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Ponto 8 - Administrativo

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DIREITO ADMINISTRATIVO – PONTO 08
Direito Administrativo: Controle Interno e Externo da Administração Pública. Abuso e Desvio de Poder.
	- Controle Interno e Externo da Administração Pública
	A sujeição das atividades administrativas do Poder Público ao mais amplo controle possível é um corolário dos Estados de Direito, nos quais somente a lei, manifestação de vontade do povo, deve pautar toda a atividade da administração pública, atividade esta cujo fim mediato deve sempre ser o mesmo: a defesa do interesse público.
	A razão básica e ideia central, quando se fala em controle da administração pública, reside no fato de o titular do patrimônio público – seja material ou imaterial – ser o povo, e não a administração pública, razão pela qual ela se sujeita, em toda a sua atuação, sem qualquer exceção, ao princípio da indisponibilidade do interesse público. A administração pública é, portanto, gestora da coisa pública. 
	- Conceito
	Por controle administrativo, pode ser entendido o conjunto de instrumentos que o ordenamento jurídico estabelece a fim de que a própria Administração Pública, os Poderes Legislativo e Judiciário, e ainda o povo, diretamente ou por meio de órgãos especializados, possam exercer o poder de fiscalização, orientação e revisão da atuação administrativa de todos os órgãos, entidades e agentes públicos, em todos os Poderes e níveis da Federação.
	Como o controle é realizado de forma ampla e por diversos níveis, variada também é a sua classificação.
	
	- Classificação das Formas de Controle
	- Conforme a Origem
	Pode ser dividido em (1) Controle Interno; (2) Controle Externo; (3) Controle Popular. Classificação ligada ao ponto agora analisado.
	Controle Interno é o exercido dentro de um mesmo Poder, seja o exercido no âmbito hierárquico, seja por meio de órgãos especializados, sem relação de hierarquia com o órgão controlado, ou ainda o controle que a administração direta exerce sobre a administração indireta de um mesmo Poder. São exemplos o controle que a chefia realiza sobre os atos de seus subordinados dentro de determinado órgão público (controle interno derivado da relação hierárquica), bem como o controle realizado pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF do Ministério da Fazendo, quando provocado, exercendo controle sobre as decisões proferidas pelas delegacias de Julgamento da Secretaria da Receita (controle interno exercido por órgão especializado), ou ainda ao controle que o Ministério da Previdência realiza sobre determinados atos praticados pelo INSS (controle interno da administração direta sobre a indireta).
	O que importa, portanto, para caracterizar o controle interno, é aquele realizado dentro do mesmo Poder em que foi praticado o ato a ser controlado. A respeito do controle interno que os Poderes devem realizar, estabelece o art. 74 da CF:
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
	Controle Externo, por seu turno, é aquele realizado por um Poder sobre os atos administrativos praticados por outro Poder. Como exemplos, temos a sustação, pelo Congresso, de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem seu poder regulamentar (art. 49, V); a anulação de um ato do Poder Executivo por decisão judicial; o julgamento anual, pelo Congresso, das contas apresentadas pelo Presidente (art. 49, IX), entre outros. 
	***Importante: como colocado acima, o controle realizado pela administração direta sobre a indireta seria uma espécie de controle interno (entre outros, posicionamento de CABM). Contudo, há orientação doutrinária diversa que entende que essa espécie de controle (controle finalístico, supervisão ou tutela administrativa) seria classificado como Controle Externo. É o posicionamento de Di Pietro e José dos Santos Carvalho Filho. 
	Por fim, o Controle Popular. Como decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público, a Constituição contém diversos dispositivos que dão ao administrado a possibilidade de – diretamente ou por intermédio de órgãos com essa função institucional – verificar a regularidade de atuação da administração pública e impedir a prática de atos ilegítimos, bem como provocar até a reparação dos danos deles decorrentes. Podem ser citados os arts. 31, §3º, CF; 5º, LXXIII (Ação Popular); 74, §2º. 
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 3º - As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
	- Conforme o momento de exercício
	Conforme o momento em que é realizado, o controle pode ser (1) Prévio ou Preventivo – a priori; (2) Concomitante; (3) Subsequente ou corretivo.
	Controle prévio ou preventivo é aquele realizado antes do início da prática ou antes da conclusão de determinado ato administrativo, constituindo em requisito de validade ou para a produção de efeitos do ato controlado. É o exemplo do controle realizado pelo Senado, que necessita autorizar que a União, Estados, DF ou Municípios possam contrair empréstimos externos (art. 52, V, CF), ou o caso da aprovação pelo Senado dos indicados ao cargo de ministro do STF, PRG. Pode também ser citado como um controle prévio a concessão de uma medida liminar em mandado de segurança preventivo que impeça a prática ou conclusão de um ato administrativo que o administrado entenda ameaçar seu direito líquido e certo.
	Controle concomitante é exercido durante a realização do ato e permite a verificação da regularidade de sua formação. São exemplos o acompanhamento de um concurso pela corregedoria competente, bem como a fiscalização da execução de um contrato administrativo. 
	Já o Controle Subsequente, Posterior ou Corretivo, por óbvio, é o realizado após a conclusão do ato, talvez o mais comum das modalidades. É através do controle subsequente que é possível a correção de defeitos do ato, a declaração de sua nulidade, a sua revogação, cassação, ou mesmo conferir eficácia ao ato. Exemplos: homologação de uma licitação; sustação pelo Congresso do ato normativo do Executivo que exorbite no seu poder regulamentar. O controle realizado pelo Judiciária, como regra, é subsequente. 
	
	- Quanto ao aspecto controlado
	Divide-se em (1) Controle de legalidade ou legitimidade; (2) Controle de mérito.
	Pelo controle de legalidade, verifica-se se o ato foi praticado em conformidade com o ordenamento jurídico, esse entendidoem sentido amplo (lei, Constituição ou outro ato normativo, sendo possível o controle até mesmo em relação a um ato administrativo infralegal de conteúdo impositivo para a própria administração, bem como princípios jurídicos; não se deve esquecer também as súmulas vinculantes, haja vista que o art. 103-A, §3º, da CF, prevê, inclusive, reclamação ao STF em relação ao ato administrativo que contraria a súmula). É corolário do princípio da legalidade. 
	O controle de legalidade pode ser realizado pela própria administração que praticou o ato – espécie de controle interno – , no exercício do poder de autotutela. Pode, ademais, ser exercido pelo Poder Judiciário, no exercício de sua função precípua, ou seja, a jurisdicional, bem como pelo Legislativo (como são os casos de análise da legalidade dos atos pelo TCU a respeito dos atos de admissão de pessoal do Executivo), nos casos previstos na Constituição. 
	Já o controle de mérito visa certificar a oportunidade e a conveniência administrativas do ato controlado. Trata-se, portanto, de atuação discricionária, exercida, igualmente, sobre atos discricionários. O resultado desse controle é a revogação, pelo ente realizador do ato, de atos discricionários por ele próprio regularmente editados, válidos, que acabaram se tornando inconvenientes ou inoportunos, não existindo, nessas situações, anulação de ato administrativo. 
	Como regra, esse controle de mérito é um controle administrativo que compete exclusivamente ao próprio Poder que realizou o ato. Excepcionalmente, e apenas nos casos dispostos na Constituição Federal, o Poder Legislativo tem competência para exercer controle de mérito sobre atos praticados pelo Executivo (ou pelo Judiciário, no exercício da função administrativa). Na verdade, trata-se de um controle sobretudo político, mas costuma ser enquadrado como controle de mérito pelos administrativistas pelo fato de que não se trata de um simples controle de legalidade. Nessas hipóteses, o Legislativo atua com discricionariedade, controlando ato discricionário. São exemplos as diversas situações em que é necessária uma autorização prévia ou aprovação do Legislativo para a prática de algum ato pelo Executivo, como ocorre na apreciação prévia pelo Senado dos nomes escolhidos pelo Presidente da República para presidente e diretores do Banco Central. 
	Como a revogação não se baseia em qualquer mácula à lei (sentido amplo), a sua ocorrência não pode afetar os direitos adquiridos, produzindo – a revogação – efeitos apenas prospectivos (ex nunc), diferentemente das situações de anulação do ato administrativo, a qual opera efeitos retroativos (ex tunc), retroagindo à origem do ato, desfazendo as relações dele resultantes (resguardados, entretanto, os efeitos já produzidos para terceiros de boa-fé). 
	
	- Quanto à Amplitude
	Quanto à amplitude, o controle da administração pública pode ser (1) Controle Hierárquico; (2) Controle Finalístico.
	O Controle Hierárquico decorre do escalonamento vertical de órgãos da administração direta, ou mesmo de órgãos integrantes de cada entidade da administração indireta (ou seja, ocorre dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica). É sempre um controle interno. A existência de controle hierárquico resulta numa relação superior-subordinado.
	Em razão de sua natureza, o controle hierárquico é pleno (irrestrito), permanente e automático (não dependente de norma específica que o autorize ou estabeleça). Ainda, pelo controle hierárquico podem ser verificados todos os aspectos concernentes à legalidade e ao mérito de todos os atos praticados pelos agentes ou órgãos subalternos a determinado agente ou órgão. 
	***Importante: segundo Hely Lopes, para o exercício do controle hierárquico são necessárias as faculdades de supervisão, coordenação, orientação, fiscalização, aprovação, revisão e avocação das atividades controladas. Também fundamental que os agentes responsáveis pelo controle possuam meios corretivos dos desvios e irregularidades verificados.
	 Por sua vez, o Controle Finalístico é aquele exercido pela administração direta sobre as pessoas jurídicas integrantes da administração indireta, como resultado da descentralização administrativa. 
	É de se observar que essas pessoas jurídicas integrantes da administração indireta possuem autonomia administrativa e financeira, e é por causa dessa autonomia (mormente a autonomia administrativa) que o controle realizado pela administração direta sobre a indireta difere sobremaneira do controle hierárquico acima visto, pois não há hierarquia, mas vinculação entre pessoas jurídicas diversas. Assim, o controle finalístico depende de norma legal que o estabeleça, determinando a forma como esse ocorrerá, bem como estabelecendo as finalidades objetivadas com o controle.
	Portanto, sendo o controle finalístico fundamentado em uma relação de vinculação entre pessoas, é um controle limitado e teleológico, ou seja, restringe-se à verificação do enquadramento da entidade controlada no programa geral do governo e à avaliação objetiva do atingimento, pela entidade, de suas finalidades estatutárias. 
	É também denominado de tutela administrativa, ou supervisão ministerial (essa última é expressão utilizada pelo DL 200/1967). 
	***Importante: como dito, o controle finalístico depende de norma legal que o estabelece e disponha a respeito de seus limites. É a regra. CABM, contudo, ressalva as situações excepcionais, de condutas patentemente aberrantes de entidades da administração indireta, onde caberia o controle por parte da administração direta mesmo sem expressa previsão legal. É o que o autor denomina tutela extraordinária, em contraposição à tutela ordinária, dependente de lei que a determine. 
	- Controle exercido pela Administração sobre seus próprios atos. (Controle Administrativo)
	O controle administrativo é, portanto, o controle que a própria administração (qualquer dos Poderes, quando atuem na função administrativa) realiza sobre seus próprios atos, contrapondo-se aos controles legislativo e judicial, que serão analisados a seguir. Assim, tem-se que controle administrativo é controle interno, fundado no poder de autotutela, e é realizado tanto em aspectos de legalidade como de mérito. 
	Essa autotutela que a administração pública tem sobre seus próprios atos e agentes está sintetizada na Súmula 473 do STF:
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
	Esse controle administrativo pode ocorrer tanto por iniciativa própria como através de provocações dos administrados (reclamações, representações, impugnações, recursos, petições administrativas etc.), lembrando apenas a jurisprudência do STF no sentido de que, quando do exercício da autotutela que implique desfazimento de atos administrativos que afetem interesse de terceiros, deve haver a obediência a prévio contraditório àquele que for prejudicado (entre outros, RE 594.296/MG).
	É de ser observado que, como regra, o controle administrativo será hierárquico. Contudo, pode também ser não hierárquico, caso se entenda, por exemplo, que exista controle interno entre administração direta e indireta (no controle finalístico). Ademais, também pode existir controle administrativo não hierárquico entre órgãos que, embora integrem a mesma pessoa jurídica, não estão na mesma linha de escalonamento vertical.
	Quanto à forma que o administrado pode provocar o controle administrativo, a doutrina menciona diversos meios e instrumentos passíveis de ser utilizados (até porque a legislação é discrepante nesse ponto), todos eles espécie do direito fundamental previsto no art. 5º, XXXIV, a, CF, isto é, derivados do direito de petição. Vejamos alguns meios.
	Por Representação, Di Pietro coloca que seria a denúncia de irregularidades feitaperante a própria Administração. Para CABM, o relevante para uma petição ser considerada representação seria o fato de o peticionário não ser parte diretamente interessada, mas alguém que tem interesse genérico, ou como cidadão, em impugnar a medida. 
	Denúncia, segundo Mello, é uma petição similar à representação, na qual, entretanto, prepondera o intuito de alertar a autoridade competente para conduta administrativa apresentada como censurável.
	Reclamação administrativa é expressão genérica, utilizada para reportar a qualquer forma de manifestação de discordância do administrado a um ato (ou omissão), ou quanto a uma decisão da administração pública. Ainda, o art. 48 da Lei 9.784 também utiliza o termo reclamação em uma acepção genérica, como sinônimo de petição, ao passo que o CTN, art. 151, III, emprega o termo reclamações com o sentido de impugnação administrativa, meio de instauração dos denominados processos administrativos fiscais/tributários. Disposição legal interessante é a prevista no art. 6º do Decreto 20.910, aplicável às situações que não possuem legislação específica:
Art. 6º O direito à reclamação administrativa, que não tiver prazo fixado em disposição de lei para ser formulada, prescreve em um ano a contar da data do ato ou fato do qual a mesma se originar.
	Por seu turno, pedido de reconsideração tem significado mais preciso, tanto em leis quanto na doutrina. Refere-se à solicitação feia à própria autoridade que já emitiu um ato, ou proferiu uma decisão, para que ela o aprecie novamente.
	Da mesma forma é a revisão, onde as leis e a doutrina utilizam para aludir à petição apresentado em face de uma decisão administrativa que tenha resultado na aplicação de uma sanção, visando a desfazê-la, desde que apresentem fatos novos que demonstrem a inadequação da penalidade aplicada (nesse sentido, é o art. 174 da Lei 8.112 e o art. 65 da Lei 9.784).
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
	Por fim, há o recurso administrativo, utilizado aqui em um sentido estrito, para referir à petição manejada pela parte que já obteve uma decisão em um processo administrativo, buscando submeter a matéria à reapreciação de uma outra autoridade ou órgão administrativo, competente para emitir uma nova decisão. Se esse recurso é interposto pela própria autoridade que proferiu a decisão, é denominado de recurso de ofício, cabível, regra geral, nos expressamente previstos em lei.
	***Importante: Recurso hierárquico próprio: recurso dirigido à autoridade superior do órgão em que o ato foi editado ou proferida a decisão; recurso hierárquico impróprio: recurso dirigido à autoridade de outro órgão, que não compõe a estrutura hierarquizada daquele que realizou o ato (necessita de lei prevendo). O impróprio ocorre, em alguns casos, quando se interpõe um ‘recurso’ de uma decisão proferida pela administração indireta no Ministério a qual está vinculada, e não subordinada. Há previsão no DL 200/67, art. 170 e art. 87, p. único, I, CF:
Art. 170. O Presidente da República, por motivo relevante de interesse público, poderá avocar e decidir qualquer assunto na esfera da Administração Federal
Art. 87 [...]
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições
estabelecidas nesta Constituição e na lei:
I — exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da
administração federal na área de sua competência e referendar os atos e
decretos assinados pelo Presidente da República.
	***Importante: as diversas designações acima são divergentes tanto na doutrina como nas diversas leis. Assim, aponta a doutrina que a utilização errônea de um ou outro termo não pode acarretar maiores relevâncias práticas, pois, repete-se, todas derivam do direito fundamental de petição. Ademais, no âmbito do processo administrativo federal, por oportuno trazer a redação do art. 6º, p. único, Lei 9.784/99:
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
	- Prescrição Administrativa
	A expressão prescrição administrativa costuma ser empregada de uma forma ampla para designar as diferentes situações em que o ordenamento jurídico impõe prazos para que o administrado ou a administração pública instaurem ou provoquem a instauração de processos ou procedimentos na esfera administrativa. Sob essa rubrica genérica, são estudas hipóteses que costumam tecnicamente ser enquadradas como preclusão administrativa, prescrição propriamente dita e decadência, muito embora nem sempre haja uma relevância prática nessa distinção (ou mesmo consenso quanto à correta identificação do prazo).
	A partir da doutrina de CABM, preclusão é a perda do prazo estipulado para que ocorresse determinada manifestação no âmbito de um processo ou procedimento já instaurado; prescrição traduz na perda de um prazo para o ajuizamento de uma ação (ou apresentação de uma petição administrativa) mediante a qual se pretendesse defender um direito contra lesão ou ameaça de lesão (prazo que corre antes do processo); decadência é a perda do prazo para o exercício de um direito, não é um prazo para pleitear a defesa de um direito substantivo lesado, e sim para o exercício do próprio direito substantivo (mesmo quando esse exercício exija a instauração de um processo ou procedimento). Algumas espécies de prazos administrativos:
	1) Prazos para o administrado instaurar processos administrativos, ou interpor recursos no âmbito administrativo.
	É um grupo de prazos bastante heterogêneo, pois no âmbito de cada um dos entes federados costumam existir leis específicas estabelecendo diversos prazos para apresentação de petições e recursos administrativos relacionados a processos determinados. É o exemplo do prazo de 30 dias para o contribuinte, no âmbito federal, impugne lançamento tributário instaurando o processo administrativo fiscal (art. 15, Decreto 70.235/72).
	Caso não haja lei específica disciplinando os prazos para apresentação de petições ou recursos, é requente a aplicação de uma lei subsidiária, editada pelo respectivo ente federado, prevendo um prazo genérico, como é o caso da Lei 9.784/99, no âmbito federal. 
	***Importante: em relação aos recursos administrativos, a doutrina majoritária defende a possibilidade de a administração pública apreciar os recursos mesmo quando apresentados fora do prazo legal, desde que constate a ilegalidade do ato contra o qual se insurge, devendo o recurso ser recebido como uma petição inominada. Funda-se na ideia da estrita legalidade a ser obedecida pela administração e o seu poder-dever de autotutela, no que tange à análise da legalidade de seus atos. Nesse sentido, temos que a Lei 9.784 expressamente adota tal lição, como se percebe da redação de seu art. 63:
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
I - fora do prazo;
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa.
	2) Prazo para a administração pública rever seus próprios atos
	Esse prazo deve estar previsto expressamente na lei e, na ausência dessa previsão legal, adota-se a corrente que defende a aplicação da regra da prescrição quinquenal das ações judiciais contra a administração pública, estabelecida pelo art. 1º do Decreto 20.910. 
	No âmbito federal, o prazo decadencial é de 5 anos para a administração pública anular os atos administrativos que provocam efeitos favoráveis aos destinatários, salvo comprovada má-fé (art. 54 da Lei 9.784). E com relação aos atos desfavoráveisaos destinatários, ou mesmo os atos realizados com má-fé, qual o prazo, já que a lei não trata deles? Há duas posições doutrinárias. A mais tradicional é aquela posição que entende que não se aplica prazo extintivo algum, ou seja, quando o ato for desfavorável ao administrado ou mesmo ocorrer de má-fé, a administração pode anulá-lo a qualquer tempo.
	De outra banda, há o posicionamento que defende a adoção do prazo genérico de prescrição das ações judiciais constante no CC (art. 205), que é de 10 anos. É a posição, por exemplo, de Celso Antônio, e tem o mérito de evitar situações de imprescritibilidade. Em termos jurisprudenciais, não há posição quanto a isso.
	***Importante: o STF possui posição de que em se tratando de ato administrativo que flagrantemente desrespeite à Constituição, não há possibilidade de aplicar qualquer prazo decadencial ao mesmo, pois a situação contrária à CF não se estabiliza jamais, pouco importa se é favorável ou não ao administrado, ou se houve ou não má-fé. É inaplicável a esses casos, portanto, o art. 54 da Lei 9.784. Precedente: MS 28.279/DF, que trata a respeito das serventias extrajudicial e a necessidade de concurso público:
(...)
6. Existência de jurisprudência consolidada da Suprema Corte no sentido de que não há direito adquirido à efetivação de substituto no cargo vago de titular de serventia, com base no art. 208 da Constituição pretérita, na redação atribuída pela Emenda Constitucional 22/1983, quando a vacância da serventia se der já na vigência da Constituição de 1988
	Por oportuno, deve-se anotar que existem normas legais que expressamente excluem a ocorrência da prescrição administrativa. No caso de atos desfavoráveis ao destinatário, não é raro perceber a lei estabelecer que os mesmos podem ser revistos a qualquer tempo, como é o exemplo do art. 65 da Lei 9.784, que prevê a possiblidade de ser efetuada a qualquer tempo a revisão de processos administrativos que tenham acarretado aplicação de sanção, para fim de reduzir ou afastar a penalidade (no mesmo sentido é o art. 174 da Lei 8.112:
Art. 174.  O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem     fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
 
	No que tange à revogação, a administração pode proceder a qualquer tempo, quando os atos se tornem inoportunos ou inconvenientes ao interesse público, desde que, por óbvio, não esteja presente nenhuma causa impeditiva da revogação, como, por exemplo, o ato não pode ter se exaurido; ter provocado direito adquirido ao seu destinatário; não pode ser um ato integrante de um procedimento administrativo. 
	3) Prazo para a administração pública aplicar sanções administrativas aos seus agentes ou aos administrados em geral
	A regra básica é similar às anteriores: se houver lei específica estabelecendo prazo, esse deve ser observado pela administração. Quando não existir prazo específico disciplinado em lei para a aplicação de determinada penalidade administrativa, utiliza-se o prazo de 5 anos previstos no art. 1º do Decreto 20.910, seja qual fora a infração praticada, a menos que o fato esteja tipificado também como crime, caso em que se aplicam os prazos de prescrição estabelecido pela lei penal. 
	Dos prazos que possuem previsão legal específica, merecem destaque o estabelecido no art. 142 da Lei 8.112 para a aplicação de sanções disciplinares a servidores federais; também o da Lei 9.873, que fixa em 5 anos, na esfera federal, o prazo prescricional das ações punitivas decorrentes do exercício do poder de polícia (art. 1º), exceto se ocorrer de o fato também configurar crime, quando serão aplicáveis os prazos da lei penal. 
	Por fim, cabe lembrar a imprescritibilidade das ações promovidas para o ressarcimento ao erário, nos termos do art. 37, §5º, CF. Assim, mesmo que tenha ocorrida a prescrição – administrativa ou judicial – para punir uma infração praticada contra a administração pública, restará possível ação civil de ressarcimento, caso a infração tenha provocado lesão ao patrimônio público. Frise-se que o STF já deixou assente que a imprescritibilidade das ações de ressarcimento ao erário aplica-se tanto no caso de prejuízo provocado por atos ilícitos (art. 37, §5º fala em atos ilícitos) provocados por agente público como por particular (MS 26.210/DF). 
	- Controle Legislativo
	A fiscalização da administração pública realizada pelo Legislativo é denominada de controle legislativo (ou controle parlamentar), rememorando-se que esse controle existe sobre todos os poderes, quando exercerem a função administrativa. É claro que ao exercer o controle sobre os atos de sua própria administração, estar-se-á realizando controle interno, ao passo que sobre os outros dois poderes, controle externo. A diferença é que o controle que o Legislativo efetua sobre a sua própria atuação administrativa não se distingue do controle administrativo, acima analisado, baseado no poder de autotutela. Assim, o que será visto agora é o controle do Poder Legislativo como controle externo, exercido sobre o Executivo e Judiciário.
	Pelo fato de o controle legislativo ser externo, somente pode ocorrer nas situações e nos limites diretamente previstos na Constituição, haja vista a regra da separação dos poderes. Ainda, é marca do controle legislativo ser um controle de índole política, razão pela qual ele não se limita ao estrito controle de legalidade formal, abrangendo outros aspectos, como a eficiência e, para alguns autores, até mesmo a conveniência pública de determinadas atuações do Executivo. 
	
	- Hipóteses constitucionais de controle parlamentar direto
	1) Controles exercidos pelo Congresso Nacional	
	Em primeiro lugar, há o controle exercido nos termos do art. 49, X:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta.
	
	Apesar de a redação do inciso X poder gerar a impressão que seria possível um controle ilimitado por parte do Legislativo, não se deve esquecer a natureza política desse controle, uma vez que não há hierárquica entre os Poderes da República. Deve sempre ser respeitada a independência a harmonia entre os Poderes, motivo pelo qual se pode afirmar que o presente dispositivo tem a finalidade principal de explicitar que é função típica do Legislativo – tão importante quanto a função de editar leis e outros atos normativos primários – o controle da administração pública, nos termos e limites estabelecidos pela Constituição (o Poder Legislativo possui duas funções típicas, diferente dos demais Poderes).
	Uma segunda hipótese estabelecida pela Constituição em relação ao controle – político – legislativo direto exercido pelo Congresso é o disposto no art. 49, V:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
	Esse dispositivo deve ser interpretado conjuntamente com os arts. 84, IV (que fala do poder regulamentar) e 68, §2º (que fala da delegação legislativa; ler pg. 882, final). 
	É de se notar que o controle realizado com base no inciso V, como disposto acima, é um controle de legalidade ou legitimidade, e não um controle de mérito administrativo, pois há autorização para que suste apenas os atos que exorbitem o poder regulamentar ou os limites da delegação legislativa. 
	Em um terceiro momento de controle legislativo realizado pelo Congresso, traz o art. 71, §1º:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.Como será visto, em virtude do art. 71, X, o TCU tem atribuição de sustar a execução de atos administrativos, diretamente, dando apenas ciência dessa providência à Câmara dos Deputados e ao Senado. Contudo, em caso de contratos administrativos, o TCU não tem tal atribuição, que é exclusiva do Congresso, pelo que demonstrado pela redação do §1º do art. 71.
	Outra possibilidade de controle legislativo disposta na Constituição vem no art. 50, caput:
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada
	Por seu turno, também há o caso do §2º do art. 50:
§ 2º - As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas. 
	Outra hipótese está prevista no art. 49, IX:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;
	Levando em conta o dispositivo em tela, o STF (ADI 849/MT) se posiciona pela impossibilidade de Constituição Estadual estabeleça competência à assembleia (no âmbito municipal, à câmara de vereadores) para que julgue as suas próprias contas, bem como as contas do Tribunal de Justiça. Assim, segundo o seu entendimento, cabe apenas à assembleia legislativa o julgamento das contas do Governador (no âmbito municipal, à Câmara o julgamento das contas do Prefeito), em função do princípio da simetria que se aplica não apenas ao art. 49, X, que trata a esse respeito, mas também por força dos arts. 71, I, II e 75, ambos da CF, que estabelecem que o julgamento de contas de quaisquer administradores públicos cabe aos tribunais de contas, sendo a única ressalva a do inciso IX do art. 49, onde o julgamento se dá pelo Legislativo. Essa regra é aplicada a todos os entes federados, por força dos artigos acima citados (71, I, II c/c 75). Cola-se, por ser didática, a ementa da ADI 849/MT:
Tribunal de Contas dos Estados: competência: observância compulsória do modelo federal: inconstitucionalidade de subtração ao Tribunal de Contas da competência do julgamento das contas da Mesa da Assembléia Legislativa - compreendidas na previsão do art. 71, II, da Constituição Federal, para submetê-las ao regime do art. 71, c/c. art. 49, IX, que é exclusivo da prestação de contas do Chefe do Poder Executivo. I. O art. 75, da Constituição Federal, ao incluir as normas federais relativas à "fiscalização" nas que se aplicariam aos Tribunais de Contas dos Estados, entre essas compreendeu as atinentes às competências institucionais do TCU, nas quais é clara a distinção entre a do art. 71, I - de apreciar e emitir parecer prévio sobre as contas do Chefe do Poder Executivo, a serem julgadas pelo Legislativo - e a do art. 71, II - de julgar as contas dos demais administradores e responsáveis, entre eles, os dos órgãos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário. II. A diversidade entre as duas competências, além de manifesta, é tradicional, sempre restrita a competência do Poder Legislativo para o julgamento às contas gerais da responsabilidade do Chefe do Poder Executivo, precedidas de parecer prévio do Tribunal de Contas: cuida-se de sistema especial adstrito às contas do Chefe do Governo, que não as presta unicamente como chefe de um dos Poderes, mas como responsável geral pela execução orçamentária: tanto assim que a aprovação política das contas presidenciais não libera do julgamento de suas contas específicas os responsáveis diretos pela gestão financeira das inúmeras unidades orçamentárias do próprio Poder Executivo, entregue a decisão definitiva ao Tribunal de Contas.
	Partindo ao final das hipóteses de controles legislativos diretos exercidos pelo Congresso, há mais algumas situações. É de competência exclusiva do Congresso autorizar ou aprovar determinados atos concretos do Poder Executivo, como estabelecem os arts. 49, XII, XVI, XVII; por outro lado, é de competência do Congresso, auxiliado pelo TCU, exercer a fiscalização contábil, financeira e orçamentária federal, nos termos do art. 70, caput. A respeito dessa fiscalização disposta no art. 70, será visto adiante, pois não está ligada especificamente ao controle legislativo direto, como visto acima (pg. 881, letra b). 
	2) Controles específicos exercidos pelo Senado
	É o art. 52 que estabelece as competências privativas do Senado e, dentro do deste artigo, é possível verificar que muitas de suas competências ali enumeradas dizem respeito a atribuições de controle, a serem exercidas pelo Senado sobre atos ou atividades do Poder Executivo Federal. Lembrando apenas que o art. 52 nas hipóteses de controle pelo legislativo também pode ser aplicado aos Estados e Municípios pela Simetria.
	Com relação às hipóteses de controle estabelecidas pelo art. 52, são as dispostas nos incisos I, III, IV, V, XI.
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;  
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;
	3) Controle exercido por meio de Comissões 
	A CF trata das comissões do Congresso e de suas Casas no art. 58. Nesse artigo são previstas atribuições genéricas de controle para essas comissões, tais como as dispostas nos incisos III, IV, V e VI do §2º.
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
§ 2º - Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
	Por seu turno não se pode olvidar das Comissões Parlamentares de Inquérito, nos termos do art. 58, §3º:
§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadasao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
	- A fiscalização contábil, financeira e orçamentária na Constituição de 1988 
	Essa fiscalização contábil, financeira e orçamentária é exercida sobre os atos de todas as pessoas que administrem bens ou dinheiros públicos, como bem dispõe o p. único do art. 70 da CF. Esse controle, nos termos agora do caput do art. 70, é exercido tanto internamente pelo próprio Poder incumbido da gestão de determinado recurso público, e pelo controle externo exercido pelo Legislativo, com auxílio do tribunal de contas respectivo, sobre a atividade financeira dos demais Poderes.
	Apenas trazendo essas disposições abstratas para as situações em concreto, o STF já analisou a questão do controle realizado pela CGU a respeito da correta aplicação de recursos públicos federais repassados aos Municípios, através de convênios (fiscalização do respeito ao convênio). Segundo o Supremo, essa fiscalização por parte da CGU não fere qualquer autonomia municipal ou usurpa a competência do Tribunal de Contas da União, já que se trata de espécie de nítido controle interno (ou seja, a CGU é órgão integrante da Presidência, e, por isso, possui atribuição para fiscalizar verbas federais oriundas do Poder Executivo Federal). É, portanto, exemplo claro da existência concomitante entre controle interno e externo. Nesse sentido, o RMS 25.942/DF. 
	Por reforço, lembre-se que o art. 70, p. único, explicita quem estará sujeito à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial:
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
	 A sujeição a esse controle é orientada pelo princípio da universalidade: toda e qualquer pessoa, física ou jurídica – inclusive as inteiramente privadas – desde que, de algum modo, receba, administre ou esteja incumbida da aplicação de recursos públicos de qualquer espécie, mediante atos, contratos e convênios de qualquer natureza, ou execute quaisquer operações que onerem o erário, está sujeita ao controle contábil, financeiro e orçamentário, concernente à regularidade de seus procedimentos, exercido pelo Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de contas competente (pois embora o art. 70 fale do TCU, são regras aplicáveis por simetria aos demais entes federados).
	- Atribuições dos tribunais de contas
	Com relação aos tribunais de contas, cabem algumas observações, inclusive no que tange às suas funções, elencadas no art. 71 da CF. Antes, cumpre observar que os tribunais de contas são órgãos vinculados ao Poder Legislativo, auxiliando-o no exercício do controle externo da administração pública, sobretudo o controle financeiro. Entretanto, apesar desse auxílio, não há hierarquia ou subordinação entre as cortes de contas e o Poder Legislativo. Ademais, os tribunais de contas não praticam atos de natureza legislativa, mas tão somente atos de fiscalização e controle, de natureza administrativa (e não atividade jurisdicional, como a denominação poderia supor; logo, suas decisões não fazem coisa julgada). 
	Sobre as atribuições dos tribunais de contas e seu art. 71, algumas observações também são necessárias. A primeira é que o controle exercido sobre atos ou contratos da administração é um controle posterior ou subsequente, salvo nos casos de inspeções e auditorias (onde o controle é concomitante), que podem ser realizadas a qualquer tempo. Nesse sentido, o STF já julgou inconstitucional lei estadual que determinava que todos os contratos celebrados entre o governo do estado e empresas particulares dependeriam de registro prévio perante o tribunal de contas estadual, pois há ofensa ao art. 71, CF, que não prevê como atribuição do Tribunal de Contas o controle prévio e amplo dos contratos celebrados pela administração pública (ADI 916/MT).
	Por seu turno, o art. 71, I, II, prevê a possibilidade de o tribunal de contas apreciar e julgar contas públicas. No tocante às contas do Presente da República, o TCU irá apreciar as mesmas, emitindo parecer prévio, pois não é sua atribuição julgar as contas do Presidente, mas, sim, do Congresso (art. 49, IX). Por outro lado, em relação aos demais administradores públicos, o TCU tem sim de competência para julgar as contas. Essas ideias, abstraídas dos incisos I e II do art. 71, são aplicadas, pela simetria, aos tribunais de contas estaduais e municipais (art. 75, CF). Julgando nesse sentido, o STF decidiu que não pode a Constituição de Estado-membro outorgar à Assembleia Legislativa competência para julgar suas próprias contas, tampouco as contas dos administradores do Judiciário local, haja vista que essa medida implica em usurpação de competência do tribunal de contas do estado (ADI 1.779/PE). Essa mesma ideia vale à Lei Orgânica Municipal. Aliás, na ADIMC 3715, o STF também julgou inconstitucional disposição em Constituição Estadual que estabelecia que os julgamentos de contas realizados pelo tribunal de contas daquele estado estariam sujeitos a recurso ao plenário da Assembleia. Tal situação vai de encontro ao art. 71, II, da CF. 
	De outra banda, surge o questionamento a respeito da competência para o julgamento das contas da própria corte de contas. Há silêncio constitucional a respeito, sendo que há posicionamento doutrinário que entende ser da própria corte de contas, haja vista o art. 71, II, da CF. Por outro lado, a Lei Orgânica do DF estipula que essa competência seria da Câmara Legislativa, sendo que o STF, na análise desse dispositivo, entendeu constitucional o regramento, sob o argumento que tal controle harmoniza-se com a Constituição Federal (ADI 1.175; ADI 2.597/PA).
	Outro ponto a ser frisado no que tange ao alcance do art. 71, II, da CF, diz respeito à chamada tomada de contas especial. A parte final do inciso atribui competência ao TCU para julgar contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público. O exercício dessa prerrogativa se opera através da já denominada tomada de contas especial, procedimento destinado a apurar fato específico em que haja suspeita de lesão ao erário. Difere da tomada e da prestação de contas ordinárias anuais, que independem de irregularidades, e têm base na parte inicial do inciso II do art. 71. É de se notar que é entendimento do STF de que o inciso II confere competência ao tribunal de contas para realizar tomada de contas (seja ordinária ou especial) inclusive às sociedades de economia mista (mudando entendimentos anteriores em sentido contrário), bem como às empresas públicas e demais entidades da administração indireta, por óbvio, desimportando se prestadores de serviços públicos ou exploradores de atividades econômicas, haja vista que há recursos públicos envolvidos. 
	***Importante: hoje está pacificado no STF, toda e qualquer entidade da administração indireta, não importando seu objeto, nem sua forma jurídica, sujeita-se integralmente ao inciso II do art. 71 da Constituição Federal, inclusive no que tange à tomada de contas.
	Por seu turno, diante das atribuições conferidas aos tribunais de contas, já decidiu o STF que as cortes de contas não possuem competência para requisitar diretamente informações que importem quebra de sigilo bancário das pessoas submetidas ao seu controle (MS 22.801/DF; MS22.934/DF). De mesma forma, não podem as cortes de contas alterar determinações constantes de decisão judicial transitada em julgado, ainda que a decisão judicial implique a concessão de benefício a servidor ou a administrado e destoe daquilo que venha sendo decidido em casos análogos pelo STF, pois haveria uma afronta à coisa julgada, a qual não pode ser contrastada por nenhuma decisão de natureza administrativa (como são as dos tribunais de contas). MS 28.150 MC/DF; MS 30.488/MA.- Controle Judiciário
	O denominado controle judiciário, ou judicial, é o controle realizado pelos órgãos do Poder Judiciário, no desempenho de sua atividade jurisdicional, sobre os atos administrativos praticados pelos demais poderes (inclusive pelo próprio Judiciário).
	Como assente, esse controle recai exclusivamente sobre a legalidade ou legitimidade dos atos administrativos, nunca sobre o mérito do ato administrativo. Como regra, é um controle posterior, corretivo, incidente sobre o ato já praticado.
	Esse controle de legalidade dos atos administrativos, realizado pelo Judiciário, é amplo, e possui vários meios judiciais passíveis de realizá-lo, entre tantos, temos o manda de segurança, ação popular, ação de improbidade administrativa, ação civil pública, entre outros. Cola-se quadro básico diferenciador das principais ações.
	
	Objetivo
	Pressupostos
	Sujeitos
	Particularidades
	Habeas Corpus
	Protege o direito de locomoção
	Ilegalidade ou abuso de poder, seja por parte de autoridade pública, seja por parte de particular.
Violência, coação ou ameaça no direito de locomoção
	Sujeito Ativo: Qualquer pessoa física ou jurídica.
Sujeito Passivo: autoridade pública, seja por parte de particular
	É gratuito.(Art. 5º, LXXVII/CF-88)
Não cabe nas punições disciplinares militares.
Ver. Art. 5º, LXVIII e Art. 142, § 2º/CF-88, 
Efeitos da decisão: inter partis
	Habeas Data
	Conhecimento de informações/retificação de dados referentes ao interessado.
	Comum a todas as ações. 
	Sujeito Ativo: a pessoa (f ou j) a qual se refere a informação.
Sujeito Passivo: entidade governamental ou de caráter público que tenha registro de dados sobre a pessoa.
	Não se confunde com o direito de informação (Art. 5º, XXXIII)
É gratuito. .(Art. 5º, LXXVII/CF-88).
Ver. Art. 5º, LXXII
Arts. 102, I,d; 105, I,b: 108,I,c; 109, VII; 121, § 4º, V./CF-88.
Efeitos da decisão: inter partis
	Mandado de Injunção
	Exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania
	Omissão de norma regulamentadora que torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Só é cabível quando a omissão tornar inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais consagrados no Título II ou em outros Capítulos da CF-88. Ou cabível nas prerrogativas referentes a nacionalidade, soberania e cidadania. 
	Sujeito Ativo: o próprio titular do direito.
Sujeito passivo: autoridades, órgãos colegiados, órgãos do judiciário, entidades da Administração Pública indireta, entidades indicados no Art. 102,I,q e Art. 105,I,h/CF-88.
	Não se confunde com a ADIN por Omissão (Art. 103, § 2º/CF-88)
Ver: Art. 5º, LXXI/CF-88.
A norma regulamentadora pode ser de natureza regulamentar ou legal e ser de competência de qualquer das autoridades, órgãos e pessoas jurídicas que compõem os três poderes, inclusive a Administração Pública indireta., é o que deduz dos Arts. 102,I,q e 105, I, h/CF-88.
Efeitos da decisão: inter partis dar ciência ao órgão quanto a omissão)e suprimir a lacuna no caso concreto
	Mandado de Segurança Individual
	Provocar o controle jurisdicional quando houver lesão ou ameaça de lesão de direito líquido e certo, não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data, em decorrência de ato de autoridade, praticado com ilegalidade ou abuso de poder. 
Tem por Objeto anular o ato ilegal ofensivo de direito líquido e certo, ou a prática de ato omitido pela autoridade competente.
	Ato de autoridade.
Ilegalidade ou abuso de poder.
Lesão ou ameaça de lesão
Direito líquido e certo não amparado por Habeas Data ou Habeas Corpus. 
	Sujeito Ativo: Pessoa Física ou jurídica (Pub. ou Priv.), órgão público ou universalidade patrimonial, titular de direito líquido e certo, lesado ou ameaçado de lesão.
Sujeito Passivo: Pessoa jurídica (Pub. ou Priv. que esteja no exercício de atribuições do poder público) 
	Efeitos da sentença: inter partis, dos titulares dos direitos devidamente representados
Ver: Art. 5º, LXIX/CF-88, e Lei 1.533/51
É contra a autoridade responsável pelo ato –chamada autoridade coatora que se impetra o MS e não contra a pessoa jurídica. 
A autoridade coatora é notificada (e não citada) para prestar informações.
A legitimidade para recorrer é da pessoa jurídica e da autoridade coatora.
A sentença é mandamental, pois contém uma ordem dirigida à autoridade coatora para imediata execução.
Coator. Ver art. 102, I, d; art. 105, I, d; art. 107, I, cart. 109, VIII
Cabe MS contra ato de simples processamento de emenda constitucional que viole o art 60, da CF/88 (controle jurisdicional de proposta de emenda constitucional) RTJ, 99:1031; RDA 193:266; RDA 191:200
	MS Coletivo
	Provocar o controle jurisdicional quando houver lesão ou ameaça de lesão de direito líquido e certo, não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data, em decorrência de ato de autoridade, praticado com ilegalidade ou abuso de poder. 
Tem por Objeto anular o ato ilegal ofensivo de direito líquido e certo, ou a prática de ato omitido pela autoridade competente.
	Ato de autoridade.
Ilegalidade ou abuso de poder.
Lesão ou ameaça de lesão
Direito líquido e certo não amparado por Habeas Data ou Habeas Corpus.
	Sujeito Ativo:
Partido político com representação no congresso nacional. (conteúdo mais amplo) 
Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano, em defesa dos interesses de seus associados(conteúdo mais restrito)
Sujeito Passivo: Pessoa jurídica (Pub. ou Priv. que esteja no exercício de atribuições do poder público)
	Efeitos da decisão: terá efeito para toda a categoria integrante da entidade ou sindicato. 
Lúcia Valle Figueiredo, defende a tese de que sendo desfavorável a decisão, ela não fará coisa julgada, pois não impedirá a interposição de MSI (1989a:36).
Ver: Art. 5º, LXX/CF-88, e Lei 1.533/51.
Interesses coletivos: pertinente a um grupo de pessoas determinadas ou determináveis.
SINDICATO: 
* Não há MSC, mesmo que a entidade represente vários associados, nesse caso há MSI (Litisconsórcio Ativo), em que a entidade devidamente autorizada por cada um de seus interessados, agirá como substituto processual, defendendo direito alheio.
* Uma coisa é a defesa dos direitos de toda a categoria, independe de autorização, outra coisa é a defesa de direitos individuais , em que só seu titular esta autorizado para defendê-lo, exige representação autorizada do interessado. 
ASSOCIAÇÃO: 
* Só pode defender interesses dos membros que a integram, esses interesses têm que está definidos nos objetivos sociais da entidade, independendo de autorização dos mesmos, se tais interesses não estão previstos em seus objetivos sociais, não pode defendê-lo por via de MSC, salvo prover alteração, nas formas da lei.
	Ação Popular
	Anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Condenação dos responsáveis ao pagamento de perdas e danos ou a restituição de bens e valores (Art. 14, § 4º da Lei 4.717/65)
Portanto a ação tem dupla natureza: constitutiva e condenatória.
	Qualidade de cidadão do sujeito ativo.
Ilegalidade ou imoralidade praticada pelo poder público ou entidade de que ele participe.
Lesão ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
	Sujeito Ativo: Cidadão podendo ser possível o Litisconsórcio ativo�.
Sujeito Passivo:
As pessoas jurídicas (Pu/Pr) de que emanou o ato.
Autoridades, funcionários e administradores que houverem autorizado, aprovado ou ratificado ou praticado o ato impugnado ou por omissão tiverem dado oportunidade à lesão.
Os beneficiários diretos do mesmo, se houver.
Obs.: Quanto a Pessoa Jurídica: pode adotartrês atitudes: contestar a ação / abster de contestar / atuar ao lado do autor (Art. 6º,§ 3º da Lei 4.717/65)
	Há um Litisconsórcio passivo necessário, pois várias pessoas deverão ser citadas.
Ver: Art. 5º, LXXIII/CF-88 e Lei 4.717/65.
autor fica isento de custas processuais e ônus de sucumbência, salvo má fé (Art. 5º, LXXIII/CF-88).
Não se faz necessária a existência de lesão podendo ser proposta a ação popular preventiva .
Efeitos da decisão: Erga omnes , salvo se julgada ação improcedente por insuficiência de provas , hipótese em qualquer interessado poderá intentar nova ação com idêntico fundamento (Art. 18 da Lei 4717/65).
	Ação Civil Pública
	Proteção dos interesses difusos ou coletivos .
	Dano ou ameaça de dano a interesse difuso ou coletivo (interesse público de grupos indeterminados de pessoas/meio ambiente / defesa do consumidor / patrimônio histórico, artístico nacional)
	Sujeito Ativo: MP/U/E/M/DF/Autarquias/Fundações/Emp. Públicas/Soc Econ. Mista/Associações constituídas há um ano nos termos da lei civil e incluam entre suas finalidades a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio histórico, artístico, estético, paisagístico ou interesses difusos e gerais.
Sujeito Passivo: Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, responsável pelo dano ou ameaça de dano a interesse difuso ou geral 
	Não se confunde com a ação popular. E muito menos com o mandado de segurança coletivo.
Ver: Art. 129, III/CF-88, Lei 7.347/85.
Efeitos da decisão: Erga omnes , salvo se julgada ação improcedente por insuficiência de provas , hipótese em qualquer interessado poderá intentar nova ação com idêntico fundamento..
OBS.: O mandado de segurança coletivo/ação civil pública/ação popular fogem aos esquemas tradicionais do direito de ação (estruturado para proteger o direito subjetivo individual). O que se protege nas três hipóteses sãos os interesses metaindividuais, os chamados interesses públicos, que abrangem várias modalidades:
	
	Habeas Data
	Direito a Informação
	Previsão legal
	Art. 5º, LXXII
Arts. 102, I,d; 105, I,b: 108,I,c; 109, VII; 121, § 4º, V./CF-88. 
É gratuito. .(Art. 5º, LXXVII/CF-88).
	Art. Art. 5º, XXXIII/CF-88
	Objeto
	Conhecimento de informações/retificação de dados referentes ao interessado
	Direito à informação de interesse particular, coletivo ou geral. 
	Local de Requerimento
	Requerido por via judicial
	Requerido por via administrativa.
	Conteúdo
	Restringe-se as informações referentes ao interessado
	É mais amplo, de caráter geral, concernentes às atividades múltiplas dos órgãos governamentais podendo referir-se a conteúdos variados. 
	Hipótese se negado
	Se negado, faz coisa julgada.
	Se negado pode recorre as vias judiciais por meio de mandado de segurança ou Habeas Data.
	Exercício
	Exercido de forma restrita quanto ao conteúdo (informações/retificação de dados referentes ao interessado), no entanto exercido de forma ampla quanto não possuindo a restrição contida no direito de informação, que não admite segredo em relação a ele. 
	Exercido de forma ampla quanto ao conteúdo (interesse particular, coletivo ou geral de variados conteúdos), no entanto possuindo restrição de matérias “cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade do Estado”)
	Sujeito Passivo
	Entidade governamental ou de caráter público que tenha registro de dados sobre a pessoa.
	Entidade Governamental (Órgãos Públicos)
	
	Mandado de Injunção
	Ação Direta de Inc. Por Omissão
	Previsão legal
	Art. 5º, LXXI/CF-88.
	Art. 103, § 2º/CF-88
	Fundamento
	Inconstitucionalidade por omissão que impede o exercício de determinados direitos constitucionais
	Inconstitucionalidade por omissão que impede o exercício de determinados direitos constitucionais
	Cabimento
	Restrito aos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
	Mais amplo pois é cabível quando a omissão impeça a efetivação de norma constitucional, qualquer que seja ela. 
	Competência para julgamento
	Controle difuso de competência de tribunais diversos, dependendo da autoridade que se omitiu. (ver Arts. 102,I,q e 105, I, h/CF-88). 
	Controle concentrado, de competência exclusiva do STF.
	Titularidade
	O titular do direito que não pode ser exercido por falta de norma regulamentadora
	Cabe às pessoas previstas no Art. 103/CF-88.
	Omissão
	A omissão pode ser de várias autoridades, órgãos e pessoas jurídicas que compõem os três poderes, inclusive a Administração Pública indireta., é o que deduz dos Arts. 102,I,q e 105, I, h/CF-88., I,q e 105, I, h /CF-88.
	A omissão é apenas dos Poderes Legislativos e Executivo
	Efeitos do Julgado
	inter partes
	Erga omnes
	Finalidade
	O judiciário decidirá, dizendo o conteúdo das normas que se aplicará ao caso concreto e que fará coisa julgada, insuscetível de ser alterada por norma legal ou regulamentar posterior.
	Conseguir com o efeito erga omnes, uma decisão do STF, que reconheça a inconstitucionalidade por omissão, onde o Poder judiciário não emitirá a norma regulamentadora, mas dará ciência ao órgão competente para fazê-lo.
	
	Ação Civil Pública
	Ação Popular
	Previsão legal
	Art. 129, III/CF-88, Lei 7.347/85.
	Art. 5º, LXXIII/CF-88 e Lei 4.717/65.
	Fundamento
	Dano ou ameaça de dano a interesse difuso ou coletivo (interesse público de grupos indeterminados de pessoas/meio ambiente / defesa do consumidor / patrimônio histórico, artístico nacional)
	Ilegalidade ou imoralidade praticada pelo poder público ou entidade de que ele participe.
Lesão ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
	Superposição de Medidas (pode-se utilizar tanto a Ação Popular quanto a Ação Civil Pública
	Quando do uso para proteção do patrimônio público e para defesa do meio ambiente
	Quando do uso para proteção do patrimônio público e para defesa do meio ambiente
	Legitimidade Ativa
	MP, Poder público (eventualmente associação particular)
	Cidadão
	Legitimidade Passiva
	Qualquer pessoa, física ou jurídica (Pub. ou Priv.), que cause lesão ao interesse difuso protegido
	Entidade pública ou privada detentora do patrimônio público (cf. definido na Lei . 4.717/65)
	Natureza da Ação
	
	A ação tem dupla natureza: constitutiva e condenatória (Condenação dos responsáveis ao pagamento de perdas e danos ou a restituição de bens e valores).
	
	- Abuso e Desvio de Poder
	Uso do poder: o poder administrativo é uma prerrogativa especial de direito público outorgadas aos agentes do Estado. Fala-se em poder-dever, do que se conclui que o seu não-exercício pode ser caracterizado como omissão ilegal. Mas nem toda omissão assim se qualifica, tal como a omissão genérica, submetida a reserva do possível. Ilegais são as omissões específicas, ou seja, em que há expressa imposição legal.
	Abuso: excesso e desvio
	Excesso: o agente atua fora dos limites de sua competência
	Desvio: forma de abuso pelo qual o agente procura alcançar fim diverso daquele previsto, explicita ou implicitamente, na lei. Também é denominado de desvio de finalidade. Mais visível nos atos discricionários. A finalidade é um dos elementos do ato administrativo. 
	Configura também um ato de improbidade administrativa (art. 12, da Lei 8.429). Segundo Di Pietro, não admite convalidação.
	Lei 4.717, art. 2º: 
Art. 2º. São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.
	Ensina Celso Antonio B. Mello que o desvio de poder pode alcançar a atividade jurisdicional e legislativa. Doutrina do détournementde pouvoir. A lei é vinculada a fins constitucionalmente fixados, como também ao princípio da proporcionalidade (devido processo legal substantivo). Leciona ainda que nem sempre há um móvel (intenção) inadequado, sendo comum, no entanto, que a intenção seja viciada (embora se trate de um vício objetivo, isto é, não basta a mera intenção sem a prática do ato configurador do desvio).
	Efeitos: submissão à revisão judicial ou administrativa. Trata-se de uma forma de ilegalidade.
� Súmula 365/STF “Pessoa jurídica não tem legitimidade de propor ação popular.”

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