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ESCOLA DE ENFERMAGEM DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM BÁSICA DISCIPLINA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AVALIAÇÃO DA PELE, MUCOSAS E FÂNEROS PROFA. MÉRCIA DE PAULA LIMA Abril - 2015 PELE Deriva da palavra latina pellis – cobrir, esconder Sinonímias: - Cutis (latim cutis) - Tegumento (latim integumentum) Maior órgão corporal: aumenta 7x – nascimento a idade adulta Representa 16% - peso corporal - adultos Pode atingir 2 m2 de superfície Funções: proteção, percepção, termorregulação, secreção (ceratina, melanina, sebo e suor), excreção (eletrólitos e água), metabólica (vitamina D, hormônios sexuais). PELE Variação no aspecto e espessura: Dorso (5 mm); região palmoplantar (1 mm) e pálpebras (0,5 mm). Cor: depende da superposição e de pigmentos - Hemoglobina - róseo-avermelhada - Caroteno - amarelada - Melanina - castanho-enegrecido ANATOMIA E FISIOLOGIA – DIVISÃO DIDÁTICA • Epiderme ou camada externa – 0,04 a 1,6 mm (4 camadas) - Deriva embriologicamente da ectoderme - avascularizada - Epitélio multiestratificado escamoso - queratinizado - Epiderme: deriva a estrutura folículo-apócrina-sebácea, complexo ungueal e glândulas sudoríparas - Células: queratinócitos (80%); melanócitos (10-15%), células de Langerhans (3- 5%); dendríticas indiferenciadas(1%) e Merkel (< 1%). - Camadas: superficial/córnea - ausente nas mucosas (exceto língua) intermediárias superficial/granulosa e profunda/espinhosa profunda/basal (40-56 dias/descamação). ANATOMIA E FISIOLOGIA – DIVISÃO DIDÁTICA Derme ou córion - 1,0 a 4,0 mm - Tecido conjuntivo: vasos sanguíneos, linfáticos, nervos, receptores sensoriais, fibras elásticas, glândulas sebáceas, sudoríparas, elementos celulares e plexo venoso superficial e subpapilares. Tecido subcutâneo - Hipoderme, panículo adiposo ou tecido areolar – 0,5 a 3 ou 4 mm - Elementos situados entre a derme, fáscia profunda e o tecido muscular: folículos pilosos, parte das glândulas sudoríparas e sebáceas, vasos sanguíneos e células adiposas. Relativamente frouxo, com exceção das regiões palmar, plantar e dedos. Corte esquemático da pele – Fonte: sistema tegumentar/conhecendo seu corpo/anatomiaefisio.blogspot.com SEMIOTÉCNICA – AVALIAÇÃO DA PELE Técnicas utilizadas: inspeção e palpação • Condições ideais Iluminação adequada - luz natural Desnudamento ou exposição adequada - partes a serem examinadas Conhecimento semiotécnico • Elementos investigados Coloração, continuidade ou integridade, umidade, textura, espessura, temperatura, elasticidade, mobilidade, turgor, sensibilidade, lesões elementares. COLORAÇÃO - Observada e anotada – no momento da identificação do paciente - Indivíduos de cor branca e pardo-claros/higidez: levemente rosada - conferida pelo sangue que circula na rede capilar cutânea - Sofre variações fisiológicas/intensidade: exposição ao frio, sol e emoções - Colapso periférico: a pele perde o aspecto róseo - Pele escura: mais difícil avaliar os transtornos de coloração AVALIAÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO - PELE Semiotécnica 1- Pressionar a polpa do polegar de encontro ao esterno durante alguns segundos - expulsar o sangue que flui naquela área 2- Retirar o dedo rapidamente e observar o local. Em condições normais: tempo necessário para que a cor rósea reapareça deve ser menor que um segundo. Nos caso de choque, a volta a coloração normal é nitidamente mais lenta. Fonte: Porto, 2012. COLORAÇÃO DA PELE - ALTERAÇÕES Palidez - Atenuação ou desaparecimento da cor rósea da pele - Deve ser pesquisada em toda a extensão da superfície cutânea - inclusive nas regiões palmoplantares - Cor parda ou preta: identifica-se a palidez nas palmas das mãos e plantas dos pés Tipos de Palidez Generalizada: em toda a pele - diminuição das hemácias circulantes nas micro-circulações cutânea e subcutânea: - vasoconstrição generalizada: por estímulos neurogênicos ou hormonais: grandes emoções ou sustos, crises dolorosas excruciantes, estados nauseosos intensos, choque e estados lipotimossincopais COLORAÇÃO DA PELE - ALTERAÇÕES - Redução real das hemácias (hemoglobina): anemias Palidez localizada ou segmentar: áreas restritas dos segmentos corporais. Isquemia é a causa principal - obstrução de uma artéria - sempre comparar regiões homólogas. Vermelhidão ou eritrose - Coloração rósacea da pele aumentada - por aumento da quantidade de sangue na rede vascular cutânea decorrente de vasodilatação ou aumento de sangue. COLORAÇÃO DA PELE - ALTERAÇÕES Tipos de Vermelhidão: Generalizada: observada em pacientes febris, expostos ao sol, estados policitêmicos e afecções que comprometem a pele - escarlatina, pênfigo foliáceo, eritrodermia. Localizada ou segmentar: pode ter caráter fugaz em fenômenos vasomotores - ruborização do rosto/emoções, “fogacho”/climatério, Duradora: eritema palmar de fundo constitucional ou acompanhante das hepatopatias crônicas (cirrose), hipertiroidismo, gravidez, processos inflamatórios. COLORAÇÃO DA PELE - ALTERAÇÕES Cianose - Cor azulada da pele e mucosas: hemoglobina reduzida alcança no sangue valores superiores a 5 mg/100 mL - Locais de pesquisa: rosto, especialmente ao redor dos lábios, ponta do nariz, lobos das orelhas e extremidades das mãos e pés - leito ungueal e polpas digitais Generalizada: vista em toda a pele, embora seja mais predominante em algumas regiões Localizada ou segmentar: apenas em segmentos corporais - obstrução de uma veia que drena uma região COLORAÇÃO DA PELE - ALTERAÇÕES Cianose: classificação quanto à intensidade: Leve Moderada Intensa “Não há parâmetros que permita estabelecer uma orientação esquemática para caracterizar os vários graus de cianose. Somente a experiência dará ao examinador capacidade para dizer com segurança em qual grau uma cianose se enquadra”. Fonte: PORTO, 2012. CIANOSE PERIFÉRICA Perda exagerada de oxigênio ao nível da rede capilar - estase venosa, diminuição do calibre dos vasos CIANOSE CENTRAL Insaturação arterial: - diminuição da tensão de O2- hipoventilação pulmonar - Shunt venoarterial - tetralogia de Fallot CIANOSE PERIFÉRICA x CENTRAL – DIFERENCIAÇÃO • Segmentar: sempre é periférica • Cianose universal: pode ser periférica – alteração da hemoglobina, pulmonar ou cardíaca • Oxigenoterapia: eficaz na cianose central, mas não na periférica • Cianose periférica: diminui ou desaparece quando a área é aquecida • Cianose das unhas e calor nas mãos: sugere cianose central Fonte: PORTO, 2012. COLORAÇÃO DA PELE - ALTERAÇÕES Icterícia: coloração amarelada da pele, mucosas visíveis e esclerótica. Resultante do acúmulo de bilirrubina no sangue. Deve ser distinguida de outras condições em que a pele, mas não as mucosas, pode adquirir coloração amarelada. Ex: medicamentos - quinacrina; alimentos ricos em caroteno - cenoura, mamão e tomate Causas - hepatite infecciosa - hepatopatia alcoólica e por medicamentos - leptospirose, malária, septicemias - lesões obstrutivas das vias biliares extra-hepáticas - Litíase biliar, câncer do pâncreas - Icterícias hemolíticas ICTERÍCIA COLORAÇÃO DA PELE - ALTERAÇÕES Albinismo: coloração branco-leitosa da pele - síntese defeituosa de melanina. Pode afetar os olhos, a pele e os pelos - albinismo oculocutâneo ou apenas os olhos - albinismo ocular Bronzeamento da pele: visível em pessoas de cor branca - geralmente artificial; - Natural: Doença de Addison e distúrbios endócrinos Dermatografismo: também conhecido por urticária fictícia - linha vermelha que aparece e permanece elevada por cerca de quatro a cinco minutos quando a pele é atritada - reação vasomotora COLORAÇÃO DA PELE - ALTERAÇÕES Fenômeno de Raynaud: alteração cutâneadependente das pequenas artérias e arteríolas das extremidades. Resulta em modificações da coloração (palidez - cianose - vermelhidão)- fenômeno vasomotor - lúpus eritematoso sistêmico, policetemia, intoxicação medicamentosa OUTROS PARÂMETROS - AVALIAÇÃO Continuidade ou Integridade Perda da continuidade ou integridade da pele ocorre na erosão ou exulceração, ulceração, fissura ou rágade OUTROS PARÂMETROS - AVALIAÇÃO Espessura/semiotécnica: • Faz-se o pinçamento de uma dobra cutânea na epiderme e derme utilizando-se o polegar e o indicador, em diferentes regiões - antebraço - tórax e abdome. • Referência: 0,5 a 5 mm • Espessura normal: hígidos • Atrófica: certa translucidez - rede venosa superficial - idosos - prematuros - dermatoses OUTROS PARÂMETROS - AVALIAÇÃO Hipertrófica ou espessa: em indivíduos que trabalham expostos ao sol. Ex: esclerodermia: colagenose que caracteriza-se por espessamento do tegumento cutâneo Atrófica Hipertrófica OUTROS PARÂMETROS - AVALIAÇÃO Temperatura: palpa-se a pele com a face dorsal das mãos ou dos dedos. Compara-se sempre os lados homólogos - Varia entre amplos limites: nas extremidades as variações são mais acentuadas. Dorso do pé: 30°C e Região anterior do pescoço e fronte: 35,5°C - Influenciada: meio ambiente, estado emocional, ingestão alimentar, sono - Significado semiológico: discrepâncias de até 2°C podem ser detectadas pela palpação. Podem indicar distúrbios de irrigação sanguínea - isquêmia - mais fria - Temperatura normal, aumentada ou hipertermia; diminuída ou hipotermia OUTROS PARÂMETROS - AVALIAÇÃO Temperatura axilar/valores de referência Normal: 35,5 a 37,0°C – média: 36 a 36,5°C Febre leve/febrícula: até 37,5°C Febre moderada: de 37,6 a 38,5°C Febre alta ou elevada: acima de 38,5°C OUTROS PARÂMETROS - AVALIAÇÃO Umidade: avaliação começa na inspeção. Método adequado: palpação com as polpas digitais e palma da mão Classificação: - Normal: indivíduos hígidos - apresenta certo grau de umidade - Seca: encontrada mais em pessoas idosas - avitaminose A, intoxicação por atropina - insuficiência renal crônica e desidratação OUTROS PARÂMETROS - AVALIAÇÃO - Umidade aumentada ou pele sudorenta: presente em alguns indivíduos normais ou associada à febre, ansiedade, hipertireoidismo e doenças neoplásicas. Menopausa: associadas as ondas de calor Textura: significa trama ou disposição dos elementos que constituem um tecido. Semiotécnica: desliza-se as polpas digitais sobre a superfície cutânea. Normal: condições normais - sensação própria/treinamento Lisa ou fina: observada em pessoas idosas, no hipertireoidismo e áreas edemaciadas Áspera: em indivíduos expostos às intempéries e que trabalham em atividades rudes (lavradores, pescadores, garis, foguistas, mixedema). OUTROS PARÂMETROS - AVALIAÇÃO Pele enrugada: pessoas idosas, após emagrecimento rápido ou eliminação do edema Elasticidade e mobilidade: devem ser analisadas e interpretadas simultaneamente Elasticidade: propriedade do tecido cutâneo de se estender quando tracionado Como avaliar???? - Pinçar uma prega cutânea com o polegar e o indicador e fazer leve tração. Ao final soltar a pele. OUTROS PARÂMETROS - AVALIAÇÃO Elasticidade/classificação: Normal: observada na pele de indivíduos hígidos Aumentada ou hiperelasticidade: lembra uma borracha. À tração a pele se distende 2 a 3 vezes mais que a normal. Ex: Síndrome de Ehlers-Danlos - distúrbio do tecido elástico cutâneo Diminuída ou hipoelasticidade: quando tracionada a pele volta vagarosamente à posição inicial ou seja, a prega se desfaz lentamente. Ex: pessoas idosas, pacientes desnutridos, abdome de multíparas e desidratação OUTROS PARÂMETROS - AVALIAÇÃO Mobilidade: capacidade da pele de movimentar-se sobre os planos profundos subjacentes Como avaliar???? - Pousar firmemente a palma da mão sobre a superfície que será examinada e movimentá-la para todos os lados fazendo-a deslizar sobre as estruturas subjacentes - ossos, articulações, tendões, glândula mamária, etc... OUTROS PARÂMETROS - AVALIAÇÃO Mobilidade/classificação Normal: a pele normal apresenta certa mobilidade em relação às estruturas mais profundas com as quais se relaciona Diminuída ou ausente: ocorre quando não se consegue deslizar a pele sobre as estruturas vizinhas. Ocorre em áreas de processos cicatriciais, elefantíase e infiltrações neoplásicas próximas à pele Aumentada: observada na pele de pessoas idosas e na síndrome de Ehlers-Danlos OUTROS PARÂMETROS - AVALIAÇÃO Turgor: como avaliá-lo??? Pinçar com o polegar e o indicador uma prega de pele que envolva o tecido subcutâneo Turgor/classificação: Normal: sensação de pele suculenta e ao ser solta, a prega se desfaz rapidamente. Indica hidratação da pele Diminuído: sensação de pele murcha - a prega se desfaz lentamente - Indica desidratação OUTROS PARÂMETROS - AVALIAÇÃO Edema: acúmulo de líquido nos espaços intersticiais não presente normalmente Como avaliar? - Pressionar os polegares firmemente contra o maléolo ou a tíbia. Normalmente, a superfície da pele permanece lisa. Se houver uma depressão na pele, o edema está presente OUTROS PARÂMETROS - AVALIAÇÃO Graduação/Edema - 1+: Depressão leve, ligeira indentação/cacifo, sem edema perceptível nos membros inferiores - 2+: Depressão moderada. Indentação/cacifo desaparece rapidamente - 3+: Depressão profunda. Indentação/cacifo permanece por um curto período. O membro inferior parece edemaciado - 4+: Depressão muito profunda. Indentação/cacifo permanece por um longo período. A perna está muito edemaciada OUTROS PARÂMETROS - AVALIAÇÃO Sensibilidade Dolorosa: relacionada aos diversos tipos de dor - Hipoalgesia ou analgesia: percebida pelo paciente como ausência de dor ao contato com algo aquecido ou, ao se ferir. Toca-se a pele com a ponta de uma agulha - Hiperestesia: Sensação de dor intensa aos toques leves e suaves. Ex: abdome agudo, síndrome isquêmica das extremidades inferiores, neuropatias periféricas OUTROS PARÂMETROS - AVALIAÇÃO Sensibilidade Tátil: tem como receptores os corpúsculos de Meissner, Merkel e terminações nervosas dos folículos pilosos. Semiotécnica: friciona-se o local com uma mecha de algodão - Anestesia ou hipoestesia: refere-se à perda ou a diminuição da sensibilidade tátil Térmica: os receptores específicos são os bulbos terminais de Krause - temperaturas frias e os corpúsculos de Ruffini - temperaturas quentes Pesquisa da sensibilidade térmica: toca-se a pele com tubos de ensaio com água quente e fria LESÕES ELEMENTARES Definição “Modificações do tegumento cutâneo determinadas por processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, neoplásicos, transtornos do metabolismo ou por defeito de formação”. São externas e acessíveis ao exame clínico. Na avaliação emprega-se a inspeção e palpação. É ideal a utilização de uma lupa. LESÕES ELEMENTARES Classificação Alterações de cor Elevações edematosas Formações Sólidas Coleções líquidas Alterações de espessura Perda e reparações teciduais LESÕES ELEMENTARES/ALTERAÇÕES DE COR Alterações de cor – Mancha ou mácula - Área circunscrita de coloração diferente da pele que a circunda, no mesmo plano do tegumento e sem alterações na superfície - Técnica: Deslizar as polpas digitais dos dedos indicador, médio e anular sobre a área alterada e sua vizinhança - constatar elevação da pele e eventuais alterações da superfície LESÕES ELEMENTARES/ALTERAÇÕES DE COR Divisão em: Manchas pigmentares: alterações do pigmento melânico. - Hipocrômicas e/ou acrômicas: diminuição e/ou ausência de melanina. Ex: vitiligo, hanseníase,nevo acrômico e albinismo - Hipercrômicas: aumento do pigmento melânico. Ex: cloasma gravidíco, manchas de processos de cicatrização, estase venosa crônica de membros inferiores - Pigmentação externa: substâncias aplicadas topicamente. Produzem manchas do cinza ao preto. Ex: alcatrões, antralina, nitrato de prata, permanganato de potássio SARDAS - EFÉLIDES Pequenas máculas planas de pigmento acastanhado de melanina observadas em pele exposta ao sol ALBINISMO ALBINISMO Palavra albinismo deriva do latim albus (branco). Refere à incapacidade de um indivíduo ou animal de fabricar a melanina (do grego melan, negro), que dá cor à pele e protege da radiação ultravioleta. Anomalia congênita. Diferentes alterações gênicas podem causar albinismo. Falta de alguma das enzimas sintetizadoras da melanina ou a incapacidade da enzima para entrar nas células responsáveis pela pigmentação e transformar o aminoácido tirosina, base para o pigmento. VITILIGO VITILIGO Doença de causa desconhecida caracterizada pela presença de manchas acrômicas na pele Lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos nos locais afetados A causa não está clara, mas fenômenos auto-imunes parecem estar associados ao vitiligo. Além disso é comum a correlação com alterações ou traumas emocionais que poderiam atuar como fatores desencadeantes ou de agravo. NEVOS Nevo Normal: Proliferação de melanócitos, de cor escura a acastanhada, planos ou elevados Nevo precursor de melanoma: Bordas irregulares, coloração variável e assimétria TEORIAS - VITILIGO • Teoria Imunológica: doença auto-imune com formação de anticorpos antimelanócitos. Associada a doenças imunológicas, diabetes, anemia perniciosa, lúpus, esclerose, síndrome de Down, tireoidite de Hashimoto • Teoria Citotóxica: metabólitos intermediários como dopaquinona e indóis, formados durante a síntese da melanina poderiam destruir as células melanocíticas • Teoria Neural: um mediador neuroquímico causaria destruição dos melanócitos ou inibiria a produção de melanina LESÕES ELEMENTARES/ALTERAÇÕES DE COR Manchas vasculares: distúrbios da microcirculação da pele. Desaparecem após compressão o que as diferencia das manchas hemorrágicas • Telangiectasias: dilatações dos vasos terminais - arteríolas, vênulas e capilares - Ex: telangiectasias venocapilares, comuns nas pernas e coxas/sexo feminino; denominadas de varículas ou microvarizes • Aranhas vasculares: localizadas no tronco. Desaparecem à puntipressão - oclusão da arteríola central • Mancha eritematosa ou hiperêmica: decorre de vasodilatação e tem cor rósea ou vermelha-vivo. Desaparece à digito-pressão ou vitropressão. Tamanhos variados, esparsas ou confluentes. Ex: doenças exantemáticas – sarampo, varicela, rúbeola, sífilis, septicemias, alergias cutâneas, etc... Telangiectasias Aranha Vascular Eritema LESÕES ELEMENTARES/ALTERAÇÕES DE COR Manchas hemorrágicas: chamadas de “sufusões hemorrágicas”. Não desaparecem à compressão, o que as diferencia do eritema. Causadas por traumatismos, alterações capilares e discrasias sanguíneas (púrpura). Coloração do vermelho-arroxeado ao amarelo. Se dividem de acordo com a forma e o tamanho: - Petéquias: puntiformes e atingem até 1 cm de diâmetro - Víbices: apresentam forma linear - Equimoses: quando em placas e atingem mais de 1 cm de diâmetro. Até 48 horas: avermelhadas; de 48 a 96 horas - arroxeadas; 5º ao 6º dia - azuladas; 6º ao 8º dia - amareladas; após 9º dia - coloração normal. LESÕES ELEMENTARES/ALTERAÇÕES DE COR - Hematoma: extravasamento de sangue capaz de elevar a pele Deposição pigmentar: pode ocorrer por deposição de hemossiderina, bilirrubina, pigmento carotênico, corpos estranhos, tatuagem e pigmentos metálicos (prata, bismuto). Manchas Hemorrágicas Petéquias Equimoses Hematoma ELEVAÇÕES EDEMATOSAS Significado • “Elevações causadas por edema na derme ou hipoderme”. Enquadram aí: lesão urticada ou tipo urticária que corresponde a formação sólida, uniforme, forma variável (arredondadas, ovalares, irregulares), frequentemente eritematosas. Quase sempre prurigionosas”. FORMAÇÕES SÓLIDAS Formações sólidas: pápulas, túberculos, nódulos, nodosidade e goma e vegetações Pápulas Elevações sólidas de até 1,0 cm de diâmetro. Superficiais, bem delimitadas e bordas facilmente visíveis. Podem ser puntiformes, planas ou acuminadas, isoladas ou coalescentes. Cor da pele circundante, rósea, castanha ou arroxeada - Ex: picada de inseto, verruga, erupções medicamentosas, acne, hanseníase FORMAÇÕES SÓLIDAS Túberculos: elevações sólidas na derme, circunscritas, diâmetro maior que 1,0 cm. Consistência mole ou firme. Pele circunjacente de cor normal ou ser eritematosa, acastanhada ou amarelada. Geralmente formam cicatriz. Ex: observadas na sífilis, tuberculose, hanseníase e tumores FORMAÇÕES SÓLIDAS Nódulos, nodosidade e goma: formações sólidas na hipoderme perceptível à palpação. Limites imprecisos, consistência firme, elástica ou mole. Isoladas, agrupados. Dolorosas ou não. Pele circundante pode estar normal, eritematosa ou arroxeada Nódulo: lesão de tamanho pequeno do tipo grão de ervilha Nodosidade: lesão mais volumosa Goma: nodosidade que tende ao amolecimento e ulceração com eliminação de substância semi-sólida. Ex: Sífilis, tuberculose e micoses profundas Ex: Nódulo ou nodosidade: furúnculo, eritema nodoso, hanseníase, cistos, sífilis, cisticercose FORMAÇÕES SÓLIDAS Vegetações: lesões sólidas, salientes, lobulares, filiformes ou em couve- flor, de consistência mole e agrupadas em maior ou menor quantidade Ex: verrugas, sífilis, leishmaniose, blastomicose, condiloma acuminado, tuberculose, granuloma venéreo, neoplasias e dermatites medicamentosas COLEÇÕES LÍQUIDAS Vesículas, bolhas, pústulas, abscessos e hematomas Vesícula: elevação circunscrita da pele. Contém líquido em seu interior. Diâmetro não ultrapassa 1,0 cm. Ex: Varicela, herpes zóster, queimaduras, eczema e tinhas Bolha: elevação da pele contendo uma substância líquida em seu interior. Diâmetro maior que 1,0 cm. Pode ter conteúdo claro, turvo amarelado ou vermelho-escuro Ex: queimaduras, pênfigo foliáceo, alergias medicamentosas BOLHAS E VESÍCULAS Vesículas Bolha Pústula LESÕES ELEMENTARES/COLEÇÕES LÍQUIDAS Pústula: vesícula com conteúdo purulento. Surge na varicela, herpes zóster, queimaduras, acne postulosa, entre outras Abscesso:coleção purulenta, mais ou menos proeminente e circunscrita, de proporções variáveis, flutuantes, localização dermo-hipodérmica ou subcutânea. Presença de sinais inflamatórios: abscessos quentes; ausência de sinais: abscessos frios - Ex: furunculose, blastomicose, abscesso tuberculoso ALTERAÇÕES DA ESPESSURA Abrangem: queratose, espessamento ou infiltração, liquenificação, esclerose, edema e atrofias Queratose: modificação circunscrita ou difusa da espessura da pele, que se torna mais consistente, dura e inelástica, em conseqüência da camada córnea. - Ex: calo - queratose palmar ou plantar Espessamento ou infiltração: aumento da consistência e da espessura da pele que se mantém depressível. Menor evidência dos sulcos da pele e têm limites imprecisos. Ex: hanseníase virchoviana PERDAS E REPARAÇÕES TECIDUAIS Definição “Lesões oriundas da eliminação ou destruição patológica e de reparações dos tecidos cutâneos”. Escama Erosão ou exulceração Úlcera ou ulceração Físsura ou rágade Crosta Escara Cicatriz PERDAS E REPARAÇÕES TECIDUAIS Escamas: lâminas epidérmicas secas que tendem a desprender-se da superfície cutânea. Em aspecto de farelo são denominadas furfuráceas e em tiras laminares ou foliáceas -Ex: caspa, psoríase e queimadurapor raios solares Erosão ou exulceração: desaparecimento da parte mais superficial da pele. Atinge somente a epiderme. Pode ser de origem traumática - escoriação, ou não traumática, secundárias à ruptura de vesículas, bolhas, pústulas. Não deixam cicatrizes. Úlcera ou ulceração: Perda delimitada das estruturas que constituem a pele. Pode atingir planos mais profundos. Deixa cicatriz. Ex: úlceras crônicas, lesões malignas da pele, leishmaniose Escamas Úlcera PERDAS E REPARAÇÕES TECIDUAIS Crosta: proveniente do ressecamento de secreção serosa, sanguínea, purulenta ou mista. Recobre uma área cutânea previamente lesada. De fácil remoção ou aderida aos tecidos adjacentes. Ex: ferimentos, eczemas Escara: porção de tecido cutâneo necrosado, resultante de pressão isolada ou combinada com fricção e/ou cisalhamento. É insensível. Coloração escura. PERDAS E REPARAÇÕES TECIDUAIS Cicatriz: reposição de tecido destruído pela proliferação do tecido fibroso circunjacente. Adquirirem tamanhos e formas variadas - róseo- claras, avermelhadas ou pigmentação mais escura que a pele ao redor. Resultam de traumatismos ou de qualquer lesão cutânea que evolui para a cura Queloide: formação fibrosa rica em colágeno saliente, de consistência firme, róseo-avermelhada, bordas nítidas. Fissura Lesão Crostosa Escara PELE SENIL Alterações Diminuição da elasticidade, turgor, espessura, glândulas sudoríparas e sebáceas, decorrentes do próprio envelhecimento e da ação ambiental, principalmente dos raios ultravioletas, que provocam zonas de hipo e hiperpigmentação e de hiperqueratinização. São frequentes, também, telangiectasias, equimoses e melanoses. AVALIAÇÃO DAS MUCOSAS/INSPEÇÃO Mucosas avaliadas Conjuntivas oculares Mucosas labiobucal, lingual e gengival Parâmetros avaliados Coloração Umidade Existência de lesões AVALIAÇÃO DAS MUCOSAS/INSPEÇÃO Coloração - Róseo-avermelhada, decorrente da rica rede vascular. Habitualmente utiliza-se a nomenclatura: mucosas normocoradas. Alterações da coloração - Achado semiológico importante o Descoramento das mucosas -mucosas descoradas ou palidez - Avaliação quantitativa (1 a 4 cruzes) - 1+: mucosas descoradas - leve diminuição da cor normal - 4+: mucosas descoradas - desaparecimento da coloração rósea - brancas como folha de papel AVALIAÇÃO DAS MUCOSAS/INSPEÇÃO Anemia: diminuição das hemácias e da hemoglobina no sangue circulante Sinais e sintomas/anemia: palidez da pele, fatigabilidade, astenia, palpitações, icterícia (anemia hemolítica) e distúrbios nervosos (anemia megaloblástica). o Mucosas hipercoradas: acentuação da coloração normal - vermelho arroxeda - aumento das hemácias na área - processos inflamatórios - conjuntivites - glossites - gengivites o Cianose: coloração azulada das mucosas - significado é o mesmo para a cianose cutânea AVALIAÇÃO DAS MUCOSAS/INSPEÇÃO o Icterícia: mucosas tornam-se amareladas ou amarelo-esverdeadas - mucosas conjuntival e o freio da língua o Leucoplasia: áreas esbranquiçadas, às vezes salientes, nas mucosas por espessamento do epitélio - hiperplasia, neoplasia, diminuição da vascularização e/ou fibroesclorese da lâmina própria Umidade: em condições normais são úmidas, especialmente a lingual e a bucal - bom estado de hidratação -Normal: apresentam discreto brilho indicativo de tecidos hidratados - Secas: perdem o brilho, lábios e língua pardacentos, aspecto ressequido Presença de lesões: estomatite aftosa, monilíase AVALIAÇÃO DOS FÂNEROS/CABELOS Cabelos: avaliar tipo de implantação, distribuição, quantidade, coloração, brilho, espessura e consistência o Tipo de implantação: mulher - implantação mais baixa; homem - mais alta e existem as “entradas” laterais. Hipogonadismo: implantação feminoide; androgênios/mulher: inversão do tipo de implante o Distribuição: uniforme. Alopécia: áreas desprovidas de pelos. Alteração comum: calvície - parcial ou total o Quantidade: variação individual; idade - escassez dos cabelos o Coloração: varia com a etnia e genética. Cores básicas: pretos, castanhos, louros e ruivos. Desnutrição protéica grave: ruivos o Perda de brilho e quebradiços:mixedema, estados carenciais, etc... AVALIAÇÃO DOS FÂNEROS/PELOS Pelos: contidos nos folículos pilossebáceos - invaginação da epiderme o Até a Puberdade: pelos são finos, escassos, castanho-clara ou amarelados o Puberdade: adquirem as características do adulto - Homem: barba, pelos nos troncos e pelos pubianos em forma de losango. Mulher: pelos pubianos em forma de triângulo e vértice para baixo o Alterações - Hipertricose: aumento exagerado dos pelos terminais, sexuais e bissexuais ou não sexuais. Pode ser congênito ou adquirido; difuso ou localizado - Hirsustismo: aumento exagerado de pelos sexuais masculinos na mulher. Pode ser constitucional, idiopático e androgênico - Queda: desnutrição, hepatopatias crônicas, mixedema, colagenoses, quimioterapia. AVALIAÇÃO DOS FÂNEROS/UNHAS Unhas: formadas de células queratinizadas. Constituídas de epiderme com suas diversas camadas, exceto a granular o Analisar: forma ou configuração, tipo de implantação, espessura, superfície, consistência, brilho, coloração o Características normais: implantação - ângulo menor que 160°. Apresenta apenas uma curvatura lateral nítida. Superfície lisa, brilhante, cor róseo-avermelhada. Espessura e consistência firmes. Leuconíquias - manchas brancas o Alterações: pálidas (anêmicas), cianóticas. Superfície irregular, espessura aumentada ou diminuída, sem brilho, consistência diminuída. No Hipocratismo digital: ângulo de implantação é de cerca de 180°. Ângulo de implantação da unha normal X Hipocratismo digital o hipocratismo digital ou baqueteamento digital - sinal caracterizado pelo aumento (hipertrofia) das falanges distais dos dedos e unhas da mão associada a diversas doenças, a maioria cardíacas e pulmonares. AVALIAÇÃO DOS FÂNEROS/UNHAS Outras alterações o Onicólise: unhas parcialmente descoladas do leito – hipertireoidismo o Distróficas: espessadas, rugosas e de forma irregular. Frequente em pessoas que trabalham descalças - sujeitas a traumatismos, portadores de esquemia crônica dos MMII o Coiloníquia ou unha em colher: estado distrófico no qual a placa ungueal torna-se fina e desenvolve uma depressão - anemia ferropriva grave o Paroníquias: processos inflamatórios de origem micótica - lavadeiras e cozinheiras o Oncofagia: hábito de roer unhas - ansiedade Unhas Distróficas - Onicomicose Paroníquia Coiloníquia - Unhas em colher Unha com convexidade ao centro (formato de colher).
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