor de sólidos solúveis totais e a observação da coloração da casca, utilizando-se apenas dos parâmetros de indicação indireta. 2. OBJETIVOS Avaliar o estado de amadurecimento das matérias-primas em estudo e indicar se as mesmas têm aptidão para armazenamento prolongado, industrialização e consumo imediato. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. MATERIAIS Água Álcoois, 46º e 92,8º INPM Béquer Penetrômetro Refratômetro Tomate Manga Mamão Laranja 3.2. MÉTODOS 3.2.1. Coloração da casca Fez-se mentalmente uma escala de cores (escala hedônica), que o tomate pudesse ter, da menos à mais madura. Então, ordenou-se a matéria-prima de acordo com essa escala e verificaram-se quantos indivíduos se enquadravam em cada coloração. 3.2.2. Densidade relativa do fruto Em três béqueres, cada um contendo: água pura, álcool 46% e álcool 92,8%, respectivamente, foram colocados frutos verdes e maduros e observou-se o que ocorreria. 3.2.3. Determinação do grau Brix Mediu-se o grau Brix de amostras maduras e verdes de tomate e laranja, utilizando-se um refratômetro, que indica a quantidade de açúcares presentes nas frutas. Foram retiradas alíquotas das matérias- primas para se realizar a medição. Vale ressaltar que, a cada aferição, o refratômetro foi lavado com água destilada. 3.2.4. Determinação da textura da polpa Determinou-se a textura de manga e mamão com o auxílio de um penetrômetro. Fez-se a leitura de cada amostra anotou-se o resultado. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1. Coloração da casca Notou-se que o tomate, ao amadurecer, perde a coloração esverdeada (proveniente da clorofila) e apresenta o vermelho como a cor do amadurecimento (Figura 1). Desta forma, a escala de cores dividiu-se entre verde, verde esbranquiçado, laranja, vermelho e vermelho intenso (Figura 2). Figura1. Escala de cor para classificação de tomate. Figura 2. Frequência da coloração da casca do tomate para amostras em diferentes estados de maturação 4.2. Densidade relativa do fruto Utilizando-se a manga Tommy como matéria-prima, observou-se que a fruta verde quase não flutuou e que a madura afundou rapidamente na água. A densidade da manga madura é maior que a da água, uma vez que é a polpa que determina a densidade da mesma. Já no estudo do tomate, as amostras verde, intermediária e madura flutuaram em água, ou seja, até mesmo o fruto amadurecido é menos denso que a água. No béquer com álcool 46º, apenas o tomate maduro afundou, enquanto as demais submergiram. E no álcool 92,8º, todas as amostras ficaram depositadas no fundo, uma vez que esse álcool é menos denso. 1 2 2 1 2 Verde Verde esbranquiçado Laranja Vermelho Vermelho intenso Escala de Cores da casca do Tomate Verde Verde esbranquiçado Laranja Vermelho Vermelho intenso 4.3. Determinação do grau Brix Utilizou-se este método para medir o teor de sólidos solúveis nas amostras. O mesmo é expresso em porcentagem de sacarose nos tomates e laranjas verdes e maduros. Tabela 1. Grau Brix de amostras de tomate e laranja em diferentes estágios de maturação Amostra Tomate Laranja Verde Maduro Verde Madura Grau Brix 5º Brix 3,5º Brix 8º Brix 9º Brix Nos tomates obteve-se um Teor de Sólido Solúvel igual a 5 (tomate verde) e 3,5 (tomate maduro), o que corresponde a 5,0 gramas de sacarose + 95 gramas de água e 3,5 gramas de sacarose + 96,5 gramas de água, respectivamente. Já as laranjas atingiram um Teor de Sólido Solúvel igual a 8 (laranja verde) e 9 (laranja madura), ou seja, 8,0 gramas de sacarose + 92 gramas de água e 9 gramas de sacarose + 91 gramas de água, respectivamente. 4.4. Determinação da textura da polpa Os resultados alcançados para a textura (Tabela 2) mostram que a textura de frutas polpudas diminui no amadurecimento. Como essa propriedade está diretamente relacionada com a resistência ao transporte, pode-se inferir que o mamão maduro analisado já não tem mais resistência. Tabela 2. Textura da polpa de manga e mamão em diferentes estados de maturação Amostra Manga Mamão Verde Madura Verde Maduro Textura (kg/cm2) 9,3 5,6 4,8 0,3 5. CONCLUSÃO Observando-se o estado de maturação das frutas analisadas, podemos concluir que os tomates verdes e intermediários são apropriados para se ter um armazenamento prolongado e para serem industrializadas. Da mesma forma, a laranja, a manga e o mamão. Em se tratando da avaliação dos procedimentos realizados com o penetrômetro e o refratômetro, as frutas maduras apresentaram-se apropriadas para o consumo imediato. Em contra partida,tais frutas não são apropriadas para a industrialização e armazenamento prolongado por estarem mais susceptíveis a deterioração. 6. REFERÊNCIAS DISQUAL. Manual de boas práticas: tomate. In: Programa Praxis, 21. Disponível em: < http://www2.esb.ucp.pt/twt/disqual/pdfs/disqual_tomate.pdf> (Acesso em 30 de Novembro de 2013). PAULL, R. E.; CHEN, N. J. Postharvest variation in cell wall-degradation enzymes of papaya (Carica papaya L.) during fruit ripening. Plant Physiology Washington, v.72, p.382-385, 1983. GIORDANO, L. B.; RIBEIRO, C. S. C. Origem, botânica e composição química do fruto. In: SILVA, J. B. C.; GIORDANO, L. B. (Eds.). Tomate para processamento industrial. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000. (Embrapa Hortaliças).
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