Buscar

Resumo Administrativo Marinela 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INTENSIVO 2
	DIREITO ADMINISTRATIVO – FERNANDA MARINELA
	AULA 01 – 22/01/14
CAPÍTULO 1. BENS PÚBLICOS
1. Domínio público 
	Tem dois sentidos: 
Amplo Poder de dominação/regulamentação que o Estado exerce sobre todos os bens, sejam eles bens público, privados ou insuscetíveis de apropriação.
Estrito Bens destinados ao uso público, à coletividade. São os bens que estão para o uso geral. 
2. Conceito de bem público
	É aquele bem pertencente à pessoa jurídica de direito público (administração direta = U, E, M e DF; administração indireta = autarquia e fundação pública de direito público). Não há divergência quanto a esta parte do conceito. 
	Para o STF e o STJ, Celso Antonio e Maria Sylvia, também são bens públicos aqueles bens pertencentes às PJ de direito privado, desde que os bens estejam ligados à prestação de serviço público. A ideia aqui é a continuidade do serviço público, são bens que, se retirados, vão comprometer esta continuidade, portanto, são bens ligados diretamente à prestação do serviço. 
	Ex.: empresas públicas e SEM; concessionária e permissionárias – seguem o regime de bem público, tendo em vista a continuidade do serviço público. 
	José dos Santos Carvalho Filho diverge neste ponto, porque só o bem pertencente à pessoa pública é que é bem público, pois o que importa é a personalidade jurídica. 
	EP – em regra, é bem privado, é penhorável. Todavia, se a EP presta serviço público, esse bem terá uma proteção, caso esteja ligado diretamente à prestação de serviço. Neste caso será impenhorável. 
	ECT Tem uma situação diferenciada. É EP com tratamento diferenciado, pois tem tratamento de Fazenda Pública, já que ela tem exclusividade no serviço postal (ADPF 46). Ela tem exclusividade, e não monopólio, pois a expressão monopólio serve para atividade econômica. Diante disto, seus bens são impenhoráveis, estão todos protegido pelo fato de terem tratamento de Fazenda Pública. 
3. Classificação
Quanto à titularidade:
Bens federais – art. 20, CF. Este rol não é taxativo. Tem por ex. o decreto 9760/46.
Bens estaduais – art. 26, CF. Também não é rol taxativo.
Bens distritais – tem uma competência somatória, são os bens dos estados + bens do município.
Bens municipais – não tem uma lista na CF, estão em leis espaças. 
Quanto à destinação:
Bens de uso comum do povo – são chamados também de bem de domínio público. São bens que todos podem usar, estão à disposição da coletividade. A coletividade tem uso indistinto, indiscriminado, entretanto o Estado pode regulamentar, disciplinar e até impedir sua utilização, a depender do interesse público. Ex.: praças, ruas, praias, rios, estradas, logradouros públicos. 
	Direito à reunião x utilização de bem de uso comum do povo – a CF permite o direito de reunião (art. 5º, XVI). Tratando-se de reunião, em caso de bem de uso comum do povo, se essa reunião comprometer o interesse público o Estado tem que apresentar alternativas para que a reunião aconteça em outro lugar (ADI 4274 – o direito de reunião é garantido).
Bens de uso especial – é também chamado de bem do patrimônio administrativo. São os bens destinados a execução de serviços públicos. São considerados instrumentos da administração (aparelhamento material). Pode ser usado pelas pessoas de forma individual? Sim, podem ser utilizados individualmente, desde que observadas as condições.
 Ex.: prédios das repartições públicas, escolas, hospitais, terras dos silvícolas, mercados municipais, teatros públicos, cemitérios, aeroportos, museus, veículos oficiais, navios militares, etc.
Bens dominicais – também chamados de bens dominiais. São os bens que o poder público conserva como se fosse particular. São bens que não estão destinados/afetados à finalidade pública. Aqui é o resto, a noção é residual, faz-se por exclusão. Ex.: terras devolutas, prédios públicos desativados, bens moveis inservíveis, dívida ativa, terrenos baldios. 
Cretela Jr. (posição minoritária) Dominial = é gênero, são os bens que estão sob o domínio do estado. Dominical = são aqueles bens que não têm finalidade pública. 
4. Regime jurídico
	Em regra, são inalienáveis, mas a doutrina majoritária diz que são inalienáveis de forma relativa, ou seja, não se pode alienar, mas em algumas condições é possível. Também é possível dizer que são alienáveis de forma condicionada, pois preenchidas algumas condições, poderá alienar. 
	Se for bem de uso comum do povo, ou se o bem for de uso especial são inalienáveis, pois estão afetados à finalidade pública. 
	Bem dominical (não tem finalidade pública) são alienáveis. 
	Afetação/desafetação é chamada por alguns autores de consagração/desconsagração. São fatos administrativos dinâmicos que vão modificar a finalidade do bem. 
	A afetação acontece quando o bem ganha finalidade pública. Se o bem perde a finalidade pública é desafetação. 
	Prédio da prefeitura é um bem de uso especial, tem destinação pública, está afetado a uma finalidade pública, é inalienável. Alguém doou uma casa para o poder público, e por enquanto, esta casa está desativada, é um bem dominical e pode ser alienado. 
	O prefeito decidiu tirar a prefeitura do prédio antigo e a colocou na casa que foi doada, logo, ela passa a ser inalienável, pois é um bem de uso especial, houve ai uma afetação. E o prédio da prefeitura anterior deixou de ser usado e tornou-se bem dominical, passa a ser alienável, há ai a desafetação. 
	Uso comum transforma em dominical desafetação. É mais rigorosa, precisa de lei ou de um ato administrativo previamente autorizado por lei. 
	Uso especial dominical desafetação. Poderá ocorrer por lei, por ato administrativo ou em razão de algum evento da natureza. Ex.: a chuva derrubou o prédio de uma escola
	Desafetação – tira a finalidade e a proteção do bem, o simples não uso não vai desafetar o bem. 
	Bem dominical uso comum do povo/uso especial afetação. Neste caso, está dando proteção, pois transforma o bem em inalienável. Pode afetar de qualquer maneira, poderá ser por lei, por ato administrativo, ou até mesmo pelo simples uso. 
4.1. Inalienabilidade
	Os bens dominicais não podem ser alienados de qualquer maneira. Têm que cumprir certas exigências. 
Os bens têm que estar desafetados (não pode ter destinação pública);
Exigências do art. 17, lei 8666/93; 
Imóvel:
Se pertencer à pessoa jurídica de direito público tem que ter autorização legislativa;
Demonstração de interesse público;
Avaliação prévia; 
Licitação (concorrência).
	E se esse imóvel decorre de decisão judicial ou de dação em pagamento? Art. 19, lei 8666. Pode ser concorrência ou leilão. 
	Hipótese de licitação dispensada: pode licitar? Não, pois ela já está dispensada, o administrador não tem liberdade, ele já está liberado. É um rol taxativo. Art. 24 = cai muito em prova. 
Móvel: 
Demonstração do interesse público;
Avaliação prévia; 
Licitação – art. 17, §6º Art. 23, II, b = até 650.000, 00, neste caso poderá ser leilão. Verificar o valor para as demais situações. Traz um rol de hipóteses em que a licitação está dispensada (rol taxativo).
	ADI 927:
	Art. 22, XXVII, CF – compete à União legislar sobre normas gerais. Esta é uma lei de âmbito nacional, serve para todos os entes. Todavia, a União também pode legislar em normas específicas, e ai será de âmbito federal, servindo apenas para a própria União. O art. 17, em algumas de suas alíneas, tratou de normas específicas, e este artigo 17 será constitucional se for adotado como norma específica, não se tratando de norma geral. 
	O STF fez uma interpretação conforme, para dizer que o 17 é constitucional, desde que interpretado como norma específica (apenas para a União). A União tem competência para norma geral, mas quando a União legisla em norma específica só serve para a própria União. 
4.2. Impenhorabilidade
	Penhora = restrição de um patrimônio para garantir a dívida, vai garantir o cumprimento de uma obrigação. É uma restrição que acontece dentro de uma ação de execução, serve para garantia do juízo. 
	Ajuíza cautelarpara proteger uma futura penhora, para isso que serve o arresto e sequestro. Ambas são cautelares típicas, o arresto serve para proteger bem indeterminado, já o sequestro é para bens determinados. 
	Bem público não pode ser objeto de penhora, nem de arresto e nem de sequestro. 
	Qual a garantia que tem o credor de que receberá o pagamento? A garantia que o Estado dá é o regime de precatório (art. 100, CF). 
4.3. Impossibilidade de oneração 
	Não podem ser objeto de direito real de garantia, assim, não cabe penhor, hipoteca e anticrese. 
	O penhor é o direito real de garantia sobre bens móveis. Penhora é diferente, é bem penhorado, feito pelo juiz. O penhor é fora de ação judicial, e o bem objeto de penhor é um bem empenhado. 
	A hipoteca é o direito real de garantia sobre bens imóveis. 
	É o direito real de garantia, que se o devedor não cumprir a garantia, o credor vai explorar o patrimônio do devedor e com o produto da exploração vai quitar a obrigação. 
4.4. Imprescritibilidade
	Os bens públicos não podem ser objeto de prescrição aquisitiva, ou seja, a aquisição da propriedade pelo decurso do tempo. Não cabe usucapião. Art. 183, §3º, CF (imóveis); 191, parágrafo único, CF (móveis); art. 102, CC; súmula 340, STF. 
	AULA 02 – 05/02/14
5. Aquisição de bens
	Situações que decorrem de contrato administrativo (rol exemplificativo):
Compra e venda;
Doação;
Permuta; 
Dação em pagamento (pagar de outra forma que não a estipulada inicialmente, ex.: tributo se paga em moeda corrente (dinheiro), mas se a Fazenda Pública concordar e a lei autorizar posso dar um terreno); 
Usucapião (o Estado não pode sofrer usucapião, mas ele pode usucapir patrimônio do particular? Pode, através da prescrição aquisitiva);
Desapropriação;
Direito hereditário (pode ser por testamento que alguém faz e deixa algo para o Estado, ou pela herança jacente, que é aquela que não tem herdeiro);
Acessão natural (pode ser através da aluvião ou avulsão, eles aparecem com a aquisição de propriedade que desce pelas águas, é o deslocamento de pequenas quantidades de terra feito através das águas – aluvião, quando desce um bloco de terra e se fixa em outro – avulsão, e neste caso o CC diz que se deve devolver ou indenizar);
Arrematação na ação de execução – há duas situações, pois o Estado pode adquirir por arrematação ou adjudicação, e neste último caso, o bem estava penhorado;
Parcelamento do solo urbano – é o loteamento (lei 6766/79);
Pena de perdimento de bens – duas situações: art. 91, CP (bem objeto do crime) ou aquisição de bens decorrente da lei de improbidade (lei 8429);
Reversão – instituto previsto na lei 8987/95 (lei de concessão e permissão de serviços), o que era ocupação provisória passa a ser reversão, e ai o Estado poderá ou não indenizar, mas dependerá do contrato administrativo. Tem que instaurar processo administrativo.
Abandono (art. 1275, CC) – é diferente de quando o sujeito furta um carro e no meio do caminho abandona, neste caso não é abandono. No abandono há a intenção do proprietário de abandonar. 
6. Gestão dos bens públicos
	É a utilização de bem público de forma diferenciada. 
	Formas de utilização de bem público: 
Quanto aos fins naturais desse bem:
Uso normal – usar a rua como rua, a praça como praça, a praia como praia; nestes casos não é preciso o consentimento/autorização do poder público;
Uso anormal – usar a praia para fazer uma festa, a praça para fazer uma quermesse. É preciso consentimento. 
Quanto à generalidade do uso: a rua tem uso comum, mas se fecho a rua para fazer uma festa, só entrará quem está na lista, e ai passa a ser especial.
Utilização comum – é o bem que está à disposição de todos, sem distinção, sem discriminação. Não pode existir qualquer gravame, não pode cobrar nada pelo uso.
Utilização especial – saiu do geral, tem regras específicas, depende de consentimento estatal, pode cobrar (possível obrigação de pagar). Ela tem três diferentes categorias:
Utilização especial remunerada – quando for cobrado pelo uso. Ex.: entrada cobrada para entrar num museu, pontes em que se paga para passar, entrada numa reserva ambiental;
Utilização especial privativa – o particular vai utilizar o bem como se fosse dele, como se fosse o dono. Ex.: caso da barraca de praia; colocar mesas do bar na calçada.
Utilização especial compartilhada – o bem não é retirado do uso geral. Pessoas públicas e privadas utilizam o bem ao mesmo tempo. Ex.: telefones públicos. A prestadora de serviço utiliza o bem em conjunto com o Estado.
Utilização especial privativa análise específica:
Autorização de uso de bem público – é utilizada apenas para eventos temporários e ocasionais (festa, micareta, quermesse). Ela é concedida no interesse do particular. Ela se realiza através de um ato administrativo unilateral (a administração concede sozinha), discricionário (de acordo com a conveniência e oportunidade) e precário (a administração pode retomar a qualquer tempo, sem ter que indenizar). Independe de licitação e de lei que a autorize. Pode ser feita de forma gratuita ou onerosa. Ex.: luau na praia. 
Permissão de uso de bem público – são situações mais permanentes que a anterior, mas que podem ser desfeitas com facilidade. Ex.: permissão de uso para instalação de uma banca de revista, bar que coloca mesas na calçada. É feita no interesse público e privado, teoricamente não há necessidade de licitação, mas se tiver muitos interessados poderá ser feita, todavia, não é obrigatória. É feita por ato administrativo unilateral, discricionário e precário. 
OBS.: Permissão de serviço – é contrato administrativo e não ato unilateral.
	Pode ser: simples ou condicionada. Na simples não tem prazo, e na condicionada tem prazo, e caso seja retomada antes do prazo terá que indenizar (se aproxima do contrato, todavia, não é contrato).
Concessão de uso de bem público – é a mais solene, mais permanente, mais sólida. Tem que ser realizada no interesse público. É feita por contrato administrativo, logo, tem que licitar, já que se trata de um contrato administrativo, tem que ter autorização legislativa. Ex.: restaurante dentro de um zoológico, dentro da universidade, lanchonete em hospital ou em escola pública. 
ART. 20, CF: BENS EM ESPÉCIE
Art. 20. São bens da União:
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; 
Em regra, as terras devolutas pertencem ao Estado (art. 26, IV, CF), e excepcionalmente será da União, que são os casos deste inciso. O que é terra devoluta? Também chamada de terra sem dono, ela surgiu a partir da falência do regime de capitanias hereditárias, e o que sobrou foi chamado de terra devoluta. Elas não são demarcadas e nem discriminadas até o dia de hoje. Os Estados deram destinações diferentes a estas terras, ex: em SP destinou a utilização para instalação de universidade pública. 
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio (domínio da União), ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; 
A preocupação aqui é a segurança nacional, para evitar invasão estrangeira através das águas. Terrenos marginais são 15 metros contados da média das enchentes ordinárias. 
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005)
Ideia da segurança nacional. Ilhas oceânicas são as mais distantes da costa. Sede de município é o caso de Florianópolis. 
Ilha privada? Antes da CF de 88 podiam existir, e depois de88, as que continuaram existindo são públicas com uso privativo, em utilização especial pelo particular. 
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
Mar territorial = 12 milhas do continente em direção ao alto mar, nessa faixa de água o Brasil exerce soberania, é tudo da União. De 12 a 24 milhas é a chamada zona contígua, nesta zona o Brasil não tem mais soberania, mas ele exerce ainda um controle, é o poder de polícia. De 12 a 200 milhas tem a zona econômica exclusiva, e os recursos naturais de toda essa zona pertence à União. 
Por baixo dessa água, tem a plataforma continental, que consiste no prolongamento natural das terras continentais ou insulares, e ai depende da legislação de cada país, no Brasil são 200 milhas. A plataforma é a terra por baixo da água, e só pertence à União os recursos naturais.
O terreno de marinha significa a faixa de 33 metros, a contar da preamar média para dentro, ou seja, a média da maré alta. Estes terrenos foram demarcados por volta de 1800, e de lá para cá o mar mudou muito, e até hoje segue a mesma marcação. Se o mar avança e “engole” o terreno da marinha, tudo bem. Mas se há um acréscimo, se o mar vai mais para frente, ocorre o acrescido de marinha. 
Muitos usam o terreno da marinha através da enfiteuse, este instituto não acabou, o que existia continua existindo, só não pode criar novas enfiteuses. Quem é o dono é a União, que é o senhorio direto, e o enfiteuta tem que pagar o foro anual, e no caso de venda do terreno tem que pagar o laudêmio à União. 
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
É como se o recurso mineral fosse separado do solo, pois tudo pertence à União. 
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
Preocupação com a conservação da história.
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
§ 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
§ 2º - A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.
	Faixa de fronteira – a CF não diz que é da União, ela é apenas considerada fundamental para a defesa do território, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.
CAPÍTULO 2. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA
1. Introdução
	Intervenção é exceção, só excepcionalmente ela acontecerá, e é preciso ser bem muito bem fundamentada/justificada.
	Direito de propriedade – é um direito individual que assegura ao seu titular uma série de poderes: usar, gozar, dispor, usufruir e reaver o bem. Ele dispõe desses poderes em caráter absoluto, perpétuo e exclusivo. 
Absoluto = o proprietário tem liberdade sobre o seu bem. 
Exclusivo = o uso é só (uso sozinha). 
Perpétuo = para sempre, enquanto essa for minha vontade. 
	Previsão constitucional: Art. 5º, XXII e XXIII, CF. A intervenção mexe numa dessas características. 
	A intervenção na propriedade tem como fundamento o exercício do poder de polícia (em sentido amplo), com exceção à desapropriação. Esta é a posição da maioria, da doutrina moderna.
	Hely Lopes Meireles – o poder de polícia serve como base apenas para a limitação administrativa. 
	Fundamentos para que haja intervenção na propriedade:
Supremacia do interesse público;
Prática de ilegalidade. Ex.: sujeito que tem plantação de maconha, ai há a desapropriação confisco; exploração de trabalho escravo, desapropriação sanção. 
	Formas de intervenção:
Restritiva – O dono continua dono, o Estado restringe o direito, mas não retira o direito. 
	Atinge o caráter absoluto ou o caráter exclusivo.
	Há limitação, servidão, sanção, requisição, ocupação, tombamento. 
	O Estado vai interferir na propriedade, mas não tomá-la.
Supressiva – o dono perde a propriedade e o Estado adquire o bem, o dono deixa de ser dono. Atinge-se aqui o caráter perpétuo da propriedade, há transferência da propriedade. É o caso da desapropriação. CABM diz que a desapropriação é um “sacrifício de direito”. Tem que cumprir o procedimento. 
	 Na desapropriação o bem é tomado, mas há indenização. Às vezes o Estado finge uma forma restritiva, não faz o procedimento e não indeniza, é desapropriação disfarçada é uma desapropriação indireta, é uma forma supressiva sem obedecer ao formalismo. 
2. Limitação administrativa
	É uma atuação do PP geral e abstrata que atinge proprietários indeterminados, não interessa quem é o dono do bem. Ex.: na beira-mar só pode construir até 8 andares. 
	Atinge aqui o caráter absoluto, pois o proprietário já não pode mais construir os 10 andares que ele queria, atinge a liberdade sobre o bem. O Estado impõe normas gerais e abstratas. 
	A limitação tem como justificativa o exercício do poder de polícia (é a compatibilização dos interesses em busca de um bem estar social).
	Pode estar ligada a segurança, salubridade pública, questões estéticas, defesa nacional, questões ambientais, regras sanitárias. 
	Não gera, como regra, obrigação de indenizar. É norma geral e abstrata que atinge proprietários indeterminados. A limitação, por si só, não gera dever de indenizar. Se reduzir consideravelmente o valor do bem ou o aproveitamento regular do bem, não será limitação e sim desapropriação indireta, sem cumprir as formalidades, haverá indenização. 
	Pode ter controle do judiciário? Sim, mas apenas no que tange à legalidade. 
	A limitação administrativa é diferente da limitação civil, a ideia é a mesma, mas naquela quer-se proteger o bem público, persegue o interesse público, é estudada pelo direito administrativo. Já a civil busca proteger interesses privados, são regras inerentes ao direito de vizinhança. É estudada pelo direito civil. 
	AULA 03 – 17/02/14
3. Servidão administrativa
Tem como finalidade a prestação do serviço público ou o cumprimento de finalidades públicas (saneamento básico, tubulação de gás). É um direito real sobre coisa alheia, ou seja, se o Estado adquirir a propriedade ela deixa de ser coisa alheia e a servidão desaparece, deixa de existir. 
	Ex.: usar a propriedade para passar serviço de energia elétrica, para saneamento básico. 
Ela estabelece uma relação de dominação. 
	Diferença entre servidão civil e servidão administrativa:
	Servidão civil – Tenho a propriedade A e a propriedade B, e uma via pública. O imóvel A está encravado, e para que essa produção possa ser escoada faz-se uma servidão civil de passagem. Aqui há 2 personagens: A e B, onde o bem A é dominante, pois ele é quem usa o outro, e B é o utilizado, chamado de serviente. Na servidão civil a relação de dominação acontece de um bem sobre o outro (aqui A sobre B). 
	Servidão administrativa – Fios de energia elétrica vêm pela via pública. Eles passam pelo imóvel B para chegar ao imóvel A, há a relação de dominação. Mas o dominante aqui é o serviço (energia elétrica), e o serviente é o bem.
				A
				B
			Via pública 
Para servidão administrativa é preciso uma autorização legislativa. 
Ela atinge o caráter exclusivo da propriedade, visto que aqui alguém passa a utilizar o bem junto com outra pessoa, e esta não utilizará mais sozinha. A servidão pode gravar bens públicos e bens privados.
Por ser um direito real, a servidão tem caráter perpétuo, e continuará a existir enquanto for do interesse do Estado, quando houver interesse público.
	Há indenização? A simples passagem dos fios ou do saneamento básico não gera dever deindenizar. Mas se causar um dano ao imóvel o Estado terá que indenizar? Se houver dano tem que indenizar. Logo, a indenização será possível somente se houver dano. 
	Passagens de torres de alta tensão: tem que observar se impede o exercício do direito de propriedade ou se não impede. E se impedir, há desapropriação, é intervenção supressiva, e muitas vezes o Estado tenta escapar da obrigação de indenizar e realiza uma servidão enquanto que na verdade é desapropriação. E a jurisprudência já reconhece que no caso de torres de alta tensão é desapropriação e tem que pagar indenização, e como o Estado não faz isso ocorre a chamada desapropriação indireta (é a desapropriação sem a observância do procedimento correto para tanto). 
	Forma de constituição da servidão: 
Através de lei, decorre diretamente da lei;
Mediante acordo;
Decisão judicial. 
	Se é direito real tem que haver o registro da servidão, com o objetivo de dar publicidade, tem que estar transcrita na escritura do imóvel. Em todas essas hipóteses tem que registrar? Mesmo que decorra de lei? Prevalece que se a servidão decorre de lei, ela não precisa ser registrada, pois a lei já traz a publicidade. Apenas no caso de acordo e de decisão judicial que é preciso o registro. 
	Servidão civil X Servidão administrativa:
	Quanto à relação de dominação: civil = bem sobre outro bem; serviço/utilidade pública sobre o bem.
	Quanto ao interesse protegido: civil = o interesse que se persegue é privado; administrativa = é o interesse público.
	Limitação administrativa X Servidão administrativa:
	A limitação é geral e abstrata, com proprietário indeterminado. Há interferência no caráter absoluto. Não existe qualquer relação de dominação. 
	Já a servidão é de bem específico, é um bem determinado. Há interferência no caráter exclusivo. Há relação de dominação.
Obs.: MSZP, em posição minoritária, estabelece uma lista de hipóteses de servidão, mas elas têm mais cara de limitação de que servidão. Ex.: limitação em torno de aeroporto, e ela diz que é servidão. 
4. Requisição (mais cai em prova, depois de desapropriação)
Art. 5º, XXV, CF – em caso de iminente perigo pode requisitar o patrimônio do particular, sendo que a indenização será ulterior, se houver dano. O Estado usa, depois devolve e se houver dano, irá indenizar. 
	Ex.: choveu muito e requisito uma propriedade para alojar o povo.
	Fundamento: iminente perigo (seca, chuva, tremor, perseguir bandido).
Pode ocorrer sobre bens móveis, imóveis ou serviços.
É um instituto temporário, é uma intervenção transitória, até cessar o perigo. 	Pode acontecer em tempos de guerra ou de paz. 
A competência legislativa é da União. 
Atinge-se o caráter exclusivo da propriedade, alguém vai utilizar junto com o dono. 
Independe da anuência do particular (procedimento unilateral) e de qualquer utilização do poder Judiciário (procedimento autoexecutório).
	Ela é indenizada? Só se houver dano, e a indenização será ulterior. Todavia, muitas vezes o Estado usa e não devolve e nem indeniza.
	Estado requisitou roupas de uma fábrica e frango de um frigorífico para socorrer os desabrigados da chuva. Isso é requisição? Devolve-se o frango e a roupa? Isso é temporário? A primeira vista parece desapropriação, pois o dono perde o bem, entretanto, trata-se mesmo de requisição, pois quando se tratar de bens móveis e fungíveis, pode-se substituir por outros na mesma qualidade e quantidade.
	Se o bem de particular sofre qualquer dano ele será indenizado. VERDADEIRO	
	A requisição administrativa pode incidir sobre bens móveis e imóveis e ainda sobre serviços dos particulares, sendo um procedimento unilateral, autoexecutório e oneroso, demandando prévia indenização. FALSO	, POIS A INDENIZAÇÃO É ULTERIOR E SE HOUVER DANO. 
	Servidão X Requisição: a servidão é perpétua, tem dominação; a requisição é temporária, tem iminente perigo. 
	Limitação X Requisição:
	Limitação = Ato geral, abstrato e proprietário indeterminado. Atinge o caráter absoluto da propriedade. Não se fala em iminente perigo.
	Requisição = Específica, proprietário determinado. Atinge o caráter exclusivo da propriedade. Há iminente perigo
5. Ocupação temporária (menos aparece em provas)
Utilização temporária;
Gratuita ou remunerada;
Atinge bem imóvel privado;
Atinge o caráter exclusivo da propriedade;
Independe de perigo.
	 É uma forma de intervenção que pode ser utilizada em duas hipóteses:
No caso de imóvel vizinho a obra pública em que o patrimônio é ocupado com o objetivo de guardar os materiais da obra. Este patrimônio/imóvel tem que ser não edificado. Art. 36, decreto-lei 3365/41 (é a norma geral da desapropriação). 
No caso de pesquisa de minérios e pesquisa arqueológica, o objetivo aqui é evitar a desapropriação desnecessária, antigamente o Estado desapropriava e pesquisava, e ai depois ficava com aquele terreno desnecessário, hoje ele ocupa temporariamente, e se houver necessidade, desapropria.
	Limitação X Ocupação temporária: limitação = Caráter absoluto, proprietário indeterminado; OT = Caráter exclusivo, proprietário determinado.
	Servidão X Ocupação X Requisição: Servidão = perpétua, relação de dominação; Ocupação = temporária; Requisição = há a presença do perigo. 
6. Tombamento (cai muito)
	Decreto-lei 25/1937. Art. 216, §1º CF. 
	Serve para conservar uma determinada realidade. Busca manter a identidade de um povo.
	Pode ser histórica, artística, cultural ou paisagística. 	O mais comum é o tombamento histórico.
	Características: 
Atinge o caráter absoluto, atinge a liberdade que o proprietário tem, o dono continua dono deste bem;
Pode atingir bens móveis ou imóveis, públicos ou privados; é possível que um ente público faça tombamento de outro bem público? Sim, a depender de quem tem a competência para tombar.
União desapropria do Estado, Estado desapropria do município. Isso se refere à desapropriação, e JCS diz que isso também se aplica ao tombamento. 
	Competência:
Material = A competência para proteger/conservar o bem é uma competência comum (art. 23, III, CF);
Legislativa = é concorrente, a União legisla sobre normas gerais, e os demais entes sobre normas específicas (art. 24, VII, CF).
	Na competência material tem que observar a órbita de interesse, se for nacional é da União; se for regional é do Estado; se for local é do município. 
	Gera o dever de indenizar? Em regra, não há obrigação de indenizar. Se for o tombamento junto com uma obrigação de fazer, esta obrigação de fazer decorrente do tombamento tem que ser indenizada. Mas se o tombamento impedir o aproveitamento regular do bem, não se tratará de um tombamento e sim de uma desapropriação.
	Obrigações:
	O dono tem a obrigação de conservação do patrimônio. E para realizar modificação tem que pedir uma autorização prévia:
Se realizar reforma ou autorização sem a autorização configurará crime de dano (art. 165, CP);
Se o ente não dá a resposta à autorização, mesmo assim não poderá reformar, caso contrário será processado criminalmente. O que acontece aqui no Brasil é que muitas vezes os entes não possuem a estrutura necessária para tanto, e ai não dá a resposta, e as coisas ficam se acabando e caindo aos pedaços. 
	E se o proprietário não tiver dinheiro para a conservação? Não o exime da obrigação de consertar, e ele terá que comunicar ao ente que tombou que não tem dinheiro, comprovando essa condição, e a autoridade é quem irá assumir a conservação. 
	Em caso de alienação onerosa, o ente que tombou o bem tem o direito de preferência, sob pena de nulidade, multa e sequestro do bem. 
	O patrimônio pode ser tombado por mais de um ente simultaneamente? Sim. E a preferência é para todos eles, tem que oferecer ao primeiro que tombou, depois ao segundo e depois ao terceiro. 
	Se o patrimônio tombado for um bem público, ele será inalienável, só sendo possível a transferência entre os próprios entes. 
	Se o bem for furtado ou extraviado, o dono do patrimônio tombado tem a obrigação de comunicar esse fato, em cinco dias, ao ente que tombou.
	O bem nãopode ser retirado do país, sendo vedada a sua exportação, salvo se for por curto prazo de tempo e para intercâmbio cultural. 
	O proprietário tem a obrigação de suportar a fiscalização.
	O vizinho do patrimônio tombado não pode fazer construções e nem colocar placas ou cartazes que prejudiquem a visibilidade do patrimônio tombado (art. 18, dec. 25/37). 
	Modalidades: 
Quanto à constituição (procedimento):
Voluntário – art. 7º. É aquele em que o proprietário vai ao poder público pedindo para tombar. Também é considerado voluntário quando o ente público dá início ao processo e o proprietário concorda. Tem que ser por escrito. 
De ofício – art. 5º. O Estado vai tombar de todo jeito, mesmo com o proprietário não aceitando. 
Quanto à eficácia: 
Provisório – art. 10, parágrafo único. É preciso um processo administrativo, ele produz todos os efeitos do definitivo, salvo a transcrição.
Definitivo – Encerrado o processo administrativo, ele passa a ser definitivo. Ele se realiza com a transcrição. Ele será registrado no livro do tombo e também na escritura do imóvel. 
Quanto aos destinatários:
Geral – Atinge todo um bairro, cidade, rua. Ex.: Olinda, Porto Seguro.
Individual – É de algo específico. 
	O tombamento se constitui através de um processo administrativo. 
7. Desapropriação (cai muito)
	Ler a constituição neste tema. 
	É a forma supressiva de apropriação, onde o Estado toma o bem e adquire a propriedade, o proprietário perde o patrimônio. Há uma transferência compulsória, o Estado adquire, querendo ou não o proprietário. 
	É chamada de “sacrifício de direito” por CABM.
	Ela independe da anuência do proprietário, é uma aquisição originária da propriedade, sem negociação ou concordância com o proprietário. 
	Atinge o caráter perpétuo da propriedade. 	Há transferência compulsória da propriedade.
	Competência para a desapropriação:
Legislativa Para legislar – art. 22, II, CF: Compete privativamente à União legislar sobre desapropriação.
Material Para executar/promover a desapropriação. Tem duas fases, a fase declaratória e a executiva. Há casos em que os entes podem realizar as duas fases, e outros em que poderão realizar apenas uma, que é a executiva. 
	Declaratória e executiva = as duas fases podem ser realizadas pelos entes políticos da administração direta (União, Estados, Municípios e DF).
	“ Art. 3o  Os concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de caráter público ou que exerçam funções delegadas de poder público poderão promover desapropriações mediante autorização expressa, constante de lei ou contrato.”
	 Decreto lei 3365/41, art. 3º - os delegados podem exercer fase executiva. Delegado, atualmente, é a administração indireta (autarquia, fundação, EP e SEM), as concessionárias e permissionárias e os demais delegados de função por lei ou por contrato. 
	A fase executiva é o pagamento da indenização e ai pega o bem.
	Elementos: 
Objeto;
Sujeito ativo;
Pressupostos (necessidade, interesse social, utilidade); 
Indenização; 
Aspecto formal, no que tange ao procedimento administrativo.
	Objeto de desapropriação:
Bens móveis ou imóveis;
Corpóreos ou incorpóreos (pode desapropriar ações de uma empresa);
Espaço aéreo;
Subsolo;
Bem público e bem privado. 
OBS.: Bem público (art. 2º, §2º, dec. 3365/41) – União pode desapropriar bens dos Estados, dos Municípios, do DF e Territórios; os Estados só podem desapropriar bens dos seus Municípios; Municípios podem desapropriar o patrimônio privado. Não há hierarquia entre entes políticos, mas há uma sequência a ser observada.
	Município resolve desapropriar bem da União, há aqui um defeito, um vício. E ele é vício de competência ou de objeto? De objeto, pois o Município tem competência para desapropriar, mas não pode desapropriar bem (objeto) da União. 
	Não pode ser desapropriado:
Direitos da personalidade;
Direito à vida;
Direito à imagem;
Direitos autorais;
Direitos a alimento. 
	Modalidades (quanto à forma de indenização): 
Desapropriação comum/ordinária/geral: art. 5º, XXIV, CF; decreto 3365/41 (ler esse decreto)
	Indenização prévia, justa e em dinheiro. 
	AULA 04 – 06/03/14
	Neste caso, o Estado poderá desapropriar por:
Necessidade pública (está previsto no decreto, art. 5º);
Utilidade pública (está previsto no decreto, art. 5º);
	O decreto não faz distinção entre necessidade e utilidade pública, todavia, a doutrina o faz. Se for uma situação emergencial é necessidade, se não há emergência trata-se de utilidade. 
Interesse social – aqui o fundamento está na lei 4132/62, art. 2º. Normalmente são situações que cuidam da diferença de classe social, busca reduzir as desigualdades e melhorar as condições de vida. O bem objeto dessa desapropriação pode ser vendido a particulares em um momento posterior, esta previsão está no art. 4º da lei, esta venda é feita para que haja o atendimento da finalidade. Ex.: casas populares que são construídas e transferidas às pessoas. Esta desapropriação pode se dividir em duas categorias no que tange à destinação do bem desapropriado:
Por zona/extensiva – ex.: o Estado desapropriou e vai fazer uma grande avenida que vai valorizar o entorno, toda aquela área, e ai pode cobrar contribuição de melhoria, mas o Estado não quer seguir este caminho, e lhe resta a desapropriação por zona ou extensiva, onde ele desapropria a área que será valorizada em razão da obra, e após a realização da obra ele pode alienar esta área. Ele já desapropria pensando na alienação por conta da valorização em virtude da construção da obra pública (art. 4º da lei).
Para urbanização/industrialização – é uma desapropriação onde o bem já tem uma destinação determinada, ex.: poder público vai fazer um parque industrial num determinado bairro, e ai ele vê que existem muitos imóveis residenciais, daí ele desapropria essas casas com o objetivo de vender para aqueles que têm a intenção de construir indústria. 
	Competência: todos os entes podem desapropriar, todos têm a competência material, ou seja, para executar a desapropriação. 
	Objeto: qual o tipo de bem que pode ser objeto dessa desapropriação? É um rol amplo, todos os bens passíveis de alienação podem ser desapropriados (ex.: móvel, imóvel, corpóreo, incorpóreo). 
	Indenização: a indenização vai ser prévia (primeiro paga e depois entra no bem), justa e em dinheiro. Mas o que é justo? O proprietário e Estado não chegam numa congruência, e o que é justo para aquele não é para este, e é por isso que muitas desapropriações acabam na via judicial porque não há acordo quanto ao valor. 
Desapropriação extraordinária/sancionatória: poderá ocorrer por dois motivos: 
O proprietário desrespeitou a função social da propriedade (ex.: explora trabalho escravo)– art. 5º, XXII e XXIII, CF. Ela poderá ser rural ou urbana.
Rural (ou para reforma agrária) – art. 184 e 191, CF; lei 8629/93; LC 76/93; LC 88/96
	Competência: essa desapropriação só pode ser feita pela União;
	Objeto: o bem tem que ser imóvel e rural.
	Indenização: é feita em títulos da dívida agrária, pois é PENA, e pena não pode ser em dinheiro e nem prévia. TDA resgatáveis em até 20 anos. Esse TDA serve para a terra nua, para os hectares, pois as benfeitorias serão pagas em dinheiro (art. 184, §1º, CF). 
	O que é função social da propriedade? Não é regra subjetiva, está na lei 8629 quais as situações que configuram função social da propriedade, ex.: o aproveitamento racional e adequado, o aproveitamento adequado dos recursos naturais e preservação ambiental, respeito às relações de trabalho e bem estar do proprietário e dos trabalhadores.
	Vedações: não pode incidir sobre a pequena e média propriedade, desde que o seu proprietário não tenha outro (art. 185, CF); não pode incidir quando a propriedade for produtiva (art. 185, CF). 
Urbana (ou para o plano diretor) – art. 182, §4º, III, CF; lei 10.257/01
	Há descumprimento do plano diretor. Então que providências o Estado poderá tomar? Ele pode tomar providências gradativas para que o sujeito cumpra a função social e atendao plano diretor. A lei estabelece as seguintes:
	A primeira providência é o parcelamento ou edificação compulsório, e ai tem 1 ano para fazer o projeto e 2 anos para começar o projeto, após sua aprovação. E ai se não cumprir essa providência, o Estado vai estabelecer o IPTU com alíquota progressiva, onde o Estado aumenta o IPTU a cada ano, podendo chegar até 15% no valor do imóvel em 5 anos. Se nada disso deu jeito, e o proprietário continua desobedecendo a função social, passa para a desapropriação urbana, que é a última instância para o cumprimento do plano diretor. 
	Competência: Município e DF. 
	Objeto: imóvel urbano.
	Indenização: título da dívida pública, resgatável em, até 10 anos. O resgate é feito em parcelas iguais, sucessivas e anuais, resgatando o total em até 10 anos.
	Pode desapropriar para fazer reforma agrária? Sim, e será comum ou sanção? Poderá ser qualquer um deles. Se for RA e plano diretor pode ter dois tipos de desapropriação: comum (estou falando de interesse social, pois está na lei 4132/62, art. 2º, com indenização prévia, justa e em dinheiro) ou extraordinária (aqui há o descumprimento a função social da propriedade, é pena, e poderá ser TDA ou TDP, a depender de 
Pelo tráfico ilícito de entorpecentes (também chamada de desapropriação confisco/confiscatória) – art. 243, CF; lei 8257/91 
Gleba de terras usadas para plantação de psicotrópico proibido – está no caput. Esta área será desapropriada e destinada ao assentamento de colonos. Não será pago nada (por isso se chama confisco). 
Bens de valor econômico destinado ao trafico (ex.: avião e carro usados para distribuição de droga) – está no parágrafo. O bem pode ter dois destinos:
	Implementação das investigações ou casa de recuperação de viciados. 
	Competência: União.
	Indenização: não há.
Desapropriação indireta
	Há o apossamento irregular, o esbulho. É uma forma supressiva de intervenção sem obediência ao procedimento. É uma desapropriação sem o cumprimento das formalidades. 
	Não há um parâmetro dizendo a diferença entre restritiva e supressiva, o que há é construção jurisprudencial tentando fazer essa diferenciação. Segundo o STJ (EResp 92), os requisitos são (eles são cumulativos):
Apossamento do bem pelo Estado sem a observância do procedimento prévio; 
Tem que dar uma destinação pública ao bem, ou seja, tem que fazer a afetação; 
Irreversibilidade da situação fática; 
	E também há a situação quanto há total desvalorização do bem, há o esvaziamento econômico desse bem.
	Providências que o proprietário tem para se proteger da atuação do Estado:
Tenho uma propriedade que está sofrendo uma ameaça quanto à posse – neste caso, caberá o interdito proibitório. 
O Estado já está turbando a posse (turbação a posse) – caberá ação de manutenção de posse. 
O esbulho já foi praticado, o Estado já entrou no bem – caberá ação de reintegração de posse. 
O Estado se apossou e já deu destinação pública – não tem como reaver o bem, pois a partir do momento que o bem é incorporado ele não será mais devolvido. Há aqui o esbulho + afetação (incorporação) – caberá ação de desapropriação indireta. Quem ajuíza essa ação é o proprietário, porque o bem foi esbulhado e já foi incorporado pelo Estado. 
	Até a reintegração, o proprietário tem chances de ter o bem de volta, no caso de ação de desapropriação indireta não pode ter o bem de volta, e ele se converte em indenização. É o proprietário que busca a indenização pela perda de sua propriedade, não é o Estado que entra com esta ação. 
	Ação de desapropriação indireta (há muitas divergências, veremos a posição da maioria dos autores)
	Natureza jurídica: de direito real – STJ, CC 46771.
	Competência: a da situação do imóvel (art. 95, CPC).
	Indenização: é débito que decorre de indenização judicial, ai será em feita em regime de precatório (art. 100, CF)
	Prazo prescricional para interpor a ação de desapropriação indireta: está resolvida em sede de recurso repetitivo (REsp 1300442), que veio em junho de 2013. 
	Estava previsto no art. 10, parágrafo único da lei 3365/41 (alterada pela MP 2027/00 e MP 2183) e determinava o prazo prescricional de 5 anos. E havia inúmeras críticas quanto a esse prazo. Houve a ADI 2260, e o STF, em sede de cautelar, disse que 5 anos era inconstitucional, e quando foi julgar o mérito essa ADI foi extinta por perda de objeto. E ai o STJ veio tentar resolver essa questão e publicou a súmula 119, dizendo que prescreve em 20 anos. Em junho de 2013, a 2ª turma do STJ decidiu que com o novo CC de 2002, houve alteração no prazo do usucapião extraordinário, e ai seria preciso reduzir o prazo para ação de desapropriação indireta, e seria o mesmo prazo que aquele adotado no usucapião extraordinário, que é de 10 anos (o CC de 1916 previa 20 anos; o CC de 2002 prevê o prazo de 10 anos). 
	E se o proprietário não ajuíza a ação de desapropriação indireta, e essa prescreve, qual a saída para esse proprietário? A saída vem para o Estado, que entra com ação de usucapião para regularizar o caso e passar o bem para seu nome. O Estado busca regularizar a situação, há a prescrição aquisitiva e este se torna o dono. 
	Procedimento de desapropriação
Procedimento administrativo – é feito em duas grandes etapas:
Fase declaratória: é o momento em que o Estado manifesta a vontade de desapropriar. 
	E pode utilizar dois instrumentos (art. 6º/8º DL 3365) para tanto: decreto expropriatório (decreto é ato do chefe do executivo) ou lei de efeitos concretos (é uma lei com cara de decreto). 
	Conteúdo do decreto: 
Tem que observar o fundamento legal, tem que ser bem específico;
Identificação do bem; tem que dizer as benfeitorias que existem nesse bem, pois as benfeitorias necessárias e as úteis previamente autorizadas é que serão indenizadas, as demais não serão (art. 26, §1º, DL)
Destinação (teoria dos motivos determinantes) – a autoridade tem que cumprir a destinação;
Sujeito passivo (proprietário);
Reserva do recurso orçamentário que vai custear essa despesa;
	Efeitos do decreto:
O bem se submete à força do Estado;
Fixa as condições do bem (futuras benfeitorias precisam ser observadas);
O Estado tem o direito de entrar (entrar para medir, ver alguma coisa, não é o apossamento total do bem);
Prazo de caducidade – a partir do momento que se decreta a desapropriação inicia-se o prazo de caducidade, que é o prazo que o Estado tem entre o pagamento e a decretação do bem.
	Caducidade: 
Desapropriação por necessidade ou utilidade pública: art. 10 do DL 3365/41. É um prazo fatal de 5 anos. Se o Estado não pagar nesse prazo, a desapropriação perde o efeito; há o prazo de 1 ano ......
Interesse social: prazo de 2 anos (lei 4132/62). Não há carência e não há possibilidade de decretar novamente. 
Fase executiva: é o pagamento + a entrada no bem (apossamento). Pode ser:
Amigável;
Judicial (não há acordo nem consenso quanto ao valor). Só em dois casos se vai para a via judicial: quando não há acordo quanto ao valor e quando houver proprietário desconhecido.
	Ação de desapropriação é uma ação de procedimento especial, segue o procedimento do DL 3365/41. Tem como características especiais:
A antecipação da prova pericial (no início do processo) – indicando o assistente técnico, apresentando os quesitos;
Discute-se apenas 2 pontos: valor da indenização e vício processual (formalidades);
Imissão provisória na posse – tem dois requisitos: urgência e depósito do valor. É uma entrada antecipada no bem.
VER AULA ONLINE
	AULA 05 – 11/03/14
CAPÍTULO 3. REPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
	O Estado se apresenta como um sujeito responsável. A responsabilidade civil do Estado possui princípios próprios, regras próprias. 
	A responsabilidade civil do estado é mais rigorosa, mais exigente que a responsabilidade privada, afinal a atuação estatal é imposta à sociedade, sem que façamos escolhas, o administrado tem que aceitar a atuação estatal. Portanto, a responsabilidade civil é mais rigorosa para o estado e protege mais a vítima. 
1. Fundamentoteórico:
	Fundamento teórico da responsabilidade civil: prevalece na jurisprudência que a orientação é a de que todos aqueles que causam dano têm que responder por seus atos, a ordem jurídica é uma só: causou dano, indeniza.
	O que justifica a responsabilidade civil? O princípio da legalidade, sempre que houver atos ilegais, e estes gerarem dano, tem que indenizar, ele deveria ter agido de forma legal e não agiu. Entretanto, também existem condutas legais/lícitas que causam prejuízo, e haverá responsabilidade ai com fundamento no princípio isonomia (ex.: o Estado constrói um presídio ao lado da minha casa, é uma conduta lícita, mas o particular dono da casa (eu) sai perdendo, ele não terá mais sossego; outro exemplo é o “minhocão”, o metrô de SP). 
	Assim, a ordem jurídica é uma, e todos respondem, destarte o Estado responde também. Em se tratando de conduta ilícita o fundamento é o princípio da legalidade, já se a conduta for lícita o fundamento é o princípio da isonomia. 
2. Evolução histórica:
Fase – No direito comparado tinha num primeiro momento a teoria da irresponsabilidade do Estado. O Estado não respondia, o monarca era o “dono” da verdade, então jamais ele assumiria o erro e nem indenizaria ninguém. O rei era quem dizia a verdade e não errava nunca. 
Fase – O Estado evoluiu e passou para uma nova fase, nesta o Estado passa a ser sujeito responsável. Foi uma evolução gradativa. Neste primeiro momento ele era responsável apenas em situações pontuais, específicas, não respondia sempre. No Brasil, a responsabilidade civil já começa aqui, sendo o Estado responsável em situações específicas, nós não vivemos a teoria da irresponsabilidade. 
Fase – Teoria da responsabilidade objetiva, nesta o Estado responde de uma forma mais geral. De acordo com esta teoria o Estado só responderia objetivamente. 
	Responsabilidade subjetiva
	Responsabilidade objetiva
	Comprovar que teve a conduta do Estado (omissiva ou comissiva);
Provar o prejuízo/dano causado por essa conduta estatal, pois se não tiver o dano comprovado haverá o enriquecimento ilícito;
Demonstrar que há um nexo causal entre a conduta e o dano;
Depende de prova da culpa ou dolo (que é o elemento subjetivo)
	Comprovar a conduta do Estado;
Provar o dano;
Demonstrar o nexo causal entre a conduta e o dano.
	A responsabilidade subjetiva surge com a ideia de a vítima indicar no processo, obrigatoriamente, a culpa ou dolo do agente (do prefeito, do engenheiro...). Mas isso não era fácil, e ai a responsabilidade evolui para melhorar para a vítima, e então, sai da culpa do agente para a culpa do serviço, com isso, a vítima não precisava mais identificar o agente, bastava que a vítima provasse que o serviço não foi prestado, ou que o serviço foi prestado de forma atrasada, ou que o serviço foi prestado de modo ineficiente, e com isso não precisava mais que a vítima procurasse a pessoa culpada, esta teoria surgiu na França e foi denominada de “faute du service”. Esta responsabilidade também foi chamada de culpa anônima, pois a vítima não precisa mais se preocupar em encontrar a pessoa culpada, importando apenas a culpa do serviço. Esta teoria foi introduzida no CC de 1916, ele tratava da responsabilidade civil subjetiva do Estado. 
	Sempre que se pensar em teoria subjetiva tem que se pensar em condutas ilícitas, se o Estado agisse de forma lícita não teria responsabilidade, o dever de indenizar só surgia com conduta ilícita. 
	Se a vítima no processo tem que demonstrar 4 elementos (conduta, dano, nexo e culpa ou dolo). O procurador do município precisava excluir a responsabilidade, e defender o Estado, e ai afastava qualquer um dos quatro elementos. Se a culpa ou dolo for afastada a responsabilidade estará excluída, mas essa não é a única hipótese, ela é uma das possibilidades, pois ainda pode ser afastada a conduta, o dano ou o nexo para que não configure a responsabilidade.
	A responsabilidade evolui e passa para a responsabilidade civil do Estado, de forma objetiva. No Brasil, desde 1946 que ela está prevista na CF. A ideia aqui também é facilitar o conjunto probatório para a vítima. Aqui são necessários três elementos para provar a responsabilidade objetiva. A vítima não precisa mais demonstrar o elemento subjetivo. E a partir aqui não é preciso que o Estado atue ilicitamente, pois terá responsabilidade com a prática de condutas lícitas e ilícitas. 
	O procurador do município buscava excluir a responsabilidade excluindo algum dos três elementos. 
	Excludentes da responsabilidade objetiva:
Teoria do risco integral – o Estado responde sempre. Não se admite excludente. 
Teoria do risco administrativo – a responsabilidade objetiva pode ser excluída, basta afastar um de seus elementos (conduta/dano/nexo). Esta é a adotada no Brasil. 
OBS.: EXCEPCIONALMENTE, admite-se o risco integral nos seguintes casos: substância nuclear, material bélico e dano ambiental. Todavia, há divergência quanto a isso, mas esta posição é a que prevalece para concursos. 
Exemplos de excludentes: afastar o nexo, culpa exclusiva da vítima, caso fortuito, força maior.
Para excluir a responsabilidade objetiva basta afastar um dos elementos. 
	Culpa concorrente – não afasta a responsabilidade, não é excludente e o Estado responde. Entretanto, a jurisprudência diz que a indenização deve ser reduzida à participação de cada um. Cada um contribui o quanto participou, e se não puder a participação de cada um, a jurisprudência tem fixado em 50%. 
3. Tipos de responsabilidade:
	Ex.: servidor subtrai o carro da administração – pode gerar a responsabilidade administrativa, penal e civil.
	Uma mesma conduta pode gerar responsabilidades diferentes, pode gerar um ilícito penal (CP – crime), civil (D Civil – ilícito civil) e/ou administrativo (estatuto – infração funcional).
Ilícito penal = ação penal 
Ilícito administrativo = PAD
Ilícito civil = ação civil
	A regra é a independência das instâncias, ou seja, pode ter decisões diferentes em cada um desses processos. Excepcionalmente, esses processos vão se comunicar, e quando que isso ocorrerá?
	Comunicação de instâncias (é exceção):
Absolvição penal = haverá absolvição geral, ele será absolvido em todas as instâncias quando ocorrer o seguinte:
Por inexistência do fato 
Negativa de autoria 
	Art. 66, CPP; art. 126, RJU; art. 935, CC. 
	Se o fundamento for algum outro, que não esses dois supracitados, não haverá comunicação. Se for reconhecida uma excludente penal no processo penal (legítima defesa, estado de necessidade), fará coisa julgada no processo civil.
Excludente penal no processo penal faz coisa julgada no processo civil (não significa absolvição geral). Art. 65, CPP. 
4. Responsabilidade civil no Brasil (atual):
Art. 37, §6º, CF – este artigo aplica-se para responsabilidade extracontratual (se decorrer de contrato vai para a legislação contratual (lei 8666)). É a responsabilidade que não vem de contrato administrativo. 
Sujeitos:
	As PJ de direito público (administração direta, autarquia, fundação pública de direito público) e de direito privado prestadora de serviço público (empresa pública, sociedade de economia mista prestadora de serviço público, concessionárias, permissionárias). 
	Quem responde é a pessoa jurídica pelo ato de seus agentes. A responsabilidade é da PJ.
	O Estado poderá responder? Sim, nos seguintes casos:
Responsabilidade primária – se o agente é do próprio Estado (ex.: motorista do Estado que atropela alguém). O Estado responde por atos de seus agentes. 
Responsabilidade subsidiária – ex.: motorista de autarquia, dirigindo carro da autarquia que atropela alguém. Se a autarquia não tem dinheiro e nem patrimônio, o Estado poderá ser chamado em segundo lugar. O Estado vai responder por um ato de agente de outra pessoa jurídica, é uma responsabilidade subsidiária. 
	Trata-se de um serviço público, e serviço público é dever do Estado, se o Estado decide descentralizar e passar para outra PJ, ele não pode se eximir de sua responsabilidade. 
	O Estado responde emsegundo lugar, obedece uma ordem de preferência.
OBS.: Responsabilidade solidária – ambos respondem ao mesmo tempo, não há uma ordem de preferência. 
	Aplica-se o art. 37, §6º para a vítima usuária ou não usuária do serviço, com a responsabilidade objetiva (repercussão geral, tema 130, STF; RE 591.874, STF). 
5. Conduta que gera a responsabilidade:
	 Hoje prevalece a posição de que vale a responsabilidade na teoria objetiva. Mas há casos de aplicação da subsidiária. 
Conduta comissiva – ação: 
	Haverá responsabilidade quando for uma conduta lícita. A conduta lícita tem como fundamento o princípio da isonomia. Haverá também quando a conduta for ilícita, e esta tem por fundamento o princípio da legalidade. 
	Em todos estes casos a responsabilidade é objetiva.
Conduta omissiva – omissão: 
	Prevalece o entendimento de que a responsabilidade é subjetiva (mas há muita controvérsia, não há nada definido). A responsabilidade subjetiva só acontece quando se trata de conduta ilícita. 
	 A conduta é ilícita surge a partir do momento em que há o descumprimento de um dever legal, ex.: o administrador tinha que prestar saúde, educação, segurança e não o faz. 
	O serviço está dentro do padrão normal e o Estado poderia ter evitado o dano e não o fez, então, há a responsabilidade aqui e o Estado responde. Se o Estado poderia ter evitado o dano e não evitou, ai surge a responsabilidade. 
	O padrão normal tem que respeitar o princípio da reserva do possível, é uma responsabilidade dentro do possível (ADPF 45).
	Todavia, o Estado não tem como fazer tudo ao mesmo tempo.
Situação de risco 
	O Estado cria o risco, então há uma ação, se há ação é teoria objetiva. 
	Ex.: o Estado cria um cruzamento perigoso e coloca um semáforo, se este tem um problema o Estado responde objetivamente. A jurisprudência diz que o Estado assume um risco maior que o necessário quanto ao defeito semafórico. 
	Ex.: preso foge do presídio, entra na casa ao lado, mata a pessoa, pega o carro e foge – é responsabilidade objetiva, pois quando o Estado faz o presídio no meio da cidade ele assume um risco maior que o necessário.
	Ex.: preso foge e entra numa casa a 200km do presídio. Quebrou o risco, não há o risco ai. A responsabilidade é o que? Subjetiva (omissão – descumprimento do dever legal + dano evitável). 
	Ex.: preso que mata outro no presídio – o posicionamento prevalecente é o da teoria objetiva, pois com a superlotação dos presídios o Estado está assumindo o risco. 
6. Dano:
	Não basta existir o dano econômico.
Ex.: cidade com um museu e várias lojas em volta para atender a movimentação do museu. O prefeito resolve colocar o museu em outro canto, as lojas terão prejuízo econômico, mas prevalece que o Estado não tem o dever de indenizar.
	É preciso primeiro um dano jurídico (tem que ter lesão a um direito);
	Dano certo (determinado ou ao menos determinável, é um dano que dá para calcular);
	Se a conduta for lícita, é preciso o dano jurídico + dano certo e mais dois requisitos: dano especial (dano particularizado) + dano anormal (poluição, poeira faz parte da vida moderna e não gera responsabilidade, não é anormal).
7. Ação de judicial de reparação civil:
	É ajuizada contra o Estado. O posicionamento que prevalece e está pacificado é que é ajuizado contra a pessoa jurídica (e não contra o agente). Com isso o STF adotou a teoria da dupla garantia, busca proteger a vítima, pois a PJ tem dinheiro e patrimônio, e a responsabilidade será objetiva com aplicação do art. 37, §6º, e também protege o agente público, pois ele age em nome da pessoa jurídica. 
	Prevalece que é a teoria objetiva da vítima contra o Estado. O Estado foi condenado a pagar a vítima, e ai ele tem que ir atrás do agente, e ajuíza ação regressiva contra o agente. O agente só responde se agiu com culpa ou dolo, logo, se trata de responsabilidade subjetiva. 
	Cabe a denunciação da lide nesse caso? O estado denuncia a lide e traz esse agente para o processo, ou o Estado tem que esperar a ação para depois entrar com a regressiva? 
	Prevalece que não cabe a denunciação da lide, pois prejudica a vítima, porque atrasa o processo, procrastina o feito, é fato novo. 
Posição do STJ – a denunciação da lide é aconselhável, porém, não é obrigatória. Ela significa economia, celeridade, não é preciso um novo processo. A decisão é do Estado, pois ai denunciar ele assume a culpa, por isso ele decide de ajuíza ou não. 
	ASSIM: A não denunciação não gera nulidade e não compromete a ação de regresso, nada impede que se ajuíze depois uma ação de regresso.
Prescrição: 5 anos (dec. 20910/32).
	Marinela é posição minoritária, pois defende que é de três anos. O STJ decidia assim, mas voltou atrás e decidiu que são cinco anos (essa é a posição do STF também).
Regresso: é imprescritível (repercussão geral, tema 666), art. 37, §5º, CF. 
	AULA 06 – 16/04/14
CAPÍTULO 4. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: lei 8429/92
Livro específico de improbidade: Rogério Pacheco e Emerson Garcia
1. Noções
	Improbidade é sinônimo de safadeza, corrupção, conduta imoral.
	Improbidade administrativa é um designativo técnico para falar em corrupção administrativa.
	Promove-se através do desvirtuamento da função pública, juntamente com a afronta/desrespeito/violação a ordem jurídica. 
	Revela-se com:
Vantagens patrimoniais indevidas;
Exercício nocivo da função pública (administrador que engaveta processo, que não vai trabalhar e que só atrapalha);
Tráfico de influências (ex.: lobby);
Desprestigiar a maioria para beneficiar uma minoria;
2. Improbidade na CF/88: 
No período eleitoral –ex.: candidato que compra voto. Pode levar o candidato a perda do mandato. Art. 14, §9º. A ideia é impedir o mandato porque ele já praticou improbidade no período eleitoral. 
Direitos políticos – art. 15, V, CF: é possível a suspensão dos direitos políticos (mas não a cassação).
Crime de responsabilidade do Presidente da República – art. 85, V, e pode levar ao processo de impeachment. 
Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Este dispositivo foi regulamentado pela lei 8429/92. Traz sanções e a natureza jurídica, deixando a regulamentação pela lei ordinária. Esta lei foi chamada de lei do “colarinho branco”
3. Competência para legislar sobre improbidade administrativa: 
	A CF não diz expressamente, mas permite que cheguemos a uma conclusão por vias tortas, de trás para frente, pois quem legisla sobre as sanções (suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário) legisla sobre improbidade. Assim, quem legisla sobre estas medidas legisla sobre improbidade. 
	Direito político = direito eleitoral = direito da União;
	Indisponibilidade de bens = direito civil = União;
	Ressarcimento = direito civil = União;
	Art. 22, CF – A competência é a União, que deverá fazê-lo em âmbito nacional, e então, foi feita a lei 8429.
	Esta lei já foi objeto de várias ADI:
ADI 2182: discutia a inconstitucionalidade formal, e a ação foi julgada improcedente, o que significa que foi afastada esta inconstitucionalidade formal. 
ADI 4295: discute 13 artigos da lei. Discute a constitucionalidade material, pois considera os arts. excessivamente abrangente, com muitos conceitos vagos. Esta ADI está aguardando o julgamento. 
4. Natureza jurídica do ilícito de improbidade
	Art. 37, §4º: “sem prejuízo da ação penal cabível”. Não é um crime, não é ilícito penal. Ela tem natureza de ilícito civil. 
Atenção: no concurso não pode dizer “o crime de improbidade”. 
ADI 2797: o STF já afirmou que se trata de ilícito civil. 
	Sujeito pega 1 milhão e leva para casa, há ai ato de improbidade. Esta é um ilícito civil, logo, processa e pune através de uma ação de natureza civil, aplicando a lei 8429. Esta ação tem natureza de ação civil pública.Mas há ai um crime configurado, e este será punido de acordo com o CP, com uma ação penal. 
	Portanto, improbidade não leva para cadeia, pois não é crime. Se o agente vai preso é porque a conduta configura crime, há ilícito penal, e ele será processado e punido através de uma ação penal. 
	Esta conduta também pode configurar uma infração funcional, configurando ilícito administrativo, e ele poderá ser punido através de um processo administrativo disciplinar, e poderá ai aplicar uma pena de demissão. 
	Resumindo, esta mesma conduta poderá gerar três processos diferentes: 
Ato de improbidade = lei 8429/ilícito civil = ação civil
Crime = ilícito penal = ação penal 
Infração funcional = ilícito administrativo/lei 8112/90 = PAD
	Por essa mesma conduta, poderemos ter três decisões diferentes, uma independe da outra, é a chamada independência das instâncias. 
	Entretanto, excepcionalmente, estas instâncias se comunicam:
	Se na ação penal ocorrer a absolvição, e nesta absolvição se reconhece a inexistência de fato (ex.: o desvio não aconteceu) ou negativa de autoria (ex.: quem desviou foi José, e não João que estava sendo processado), haverá a comunicação. E então ele será absolvido na ação civil e no PAD. 
	Art. 935, CC; art. 126, lei 8112/90; art. 66, CPP. 
	Insuficiência de provas, e o sujeito é absolvido na ação penal ele não será absolvido no civil e nem no PAD, pois não há a comunicação. 
	Se o tipo penal exige a forma dolosa, e o agente pratica o ato com culpa, ele será absolvido não haverá a comunicação para as demais instâncias. 
	Se na ação penal ficar reconhecida uma excludente penal (ex.: estado de necessidade, legitima defesa, exercício regular de um direito) não fica reconhecida a absolvição geral, não significa que vai ser absolvido no cível e no PAD. Todavia, a excludente faz coisa julgada na ação civil. 
	Art. 65, CPP. 
OBS.: Alguns doutrinadores dizem que o ilícito de improbidade é civil, entretanto, tem que se observar que esse ilícito gera consequência, às vezes, na seara política (ex.: a suspensão de direitos, a perda de função). Então, poderá esse agente ser processado, também, no âmbito político? Ser processado por improbidade e também por responsabilidade? Haveria ai um bis in idem? Não, poderá condenar mas duas. A improbidade vai para o judiciário. O crime de responsabilidade é julgado, em alguns casos, pela casa legislativa (ex.: pr. da república = senado; prefeito = câmara). 
5. Elementos constitutivos 
	Ato de improbidade: 
Quem pratica o ato é o que? É o autor do ato (ex.: José desviou dinheiro do município X, ele é sujeito ativo, é autor).
O sujeito passivo, a vítima é o município X.
	Ação de improbidade: 
O sujeito passivo pode ajuizar a ação, logo, ele será o autor do processo, será o sujeito ativo na ação de improbidade.
José será o réu do processo, portanto, sujeito passivo na ação de improbidade. 
Ato de improbidade					Ação de improbidade
Jose – servidor – sujeito ativo 				Município X – autor – sujeito ativo 
Município X – vítima – sujeito passivo 			José – vítima – sujeito passivo
6. Ato de improbidade
	Está diretamente ligado ao patrimônio público, pessoas públicas, dinheiro público, enfim, tem algo de público no cenário. 
a) Sujeito passivo 
	Lei 8429:
        Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
    Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
		Caput:
Administração direta: entes políticos – União, Estado, DF, municípios;
Administração indireta: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e SEM;
“Ou fundacional” – como essa lei é antiga, ainda não se tinha decidido se fundações estavam ou não na administração indireta. Hoje não há dúvida quanto a isso, pois ela está sim dentro da administração indireta. 
Territórios;
Empresas incorporadas pelo Estado (adquiridas/compradas pelo Estado);
Pessoa jurídica para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual. 
	As PJ do caput respondem totalmente pela ação de improbidade. 
	Parágrafo único: Tem repercussão limitada, não discute a totalidade da conduta, ela é limitada àquilo que repercutir nos cofres públicos.
Ex.: servidor que desviou 500 mil da administração. A PJ está no caput a ação de improbidade discutirá os 500 mil. Não importa de onde veio o dinheiro.
A PJ está no parágrafo único desses 500 mil, era dinheiro público 100 mil, e 400 mil era recurso privado. Neste caso, a ação de improbidade está limitada aos 100 mil, que é o que repercute nos cofres públicos. 
		Parágrafo único 
PJ para cuja criação/custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de 50% do patrimônio ou da receita anual;
PJ que receba subvenção, benefício, incentivo fiscal ou creditício; 
	As autarquias profissionais (conselhos de classe – OAB) estão sujeitas a improbidade? Sim. 
	Sindicatos estão sujeitos – eles recebem contribuição sindical, contribuição é tributo e está sujeito. 
	Partido político – pode sim ser sujeito passivo de improbidade, tem dinheiro público (fundo partidário).
Terceiro setor = Entes de cooperação. Eles recebem dinheiro público, logo estão sujeitos (ex.: OS, OSIP, serviços sociais autônomos, entidades de apoio). 
b) Sujeito ativo 
	É o agente público. 
        Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Agente público – ele exerce função pública, temporária ou permanente, com ou sem remuneração, com qualquer tipo de vínculo. Ele pode exercer cargo, emprego, função ou mandato. É um conceito bem amplo. Ex.: jurado no júri, mesário nas eleições, todos eles são considerados agentes públicos. 
Terceiro – que induzir, concorrer para a prática do ato, ou dele se beneficiar (art. 3º, 8429). 
	Pode ser PJ? Sim, se induzir, concorrer ou se beneficiar com o ato. 
	O servidor que desviou o dinheiro faleceu, o herdeiro pode ser chamado para responder por improbidade? O herdeiro responde na sanção patrimonial até os limites da herança. Ele não perde função nem direitos políticos (art. 8º). [1: Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.]
OBS.: Agentes políticos – esta no comando/direção de cada um dos poderes. Eles respondem por improbidade?
	Dúvidas:
Agente político responde por crime de responsabilidade. Então, ele responde também por improbidade? Não haveria ai um bis in idem? Já que o crime de responsabilidade atinge o campo político, e a improbidade, que é ilícito civil, atinge também o campo político?
O agente político, no crime comum, tem foro privilegiado. O CPP disse que quem julga crime comum, também vai julgar ato de improbidade (art. 84, §1º e §2º), isso deu foro privilegiado para improbidade. O foro privilegiado para crime comum foi dado pela CF, poderia, portanto, a lei 10628/02 dar este foro privilegiado que não foi dado pela CF?
ADI 2797 e ADI2860: STF – não há foro privilegiado. O julgamento deve ser feito pela 1ª instância, pois o que a CF não deu, não pode ser dado pelo legislador. 
	Hipóteses:
STF, Recl 2138 – quando o agente político responder por crime de responsabilidade, ele não responderá por improbidade. Haveria bis in idem, ou responde por um ou por outro. 
	Este julgamento demorou, os membros do STF foram substituídos, e eles tentaram mudar os votos e a decisão tomada pela antiga composição. Agente político responde sim por improbidade, mas responde na primeira instância. [2: Quando um Ministro vota e se aposenta, o ministro que vier a ocupar seu lugar não poderá modificar seu voto. ]
	Assim, a situação ficou sendo esta: pode responder por crime de responsabilidade e por improbidade, não há bis in idem. A ação de improbidade será processada na 1ª instância. 
Atenção: O Presidente da República fica de fora da ação de improbidade – art. 85, 5º, CF. Ele fica de fora porque isso é previsto constitucionalmente. 
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: V - a probidade na administração;
	O STF proferiu a seguinte decisão: improbidade administrativa não tem foro privilegiado, o julgamento é na primeira instância, entretanto, eles disseram que ministros do STF não podem ir para a 1ª instância, há a prerrogativa, há o foro privilegiado. 
	Zavascki, na época no STJ, disse que haveria ai dois pesos e duas medidas, e que se Ministro do STF tem prerrogativa, agente político também teria. Em virtude disso, o STJ proferiu algumas decisões (minoritária!) dizendo que o agente político responde por improbidade com foro privilegiado. 
	Para concurso, prevalece a corrente de que o agente político responde sim por crime de responsabilidade e por improbidade. A improbidade será sem prerrogativa, sem foro privilegiado, com exceção apenas do Presidente da República, que está previsto na constituição. 
	AULA 07 – 24/04/14
7. Ato de Improbidade Propriamente Dito
	O ato de improbidade não precisa ser um ato administrativo, logo, uma mera conduta pode configurar ato de improbidade. 
	Se alguém chegar em uma repartição, retirar um computador e levar para casa ele não está praticando um ato administrativo, mas ato de mera conduta. Não é ato administrativo, mas é ato de improbidade e também um crime. 
	O ato de improbidade é dividido na Lei de Improbidade em três categorias. 
a) Atos que causam enriquecimento sem causa (art. 9º);
	O rol do art. 9º da Lei 8429/92 é meramente exemplificativo. O que basta é que a conduta esteja descrita no caput do dispositivo. Não é preciso decorar o rol do art. 9º, apenas tomá-lo como diretriz para classificar o ato. 
	Exemplos: fraude à licitação e fraude no contrato administrativo. 
	Evolução patrimonial incompatível: a evolução patrimonial tem que ser compatível com a remuneração que o servidor ganha. Quando o servidor assume o cargo ele declara o patrimônio que tem e todos os anos ele tem que declarar quanto foi acrescido. É possível acompanhar a evolução patrimonial e se ela for desproporcional isso pode ser um indício de que ele está praticando improbidade administrativa. 
	Servidor público que recebe de presente um bem, valioso ou não, também revela indício de improbidade. As pequenas doações são aceitas, mas quando vêm atreladas a conduta benéfica ao presenteador (andamento rápido de um processo, por exemplo) pode ser um indício de improbidade. 
	O art. 9º traz as condutas mais graves e as sanções consequentemente também são mais graves. 
Atenção! O que define o ato de improbidade é a ação do agente. Logo, sempre que houver enriquecimento indevido do agente o ato de improbidade é enquadrado na modalidade do art. 9º.
b) Atos que causam dano ao erário (art. 10);
	Apesar de o dispositivo se referir ao erário (cofres públicos) a doutrina inclui hoje no rol do art. 10 qualquer tipo de dano, desde que seja um prejuízo ao patrimônio público em sua integralidade e não apenas no aspecto econômico. 
	Exemplo: dano estético, ambiental, turístico, paisagístico, à moralidade administrativa, etc.
	O STJ decidiu dessa maneira, no Resp. 1.130.754 reconhecendo a amplitude do conceito de patrimônio público. 
	O art. 10 também traz um rol exemplificativo. O que importa é que a conduta se encaixe no caput. 
	É preciso tomar cuidado com a doação de bens, ou seja, com a transferência do patrimônio público sem atenção dos formalismos. Nestes casos, configura-se a improbidade. 
	A alienação de bens na administração sem atenção ao procedimento formal exigido pela lei é sempre indício de improbidade. 
(Houve problema na transmissão da aula durante cerca de cinco minutos). 
	A negligência na gestão de contratos também configura dano ao patrimônio e, como consequência, improbidade administrativa. 
	A arrecadação tributária mal feita também gera dano ao patrimônio. 
	O ato de improbidade é definido pela ação do agente. É preciso saber o que ele fez. Havendo enriquecimento ilícito do agente a conduta de improbidade deve ser classificada como pertencente ao rol do art. 9º e não do art. 10, ainda que tenha havido dano ao erário. 
	Exemplo: empresa, no processo de licitação, mancomunada com o presidente da comissão, superfaturou a proposta, praticando fraude à licitação. Se houver enriquecimento ilícito do presidente da comissão tanto este quanto o particular vão responder por improbidade na modalidade “enriquecimento ilícito”, ainda que tenha havido dano ao erário.
	Exemplo2: o agente público ajuda a empresa na fraude à licitação, mas não recebe nada por isso. Ambos causaram dano ao erário com o superfaturamento do preço. Houve enriquecimento ilícito da empresa, mas o ato de improbidade administrativa será o da modalidade “dano ao erário” (art. 10) porque não houve enriquecimento ilícito do agente.
	Não é o ato mais grave, mas a ação do agente que define o ato de improbidade, de forma que mesmo que tenha havido enriquecimento do particular a improbidade será definida como de dano ao erário. Se o agente pratica duas condutas, aí sim, escolhe-se a mais grave para definir a improbidade, no caso, o enriquecimento ilícito. 
c) Violação a Princípio (art. 11) 
	É o ato mais leve dos três. 
	O art. 11 também traz um rol exemplificativo. Basta que a conduta se amolde ao caput. 
	Exemplos: 
Desvio de finalidade;
Falta de publicidade dos atos e dos contratos, que é condição de eficácia; 
Quebra do sigilo funcional;
Contratação sem concurso; 
Concurso público com edital que traz concessão inicial de vantagens (dois pontos na frente para quem já é servidor ou já tem experiência); 
	Obs.: O ato de improbidade prescinde da rejeição de contas pelo Tribunal de Contas. Isso porque este órgão faz a aprovação por amostragem, não sendo analisadas todas as contas da administração. 
	No entanto, se o Tribunal de Contas rejeita as contas fica mais fácil configurar a improbidade. 
	Obs.2: Para ter ato de improbidade também não é necessário o dano econômico. O dano pode ser de outra natureza (ambiental, paisagístico, à moralidade, etc.). Entretanto, a condenação ao ressarcimento depende do prejuízo econômico. 
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; 
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
	Para que a conduta de improbidade seja classificada nesta modalidade é preciso que o agente não tenha obtido enriquecimento indevido e não tenha provocado dano ao erário. Ela é residual. 
8. Elemento Subjetivo
	O art. 10 (dano ao erário) diz expressamente que a conduta de improbidade pode ser praticada com as duas modalidades de elemento subjetivo: culpa e dolo. 
	No caso do art. 9º e do art. 11 a lei não trata do assunto. Assim, o entendimento que vem prevalecendo é no sentido que no caso destes dois dispositivos é necessária a

Outros materiais