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Resumo proc. civil Didier 2

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INTENSIVO 2
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – FREDIE DIDIER
Bibliografia indicada: Bernardo Pimentel Souza – introdução aos recursos cíveis, Ed. Saraiva 
AULA 01 – 29/01/14
CAPÍTULO 1. RECURSO
1. Conceito de recurso
	Será um conceito construído por partes:
	Recurso é um meio voluntário de impugnação da decisão judicial. É preciso que um interessado recorra, a voluntariedade é sua marca, por isso que a chamada remessa necessária ou reexame necessário não são considerados recurso, eles se impõem em alguns casos contra a fazenda pública, como ela é automática, e não voluntária, não é considerada recurso. 
	Previsto em lei. Só há os recursos que a lei prevê, não existe recurso atípico, as partes não podem criar um recurso por acordo entre elas. Agravo regimental está regulado num regimento, seria ele uma exceção? Não, ele é um recurso regulado pelo regimento, mas não é previsto pelo regimento, quem prevê é a lei. 
	Para no mesmo processo. Quando se recorre, não se dá origem a um processo novo, o recurso prolonga a existência do processo, ocorre no mesmo processo em que foi proferido, é uma impugnação endoprocessual. E o agravo de instrumento, que recebe capa própria? Isso não faz com que seja um novo processo, ele recebe capa própria apenas por questão de organização. 
	Reformar, invalidar, integrar ou esclarecer a decisão. Esta parte do conceito serve para identificar o objetivo do recurso, pois quem recorre, recorre para obter alguma coisa. O recurso é uma demanda, ou seja, por ele se pede/postula algo. Esta postulação do recurso é distinta daquela feita na petição inicial. Como é uma demanda, tem que ter pedido e causa de pedir, caso contrário será inepto, e o pedido do recurso é um desses: reformar, integrar, invalidar ou esclarecer. Inclusive pode cumular pedidos. 
Reformar é pedir que a decisão seja corrigida, quer-se que o tribunal dê outra decisão, distinta daquela contra a qual se está recorrendo. Reputa que a decisão é injusta, é errada, e por isso pede que o Tribunal corrija o equívoco, decidindo de outra maneira. A causa de pedir recursal na reforma é o error in iudicando, é o erro de análise, o juiz decidiu mal, errado, se equivocou. Discute-se o conteúdo da decisão. 
Invalidar quer-se desfazer a decisão, pois a mesma é defeituosa. A decisão não é injusta e nem errada, ela é nula, ela tem um problema formal. Não se discute o conteúdo da decisão, e sim a higidez formal dela. Não se diz se ela é certa ou errada, e sim que, por exemplo, ela não foi fundamentada, ou que o juiz é incompetente. A causa de pedir é o error in procedendo, ele compromete a validade/justiça da decisão. 
	O sujeito está dizendo que a decisão é injusta ou nula? Recorre o que foi decidido ou a forma como aquilo foi decidido? E assim podemos diferenciar reforma de invalidade.
	Juiz indefere inicial por inépcia, o autor fica chateado com isso e recorre para pedir a reforma da decisão. O autor diz que o juiz errou, pois a petição não era inepta, a decisão do juiz não é nula. Nula seria se o juiz fosse incompetente, se ele não tivesse dado a oportunidade do contraditório, por ex.
Integrar é pedir que a decisão judicial seja completada, tornada íntegra. A causa de pedir é a omissão, ele é formulado pelos embargos de declaração.
Esclarecer é pedir o esclarecimento quando a decisão é obscura, pouco clara. O juiz tem que esclarecer o que ele quis dizer. Também é um pedido formulado pelos embargos de declaração. 
	Este conceito apresentado é praticamente unânime no Brasil, é de Barbosa Moreira. 
	Caçar a decisão o tribunal entrega a decisão para outro juiz, já dizendo como ele deve decidir, não existe no processo civil brasileiro. 
2. Panorama dos meios de impugnação da decisão judicial
	Eles podem se dividir em:
Recursos
Ações autônomas de impugnação É um processo novo instaurado para impugnar uma decisão judicial. Dá-se origem a um novo processo, é nisso que se diferencia do recurso. Exs.: ação rescisória, MS contra ato judicial, embargos de terceiro, reclamação, querela nullitatis.
Sucedâneos recursais É tudo aquilo que nem é recurso, nem é ação autônoma, mas que serve para impugnar decisão judicial (é o resto). Ex.: reexame necessário, pedido de suspensão de segurança, correição parcial, 
OBS.: Alguns autores dizem que só existem recursos e sucedâneos recursais, e as ações autônomas estariam dentro de sucedâneos. 
3. Classificação dos recursos
De fundamentação livre É aquele no qual se pode alegar qualquer causa de pedir recursal. A fundamentação é livre, pode se contrapor a determinada decisão por qualquer razão. Ex.: apelação. 
De fundamentação vinculada Só pode se valer dele se encaixar a fundamentação numa hipótese legal, a lei tipifica as hipóteses de cabimento do recurso. Há uma fundamentação típica. Ex.: embargos de declaração, recurso especial e recurso extraordinário. Na elaboração da peça tem que indicar que é de fundamentação vinculada e encaixar o recurso dentro daquelas hipóteses legalmente previstas, caso contrário, o recurso não será reconhecido. 
OBS.: Decisão que viola coisa julgada anterior: o juiz poderia ter decidido isso? Não, ela é nula, não se discute a justiça dela e sim a forma. 
Parcial Impugna parte do que poderia ter sido impugnado. Poderia ter impugnado X e impugna X/2. Se o recurso for parcial, a parcela não impugnada transitará em julgado. Decisão que tenha 2 capítulos, o réu perdeu em ambos e só recorre do A, o B transita em julgado. Ex.: o caso do mensalão. 
Total É aquele recurso que impugna tudo quanto poderia ter sido impugnado. Poderia ter impugnado X e impugnou X.
4. Princípio do duplo grau de jurisdição
	É um corolário do acesso à justiça, contraditório e devido processo legal. Fala-se hoje num direito fundamental ao recurso, no direito de ter ao menos um recurso para a decisão. As decisões judiciais finais devem ser, em regra, recorríveis. 
	Entretanto, há suas exceções e pode ser modulado. Ex.: processo que tramita diretamente no STF, não tem recurso ou tem recurso muito restrito (ex.: no mensalão, os embargos infringentes). 
	Decisões interlocutórias irrecorríveis no juizado e no processo do trabalho Não se pode recorrer delas imediatamente. 
	Destarte, este princípio é uma extensão do direito de ação, do contraditório. No processo penal, pelo pacto de San Jose, tem que ter o recurso, já no processo civil é possível que haja a modulação. 
5. Atos sujeitos a recurso 
	Será analisado o rol de todas as decisões recorríveis e os recursos que cabem contra cada uma delas. Só decisão é recorrível, não se pode recorrer de um despacho. As decisões se dividem em:
			Interlocutórias (1)
Decisões do juiz
			Sentenças (2)
						 Relator (3)
				Monocráticas 
Decisões em Tribunal 				 Presidente ou Vice do Tribunal (4)
				Acórdãos (5)
	Há ai 5 espécies de decisão, e todas elas são recorríveis. 
Interlocutórias Agravo retido ou de instrumento.
Sentenças Apelação.
OBS1: Decisões parciais Para alguns autores são sentenças parciais e para outros são decisões interlocutórias. Mas quem defende como sentenças parciais defendem que são impugnáveis por agravo de instrumento, seriam sentenças agraváveis e não apeláveis. Esta não é posição majoritária, prevalece que as decisões parciais devem ser tidas como decisões interlocutórias, e desafiam o recurso de agravo, inclusive essa é a posição do novo CPC. 
OBS2: Existem casos de sentenças agraváveis, são casos excepcionais. É o que acontece com a sentença que decreta a falência e que julga liquidação de sentença. A sentença que rejeita falência é apelável. 
OBS3: Juizados especiais As interlocutórias não são recorríveis imediatamente, elas podem ser impugnadas conjuntamente com a sentença, por meio de um recurso que não tem nome (recurso inominado). Este serve para impugnar a sentença e as interlocutórias proferidas ao longo do procedimento. Logo, não cabe apelação contra sentença e sim recurso inominado. Nos Juizados Especiais Federais há uma peculiaridade: as interlocutóriasque dizem respeito a uma tutela de urgência são impugnáveis por agravo.
OBS4: Execução fiscal Nas execuções fiscais de pequeno valor, a sentença que a extingue não é apelável, ela é impugnável por meio de um recurso chamado de embargos infringentes. Eles são muito peculiares, pois serão julgados pelo mesmo juiz da causa, ele não sobe. Ele não se confunde com os embargos infringentes previstos no CPC, aqueles são chamados de embargos infringentes de alçada. Esse pequeno valor corresponde a 50 ORTN, o STJ entende que equivaliam a R$ 328,00, em janeiro de 2001, valor que deve ser corrigido pelo IPCA. Há ainda execução fiscal municipal com esse valor, todavia, esse valor não cabe para esfera federal. 
OBS5: Causa internacional São as causas de que fazem parte: pessoa residente no Brasil ou município, contra Estado estrangeiro ou organismo internacional. Elas tramitam na justiça federal, e nesses processos, os recursos vão direto para o STJ, são chamados de recurso ordinário constitucional, que fazem às vezes de apelação ou de agravo. 
OBS6: Lei de assistência judiciária – (1060/50) Contra as decisões proferidas com base nesta lei, cabe apelação (“Art. 17. Caberá apelação das decisões proferidas em consequência da aplicação desta lei; ...”). As decisões que o juiz pode tomar com base nessa lei são: 
Decisão que defere o benefício da gratuidade;
Decisão que indefere o benefício da gratuidade; 
Decisão que revoga o benefício da gratuidade;
Decisão que não revoga o benefício da gratuidade.
	Dessas quatro decisões, a primeira nem recorrível é, pois a outra parte tem que pedir a revogação ao juiz, e se este não revogar, ai é que a parte vai recorrer. As outras todas são decisões interlocutórias, a princípio, impugnáveis por agravo de instrumento. 
	Foi feito uma “interpretação conforme”, para dar a esse dispositivo o mínimo de racionalidade, e apelável somente será a decisão proferida com base na lei 1060/50 que tenha sido proferida em autos apartados. O juiz toma as seguintes decisões em autos apartados: decisão sobre pedido de revogação da justiça gratuita e a decisão sobre o pedido de gratuidade formulado durante o processo. Assim, qualquer decisão tomada nos mesmo autos seria agravável, e em autos apartados seria apelável. 
Contra as decisões do relator Cabe o agravo interno ou agravo regimental.
Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)
§ 1o-A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)
§ 1o Da decisão caberá agravo, no prazo de cinco dias, ao órgão competente para o julgamento do recurso, e, se não houver retratação, o relator apresentará o processo em mesa, proferindo voto; provido o agravo, o recurso terá seguimento. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)
§ 2o Quando manifestamente inadmissível ou infundado o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado multa entre um e dez por cento do valor corrigido da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)
	De uns 20 anos para cá, se passou a permitir que o relator, no Tribunal, decidisse sozinho, funcionando como um porta-voz do colegiado, antecipando aquilo que este ia dizer. É, em alguns casos, um instrumento muito bom para acelerar os processos. Pauta-se na ideia de que o relator, naqueles casos, está falando em nome do colegiado. Um artigo que autoria isso é o art. 557, CPC, neste há uma série de decisões que podem ser tomadas pelo relator. Ex.: não admitir o recurso, questão que envolva súmula ou jurisprudência dominante. 
	Mas tem que ser possível agravar desta decisão, já que o relator decidiu sozinho, a sua decisão poderá ser examinada pelo colegiado, cabendo agravo interno.
	O STJ diz que o artigo 39 da lei 8038/90, é um artigo de aplicação geral, e este artigo diz que das decisões do relator que causar gravame a parte cabe agravo interno. Todavia, esta lei era para o STJ e STF, não fala dos outros tribunais, e ai decidiu-se que serve para os outros tribunais, de forma geral.
	O agravo interno não tem preparo, é um recurso simples. Às vezes, o legislador é um pouco imprudente e prevê uma decisão de relator que não cabe agravo (art. 527, parágrafo único, CPC), e ai as pessoas entram com mandado de segurança (o que é bem pior para o sistema). 
	Como advogado, Didier entra com agravo interno e com MS, se o primeiro não for acolhido o segundo será. O novo CPC acaba com esse problema, pois ele diz que da decisão do relator cabe agravo interno. 
Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribuído incontinenti, o relator: (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
II - converterá o agravo de instrumento em agravo retido, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, mandando remeter os autos ao juiz da causa; (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005)  
III - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
Parágrafo único. A decisão liminar, proferida nos casos dos incisos II e III do caput deste artigo, somente é passível de reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o próprio relator a reconsiderar. (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005)
	Apelou, apelação foi ao tribunal e o relator, sozinho, julga a apelação. Da decisão do relator que julga a apelação cabe agravo interno. O agravo interno foi para a câmara, e esta tem duas opções: manter o que o relator disse ou rever o que o relator disse, e ai, qualquer que seja a opção, no fim das contas, é a apelação que estará sendo julgada (ou do jeito que o relator havia julgado, ou de outra maneira). O julgamento do agravo interno, neste caso, implicará o julgamento da apelação. Se nesse exemplo se tratasse de um RE ou REsp, daria no mesmo.
	Então, pode-se dizer que o julgamento do agravo interno tem a natureza do julgamento feito pelo relator (se o relator julgou um RE, o agravo interno será o RE). 
	Existem os embargos infringentes, este recurso cabe contra acórdão de apelação. Cabem embargos infringentes contra acórdão de agravo interno? Sim, se o agravo interno tiver natureza de apelação caberá embargos infringentes.
	Embargos de divergência cabem contra acórdão de RE ou REsp. Cabem embargos de divergência contra acórdão de agravo interno? Sim, pois ele pode ter a natureza de RE ou de REsp. 
	Súmula 316, STJ – “Cabem embargos de divergência contra acórdão que, em agravo regimental, decide recurso especial”. Nesta súmula, onde tem REsp pode colocar RE. Onde tem divergência pode colocar infringente e onde tem REsp colocar apelação, esta súmula serve perfeitamente para os casos acima citados. 
Decisão de presidente/vice de tribunal
	São raras, pois eles atuam como autoridades administrativas, mas há casos em que eles atuam jurisdicionalmente, e ai aplica-se o art. 39 da lei 8038/90. As suas decisões são impugnáveis por agravo interno (recurso geral).
	Mas também há o agravo do art. 544, que é um agravo que não tem nome, ele é previsto para uma situação muito peculiar: agravo contra decisão de presidente ou vice que não admite recurso especial ou extraordinário na origem. Não é um agravo interno, é um agravo com pressupostos próprios. No novo CPC este agravo é eliminado, pois os presidentes/vice deixarão de fazer isso. 
Acórdão (decisão colegiada)
	Cabe recursoextraordinário, recurso especial, embargos infringentes, embargos de divergência e recurso ordinário constitucional.
OBS.: Contra qualquer decisão cabe embargos de declaração. 
	Portanto, podemos concluir que existem 13 recursos que cabem no processo civil brasileiro, com suas respectivas hipóteses de cabimento.
6. Juízo de admissibilidade dos recursos
6.1. Noções iniciais
	O que é juízo a quo e juízo ad quem? O primeiro é o juízo de origem, o juízo que proferiu a decisão recorrida, já o segundo é o juízo de destino, o juízo para onde vai o recurso. 
	Como qualquer demanda, o órgão jurisdicional tem que elaborar dois juízos sobre o recurso: juízo de admissibilidade e juízo de mérito. O de admissibilidade é a aptidão de se examinar o que foi pedido (posso examinar o que o sujeito quer?), se puder examinar é admissível, se não puder examinar é inadmissível. 
	Se a demanda for admissível, ai terá o juízo de mérito, que é o juízo sobre o acolhimento ou não do pedido. Só haverá juízo de mérito se o juízo de admissibilidade for positivo.
	Caso o juízo de admissibilidade seja positivo, o juiz usa o termo “conheço do recurso” (conhecer do recurso significa admiti-lo), se não é admitido usa “não conheço”. Já no que tange ao juízo de mérito, utiliza-se “dou ou nego provimento”. 
	No Brasil, a regra ainda é de que se interpõe o recurso perante o juízo a quo, e este envia ao juízo ad quem. Por conta disso, a regra aqui é a de que o juízo de admissibilidade passa por um duplo exame (do a quo e do ad quem). Se o a quo não conhece do recurso, caberá recurso para o ad quem controlar aquilo (ex.: agravo do 544).
	O juízo de mérito será feito pelo ad quem.
OBS.: O agravo de instrumento é interposto diretamente no ad quem, ele é o recurso único com esta característica. Nos embargos de declaração, o a quo e o ad quem são os mesmos órgãos, pois os ED são interpostos perante quem proferiu a decisão embargada.
OBS.: Há recursos que permitem juízo de retratação. Ou seja, permite que o a quo reconsidere a decisão. Nesses casos, o a quo está acolhendo o recurso e examinando o mérito do recurso. Quando o recurso permite retratação, se fala que ele possui o efeito regressivo, ex.: apelação nos processos do ECA, apelação contra sentença que indefere petição inicial, agravo de instrumento, agravo interno. 
OBS.: Nos embargos infringentes de alçada também não há dois juízos, o a quo é o mesmo do ad quem. 
OBS.: A decisão do juiz que não recebe apelação é agravável. Essa decisão, embora agravável, se não for agravada, o processo acaba, e ai ela parece uma sentença (pois em não se agravando acaba o processo), mas não é uma sentença. Por isso, alguns autores dizem que ela não é decisão interlocutória e nem sentença, ela seria um terceiro tipo peculiar. 
Natureza jurídica do juízo de admissibilidade:	
	Qual a natureza jurídica do juízo de admissibilidade? Varia, conforme ela seja positiva ou negativa. A decisão que conhece (positiva) é declaratória com efeitos ex tunc (retroativos). Já para a que não conhece, há três concepções:
Declaratória com efeitos ex tunc (não conhece e não conhece com efeitos retroativos, é como se o recurso devesse ser reconhecido desde lá de trás). Concepção de Barbosa Moreira e que hoje não é majoritária. 
Declaratória com efeitos ex nunc (não se conhece do recurso e isso só produz efeitos dali para frente), ressalvadas duas situações: nos casos de intempestividade ou de manifesto incabimento do recurso. É o entendimento consagrado na súmula 100, TST, e é o mais difundido. Esta é a majoritária.
Constitutiva, ela invalida o recurso, é dizer que o recurso é nulo, é defeituoso, e a eficácia é ex nunc. É o posicionamento de Didier, pois se adota que o juízo de admissibilidade é um juízo sobre a validade do recurso. 
	Caso prático de aplicação das teorias: Sentença proferida em 2006, o sujeito apela. Em 2009 o Tribunal diz que não conhece da apelação, e ai o processo termina. 
Corrente 1 – é declaratória com eficácia retroativa, o recurso não conhecido produz efeitos desde sempre, então desde 2006 já não produz efeito algum (pois a decisão foi pela negatória). O trânsito em julgado havia ocorrido em 2006, e o sujeito não sabia, e nem com rescisória pode entrar mais (pois já está em 2009, passando o prazo dos 2 anos). Gera uma insegurança absurda.
Corrente 2 – é declaratória com sem efeito retroativo, então, o trânsito em julgado ocorre em 2009. Ressalvada as duas situações: intempestividade ou não cabimento, e ai retroage para 2006. 
Corrente 3 – é desconstitutiva e só produz efeitos para frente, o trânsito em julgado ocorre em 2009. 
	Essas situações são importantes, com elas se sabe o prazo para rescisória. 
Requisitos de admissibilidade:
	Eles devem ser observados para que o recurso seja conhecido. São sete.
			Cabimento 
Intrínsecos		Legitimidade
			Interesse 
			Inexistência de fatos impeditivos ou extintivos (este requisito é discutível)
		Tempestividade
Extrínsecos	Preparo
		Regularidade formal
	AULA 02 – 31/01/14
Cabimento: para que o recurso seja cabível (admissível) é preciso:
	Que a decisão seja recorrível e que o recurso seja o correto/adequado.
	Em torno do cabimento, giram três normas fundamentais acerca do recurso:
Taxatividade dos recursos – só há os recursos taxativamente previstos em lei. 
Singularidade ou unirecorribilidade – somente se admite a interposição de um recurso por vez, não pode usar dois recursos para impugnar a mesma coisa. É plenamente viável interpor RE e REsp ao mesmo tempo, assim, essa regra é fajuta. Alguns doutrinadores defendem que cabem embargos de declaração e outro recurso contra a mesma decisão. De todo modo, ela não tem previsão expressa, ela decorre do sistema. 
Princípio da fungibilidade dos recursos – um recurso indevidamente interposto pode ser aproveitado como um recurso correto. Ex.: agravo quando o caso é de apelação, mas ai se pode aceitar um pelo outro. Esse princípio prega o aproveitamento do ato processual defeituoso. Sobre a vigência do CPC de 39 esse princípio tinha previsão expressa, pois o sistema desse CPC era muito confuso, seja porque às vezes não se sabia se a decisão era recorrível, seja porque não se sabia qual o recurso cabível, e ai, o legislador, vendo a equivocidade do sistema colocou a fungibilidade. Em 73 o CPC eliminou a previsão expressa, pois o legislador achava seu sistema perfeito, e, por isso, não encontramos expresso hoje no atual CPC. Destarte, ele continua existindo, apesar de não ter previsão expressa, ele decorre do art. 244, CPC, o qual impõe a instrumentalidade das formas. Para que esse princípio seja aceito, tem que ter dois pressupostos: 
Para que se admita a fungibilidade, é preciso que não tenha havido erro grosseiro. Erro grosseiro é aquele que não tem lastro nem na doutrina e nem na jurisprudência, o sujeito errou sem base alguma. 
Respeito ao prazo do recurso correto. Ex.: o recurso correto tem o prazo de 10 dias, e o sujeito entra com o recurso errado no prazo de 15 dias, nesse caso, não poderá haver fungibilidade. Didier não concorda com esse pressuposto.
Legitimidade recursal: quem que pode recorrer? 
A parte vencida (não é só autor ou réu, pode ser qualquer terceiro interveniente, às vezes o juiz é parte – ex.: exceção de suspeição, e neste caso ele tem que contratar advogado, pois não tem capacidade postulatória); 
O MP (como fiscal da lei, poderá recorrer mesmo que nenhuma das partes recorra; se o MP for parte, ele recorrerá como parte, o legislador, ao afirmar que o MP pode recorrer, é o MP fiscal da lei); 
Terceiro prejudicado (é alguém que não faz parte do processo, é estranho ao processo; é todo aquele que poderia ter intervindo no processo e não interveio, ex.: o assistente, o denunciado a lide, o chamado ao processo, salvo o que poderia ter sido opoente, observe que não é o opoente, pois este é parte, mas aquele que poderia ter sido opoente e não foi não poderá intervir*). O terceiro não foi intimado da decisão, então como ele saberá do prazo? Seu prazo éo mesmo prazo das partes. O recurso de terceiro é uma modalidade de intervenção de terceiro. 
	*Salvo para anular, é posição de Alexandre Câmara.
OBS.: A súmula 599, STF foi cancelada, e passou a se admitir embargos de divergência de decisão da Turma em agravo regimental.
	Se somente o assistente simples recorrer (o assistido não recorreu), o recurso pode prosperar? Didier entende que pode, ressalvada sempre a possibilidade de o assistido expressamente manifestar o desejo de não recorrer, pois ai o recurso do assistente simples cairá. Há decisões do STJ dizendo que se o assistente simples recorreu sozinho, o recurso não prospera. 
Interesse recursal: o recurso tem que ser útil e necessário. Tem que propiciar algum proveito ao recorrente, além de ser necessário a isto. Todo recurso que puder melhorar a situação do recorrente é útil.
	Juiz deu justiça gratuita ao autor, o réu não pode recorrer disso, pois ele poderá impugnar esta decisão em sua defesa, não existe necessidade de recorrer. 
	Relaciona-se o interesse recursal com sucumbência, se o sujeito sucumbiu ele tem interesse recursal. Tem que tomar cuidado com esta afirmação, pois pode ser que haja interesse recursal sem que tenha havido sucumbência, ex.: o terceiro não sucumbiu, e nem parte ele é, e poderá recorrer; nos embargos de declaração, pode-se ganhar e não entender a decisão. 
	Fala-se que o recorrente somente pode impugnar o dispositivo/conclusão da decisão. Não poderia recorrer apenas da fundamentação porque faltaria interesse, não haveria necessidade de um recurso apenas para mudar a fundamentação, se a decisão permanecerá a mesma, e ai o recurso que recorre apenas da fundamentação é inútil. Todavia, hoje já se percebe a possibilidade de se recorrer apenas para discutir a fundamentação, sem que haja mudança do dispositivo, como por exemplo: 
1º) Embargos de declaração, que servem muitas vezes para obscuridade da fundamentação; 
2º) Há casos de coisa julgada secundum eventum probationis, é a improcedência por falta provas e não faz coisa julgada (todavia, vale observar que a improcedência por ausência de direito faz coisa julgada). É o que acontece nas causas coletivas, no mandado de segurança; 
	Improcedência por falta de provas – não faz CJ o réu nesses casos pode recorrer para mudar a fundamentação da decisão, ele que mudar o fundamento porque se o juiz disser que não há direito far-se-á CJ. 
3º) Embraer demite 1500 de uma vez, e alega no TST que houve despedida em massa abusiva (pois não foi precedida de negociação sindical). O TST diz que a Embraer agiu conforme a OJ da época, e por isso ela deve ser protegida, já que está em consonância com a OJ, e deu vitoria a Embraer. Só que a partir dali, teria que haver negociação. A Embraer ganhou e ainda recorreu ao STF, dizendo que ganhou porque tem direito e não porque se comportou de acordo com a OJ, ela fez isso por medo de um precedente novo, ela recorreu para fundamentação do precedente e não do dispositivo. E foi permitido recurso para o precedente (o qual está sempre na fundamentação), e no ano passado o STF reconheceu a repercussão geral desse recurso, consequentemente, admitiu o recurso e este será julgado. Este recurso quer discutir a fundamentação, e não o dispositivo. 
Inexistência do fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer: não pode haver fatos que impeçam ou extingam o direito de recorrer, é um pressuposto negativo. Que fatos são esses? 
A renúncia – se o sujeito renunciar o recurso, não poderá recorrer depois. A renúncia ao recurso é sempre anterior ao recurso. A renúncia ao recurso não precisa do consentimento da outra parte e é sempre expressa. 
Aceitação da decisão – se o sujeito aceita a decisão, não poderá recorrer depois, seria venire contra factum próprio. A aceitação da decisão pode ser expressa ou tácita, esta se dá quando o sujeito pratica atos incompatíveis com o recurso (como ex. cumprir espontaneamente a decisão). 
Desistência do recurso – sujeito recorreu e desistiu do recurso, não poderá recorrer de novo. A desistência pressupõe que o recurso já tenha sido interposto, só posso desistir de algo que já fiz. Ela não depende de consentimento do recorrido, não depende de homologação judicial. Pode ser apresentada até o início da leitura do voto do relator. O STJ deu uma decisão que assustou: o recurso estava na pauta para julgamento e o sujeito desistiu, mas neste caso concreto o STJ não concordou com a desistência e julgou a causa, apesar da desistência, e não há nenhum fundamento para isso. Esta situação é diferente do recurso escolhido para julgamento em causas repetitivas.
Tempestividade: o recurso tem que ser interposto dentro do prazo. 
OBS.: Terceiro pode entrar com MS contra ato judicial? Sim. Súmula 202, STJ: “A impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial, não se condiciona à interposição de recurso”. 
	O ente público tem prazos dobrados para recorrer (mesmo como terceiro). Mas não se aplica para contrarrazões, não se aplica no âmbito dos juizados especiais, e no caso do MP, essa dobra não se aplica aos casos do ECA. 
	Defensores públicos têm prazo em dobro para falar nos autos, assim, tem prazo em dobro para tudo. Essa dobra se estende a demais entidades que prestam assistência judiciária? Há todo tipo de decisão, se for entidade de uma universidade pública se estende, se for universidade privada não se estende, isso é o STF que diz. O novo CPC resolve esse problema e diz que se aplica a qualquer entidade que preste assistência judiciária.
	Art. 191, CPC: dobra de prazo para litisconsortes com advogados diferentes. O STJ diz que pode ser até para advogados do mesmo escritório, o que Didier acha um absurdo, pois configura fraude. 
	Súmula 641, STF: “Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja sucumbido”. Não há razão para prazo em dobro se só um dos litisconsortes vai recorrer. 
	Alguns juízes têm dito que este art. 191 não se aplicaria em processo eletrônico, Didier acha um absurdo, pois não há nenhuma regra expressando isso. O projeto do novo CPC diz que não se aplica em processo eletrônico. 
	Recurso prematuro: seria o recurso interposto antes do início do prazo. É uma discussão antiga, o TST tem um entendimento antigo consagrado na súmula 434, de que esse recurso não se admite (é um recurso extemporâneo), o STF também tinha esse entendimento, embora não sumulado, mas ele alterou esse entendimento ao julgar um HC (101.132), e disse que seria tempestivo, o sujeito se deu por intimado e recorreu. Didier não concorda com esta posição. O STJ desde 2003 entendia que era tempestivo, e em 2013 mudou tudo, não admitindo recurso prematuro, do nada mudou, como pode isso? Por que simplesmente mudar dizendo que não é tempestivo? O projeto do novo CPC diz que é admissível, que é tempestivo. 
	Súmula 216, STJ – “A tempestividade de recurso interposto no Superior Tribunal de Justiça é aferida pelo registro no protocolo da Secretaria e não pela data da entrega na agência do correio”.
	Art. 507, CPC – “Se, durante o prazo para a interposição do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de seu advogado, ou ocorrer motivo de força maior, que suspenda o curso do processo, será tal prazo restituído em proveito da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem começará a correr novamente depois da intimação”. Se uma dessas tragédias ocorrer durante o prazo do recurso, o prazo será devolvido integralmente.
	Comprovação da tempestividade depois de interposto o recurso – questão que se relaciona muito com os feriados locais. O STJ não aceitava isso, mas em 2013 o STF e o STJ passaram aceitar.
	Protocolo descentralizado do TRF – até bem pouco tempo atrás, o STJ não aceitava recurso para ele que fosse protocolizado no protocolo descentralizado, e dizia que era intempestivo. Mas hoje em dia ele passou a aceitar. A súmula 256, STJ, foi, portanto, cancelada (em 2008): “O sistema de "protocolo integrado" não se aplica aos recursos dirigidos ao Superior Tribunal de Justiça”.
Preparo:É o pagamento das despesas relacionadas ao processamento do recurso. Há duas espécies de despesas: custas (despesas tributárias) e o porte de remessa e retorno dos autos (que é uma despesa postal). 
	Recurso sem preparo é um recurso deserto. Faz-se o preparo antes do recurso, no recurso se comprova o preparo (ao recorrer é preciso comprovar que foi feito).
	Nos juizados, admite que se faça o preparo até 48 horas depois da interposição do recurso. Na justiça federal, o preparo do recurso contra a sentença pode ser feito até cinco dias após a interposição do recurso. 
	Se o preparo for insuficiente, o CPC diz que não se pode admitir o recurso sem dar chance de complementar. Alguns doutrinadores defendem que isso deveria se aplicar a qualquer falta de preparo, e não apenas à insuficiência. 
	Casos de justa causa para não se fazer preparo: 
Art. 519, CPC, cuida da apelação e diz que se houver justo motivo para não se fazer o preparo, pode se recorrer sem fazê-lo, e o tribunal terá que dar um prazo para fazer o preparo. Esse artigo, embora se refira à apelação, é geral. 
Súmula 484, STJ: se recorreu após o expediente bancário tinha um justo motivo para não fazer o preparo naquele dia, ou se o preparo não for feito porque houve greve. “Súmula 484: Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia útil subsequente, quando a interposição do recurso ocorrer após o encerramento do expediente bancário”. 
	Recursos dispensados de preparo: 
Embargos de declaração;
Agravo retido;
Embargos infringentes de alçada;
Recursos do ECA (mas segundo o STJ é apenas para crianças ou adolescentes, se houver um adulto tem que ter preparo);
Agravo do 544;
Agravo interno. 
	Há sujeitos que estão dispensados do preparo: entes públicos, MP, o beneficiário da justiça gratuita.
	Como se pede justiça gratuita em recurso? No bojo do próprio recurso, e ai o tribunal vai examinar. Se conceder ótimo, se não conceder terá que dar prazo para fazer o preparo. 
	STJ: A regra do preparo insuficiente não se aplica aos juizados especiais. 
Regularidade formal: o recurso tem suas exigências formais, como: tem que ser escrito (mas o agravo retido pode ser oral), tem que ser assinado por advogado, tem que ter pedido, tem que ter fundamentação (tem que dizer por que a decisão está errada). 
	Esta exigência de fundamentação é chamada de princípio da dialeticidade dos recursos. 
7. Efeitos do recurso
Impedir o trânsito em julgado – para Barbosa Moreira, recurso inadmissível não produz efeito algum, logo, não impede o trânsito em julgado. 
Efeito regressivo ou efeito de retratação – alguns recursos permitem que o juízo a quo se retrate. Ex: apelação contra sentença que indefere petição inicial, apelação nos casos do ECA, agravo de instrumento, agravo retido, agravo do 544. 
Efeito suspensivo – prolonga a ineficácia da decisão, ele mantém a decisão recorrida ineficaz. Qualquer recurso pode ter efeito suspensivo, alguns têm efeito suspensivo automático (ex.: apelação), outros não o têm, e ai tem que se pedir.
Efeito expansivo subjetivo – a regra é de que os recursos somente produzem efeitos para o recorrente, mas há casos que produzem efeitos para outros sujeitos, distinto do recorrente. Ex: recurso de litisconsorte unitário aproveita o outro. Recurso de um devedor solidário aproveita ao outros, desde que veicule uma defesa comum. Os embargos de declaração interposto por uma parte interrompe o prazo para ambas as partes. Recurso de assistente simples beneficia o assistido. 
Efeito substitutivo – o julgamento do recurso substitui a decisão recorrida. Se o recurso foi julgado, a decisão que julga o recurso fica no lugar da decisão que julgou a petição inicial. É um efeito que pressupõe que o recurso foi julgado. É um efeito que somente pode ser produzido por recurso conhecido. Tribunal deu provimento ao recurso para invalidar – ela não produz efeito substitutivo (haverá nos seguintes casos: provido para reformar, improvido para reformar e improvido para invalidar). A decisão que substituir por último (decisão final) é que será título executivo e objeto de rescisória. 
Efeito devolutivo: é o efeito mais emblemático do recurso.
	Ele possui uma dupla dimensão: horizontal (extensão do efeito devolutivo) ou vertical (profundidade do efeito devolutivo – tem autores que diz que seria efeito translativo do recurso).
	Na dimensão horizontal a extensão do efeito devolutivo é aquela que determina o que o tribunal terá que redecidir. Ela determina o objeto do recurso. É ela que fixa os limites da atuação do tribunal. Ela determina até onde o tribunal pode ir, ela é determinada pela vontade do recorrente. Por isso que se diz que a extensão do efeito devolutivo é manifestação do princípio dispositivo, já que cabe ao recorrente dizer o que o tribunal poderá redecidir.
	Decisão tem 2 capítulos: A e B. Se recorro só de B, só B sobe. Devolve-se o que foi impugnado e o tribunal fica adstrito a isso (o juiz não pode decidir fora dos limites do pedido feito na inicial, e, da mesma forma, o Tribunal, já que quem delimita a extensão do recurso é o recorrente).
	Pela dimensão vertical identifica-se com o que o Tribunal trabalhará para decidir o que foi impugnado. Pela profundidade do efeito devolutivo, o recurso devolve ao Tribunal todas as questões suscitadas e discutidas, e as questões de ordem pública relativas ao capítulo impugnado, ou seja, o recurso transfere para o Tribunal tudo o que disser respeito ao capítulo impugnado, mas somente o que disser respeito ao capitulo impugnado. Todas as questões que foram debatidas em torno daquele capítulo. A profundidade é infinita, sobe tudo, mas tudo que for relativo ao que foi impugnado. 
	Sujeito condenado a pagar danos morais e materiais. Só recorreu dos danos morais (havia 2 capítulos e recorreu de 1), e o outro transita em julgado. O recurso subiu e o tribunal conheceu uma incompetência absoluta. Esse reconhecimento de incompetência absoluta atingirá aos danos materiais, capítulo não impugnado? Não atinge, pois ele já transitou em julgado. Questões de ordem pública não se projetam para depois do trânsito em julgado. Vai caber rescisória para os danos materiais, mas não recurso, pois o recurso devolve tudo, mas tudo do que foi impugnado, neste caso, danos morais. Sobe tudo de danos morais, apenas. 
	Quem delimita extensão é o recorrente. Mas a profundidade é o tribunal. Por isso que se diz que se submete ao inquisitivo, a profundidade.
	Art. 515, CPC: caput = extensão. §1º = profundidade (todas as questões relacionadas ao que foi impugnado). §2º = profundidade. 
Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro.
§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
	A extensão bitola a profundidade.
CAPÍTULO 2. RECURSOS EM ESPÉCIE:
1. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
	Cabem contra qualquer decisão, no prazo de 5 dias e não tem preparo. O STF tem um entendimento peculiar de que não cabem embargos de declaração de decisão monocrática, e ai converte os ED em agravo interno. 
	Os ED se caracterizam por serem julgados pelo mesmo órgão que proferiu a decisão embargada (se for de um juiz, é o juiz quem vai julgar; se for de uma turma, é essa turma quem vai julgar; se for de um relator, é esse relator quem vai julgar). Relator não pode julgar embargos contra decisão de turma. Não precisa ser a mesma pessoa, e sim o mesmo órgão (pois a pessoa pode ser removida, transferida, morrer).
	O julgamento dos ED integra a decisão embargada, ou seja, ele se acopla à decisão embargada e elas se transformam numa decisão só. A decisão fica como se fosse a soma da primeira decisão com os embargos. A natureza da decisão que julga os embargos é a natureza da decisão embargada (se embargo sentença, o julgamento dosembargos é a mesma sentença; se for uma interlocutória, a decisão dos ED é a mesma interlocutória).
	Cabe apelação da decisão que julga ED? Se tiver natureza de sentença cabe. 
	AULA 03 – 07/02/14
	Os ED são um recurso de fundamentação vinculada, ou seja, ele só é usado em hipóteses típicas, elencadas pela lei. O CPC prevê três hipóteses para o cabimento:
Omissão – pode ser quanto ao pedido ou quanto ao fundamento relevante. 
Decisão contraditória – a decisão tem um vicio lógico, e então, pede-se para o órgão jurisdicional corrigir esse vicio, essa contradição. Ex.: A fundamentação vai um sentido e a decisão em outro. 
Obscuridade. 
OBS.: Atualmente é aceita com muita tranquilidade a oposição de embargos por erro material na decisão, apesar desta hipótese não estar prevista no CPC. Também se tem aceitado a oposição para decisão ultra ou extra petita.
	ATENÇÃO! CLT – art. 897-A: é outra hipótese de embargos de declaração prevista: “manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso”. Cabem ED por erro na análise dos requisitos extrínsecos de admissibilidade do recurso. Preparo, tempestividade e regularidade formal é que são os requisitos extrínsecos. É uma hipótese bem restrita. 
	ATENÇÃO! Juizados: em dezembro de 1994 houve uma grande reforma nos ED no CPC. Em setembro de 1995 veio a lei 9099. Esta lei veio de um projeto de lei que se baseava na legislação processual de antes de 1994, e este projeto de lei não foi alterado, continuando de acordo com o CPC de antes da reforma. E ai lei dos juizados veio prevendo que cabem ED para caso de dúvida na decisão (art. 48), e isso está previsto lá porque o CPC previa isso, mas como ele foi alterado, essa hipótese foi eliminada. Esta situação não existe, pois a decisão não tem dúvida, ela gera dúvida, causa dúvida, mas a decisão ter dúvida é demais, quem tem dúvida é gente. A decisão lhe causa dúvida, mas porque ela é obscura ou contraditória. Essa hipótese é incompreensível, por isso não é aplicada. As disposições finais do projeto do novo CPC corrige isso, igualando as hipóteses da lei dos juizados ao CPC (“Caberão embargos de declaração quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida”).
	REsp 970190, STJ – É uma decisão importante: O sujeito embargou dizendo que estava embargando porque a decisão dada pelo tribunal é contrária ao entendimento do STJ consolidado sobre a questão, e você tribunal não se manifestou sobre isso, por isso embargo. Isso não é uma situação que se encaixa nas hipóteses de cabimento de ED. E o tribunal acolheu os ED, pois ele tinha que se manter de acordo com a decisão do STJ. A outra parte, chateada, recorreu ao STJ, e nesse REsp o STJ reconheceu que não era hipótese de embargo, mas que o tribunal fez bem, pois ele não tivesse aceitado esses ED, a parte entraria com um REsp para que a decisão ficasse conforme com a do STJ. É ED fora das hipóteses legais, e no projeto do novo CPC tem uma situação parecida com essa. 
O banco Nossa Caixa S/A terá de pagar a uma senhora de 90 anos de São Paulo a correção monetária de 42,72% incidentes, no mês de janeiro de 1989, sobre conta poupança mantida pela nonagenária na instituição, além de juros e correção monetária. A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu, por unanimidade, afastar o rigor processual contido no artigo 535 do Código de Processo Civil e aplicar a tese da finalidade prática para impedir a nulidade da decisão que reconheceu o direito da poupadora.
“Decretar a nulidade meramente para defender o rigor do processo civil, com a conseqüente repetição de todo o procedimento, implicaria desrespeitar o princípio da razoável duração do processo, da efetividade, da igualdade (manifestado na prioridade que devem ter as causas envolvendo pessoas idosas) e até mesmo da dignidade da pessoa humana”, afirmou a ministra Nancy Andrighi, relatora do caso, ao votar.
O caso teve início com a ação de cobrança proposta por A. G. de S. Ela entrou na Justiça contra a Nossa Caixa requerendo a correção monetária de 42,72% incidentes sobre a poupança que mantinha no banco. Pediu, ainda, o pagamento de juros contratuais capitalizados de 6% ao ano, mais juros de mora e correção monetária.
O pedido foi julgado procedente quanto ao principal, mas o juiz não se manifestou, inicialmente, sobre os juros e a correção monetária. A poupadora interpôs embargos de declaração apontando a omissão, e os embargos foram acolhidos para atender integralmente o pedido. Insatisfeito, o banco apelou, e o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) deu parcial provimento apenas para reconhecer a alegação de prescrição dos juros contratuais, no período anterior a cinco anos contados da data da propositura da ação.
Novos embargos de declaração foram interpostos pela cliente, alegando que o STJ já pacificou o entendimento, adotando a prescrição vintenária também para os juros remuneratórios. Os embargos foram acolhidos, tendo a decisão conferido a eles efeitos modificativos. No recurso especial para o STJ, a Nossa Caixa alegou, entre outras coisas, que o Tribunal paulista não poderia conferir efeitos infringentes a embargos de declaração com fundamento na modificação da posição do relator quanto à matéria. Segundo o advogado, não compete ao TJSP promover uma revisão de mérito de suas próprias decisões, atribuição exclusiva do STJ.
Ao votar, a ministra considerou a idade e a conseqüente prioridade na tramitação do processo da poupadora, além de os efeitos modificativos conferidos pelo Tribunal terem colocado o mérito da decisão em perfeita conformidade com a jurisprudência do STJ a respeito da prescrição vintenária.
Apesar de reconhecer que os embargos de declaração realmente não se prestam à revisão de decisões de mérito pelo próprio relator, a ministra questionou a finalidade prática da decretação de nulidade do acórdão paulista, já que a poupadora voltaria depois com um recurso especial e acabaria mesmo vitoriosa, já que a questão está pacificada no STJ. “Ainda que não se tenha obedecido ao rigor processual consubstanciado na regra do artigo 535 do Código de Processo Civil, que vantagem teria o direito, a justiça e a sociedade?”.
A ministra observou, ainda, que o excessivo rigor processual atua muitas vezes em desserviço da efetividade da justiça. “O processo tem de correr. O aparato judiciário é muito caro para a sociedade e cada processo representa um custo altíssimo. Anulá-lo, portanto, é medida de exceção”, concluiu Nancy Andrighi. Processos: Resp 970190
Efeitos:
Embargos de declaração possuem efeito devolutivo? Para algumas pessoas os ED não possuem efeito devolutivo porque o tema volta para o mesmo juízo, e ai há quem diga que isso não é devolução, pois este efeito só ocorre quando o recurso faz com que o tema volte para outro órgão, e não para o mesmo órgão. Este entendimento é minoritário, embora significativo, pois prevalece que ele tem efeito devolutivo como qualquer outro recurso. 
Tem efeito suspensivo? O entendimento é que eles seguem o regramento do recurso que lhe sucede, se embargo contra sentença, o regime será o mesmo da apelação contra aquela sentença, e, assim sucessivamente. Não há um regramento específico. Se embargo contra interlocutória será o mesmo do agravo que interpus interlocutória.
Efeito modificativo ou infringente dos ED – O acolhimento dos ED podem alterar o conteúdo da decisão embargada, e é natural que isso ocorra. Se embargo por omissão, o tribunal vai suprir essa omissão, e ela não será mais omissiva. Se embarga por contradição e esses embargos são acolhidos, a decisão naturalmente mudará. Nada obstante isso, o CPC não prevê contrarrazões aos ED. Então, a jurisprudência disse que sempre que os ED puderem ter efeito modificativo, é preciso ouvir a outra parte em contrarrazões, e isso é uma criação jurisprudencial, pelo contraditório é preciso ouvir a outra parte, assim entendeu o poder Judiciário. No projeto do novo CPC isso já foi resolvido.
	Saiu a decisão, a parte tem 5 dias para embargar. Uma parteapela e a outra embarga, todas dentro do prazo. Quem será julgado primeiro? Os ED. Se os ED forem acolhidos e a decisão for alterada, claro que se abrirá um novo prazo para que a parte que havia apelado possa aditar sua apelação, pois a sentença que ela houvera apelado não é a mesma. Assim, a parte terá novos 15 dias para complementar o seu recurso. Então, pode dizer que existe o direito da parte que havia recorrido, de complementar as razões de seu recurso se a decisão recorrida houver sido alterada por ED. Alguns doutrinadores dizem se tratar do princípio da complementaridade do recurso. 
	Se os ED não foram acolhidos, a decisão se manteve. A parte que havia apelado e que agora está diante de uma sentença idêntica àquela, terá que ratificar a apelação que já tinha sido interposta? O STJ entende que sim, é preciso que a parte que havia recorrido volte à juízo dizendo “recorri e volto aqui para ratificar isso”. Súmula 418, STJ. O STF entendeu que não precisaria ratificar, e ai fica nesse moído, um dizendo que precisa e outro que não precisa. Esta súmula nada tem haver com intempestividade, o que o STJ fez foi entender que, se não se ratificou o recurso, é como se desistisse tacitamente desse recurso. O projeto do novo CPC reconheceu isso e corrigiu. 
Efeito de interromper o prazo para interposição de outro recurso – quando se embarga, o prazo que havia para apelar (recorrer), ele é interrompido, e esta interrupção é para ambas as partes. Por conta desta característica os ED são muito utilizados para protelar. E ao serem utilizados com este fim o embargante pode ser multado em 1% sobre o valor da causa. Se eles forem reiterados de forma protelatória, a multa pode ser elevada até 10%, e só poderá entrar com outro recurso se o valor da multa for depositado. E se entrar uma terceira vez? O CPC não prevê esta hipótese, Didier entende que não será possível embargar uma terceira vez, e o STJ decidiu de acordo com esse entendimento, e o projeto de novo CPC entende neste sentido. 
	ED para fins de pré-questionamento não tem caráter protelatório. Súmula 98, STJ.
	A lei dos juizados suspende o prazo para outros recursos, ao invés de interromper. Isso é um erro legislativo. E o STF diz que não é bem assim, os ED suspendem se forem opostos contra sentença, ai sim interromper, todavia, se for contra acórdão de turma recursal interrompe o prazo. No novo CPC isso é corrigido e uniformizado, e os ED terão o mesmo sistema do CPC.
	Sai a decisão, uma parte embarga e a outra não faz nada. Os ED são julgados. A parte que nada fez poderá apelar? Sim, se os ED forem acolhidos, pois a decisão será outra. Ele não apelou da primeira, pois era uma decisão, e ao acolherem os ED será dada uma nova decisão, e quem não havia apelado poderá sim apelar. 
	De fato, se um embarga, interrompe o prazo para os dois. 
OBS.: A multa não reverte para o Estado, e sim para a outra parte (art. 538, parágrafo único)
2. APELAÇÃO
	Ver parte da teoria sobre os recursos e as hipóteses de cabimento.
	Boa parte das regras gerais dos recursos se referem à apelação. Ex.: falta de preparo por justa causa, quando este não é feito por justa causa e pode ser feito depois; art. 515, que fala do efeito devolutivo. 
2.1. Efeito suspensivo da apelação: 
	A apelação impede a eficácia da sentença, isso é opção do CPC. Entretanto, há casos em que ela não tem efeito suspensivo automático, e ai será preciso pedir o efeito suspensivo. 
	Como é que se pede efeito suspensivo à apelação, caso ela não possua esse efeito? Pede-se ao próprio juiz da causa, apela perante o a quo, e pede a ele o efeito suspensivo, se ele não der, ai agrava-se. Outra opção, e a mais comum, é apelar e entrar com cautelar no tribunal pedindo efeito suspensivo da apelação, esta é a forma que está consagrada no projeto do novo CPC. 
	Se uma sentença tem vários capítulos, pode acontecer de a apelação ter efeito suspensivo para um capítulo e não ter para outro, pois será examinada em relação a cada um dos capítulos da decisão. 
	Hipóteses de apelação sem efeito suspensivo automático: art. 520, CPC
Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
I - homologar a divisão ou a demarcação; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
II - condenar à prestação de alimentos;  (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
III - (Revogado pela Lei nº 11.232, de 2005)
IV - decidir o processo cautelar; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes; (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)
VI - julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem. (Incluído pela Lei nº 9.307, de 23.9.1996)
VII - confirmar a antecipação dos efeitos da tutela; (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
VI – tem a convenção de arbitragem, e uma das partes se nega a ir para a arbitragem. Ai entra com ação para impor a arbitragem para a outra parte, para que a arbitragem possa se iniciar logo. 
VII – não tem efeito suspensivo para permitir que a tutela antecipada continue produzindo seus efeitos. Isso só diz respeito em relação ao capítulo da tutela antecipada. 
	E se o juiz conceder a tutela antecipada na sentença, ao invés de apenas confirmá-la? Produzirá efeitos imediatos? Sim, pois se concedeu na sentença, ele está confirmando o que acabou de fazer. Por isso, onde se lê confirmar, leia-se confirmar E conceder. 
	E se a TA foi concedida, e, na sentença, o juiz revoga essa TA. A apelação contra sentença que revoga a TA, tem efeito suspensivo? O CPC não regula isso, se ele diz que tem efeito suspensivo, a sentença terá efeito suspensivo e a TA dada no início do processo continua produzindo efeito. A doutrina e a jurisprudência disseram que onde se lê confirmar, leia-se também revogar, porque a apelação contra sentença que revoga a TA não tem efeito suspensivo exatamente para que a TA caia imediatamente. E o projeto do novo CPC diz neste inciso confirmar, conceder ou revogar. 
	Há ainda hipóteses na legislação extravagante (hipóteses em que a apelação não terá efeito suspensivo): sentença que concede mandado de segurança ou habeas data, da sentença em ação civil pública, apelação contra sentença de despejo, apelação contra sentença que deferir a adoção (salvo nos casos de adoção internacional), sentença que destituir poder familiar. 
	Dentro do CPC também produz efeitos imediatos a sentença que decreta a interdição. 
V – embargos à execução é uma forma de o executado se defender na hipótese de título extrajudicial, os EA podem suspender a execução, preenchidos certos pressupostos. A execução de título extrajudicial é sempre definitiva, não há execução provisória de título extrajudicial. 
	A execução que estava paralisada deixa de ficar já que os embargos à execução foram rejeitados, apela-se e esta apelação não tem efeito suspensivo, e ai a execução prossegue. Esta execução que prossegue, prossegue provisória ou definitivamente? Súmula 317, STJ. A execução prossegue como ela era (ela era definitiva), e quando volta a correr, volta como definitiva. 
	Súmula 317: “É definitiva a execução de título extrajudicial, ainda que pendente apelação contra sentença que julgue improcedentes os embargos” (DJ 18/10/2005). 
	Depois dessa súmula o legislador alterou o art. 587, CPC: Art. 587.  É definitiva a execução fundada em título extrajudicial; é provisória enquanto pendente apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito suspensivo (art. 739). (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
	Este artigo 587 diz o contrário do que diz a súmula. E a súmula ainda está valendo, pois este artigo é um absurdo, ele fere o princípio da igualdade, é inconstitucional, dando um tratamento despropositadamente bom a quem não tem razão. Este artigo é ignorado e com o novo CPC esse problema é resolvido.
2.2. Julgamento diretodo mérito pelo tribunal na apelação 
	Sentença que extingue processo sem exame de mérito, nessa apelação contra esta sentença, pode o tribunal julgar o mérito da causa? Pode o tribunal, na apelação, julgar o mérito que não foi julgado pelo juiz de 1ª instância. 
	Art. 515, §3º - Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
	Pressupostos:
A apelação tem que ser provida;
Que a causa esteja madura, ou seja, esteja em condições de ser julgada imediatamente (não há mais nada a ser feito, o contraditório foi respeitado, as provas foram produzidas);
	Discute-se se o tribunal pode fazer isso de ofício. O STJ entende, atualmente, que sim, que o tribunal aplique o §3º de ofício. Didier entende que isso deveria ser requerido, e é posição minoritária. Prevalece que não é necessário o pedido, e que o tribunal pode sim aplicar de ofício. 
2.3. Inovação em matéria de fato na apelação: é possível alegar fato novo na apelação?Sim.
	Se o fato for novo, acabou de acontecer, poderá suscitar. Não tinha como suscitar antes porque ele não tinha acontecido.
	Se o fato não for novo, mas se eu só tomei conhecimento dele agora (fato velho de conhecimento novo), tem que demonstrar um justo motivo para não ter alegado ele antes. Art. 517, CPC. 
2.4. Procedimento da apelação em 1º grau:
	O juiz a quo é quem faz o primeiro juízo de admissibilidade, se ele não receber cabe agravo de instrumento; se ele receber, ouve a outra parte para contrarrazões. Quando voltar destas, o juiz pode fazer um novo juízo de admissibilidade. A apelação passa por um duplo juízo de admissibilidade na primeira instância. 
	Art. 518, §1º - o juiz pode não conhecer da apelação se a sentença estiver fundada em súmula de tribunal superior. Fala-se que a súmula de tribunal superior, nesses casos, ela é impeditiva de recurso. Visto que uma vez seguida pelo juiz, ela impede a apelação. O juiz de 1º grau diz que essa apelação não é fundada porque ela quer discutir súmula, o juiz entra ai no mérito da apelação, pois ela é infundada por ir contra a súmula. 
	Como é, então, que a apelação poderá subir, estando a sentença fundada em súmula? Há casos em que a apelação poderá subir. São eles:
Se na apelação o apelante disser que o caso não é o da súmula, que o juiz aplicou a súmula num caso errado. Ou seja, isso é o distinguihsing. 
Se a apelação é por error in procedendo. Se recorro para invalidar uma decisão, eu não estou discutindo a tese sumulada, este decisão é nula.
Quando houver razões para overuling, ou seja, para superar a súmula. 
3. EMBARGOS INFRINGENTES
	São os embargos infringentes do CPC, art. 530.
	Recurso que cabe contra acórdão não unânime. O propósito é fazer com que prevaleça o voto vencido. Cabe contra acórdão não unânime, em julgamento de apelação ou de ação rescisória. 
	É preciso que seja um acórdão de apelação não unânime, que tenha reformado sentença de mérito.
 OBS.: 
Não cabem EI em apelação de MS. Havia súmula sobre isso e agora está na lei de MS.
Cabe EI em falência. Súmula 88,STJ
Súmula 390, STJ – não cabem EI em remessa necessária. 
Art. 515, par. 3º. Cabem EI contra acórdão de apelação nos casos do para. 3º, do 515? Sim. 
Cabem EI contra acórdão de agravo interno que tenha natureza de apelação. 
Cabem EI contra acórdão que julga agravo retido, desde que verse sobre o mérito da causa. Súmula 255, STJ. 
Cabem EI contra o capítulo dos honorários advocatícios. 
Cabem EI contra acórdão de agravo de instrumento, desde que sobre o mérito da causa. 
Cabem EI contra acórdão de embargos de declaração, desde que possua uma das naturezas de decisão embargável.
Cabem EI contra acórdão lavrado com voto médio. 
Ex.: caso de guarda em que um julgador diz que a criança deve ficar com a mãe, a outra com o pai e a outra com avô. Aqui cada voto é um, a divergência é qualitativa, pois cada julgador diz uma coisa, e o CPC não regula isso. Isto é matéria de regimento interno, e geralmente faz-se assim: vai para um órgão maior para tentar resolver a divergência, e neste decide-se assim: mãe 3 votos, pai 5 votos, avô 10 votos. Cabem EI para ficar com a mãe? Sim, pois o posicionamento para ficar com a mãe foi vencido. Assim como também cabe EI para ficar com o pai. 
Ex.: ação indenizatória, um julgador de 50, outro 60 e outro 80. Aqui ocorre divergência quantitativa, em situações como essas, deve prevalecer o voto médio, que é o voto entre os extremos, não é a média dos votos. Aqui o médio é 60. Posso embargar para que seja 50? Sim, pois 50 é voto vencido. Cabem embargos para 80? Sim, pois também é voto vencido. 
Cabe EI em julgamento de rescisória quando o acórdão da rescisória não unanime rescindir a sentença. Se não rescindir não cabe. 
Prazo: 15 dias.
Efeito suspensivo: segue o da apelação. 
EI são os últimos dos recursos ordinários. É a “prévia” dos recursos extraordinários. Se cabe EI não pode entrar com RE, tem que entrar primeiro com aquele para depois entrar com este.
Com o novo CPC este recurso desaparece, e com ele tudo isso também. 
	AULA 04 – 13/02/14
4. AGRAVO contra decisão interlocutória
	Neste caso, caberá ou o agravo retido ou o agravo de instrumento. Não há nenhuma situação em que o sujeito possa optar por um ou por outro. Por isso, tem que se saber quando cabe um e outro.
	O que é um recurso retido? O que significa ser retido? 
Quando ele é interposto, evita a preclusão mas não é processado imediatamente, ai ele fica retido, fica preso. O processamento dele fica sob a confirmação do recorrente. Se o recorrente não ratificar no momento pertinente ele cairá. Terá que ser ratificado pela apelação ou pelas contrarrazões de apelação, se ele não ratificar, o agravo cai e sequer sobe. 
E antes da apelação julga o agravo retido, caso ele seja ratificado. 
É um recurso de efeito retardado, ele não se processa imediatamente. 
Três regras de cabimento do agravo de instrumento (se a situação não se encaixar em nenhuma dessas regras, será caso de agravo retido):
Se a decisão interlocutória puder causar dano imediatamente a parte, que seja irreparável ou de difícil reparação, essa decisão é impugnável por agravo de instrumento. Porque se o dano é imediato não tem que se esperar para futuramente esperar uma decisão. Por isso que contra decisão que antecipa a tutela cabe agravo de instrumento. O CPC diz que se entrar com AI e o relator desse agravo entender que o caso não é de urgência, esse relator poderá converter o AI em agravo retido. Essa decisão de conversão de AI em AR é, para nosso CPC, uma decisão irrecorrível (para Didier é uma situação esdrúxula, pois é decisão de relator, irrecorrível). Mas na pratica já houve decisão do STJ admitindo agravo interno e a sólida jurisprudência admite MS contra essa decisão.
O STJ firmou entendimento que esse MS tem o prazo de cinco dias (e não de 120 dias, como temo MS), e se sai essa decisão e a pessoa embarga de declaração, os embargos interromperão o prazo para esse MS (assim o STJ diz que não cabe recurso, mas cabe MS no prazo de 5 dias, e se entrar com ED suspende-se esse prazo). Informativo do STJ de 12/02/14. 
Caberá AI quando a lei expressamente disser, não é uma regra aberta como explicada no caso I. Aqui é bem específico e não há a conversão de AI em AR, pois isso só caberá para a hipótese I, que é aberta e indeterminada. Os casos previstos na lei, onde caberá AI independentemente de urgência são os seguintes:
Decisão que não admite apelação; 
Decisão que recebe a apelação em efeitos diversos;
Decisão que julga liquidação de sentença;
Decisão que decreta falência;
Decisão que recebe a petição inicial de improbidade administrativa; 
Caberá AI sempre que o AR for incompatível com a situação. Ex.: juiz declina sua competência para a justiça do trabalho, o AR é incompatível com essa situação (decisão que declina a competência é AI). Ex.:decisão interlocutória em execução é sempre AI, pois senão não poderá confirmar nunca (em execução não cabe recurso retido, inclusive o AR). Ex.: decisão parcial de mérito é sempre AI. Ex.: decisão que exclui um litisconsorte é AI. Ex.: decisão que rejeita alegação de convenção de arbitragem é AI. 
	Se a interlocutória não se encaixar em nenhuma dessas três é AR. Ex.: interlocutória que indefere prova. Decisão que convoca para julgamento antecipado da lide. Decisão que não altera o valor da causa. 
	Não é correta a afirmação de que hoje, em regra, o agravo é retido. Alguns livros afirmam isso, mas é incorreto, pois há casos para AI e para AR. 
E se o juiz nega a TA dizendo que não há urgência? Agravo de instrumento.
	Agravo retido:
Não tem preparo;
É interposto diretamente no órgão a quo, que poderá, inclusive, se retratar. 
Tem duas espécies: 
AR oral – cabe contra as interlocutórias proferidas em audiência de instrução, e deve se interposto imediatamente. O juiz proferiu a decisão em audiência e ai na mesma hora pede o AR. O CPC diz que é em audiência de instrução, o STJ já deu uma decisão dizendo que é só para instrução, que esse artigo tem que ser interpretado literalmente. Se for proferida em audiência uma TA, por ex., caberá agravo de instrumento e não retido. Ex.: o juiz indeferiu uma testemunha será agravo retido. Assim, apesar de proferia em audiência existem casos que serão de agravo de instrumento. Se não agravar imediatamente em audiência vai precluir. 
AR escrito – cabe contra decisões escritas proferidas pelo juiz, no prazo de 10 dias. No caso de conversão de AI em AR, é AR escrito, pois o oral já precluiu. 
	Agravo de instrumento:
É um recurso muito peculiar, pois ele é hoje, o único recurso interposto diretamente no ad quem. 
Prazo: 10 dias
Preparo: depende da legislação estadual, em princípio há preparo. 
Esse agravo vem acompanhado de um instrumento (conjunto de documentos quem têm o objetivo de reproduzir no tribunal o que está acontecendo em primeira instância, para que o tribunal decida se vai reformar ou não a decisão). 
O CPC diz que na formação desse instrumento, o agravante tem que juntar necessariamente:
Cópia da decisão agravada;
Cópia das procurações outorgadas pelo agravante e pelo agravado;
Certidão de intimação da decisão agravada (para conferir a tempestividade do recurso). 
Obs.: certidão de intimação serve apenas para aferir tempestividade; a jurisprudência diz que se a tempestividade for manifesta, a falta de certidão não implica inadmissibilidade, visto que ai não houve prejuízo. Tempestividade manifesta: decisão proferida dia 10 e agravou dia 12, não tem como dizer que ele é intempestivo. 
	Além dessas peças o agravante pode juntar outras peças que ele entender úteis. 
	A jurisprudência vem e diz que “existem peças indispensáveis à compreensão da controvérsia”, e têm que ser juntadas sob pena de inadmissibilidade. E ai na prática coloca-se a cópia total, de capa a capa.
No concurso: vem acompanhado da reprodução integral dos autos.
	O STJ, em julgamento de recursos repetitivos disse que o relator, neste caso, tem que intimar a parte antes, para que esta junte a peça. A parte tem o direito de saber que peça indispensável é essa. E como foi dada em repetitivo, esta decisão tem forca vinculante. E protege a parte de eventuais abusos, e está totalmente de acordo com o princípio da cooperação. 
	Num sistema de processo eletrônico, qual a necessidade de um instrumento? Alguns tribunais já estão dizendo que não há necessidade, e tanto que o novo CPC diz que se o processo for eletrônico, o instrumento será desnecessário. 
	O agravante deve, em três dias, juntar no a quo: cópia do agravo, rol de documentos e protocolo de interposição. Se o agravante não cumprir essa exigência, o recurso não será conhecido. Mas esse caso exige alegação do agravado, se esse não alegar a falta de juntado, o agravo será conhecido, pois essa falha de não juntada em três dias depende de alegação do agravado no primeiro momento em que lhe couber falar nos autos. É o único caso em que o recurso, para não ser conhecido, precisa de provocação do recorrido. Art. 526, CPC. Esta regra fundamenta-se para proteger o agravado, pois o AI é interposto diretamente no tribunal (que fica na capital), e ele não teria como fazer para ver esse recurso, ele teria que ir na capital para ver e começar a se defender. 
OBS.: para Didier não basta o agravado alegar essa falha, ele tem que demonstrar que essa falha lhe causou um prejuízo em sua defesa. O STJ tem um precedente favorável a esse entendimento. 
	Decisão interlocutória que nega TA. 
Não tem efeito suspensivo automático, o agravante tem que pedir ao relator que dê efeito suspensivo à decisão agravada. O efeito suspensivo é apenas para a decisão agravada, e o processo continua andando. 
	É possível pedir efeito suspensivo em AI interposto contra uma decisão que nega o que foi pedido? Nesse caso, é suspender a não concessão, ou seja, é dar o que não foi concedido (suspender o não é sim!). surge ai uma figura chamada de efeito suspensivo ativo, pois é um efeito de suspender ativando (suspende a não concessão dando). Alguns autores chamam isso de antecipação da tutela recursal. 
	Pode o tribunal, ao julgar um AI, extinguir o processo? Se o tribunal extinguir, o processo ainda não tem nem sentença, pois recorreu-se de uma interlocutória. E isso pode acontecer sim, basta uma causa de extinção do processo, um acordo, por ex.
	Proferida a sentença na pendência de um AI, qual é o destino do agravo? Se o acolhimento do AI comprometer a validade da sentença, o AI permanece pendente. Ex.: AI que discute competência do juiz, e a sentença não defere o agravo. As vezes o AI trata de um tema que afeta a validade da sentença, e ai ele é útil, pois está discutindo a validade da sentença. 
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL - ROC
	É um recurso ordinário previsto na CF. 
	Ele vai ou para o STF ou para o STJ. Nesses casos eles funcionam como uma segunda instância, não como cortes extraordinárias e sim ordinárias, podendo examinar prova.
	Caberá no STF para os seguintes casos:
Decisão denegatória de MS, MI ou HD, de competência originária de tribunal superior. É um recurso que beneficia o cidadão, pois é para decisão denegatória.
Decisão denegatória tem que ser a decisão final. Decisão denegatória de liminar não cabe ROC. É para acórdão que denegou .
Denegatória é tanto no mérito quanto sem exame de mérito 
515, par 3º é cabível para roc? Não pode se aplicar por analogia a esse roc. 
	STJ: 
Cabe em duas situações:
Decisão denegatória de MS de competência originária de TJ ou TRF. 
A lei de HD prevê ROC em HD de competência de TJ ou TRF. E, nesse ponto, ela é inconstitucional, pois a CF só fala em MS. 
Causas internacionais – são as causas previstas no art. 109, II, CF, são causas que tramitam na JF e que envolvem pessoa residente no país ou município brasileiro contra estado estrangeiro ou organismo internacional. E embora tramitem perante juízes federais, o recurso ordinário vai para o STJ. E ai é um juiz que vai proferir a decisão interlocutória ou a sentença, e a segunda instancia aqui será o STJ. 
	Aqui o ROC faz as vezes de agravo, no caso de interlocutória.
	Contra a sentença o ROC faz as vezes de apelação. 
	Lei 8038/90 – fala em apelação e agravo e não em ROC. Mas trata-se de ROC. 
	Aplica-se o parágrafo 3º, 515 apenas para o ROC que faz as vezes de apelação em causas internacionais.
Cabem embargos infringentes contra acórdão que julga roc? Quando for uma apelação cabe, afinal cabe EI em apelação. 
	Encerra-se aqui os recursos ordinários. 
RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL
	É uma ação de competência originaria de tribunal que serve para impugnar decisão judicial. É uma ação autônoma de impugnação.
	Está prevista na CF para o STF e o STJ. É uma ação de competência originaria de tribunais superiores. 
	O STF há 10 anos firmou orientação no sentido de admitir reclamação perante TJ se houvesse previsão na constituição doEstado. 
	O TST regulamentava a reclamação no seu regimento interno, e o STF entendeu ser inconstitucional, pois tinha que ter uma lei prevendo reclamação para o TST. 
	STF, STJ, TJ – são atualmente admitidas.
	O projeto de novo CPC prevê a reclamação para qualquer tribunal. 
	O processo da reclamação é semelhante ao do MS, é tão semelhante que o projeto do novo CPC diz que se aplica à reclamação a lei do MS subsidiariamente. 
	Reclamação tem que ter prova pré-constituída do que afirma.
	Cabe liminar em reclamação. 
	Exige intervenção obrigatória do MP. 
	A autoridade reclamada prestará informações na reclamação (a autoridade cujo ato estou impugnando).
	O beneficiário do ato impugnado tem que ser citado na reclamação.
	Não cabem embargos infringentes em reclamação (sumula 368, stf)
	O regimento interno do STF permite o julgamento monocrático da reclamação em caso de jurisprudência consolidada sobre o assunto objeto da reclamação.
	Não cabe reclamação contra decisão transitada em julgado. Reclamação não pode servir como rescisória (súmula 734, STF).
	O procedimento da reclamação está regulado na lei 8038/90 (arts. 13 a 17).
	É uma ação típica, ou seja, não cabe quando eu quiser. Só cabe em hipóteses expressamente previstas em lei. 
	São duas as hipóteses cabíveis:
Reclamação por usurpação de competência – nesse caso diz assim tribunal o juiz está usurpando sua competência, STJ ou STF vocês não vão fazer nada não é?
	Não são situações claras, pois ninguém rouba competência claramente. 
	Exs.:
	Entro com REsp no TJ ele é admitido, mas não é enviado. 
	Tribunal suspeito quem julga a causa é o STF – se o tribunal se julga suspeito e não envia o processo para o STF, há usurpação;
	Quando a ACP começou a ser usada para alegar inconstitucionalidade, entraram com varias reclamações no STF dizendo que isso era ADI disfarçada.
	Esses casos de usurpação de competência é difícil de enxergar.
	Reclamação por desrespeito a autoridade da decisão do tribunal. É uma violação mais comum.
STF da liminar em uma adin suspendendo a lei. o juiz vai e aplica esse lei. o juiz está desobedecendo a liminar da adin, e ai cabe reclamação para o STF. E a mesma coisa s aplica para adc e adpf. Cabe também reclamação por desrespeito a decisão final. O maior numero de reclamacao são os destes casos. 
	Reclamação para fazer valer súmula vinculante. Essa reclamação tem uma peculiaridade: ela também cabe contra ato administrativo que desrespeite SV, mas só será cabível após esgotadas a instancia administrativa da controvérsia. 
	Cabe reclamação para fazer valer precedente do pleno do STF. Pleno tem precedente alguém o desrespeita. Hoje não admite reclamação para desrespeito a precedente, ainda. O STF também induziu o STJ a aceitar reclamação contra acórdão de turma recursal dos juizados que contrarie jurisprudência do STJ em matéria de lei, neste caso, a reclamação tem prazo de 15 dias
AULA 05
25/02/14
AÇÃO RECISÓRIA 	
1. Considerações gerais
	Instrumento típico de controle da coisa julgada. 
	Caracteriza-se pelo fato de ser um instrumento que permite o controle da CJ por questões de justiça ou por questões formais. Portanto, ela não tem haver apenas com nulidades, com questões formais. 
	Ação rescisória é a ação autônoma de impugnação cujo propósito é rescindir decisão judicial transitada em julgado e eventualmente promover novo julgamento da causa. 
	Sempre tem o pedido de recisão e às vezes o de rejulgamento. 
	O pedido de recisao é chamado tecnicamente de iudicium rescindens, vai ver se é ou não de recisão da decisão.
	O depido de rejulgamento se chama iudicium rescissorium. So será possivel rejulgamento se houver recisão. 
	Pode rescindir e quando for rejulgar, rejulgar da mesma maneira. 
2. Pressupostos da ação rescisória
	São quatro:
2.1. Decisão rescindível
	Tem que ter uma decisão objeto da rescisória. 
	É a decisão de mérito transitada em julgado. A decisão pode ser sentença, decisão interlocutória, acórdão. 
	Nada impede que se entre com rescisória de apenas um ou alguns capítulos, e ai será uma rescirosia parcial, pois vai recindir apenas parte da decisão. 
	Decisões em ADIN, ADC e ADPF são decisões que não admitem AR, por expressa previsão legal. 
	Coisa julgada em decisões de jurisdição voluntaria (há muita controvérsia quanto a essa CJ). Quem entende que há CJ em JV cabe AR, quem entende que não há CJ em jurisdicao voluntária não cabe AR. Prevalece que não há CJ em JV, logo não cabe AC (este não é o posicionamento de Didier). O projeto do novo CPC diz que cabe AR de decisão de jurisdição voluntária. 
	Querela nulitatis – cabe contra sentenças proferidas em processo sem citação. Vai rever a coisa julgada por questão formal. Mas sendo QN, o sujeito pode optar por entrar com AR? NÃO, é o que diz o STJ. Se é caso de querela tem que impugnar por querela e não por AR.
	Juizados – a lei 9099/95 proibe AC no âmbito dos juizados. São insuscetíveis de AR. A lei dos JEF não diz nada a respeito disso, então, prevalece que diante do silencio aplica-se também o que está previsto na 9099, ou seja, não cabe. O STJ já admitiu, mais de uma vez, MS com finalidade rescisória nos juizados se for para alegar incompetência dos juizados, e aqui o MS faz papel de AR, logo é possível esse MS desde que restrito a alegação de competência. 
	Súmula 514, STF– Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não se tenha esgotado todos os recursos. Ela quer dizer que pode entrar com ar contra decisão que transitou em julgado, pouco importa se esse transito ocorreu porque se valeu de todos os recursos e transitou, ou se nem reccoreu e transitou em julgado do mesmo jeito. O que importa é o transito em julgado (este sim é pressuposto), não é pressuposto ter esgotado todos os recursos.
	Cabimento de AR contra decisão terminativa (é aquela que não examina o mérito) – cabe AR? Tradicionalmente, o entendimento era que não era cabível, embora pontes de Miranda sempre defendesse o contrario, para ele decisões terminativas poderiam ser objeto de rescisória sim. Art. 268, CPC – faz com que determinadas sentenças terminativas impeçam a repropositura da demanda (rever essa aula) e por conta disso, alguns autores dizem que as sentenças terminativas que impedem a repropositura da demanda (art. 267, I, IV, V, VI e VII) são rescindíveis. Esse entendimento começou a ser encampado pelo STJ, recentemente (2012), e admitiu rescisória de sentença terminativa no julgamento do REsp 1.217.321. 
2.2. Prazo
	Tem um prazo decadencial, e é de dois anos. Ele se conta do trânsito em julgado da decisão. 
	Prazo especial de AR: O art. 8º-C da lei 6739/79 prevê um prazo de oito anos para ação rescisória relativa a processos que digam respeito à transferência de terras públicas rurais.
	Data do início do transito em julgado, qual é? Pois é a partir dela que se conta o prazo. Há polemica quanto ao inicio do prazo quando a ultima decisão não conhece um recurso, e há 3 opiniões:
Começa a contar da ultima decisão (posição de Didier, e não é prevalecente);
Quando a ultima decisão não reconhece do recurso, a data o transito em julgado é a data do transito em julgado dela, salvo 2 hipóteses: intempestividade ou incabimento, e aqui a data do transito retroage (este é o majoritário, inclusive consagrado na súmula 100 do TST).
A data é sempre retroativa, volta ao dia da interposição do recurso indevidamente. 
	Rescisória nos casos de CJ progressiva: 
	Em 2004 a sentença tinha três capítulos: A,B e C, e o sujeito só recorre de A e B, e C transita em julgado em 2004. Em 2008 saiu a decisão de A e B, eo sujeito so recorre de A, ai B transita em julgado. E em 2012 transita em julgado A. há ai três coisas julgadas, mas cada uma delas é diferente e ocorrida em anos diferentes. Esse fenômeno se chama coisa julgada progressiva, que são varias coisa julgadas distintas provenientes de um mesmo processo. Quando ocorre esse fenômeno, como que se conta o prazo para rescisória? Conta-se um prazo para cada capítulo?

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