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Recursos em espécie. APELAÇÃO Artigo 1.009 e ss Conceito: É o recurso que cabe contra qualquer tipo de sentença: - a que julga o processo de conhecimento (sentença condenatória, constitutiva ou declaratória) - a que extingue as execuções; - as definitivas, em que há resolução de mérito; - as extintivas, sem resolução do mérito. Exceções: - na Lei de Execução Fiscal, contra a sentença que julga os embargos de pequeno valor, o recurso cabível é o de Embargos Infringentes; - da sentença que decreta a falência, cabe Agravo de Instrumento, e não Apelação. A regra é que as decisões interlocutórias sejam atacadas pelo recurso de Agravo de Instrumento, no prazo de 15 dias, estas estão previstas no rol do artigo 1.015, CPC (estas estão sujeitas à preclusão) Mas e as decisões que não constam deste rol? As decisões interlocutórias que não constam do rol do artigo 1.015, CPC só podem ser atacadas por meio de preliminar em contestação ou em contrarrazões (estas não estão sujeitas à preclusão) Não é possível Apelar apenas para impugnar as decisões interlocutórias proferidas no curso do processo. O Tribunal, ao receber a Apelação, antes de julgar o mérito da apelação, reexaminará as decisões interlocutórias impugnadas: - se mantiver a decisão interlocutória, examinará as razões da apelação; - se reformar a decisão interlocutória, o processo retroagirá à fase em que foi proferida a decisão agravada, prejudicando todos os atos posteriores, inclusive a sentença e a apelação. Requisitos de admissibilidade do Recurso de Apelação: o conhecimento está condicionado ao preenchimento dos requisitos gerais de admissibilidade. a) prazo: 15 dias b) preparo: 4% sobre o valor da causa ou sobre o valor da condenação quando a sentença for líquida. Valor mínimo 5 UFESP’s = R$117,75 e valor máximo 3.000 UFESP’s = R$ 70.650,00 (1 UFESP = R$ 23,55). O documento de arrecadação é o DARE, código 230-6 c) observar as exigências do artigo 1.010: interposição ao juízo a quo, por petição endereçada ao juiz da causa, acompanhado das respectivas razões dirigidas ao Tribunal, que é quem as examinará. Só será necessária a qualificação do terceiro prejudicado, se houver, pois as partes já estão qualificadas. d) apresentar a exposição do fato e do direito e as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade, com o pedido de nova decisão. Efeitos da Apelação: 1) devolutivo: como todos os recursos de nosso ordenamento, a apelação é dotados de efeito devolutivo, ou seja, a matéria cuja sentença se pronunciou é devolvida para análise do Tribunal; 2) suspensivo: a regra da Apelação é o efeito suspensivo, ou seja, a sentença não produz eficácia enquanto o recurso não for analisado, não cabendo sequer a execução provisória. Exceções: § 1º do artigo 1.012, CPC Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. § 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: (não tem efeito suspensivo) I - homologa divisão ou demarcação de terras; (art. 588 e ss. e 574 e ss., CPC) II - condena a pagar alimentos; (refere-se aos alimentos para a subsistência e cabe para a fixação e elevação do valor, mas não para a redução ou exoneração, e somente àqueles do direito de família, decorrentes do direito de família, do casamento, união estável ou parentesco) III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; (se julgados parcialmente procedentes com redução do valor da execução, esta segue pelo valor reduzido) IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; (regulamentada pela Lei 9.307/96) V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; (tutela provisória concedida e depois confirmada na sentença ou concedida na sentença não pode ser suspensa por razão da apelação, cabendo o efeito suspensivo para os demais pedidos) VI - decreta a interdição. (art. 747 e ss., CPC) 3) regressivo: só será dotada desse efeito nos casos de apelação interposta contra sentença de extinção sem resolução do mérito (art. 485, § 7§) ou improcedência liminar (art. 332, § 3º) 4) translativo: as matérias de ordem pública são reconhecidas de ofício pelo Tribunal, ainda que não suscitadas. 5) expansivo: em condições específicas Eficácia que ultrapassa os limites objetivos e subjetivos previamente estabelecidos pelo recorrente, nas seguintes condições: 1. Havendo litisconsórcio, o recurso interposto por um deles pode beneficiar aqueles que não recorreram: a) quando for litisconsórcio unitário; b) quando for litisconsórcio simples e as matérias alegadas pelo recorrente forem comuns aos demais. Litisconsórcio simples: é possível que os resultados sejam diferentes para os litisconsortes. Litisconsórcio unitário: é aquele em que a sentença forçosamente há de ser a mesma para todos os litisconsortes, sendo juridicamente impossível que venha a ser diferente, ou seja, os resultados devem ser os mesmos para os litisconsortes, não se podendo admitir, nem mesmo em abstrato, que possam ser diferentes. 2. Havendo pedidos interdependentes, com relação de prejudicialidade entre si, ou seja, não é possível modificar a decisão a respeito de um sem prejudicar o outro É permitido inovar na apelação? NÃO, em regra. Possível em duas situações: - art. 493, CPC “Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão.” - cabível na sentença e no recurso) - diante de matéria de ordem pública, analisada de ofício pelo juiz. Processamento da Apelação: 1) interposta perante o juízo a quo, no prazo de 15 dias da intimação da decisão, somente para processamento, não cabendo qualquer juízo de admissibilidade, ainda que se verifique o não preenchimento de algum dos requisitos de admissibilidade. 2) a parte contrária será intimada para apresentar contrarrazões ao recurso no prazo de 15 dias; 3) se nas contrarrazões o apelado postular, em preliminar, o reexame de decisão interlocutória proferida no curso do processo, o apelante será intimado a manifestar-se sobre ela, no prazo de 15 dias, em virtude do princípio do contraditório; 4) cumpridas as formalidades os autos serão remetidos ao Tribunal; 5) o Tribunal fará o exame dos requisitos de admissibilidade, recebendo ou não o recurso. 6) os autos são registrados, distribuídos e encaminhados ao Relator, que deve elaborar seu voto em 30 dias, evolvendo à Secretaria apontando os pontos controvertidos; 7) os autos são remetidos ao Revisor, que deve sugerir ao relator medidas ordinatórias do processo que tenham sido omitidas, confirmar, completar ou retificar o relatório, e proferir voto; 8) o processo é incluído na pauta de julgamento, e dele participarão três juízes, sendo que qualquer um poderá pedir, a qualquer tempo, vista dos autos se não estiver pronto a emitir seu voto (10 dias); 9) se o Relator tomar as providências do artigo 932, III, IV e V, CPC não será marcada data para julgamento (contrariar Súmulas - o Relator decide monocraticamente, não admitindo o recurso, negando-lhe provimento ou dando-lhe provimento) 10) da decisão monocrática do Relator cabe Agravo Interno, no prazo de 15 dias (art. 1.021, CPC); 11) o Tribunal pode determinar a realização ou renovação de ato processual, ou até a produção de provas,no próprio Tribunal ou em primeiro grau, intimando as partes, prosseguindo o julgamento após Julgamento do Recurso de Apelação 1) votam três juízes e o resultado é obtido por maioria; 2) são votadas primeiramente as questões referentes à admissibilidade do recurso, havendo mais de uma, cada uma será votada separadamente; 3) cada um dos fundamentos do recurso são votados separadamente; 4) são proferidos os votos e anunciado o resultado; 5) o acórdão é redigido pelo relator ou, se este for vencido, pelo juiz que proferiu o primeiro voto vencedor. 6) se o acórdão não unânime reformar a sentença, no mérito, caberá ainda um reexame desse acórdão por outros três juízes, dando a oportunidade de reforma do acórdão (art. 942, CPC) Apelação contra a Sentença que indeferiu a inicial 1) há extinção antes da citação do réu; 2) havendo recurso o juiz tem o prazo de 5 dias para retratar-se; - havendo retratação: o réu é citado para o prosseguimento normal do processo; - não havendo retratação: o réu é citado para apresentar contrarrazões, após é determinada a subida dos autos Apelação contra a Sentença de Improcedência de plano 1) o juiz julga totalmente improcedente o pedido do autor antes de citar o réu; 2) o autor interpõe recurso de apelação e o juiz tem o prazo de 5 dias para a retratação - havendo retratação: a sentença fica sem efeito e o réu é citado para o prosseguimento normal do processo; - não havendo retratação: o réu é citado para apresentar contrarrazões, após é determinada a subida dos autos APELAÇÃO Cabimento Processamento Circunstâncias especiais É o recurso que cabe contra sentença, proferida em qualquer tipo de processo, seja definitiva ou extintiva. Exceções: - Sentença que julga embargos à execução de pequeno valor, contra a qual cabem embargos infringentes; - Sentença que decreta a falência, contra a qual cabe agravo de instrumento. Permite que as partes postulem, como preliminar, ou nas contrarrazões, o reexame das decisões interlocutórias nas preclusas. A Apelação é apresentada perante o juízo a quo, que não fará prévio juízo de admissibilidade. O apelado será intimado para as contrarrazões, em quinze dias. No Tribunal, haverá um relator, que tomará as providências estabelecidas no artigo 932, CPC. - Há preparo. - Contra a sentença de indeferimento da inicial, cabe apelação que permite ao juiz exercer direito de retratação. Se ele mantiver a sentença, determinará a citação do réu para as contrarrazões e a remessa dos autos para à instância superior. - Nos demais casos de extinção sem resolução do mérito (art. 485), também haverá direito de retratação. - Contra a sentença de improcedência de plano (art. 332), a apelação permitirá a retratação do juiz, e, se a sentença for mantida, o réu será citado para apresentar contrarrazões. AGRAVO DE INSTRUMENTO Artigo 1.015 e ss Conceito: recurso cabível, em primeira instância, contra decisões interlocutórias que versem sobre as matérias enumeradas no art. 1.015, I a XIII e parágrafo único do CPC. (requisito de admissibilidade) Decisões interlocutórias: pronunciamentos de cunho decisório que não põem fim ao processo ou à fase cognitiva do processo de conhecimento. A maior parte das decisões interlocutórias não é recorrível em separado, por meio de Recurso de Agravo de Instrumento, e não sofrem os efeitos da preclusão, cabendo contra elas a impugnação em preliminar de contestação ou contrarrazões. Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: I - tutelas provisórias; II - mérito do processo; III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; VI - exibição ou posse de documento ou coisa; VII - exclusão de litisconsorte; VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o; XII - (VETADO); XIII - outros casos expressamente referidos em lei. Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário. Processamento e julgamento do Agravo de Instrumento 1) único recurso interposto diretamente perante o órgão ad quem, para apreciação imediata; 2) é formado um instrumento, com cópias daquilo que é importante, e algumas obrigatórias (art. 1.017, CPC), uma vez que o processo ainda tramita no órgão a quo 3) interposto por petição, no prazo de 15 dias; se uma das peças obrigatórias não existir, deve ser acrescentada declaração de inexistência feita pelo advogado do agravante. O Tribunal não conhecerá do Agravo se as peças juntadas não lhe permitirem compreendê- lo e julgá-lo 4) a petição de interposição deve obedecer ao artigo 1.016 5) o agravante deve apresentar a decisão que pretende ver reformada e as razões; 6) o preparo deve ser recolhido - 10 UFESP’s + taxa de porte de retorno = R$16,60 por volume (se físico), guia FEDT, código 110-4 7) se o processo for físico o agravante deve informar no prazo de 3 dias o juízo a quo da interposição, sob pena de não tê-lo conhecido, trata-se de possibilidade de retratação. 8) o Agravo é distribuído e escolhido um Relator que deverá tomar as providências do artigo 932, CPC, cabendo a decisão monocrática 9) se o Relator tomar as providências do artigo 932, III, IV e V, CPC não será marcada data para julgamento (contrariar Súmulas - o Relator decide monocraticamente, não admitindo o recurso, negando-lhe provimento ou dando-lhe provimento) 10) da decisão monocrática do Relator cabe Agravo Interno, no prazo de 15 dias (art. 1.021, CPC); 11) o Relator decide se defere ou não efeito suspensivo ao Agravo ou ainda efeito ativo (antecipação de tutela da pretensão recursal), contra esta decisão cabe agravo interno 12) o Relator determina a intimação do Agravado para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 dias 13) o Relator abre vista ao Ministério Público, nos casos necessários, para manifestação em 15 dias 14) o Relator pede dia para julgamento, no prazo máximo de um mês da intimação do agravado; 15) o julgamento é proferido por três juízes, por maioria de votos. Agravo de Instrumento contra decisão interlocutória de mérito Na hipótese do Artigo 1.015, II, ou seja, decisão interlocutória de mérito, proferida em julgamento antecipado parcial de mérito, não sendo unânime a decisão dos três julgadores, aplica-se a técnica prevista no artigo 942, caput e § 3º, são três os requisitos: 1) que a decisão interlocutória seja de mérito, proferida no julgamento antecipado parcial da lide; 2) que o resultado inicial não seja unânime; 3) que o resultado inicial reforme a decisão interlocutória. O juízo de retratação: enquanto não julgado o Agravo o juízo a quo poderá retratar-se da decisão interlocutória agravada, informando ao Tribunal. - se a retratação for total o Agravo será julgado prejudicado; - se a retratação for parcial o Agravo será julgado naquilo que remanescer; - havendo retratação, a parte contrária poderá interpor novo agravo, obedecendo as hipóteses do artigo 1.015, CPCAGRAVO DE INSTRUMENTO Cabimento Processamento Circunstâncias especiais A regra é que as decisões interlocutórias sejam irrecorríveis em separado, cabendo excepcionalmente Agravo de Instrumento, em primeira instância, contra as decisões interlocutórias que versem sobre as matérias enumeradas no art. 1.015, I a XIII e parágrafo único, CPC. Estas matérias estão sujeitas à preclusão. - As demais matérias não estão sujeitas à preclusão e podem ser suscitadas em preliminar de apelação ou nas contrarrazões. - Interposto por escrito, diretamente perante o órgão ad quem, no prazo de 15 dias, para apreciação imediata; - Petição inicial deve conter os requisitos do art. 1016 e deve indicar a decisão que pretende ver reformada e as razões - Há preparo - O processo permanece em curso no órgão a quo, por isso é necessário instruir o recurso com cópias de peças dos autos, para a compreensão do Tribunal. Há peças obrigatórias (art. 1.017, I e II) e outras que considerar necessário (art. 1.017, III); - Se o processo não for eletrônico, o agravante deve comunicar o juízo a quo a interposição de A.I. em 3 dias, o que permite o juízo de retratação. AGRAVO INTERNO Artigo 1.021, CPC Conceito: recurso cabível contra as decisões monocráticas do Relator (funções do relator, art. 932, CPC) Prazo: 15 dias, cabendo o mesmo prazo ao agravado Juízo de retratação: o Relator pode retratar-se - havendo retratação: prosseguimento normal do recurso, com o julgamento pelo Tribunal - não havendo retratação: o recurso será examinado pela mesma turma julgadora que julgaria o recurso no qual foi proferida a decisão monocrática do relator, não podendo limitar-se a reprodução dos fundamentos da decisão agravada. Multa por recurso manifestamente inadmissível ou julgado improcedente em votação unânime: pode o Tribunal condenar o agravante em multa de 1% a 5% do valor corrigido da causa, revertida em favor do agravado. AGRAVO INTERNO Cabimento Processamento Circunstâncias especiais Cabível contra as decisões monocráticas do relator, previstas no art. 932, CPC - Deve ser interposto no prazo de 15 dias e o agravado tem o mesmo prazo para manifestar- se sobre o Agravo. - O Relator pode exercer juízo de retratação - Se for considerado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o tribunal condenará o agravante ao pagamento de multa, que pode variar de 1% a 5% do valor corrigido da causa, que se reverterá em favor do agravado. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Artigo 1.022 e ss CPC Conceito: recurso que tem por finalidade aclarar ou integrar qualquer tipo de decisão judicial (interlocutórias, sentenças ou acórdãos, proferidos em qualquer grau de jurisdição) que padeça dos vícios de omissão, obscuridade ou contradição, servindo ainda para corrigir eventuais erros materiais. Art. 494, I, CPC - situações em que o juiz pode alterar a sentença sem a necessidade dos Embargos: Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; II - por meio de embargos de declaração. Obscuridade: falta de clareza do ato. As decisões devem ser claras permitindo a compreensão da decisão e de seus fundamentos. Contradição: é a falta de coerência da decisão. Pode haver incompatibilidade entre duas ou mais partes do dispositivo, duas ou mais partes da fundamentação, entre o dispositivo e a fundamentação. Expressão de ideias incompatíveis entre si Omissão: presente quando o juiz não se manifesta sobre um ponte que exige sua manifestação, como a tese fundamental do autor ou do réu Erro material: erros de cálculo, erros de expressão, intempestividade declarada sem observar que havia um feriado forense. Requisitos de Admissibilidade: 1) Prazo de 5 dias da intimação da decisão 2) Não há preparo 3) sua apresentação interrompe o prazo para apresentação de outros recursos Processamento dos Embargos 1) apresentados por petição perante o juizo ou tribunal que prolatou a decisão 2) cabem no Juizado Especial (art. 49, Lei 9.099/95) 3) o embargante deve fundamentar indicando o vício presente 4) o julgador fará juízo de admissibilidade, podendo conhece-lo ou não 5) não sanado o vício novos Embargos podem ser apresentados (art. 1.026, CPC) 6) o embargado será intimado para contrarrazões se o teor dos embargos for tal que possa modificar aquilo que foi decidido 7) Prazo de 5 dias para julgamento 8) os Embargos de Declaração podem ser opostos para fins de prequestionamento, repercutindo sobre o processamento do Recurso Especial e Extraordinário (Súmula 98 do STJ) SÚMULA 98 - Embargos de Declaração manifestados com notório propósito de prequestionamento não têm caráter protelatório. - os elementos neles suscitados serão considerados incluídos no acórdão, mesmo que os embargos não sejam admitidos, desde que o tribunal superior considere existente erro, omissão, contradição ou obscuridade. SÚMULA 211- Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo. Efeitos dos Embargos de Declaração 1) devolutivo: devolve o conhecimento da matéria impugnada ao tribunal 2) não são dotados de efeito suspensivo, em regra, mas podem ser concedidos diante de circunstâncias especiais Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso. § 1o A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação. 3) translativo: matérias de ordem pública podem ser conhecidas de ofício 4) modificativo: a modificação da decisão pode ser efeito natural do saneamento do vício EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Cabimento Processamento Circunstâncias especiais Cabem contra sentença, acórdão ou decisão interlocutória que padeça dos vícios de omissão, contradição, obscuridade ou que contenha erro material. Sua finalidade é permitir ao juiz que os sane. Omissão: o juiz deixa de se pronunciar sobre ponto relevante para o desfecho do processo; Contradição: quando partes da decisão forem logicamente inconciliáveis; Obscuridade: quando não for possível compreender, no todo ou em parte, o conteúdo da decisão; erro material: quando contiver equívoco na descrição do conteúdo do processo ou erro de fato constatável de plano. RECURSO ORDINÁRIO Tem previsão no Código de Processo Civil, art. 1.027, dirigido ao STJ ou ao STF, e é o meio de impugnação de decisão judicial proferida nas causas elencadas no artigo, serve, em regra, para que o interessado possa obter o reexame das decisões que são de competência originária dos tribunais. - assemelha-se à Recurso de Apelação, nos casos de competência originária dos tribunais. Apesar de se dirigir aos Tribunais Superiores – característica dos recursos Especial e Extraordinário – essa espécie de Recurso comporta discussão sobre questões de fato e, por ter objeto mais próximo dos recursos comuns, recebeu a denominação de ordinário Cabimento perante o STF: são dirigidos ao STF os referentes a “habeas corpus, mandado de segurança, habeas data e mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores,se denegatória a decisão” e os “crimes políticos” (art. 102, II, CF) Cabimento perante o STJ: são dirigidos ao STJ os relacionados aos “habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória”; “os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória”; “as causas em que forem partes Estados estrangeiros ou organismo internacional, de um lado, e de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no pais” (art. 105, II, CF) Processamento: interposição no prazo de 15 dias, perante o Relator do acórdão recorrido. - a ele aplicam-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, as regras da apelação e os regimentos internos do STF e STJ; - apresentado o recurso o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 dias; - o recurso será remetido ao respectivo Tribunal Superior, independentemente de prévio juízo de admissibilidade. A interposição do Recurso Ordinário não exige prequestionamento Se subdivide em duas espécies: 1. Recurso Ordinário em sentido estrito: assemelha-se à Apelação 2. Recurso Ordinário – Agravo de Instrumento: cabível na hipótese do inciso II, b, do art. 1.027 Recurso Especial e Recurso Extraordinário Foram classificados como especiais (ou excepcionais) em oposição aos comuns, também chamados ordinários, porque enquanto nos recursos comuns basta a sucumbência para preencher os requisitos relativos ao interesse e à legitimidade, nos recursos especiais (RE e REsp), além destes requisitos, exige-se a ofensa ao direito positivo, constitucional ou infraconstitucional. Os recursos comuns, ou ordinários (apelação, agravo e embargos de declaração) são dirigidos aos Tribunais locais (TJs e TRFs) e permitem a discussão de questões de fato, além das de direito. Os recursos extraordinários são dirigidos aos Tribunais superiores, são submetidos a procedimento mais rigoroso e a devolutiva se restringe à matéria de direito, não admitindo a rediscussão de matéria fática. Artigo 102, CF Artigo 105, CF Requisitos comuns de admissibilidade: a) tempestividade: o prazo legal é de 15 dias para a interposição dos Recursos Especial e Extraordinário. Ambos podem ser interpostos também na forma adesiva. b) preparo: ambos exigem preparo e porte de remessa e retorno dos autos - Conforme disposto no art. 2º, da Resolução STJ/GP n. 1, de 18 de fevereiro de 2016, do Superior Tribunal de Justiça, o valor do preparo do Recurso Especial devido ao STJ é R$ 163,92 (cento e sessenta e três reais e noventa e dois centavos). - Conforme disposto no art. 1º, Tabela "A", inciso II, da Resolução n. 581, de 8 de junho de 2016, do Supremo Tribunal Federal, o valor do preparo do Recurso Extraordinário devido ao STF é R$ 181,34 (cento e oitenta e um reais e trinta e quatro centavos). Outros requisitos de admissibilidade a) que tenham se esgotado os recursos nas vias ordinárias: enquanto houver a possibilidade de interposição de um recurso ordinário, estes não serão admitidos (Súmula 281, STF e 207, STJ) b) que os recursos sejam interpostos contra decisão de única ou última instância: não é possível saltar/pular as instâncias ordinárias c) que não visem discutir matéria de fato: a fundamentação é vinculada, só cabem nas hipóteses das alíneas doas artigos 102, III e 105, III, da CF Não examina as provas dos fatos discutidos e sua aptidão para demonstrá-los, mas discute sobre a admissibilidade geral de um determinado tipo de prova, como no caso. Ex.: não discute se a interceptação telefônica usada em determinado processo foi suficiente para demonstrar os fatos alegados na inicial, mas, discute se a interceptação telefônica como meio de prova contraria a Constituição, ou seja, podem dirimir questões de aplicação ou interpretação da CF ou das leis federais a respeito das provas em geral, sua admissibilidade, disciplina e valoração d) causas decididas = prequestionamento: o cabimento está restrito às causas decididas. É preciso que a questão – constitucional ou federal – a ser discutida no recurso tenha sido ventilada nas instâncias ordinárias, isto é, suscitada e decidida anteriormente, isto chama-se PREQUESTIONAMENTO. - não há regulamento legal sobre o prequestionamento, mas sim jurisprudência do STF e STJ - a matéria precisa ter sido analisada, não basta que seja ventilada apenas no voto vencido, - se foi proposta mas as instâncias inferiores não a examinaram, cabem embargos de declaração postulando sanarem a omissão, como forma de tentativa de provocar o prequestionamento. Tais embargos não são considerados protelatórios Efeitos dos RE e REsp - Devolutivo: sim - Suspensivo: não, em regra, mas pode ser requerido e aceito se os fundamentos forem relevantes - Translativo: não, em virtude do prequestionamento necessário, inclusive em relação a matérias de ordem pública Especificidades do Recurso Especial Hipóteses de cabimento - artigos 105, III, alíneas “a”, “b” e “c” - Contrariar tratado ou lei federal ou negar-lhe vigência, no sentido de afrontar a lei federal, deixar de aplica-la nos casos em que isso deveria ocorrer, não dar à lei federal interpretação mais adequada - Julgar válido ato do governo local contestado em face de lei federal - Dar à lei federal interpretação divergente da que lhe haja dado outro tribunal, uma vez que uma das funções do REsp é uniformizar a interpretação da lei federal no País, é preciso demonstrar que a melhor interpretação é aquela dada pelo processo em que o REsp está sendo interposto Especificidades do Recurso Extraordinário - artigo 102, III, alíneas “a”, “b”, “c” e “d” - Contrariar dispositivo da CF, cabendo em caso de interpretação diferente de outro tribunal, no sentido de ter dado interpretação melhor. - Julgar válido ato do governo local contestado em face da CF Repercussão geral como requisito específico de admissibilidade do RE - A finalidade é reduzir o número de recursos extraordinários, limitando-os àquelas situações em que haja questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que transcendam os interesses individuais dos litigantes do processo. Art. 1.035 CPC Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo. § 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo. § 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal. § 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que: I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal; II – Revogado III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do § 4o O relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. § 5o Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos,que versem sobre a questão e tramitem no território nacional. § 6o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de origem, que exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o recurso extraordinário que tenha sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse requerimento. § 7º Da decisão que indeferir o requerimento referido no § 6º ou que aplicar entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos caberá agravo interno. § 8o Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem sobre matéria idêntica. § 9o O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus. § 10. Revogado § 11. A súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será publicada no diário oficial e valerá como acórdão. 323 e 325 do Regimento Interno do STF Art. 323. Quando não for caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão, o(a) Relator(a) ou o Presidente submeterá, por meio eletrônico, aos demais Ministros, cópia de sua manifestação sobre a existência, ou não, de repercussão geral. § 1º Nos processos em que o Presidente atuar como Relator, sendo reconhecida a existência de repercussão geral, seguir-se-á livre distribuição para o julgamento de mérito. § 2º Tal procedimento não terá lugar, quando o recurso versar questão cuja repercussão já houver sido reconhecida pelo Tribunal, ou quando impugnar decisão contrária a súmula ou a jurisprudência dominante, casos em que se presume a existência de repercussão geral. § 3º Mediante decisão irrecorrível, poderá o(a) Relator(a) admitir de ofício ou a requerimento, em prazo que fixar, a manifestação de terceiros, subscrita por pro-curador habilitado, sobre a questão da repercussão geral. [...] Art. 325. O(A) Relator(a) juntará cópia das manifestações aos autos, quando não se tratar de processo informatizado, e, uma vez definida a existência da repercussão geral, julgará o recurso ou pedirá dia para seu julgamento, após vista ao Procurador-Geral, se necessária; negada a existência, formalizará e subscreverá decisão de recusa do recurso. Parágrafo único. O teor da decisão preliminar sobre a existência da repercussão geral, que deve integrar a decisão monocrática ou o acórdão, constará sempre das publicações dos julgamentos no Diário Oficial, com menção clara à matéria do recurso. - o recorrente apresentará em preliminar formal e fundamentada de recurso extraordinário a repercussão geral, pois não o fazendo o recurso pode não ser recebido. O Relator se manifesta sobre a repercussão e submete a questão aos demais ministros, que devem se pronunciar em 20 dias (prazo comum, diante do meio eletrônico) - a Constituição estabelece que, para que o RE não seja admitido é necessário que, pelo menos, oito ministros reconheçam a inexistência da repercussão geral. - sendo reconhecida a repercussão geral, o Relator do RE determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitam no território nacional; - o recurso com repercussão geral reconhecida deverá ser julgado no prazo de um ano, após o julgamento os demais processos voltarão ao andamento normal; - negada a existência de repercussão geral, não será recebido o recurso, e o presidente ou vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem, que versem sobre matéria idêntica. (art. 1.035, § 8º, CPC) Da decisão cabe o Agravo previsto no artigo 1.042, III, CPC Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivo § 1º Revogado § 2º A petição de agravo será dirigida ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de origem e independe do pagamento de custas e despesas postais, aplicando-se a ela o regime de repercussão geral e de recursos repetitivos, inclusive quanto à possibilidade de sobrestamento e do juízo de retratação. § 3o O agravado será intimado, de imediato, para oferecer resposta no prazo de 15 (quinze) dias. § 4o Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo será remetido ao tribunal superior competente. § 5o O agravo poderá ser julgado, conforme o caso, conjuntamente com o recurso especial ou extraordinário, assegurada, neste caso, sustentação oral, observando- se, ainda, o disposto no regimento interno do tribunal respectivo. § 6o Na hipótese de interposição conjunta de recursos extraordinário e especial, o agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido. § 7o Havendo apenas um agravo, o recurso será remetido ao tribunal competente, e, havendo interposição conjunta, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça. § 8o Concluído o julgamento do agravo pelo Superior Tribunal de Justiça e, se for o caso, do recurso especial, independentemente de pedido, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do agravo a ele dirigido, salvo se estiver prejudicado. A questão dos recursos repetitivos Havendo um grande número de RE e REsp versando sobre o mesmo tema, com idênticos fundamentos, deve haver, também, uma forma excepcional de tratar o assunto. Ao invés de examiná-los individualmente, vencendo cada questionamento em separado, agora são examinados uma única vez, com repercussão sobre os demais recursos interpostos com o mesmo fundamento e com eficácia vinculante sobre os julgamentos posteriores. A vantagem observada é tanto do ponto de vista econômico quanto com relação à uniformidade dos julgados. - são selecionados dois ou mais recursos, os mais representativos da controvérsia, recursos que sejam admissíveis e onde a questão jurídica repetida seja abordada de maneira mais detalhada, para que o julgamento destes recursos seja afetado na forma do artigo 1.036 e possa servir de paradigma, repercutindo sobre o julgamento dos demais. Os demais recursos versando sobre a mesma questão ficarão suspensos no tribunal de origem. - a suspensão tratada acima atingirá não só os demais RE ou REsp que versem sobre a mesma questão jurídica, mas todos os processos, individuais ou coletivos, mesmo os ainda não sentenciados, que versem sobre a questão, em todo o território nacional. Afetação: decisão proferida pelo relator que, feita a seleção dos recursos paradigmas e preenchidos os demais requisitos do artigo 1.036, caput, CPC, identificará com precisão a questão jurídica a ser submetida a julgamento, determinando a suspensão de todos os processos que versem sobre a mesma questão, em todo o território nacional. - o Presidente ou o Vice-presidente informarão aos Tribunais e aos juízes para que promovam a suspensão dos processos que versem sobre a mesma questão jurídica até seu efetivo julgamento. - da decisão de suspensão a parte será intimada, podendo requerer o prosseguimento de seu processo, caso demonstre a distinção entre a questão jurídica objeto do julgamento repetitivo e a que se discute em seu processo. O requerimento será dirigido ao juiz ou ao relator, dependendo onde tramitar. - sobre o requerimento de prosseguimento a parte contrária será ouvida no prazo de cinco dias. - da decisão sobre o requerimento cabe Agravode Instrumento (processo em primeiro grau) ou Agravo Interno (da decisão do Relator) Julgamento O julgamento dos RE e REsp repetitivos têm grande repercussão, uma vez que versam sobre matéria que impacta grande parcela da sociedade, por isso envolve uma série de providências, por parte do Relator, que poderá solicitar dos Tribunais estaduais e federais, informações sobre a controvérsia. Poderá, ainda, ser admitida a manifestação de pessoas, órgão ou entidades com interesse na controvérsia, na condição de amicus curiae. - Poderá, também, marcar data para realização de audiência pública onde serão ouvidas pessoas com experiência e conhecimento na matéria, com a finalidade de instruir o procedimento. - poderá haver intervenção do Ministério Público, com vista pelo prazo de 15 dias - o julgamento dos recursos paradigmas preferirá a qualquer outro, exceto os que envolvam habeas corpus ou réu preso. Com o julgamento, ocorrerá o seguinte: 1) se o acórdão recorrido estiver em conformidade com a decisão do STF ou STJ: aos recursos suspensos na origem será negado seguimento; 2) se o acórdão recorrido não estiver em conformidade com a decisão do STF ou STJ: o tribunal de origem o reexaminará, podendo retratar-se, modificando-o, para ajustá-lo à nova orientação do STF ou STJ. - se mantido o acórdão divergente: o RE ou REsp contra ele interposto será remetido ao tribunal superior - se houver retratação, será negado seguimento ao recurso. 3) se tratar-se de recurso afetado: primeiro o tribunal superior apreciará a repercussão geral, e, se for negada sua existência serão considerados automaticamente inadmitidos todos os recursos extraordinários sobrestados 4) os processos e recursos (de natureza) ordinários ainda não julgados: retomarão o seu andamento, devendo ser aplicada a tese jurídica formulada no recurso afetado, sob pena de reclamação (artigo 988, IV, CPC) Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: [...] IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; 5) se os recursos versarem sobre questão relativa a prestação de serviço público, objeto de concessão, permissão ou autorização: o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou à agência reguladora competente para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes sujeitos a regulação, da tese adotada. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO - artigo 1.042, CPC - tem o objetivo de permitir o seguimento de recursos especiais ou extraordinários que tenham sido inadmitidos na origem. - o cabimento está afastado quando for negado seguimento fundamentado na aplicação de entendimento firmado no regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos. - o Agravo deve ser dirigido ao Presidente ou ao Vice-Presidente do Tribunal de origem, e será encartado nos próprios autos, independente de preparo. A parte agravada será intimada para apresentar resposta em 15 dias. Não havendo retratação, o agravo será remetido ao tribunal superior competente para julgamento. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO E RECURSO ESPECIAL – artigo 1.043 e 1.044, CPC Sua finalidade é evitar a divergência, de natureza material ou processual, no âmbito do STF ou STJ, uniformizando a jurisprudência. STF: 2 Turmas, compostas por 5 Ministros e o Plenário, com 11 Ministros STJ: 6 Turmas, com 5 Ministros cada. Cada Seção é composta por 2 Turmas e há o Órgão Especial, denominado Corte Especial, integrada pelos 15 Ministros mais antigos e presidida pelo Presidente do Tribunal - pode haver divergência de entendimento, no âmbito do STF, entre uma e outra Turma, ou entre uma Turma e o Plenário - pode haver divergência de entendimento, no âmbito do STJ, entre uma Turma e outra, ou entre Turma e Seção, ou entre Turma e o Órgão Especial. - é preciso que a divergência seja atual, não cabendo mais os embargos se a jurisprudência do Tribunal já se uniformizou em determinado sentido. Processamento: regulado pelos regimentos internos do STF e STJ. - prazo para interposição: 15 dias da publicação da decisão embargada - a petição de interposição deve vir acompanhada com a prova da divergência, sendo necessário que indique, de forma analítica, em que a divergência consiste. - o Relator pode não conhecer, negar ou dar provimento monocraticamente (art. 932, CPC), cabendo contra esta decisão Agravo Interno para o órgão colegiado. Julgamento no STF: será feito pelo Plenário. Julgamento no STJ: - se a divergência se der entre Turmas da mesma Seção: julgamento pela Seção - se a divergência se der entre Turmas de Seções diferentes, ou entre Turma ou Seção com a Corte Especial: julgamento pela Corte Especial SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – STF 2 Turmas, compostas por 5 Ministros e o Plenário, com 11 Ministros O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Poder Judiciário, e a ele compete, precipuamente, a guarda da Constituição, conforme definido no art. 102 da Constituição da República. É composto por 11 (onze) Ministros, todos brasileiros natos (art. 12, § 3º, inc. IV, da CF/1988), escolhidos dentre cidadãos com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 101 da CF/1988), e nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pela maioria absoluta do Senado Federal (art. 101, parágrafo único, da CF/1988). Entre suas principais atribuições está a de julgar a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual, a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, a arguição de descumprimento de preceito fundamental decorrente da própria Constituição e a extradição solicitada por Estado estrangeiro. Na área penal, destaca-se a competência para julgar, nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República, entre outros (art. 102, inc. I, a e b, da CF/1988). Em grau de recurso, sobressaem-se as atribuições de julgar, em recurso ordinário, o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão, e, em recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida contrariar dispositivo da Constituição. A partir da Emenda Constitucional 45/2004, foi introduzida a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal aprovar, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, súmula com efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal (art. 103-A da CF/1988). O Presidente do Supremo Tribunal Federal é também o Presidente do Conselho Nacional de Justiça (art. 103-B, inc. I, da CF/1988, com a redação dada pela EC 61/2009). O Plenário, as Turmas e o Presidente são os órgãos do Tribunal (art. 3º do RISTF/1980). O Presidente e o Vice-Presidente são eleitos pelo Plenário do Tribunal, dentre os Ministros, e têm mandato de dois anos. Cada uma das duas Turmas é constituída por cinco Ministros e presidida pelo mais antigo dentre seus membros, por um período de um ano, vedada a recondução, até que todos os seus integrantes hajam exercido a Presidência, observada a ordem decrescente de antiguidade (art. 4º, § 1º, do RISTF/1980).Composição Atual Ministra Cármen Lúcia - Presidente Ministro Dias Toffoli - Vice-Presidente Ministro Celso de Mello - Decano Ministro Marco Aurélio Ministro Gilmar Mendes Ministro Ricardo Lewandowski Ministro Luiz Fux Ministra Rosa Weber Ministro Roberto Barroso Ministro Edson Fachin Ministro Alexandre de Moraes Primeira Turma Segunda Turma Ministro Marco Aurélio – Presidente Ministro Gilmar Mendes - Presidente Ministro Luiz Fux Ministro Celso de Mello Ministra Rosa Weber Ministro Ricardo Lewandowski Ministro Luís Roberto Barroso Ministro Dias Toffoli Ministro Alexandre de Moraes Ministro Edson Fachin Ordem de antiguidade Ministro Nascimento (data e estado) Indicação Presidencial Idade na posse Data inicial (posse) Data limite (aposentadoria) Principais funções anteriores 1 José Celso de Mello Filho 1/11/1945 São Paulo José Sarney 43 17/08/1989 2020 Promotor e, posteriormente, procurador de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo (1970–1989) 2 Marco Aurélio Mendes de Farias Mello 12/07/1946 Rio de Janeiro Fernando Collor de Mello 43 13/06/1990 2021 Procurador do Trabalho (1975–1978), juiz do TRT-1ª Região (1978–1981), ministro do TST (1981–1990) 3 Gilmar Ferreira Mendes 30/12/1955 Mato Grosso Fernando Henrique Cardoso 46 20/06/2002 2030 Procurador da República (1985–1988), subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil (1996–2000), advogado-Geral da União (2000–2002) 4 Enrique Ricardo Lewandowski 11/05/1948 Rio de Janeiro Luiz Inácio Lula da Silva 57 1603/2006 2023 Advogado (1974–1990), juiz do Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo (1990– 1997), desembargador do TJ-SP (1997–2006) 5 Cármen Lúcia Antunes Rocha 19/04/1954 Minas Gerais Luiz Inácio Lula da Silva 52 2106/2006 2029 Procuradora do Estado de Minas Gerais (1983–2006) 6 José Antonio Dias Toffoli 15/11/1967 São Paulo Luiz Inácio Lula da Silva 41 23/10/2009 2042 Advogado (1991-2009), subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil (2003– 2005), advogado-Geral da União (2007–2009) 7 Luiz Fux 26/04/1953 Rio de Janeiro Dilma Rousseff 57 3/03/2011 2028 Promotor de justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (1979–1982), juiz de Direito do Estado do Rio de Janeiro (1983–1997), desembargador do TJ-RJ (1997–2001), ministro do STJ (2001–2011) 8 Rosa Maria Weber Candiota da Rosa 2/10/1948 no Rio Grande do Sul Dilma Rousseff 63 19/12/2011 2023 Juíza do Trabalho (1976–1991), juíza do TRT-4ª Região (1991–2006), ministra do TST (2006–2011) 9 Luís Roberto Barroso 11/03/1958 Rio de Janeiro Dilma Rousseff 55 26/06/2013 2033 Advogado (1981–2013), procurador do Estado do Rio de Janeiro (1985–2013) 10 Luiz Edson Fachin 8/02/1958 Rio Grande do Sul Dilma Rousseff 57 16/06/2015 2033 Advogado (1980-2015), procurador do Estado do Paraná (1990–2006) 11 Alexandre de Moraes 13/12/1968 São Paulo Michel Temer 48 22/03/2017 2043 Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo (1991-2002), secretário de Justiça de São Paulo (2002-2005), conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (2005-2007), secretário de Transportes do Município de São Paulo (2007-2010), advogado (2010-2014), secretário de Segurança Pública de São Paulo (2015-2016), ministro da Justiça (2016-2017) SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – STJ 6 Turmas, com 5 Ministros cada. Cada Seção é composta por 2 Turmas e há o Órgão Especial, denominado Corte Especial, integrada pelos 15 Ministros mais antigos e presidida pelo Presidente do Tribunal O STJ é composto por 33 ministros. Eles são escolhidos e nomeados pelo Presidente da República, a partir de lista tríplice formulada pelo próprio tribunal. O indicado passa ainda por sabatina do Senado Federal antes da nomeação. A Constituição prevê que os ministros tenham origem diversificada: um terço deve ser escolhido entre desembargadores federais, um terço entre desembargadores de justiça e, por fim, um terço entre advogados e membros do Ministério Público. Corregedorias Os ministros do STJ desempenham funções de correição em vários órgãos do Judiciário. No Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o ministro do STJ que compõe o Conselho atua como Corregedor Nacional de Justiça. No Conselho da Justiça Federal (CJF), um dos ministros do STJ é o Corregedor-Geral da Justiça Federal. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um dos ministros do STJ atua como Corregedor-Geral Eleitoral. Outros órgãos Dois dos ministros do TSE são ministros do STJ, escolhidos pelo próprio tribunal. No CJF, cinco ministros são membros do Conselho. Organização interna Os 33 ministros do STJ dividem-se internamente para julgar a maioria das matérias em órgãos especializados. Plenário O Plenário é composto por todos os ministros do STJ. Os magistrados convocados não participam de suas reuniões. O órgão possui competência administrativa: elege membros para os cargos diretivos e de representação, vota mudanças no regimento e elabora listas tríplices de indicados a compor o tribunal. Corte Especial A Corte Especial é composta pelos 15 ministros mais antigos do Tribunal e julga as ações penais contra governadores e outras autoridades. A Corte também é responsável por decidir recursos quando há interpretação divergente entre os órgãos especializados do Tribunal. Seções e Turmas As três seções do STJ são especializadas. Dentro de cada especialidade, elas julgam mandados de segurança, reclamações e conflitos de competência. Elas também são responsáveis pelo julgamento dos recursos repetitivos. Cada Seção reúne ministros de duas Turmas, também especializadas. As Seções são compostas por dez ministros e as Turmas por cinco ministros cada. Nas Turmas são julgados os recursos especiais sem caráter repetitivo, habeas corpus criminais, recursos em habeas corpus, recursos em mandado de segurança, entre outros tipos de processo. Matéria Exemplos Seção Turmas Direito público Impostos, previdência, servidores públicos, indenizações do Estado, improbidade Primeira Primeira e Segunda Direito privado Comércio, consumo, contratos, família, sucessões Segunda Terceira e Quarta Direito penal Crimes em geral, federalização de crimes contra direitos humanos Terceira Quinta e Sexta SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA COMPOSIÇÃO – 05/05/2017 PLENÁRIO CORTE ESPECIAL PRIMEIRA SEÇÃO Direito Público e Previdenciário SEGUNDA SEÇÃO Direito Privado TERCEIRA SEÇÃO Direito Penal CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL 1. Felix Fischer 17/ 12 /1996 2. Francisco Cândido de M. Falcão Neto 30/ 6 /1999 3. Fátima Nancy Andrighi 27/ 10 /1999 4. Laurita Hilário Vaz (Presidente) 26/ 6 /2001 5. João Otávio de Noronha 1 3/ 12 /2002 6. Humberto Eustáquio Soares Martins (Vice-Presidente) 14/ 6 /2006 7. Maria Thereza Rocha de Assis Moura 9/ 8 /2006 8. Antonio Herman de Vasconcellos e Benjamin 6/ 9 /2006 9. Napoleão Nunes Maia Filho 23/ 5 /2007 10. Jorge Mussi 12/ 12 /2007 11. GeraldoOg Nicéas Marques Fernandes 17/ 6 /2008 12. Luis Felipe Salomão 2 17/ 6 /2008 13. Mauro Luiz Campbell Marques 17/ 6 /2008 14. Benedito Gonçalves 17/ 9 /2008 15. Raul Araújo Filho 12/ 5 /2010 16. Paulo de Tarso Vieira Sanseverino 10/ 8 /2010 17. Maria Isabel Diniz Gallotti Rodrigues 10/ 8 /2010 18. Antonio Carlos Ferreira 13/ 6 /2011 19. Ricardo Villas Bôas Cueva 13/ 6 /2011 20. Sebastião Alves dos Reis Júnior 3 13/ 6 /2011 21. Marco Aurélio Gastaldi Buzzi 5/ 9 /2011 22. Marco Aurélio Bellizze Oliveira 5/ 9 /2011 23. Assusete Dumont Reis Magalhães 21/ 8 /2012 24. Sérgio Luíz Kukina 6/ 2 /2013 25. Paulo Dias de Moura Ribeiro 28/ 8 /2013 26. Regina Helena Costa 28/ 8 /2013 27. Rogerio Schietti Machado Cruz 28/ 8 /2013 28. Nefi Cordeiro 3/ 4 /2014 29. Luiz Alberto Gurgel de Faria 9/ 9 /2014 30. Reynaldo Soares da Fonseca 26/ 5 /2015 31. Marcelo Navarro Ribeiro Dantas 30/ 9 /2015 32. Antonio Saldanha Palheiro 6/ 4 /2016 33. Joel Ilan Paciornik 6/ 4 /2016 1 Corregedor Nacional de Justiça 2 Diretor da Revista 3 Ministro Ouvidor Art. 2º, § 1º, do RISTJ Presidência: 1º/9/2016 a 31/8/2018 1. Laurita Vaz 2. Humberto Martins 3. Felix Fischer 4. Francisco Falcão 5. Nancy Andrighi 6. João Otávio de Noronha 7. Maria Thereza de Assis Moura 8. Herman Benjamin 9. Napoleão Nunes Maia Filho 10. Jorge Mussi 11. Og Fernandes 12. Luis Felipe Salomão 13. Mauro Campbell Marques 14. Benedito Gonçalves 15. Raul Araújo Coord.: Vânia Maria Soares Rocha Art. 2º, § 2º, do RISTJ Sessões: 1 as e as quartas-feiras do mês 3 1. Francisco Falcão 2. Herman Benjamin* 3. Napoleão Nunes Maia Filho 4. Og Fernandes 5. Mauro Campbell Marques 6. Benedito Gonçalves 7. Assusete Magalhães 8. Sérgio Kukina 9. Regina Helena Costa 10. Gurgel de Faria *Presidência: 6/8/2015 a 5/8/2017 Coord.: Zilda Carolina de Souza 1. Nancy Andrighi 2. Luis Felipe Salomão 3. Raul Araújo* 4. Paulo de Tarso Sanseverino 5. Isabel Gallotti 6. Antonio Carlos Ferreira 7. Villas Bôas Cueva 8. Marco Buzzi 9. Marco Aurélio Bellizze 10. Moura Ribeiro *Presidência: 27/8/2015 a 26/8/2017 Coord.: Ana Elisa Kirjner 1. Felix Fischer 2. Maria Thereza de Assis Moura 3. Jorge Mussi 4. Sebastião Reis Júnior* 5. Rogerio Schietti Cruz 6. Nefi Cordeiro 7. Reynaldo Soares da Fonseca 8. Ribeiro Dantas 9. Antonio Saldanha Palheiro 10. Joel Ilan Paciornik *Presidência: 28/5/2015 a 27/5/2017 Coord.: Gilberto Ferreira Costa Laurita Vaz Humberto Martins Mauro Campbell Marques Corregedor-Geral Biênio: 2015/2017 Benedito Gonçalves Efetivo (2015/2017) Raul Araújo Efetivo (2016/2018) Paulo de Tarso Sanseverino Suplente (2015/2017) Isabel Gallotti Suplente (2015/2017) Antonio Carlos Ferreira Suplente (2016/2018) Art. 7º do RISTJ Art. 2º, §§ 3º e 6º, do RISTJ – Sessões: 2 as e 4 as quartas-feiras do mês PRIMEIRA TURMA TERCEIRA TURMA QUINTA TURMA 1. Napoleão Nunes Maia Filho Ingresso: 1º/7/2011 2. Benedito Gonçalves Ingresso: 18/9/2008 3. Sérgio Kukina Ingresso: 7/2/2013 4. Regina Helena Costa* Ingresso: 29/8/2014 5. Gurgel de Faria Ingresso: 1º/3/2016 *Presidência: 5/5/2017 a 4/5/2019 Coord.: Bárbara Camunã 1. Nancy Andrighi Ingresso: 25/8/2016 2. Paulo de Tarso Sanseverino Ingresso: 11/8/2010 3. Villas Bôas Cueva Ingresso: 14/6/2011 4. Marco Aurélio Bellize* Ingresso: 29/8/2014 5. Moura Ribeiro Ingresso: 29/8/2014 *Presidência: 25/8/2016 a 24/8/2018 Coord.: Maria Auxiliadora da Rocha 1. Felix Fischer* Ingresso: 2/9/2014 2. Jorge Mussi Ingresso: 2/10/2015 3. Reynaldo Soares da Fonseca Ingresso: 27/5/2015 4. Ribeiro Dantas Ingresso: 1º/10/2015 5. Joel Ilan Paciornik Ingresso: 7/4/2016 *Presidência: 27/5/2015 a 26/5/2017 Coord.: Marcelo Pereira Cruvinel ENFAM Maria Thereza de Assis Moura Diretora-Geral Biênio: 2016/2018 Napoleão Nunes Maia Filho Vice-Diretor Biênio: 2016/2018 Mauro Campbell Marques Diretor do CEJ/CJF Jorge Mussi Biênio: 2016/2018 Og Fernandes Biênio: 2016/2018 Art. 10 do RI/ENFAM CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO 1. Laurita Vaz 2. Humberto Martins 3. Felix Fischer 4. Francisco Falcão 5. Nancy Andrighi 6. João Otávio de Noronha 7. Maria Thereza de Assis Moura 8. Herman Benjamin 9. Napoleão Nunes Maia Filho 10. Jorge Mussi 11. Og Fernandes Art. 5º do RISTJ Diretora-Geral: Sulamita Avelino Cardoso Marques SEGUNDA TURMA QUARTA TURMA SEXTA TURMA 1. Francisco Falcão Ingresso: 2/9/2016 2. Herman Benjamin Ingresso: 6/9/2006 3. Og Fernandes Ingresso: 31/8/2016 4. Mauro Campbell Marques Ingresso: 17/6/2008 5. Assusete Magalhães* Ingresso: 19/2/2014 *Presidência:12/11/2015 a 11/11/2017 Coord.: Angela Valéria Dusi 1. Luis Felipe Salomão Ingresso:18/6/2008 2. Raul Araújo Ingresso: 13/5/2010 3. Isabel Gallotti* Ingresso: 11/8/2010 4. Antonio Carlos Ferreira Ingresso: 14/6/2011 5. Marco Buzzi Ingresso: 6/9/2011 *Presidência: 10/8/2015 a 9/8/2017 Coord.: Teresa Helena Basevi 1. Maria Thereza de Assis Moura Ingresso: 9/8/2006 2. Sebastião Reis Júnior Ingresso: 14/6/2011 3. Rogerio Schietti Cruz* Ingresso: 29/8/2013 4. Nefi Cordeiro Ingresso: 4/4/2014 5. Antonio Saldanha Palheiro Ingresso: 7/4/2016 *Presidência: 3/10/2015 a 2/10/2017 Coord.: Eliseu Augusto de Santana TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL Hermann Benjamin Corregedor-Geral Biênio: 2015/2017 Napoleão Nunes Maia Filho Efetivo (2016/2018) Jorge Mussi Substituto (2015/2017) Og Fernandes Substituto (2016/2018) Art. 10, III, do RISTJ Art. 2º, §§ 3º, 4º e 6º, do RISTJ – Sessões: terças-feiras e 1 as e 3 as quintas-feiras do mês COMISSÕES PERMANENTES – Arts. 40 e 41 do RIST . COMISSÃO TEMPORÁRIA – Emenda Regimental n. 26, de 13 de dezembro de 2016. REGIMENTO INTERNO Luis Felipe Salomão (Presidente) Benedito Gonçalves Marco Aurélio Bellizze Jorge Mussi (Suplente) JURISPRUDÊNCIA Mauro Campbell Marques (Presidente) Isabel Gallotti Antonio Carlos Ferreira Sebastião Reis Júnior Sérgio Kukina Rogerio Schietti Cruz DOCUMENTAÇÃO Jorge Mussi (Presidente) Raul Araújo Villas Bôas Cueva Moura Ribeiro (Suplente) COORDENAÇÃO Marco Buzzi (Presidente) Regina Helena Costa Gurgel de Faria Nefi Cordeiro (Suplente) GESTORA DE PRECEDENTES Paulo de Tarso Sanseverino (Presidente) Assusete Magalhães Rogerio Schietti Cruz Vago (Suplente) Precedente Judicial (artigos 926 e 927, CPC) Entendimentos firmados pelos tribunais que poderão servir de diretrizes para o julgamento de casos semelhantes, evitando a dispersão da jurisprudência e, consequentemente, a intranquilidade social e o descrédito nas decisões emanadas pelo Poder Judiciário. Noções Fundamentais O sistema jurídico brasileiro é o da Civil Law, de origem romano-germânica. - a lei é a fonte primária do ordenamento jurídico e é o instrumento apto a solucionar as controvérsias levadas ao conhecimento do Poder Judiciário; - trata-se da aplicação do direito escrito, positivado; - considera que o juiz é o intérprete e o aplicador da lei, não lhe reconhecendo os poderes do criador do Direito. - Artigo 5º, II, CF: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” –deste dispositivo advém o princípio da legalidade. O sistema stare decisis (stare decisis et mon quieta movere – “mantenha-se a decisão e não se moleste o que foi decidido”), corresponde ao sistema da força obrigatória dos precedentes. - o termo “lei” é revisado e sua compreensão ampliada para introduzir o precedente judicial que tem cogência prevista no ordenamento jurídico; - em virtude da evolução da sociedade e de suas constantes modificações (sociais, culturais, políticas, econômicas), que não são acompanhadas pelo legislador e, também, porque não é possível prever-se todas as situações concretas e futuras a serem submetidas à apreciação judicial; - torna-se necessário aceitar a interpretação jurisdicional para garantir que tutela integral. O sistema do Common Law, também conhecido como sistema anglo-saxão. Os juízes e tribunais se baseiam principalmente nos costumes e, com base no direito consuetudinário, julgam os casos concretos. A decisão poderá constituir-se em precedente para julgamento de casos futuros. Os precedentes judiciais no sistema Civil Law: o precedente tem a função de orientar a interpretação da lei, sem obrigar o julgador a adotar o mesmo fundamento da decisão anteriormente proferida e que tenha como pano de fundo situação jurídica semelhante. - o CPC/73 compelia os juízos inferiores a aplicar os julgamentos dos tribunais (STF e STJ), por meio de súmulas vinculantes, de julgamento em controle abstrato de constitucionalidade e julgamento de recursos repetitivos. - o CPC/2015 traz uma vinculação ainda mais consistente. Trata-se da criação de uma norma por meio da decisão judicial, que deve ser obrigatoriamente respeitada em virtude do status do órgão que a criou. - no Brasil já observamos a incidência do stare decisis, pois tanto o STJ quanto o STF têm o poder de criar norma (teoria constitutiva, criadora do Direito), os juízes inferiores têm o dever de aplicar o precedente criado por essas Cortes (teoria declaratória); - a utilização do sistema de stare decisis não revoga as leis vigentes. - a aplicação dos precedentes vinculantes não pode ser aleatória, mas o magistrado deve realizar uma comparação entre o caso concreto e a fundamentação da decisão paradigmática, ou seja, observadas as particularidades da situação submetida à tutela jurisdicional, deve o julgador verificar se o caso paradigma possui alguma semelhança com aquele que será analisado. (essa comparação, na teoria dos precedentes, recebe o nome de distinguishing – distinção) Apesar da noção de obrigatoriedade, não será possível suscitar os precedentes em toda e qualquer situação: - pode ser que os fatos não guardem relação de semelhança, mas exijam a mesma conclusão jurídica; - pode ser que os fatos até guardem semelhança, mas as particularidades de casa caso os tornem substancialmente diferentes. Ao fazer a distinção há a exigência da motivação (art. 93, IX, CF). Isso significa que as decisões judiciais não devem pautar-se apenas em artigos de lei, a conceitos abstratos, a súmulas e ementas de julgamento, mas devem expor os elementos fáticos e jurídicos em que o magistrado se apoiou para decidir. A fundamentação das decisões o juiz deve identificar as questões que reputou essências para a tese jurídica escolhida. A fundamentação passa a ser a norma geral, um modelo de conduta para a sociedade. Se o que justifica a aplicação de precedentes judiciais como meio de acompanhar a evolução social, diante do envelhecimento da lei, é necessário pensar, também, que, em virtude da ininterrupta evolução, estes precedentes vinculantes não podem ser permanentes, ou seja, é necessário que sejam revogados ou superados em razão da modificação dos valores sociais, dos conceitos jurídicos, da tecnologia ou até mesmo por erro gerador de instabilidade em sua aplicação. (essa técnica é o overruling) A força normativa dos precedentes no novo CPC 1. Fundamentação das decisões judiciais: art. 486, CPC – não basta que o julgador invoque o precedente ou a súmula em seu julgado, ele deve identificar os fundamentos determinantes que o levaram a seguir o precedente, deve explicar os motivos pelos quais está aplicando a orientação consolidada ao caso concreto. Assim, para que o julgador deixe de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, deverá demonstrar que há distinção entre o precedente e a situação concretamente apresentada ou que o paradigma invocado já foi superado. 2. Uniformização da jurisprudência: at. 926, caput, CPC – Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. Tal dever decorre da adoção do sistema de precedentes e demonstra a necessidade de compatibilização entre as decisões proferidas pelos tribunais e o princípio constitucional da segurança jurídica Uniformizar: evitar a propagação de teses jurídicas distintas sobre situações semelhantes e que, por esta semelhança, merecem tratamento igualitário. Estabilizar: manter o que já foi uniformizado Coerência: está ligada a ideia de não contradição, o que quer dizer que os tribunais devem manter uma relação harmônica entre o que se decide e todo o processo. Há um dever de dialogar com os precedentes anteriores, até mesmo para superá-los e demonstrar o distinguishing Integridade: denota a ideia de conformidade com o direito, com a disposições constitucionais. Precedentes obrigatórios Artigo 927, I a V, CPC – rol que contém precedentes obrigatórios Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; pois nas ADI já vale para todos II - os enunciados de súmula vinculante; III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; IRDR IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. Regras gerais para a formação e modificação dos precedentes obrigatórios no novo CPC
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