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Aula 11

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ob
je
tiv
os
Meta da aula 
Apresentar o papel das empresas na 
coleta e reciclagem dos resíduos por ela 
gerados no meio ambiente.
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
identificar se as empresas adotam o padrão verde 
de tratamento de lixo;
identificar as estratégias utilizadas pelas 
empresas com relação à coleta seletiva do lixo e 
ao seu relacionamento com a comunidade;
identificar as vantagens obtidas pelas empresas 
ao reciclarem seus produtos em desuso;
analisar as soluções utilizadas pelas empresas 
para o problema da reciclagem;
analisar a importância do reaproveitamento de 
resíduos no processo de produção da empresa e 
no meio ambiente.
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Pré-requisito 
Para melhor compreensão desta aula, releia a 
Introdução, o tópico “Tecnologia da Informação Verde 
(Greenit)” e a Conclusão da Aula 4 (A anda verde).
A onda cinza 11AULA
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INTRODUÇÃO O mundo não pára de produzir lixo. Os números são assustadores: a cada ano, 
são produzidos 500 milhões de toneladas de lixo de todos os tipos. É o lixo 
industrial, doméstico, hospitalar, comercial e o lixo das ruas.
Vale lembrar que, em nosso país, 500 mil brasileiros vivem do lixo. São os 
catadores de lixo e os membros das cooperativas que freqüentam os lixões em 
busca de materiais que possam ser reaproveitados.
Há dois vilões na questão do lixo: as pessoas que, ao produzirem lixo, não fazem 
a coleta seletiva, despejando-o em locais impróprios, e as empresas, grandes 
produtoras de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. 
Resíduos são o resultado de processos de diversas atividades da comunidade: 
industrial, hospitalar, doméstica, comercial, agrícola, de serviços e ainda da 
varrição pública. Apresentam-se nos estados sólido, líquido e gasoso.
Como exemplo dessa produção de lixo, podemos citar a cidade de São Paulo, com 
seus 11 milhões de habitantes que produzem 365kg de lixo por ano per capita. 
Desse total, apenas 55% são reciclados, segundo dados divulgados pelo IBGE e 
pela Limpurb, empresa de limpeza urbana do município de São Paulo.
No Brasil, quase 70% do lixo são depositados em lixões a céu aberto sem 
qualquer cuidado ambiental, poluindo os rios e os lençóis freáticos de forma 
irreversível, além das emissões de gases que contribuem para o efeito estufa.
A ONDA CINZA
A onda cinza é o movimento de conscientização que vem 
sendo adotado por governos, empresas, mídia e sociedade sobre a 
importância e o gerenciamento adequado do lixo em todo o mundo. 
Tal movimento é focado no desenvolvimento das práticas de coleta 
seletiva, no reaproveitamento e na reciclagem do lixo. Seu objetivo é 
conscientizar pessoas, grupos e instituições para os riscos da destinação 
e do manejo inadequado do lixo e divulgar os benefícios inerentes ao 
seu reaproveitamento e à sua reciclagem.
As empresas são os principais agentes da onda cinza, sejam empresas 
comerciais ou industriais. As indústrias, em muitos casos, despejam seus 
lixos tóxicos em locais inadequados como rios, lagos, lagoas e galerias 
pluviais, causando, de forma avassaladora, a contaminação das águas e 
também do solo. Há empresas que se utilizam dos aterros sanitários para 
o despejo de seus resíduos – outra forma incorreta de se livrar do lixo.
O aterro sanitário é uma maneira prática e barata de destinar os 
resíduos urbanos e industriais, além de esgoto não tratado. É a forma 
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mais utilizada de alocar o lixo nos grandes centros urbanos. O lixo 
é colocado em uma grande extensão de terra (aterro), geralmente na 
periferia da cidade. O resultado não poderia ser mais danoso: poluição do 
solo, do lençol freático, dos rios e lagos, do ar, fonte de diversas doenças, 
de emissão de gases que contribuem para o efeito estufa e, também, a 
inutilização de vários materiais que poderiam ser reciclados.
O céu perde o seu azul, a natureza perde o seu verde exuberante e a água perde 
a sua transparência, porque as diversas formas de poluição estão tornando o 
planeta cinza, impregnado de resíduos e substâncias tóxicas. Nem o universo 
é poupado! Existe uma grandeza incomensurável de lixo cósmico no sistema 
solar, proveniente dos experimentos astronômicos.
Em sua música “Fábrica”, Renato Russo canta a beleza de um céu que já foi 
azul e de uma natureza que já foi verde e que hoje são cinzas.
O céu já foi azul, mas agora é cinza. 
E o que era verde aqui já não existe mais
Quem me dera acreditar
Que não acontece nada de tanto brincar com fogo.
Que venha o fogo então.
OS TIPOS DE LIXO
Chamamos de lixo os restos das atividades humanas considerados 
como inúteis, indesejáveis ou descartáveis. Normalmente, apresenta-se 
sob os estados sólido, semi-sólido ou semilíquido. 
Os lixos que encontramos na água, na terra e no ar variam 
conforme sua origem, composição química e grau de periculosidade. Com 
base nisso, é possível identificarmos as diversas categorias de lixo.
a) Quanto à sua composição química:
• orgânico: são os resíduos biodegradáveis (restos de alimentos, 
cascas de frutas, legumes, ovos, podas de jardim, excrementos) 
que podem ser destruídos por agentes biológicos (por exemplo, 
bactérias). É importante lembrar que o lixo orgânico não deveria 
ser visto como um problema, mas sim como uma solução para 
a fertilização dos solos (redes de compostagem) e produção de 
biogás (biodigestão de resíduos).
• inorgânico: são os resíduos que pertencem à química dos 
minerais, isto é, que não são compostos de matéria animal ou 
vegetal. Podem ser de dois tipos: recicláveis e não-recicláveis.
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b) Quanto à sua origem:
• Lixo domiciliar: resíduos orgânicos e inorgânicos, produzidos 
pelas residências particulares.
• Lixo comercial: resíduos orgânicos e inorgânicos, produzidos 
pelos estabelecimentos comerciais.
• Lixo industrial: resíduos orgânicos, inorgânicos e químicos, 
produzidos pelas indústrias fabricantes de produtos.
• Lixo hospitalar: resíduos orgânicos, inorgânicos, químicos, tóxicos 
e infectantes, produzidos pelos hospitais e pelas casas de saúde.
• Lixo agrícola: resíduos orgânicos, inorgânicos, químicos e 
tóxicos, produzidos pelas produções agrícolas. 
• Lixo dos portos, aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários: 
lixos e resíduos produzidos por esses estabelecimentos provenientes 
da manutenção desses meios de transportes, do embarque e 
desembarque de passageiros, da carga e descarga de mercadorias.
• Lixo do tipo entulho: resíduos inorgânicos, produzidos pelas 
empresas de construção civil.
• Lixo público: resíduos encontrados nas ruas, praças, praias e 
demais logradouros públicos.
c) Quanto à sua periculosidade: 
• classe I (alta periculosidade): são os que apresentam graves 
riscos à saúde e ao meio ambiente tais como: resíduos industriais, 
agrícolas, hospitalares, químicos e tecnológicos (baterias, pilhas, 
lâmpadas fluorescentes);
• classe II (baixa periculosidade): também apresentam danos 
ao meio ambiente, principalmente pela quantidade despejada 
e nem tanto pela sua composição. São divididos em inertes 
(entulhos de demolições como pedras, areia, concreto, vidro) e 
não-inertes (resíduos domésticos, sucatas de materiais ferrosos 
e não-ferrosos, embalagens de plástico). 
Em uma classificação mais simplificada, podemos dividir o lixo 
em duas categorias: lixo comum (resíduos gerados pela população, como 
papéis, embalagensplásticas, metais, vidros, restos de alimentos etc.) e 
lixo especial (resíduos que necessitam de coleta e destinos diferenciados, 
pois causam danos ao meio ambiente e à saúde das pessoas, como, por 
exemplo, o lixo hospitalar).
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OS RESÍDUOS INDUSTRIAIS: O FATOR CINZA
Os resíduos industriais são os maiores responsáveis pela deterioração 
do meio ambiente. São os produtos químicos (cianureto, pesticidas, 
solventes), metais (mercúrio, cádmio, chumbo) e solventes químicos que 
degradam o meio ambiente e constituem sérias ameaças à saúde das pessoas, 
dos animais e destroem a vegetação e os demais recursos naturais.
A indústria é, portanto, a maior causadora do fator cinza, devido à 
grande quantidade de resíduos tóxicos lançados no ambiente: sobras de carvão 
mineral, refugos da indústria metalúrgica, resíduos químicos e gases.
As indústrias, portanto, são os principais agentes da onda cinza. 
Seus resíduos acinzentam o ar, a natureza, a água e tudo mais. 
Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em 2004, 
identificou 703 pontos contaminados ou suspeitos de contaminação 
por resíduos tóxicos, onde reside 1,9 milhão de pessoas.
Outro levantamento desse tipo foi feito pela Companhia de 
Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesp), de São Paulo. A pesquisa 
identificou no estudo 2.272 áreas contaminadas, a grande maioria por 
empresas, sendo a atividade mais poluidora a dos postos de gasolina, 
responsáveis por 1.745 dos casos levantados. 
O LIXO TECNOLÓGICO
O lixo tecnológico é aquele proveniente do descarte de equipa-
mentos e peças de aparelhos eletrônicos, de telefonia, computadores e 
periféricos. Estima-se que, atualmente, em todo o mundo são gerados 
aproximadamente 50 milhões de toneladas de lixo tecnológico.
O Brasil é um grande produtor de lixo tecnológico, por força de sua 
crescente indústria eletroeletrônica, de informática e de telecomunicações.
Por que é relevante a questão do lixo tecnológico? Por razões diversas: 
o tempo médio de degradação dos metais contidos nesses equipamentos é 
de quase meio milênio; ao serem depositados em aterros sanitários, exalam 
substâncias tóxicas que, ao serem liberadas, penetram no solo e contaminam 
lençóis freáticos (água submersa) e atingem os animais e as pessoas que fazem 
uso dessa água. Não sendo corretamente descartado, o lixo tecnológico causa 
sérios danos ao meio ambiente e, como vimos, ameaça a saúde das pessoas 
e dos animais. Uma das modalidades de lixo eletrônico é constituída pelos 
detritos elétrico e eletrônicos (lixo eletrônico).
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Os detritos elétricos e eletrônicos estão entre as categorias de lixo de mais 
alto crescimento no mundo e que em breve devem atingir a marca dos 
40 milhões de toneladas anuais, o suficiente para encher uma fileira de 
caminhões de lixo que se estenderia por metade do planeta. Por exemplo, 
apenas 1% dos 1,2 bilhão de pilhas que são descartadas todo ano no Brasil 
é reciclado.
 
Fonte: http://dinogeologico.blogspot.com/2007_03_01_archive.html
Fonte: www.ecoeconomia.globolog.com.br
O COMBATE AO LIXO ELETRÔNICO
A indústria de eletrônicos é a principal responsável pelo lixo 
eletrônico em todo o mundo. Milhões de aparelhos de televisão, 
computadores, celulares e equipamentos de som são descartados 
anualmente e depositados em lixões.
Figura 11.1: Computadores, televisores e microondas são alguns dos componentes do lixo eletrônico. 
Fontes: http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=1030400
http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=865360
http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=743850
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Alguma vez você já pensou que seu antigo aparelho de televisão 
pode estar envenenando uma criança na China, ou que seu velho 
computador esta contaminando um rio na Nigéria?
Bob Hougton, presidente da Redemtech EUA, empresa que recicla 
lixo eletrônico, faz uma denúncia ao acusar as empresas verdes que des-
pejam suas sucatas em locais inadequados: “Empresas que dizem ser ver-
des jogam lixo eletrônico tóxico em aterros sanitários locais e em inci-
neradores de lixo eletrônico.”
Segundo a professora Ângela Cássia Rodrigues, da USP, “no Brasil, 
cerca de 500 mil toneladas de e-lixo são descartadas por ano. Grande 
parte desse volume acaba em aterros sanitários ou lixões. São locais 
inadequados porque os materiais tóxicos contaminam o meio ambiente” 
(texto extraído da entrevista “Tecnologia vira e-lixo em 5 anos”, jornal 
O Estado de S. Paulo, 6.12.08).
Além do lixo eletrônico, existe o lixo decorrente da sucata de aviões 
e navios. Segundo dados divulgados pela ONU, quase um terço dos 25 mil 
aviões civis de grande porte devem virar sucata nos próximos 10 a 15 anos 
e chegar a 35 mil até 2035, e cerca de 2,2 mil navios devem ser encostados 
na Europa até 2010, e 1,8 mil, nos EUA, na China e no Brasil.
Sem uma lei que proíba a exportação de lixo eletrônico tóxico, 
não há maneira de saber se os antigos celulares, computadores ou 
televisores não acabaram em algum país pobre ou em desenvolvimento. 
Ali, catadores desmontam esses aparelhos, sem proteção alguma, para 
recuperar valiosos metais que o compõem.
Estima-se que os Estados Unidos produzam três milhões de tone-
ladas anuais de lixo eletrônico, como celulares e computadores. Seus 
habitantes compraram cerca de 30 milhões de aparelhos de tevê desde 
janeiro de 2008. Essa quantidade ficou maior a partir de fevereiro de 
2009, quando todas as redes de televisão do país tiraram do ar os sinais 
analógicos e só transmitiram imagens por meio do sistema digital. Assim, 
para onde irão os televisores velhos e indesejados? Segundo ativistas, um 
destino é Hong Kong. “Vi contêineres carregados nos Estados Unidos 
quando foram abertos no porto de Hong Kong. Estavam cheios de lixo 
eletrônico, como televisores e monitores de computadores”, afirmou Jim 
Puckett, coordenador da ONG Basel Action Network (Rede de Ação 
da Basiléia – BAN). 
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Essa organização leva o nome do convênio internacional que 
regulamenta o tráfego internacional de lixo tóxico, a fim de impedir 
que o lixo tecnológico procedente de países ricos contamine os países 
pobres. Puckett calculou que cem contêineres de lixo eletrônico chegam 
por dia a Hong Kong, para, em seguida, serem contrabandeados para 
a China. “Tudo procede dos Estados Unidos e do Canadá”, afirmou. 
Boa parte desta atividade é ilegal na China, mas como é uma indústria 
muito grande e rentável, muitos funcionários chineses e de outros países 
se mostram dispostos a fazer vista grossa, ressaltou.
Em entrevista ao programa de TV "Sixty Minutes" (60 Minutos), 
muito popular nos EUA, Puckett denunciou o desembarque de contêineres 
carregados de lixo eletrônico em Hong Kong e na China.
O trabalho de Jim Puckett é denunciar os transportes clandestinos 
de sucatas de computadores, periféricos, tevês e demais aparelhos 
eletroeletrônicos que são contrabandeados pelos países ricos, como 
EUA e Canadá, para países pobres, sobretudo do Sudeste Asiático.
Nos EUA, a montanha de lixo eletrônico aumenta a cada dia na 
mesma proporção em que são criados novos aparelhos para satisfazer 
uma economia consumista obstinada por um crescimento sem fim. Cerca 
de 90% desse lixo são enterrados em aterros sanitários, incinerados ouqueimados a céu aberto, poluindo a água subterrânea e o ar. Fora os 
milhões de equipamentos jogados nos porões e sótãos de residências e 
prédios comerciais e industriais.
Na Europa, os fabricantes de aparelhos eletrônicos estão obrigados 
por lei a aceitar que seus compradores lhes entreguem seus produtos 
velhos para que façam uma reciclagem adequada.
Embora nem Canadá nem Estados Unidos tenham uma lei 
semelhante, alguns fabricantes de televisores, como Sony, LG e Samsung, 
e vários de computadores, como Dell, Lenovo e Toshiba, pegam de volta 
seus produtos sem custo. Outros fabricantes cobram uma tarifa. O custo 
de manejar e reciclar costuma superar o valor dos materiais recuperados; 
por isso a maioria das empresas não quer aceitá-los de volta.
Existe a preocupação de que essas empresas, que recebem seus 
produtos antigos de volta, simplesmente os despachem para países em 
desenvolvimento. “Estamos tentando fazer com que os fabricantes 
assinem um compromisso para agirem como se os Estados Unidos 
fossem parte da CONVENÇÃO DA BASILÉIA”, disse Puckett.
CO N V E N Ç Ã O D A 
BA S I L É I A
Em vigor desde 
1992, é um 
tratado de nível 
internacional 
assinado por 
diversos países, 
com o objetivo de 
impedir transferência 
de lixo perigoso 
dos países mais 
ricos para os países 
pobres.
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Os EUA não assinaram a Convenção, a exemplo do que havia 
acontecido com o Protocolo de Kyoto, sobre limitação de emissão de gases.
O GREENPEACE E OS FABRICANTES DE PRODUTOS 
ELETROELETRÔNICOS
A empresa de pesquisa Gartner, famosa em todo o mundo por 
causa de seus estudos e publicações sobre as novas tendências no mundo 
da informática, estima que mais de 180 milhões de computadores sejam 
substituídos em 2009, sendo que a maior parte desse total será jogada no 
lixo. Tal fato configura uma tendência de crescimento do lixo eletrônico 
em escala mundial. 
Com objetivo de deter esta tendência de crescimento, as diversas 
empresas do setor, pressionadas pela mídia, pelos governos e pela 
sociedade, têm firmado compromissos no sentido de evitar a ocorrência 
desse tipo de problema.
Dos fabricantes de produtos eletroeletrônicos, apenas a Sony assinou 
este compromisso. A ONU anunciou que, em breve, vai anunciar diretrizes 
mundiais para regular o descarte e a disposição desses produtos.
A Phillips despeja milhões de toneladas de lixo eletrônico em lixões 
porque a empresa não possui uma política e um programa de reciclagem.
Militantes do Greenpeace despejaram sucatas de aparelhos Phillips 
em frente à sede da empresa na Holanda, Dinamarca, Rússia e Índia.
Martin Besieux, do Greenpeace, faz um alerta: “Se a Phillips con-
tinuar recusando assumir essa responsabilidade, o resultado será uma 
quantidade de lixo eletrônico espalhado por todo o mundo, expondo as 
pessoas e o meio ambiente a um coquetel de substâncias tóxicas.” 
A empresa, sob a alegação de que a reciclagem é uma respon-
sabilidade coletiva, envolvendo governos, consumidores e fabricantes, 
tem resistido bastante a adotar uma política e um programa de combate 
ao lixo eletrônico. Por outro lado, seus concorrentes, como a Sony, a 
Samsung e a Nokia, já adotam programas voluntários de reciclagem 
com total sucesso.
O Greenpeace desenvolveu uma metodologia própria para 
identificar o nível de conscientização ambiental das empresas fabricantes 
de equipamentos eletroeletrônicos com relação ao descarte do lixo 
eletrônico – o Guia para Eletrônicos Verdes. A conclusão do estudo é 
que a indústria de chips, processadores e placas contamina a água e o solo 
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da Ásia, do México e de outros locais de produção. Alguns fabricantes 
recusam-se a reciclar e reutilizar equipamentos usados, aumentando o 
volume de lixo eletrônico.
A Apple, com seu design elegante e seus produtos inovadores, não 
utiliza práticas verdes. A matéria-prima está contaminada, o que impede 
e dificulta o reúso e a reciclagem. 
De acordo com a pesquisa feita pelo Greenpeace, foi publicada 
uma lista, dividida em duas áreas (verde e vermelha), com os nomes 
dos principais fabricantes de eletrônicos que se aproximam e que se 
distanciam do padrão verde de tratamento do lixo eletrônico. As empresas 
a seguir estão dispostas na seguinte ordem: a primeira é a melhor e a 
última é a pior.
As empresas Nokia, Sony Ericsson, Toshiba e Samsung são as 
que mais preenchem os requisitos do tratamento do lixo eletrônico. Elas 
estão dentro do padrão verde (área verde). As empresas Dell, Apple, 
Phillips, Lenovo, Microsoft e Nintendo estão longe do padrão verde, 
e ficaram na área vermelha. As empresas Fujitsu, Siemens, Motorola, 
Sony, Panasonic e Sharp ficaram na área intermediária (área entre o 
verde e o vermelho). 
Os critérios para o ranking seguem estas exigências:
• limpar os seus produtos por meio da eliminação de substâncias 
perigosas; 
• reciclar os seus produtos, uma vez que se tornam obsoletos, e 
reutilizá-los; 
• reduzir o impacto de suas operações e produtos. 
O Guia para Eletrônicos Verdes do Greenpeace destina-se a limpar 
o setor de eletrônica e fazer com que os fabricantes se responsabilizem por 
todo o ciclo de vida de seus produtos, incluindo os resíduos eletrônicos 
que os seus produtos geram.
O guia para eletrônicos verdes do Greenpeace é atualizado a cada três 
meses. A relação das empresas que compõem o guia foi publicada no dia 
24 de novembro de 2008. 
Para melhor visualização e mais explicações, visitem o site a seguir:
http://www.greenpeace.org/international/campaigns/toxics/electronics/
how-the-companies-line-up.
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O programa Vivo Recicle seu Celular, desenvolvido pela empresa Vivo de telefonia 
celular, promove a reciclagem de celulares, acessórios e baterias. A empresa fez 
uma parceria com a Belmont Trading, encarregada da coleta, da triagem e do descarte 
adequado dos celulares, acessórios e baterias (80% desse material recolhido são 
reciclados e 20% são reaproveitados e revendidos).
A venda dos reciclados é feita em 3,4 mil pontos-de-venda. O montante arrecadado é 
repassado para o Instituto Vivo, braço social da empresa, que o investe em ações sociais.
(Texto adaptado da matéria “Caminho de volta”, Valor, 12, 13 e 14.9.08, p. F4.)
Identifique se a Vivo se aproxima do padrão verde de tratamento do lixo eletrônico.
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Resposta Comentada
A Vivo tem um padrão verde no tratamento do lixo eletrônico pois promove a reciclagem de 
celulares, acessórios e baterias. Dessa forma, ela atende aos requisitos ambientais e obtém 
ganhos com o reciclo. 
Sua resposta termina aqui, mas observe que, ao reaproveitar e revender parte desses 
equipamentos, a Vivo gera recursos para financiar seus projetos sociais. Assim, ao recolher 
grande parte deles, preserva o meio ambiente e evita que causem danos ambientais, 
reduzindo ao máximo o descarte.
Atividade 1
1
A SOCIEDADE DO LIXO 
Por causa do rápido aumento do lixo produzido,tornamo-nos 
uma sociedade produtora de lixo de todos os tipos. Esse fenômeno foi 
chamado de sociedade do lixo. 
Nos últimos 20 anos, a população mundial cresceu menos que o 
volume de lixo por ela produzido. Enquanto de 1970 a 1990 a população 
do planeta aumentou em 18%, a quantidade de lixo sobre a Terra passou 
a ser 25% maior.
O crescimento do lixo está diretamente relacionado ao estilo de 
vida que incentiva o consumismo e o descarte de resíduos em conseqüência 
do elevado consumo de produtos em geral e de bens materiais. Esse estilo 
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de vida fomenta o consumismo, incentiva a produção de bens descartáveis 
e difunde a utilização de materiais artificiais.
E como reduzir o lixo em nossa sociedade? Existem dois caminhos 
a seguir apresentados: a coleta seletiva e a reciclagem.
O QUE É COLETA SELETIVA?
A coleta seletiva é a primeira forma de redução do lixo em nossa 
sociedade. É uma alternativa ecologicamente correta que desvia do 
destino, em aterros sanitários ou lixões, os resíduos que podem ser 
reciclados. É um sistema de recolhimento de materiais recicláveis. 
Com isso, prolonga-se a vida dos aterros sanitários e o meio ambiente 
é menos contaminado. A reciclagem desse material coletado significa 
menos extração de recursos naturais.
A atuação da empresa no campo da coleta seletiva do lixo deve 
basear-se nas seguintes estratégias:
• fazer parcerias institucionais (financiamento para capital de 
giro, compra de equipamentos e construção de instalações), 
com cooperativas de catadores para a gestão dos resíduos;
• manter acordos operacionais com cooperativas com o objetivo 
de doar resíduos;
• estabelecer acordos comerciais com cooperativas para fins de 
compra dos materiais por elas reciclados;
• fornecer infra-estrutura para a implantação de Postos de Entrega 
Voluntária (PEVs) de materiais recicláveis; 
• contratar representantes das cooperativas para atuar como 
instrutores do programa de conscientização do lixo;
• apoiar campanhas, programas e ações implementadas pelo 
governo e por entidades civis;
• criar um programa de coleta seletiva solidária, estimulando seus 
funcionários, clientes e fornecedores no processo de gestão dos 
resíduos;
• promover eventos comemorativos;
• fazer pesquisa sobre o ciclo de vida de seus produtos;
• desenvolver programas e projetos sociais com base na reciclagem 
e no reaproveitamento do lixo;
• seguir a legislação específica;
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• divulgar informações sobre a destinação final de seus materiais 
e sua reutilização, quando possível;
• adequar suas ações e políticas às políticas nacional, estadual e 
municipal de resíduos sólidos;
• criar comitês internos de reciclagem. 
A empresa que desenvolve um programa de coleta seletiva atua 
em duas dimensões: a ambiental, porque contribui para preservar o meio 
ambiente, e a social, porque doa os recicláveis para uma cooperativa, 
gerando emprego e renda para seus membros.
Uma experiência de sucesso
A Re-cooperar é uma cooperativa fluminense de catadores. Criada em 2006, com 
recursos do programa Redes de Reciclagem da Petrobras, a cooperativa construiu um 
galpão em São Gonçalo e, posteriormente, mais dois galpões de coleta, um em Itaboraí 
e outro em Niterói, e comprou caminhões e equipamentos.
A cooperativa conta com um efetivo de 100 catadores, com previsão de aumentar para 
700 com a abertura desses novos galpões.
Em 2008, recolheu cerca de 50 toneladas de material reciclável por mês. A meta é 
chegar a 200 toneladas de descarte em 2009. Seus participantes ganham uma renda 
média mensal de R$ 100 a R$ 250.
A Re-cooperar firmou diversos tipos de acordos com suas empresas parceiras: primeiro, 
com a Petrobras, para fins de financiamento para a abertura do negócio. E, em seguida, 
fez outros acordos com empresas que doam seus resíduos para a cooperativa. Houve, 
também, um terceiro tipo de acordo, de natureza comercial, feito com as empresas 
que compram o material reciclado da cooperativa, gerando recursos próprios para a Re-
cooperar e, assim, assegurando a sustentabilidade do seu negócio.
Segundo Pedro Belga, presidente da ONG Dragões do Mar, à frente do projeto, a 
cooperativa tem como estratégia básica atrair novas empresas, shoppings e condomínios 
residenciais para doarem resíduos à Re-cooperar.
Qual a estratégia utilizada pelas empresas em seus relacionamentos com a Re-cooperar?
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Resposta Comentada
Todas as empresas desenvolveram estratégias de parceria com a Re-cooperar na questão da 
gestão de resíduos. A Petrobras firmou uma parceria institucional para fins de financiamento 
para a abertura do negócio. Outras empresas estabeleceram uma parceria operacional ao 
doarem seus resíduos para a cooperativa e algumas empresas fizeram parceria comercial 
voltada para a compra do material reciclado.
Sua resposta termina aqui, mas é importante ressaltar que, como um empreendimento de 
base social, a Re-cooperar gera emprego e renda para pessoas de baixa renda.
COMO AS EMPRESAS INVESTEM NA COLETA SELETIVA DO LIXO
As empresas estão mais atentas à questão da gestão estratégica 
de resíduos. É prática comum a parceria com cooperativas locais de 
catadores de lixo com o objetivo de alavancar a indústria de reciclagem. 
É importante lembrar que iniciativas dessa natureza geram emprego e 
renda na comunidade e produzem ganhos econômicos consideráveis para 
as empresas, pois estas reaproveitam parte do lixo descartado.
A Tetra Pak desenvolveu em outubro de 2008 a sua campanha de 
sustentabilidade. O objetivo é informar e educar o consumidor sobre a 
facilidade para reciclar o lixo. “Bastam dois lixos, um para o material 
reciclável e outro para o lixo normal”, afirmou o diretor de meio ambiente 
da empresa, Fernando Von Zuben.
A empresa investiu na campanha R$ 5 milhões, com a realização de 
ações de merchandising, spot de rádio e um filme de 30 segundos, veiculado 
em TV aberta em rede nacional, além de ações nos pontos-de-venda.
Em 2007, a Tetra Pak reciclou 50 mil toneladas de embalagens. 
A meta é chegar a 86 mil toneladas até 2010.
Um outro exemplo de gestão estratégica de resíduos é o programa de 
coleta seletiva da ADP. Uma empresa especializada no desenvolvimento de 
soluções informatizadas para folhas de pagamentos e recursos humanos.
A empresa desenvolveu as seguintes ações estratégicas:
• colocação de latas de lixo normal ao lado da mesa de cada 
funcionário para serem depositados os insumos orgânicos, 
bem como recipientes de papelão, para serem colocados papel, 
plásticos, vidros e metais;
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• distribuição de coletores (verde, vermelho e amarelo) em diversos 
locais da empresa para receber materiais separados nas latas de 
lixo e nas caixas de papelão;
• coleta de pilhas e baterias.
Para o gerente de suprimentos e manutenção, Francisco Souza, 
o maior problema é conseguir parceirosque viabilizem a aquisição de 
equipamentos e coletores e que efetuem a própria coleta.
A atuação da empresa no campo da coleta seletiva do lixo é ainda 
muito incipiente. A empresa limitou-se a instruir seus funcionários quanto 
à distinção do lixo, separando-os em recipientes e depósitos distintos (latas 
de lixo normal para os insumos orgânicos e caixas de papelão para papel, 
plásticos, vidros e metais). Em seguida, a empresa criou postos coletores 
para receber os materiais provenientes daqueles recipientes e depósitos.
O QUE É RECICLAGEM?
A reciclagem é a segunda forma de reduzir o acúmulo de lixo em 
nossa sociedade. É o retorno da matéria-prima ao ciclo de produção do 
qual foi descartado. É o conjunto de técnicas envolvidas nesse processo 
de reaproveitamento da matéria-prima já utilizada anteriormente.
Consiste na coleta dos materiais que se tornaram lixo – ou já estão 
no lixo –, na sua separação e no seu posterior processamento.
Figura 11.2: Logo internacional da re-
ciclagem.
Fonte: http://www.sxc.hu/browse.phtml
?f=download&id=797901
Figura 11.3: Símbolo da coleta seletiva.
Fonte: http://storage.sxc.hu/l/lu/lusi/
700723_48608437.jpg
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Por que reciclar? Primeiro, para reduzir o volume do lixo, um dos 
maiores problemas do nosso século. Segundo, para preservar a natureza 
desses dejetos e, também, para poupá-la de mais extração de seus recursos 
naturais. Terceiro, para reduzir a poluição do ar, da água e do solo. 
A reciclagem traz diversas vantagens para as empresas como, por 
exemplo, redução do custo de embalagens devido ao reaproveitamento 
dos recipientes reciclados e, também, diminuição do custo de compra ou 
de fabricação das embalagens utilizadas em seus produtos. 
Uma segunda vantagem para as empresas é o aumento da sua 
produção, pois grande parte da matéria-prima utilizada é reaproveitada.
A terceira vantagem é de natureza institucional. A empresa se 
posiciona no mercado de forma ambientalmente sustentável e com-
prometida com a redução do lixo em nossa sociedade.
São considerados recicláveis aqueles resíduos que constituem 
interesse de transformação e que têm mercado ou operação que viabiliza 
sua transformação industrial.
Vejamos alguns exemplos dos benefícios da reciclagem:
• cada 50 quilos de papel reciclado (papel usado, transformado 
em papel novo) evita que uma árvore seja derrubada; 
• cada 50 quilos de alumínio usado e reciclado evita que 
sejam extraídos do solo cerca de 5.000 quilos de minério (a 
bauxita);
• com cada quilo de vidro quebrado é possível fazer um quilo de 
vidro novo.
Agora, vamos pensar e nos conscientizar:
• na quantidade de papel que jogamos fora e em quantas árvores 
podemos preservar; 
• na quantidade de latinhas de refrigerante e de cerveja que jogamos 
fora e em quantos recursos minerais podemos resguardar;
• na quantidade de vidro que quebramos e jogamos fora.
E como reciclar? Por meio da coleta seletiva do lixo, um compro-
misso que deve ser assumido por todos: cidadãos, empresas e governos.
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Vejamos alguns exemplos de produtos recicláveis: folhas e aparas 
de papel, jornais, revistas, caixas, papelão, formulários de computador, 
cartolinas, cartões, envelopes, rascunhos escritos, impressos em geral, 
Tetra Pak e outros. Dentre os metais, as latas de alumínio, de aço, de 
alimentos em geral, ferragens, canos, esquadrias, arame e outros. Dentre 
os plásticos, tampas, potes de alimentos, recipientes de limpeza e higiene, 
PVC, PETs, sacos plásticos, brinquedos, baldes e outros. Dentre os vidros, 
potes, copos, garrafas, frascos e outros.
A Coca-Cola criou o programa de sustentabilidade “Viva Positivamente”, com 
investimentos em propaganda da ordem de R$ 1,5 bilhão em 2008. O objetivo 
do programa é estimular a prática de reciclagem de garrafas PET entre os consumidores 
de seus produtos (a meta é reciclar 60%).
Para tal, a empresa vai construir uma unidade de reciclagem, com investimentos de 
R$ 35 milhões para o processamento anual de 25 mil toneladas de garrafas usadas e a 
produção de 20 mil novas unidades.
Utilizando uma tecnologia revolucionária, a unidade submete o PET a um processo de 
limpeza, moagem e derretimento. Após ser derretido, é misturado com o PET virgem, na 
forma líquida, e, daí, surgem novas garrafas.
(Texto adaptado da matéria “Coca-Cola começa a engarrafar com PET reciclado no ano 
que vem”, Valor, 19, 20 e 21.9.08, p. B4).
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Quais as vantagens obtidas pela Coca-Cola por intermédio desse programa?
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Resposta Comentada
A Coca-Cola obtém ganhos de reciclagem, pois aproveita grande parte das embalagens des-
cartáveis PET em sua linha de produção. Reduz seus custos de produção de embalagens 
PET e também atende à demanda crescente de garrafas como parte da expansão da sua 
capacidade de produção. Assim, a Coca-Cola transforma a prática de reciclagem de garrafas 
em um negócio lucrativo para a empresa.
Sua resposta termina aqui, mas, caso a Coca-Cola adotasse o paradigma ambiental tradicional, 
a empresa se limitaria a promover a coleta seletiva de PETs, seu descarte e inutilização.
Adotando o novo paradigma ambiental, a Coca-Cola criou uma unidade de reciclagem, com 
uso de tecnologia inovadora, proporcionando ganhos econômicos (redução de custos, 
aumento da produtividade) consideráveis ao seu negócio.
O PAPEL DAS EMPRESAS NA RECICLAGEM
Qual é a capacidade das empresas de dar um destino adequado 
aos seus produtos depois que eles chegam ao fim de seu ciclo de vida? 
Na maioria das vezes, as empresas transferem essa responsabilidade para 
os próprios consumidores e para o poder público.
Como induzir as empresas a desempenhar melhor esse papel? 
São diversas as soluções. Por exemplo, obrigar as empresas a cuidar 
do destino final dos seus produtos, mediante a inserção do custo da 
reciclagem no preço do produto. Assim, o cliente, ao comprar o produto, 
pagará o custo da reciclagem que está embutido no preço final e, em 
contrapartida, quando o cliente não quiser mais o produto, ou porque 
se tornou obsoleto, ou porque parou de funcionar, devolverá o produto 
para a empresa de origem.
Outra solução que as empresas podem adotar é conscientizar o 
consumidor a fazer a coleta seletiva do seu lixo, evitando, dessa forma, 
o descarte simples de seus produtos, seja em lata de lixo, terreno baldio 
ou qualquer lugar irregular.
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Uma outra solução seria obrigar algumas empresas, no ato 
da venda de um produto, a exigir do consumidor o produto antigo. 
Por exemplo, as empresas de telefonia celular só venderiam os novos 
aparelhos caso recebessem de volta os antigos, ou poderiam exigir do 
cliente a comprovação, via número ativado do antigo telefone celular, 
de que o antigo aparelho ainda está em uso.
Finalmente, compete ao governo criar políticas de reciclagem para 
os diversos setores da economia, apoiara criação de cooperativas de cata-
dores de lixo, com condições salubres de trabalho, para que todo e 
qualquer tipo de lixo tenha seu destino certo e possa ser efetivamente 
reaproveitado. 
É importante ressaltar que o Brasil é campeão em reciclagem de 
latas de alumínio. O país reciclou 96,5% de latinhas em 2007, ou seja, 
11,9 milhões de unidades, segundo dados divulgados pela Associação 
Brasileira de Alumínio.
No setor de embalagens de vidros a reciclagem também é grande, 
cerca de 50%, para uma produção anual de 890 mil toneladas (dados 
de 2007).
Algumas empresas saíram na frente desse processo de reciclagem 
ao desenvolverem o modelo de logística reversa do produto reciclado 
(a empresa prioriza a destinação final e reciclagem do produto em 
detrimento da sua produção e distribuição).
Esse processo compreende as seguintes etapas:
• coleta do produto descartado na casa do cliente ou na revenda;
• desmontagem do produto nas próprias revendas ou na fábrica;
• reintrodução dos materiais no ciclo produtivo.
Um bom exemplo é a empresa Whirlpool, que comercializa o 
purificador de água da marca Brastemp. O aparelho é alugado aos 
usuários e, encerrado o seu ciclo de vida útil, é coletado e retornado 
para a empresa, onde é desmontado. Os resíduos são reaproveitados 
no ciclo produtivo de novos aparelhos.
Além disso, a Whirlpool recolhe as embalagens de papelão, 
plástico e isopor dos eletrodomésticos Brastemp e Consul. Até agosto 
de 2007, foram recolhidas 18,5 toneladas de embalagens, o que 
corresponde a 44% dos produtos vendidos.
Um outro exemplo de reciclagem bem-sucedida é a Tetra Pak, que 
já recicla 25% de suas embalagens e pretende atingir a meta de 45% nos 
próximos dois anos (em 2007, foram produzidos 9 bilhões de unidades).
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A empresa lançou o site www.rotadereciclagem.com.br, com o 
uso da tecnologia do Google Maps. O usuário acessa o site, digita o 
seu endereço, e o serviço do Google Maps mostra a sua localização e os 
contatos a serem feitos, próximos à sua residência, para a coleta seletiva 
e a posterior reciclagem. Esses contatos são de três tipos: cooperativas de 
catadores, pontos de entrega de materiais recicláveis e estabelecimentos 
que recebem embalagens Tetra Pak.
A empresa apóia as cooperativas, cedendo-lhes equipamentos 
apropriados e treinando seu pessoal. Esse apoio pode ser de diversos 
tipos: apoio financeiro, para compra de instalações e equipamentos; 
apoio do tipo parceria, adoção de resíduos para serem objeto de coleta, 
separação e tratamento; e apoio comercial, que se traduz na compra dos 
resíduos para fins de reciclagem.
Um terceiro caso de destaque no campo da reciclagem é a Natura, 
tradicional fabricante de produtos de beleza que desenvolve projetos de 
recolhimento de embalagens usadas nas cidades de Recife e São Paulo. 
Os vendedores da empresa visitam os clientes, recolhem as embalagens 
sem uso e enviam-nas para as cooperativas de catadores dos bairros mais 
próximos, que separam o material e o enviam para a reciclagem. Em Recife, 
foram recolhidas cinco toneladas em apenas nove meses.
O Governo brasileiro vai estimular a troca de geladeiras velhas por modelos novos, 
que consomem menos energia (cerca de 50%) e que não usam o gás CFC, responsável 
pela destruição da camada de ozônio.
Este gás está no compressor do refrigerador e também na espuma de poliuretano 
usada como material isolante. 
Apenas o gás do compressor é recolhido quando a geladeira é descartada. O outro, 
existente entre a estrutura metálica e a parte interna de plástico, vai para a atmosfera.
Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de 
Resíduos – Abetre –, Diógenes Del Bel, o ideal é aspirar o gás do compressor e depois 
triturar toda a geladeira dentro de um ambiente fechado.
Mas a falta de equipamentos especializados e de domínio dessa tecnologia faz com que 
as oficinas de assistência técnica não realizem esse trabalho. Com isso, grande parte das 
geladeiras velhas é recolhida pelos carroceiros, que as reciclam de forma precária ou as 
destroem a golpes de marreta, aproveitando o aço.
Segundo dados divulgados pela Abetre, o Brasil tem cerca de 50 milhões de geladeiras 
e, por ano, são descartados dois milhões.
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Como as empresas fabricantes de refrigeradores poderiam solucionar melhor o 
problema da reciclagem dos refrigeradores sem uso?
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Resposta Comentada
O investimento em logística reversa é a melhor solução para o problema da reciclagem dos 
refrigerados usados. As empresas fabricantes devem fazer parcerias com as cooperativas locais 
e com as revendas com o objetivo de recolher as geladeiras usadas, desmontá-las e enviar 
para a fábrica os materiais a serem reciclados.
Uma outra solução é conscientizar os consumidores para a verificação constante das geladeiras, 
quanto ao escapamento de gás e consumo de energia, ou ainda, sendo modelo antigo, trocá-lo 
por modelo mais novo, e, nesse caso, a empresa ofereceria vantagens.
As empresas também poderiam criar uma extensa rede de coleta seletiva, constituída de pontos 
de entrega e de lojas de assistência técnica, empenhadas em receber geladeiras velhas, 
inclusive recolhendo nas casas dos clientes. 
AS ALTERNATIVAS PARA O DESCARTE DO LIXO
Vimos anteriormente que a gestão estratégica do lixo é um com-
ponente cada vez mais importante no modelo gerencial de uma empresa, 
independentemente do seu setor de atividades e tamanho. Uma das 
atividades mais relevantes deste processo de gerenciamento é o descarte 
do lixo produzido pela empresa.
As empresas têm as seguintes alternativas para se livrarem do seu 
e-lixo (lixo eletrônico proveniente do descarte das peças dos computadores 
e pertiféricos):
• Reúso: é uma forma de aumentar a vida útil dos eletrônicos. 
Algumas empresas os repassam adiante para outra empresa 
localizada em países pobres. O problema é que, em pouco tempo, 
eles viram sucata e, ao serem descartados, poluem o ambiente.
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• Incineração: é o que fazem muitas empresas. É importante lembrar 
que a incineração dos eletrônicos libera metais pesados, como o 
chumbo, o cádmio e o mercúrio, e em forma de cinzas. E isso, 
ao ser despejado nos rios, pode chegar à nossa cadeia alimentar 
por meio dos peixes que comemos.
• Reciclagem: é o reaproveitamento dos materiais que são utilizados 
na confecção de novos aparelhos, mas traz riscos de contaminação 
para as pessoas que trabalham na reciclagem.
• Design verde: consiste na substituição do material usado; por 
exemplo, o chumbo das soldas pode ser trocado por liga de 
estanho. Muitas empresas decidiram, por exemplo, trocar o 
PVC em seus produtos por materiais similares.
• Aterros: é a pior alternativa. Empresas queo fazem ou permitem 
fazê-lo poluem o solo, pois seus equipamentos eletrônicos liberam 
elementos tóxicos ao serem enterrados no solo, afetando o 
ambiente e as comunidades em seu entorno.
Alguns fabricantes de 
aparelhos de tevê encerraram sua 
produção de televisores de tubo de imagem 
e passaram a se concentrar nas tevês de 
cristal líquido, que são 100% 
recicláveis.!!
POR QUE O LIXO TORNOU-SE UM PRODUTO DE ALTO 
VALOR AGREGADO?
Quando reutilizado, reciclado e reaproveitado, o lixo sob a forma 
de resíduos adquire um elevado valor agregado.
Em primeiro lugar, porque ele retorna ao ciclo de produção 
da empresa, sob a forma de novos recursos produtivos, reduzindo 
enormemente os seus custos de produção.
Em segundo lugar, porque as atividades de coleta seletiva de lixo, 
indispensáveis para a reciclagem, são geradoras de emprego e renda, e 
alavancam novos negócios.
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Em terceiro lugar, porque a economia do lixo tem um enorme escopo 
de utilização, que faz dele não apenas uma fonte de recursos renováveis, 
mas, sobretudo, uma fonte de geração de energia.
Em quarto lugar, porque o aproveitamento do lixo demanda uso e 
aplicação de novas tecnologias. O melhor exemplo é a tecnologia bottom 
to bottom, utilizada no reaproveitamento das garrafas PET, recicladas 
para a fabricação de novas garrafas PET. 
E, finalmente, porque o reaproveitamento e reúso dos resíduos 
diminui as agressões ao meio ambiente.
É nesse contexto que o lixo adquire maior valor econômico e social 
de uso como fonte de matéria-prima, de recursos naturais, de energia e de 
preservação ambiental.
CONCLUSÃO
O lixo ganha importância na sociedade de hoje. Tornou-se um 
novo mercado, uma economia em expansão e um campo fértil para o 
desenvolvimento de novas tecnologias.
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Agora o lixo assumiu um novo papel no mundo empresarial, como 
fonte alternativa de energia, como base para novos negócios e como pro-
dutos de alto valor agregado.
O lixo gera emprego, renda, reduz custos e torna-se uma fonte de 
vantagem competitiva para as empresas.
Estamos, portanto, no limiar de uma nova mudança: a transição 
da sociedade do lixo para a economia próspera do lixo.
A economia do lixo tem se caracterizado pelo surgimento de 
negócios sociais sustentáveis como, por exemplo, as cooperativas de 
catadores. No contexto empresarial, proliferam as empresas fabricantes 
de embalagens verdes e sustentáveis e as empresas que gerenciam de forma 
eficiente e eficaz os seus resíduos. No âmbito governamental, os governos 
começam a criar e implementar políticas de reciclagem do lixo e, na esfera 
social, as comunidades se mobilizam em campanhas de coleta seletiva.
O resultado esperado é o fim da onda cinza e o despertar das 
ondas verde e azul, um mundo de natureza preservada, de águas limpas e 
abundantes, sem lixões e sem poluição provocada pelos detritos e resíduos 
de todos os tipos.
A Lafarge é uma empresa produtora de cimento que iniciou em 2007 um projeto de 
reutilização de sobras de gesso da construção civil na produção de cimento. 
É importante lembrar que o gesso é um dos itens básicos da fabricação do cimento, 
que também utiliza calcário e argila, cujo objetivo é evitar que o cimento endureça 
rapidamente e perca a serventia.
O gesso é um recurso natural não-renovável, existente em maior número no estado 
de Pernambuco. A empresa tem um elevado custo de frete ao transportar o gesso de 
Pernambuco para as suas fábricas, localizadas na região Sudeste.
A Lafarge vem tentando obter o gesso de outras fontes: uma indústria de fertilizantes, 
localizada na região do Triângulo Mineiro, que gera como resíduo uma espécie de 
gesso artificial, e uma fábrica de louças sanitárias, localizada na região Sudeste, que 
usa moldes de gesso para a fabricação de pias e vasos.
5Atividade Final
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A empresa também obtém gesso por meio do reaproveitamento do material resultante 
do corte das placas de gesso usadas para fazer paredes e forros de sua própria fábrica.
A principal estratégia da empresa tem sido a reutilização dos resíduos das placas de 
gesso. Em uma de suas fábricas, localizada em Arcos (MG), a empresa desenvolveu 
um sistema de reutilização do gesso. A meta é atingir o volume de 100% de gesso 
reutilizado em suas fábricas, em cinco anos.
(Texto adaptado de SOARES, 2008, p. 6).
Qual é a importância do reaproveitamento dos resíduos das placas de gesso para a 
empresa?
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Resposta Comentada
A Lafarge tem no gesso uma de suas principais matérias-primas utilizadas na produção 
de cimento. Mesmo utilizando sobras de gesso da indústria de fertilizantes e da fábrica de 
louças sanitárias e da construção civil, a empresa precisa de quantidades significativas de 
gesso em suas fábricas de cimento na região Sudeste.
A empresa compra gesso das jazidas de Pernambuco, mas seus custos com frete são 
elevados. 
Com o objetivo de assegurar maior fornecimento dessa matéria-prima para as suas fábricas, 
a empresa utilizou a alternativa estratégica de reaproveitamento das sobras de gesso em 
sua própria fábrica.
Portanto, a alternativa utilizada é a reciclagem, visto que o gesso é um resíduo reciclável 
porque pode ser reintroduzido no processo de fabricação de cimento a um menor custo 
e evitando mais extração desse recurso natural, como também a contaminação do meio 
ambiente. O gesso, se descartado no ambiente, pode contaminar a água e o solo, 
pois é composto de sulfato de cálcio, que se dissolve na água e ao se infiltrar 
no solo, pode atingir o lençol freático.
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INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA
Na próxima aula, vamos estudar o fenômeno do consumo consciente.
Estamos diante de um grave problema: o acúmulo de lixo proveniente 
de empresas, escritórios, residências e logradouros públicos. Como nos 
desvencilhamos dele? Como reaproveitá-lo melhor? Como assegurar a sua 
correta destinação sem causar prejuízos ambientais e danos à saúde das 
pessoas? São perguntas que nos levam a pensar no novo papel das empresas, 
dos governos, dos cidadãos, das ONGs e dos movimentos sociais, e da sociedade 
na busca de soluções inovadoras para a solução desse problema.
As empresas são os maiores agentes da onda cinza. Ao não tratarem 
corretamente o seu lixo, poluem o ambiente e ameaçam a saúde das pessoas. 
São elas as grandes geradoras de lixo industrial, comercial, hospitalar, tóxico 
e atômico, que, juntos, constituem uma grande ameaça ao planeta.
O grande desafi o para as empresas é gerenciar de forma adequadaos seus 
resíduos. Muitas já o fazem, mas a maioria age de forma irresponsável, 
poluindo o ambiente.
As melhores práticas empresariais no tratamento do lixo e no combate à onda 
cinza são as estratégias de reciclagem de materiais, que são reaproveitados 
no ciclo produtivo da empresa, reduzindo enormemente seus custos.
Algumas empresas, como a Tetra Pak, a Coca-Cola, a Whirlpool, de produtos 
eletrônicos, já ingressaram nessa nova onda de combate ao cinza do clima, 
das cidades sujas e dos aterros sanitários repletos de dejetos e resíduos, e 
da aparência acinzentada dos lixões e lixinhos ainda existentes em ruas, 
terrenos e depósitos clandestinos que nos levam a crer que ainda vivemos 
na sociedade do lixo.
R E S U M O

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