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CINÉTICA QUÍMICA (resumo) Prof. Alexander Benac Parte: 1 A Cinética Química estuda a velocidade das reações e os fatores que a influenciam. Assim como a possibilidade de controlar essa velocidade, tornando-as mais rápidas ou mais lentas. Imagine o dia que se possa degradar o lixo em algumas horas ou fazer com que um alimento demore anos para se deteriorar, essas são algumas das coisas que todo cientista almeja. A) OBJETIVOS GERAIS Saber a velocidade média de uma reação ou a velocidade em determinado instante; as influências na velocidade e como alterá-las convenientemente ou aumentar o seu rendimento. B) CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA OCORRER A REAÇÃO Uma reação química nada mais é que um rearranjo de átomos provocado pelas colisões entre as partículas dos reagentes. As condições são: 1) Os reagentes ou seus íons devem entrar em contato (colidirem entre si) e de forma favorável; 2) Deve haver afinidade química entre os reagentes e que a reação seja energeticamente favorável. C) FATORES QUE INFLUÊNCIAM NA VELOCIDADE • NATUREZA DOS REAGENTES Quanto maior o número e quanto mais fortes forem às ligações a serem rompidas, mais lenta será a reação e vice-versa. Ex: Reações orgânicas (que envolvem quebra de ligações covalentes) são mais demoradas do que as reações iônicas (que envolvem colisões entre seus íons). • ESTADO FÍSICO Quanto maior a agitação das moléculas dos reagentes maior a possibilidade de colisões favoráveis, com isso maior será a velocidade da reação e vice-versa Um gás é mais inflamável do que seu líquido. • SUPERFÍCIE DE CONTATO Quanto maior a superfície de contato dos reagentes, maior a velocidade da reação e vice-versa. Ex: Substâncias efervescentes reagem mais rápido com a água quando em pó do que quando em comprimidos. • CONCENTRAÇÃO DOS REAGENTES Quanto maior a quantidade de reagentes, por unidade de volume, maior a probabilidade de colisão e consequentemente maior a velocidade da reação e vice-versa. Ex: Abanando um carvão queimando, aumentamos a quantidade de oxigênio e ele queima mais depressa. • TEMPERATURA Algumas reações precisam absorver calor para reagirem (endotérmicas) e outras liberar calor para reagirem (exotérmicas), nestes casos o aumento ou a queda da temperatura ambiente reacional, afetará aumentando ou diminuindo a velocidade da reação. O aumento da temperatura favorece o sentido endotérmico e a diminuição o sentido exotérmico. Ex: O Cozimento de um alimento, conservação de alimento • PRESSÃO Somente para reações gasosas. Quanto maior a pressão, menor o volume, maior a probabilidade de colisões e com isso maior a velocidade da reação. O aumento da pressão favorece o sentido de produção do menor número de mols e vice-versa • LUZ E ELETRICIDADE Algumas reações dependem de radiações luminosas ou da passagem de corrente elétrica, logo o valor incidente influenciará na velocidade. Ex: A fotossíntese e a síntese da água a partir de gás hidrogênio e gás oxigênio. CINÉTICA QUÍMICA (resumo) Prof. Alexander Benac Parte: 2 • ENERGIA DE ATIVAÇÃO (Ea) Energia mínima necessária para que os reagentes possam se transformar em produtos. É o obstáculo que precisa ser transposto para que a reação ocorra. Quanto menor a Ea necessária maior a velocidade e vice-versa. Complexo ativado é o estado intermediário entre reagente e produto. Ex: É preciso acender o pavio de uma vela para que ela comece a queimar e com isso se manter acesa até que os reagentes acabem. • CATALISADOR E INIBIDORES Substâncias que aumentam ou diminuem a energia de ativação necessária a uma reação, e com isso diminuem ou aumentam a velocidade de uma reação. Eles não sofrem alterações permanentes e ao final da reação são recuperados. Juntamente com um catalisador um ativador provoca um aumento ainda maior da velocidade e uma substância chamada de veneno diminui a ação do catalisador diminuindo a velocidade da reação. D) VELOCIDADE MÉDIA DE CONSUMO OU DE PRODUÇÃO DE UMA SUBSTÂNCIA É a razão entre a quantidade consumida ou produzida de uma substância e o intervalo de temo, ∆t, em que isso ocorreu. Vm = ∆ da quantidade do reagente ou produto ∆ do tempo em que ocorreu E) VELOCIDADE MÉDIA DA REAÇÃO É o módulo da velocidade de consumo de um dos reagentes, ou da velocidade de formação de um dos produtos, dividido pelo seu respectivo coeficiente numérico da reação devidamente balanceada. 1 N2(g) + 3 H2(g) → 2 NH3(g) Vm reação = VN2 1 VH2 3 VNH3 2 = = F) LEI DA AÇÃO DAS MASSAS OU LEI DE GULDBERG-WAAGE . “Em um meio homogêneo, a velocidade de uma reação é proporcional ao produto das massas ativas dos reagentes, que são suas concentrações em mol/L elevadas a expoentes que são os coeficientes na equação ajustada.” Dada a reação: a A + b B + c C → d D + e E + f F Expressão da velocidade: OBSERVAÇÕES: 1) Quando os reagentes se encontram no estado gasoso, a equação da lei da ação das massas pode ser escrita em termos das pressões parciais dos reagentes. Isto pode ser feito porque a pressão parcial é proporcional à concentração molar. Exemplo: 1 N2(g) + 3 H2(g) → 2 NH3(g) 2) Quando um dos reagentes se encontra no estado sólido, a sua concentração não aparece na equação da lei das massas, isto porque as colisões intermoleculares se dão na superfície do sólido, de modo que a velocidade da reação depende da superfície de contato e não da concentração. Exemplo: 3) Esta lei apresenta limitações e só é diretamente aplicável às reações elementares. Reação elementar é aquela que ocorre em uma única etapa. CINÉTICA QUÍMICA (resumo) Prof. Alexander Benac Parte: 3 4) Os expoentes m e n são chamados de ordem de reação. V = K . [A]m . [B]n m = ordem de reação em relação a A n = ordem de reação em relação a B m + n = ordem global da reação G) REAÇÕES NÃO ELEMENTARES Quando uma reação não é elementar para estabelecer a expressão real da velocidade, devemos dispor do mecanismo da reação ou do acompanhamento experimental dela. Seja a reação não elementar: 2 HBr + NO2 → H2O + NO + Br2 Mecanismo da reação: HBr + NO2 → HBrO + NO (etapa lenta) HBr + HBrO → H2O + Br2 (etapa rápida) (A equação global é a soma, membro a membro, das várias etapas do mecanismo). Quando a reação não é elementar, a velocidade do processo deve ser aferida na ETAPA LENTA do mecanismo. Assim: • Equação global → V = K · [HBr]2 · [NO2]1 → molecularidade:2 + 1 = 3 • Etapa lenta → V = K · [HBr]1 · [NO2]1 → ordem: 1 + 1 = 2. H) DETERMINAÇÃO DA EXPRESSÃO DA VELOCIDADE EXPERIMENTALMENTE Exemplo: 2 A + 3 B → X • Na experiência I, colocamos 1 mol de A e 1 mol de B e medimos a velocidade, encontrando 0,12 mol·L–1·s–1; • Na experiência II, mantivemos a concentração de B e reduzimos a concentração de A à metade. Encontramos a velocidade 0,06; • Na experiência III, mantivemos a concentração de A (em relação à experiência inicial) e reduzimos a concentração de B à metade, encontrando a velocidade 0,03; • Na experiência IV, reduzimos ambas à metade encontrando a velocidade 0,015. A análise matemática desses números permite-nos encontrar os expoentes A e B na expressão real da velocidade (ordem da reação). 2 A + 3 B → X Expressão teórica: V= K [A]2 [B]3 molecularidade: 2 + 3 = 5 Expressão real: V= K [A]1 [B]2 ordem: 1 + 2 = 3
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