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CURSO BASICO DE LOGISTICA

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Logística Empresarial
Cláudio Alves da Silva
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Logística Empresarial, 
parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autôno-
mo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) 
uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5
1 A LOGÍSTICA ............................................................................................................................................. 7
1.1 A Evolução do Conceito de Logística .......................................................................................................................9
1.2 A Definição de Logística Empresarial ................................................................................................................. 9
1.3 A Importância da Logística Empresarial ...........................................................................................................10
1.4 Atividade Logística .......................................................................................................................................................10
1.5 Atividades Logísticas na Empresa ..........................................................................................................................10
1.6 Exemplos de Processos de uma Cadeia Logística ............................................................................................11
1.7 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................14
1.8 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................15
2 CADEIA DE SUPRIMENTOS ........................................................................................................... 17
2.1 Processos .........................................................................................................................................................................19
2.2 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................21
2.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................22
3 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ............................................................................. 23
3.1 Evolução da Gestão da Cadeia Logística .............................................................................................................24
3.2 Integração da Logística na Cadeia de Suprimentos ........................................................................................26
3.3 Competitividade ...........................................................................................................................................................28
3.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................28
3.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................29
4 SUPPLY CHAIN DRIVERS ................................................................................................................... 31
4.1 Produção ..........................................................................................................................................................................31
4.2 Estoques ...........................................................................................................................................................................32
4.3 Localização ......................................................................................................................................................................33
4.4 Transporte .......................................................................................................................................................................34
4.5 Informação ......................................................................................................................................................................35
4.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................36
4.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................36
5 DECISÕES .................................................................................................................................................. 37
5.1 Gerenciamento Estratégico ......................................................................................................................................38
5.2 Gerenciamento Tático .................................................................................................................................................39
5.3 Gerenciamento Operacional ....................................................................................................................................40
5.4 Estratégia Logística versus Logística Estratégica ...............................................................................................41
5.5 Auditoria Logística .......................................................................................................................................................41
5.6 Estratégia .........................................................................................................................................................................42
5.7 Indicadores de Desempenho ...................................................................................................................................43
5.8 A Implementação de um Departamento Logístico.........................................................................................47
5.9 Serviços e Valor Agregado ........................................................................................................................................47
5.10 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................48
5.11 Atividades Propostas ................................................................................................................................................49
6 CADEIA DE VALOR ..............................................................................................................................51
6.1 Características ................................................................................................................................................................51
6.2 Atividades de Apoio ou de Suporte ......................................................................................................................53
6.3 Escopo da Cadeia de Valor ........................................................................................................................................53
6.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................54
6.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................54
7 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES ............................................................................................. 55
7.1 Previsão de Demanda .................................................................................................................................................57
7.2 Classificação de Estoques ..........................................................................................................................................59
7.3 Vantagens na Utilização dos Estoques .................................................................................................................59
7.4 Desvantagens na Existência de Estoques ........................................................................................................60
7.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................60
7.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................61
8 LOGÍSTICA REVERSA ......................................................................................................................... 63
8.1 Atividades Típicas do Processo Logístico Reverso ...........................................................................................63
8.2 Pós-Venda ........................................................................................................................................................................64
8.3 Pós-Consumo .................................................................................................................................................................65
8.4 O que é Produção Limpa? .........................................................................................................................................67
8.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................68
8.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................69
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 71
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 73
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 77
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ................................................................................................. 78
ANEXOS .......................................................................................................................................................... 81
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INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), a logística é entendida como a área designada para realizar a administração de 
materiais, equipamentos e de informações necessárias para a execução de todas as atividades existentes 
em uma empresa. Em outras palavras, a responsabilidade do planejamento das operações e controle de 
todo o fluxo de mercadorias e das informações, desde a origem até o consumo final, estão sob a respon-
sabilidade da logística. 
Atualmente, devido à popularização do comércio eletrônico, mais o advento de novos produtos, 
serviços, tecnologias e negócios, o cenário logístico nacional e empresarial se alterou estrategicamente, 
para atender às necessidades existentes e desejos apresentados pelos novos mercados e clientes. 
Por meio do comércio virtual, as empresas passaram atuar de uma forma tanto nacional como glo-
bal, oferecendo desta forma os seus produtos e serviços vinte quatro horas por dia. Mesmo para atender 
um cliente que faz as suas transações em um ambiente virtual, as empresas necessitam de toda uma 
estrutura logística real e moderna.
Pela ótica da empresa moderna, fica fácil perceber que o básico da atividade logística é o atendi-
mento do cliente. Por isso que uma das preocupações empresariais é a de manter um bom nível de ser-
viço por meio de uma cadeia logística estrategicamente eficaz, porque, de fato, ela inicia no instante em 
que o cliente resolve transformar um desejo em realidade.
Para facilitar o entendimento, geralmente:
ƒƒ O cliente faz as suas compras e consumo a partir do mercado de varejo, este sendo representa-
do por lojas comerciais convencionais (físicas) ou virtuais, consideradas como o elo comercial 
final de uma cadeia logística;
ƒƒ Por traz deste elo comercial, existe a ligação entre os fabricantes e seus fornecedores a empre-
sas atacadistas e varejistas, que têm como responsabilidade a de atender ao cliente final.
De uma forma resumida, como você verá mais à frente, os fabricantes fazem as aquisições de ma-
téria-prima e componentes essenciais das empresas que fazem parte do rol de fornecedores. Após a 
transformação da matéria-prima ou a utilização dos componentes para transformá-los em produtos, as 
indústrias vendem seus produtos para os atacadistas ou dependendo das estratégias e políticas de negó-
cios vendem diretamente aos varejistas. Na sequência, os varejistas, adquirem tais produtos diretamente 
dos fabricantes ou dos atacadistas para venderem para os consumidores finais.
Como ao longo de uma cadeia logística há estruturas utilizadas para estocar ou armazenar, ferra-
mentas, materiais, produtos ou quaisquer outros tipos de mercadorias essenciais para a realização de 
suas atividades, as empresas modernas, para controlar e administrar os fluxos físicos e de informação, 
fazem uso de sistemas de gerenciamento de estoques ou de armazéns; e, como exemplo, podemos ci-
tar que uma das principais ferramentas de uso da gestão logística é o Warehouse Management System 
(WMS), que em português significa: sistema de automação e gerenciamento de depósitos, armazéns e 
linhas de produção. 
Cláudio Alves da Silva
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O seu uso é fundamental para a gestão da cadeia de suprimentos (Supply Chain), porque ele forne-
ce o giro de estoques, comandos inteligentes de separação de pedidos (picking), consolidação automá-
tica de cargas e transbordo conhecido como (cross docking), para que, de uma forma racional, lógica e 
estruturada, seja feita a devida estocagem, armazenagem e posteriormente a distribuição.
Para ajudá-lo(a) na construção do seu aprendizado, com a leitura e uso desta apostila nas aulas e 
na resolução das atividades que serão propostas durante a realização do curso, pretendemos que você 
venha a entender e compreender os demais temas e assuntos que fazem parte do contexto da logística 
moderna. 
O curso, por meio do conteúdo programático da disciplina de Logística Empresarial, tem por obje-
tivo, ajudá-lo(a) a:
ƒƒ Entender o funcionamento das cadeias de suprimentos eidentificar valores que agregam à 
logística das cadeias de suprimentos;
ƒƒ Identificar os fluxos e processos da cadeia de suprimentos nos diversos segmentos empresa-
riais;
ƒƒ Interpretar a influência dos sistemas integrados de gestão na administração da cadeia logística;
ƒƒ Conhecer as limitações, os riscos e os custos envolvidos na cadeia de suprimentos;
ƒƒ Planejar a logística para as características específicas da cadeia de suprimentos atendendo aos 
valores requeridos pelos clientes internos e externos da empresa;
ƒƒ Definir Logística e Cadeia de Suprimentos, sua importância no ambiente empresarial. 
Oferecendo, dessa forma, subsídios para um estudo analítico sobre o papel estratégico das ativi-
dades logísticas e empresariais desempenhadas e realizadas neste cenário tão abrangente e desafiador.
Dentro dessa perspectiva, o conteúdo está organizado da seguinte forma: no primeiro capítulo 
abordaremos sobre a logística, a definição e a importância da logística empresarial, ela como atividade 
na empresa e exemplos de processos de uma cadeia logística. No segundo capítulo, trataremos da cadeia 
de suprimentos e os seus processos básicos. No terceiro capítulo falaremos sobre gestão da cadeia de 
suprimentos, sua evolução, os participantes da cadeia logística, a integração da logística, e competitivi-
dade. No quarto capítulo, abordaremos sobre as áreas de desempenho da cadeia logística (Supply Chain 
Driver), tais como produção, estoques, localização, transporte e informação. No quinto, são apresentadas 
as decisões e os gerenciamentos estratégicos, táticos e operacionais; auditoria logística; estratégia; indi-
cadores de desempenho e análise através de exemplos de aplicações de indicadores; a implementação 
de um departamento logístico; serviços e valor agregado. No sexto capítulo é apresentada a cadeia de 
valor, as suas características, atividades de apoio ou de suporte e seu escopo. No sétimo, abordaremos 
sobre a administração de estoques, previsão da demanda, classificação, vantagens e desvantagens dos 
estoques. No oitavo capítulo, apresentaremos a logística reversa, as suas atividades típicas, pós-venda e 
pós-consumo.
Ao final, são apresentadas as respostas comentadas das atividades propostas e existentes em cada 
capítulo, as referências bibliográficas, e materiais anexos que te ajudarão na sua empreitada estudantil 
e profissional.
Será um prazer acompanhá-lo(a) ao longo de mais uma etapa, rumo à sua formação acadêmica.
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Prezado(a) aluno(a), 
Neste capítulo, trataremos de apresentar: a 
logística, a sua definição e importância empresa-
rial, ela como atividade operacional na empresa e 
exemplos de processos de uma cadeia logística.
Atualmente, é comum percebermos que as 
empresas estão migrando do modelo tradicional 
de funcionamento, para o ambiente web, com o 
objetivo de atender maiores demandas e vender 
para os seus clientes produtos e serviços, vinte e 
quatro horas por dia. 
Figura 1 – Ilustração sobre o uso da Internet para 
aquisição de produtos. 
Fonte: Banco de dados Free.
Além de disponibilizar tais produtos e servi-
ços, as empresas também precisam ter bem defi-
nido, em suas estruturas, as estratégias e os servi-
ços logísticos adequados para que desta forma o 
nível de atendimento e satisfação estabelecidos e 
esperados sejam mantidos e atendidos.
Os produtos sob a responsabilidade da lo-
gística, geralmente, são traduzidos e entendidos 
como bens tangíveis, ou seja, possuem corpo 
e forma física. Essa forma física, atrelada a cada 
produto ou item logístico, contribui para termos 
as dimensões corretas de tais bens ou produtos. 
Quando falamos de dimensões, estamos nos re-
ferindo ao peso, altura, largura e comprimento de 
cada item a ser extraído, adquirido, movimenta-
do, modificado, embalado, armazenado, negocia-
do, separado e distribuído.
Além das dimensões, há, porém, outras ca-
racterísticas a serem observadas, que criam difi-
culdades e exigem procedimentos diferenciados 
por parte dos processos logísticos, tais como:
ƒƒ Grau de periculosidade existente em 
produtos químicos, derivados de petró-
leo e farmacêuticos;
ƒƒ Fragilidade, ou seja, produtos que se 
quebram facilmente se não forem bem 
manuseados, embalados e movimenta-
dos. Como exemplo, podemos citar os 
cristais, brinquedos, eletroeletrônicos, 
utensílios, entre outros;
ƒƒ Perecibilidade, muito comum em pro-
dutos alimentícios em geral;
ƒƒ Variabilidade de cores, sabores, odores 
e densidade (massa ou consistência) 
que caracterizam determinadas linhas 
de produtos;
ƒƒ Quantidade.
Nesse contexto, podemos considerar que 
a logística empresarial é a principal responsá-
vel pela movimentação dos diversos tipos de 
produtos existentes em uma cadeia empresa-
rial, tais como: livros, computadores, televisores, 
brinquedos, alimentos, medicamentos, calçados, 
ferramentas, vestuários, móveis, veículos, maqui-
A LOGÍSTICA1 
Cláudio Alves da Silva
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nários, embalagens, e todo e qualquer tipo de 
material ou item, necessários para uso próprio, 
revenda ou consumo. Para tanto, a empresa deve 
gerar conhecimento através da informação, pro-
cessos, técnicas e serviços para movimentar e dis-
ponibilizar estes materiais com o uso da infraes-
trutura existente ao longo da cadeia.
Os serviços geralmente são importantes e 
podem ou não envolver um bem físico, mas geral-
mente é na prestação de serviço que se concentra 
a questão do nível de atendimento existente:
ƒƒ No fornecimento por parte dos esto-
ques, fornecedores e distribuidores;
ƒƒ Nas entregas e das respostas sem atra-
sos;
ƒƒ Na pós-venda definido como troca em 
caso de erros ou avarias, instalação, 
montagem e manutenção;
ƒƒ Como resultado da satisfação do clien-
te.
As empresas têm que estar preparadas para 
atender ao cliente com qualidade e agilidade, 
caso venha a ofertar e comercializar um bem ou 
serviço quer seja da forma tradicional, convencio-
nal ou virtual.
Mesmo sendo tão relevante para atender 
às necessidades dos clientes e das transações 
comerciais, nem sempre a logística será vista e 
reconhecida como atividade principal de uma 
empresa, ou seja, muitas vezes é vista e percebida 
como atividade de apoio, assim como a área de 
contabilidade, qualidade, produção, recursos hu-
manos, entre outras.
Diante dessa realidade, as empresas de uma 
forma muito bem estruturada e planejada têm 
bem definido quais os tipos de produtos e servi-
ços que serão ofertados, as quantidades necessá-
rias para atender às demandas e aos estoques, as 
ferramentas necessárias para auxiliar na gestão 
dos fluxos físicos de materiais ou produtos, e das 
informações atreladas e pertinentes a estes.
Dentro deste contexto, há a presença da 
chamada logística empresarial, com um foco mais 
na gestão e na estratégia, cujo principal objetivo 
é: “tornar disponíveis produtos e serviços no local 
onde são necessários, no momento em que são 
desejados.” (BOWERSOX; CLOSS, 2008, p. 19).
DicionárioDicionário
Virtual: Realidade virtual, simulação de um am-
biente real por meio de imagens de síntese tridi-
mensionais.
No nosso contexto, refere-se às fotos dos produtos 
disponíveis na internet, contendo as suas dimen-
sões (peso, altura, largura e comprimento), que 
posteriormente serão comercializados e entre-
gues pela área de distribuição.
Fonte: Dicionário de português on-line. 
Logística Empresarial
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O conceito de logística nos negócios se de-
senvolveu fortemente na década de 1950, con-
siderado como o período de pós-guerra. Isso foi 
devido principalmente à crescente complexidade 
encontrada nos negócios, na gestão de materiais 
e entregas de produtos em uma cadeiade supri-
mentos cada vez mais global.
O Council of Supply Chain Management Pro-
fessionals (Conselho Profissional de Administra-
ção de Cadeias de Suprimentos) define a logísti-
ca como a parte do gerenciamento da cadeia de 
abastecimento que planeja, programa e controla 
o fluxo e armazenamento eficiente e econômico 
de matérias-primas, materiais semiacabados e 
produtos acabados; bem como as informações 
relativas a eles, desde o ponto de origem até o 
ponto de consumo, com o propósito de atender 
às exigências dos clientes. 
Todas as atividades envolvidas na movi-
mentação de bens para o lugar certo no momen-
to certo podem ser descritas dentro dos termos 
gerais de “logística” ou “distribuição”. O ato de su-
pervisar ou gerenciar esta atividade é conhecido 
como “gestão logística”. 
Os componentes de um sistema de logísti-
ca típico são: atendimento ao cliente, previsão da 
demanda, comunicação da distribuição, controle 
de inventário, gestão de materiais, processamen-
to de ordens e partes, suporte de serviço, seleção 
de planta e armazém, compras, embalagem, ges-
tão de bens devolvidos, disposição de sobras e 
rejeitos, armazenagem, transporte e tráfego. 
Uma posição em uma empresa pequena 
pode envolver todas estas atividades, enquanto o 
trabalho em uma grande corporação pode signi-
ficar estar envolvido com uma única ou algumas 
poucas áreas (BOWERSOX; CLOSS, 2008).  
1.1 A Evolução do Conceito de Logística
1.2 A Definição de Logística Empresarial
A Logística pode ser entendida como a área 
da Administração que cuida do transporte e ar-
mazenamento das mercadorias (MARTINS; ALT, 
2006). 
Ela abrange um conjunto de planejamento, 
operação e controle do fluxo de materiais, merca-
dorias, serviços e principalmente das informações 
da empresa, integrando de uma forma racional 
as funções sistêmicas, desde suprimentos, pro-
dução, armazenagem até a distribuição, assegu-
rando dessa forma as vantagens competitivas e 
nível de serviço na cadeia de distribuição e, con-
sequentemente, a satisfação dos acionistas e dos 
clientes.
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Conforme mencionado, a logística em-
presarial atua de uma forma administrativa e 
estratégica, em busca de melhores resultados e 
satisfação dos clientes. E essa satisfação está di-
retamente ligada aos serviços de distribuição e 
de pós-vendas ofertados pelas empresas aos seus 
respectivos clientes e consumidores.
Os clientes e consumidores já estão acostu-
mados a serem bem atendidos e de preferência 
não querem pagar nada mais por tais produtos e 
serviços. 
Por isso que hoje é perceptível e exigido um 
alto grau de sofisticação tecnológica para promo-
ver e programar a integração dos processos, das 
informações e dos negócios existentes neste am-
biente tão complexo e desafiador.
1.3 A Importância da Logística Empresarial
1.4 Atividade Logística
A questão operacional da logística é com-
plexa. Como, por exemplo, podemos citar o con-
trole e acompanhamento da demanda dos pro-
dutos ou serviços, controle e acompanhamento 
da frequência dos pedidos, controle e acompa-
nhamento das quantidades por pedido, contro-
le e acompanhamento dos custos envolvidos na 
operação, tempo de entrega (lead-time), pedido 
mínimo, rupturas de abastecimento, prazos de 
entrega, períodos promocionais e frequência de 
sazonalidades, políticas de estoque (evitando fal-
tas ou excessos), planejamento da produção, po-
líticas de fretes, políticas de gestão dos pedidos 
(orders), análise dos modelos de canais de distri-
buição, entre outros (CARVALHO, 2002).
Com o surgimento de novas necessidades 
por parte do mercado e das empresas em geral, a 
atividade logística no Brasil e no mundo passa por 
uma gestão com foco na identificação de oportu-
nidades de redução de custos, prazos de entrega 
e consequentemente no aumento da qualidade 
no cumprimento do prazo; disponibilidade cons-
tante dos produtos, programação das entregas, 
facilidade na gestão dos pedidos e flexibilização 
da fabricação, análises de longo prazo, elabora-
ção de projetos com incrementos em inovação 
tecnológica, novas metodologias de custeio, no-
vas ferramentas para redefinição de processos e 
adequação dos negócios, como exemplo no ramo 
varejista, podemos citar: a Resposta Eficiente ao 
Consumidor (Efficient Consumer Response), entre 
outros meios e técnicas.
1.5 Atividades Logísticas na Empresa
O ciclo de atividades é o principal fator de 
análise em uma logística integrada, pois fornece 
uma visão básica das decisões e das interfaces que 
devem ser combinadas para a criação e a gestão 
de um sistema operacional. Essa visão operacio-
nal e gerencial é importante porque uma grande 
parte do total dos processos existentes nas em-
presas é composta de atividades logísticas, e es-
tas consistem essencialmente na gestão e no pla-
nejamento de depósitos, armazéns ou de centros 
de distribuição, na localização, e também de todo 
tipo de instalações que venha a ser necessário. 
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Segundo Carvalho (2002), as atividades lo-
gísticas presentes na movimentação de materiais 
e produtos são a movimentação e reaproveita-
mento de desperdícios. 
Na atividade logística, importantes são to-
das as atividades que se relacionam com o trans-
porte e com a movimentação de matéria-prima, 
materiais ou produtos, tanto de uma forma inter-
na quanto externa na empresa. Além disso, te-
mos que levar em consideração qual o modal de 
transporte que deverá ser usado para atender a 
um determinado cliente, e a escolha da frota, se 
esta será própria ou terceirizada.
Tendo a visão das atividades, dos fluxos 
existentes e dos elementos que compõem uma 
determinada cadeia logística, teremos a clara 
noção que o canal logístico da empresa é então 
constituído pelos produtores e fornecedores de 
matéria-prima, pelas empresas de transportes, 
podendo estes serem operadores logísticos ou 
transportadoras que realizam a movimentação 
física de tais itens ou produtos, para atender o 
cliente final.
Para Gomes (2004), o canal de distribuição 
da empresa engloba não só as empresas de trans-
porte como também os operadores responsáveis 
pelo transporte, armazenagem e também, em al-
guns casos, a promoção e a comercialização dos 
produtos.
Saiba maisSaiba mais
Uma boa gestão logística depende do conheci-
mento das informações sobre os tipos e as varieda-
des dos produtos existentes, bem como da visão de 
todos os participantes da cadeia de distribuição, e 
dos canais existentes, utilizados para realizar estra-
tegicamente com sucesso a distribuição dos bens, 
produtos e serviços, ofertados pela empresa.
 Todo e qualquer produto que será trans-
formado, utilizado ou consumido tem inicial-
mente uma origem definida, ou seja, até chegar 
finalmente ao ponto de consumo, este produto 
passou por diversas etapas e processos existentes 
em uma cadeia logística; isto é, em um dado mo-
mento ele foi extraído, transformado, fabricado, 
distribuído e, por fim, comercializado. Nesse con-
texto, apresentaremos um resumo de tais etapas 
e processos, conforme descritos a seguir:
1º Extração de matéria-prima: esta é con-
siderada como a primeira etapa do proces-
so de uma cadeia. Essa etapa é realizada 
por empresas que exploram os recursos na-
turais, explorando materiais ainda em seu 
estado bruto para posteriormente, fornecê-
-los como matéria-prima, para as demais 
empresas que fazem parte de determina-
dos ramos empresariais.
1.6 Exemplos de Processos de uma Cadeia Logística
Muitas vezes por estarem em seu estado 
bruto, estes materiais, inicialmente, passam 
por um processo de corte e apara no caso 
de madeiras, lingotes de aço ou de alumí-
nio; de fragmentação ou quebra no casode 
minérios; de limpeza e polimento no caso 
de pedras decorativas; e de caracterização 
no caso de subcomponentes. Como exem-
plo de material bruto, temos a madeira, a 
carne, o couro, as frutas, as verduras, os le-
gumes, os minérios (bauxita, manganês, 
carvão, calcário, silício), o petróleo e seus 
derivados.
E qual a função da logística neste processo?
Para que a empresa de extração e explora-
ção funcione, a logística atuará fornecen-
do todo o suporte necessário, por meio 
da compra de tais insumos e materiais, e, 
quando for o caso e a situação assim exigir, 
na aquisição de ferramentas, maquinários e 
na contratação de serviços e mão de obra 
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especializada. Além de desempenhar a ati-
vidade de suprimentos, provavelmente, ela 
irá atuar na movimentação, transporte, ar-
mazenamento, classificação e organização 
de tais materiais e produtos, organizando-
-os conforme as necessidades existentes 
por parte dos processos e clientes externos. 
Tais clientes externos exercem o papel de 
fornecedores para outras empresas. Dessa 
forma, a logística encerra o seu ciclo de ati-
vidades nestas empresas iniciais. 
2º A transformação da matéria-prima 
bruta: dando sequência ao nosso exemplo 
de fluxo na cadeia, conforme descrito na 
primeira etapa, inicialmente este material 
bruto explorado e coletado pelas empresas 
passam por um processo inicial de corte e 
apara no caso de madeiras, lingotes de aço 
ou de alumínio; de fragmentação ou quebra 
no caso de minérios; de limpeza e polimen-
to no caso de pedras decorativas; e de ca-
racterização no caso de subcomponentes.
 Uma vez realizados os procedimentos bá-
sicos, tais materiais e subcomponentes ar-
mazenados e classificados serão fornecidos 
para outras empresas que atuam em deter-
minados segmentos industriais, que de uma 
forma mais específica darão o tratamento 
especial a este material, transformando-o 
em matéria-prima para fabricação de uma 
série de produtos. Essas empresas podem 
ser denominadas de empresas transforma-
doras ou processadoras.
Muitas destas empresas trabalham em 
parceria com outras empresas, tais como: 
montadoras (Volkswagen, Dell, Semp Toshi-
ba, Ford, Alpargatas, Scania, Votorantim, 
Gerdau etc.), distribuidoras (Grupos Pão de 
açúcar, Walmart, Carrefour etc.) e revende-
doras (Casas Bahia, Sadia, Alpargatas, Perdi-
gão etc.), por isso que muitas destas empre-
sas não fazem parte do conhecimento dos 
consumidores finais, mas são conhecidas 
no mundo empresarial, principalmente por 
profissionais e técnicos que conhecem os 
produtos e as necessidades de cada empre-
sa. Como exemplo, podemos dizer que uma 
empresa com estas características pode fa-
zer a transformação da matéria-prima bruta 
do aço em material transformado confor-
me a dureza, resistência e maleabilidade 
de acordo com a necessidade de outras 
empresas, neste caso as fabricantes. Ainda 
dentro deste contexto, há as empresas de 
transformação do material plástico, de mi-
nérios, de essências e fragrâncias, de couro, 
de insumos alimentares e de muitos outros 
tipos de produtos. Por fim, este material de-
verá ser transportado para outros clientes, 
na maioria das vezes empresas fabricantes, 
encerrando o seu ciclo nestas empresas. 
3º A fabricação: nesta etapa, estas empre-
sas geralmente atuam desenvolvendo e fa-
bricando produtos com base nas matérias-
-primas citadas anteriormente. Nessa etapa, 
o que mais interessa a estas empresas é ter 
os componentes ou materiais necessários 
para poder fabricar os produtos finais que 
serão ofertados ao consumidor final confor-
me o planejamento, programação e contro-
le da produção.
É nessa etapa que ocorre o uso do couro 
para a fabricação de sapatos, bolsas, cartei-
ras e cintos; o uso da madeira para fabrica-
ção e confecção de móveis; das frutas para 
produção de polpas, sucos, doces etc.; dos 
componentes para montagem dos micros; 
de peças para a montagem de veículos; da 
carne para a produção de derivados alimen-
tícios etc. Como podemos perceber, um fa-
bricante pode produzir um bem durável, 
como no caso de veículos, computadores, e 
bens de consumo por ser uma indústria ali-
mentícia, de material escolar, de vestuário 
ou qualquer outro tipo de produto destina-
do ao consumo popular.
4º A Distribuição: conforme mencionado 
anteriormente, a logística empresarial atua 
de uma forma administrativa e estratégica, 
buscando desta forma melhores resultados 
e a satisfação dos clientes. E esta satisfação 
está diretamente ligada aos serviços de dis-
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tribuição e de pós-vendas ofertados pelas 
empresas, aos seus respectivos clientes e 
consumidores. Os clientes e consumidores 
já estão acostumados a serem bem aten-
didos, e de preferência não querem pagar 
nada mais por tais produtos e serviços. Por 
isso que hoje é perceptível e exigido um 
alto grau de sofisticação tecnológica para 
promover e programar a integração dos 
processos, das informações e dos negócios 
existentes neste ambiente tão complexo e 
desafiador. 
Porém, é bom frisarmos que o processo de 
distribuição sofreu grandes transformações 
por diversos motivos, tais como: o cresci-
mento demográfico, a quantidade e varia-
bilidade atreladas a determinados produtos 
e, consequentemente, com o uso da inter-
net, houve o aumento geográfico, ou seja, 
as empresas passaram a atuar em nível na-
cional e muitas internacionalmente, aumen-
tando desta forma o consumo. Atualmente, 
os fabricantes que fazem parte do processo 
anterior deixaram de entregar ou distribuir 
seus produtos diretamente ao consumidor 
final, utilizando basicamente distribuidores 
autorizados, mão de obra especializada ou 
prestadores de serviços logísticos. 
Para facilitar o seu entendimento, observe 
os participantes, os canais e os processos 
existentes no exemplo da cadeia logística 
contidos na Figura 2.
Figura 2 – Exemplo parcial de etapas e processos de 
uma cadeia logística.
Fonte: Banco de dados Free.
No pontilhado cor-de-rosa, temos a repre-
sentação do canal de vendas on-line (in-
ternet); nas setas de cor azul, estão repre-
sentados os canais de abastecimento e de 
entregas de todos os participantes desta 
cadeia; e, por fim, nas setas de cor clara, 
temos os canais da logística reversa, a qual 
será abordada mais à frente. Ainda é possí-
vel observar que a fábrica ou indústria faz 
o uso de transportadoras e de uma central 
de distribuição para realizar as suas entre-
gas para os revendedores (hipermercados) 
e para os seus clientes finais (varejistas ou 
pessoas físicas).
Isso se torna necessário e até mais eficiente 
porque estrategicamente estas empresas 
que são fabricantes perceberam que o pro-
cesso de entrega e distribuição é uma ativi-
dade logística e não fabril. Com isso, através 
do processo de terceirização e da contrata-
ção de empresas especializadas, essas em-
presas contratantes podem manter o seu 
foco apenas em seu objetivo principal, que 
é o desenvolvimento e a fabricação de bens 
e produtos, não se preocupando com as ati-
vidades consideradas secundárias e muito 
menos com questões ligadas ao abasteci-
mento e entrega de seus produtos para o 
mercado em que atuam. 
Além de não se preocuparem mais com as 
atividades consideradas secundárias e com 
questões ligadas ao abastecimento e entre-
gas, as empresas para serem mais compe-
titivas nos mercados em que atuam passa-
ram a manter o seu foco nas necessidades 
existentes, devido à expansão geográfica, 
ou seja, hoje se tornou um fator estratégico 
atender a um mercado globalizado.
Obviamente que dentro deste processo 
existe uma infinidade de problemas, di-
ficuldades e situações que ocorrem com 
qualquer empresa. A título de exemplo,podemos citar os problemas relacionados 
às atividades de compra, armazenamento, 
transporte, produção, entregas, avarias, er-
ros nos pedidos e assim por diante. 
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Mesmo diante de tais problemas, a ativida-
de e o processo de distribuição vêm se de-
senvolvendo dia a dia, tornando as entregas 
mais curtas, rápidas, precisas e com maior 
nível de qualidade.
5º A Comercialização: pode ser considera-
da como a última etapa do fluxo da cadeia 
logística. É por meio dela que são disponibi-
lizados os produtos para o consumo. Nessa 
etapa, o consumidor para formalizar o seu 
pedido muitas vezes tem condições de ter 
contato direto com o produto, de realizar 
testes, e, quando do for caso e conforme o 
tipo do produto, de fazer a experimentação 
e degustação.
Geralmente, a comercialização ocorre atra-
vés de empresas atacadistas e por empre-
sas varejistas. A diferenciação básica está na 
relação e no trâmite comercial, ou seja, no 
atacado as vendas são realizadas em gran-
des quantidades e por preços menores, en-
quanto que no varejo as vendas são mais 
populares, por atingir a maior parte do mer-
cado consumidor.
Para que a comercialização funcione estra-
tegicamente e adequadamente, esses es-
tabelecimentos participantes da cadeia fa-
zem os seus pedidos junto aos fabricantes, 
que se utilizam dos serviços e processos de 
distribuição para atender aos pedidos dos 
clientes. 
O objetivo principal desse processo final é 
disponibilizar o produto de uma forma que 
venha a atender ao cliente e às suas exigên-
cias em um curto espaço de tempo e nível 
aceitável de atendimento. Para tanto se faz 
necessário e extremamente importante o 
uso da logística para o abastecimento dos 
estabelecimentos, conforme descrito e de-
monstrado na figura anterior.
 
Até aqui, consideramos que a extração, 
transformação, fabricação, distribuição e, por fim, 
a comercialização representam o fluxo de um ca-
nal logístico, mas temos que levar em considera-
ção que para cada tipo de produto, como alimen-
to, medicamentos, bebidas, móveis, vestuários, 
peças, veículos, entre outros, por apresentar di-
mensões, características naturais e técnicas dife-
renciadas, se fará necessário o uso de estruturas e 
de processos logísticos de movimentação, arma-
zenagem, transporte e distribuição diferenciados. 
Nesse caso a informação e o conhecimento logís-
tico são imprescindíveis para movimentar estes e 
os demais tipos de produtos dentro de uma de-
terminada cadeia logística.
AtençãoAtenção
Os componentes de um sistema de logística tí-
pico são: atendimento ao cliente, previsão da 
demanda, comunicação da distribuição, controle 
de inventário, gestão de materiais, processamen-
to de ordens e partes, suporte de serviço, seleção 
de planta e armazém, compras, embalagem, ges-
tão de bens devolvidos, disposição de sobras e 
rejeitos, armazenagem, transporte e tráfego.
1.7 Resumo do Capítulo
Prezado(a) aluno(a), neste capítulo estudamos que:
ƒƒ As empresas estão migrando do modelo tradicional de funcionamento para o ambiente web 
(internet);
ƒƒ Os produtos sob a responsabilidade da logística, geralmente, são traduzidos e entendidos 
como bens tangíveis, ou seja, possuem corpo e forma física;
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ƒƒ A periculosidade, fragilidade, perecibilidade, variabilidade e quantidade são consideradas 
como características existentes em determinados produtos;
ƒƒ A logística empresarial é a principal responsável pela movimentação dos diversos tipos de pro-
dutos existentes em uma cadeia empresarial;
ƒƒ Os serviços geralmente são importantes e podem ou não envolver um bem físico, mas ge-
ralmente é na prestação de serviço que se concentra a questão do nível de atendimento ao 
cliente;
ƒƒ A logística empresarial atua de uma forma administrativa e estratégica, em busca de melhores 
resultados e satisfação dos clientes;
ƒƒ O ciclo de atividades é o principal fator de análise em uma logística integrada, pois fornece uma 
visão básica das decisões e das interfaces que devem ser combinadas para a criação e a gestão 
de um sistema operacional; 
ƒƒ Conforme o autor Gomes (2004), o canal de distribuição da empresa engloba não só as empre-
sas de transporte como também os operadores responsáveis pelo transporte, armazenagem e 
também em alguns casos a promoção e a comercialização dos produtos;
ƒƒ A extração, transformação, fabricação, distribuição e, por fim, a comercialização representam o 
fluxo de um canal logístico.
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
1.8 Atividades Propostas
1. Em logística, quando falamos de dimensões de determinados itens, estamos nos referindo a 
quê? Explique.
2. Conforme os autores Bowersox e Closs (2008), qual o principal objetivo da chamada logística 
empresarial?
3. De acordo com Gomes (2004), o canal de distribuição da empresa engloba quais áreas e requi-
sitos?
4. Quais os processos e etapas que são considerados como fluxo de uma cadeia logística? 
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17
Prezado(a) aluno(a), 
Neste capítulo, trataremos de apresentar a 
cadeia de suprimentos e os seus processos bási-
cos.
A Cadeia de Suprimento pode ser entendi-
da como um grupo de fornecedores que supre 
as necessidades de uma empresa na criação e 
no desenvolvimento dos seus produtos. Pode ser 
entendida também como uma forma de colabo-
ração ou parceria entre fornecedores, varejistas e 
consumidores para a criação de valor. 
De outra forma, a cadeia de suprimentos 
pode ser definida como o ciclo da vida dos pro-
cessos que compreendem os fluxos físicos, in-
formativos, financeiros e de conhecimento, cujo 
objetivo é satisfazer os requisitos do consumidor 
final com produtos e serviços de vários fornece-
dores ligados. 
Para facilitar a sua compreensão, observe os 
participantes e os processos existentes neste ou-
tro exemplo contido na Figura 3.
CADEIA DE SUPRIMENTOS2
Figura 3 – Exemplo de participantes e processos existentes numa Cadeia de Suprimentos.
Fonte: Banco de dados Free.
A Figura 3 mostra que a cadeia de supri-
mentos, no entanto, não está limitada ao fluxo de 
produtos ou informações no sentido fornecedor 
até o cliente, por existir também o caminho in-
verso do fluxo de negociações, informações, re-
clamações, produtos, entre outros, no sentido do 
cliente até o fornecedor, ou seja, o fluxo reverso 
e uma integração entre todos os elos que fazem 
parte desta cadeia (FREDENDALL, 2001).
Hoje, é possível vermos e analisarmos no 
contexto empresarial muitos casos em que a 
competição no mercado global não ocorre en-
tre empresas, mas entre cadeias de suprimentos. 
Como exemplo, podemos citar as montadoras de 
veículos juntamente com os seus fornecedores e 
revendedores.
A gestão da logística e do fluxo de informa-
Cláudio Alves da Silva
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18
ções em toda a cadeia permite a todo e qualquer 
administrador logístico e aos executivos avaliar 
pontos fortes e pontos fracos existentes na cadeia 
de suprimentos, auxiliando a tomada de decisões.
As decisões tomadas com base em informa-
ções precisas e relevantes irão resultar na redu-
ção de custos, aumento da qualidade, resultados, 
entre outros benefícios, com o objetivo de criar e 
aumentar a competitividade da empresa e do va-
lor agregado atrelados aos seus produtos ou ser-
viços, mantendo desta forma os diferenciais em 
relação à concorrência.
Para Gomes e Ribeiro (2004), com o uso de 
tecnologias avançadas, os resultados que se espe-
ram da utilização de sistemas que automatizem a 
Cadeia de Suprimentos são:
ƒƒ Reduzir custos; 
ƒƒ Aumentar a eficiência (neste caso, dos 
processos envolvidos); 
ƒƒ Ampliar a margem de lucro;ƒƒ Melhorar os tempos de ciclos da cadeia 
de fornecimento; 
ƒƒ Melhorar o desempenho nos relacio-
namentos com clientes e fornecedores 
(este item está ligado aos aspectos qua-
litativos); 
ƒƒ Desenvolver serviços de valor agregado 
que dão a uma empresa uma vantagem 
competitiva; 
ƒƒ Obter o produto certo, no lugar certo, 
na quantidade certa e com o menor 
tempo e custo (isto é logística); 
ƒƒ Manter o menor nível de estoque possí-
vel (ou seja, sem deixar faltar ou sobrar 
produtos). 
Tais resultados são obtidos conforme a ges-
tão da cadeia de suprimentos venha a simplificar 
e acelerar as operações que estão relacionadas 
com a forma como os pedidos dos clientes são 
processados pelo sistema até serem atendidos, 
e conforme o modo de aquisição das matérias-
-primas, da sua entrega, pelos processos de fabri-
cação e distribuição. Em todas as etapas tem que 
haver padronização dos processos e das informa-
ções.
Para se realizar um bom gerenciamento da 
cadeia de suprimentos, uma boa avaliação e men-
suração dos custos existentes nos processos e nas 
atividades empresariais são de vital importância. 
E tal avaliação se estende para o modelo atual 
de compras na renovação dos contratos com os 
fornecedores tanto de matéria-prima quanto de 
serviços. Diante disso, fica claro que não basta 
somente a empresa ter e operar um software de 
administração da cadeia, se não criar e melhorar 
o modelo de gestão. 
No contexto empresarial atual, os fornece-
dores passam a ser parceiros no desenvolvimen-
to de projetos, produtos e serviços. Diante disso 
a quantidade de fornecedores é reduzida. Como 
existem muitas atividades complexas, e estas, às 
vezes, realizadas simultaneamente e desenvolvi-
das entre os departamentos, a integração é vista 
como algo importante para os negócios e para a 
empresa. Para que haja tal integração, a área de 
suprimentos das empresas que fazem parte de 
uma cadeia ou que são responsáveis por cuidar 
de uma, hoje, não só acompanha a aplicação dos 
contratos, como é responsável por todo o perío-
do de negociação e contratação. 
Dessa forma, a área de suprimentos é vista 
e gerida de uma forma estratégica, sendo bem 
diferente do modelo passado, baseada na depar-
tamentalização, sendo responsável até pelos re-
sultados da empresa.
O comprador ou o gestor responsável pela 
aquisição terá condições de ter a visualização to-
tal dos processos que estão sob a sua responsabi-
lidade, permitindo a realização da rastreabilidade 
e de auditoria de seus processos de compras.
Saiba maisSaiba mais
Softwares de administração: são sistemas utilizados 
de uma forma integrada pelas empresas, para fazer 
a administração e o controle das atividades e dos 
dados existentes nos processos e nas transações 
comerciais realizadas pelas suas diversas áreas e 
departamentos (financeiro, contabilidade, recursos 
humanos, produção, armazenagem, vendas, trans-
portes, distribuição etc.), com o objetivo de trans-
mitir e compartilhar informações para auxiliar a to-
mada de decisão.
Logística Empresarial
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19
Em uma empresa, e principalmente em uma 
cadeia de suprimentos, obviamente é comum a 
existência de departamentos e processos, e cada 
qual representado pelos seus custos. Todos os 
processos envolvem pessoas, áreas, clientes, dis-
tribuição, produção e fornecedores. Para facilitar 
o entendimento, apresentaremos a seguir um 
exemplo resumido de áreas que fazem parte de 
uma cadeia de suprimentos:
ƒƒ Suprimentos: esta área, atualmente 
chamada de suprimentos, no passado 
era conhecida somente como área de 
Compras. 
Atualmente ela é vista como área estra-
tégica, responsável pelas negociações e 
aplicações dos mais variados recursos 
(materiais, patrimoniais, tecnológicos e 
financeiros) existentes à disposição da 
empresa, para suprir as suas necessida-
des, atividades e processos administra-
tivos, comerciais e de produção.
Denominada como abastecimento, in-
clui as atividades necessárias para ad-
quirir inputs (entradas) de forma a criar 
produtos ou serviços. Existem duas 
operações neste ponto: 
Primeira = Aquisição de materiais e ser-
viços; 
Segunda = Créditos e empréstimos, 
junto a bancos e Governo. 
Além de ter a sua importância estra-
tégica, possui uma forte característica 
operacional, porque toda e qualquer 
organização, independentemente do 
tamanho, ramo (industrial, comercial e 
de prestação de serviços) e setor (priva-
do, governamental, de utilidade públi-
ca ou sem fins lucrativos), necessita, por 
mínimo que seja, fazer suas aquisições.
Paralelamente à atividade principal de 
abastecer a empresa, esta área desem-
penha outras funções, tais como:
 • Negociação de preços, prazos, juros 
e quantidades com fornecedores, 
clientes internos e externos; 
 • Cadastros de fornecedores, de ma-
teriais e produtos; 
 • Desenvolvimento, seleção e avalia-
ção de fornecedores; 
 • Análise e gestão de contratos de 
fornecedores e de prestação de ser-
viços;
 • Análise e gestão dos diversos esto-
ques existentes dentro ou fora da 
empresa;
 • Definição e aquisição por meio de 
lotes econômicos de compras (LEC);
 • Cotação de preços; 
 • Atendimento de projetos especiais 
e de desenvolvimento de novos 
produtos ou serviços;
 • Com o uso da tecnologia da infor-
mação, faz uso do pregão eletrôni-
co e da participação de leilões pú-
blicos;
 • Aplicação de conceitos que envol-
vem o quanto comprar e quando 
comprar, levando em consideração 
o ponto de pedido, de cada item ou 
produto sob a sua responsabilidade 
que faça parte do seu cadastro.
ƒƒ Marketing: é o departamento respon-
sável em criar produtos, embalagens 
comerciais e de consumo, estabelecer 
os pontos de vendas, realizar a pro-
moção, enviar mensagens aos clientes 
potenciais e também aos que já fa-
zem parte da carteira de clientes, para 
convencê-los a comprar da empresa. 
Tal mensagem envolve: faixa etária, 
poder aquisitivo, classe social, locali-
zação, concorrente; além da função de 
2.1 Processos
Cláudio Alves da Silva
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20
propaganda e sistemas promocionais. 
Sem dúvida nenhuma, o marketing é 
uma área estratégica, e as empresas 
reconhecem a sua importância e dire-
cionam uma boa parte de seus recursos 
humanos e financeiros a essa atividade, 
que inclusive atua fortemente no dire-
cionamento da distribuição. 
ƒƒ PPCP (Planejamento, Programação, 
Controle, Produção): realiza a tradu-
ção, expectativa para a realização da 
produção. As peças necessárias, equipa-
mentos etc. Tal departamento ou área 
administra e também informa quais os 
tipos de materiais ou serviços que serão 
utilizados para atender às demandas. 
Em logística, o planejamento refere-se 
a todas as operações indispensáveis 
para planejar e organizar as operações 
básicas. Nessa categoria existem três 
operações particulares (CHOPRA; MEIN-
DL, 2003):
 • Previsão da demanda; 
 • Preço do produto; 
 • Gestão de Estoques.
ƒƒ Fornecedores: se para produzir produ-
tos e para realizar serviços são neces-
sárias matérias-primas em uma cadeia 
de suprimentos, os fornecedores de 
tais matérias-primas devem ser trata-
dos como parceiros, devendo até se-
rem convidados a verem a produção, 
participar da produção, do dia a dia da 
empresa, já que ambos os conhecimen-
tos podem atuar juntos, surgindo assim 
uma estrutura de competência altíssi-
ma.
ƒƒ Almoxarifado/Armazenagem: sua atu-
ação é importante no controle dos ma-
teriais que entram na empresa, vendo 
inclusive se os mesmos não estão em 
excesso. 
O objetivo desta área é ter o mínimo em 
estoque, sem deixar faltar para atender 
às operações administrativas, de produ-
ção ou de vendas.
ƒƒ Processos de controle: estes são cons-
tituídos poratividades de gerencia-
mento, apoio e controle dos processos 
de entrada (Inbound) e de saída (Out-
bound). 
O controle atua principalmente na me-
dição dos índices de estoques, de pro-
dutividade, desempenho e nos acertos 
dos problemas ocorridos em função do 
fornecimento, erros administrativos, 
operacionais, avarias, desvios, furtos 
de materiais e de equipamentos ou um 
erro no cliente.
É através da auditoria e do controle lo-
gístico que as empresas conseguem 
determinar se existem falhas, também 
conhecidas como gaps, entre a perfor-
mance logística e os resultados espera-
dos (CARVALHO et al., 2001).
Cada uma das atividades existentes nos 
processos de entrada (Inbound), saída 
(Outbound) e controle são realizadas de 
uma forma estratégica e operacional-
mente planejada.
ƒƒ Entrega: como tudo tem um começo e 
um fim, a entrega é a área que envolve 
a atividade de encomendas dos consu-
midores e as entregas dos produtos aos 
clientes. 
As operações principais são: atender às 
ordens de encomenda; fazer a separa-
ção de pedidos e composição de car-
gas; roteirização; e a entrega do produ-
to propriamente dita. 
A entrega é importante porque está 
intrinsecamente ligada à satisfação do 
cliente e permite à empresa manter e 
melhorar o nível de serviço.
DicionárioDicionário
Almoxarifado: estrutura ou local definido pela em-
presa para que seja feita a guarda, conservação 
e controle dos diversos materiais utilizados para 
atender às atividades administrativas e operacio-
nais (produção ou serviço).
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21
Para melhor entendermos a cadeia de supri-
mentos, temos que obrigatoriamente entender a 
logística que é a “base” de estudo da cadeia de su-
primentos. Temos, então, as Atividades Primárias 
e as Secundárias (CARVALHO, 2002):
ƒƒ Atividades Primárias: transportes; ma-
nutenção de estoques; processamento 
de pedido;
ƒƒ Atividades Secundárias: armazena-
gem; manuseio de materiais; embala-
gem de materiais; obtenção (seleção 
de fontes, quantidades de compra); 
programação do produto (distribuição 
– fluxo de saída – orientação e progra-
mação PPCP); manutenção de informa-
ção (base de dados gerada pela cadeia 
– fonte de dados para futuros planeja-
mentos). 
A logística é uma área muito abrangente 
e técnica porque dentro desses grupos existem 
outras atividades e funções que variam de uma 
empresa para outra, conforme o seu ramo e setor 
de atividade.
AtençãoAtenção
A cadeia de suprimentos não está limitada ao flu-
xo de produtos ou informações no sentido forne-
cedor até o cliente, por existir também o caminho 
inverso do fluxo de negociações, informações, re-
clamações, produtos, entre outros, no sentido de 
cliente até o fornecedor, ou seja, o fluxo reverso 
e uma integração entre todos os elos que fazem 
parte desta cadeia (FREDENDALL, 2001).
Prezado(a) aluno(a), neste capítulo estudamos que:
ƒƒ A Cadeia de suprimento pode ser entendida como um grupo de fornecedores que colaboram 
entre si, para suprir as necessidades de uma empresa na criação e no desenvolvimento dos 
seus produtos, com o objetivo de satisfazer os requisitos do consumidor final com produtos e 
serviços;
ƒƒ De outra forma, a cadeia de suprimentos pode ser definida como o ciclo da vida dos processos 
que compreendem os fluxos físicos, informativos, financeiros e de conhecimento;
ƒƒ A competição no mercado global não ocorre entre empresas, mas entre cadeias de suprimen-
tos;
ƒƒ A gestão da logística e do fluxo de informações em toda a cadeia permite a todo e qualquer ad-
ministrador logístico e aos executivos avaliar pontos fortes e pontos fracos existentes na cadeia 
de suprimentos, auxiliando a tomada de decisões;
ƒƒ O uso de tecnologias avançadas contribui para melhorar os resultados, mediante a redução 
de custos e consequentemente com o aumento dos resultados e da margem de contribuição; 
ƒƒ A área de suprimentos é vista e gerida de uma forma estratégica, sendo bem diferente do mo-
delo passado, baseada na departamentalização, sendo responsável até pelos resultados da 
empresa;
ƒƒ Em uma empresa e principalmente em uma cadeia de suprimentos, obviamente é comum a 
existência de departamentos e processos, e cada qual representado pelos seus custos;
2.2 Resumo do Capítulo
Cláudio Alves da Silva
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22
ƒƒ As áreas como: suprimentos, marketing, almoxarifado, armazenagem, fornecedores; processos 
de controle e entrega; planejamento, programação, controle, produção (PPCP), fazem parte de 
uma cadeia de suprimentos.
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
2.3 Atividades Propostas
1. Qual a importância das informações precisas e relevantes para a tomada de decisões? Explique.
2. Quais os procedimentos que são considerados de vital importância para se realizar um bom 
gerenciamento da cadeia de suprimentos? Explique.
3. Os fornecedores passam a ser o que no contexto empresarial atual? Explique. 
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23
Prezado(a) aluno(a), 
Neste capítulo, trataremos de apresentar: a 
gestão da cadeia de suprimentos, sua evolução, 
os participantes da cadeia logística, a integração 
da logística e a competitividade.
A gestão da cadeia logística, também co-
nhecida como gerenciamento da cadeia de su-
primentos aqui no Brasil, mais precisamente no 
governo de Fernando Collor de Melo (final da 
década de 1980), ganhou bastante popularidade 
devido à abertura das barreiras comerciais, apesar 
de existir confusão sobre o seu significado. Mui-
tos profissionais utilizam esta menção como um 
substituto ou sinônimo de logística. No entanto, 
a definição de gestão da cadeia logística é mais 
abrangente que o conceito de logística.
Para Lambert, Stock e Ellram (1998), a ges-
tão da cadeia logística é a integração dos proces-
sos do negócio do consumidor através dos forne-
cedores de produtos, serviços e informação, com 
o objetivo de acrescentar valor para o cliente. 
Sendo assim o cliente é a razão da existência dos 
produtos e atividades.
Ainda, segundo estes autores, na cadeia lo-
gística padrão existente na maioria das empresas, 
as matérias-primas são movimentadas e utiliza-
das e os bens são produzidos em uma ou mais 
fábricas, transportados para armazéns como ar-
mazenamento intermediário, e depois transpor-
tados para os varejistas ou clientes. As estratégias 
utilizadas para obter uma cadeia logística eficaz 
consideram as interações e integrações entre os 
vários níveis da cadeia logística, de forma a redu-
zir o custo e melhorar o serviço prestado. A ca-
deia logística consiste nos fornecedores, centros 
de fabricação, armazéns e centros de distribuição 
(CDs), assim como matérias-primas, produtos no 
GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS3 
processo de fabricação e produtos finais que cir-
culam entre as fábricas.
A gestão da cadeia logística é melhor reali-
zada quando há medidas e atividades que consis-
tem numa série de aproximações utilizadas para 
integrar, eficazmente, fornecedores, fabricantes, 
intermediários (atacadistas e distribuidores) e lo-
jas, para que a mercadoria seja produzida e distri-
buída nas quantidades ideais, na localização certa 
e no tempo certo, com o objetivo de satisfazer o 
nível de serviço e o cliente com o menor custo 
possível. Para facilitar a sua compreensão, obser-
ve os elementos demonstrados na Figura 4.
Figura 4 – Exemplo de integração de uma cadeia lo-
gística.
Fonte: Banco de dados Free.
Cláudio Alves da Silva
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24
Conforme descrito anteriormente, a cadeia 
logística não é composta apenas de movimenta-
ção de produtos físicos entre empresas. Envolve, 
também, o acompanhamento do fluxo de infor-
mação destes produtos e informação de capitais 
entreas mesmas companhias. Portanto, a comu-
nicação e o seu controle é um fator-chave para a 
manutenção e gestão da cadeia logística, pois são 
essas medidas que permitem reduzir os custos e 
aumentar os lucros.
Saiba maisSaiba mais
Inbound: De entrada. 
•	No nosso exemplo, esta parte da cadeia faz referência: aos processos de suprimentos, contratação de fretes interna-
cionais, despacho aduaneiro, movimentação, recebimento (entrada), conferência, inspeção, liberação, formação de 
estoques, armazenagem, separação, expedição e seus respectivos fluxos de informações.
 In-house: Interno. 
•	Trata-se, aqui, de: atividades; processos de movimentação e transformação industrial realizados internamente na 
empresa; armazenagem; e os seus fluxos de informações.
Outbound: Saída para outro país.
•	Refere-se à distribuição dos produtos, representada pelos fluxos de movimentação e de informação, para o merca-
do nacional ou internacional, geralmente em função das vendas para o comércio internacional, comércio local ou 
cliente consumidor final.
Este processo é composto pelas atividades de: comércio exterior (despacho aduaneiro), negociação, separação de 
pedidos, conferência, embalagem, emissão de notas fiscais, faturamento, expedição, roteirização, carregamento dos 
produtos nos veículos, distribuição e logística reversa. Fonte: Bueno (2000).
Nos anos de 1960, a logística tinha princi-
palmente uma vertente operacional, isto é, era 
vista como sistema de atividades integradas. Este 
tópico é importante, porque, como podemos per-
ceber, não havia um foco estratégico.
Nos anos de 1970, passou a ser caracteriza-
da por ter uma área funcional e estratégica. Já nos 
anos de 1980, a logística passa a ser vista como 
serviço e começam a aparecer os sistemas logís-
ticos de informação, e, nos anos de 1990, surge a 
gestão da cadeia logística (CARVALHO, 2002). 
Atualmente, a função logística interage ba-
sicamente com quatro setores das empresas: ma-
rketing, finanças, controle da produção e gestão 
de recursos humanos, criando assim uma rede 
logística. No entanto, conforme Carvalho e Dias 
(2004), em pleno século XXI, o conhecimento, ex-
ploração e aplicação empresarial da logística ain-
da estão longe dos tempos da logística aplicada 
em estratégias de guerra. 
3.1 Evolução da Gestão da Cadeia Logística
Diante desse contexto, fica claro que há 
muito o que implantar e melhorar nas atividades 
logísticas, tanto em nível estrutural quanto de 
gestão.
Participantes da Cadeia Logística
Há um ditado que diz que: “ninguém é uma 
ilha”, ou seja, ninguém vive ou trabalha isolada-
mente. Em uma cadeia logística não é diferente; 
e esta é composta por grupos básicos de partici-
pantes, tais como clientes e fornecedores, crian-
do assim uma cadeia logística simples. Por outro 
lado, existem cadeias logísticas prolongadas que 
são compostas por um número bem maior de 
fornecedores e de clientes. Porém há aquelas que 
fornecem serviços em logística, segurança, finan-
ças, marketing e informações. 
Esta parte demonstra a possível existência 
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de atividades e processos realizados por empre-
sas contratadas, sendo estas chamadas de tercei-
rizadas ou quarteirizadas.
Para Chopra e Meindl (2003), existem em-
presas na cadeia logística que desempenham 
funções diferentes. Há as empresas:
ƒƒ Que são produtoras;
ƒƒ Outras atuam como distribuidoras ou 
revendedoras;
ƒƒ No entanto, outras empresas ou pes-
soas físicas são clientes (consumidores 
finais de um determinado produto). 
Apoiando e trabalhando com essas empre-
sas, existem outras que lhes proporcionam os ser-
viços, mão de obra e materiais necessários.
Produtores
Ainda conforme os autores citados ante-
riormente, os fabricantes de produtos podem ser 
empresas que produzem matérias-primas e em-
presas que fabricam produtos finais. 
Os produtores de matérias-primas são em-
presas e organizações (Governo) que exploram as 
reservas naturais em busca de minerais, brocam 
(furam o solo) por petróleo ou gás, ou serram ár-
vores. Incluem, também, organizações de agricul-
tura, criação de animais ou pesca. Diante disso, 
estas empresas que são fabricantes de produtos 
finais usam tais matérias-primas ou subconjuntos 
dos outros produtores para criarem os seus pró-
prios produtos. 
Distribuidores
Os distribuidores são conhecidos como re-
vendedores ou atacadistas. Compram em grande 
volume, fazem estoques, para atender aos produ-
tores, que precisam para atender e entregar aos 
clientes, ou seja, vendem os produtos em quanti-
dades superiores. Diferentemente de um varejis-
ta. 
De acordo com Chopra e Meindl (2003), os 
distribuidores “protegem” os produtores das flu-
tuações da procura de um produto com o arma-
zenamento de diversos produtos. 
Por isso que a administração dos estoques 
e dos armazéns é de grande importância para 
atender não somente às flutuações das deman-
das, mas também os períodos sazonais. Para 
atender ao cliente, o distribuidor entrega o pro-
duto onde e quando ele deseja. Particularmente, 
o distribuidor é uma empresa que controla os es-
toques de produtos, que compra de produtores e 
depois vende para os consumidores. Este tipo de 
empresa na cadeia de suprimentos possui várias 
funções e responsabilidades, como promoção e 
vendas do produto, administração de estoques, 
operações de armazenamento, transporte do 
produto, suporte ao cliente e serviço pós-venda 
(em alguns casos instalações, manutenção ou 
troca de tais produtos ou mercadorias). Em uma 
Cadeia de Suprimentos, um distribuidor ou ataca-
dista pode ainda ser uma empresa, cooperativa, 
ou outro tipo de organização intermediária entre 
o fabricante e o cliente, desempenhando princi-
palmente as funções de promoção e venda do 
produto, sem nunca tomar posse dele, ou seja, 
tais produtos são consignados e serão faturados 
somente após a venda destes. O distribuidor é o 
agente que, continuamente, segue as necessida-
des do cliente e as combina com os produtos dis-
poníveis, tanto em um caso quanto no outro.
Varejistas
Os varejistas são empresas que controlam 
de perto as preferências e a procura dos clientes. 
Como exemplo, podemos citar os supermerca-
dos, bares restaurantes e lojas de departamentos. 
Elas armazenam os estoques e vendem em quan-
tidades pequenas ao público em geral. Utilizam 
uma combinação de preços, seleção do produ-
to, serviço e conveniência para atrair os clientes. 
Existem lojas que oferecem uma linha única de 
produtos e altos níveis de serviço, por outro lado, 
existem outras como franquias de restaurantes 
(fast-food) que utilizam a conveniência e preços 
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baixos como principal atrativo, ou seja, cada qual 
com a sua estratégia de vendas e marketing.
Clientes
No contexto de uma Cadeia de Suprimen-
tos, os clientes ou consumidores são empresas ou 
organizações que compram ou usam um deter-
minado produto, ou seja, são pessoas jurídicas. 
Diante disso um consumidor pode comprar um 
produto com o objetivo de incorporar em outro, 
vendendo posteriormente a outro cliente. Como 
é comum em muitas situações, o cliente pode ser 
o utilizador e consumidor final do produto.
Fornecedores de Serviços
Conforme falamos anteriormente, os forne-
cedores de serviços são empresas ou organiza-
ções que fornecem produtos, matérias-primas e 
serviços aos produtores, distribuidores, atacadis-
tas, varejistas e clientes.
Como há diversos ramos e setores empre-
sariais, eles desenvolveram todo um conjunto de 
habilidades, por se concentrarem numa atividade 
particular da cadeia logística, e por isso desempe-
nham e realizam os serviços de uma forma mais 
eficiente e barata do que os próprios produtores, 
distribuidores,varejistas ou consumidores pode-
riam fazer por si próprios. 
No contexto de uma Cadeia de Suprimen-
tos, os fornecedores de serviços oferecem e reali-
zam diferentes tipos de prestações, como: serviço 
de transporte e armazenagem; em alguns casos, 
empréstimos e análise de crédito; pesquisa de 
mercado e consultoria; projetos do produto, ser-
viços de engenharia; serviços legais e conselhos 
de gestão; e, como estamos na era da informação, 
é comum os serviços de informações tecnológi-
cas e processamento de dados.
Tais fornecedores estão integrados nas ope-
rações dos produtores, distribuidores, atacadis-
tas, varejistas e consumidores da cadeia logística. 
Com o passar do tempo, as necessidades da ca-
deia logística permanecem, no conjunto, razoa-
velmente estável. Mudando desta forma os par-
ticipantes na cadeia logística, assim como os seus 
papéis e responsabilidades.
Para estes autores, em algumas cadeias lo-
gísticas existem poucos fornecedores de serviços 
porque os outros participantes desempenham 
estes serviços. 
Noutras cadeias logísticas, os fornecedores 
de serviços especializados evoluíram, e por isso 
os outros participantes recorrem à sua prestação 
de serviços em vez de realizarem a tarefa por si.
Diante de tal realidade, as empresas que 
não possuem pessoas devidamente habilitadas 
e treinadas, recursos ou estruturas, fazem uso de 
tais préstimos e serviços.
DicionárioDicionário
Fast-food: em inglês, significa comida feita de uma 
forma rápida. Como exemplo podemos citar os 
lanches e as esfirras.
3.2 Integração da Logística na Cadeia de Suprimentos
Parceria e integração são consideradas as 
principais necessidades existentes no contexto 
das empresas que tenham a necessidade de atuar 
estrategicamente e conjuntamente numa cadeia 
de suprimentos. Diante disso, se cada empresa 
que faz parte de uma cadeia de suprimentos se 
atentar e ter uma visão administrativa apenas 
para as suas operações, corre grandes riscos de 
uma forma desnecessária, podendo interromper 
o fluxo de materiais e aumentar os custos. 
Uma integração externa à organização re-
move esse risco e melhora no conjunto a cadeia 
de suprimentos. 
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Conforme Christopher (apud WATERS, 
2003), essa integração consiste na relação entre 
os parceiros da cadeia logística, pois estes deter-
minam as melhores oportunidades de redução 
dos custos e/ou realce do valor. 
Ainda segundo este autor, em uma integra-
ção existem três níveis de integração:
ƒƒ O primeiro nível tem a logística como 
atividades separadas dentro de uma or-
ganização;
ƒƒ O segundo consiste em juntar as ativi-
dades como uma única função, através 
da integração interna;
ƒƒ Este dois tópicos demonstram o foco 
interno, de uma forma separada ou in-
tegrada;
ƒƒ A terceira consta na integração externa, 
onde as organizações olham além das 
suas operações e integram mais a ca-
deia logística.
As organizações com a mesma cadeia logís-
tica devem cooperar entre si, com o objetivo de 
satisfazer o cliente final. Estas não devem compe-
tir entre si, mas sim com as outras organizações 
que têm uma cadeia logística diferente, ou seja, 
as empresas concorrem não mais entre si isolada-
mente, mas de uma forma conjunta entre cadeias. 
Como exemplo, podemos citar as montadoras de 
veículos, bem como as grandes redes de super-
mercados.
Integração
Hoje, a integração, além de ajudar na me-
lhoria de processos, contribui para a estratégia da 
empresa. As empresas estão se adaptando e bus-
cando, além da integração funcional, a integração 
de processos.
Conforme Waters (2003), em uma integra-
ção, temos os seguintes benefícios:
ƒƒ Cooperação: nesse caso entre os forne-
cedores, as unidades produtoras, ata-
cadistas, varejistas e clientes, ou seja, 
entre todos os participantes da cadeia 
logística, compartilhando informação e 
recursos para a realização de projetos e 
para atender às demandas; 
ƒƒ Redução de Custos: com a integração 
funcional e de processos, todas as ati-
vidades são realizadas de uma forma 
equilibrada, contribuindo para evitar 
excessos ou a falta de recursos e de ma-
téria-prima; 
ƒƒ Melhoria no desempenho devido a pre-
visões mais exatas;
ƒƒ Com a integração, as previsões estarão 
mais próximas da realidade; 
ƒƒ Melhoria no fluxo de produtos, com 
movimentos mais rápidos e de con-
fiança: nesta parte, o benefício está na 
redução do tempo e na confiabilidade 
atrelada a estes;
ƒƒ Aumento no nível de serviço ao cliente: 
com lead-times de processos reduzidos 
e respostas mais rápidas;
ƒƒ Flexibilidade e rapidez de reação às 
condições de mudança ou sazonalida-
de: este benefício contribui para au-
mentar a competitividade;
ƒƒ Procedimentos padronizados e pré-de-
finidos;
ƒƒ Qualidade.
Tais benefícios contribuem para o aumento 
da credibilidade dos serviços e processos, bem 
como para a diminuição de custos não só de uma 
unidade ou empresa de forma isolada, mas sim 
entre todos os participantes que fazem parte de 
uma determinada cadeia de suprimentos.
Cláudio Alves da Silva
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Segundo Michael Porter (1989), a competi-
tividade é a variável mais importante em termos 
de desenvolvimento das empresas.
Ela é vista e percebida pelos clientes, caben-
do à empresa preservá-la o máximo possível, ou, 
quando for o caso e a situação vier a exigir, criar 
uma nova.
Neste cenário, os clientes, os produtos subs-
titutos e finalmente a rivalidade entre as empre-
sas concorrentes são fatores que condicionam a 
indústria a longo prazo e que afetam custos, pre-
ços e os investimentos. Ainda, conforme as suas 
considerações, há três formas estratégicas com-
petitivas através das quais uma empresa pode 
obter vantagem competitiva: 
ƒƒ a liderança de custos; 
ƒƒ apenas pelos custos; 
ƒƒ ou ambas.
Ele salienta que o pior erro que se pode co-
meter é tentar utilizar todas as estratégias simul-
taneamente, tendo desta forma a grande proba-
bilidade de fracasso.
3.3 Competitividade
AtençãoAtenção
A gestão da cadeia logística é a integração dos 
processos do negócio do consumidor através dos 
fornecedores de produtos, serviços e informação, 
com o objetivo de acrescentar valor para o clien-
te. Sendo assim o cliente é a razão da existência 
dos produtos e atividades (LAMBERT, 1998).
Prezado(a) aluno(a), neste capítulo estudamos que:
ƒƒ Conforme Lambert, Stock e Ellram (1998), a gestão da cadeia logística é a integração dos pro-
cessos do negócio do consumidor através dos fornecedores de produtos, serviços e informa-
ção, com o objetivo de acrescentar valor para o cliente. Sendo assim, o cliente é a razão da 
existência dos produtos e atividades;
ƒƒ A gestão da cadeia logística é melhor realizada quando há medidas e atividades que consistem 
numa série de aproximações utilizadas para integrar, eficazmente, fornecedores, fabricantes, 
intermediários (atacadistas e distribuidores) e lojas, para que a mercadoria seja produzida e 
distribuída nas quantidades ideais, na localização certa e no tempo certo, com o objetivo de 
satisfazer o nível de serviço e o cliente com o menor custo possível;
ƒƒ Nos anos de 1960, a logística tinha principalmente uma vertente operacional, isto é, era vista 
como sistema de atividades integradas. Nos anos de 1970, a logística passou a ser caracteriza-
da por ter uma área funcional e estratégica. Já nos anos de 1980, a logística passa a ser vista 
como serviço e começam a aparecer os sistemas logísticos de informação, e, nos anos de 1990, 
surge a gestão da cadeia logística (CARVALHO, 2002);
3.4 Resumo do Capítulo
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ƒƒ Atualmente, a função logística interage basicamente com quatro setores

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