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A REVOLUÇÃO RUSSA DE 1917

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A Revolução Russa de 1917 
 
1 - INTRODUÇÃO: 
 
 
Assim como a Revolução Francesa de 1789 foi o modelo clássico de 
revolução burguesa que desmantelou a velha ordem feudal e aristocrática, 
criando as condições para o desenvolvimento do capitalismo moderno, a 
Revolução Russa de 1917 é considerada o modelo clássico de revolução 
proletária que destruiu a ordem capitalista e burguesa lançando os 
fundamentos do primeiro Estado socialista da história da humanidade. 
 
 
2 - A RÚSSIA PRÉ - REVOLUCIONÁRIA: 
 
 
Ao fim do século XIX a Rússia possuía vinte e dois milhões de quilômetros 
quadrados e mais de cem milhões de habitantes, sendo sua principal 
característica o grande atraso econômico em relação aos países da Europa 
ocidental. Enquanto Inglaterra, França e Alemanha passavam por um 
processo acelerado de desenvolvimento urbano-industrial, evoluíam para 
regimes constitucional-parlamentares e realizavam um enorme avanço 
técnico-cientifíco, a Rússia permanecia no atraso econômico , social, político 
e cultural. Sendo um país predominantemente agrário e semifeudal, a 
aristocracia rural e o clero ortodoxo detinham o controle da propriedade da 
terra. O processo de industrialização, por sua vez , se iniciara apenas nas 
últimas décadas do século XIX, caracterizando-se por sua extrema 
concentração em algumas grandes cidades, como Kiev, Moscou e 
Petrogrado, então capital do país. Além disso, mais de 50% dos capitais 
investidos na indústria fabril eram estrangeiros, principalmente de origem 
francesa, alemã e inglesa. Esta industrialização tardia, dependente e 
concentrada, produziu, por um lado, uma burguesia fraca e incipiente e, por 
outro, um proletariado forte, organizado e combativo, que, dadas as suas 
origens rurais, mantinha estreitos vínculos com os camponeses. O atraso 
econômico se refletia na vida social do país, cuja sociedade permanecia 
essencialmente rural, com os camponeses formando 80% de toda a 
população. Nas cidades, onde era reduzido o índice de urbanização, 
concentrava-se a classe operária, formada por cerca de seis milhões de 
trabalhadores. A burguesia e a aristocracia, por sua vez, não chegavam a 
constituir 10% da sociedade. 
 
 
Enquanto no Ocidente europeu os países haviam evoluído para regimes 
liberais, a Rússia vivia ainda na era do absolutismo, sendo um império 
autocrático, governado pelo Czar Nicolau II, da dinastia Romanov, que se 
recusava a conceder a seus súditos um governo constitucional e 
parlamentar. 
 
Quanto à cultura, na Rússia, ao lado de uma refinada influência européia 
existente nas grandes cidades, no campo continuavam a predominar usos, 
costumes e tradições orientais. Um exemplo do atraso cultural era o fato de 
a Rússia adotar ainda o calendário juliano, enquanto nos países do Ocidente 
europeu vigorava o calendário gregoriano. A diferença de treze dias de um 
calendário para outro come que reletia, em termos históricos, o atraso da 
Rússia em relação à Europa ocidental. 
 
 
Czar Nicolau II 
 
3 - A OPOSIÇÃO AO CZARISMO: 
 
 
Leon Trótski afirmou que a Europa exportou o que produziu de melhor no 
século XIX: a tecnologia para os Estados Unidos e a ideologia para a Rússia. 
De fato, a industrialização, a urbanização e o surgimento da classe operária 
criaram condições para que penetrassem na Rússia as idéias socialistas 
originárias da França, Inglaterra e Alemanha. 
Leon Trótski - Inspirados por essas idéias, surgiram no país vários partidos 
clandestinos de oposição à autocracia czarista. Entre eles o Social - 
Democrata, baseado no socialismo marxista. Em 1903 a social-democracia 
dividiu-se em duas facções: os "Bolcheviques", liderados por Lênin, eram 
revolucionários e defendiam a instauração do socialismo na Rússia com base 
numa aliança entre os operários e os camponeses; os "Mencheviques", 
liderados por Martov, eram evolucionários, defendiam a aliança com a 
burguesia e a passagem gradual ao socialismo através de uma política de 
reformas progressivas. 
 
Outro partido de oposição era o dos social - revolucionários, intelectuais 
oriundos das camadas médias, com base no apoio dos camponeses. Os 
constitucional - democratas, finalmente, não eram propriamente um partido 
de oposição ao czarismo, pois, organizados a partir da Revolução de 1905 e 
oriundos da burguesia liberal, os "kadetes", como ficaram conhecidos, 
defendiam a transformação da autocracia czarista num regime constitucional 
e parlamentar, à semelhança dos que existiam nos países capitalistas 
avançados da Europa ocidental. 
 
 
 
 
Lênin 
4 - REVOLUÇÃO DE 1905: 
 
 
O fim do século XIX foi marcado pela expansão colonial e imperialista das 
grandes potências, com vistas à divisão do mercado mundial em áreas de 
influência. Também a Rússia expandiu-se, mas em direção ao Oriente, 
procurando conquistar territórios sob influência. Também a Rússia expandiu-
se, mas em direção ao Oriente, procurando conquistar territórios sob 
influência da China e outros ao Oceano Pacífico. Com a construção da 
estrada de ferro transiberiana, os russos acabaram por se chocar com o 
imperialismo japonês na Manchúria e na Coréia (região do Extremo Oriente). 
Essa rivalidade em torno dos mercados asiáticos acabou por provocar em 
1904 a eclosão da Guerra Russo Japonesa. O Japão obteve uma esmagadora 
vitória sobre a Rússia e, pelo Tratado de Portsmouth, ficou com o Sul da ilha 
de Sacalina, Port Arthur e o protetorado sobre a Coréia e a Manchúria. 
 
Para a Rússia, porém, a principal conseqüência da derrota foi a eclosão da 
Revolução de 1905. Em Petrogrado, uma manifestação pacífica que culminou 
com o massacre dos manifestantes pelo exército (o "domingo sangrento") 
tornou-se o estopim para o início da revolução. O país foi abalado por uma 
série de greves e revoltas, seguindo-se um motim no porto de Odessa e a 
rebelião da guarda da fortaleza de Kronstadt. 
 
 
A burguesia liberal apoiava a insurreição popular, procurando capitalizá-la 
com o objetivo de instaurar no país um regime constitucional e parlamentar. 
Os sovietes (conselhos de operários, camponeses e soldados) encabeçavam 
a luta contra o czarismo. Em 1906 reuniu-se a Duma Legislativa, parlamento 
controlado pela burguesia liberal e pelos grandes proprietários, com o 
objetivo de redigir uma constituição para o país. Em 1907 o Czar Nicolau II, 
fortalecido por empréstimos franceses e pelo Oriente, desencadeou a contra 
- revolução, dissolvendo os sovietes e prendendo ou exilando os membros 
da oposição. As concessões liberais foram suprimidas e a Duma Legislativa, 
embora conservada, passou a ter uma existência meramente simbólica. 
 
5 - A RÚSSIA NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: 
 
 
Integrante da Tríplice Aliança (ao lado da França e da Inglaterra), a Rússia 
entrou na Primeira Guerra Mundial contra as potências centrais (Alemanha e 
Áutria - Hungria), esperando obter, além de vastas compensações 
territoriais, o domínio de Constantinopla e dos estreitos pertencentes ao 
Império Turco. 
 
 
Na frente oriental cabia à Rússia, país atrasado e dependente, arcar com o 
peso da guerra contra a Alemanha; mas em 1915 o exército czarista foi 
vencido e as tropas alemãs invadiram e ocuparam vastas áreas da Rússia 
européia. Estes desastres militares, aliados à crise econômica e financeira 
que atingiu o país, aceleraram o declínio da autocracia russa. Ao fim de 1916 
os soldados, cansados da guerra, exigiam paz; os camponeses, revoltados 
com a miséria, exigiam terras; os operários, pressionados pela fome, 
exigiam pão. A guerra já custara um milhão e setecentos mil mortos e 
destruíra 25% da indústria e 9% da agricultura do país e não trouxera 
nenhuma compensação. A política de Nicolau II - de dar continuidade à 
guerra - acelerou o início daRevolução e provocou a queda do czarismo na 
Rússia. 
 
6 - A REVOLUÇÃO DE 1917: 
 
 
Em fevereiro de 1917, eclodiu em Petrogrado uma série de greves e 
manifestações populares, apoiadas por motins de soldados e marinheiros. O 
levante popular, conhecido como Revolução de Fevereiro, culminou com a 
abdicação de Nicolau II e a derrubada da aristocracia. 
No bojo da Revolução de Fevereiro surgiram na Rússia dois centros de 
poder: a Duma Legislativa e os sovietes. A burguesia liberal, em aliança com 
os mencheviques e os social - revolucionários, assumiu o poder e, e através 
da Duma Legislativa, nomeou um governo provisório liderado pelo Príncipe 
Lvov. A ascensão do novo regime deu à Revolução de Fevereiro um caráter 
democrático, liberal e burguês. Em julho de 1917 Lvov foi substituído por 
Kerenski na chefia do governo provisório e este, como o seu antecessor, 
insistiu na continuidade da guerra, perdendo o apoio dos sovietes, que 
constituíam o poder de fato na Rússia. 
 
 
O isolamento político de Kerenski, a perda do apoio popular pelo governo 
provisório e o fortalecimento dos bolcheviques nos sovietes acabariam 
conduzindo à Revolução de Outubro. Assim como a Revolução de Fevereiro 
substituiu a autocracia czarista por um regime liberal - burguês por outro, 
operário - socialista. 
 
 
Kerenski 
 
O Partido Bolchevique, atuando na clandestinidade e com seus líderes presos 
ou exilados, não havia desempenhado um papel de relevo na Revolução de 
Fevereiro. A anistia geral concedida pelo governo provisório possibilitou a 
libertação ou o retorno à Rússia de seus principais dirigentes. Lênin, cuja 
volta imprimira ao partido um novo dinamismo, formulou no documento 
político que ficou conhecido com "Teses de abril" a plataforma de uma 
segunda revolução: "a terra aos camponeses, a fábrica aos operários e a paz 
aos povos". Este novo programa, entretanto, só poderia ser realizado com a 
derrubada do governo de Kerenski e a transferência do poder para os 
conselhos de operários, camponeses e soldados, resultando daí a palavra de 
ordem "todo poder aos sovietes:, que serviria de base para a Revolução de 
Outubro. 
 
Em setembro de 1917 Leon Trótski, líder bolchevique, foi eleito presidente 
do soviete de Petrogrado, o mais poderoso da Rússia, e organizou a Guarda 
Vermelha, formada por milicianos operários. Em 25 de outubro a Guarda 
Vermelha, apoiada pela guarnição militar de Petrogrado e pelo cruzador 
Aurora, desencadeou a insurreição que culminou com a tomada do Palácio 
de Inverno (sede do governo provisório) e com a queda de Kerenski. Nessa 
mesma noite, quando se iniciou a sessão inaugural de um congresso de 
sovietes, Lênin subiu à tribuna e afirmou: "O exercício de todo o poder é 
transferido aos sovietes de deputados operários, camponeses e soldados. 
Passemos agora à construção da nova ordem socialista". Foi organizado em 
seguida um novo governo, o Conselho de Comissários de Povo, presidido por 
Lênin, que decretou a reforma agrária e a estatização dos bancos e das 
fábricas, assim como estabeleceu um armistício com a Alemanha. 
 
7 - A GUERRA CIVIL: 
 
 
No início de 1918 o governo socialista russo concluiu a paz em separado com 
a Alemanha pelo tratado de Brest - Litovsk, pelo qual a Rússia perdia um 
décimo de seu território ( Polônia, Lituânia, Letônia, Estônia, Finlândia e 
Ucrânia). Logo depois d uma guerra civil eclodia no país, entre o Exército 
Branco, formado pelos setores interessados na restauração do antigo regime 
e comandado por militares ligados ao czarismo, e o Exército Vermelho, que 
chegou a contar com três milhões de soldados e foi organizado por Trótski 
para lutar pela preservação da nova ordem socialista. A França, a Inglaterra, 
os Estados Unidos e o Japão, países interessados na derrubada dos 
bolcheviques e na restauração do capitalismo na Rússia, intervieram 
militarmente ao lado dos russos brancos. Em 1919, em plena guerra civil, os 
bolcheviques realizaram o congresso de fundação da Terceira Internacional, 
organização política que agrupava os recém - fundados partidos comunistas 
dos países europeus, cujo objetivo era coordenar a expansão da revolução 
socialista para outros países da Europa. A Primeira internacional havia sido 
fundada em 1848 por Marx e Engels e a Segunda Internacional surgira no 
fim do século XIX, agrupando os partidos socialistas e social - democratas do 
continente europeu. 
 
 
Nesta época, para fazer frente ao cerco das potências capitalistas e à 
destruição provocada pela guerra civil, o governo socialista adotou uma 
política econômica conhecida como "comunismo de guerra". Esta política 
implicou a completa estatização dos bancos, do comércio exterior e da 
indústria fabril, assim como a requisição compulsória da produção agrícola, o 
estabelecimento da igualdade de salários e o trabalho obrigatório. 
Finalmente em 1921 a guerra civil chegava ao fim com a vitória do Exército 
Vermelho sobre o Branco, um saldo de nove milhões de mortos e o completo 
cerco da Rússia Soviética pelos países capitalistas. 
 
 
8 - A NOVA POLÍTICA ECONÔMICA: 
 
 
Ao fim da guerra civil o país estava totalmente devastado, sua produção 
industrial reduzida a 18% e sua agricultura, a 30% do que era em 1913. 
Assim, a fome e a miséria grassavam na Rússia Soviética. Para promover a 
reconstrução econômica do país, Lênin concebeu a Nova Política Econômica 
(NEP), definida por ele com "um passo atrás para dar dois passos à frente". 
A NEP constituiu na restauração parcial da economia de mercado com a 
adoção de uma série de medidas típicas do capitalismo. Assim, foram 
suprimidas as requisições agrícolas forçadas, desnacionalizadas as fábricas 
com menos de vinte trabalhadores, restabelecida a escala de salários, 
permitido o comércio interno e incentivada a introdução de capitais 
estrangeiros no país. Com a NEP ocorreu, portanto, a coexistência de dois 
setores distintos da economia: um estatal, basicamente socialista, e um 
privado, tipicamente capitalista. A NEP, que se estendeu até 1928, trouxe 
resultados imediatos: em 1924 a produção industrial atingiu 50% e a 
produção agrícola equiparou-se aos índices de 1913. 
 
9 - A ASCENSÃO DE STALIN 
 
 
Em 1924 a morte de Lênin desencadeou uma luta pelo poder que colocou 
frete a frete os dois mais destacados dirigentes do Partido Bolchevique: 
Trótski, comissário do povo para a guerra, e Stálin, secretário - geral do 
partido. 
 
Stálin 
 
Muito mais que uma disputa pessoal pelo controle do poder, esta luta 
representou o confronto entre duas concepções revolucionárias: de um lado, 
a teoria da revolução permanente, defendida por Trótski; de outro, a teoria 
do socialismo num só país, advogada por Stálin. A primeira afirmava que a 
consolidação do socialismo na Rússia só seria possível com a simultânea 
expansão da revolução para os países capitalistas avançados da Europa 
ocidental; a segunda postulava que, a despeito do fracasso da revolução no 
Ocidente europeu e do cerco organizado pelas potências capitalistas, era 
possível a construção do socialismo apenas na Rússia Soviética. A vitória de 
Stálin sobre Trótski representou o triunfo desta segunda concepção. Em 
1925 Trótski foi destituído de seu posto, em 1927 foi expulso do partido e, 
em 1929, exilado da União soviética. Enquanto isso, processava-se através 
da NEP a reconstrução da economia soviética, que em 1928 atingia o mesmo 
nível de 1913. 
 
10 - OS PLANOS QÜINQÜENAIS: 
 
 
A ascensão de Stálin assinalou o início de uma nova política econômica, 
baseada no abandono da NEP e na adoção dos planos qüinqüenais. A 
Gosplan - comissão estatal de planejamento econômico - passou a se 
encarregar da planificação global da economia. 
 
Os dois primeirosplanos qüinqüenais estabeleceram dois objetivos básicos: 
a criação de uma indústria pesada e a colitivização da agricultura, através da 
qual a propriedade privada da terra foi substituída por cooperativa, os 
"Kolkhozes", e por granjas estatais, os "sovkhozes. Sobre esses planos, que 
estenderam de 1928 a 1938, escreveu o historiador Isaac Deutscher: "No 
curso desse decênio a produção de eletricidade por ano elevou-se de 6 para 
40 bilhões de kWh; a produção de carvão passou de 30 para 133 milhões de 
toneladas; a de petróleo, de 11 para 32 milhões de toneladas a de 
automóveis, de 1400 para 211000 unidades. Antes da revolução o número 
de médicos era de 20 mil, em 1937 passou para 105 mil. O número de leitos 
de hospital passou de 175000 para 618000. Em 1914, 8 milhões de pessoas 
freqüentavam escolas de todos os níveis; em 1928, 12 milhões; e em 1938, 
31,5 milhões. Em 1913, 112 mil pessoas estudavam em estabelecimentos de 
nível universitário; em 1939, 620 mil. Por outro lado, os anos de 1936 até 
1938 caracterizaram-se pelos "grandes expurgos", nos quais foram 
afastados, expulsos ou eliminados os opositores de Stálin existentes no 
Partido Bolchevique e no Exército Vermelho. O ponto culminante dos 
grandes expurgos foram os processos políticos de Moscou, cujo resultado foi 
a liquidação da velha guarda bolchevique (antigos dirigentes do partido que 
haviam comandado a Revolução de outubro de 1917). Assim, na década de 
1930, enquanto o mundo capitalista atravessava uma grande crise 
econômica, a União soviética, isolada dele, lançava as bases para a 
construção do "socialismo num só país". O desenvolvimento econômico 
conquistado nos planos qüinqüenais dotava o país de uma infra - estrutura 
que teria um papel decisivo na vitória da União Soviética sobre a Alemanha, 
cujos germes nazi-fascitas já se formavam.

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