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1 O ambiente em que as organizações convivem Essa política parte da premissa de que todas as áreas da organização estejam interligadas: do relacionamento com os fornecedores, passando pelo processamento dos insumos, até a chegada do produto nas mãos dos clientes. A política de incentivos a Criatividade e Inovação pode ser considerada um novo modelo de gestão organizacional que exige uma nova postura: uma política de desempenho, de reconhecimento e recompensas (“reco-reco”) que proporciona um aprendizado contínuo. Ela requer também uma estrutura organizacional que estimule o desenvolvimento de um sistema de avaliação de desempenho, considerando-se a geração das ideias e a sua seleção, bem como os seus desenvolvimentos, os testes para a implementação de um novo produto e, se for o caso, a sua comercialização. 2 Isso tudo deve criar um diferencial, uma vantagem competitiva e um desenvolvimento organizacional que impacte positivamente o mercado. As organizações que quiserem ser competitivas e manter-se no mercado devem: a) Avaliar os seus processos de criatividade e inovação; b) Analisar as opções de investimentos dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais, de estrutura e humanos; c) Estabelecer estratégias adequadas à sua realidade; d) Identificar e combater “silos” (bloqueios, comunicação ineficientes entre áreas e pessoas); e) Incentivar a participação de todos a quanto à prática de Criatividade e Inovação. Para implementar uma política de incentivos a Criatividade e Inovação, os principais gestores devem fazer um diagnóstico de sua organização a fim de verificar se já existe algo que incentive os colaboradores a contribuir com ideias ou sugestões; avaliar essa situação para: 1) Identificar as competências existentes; 2) Criar estruturas específicas que impulsionem essas ideias para que elas saiam do papel; 3) Registrar e criar catálogos dessas ideias; 4) Definir estratégias, tanto para o ambiente interno quanto o externo, necessárias à viabilização e à implementação de ideias; Qual seria a melhor forma de se ter uma estrutura organizacional que auxilie a implementação de uma política de incentivos a Criatividade e Inovação? Na realidade, não existe uma estrutura organizacional formal específica para esse objetivo. É preciso possibilitar aos colaboradores propor ideias, e que elas possam ser explicitadas e operacionalizadas da melhor forma possível. Tais ideias devem ser compatíveis e adaptáveis às estratégias organizacionais já existentes e também vir a agregar valor à organização. Outros aspectos também muito importantes a 3 serem levados em consideração para a criação de ideias são o clima e a cultura organizacional. A representação referente ao ambiente que as organizações vivenciam nos apresenta o quanto são importantes os relacionamentos para se criar estratégias diferenciadas; vamos destacar pelo menos dois relacionamentos. O primeiro diz respeito à parceria com os fornecedores. Vários modelos e técnicas podem ser utilizados, mas o mais importante é garantir o fornecimento dos insumos com a qualidade exigida - por um preço que se pode pagar e no local e no momento de necessidade. O segundo relacionamento é aquele que envolve os clientes com os quais devemos destacar o feedback. Ambos os relacionamentos devem ser motivo de permanente atenção e de criação de alternativas inovadoras que venham a garantir insumos de qualidade para que a organização possa ser capaz de desenvolver produtos inovadores que atendam os clientes nas suas necessidades e expectativas, e, dessa forma, ocupar ou continuar ocupando uma posição de destaque no mercado. Esses aspectos influenciam muito na política de incentivos. Davila e Shelton, em seu livro As regras da inovação (2003), identificam 7 (sete) fatores para uma boa política de incentivos a Criatividade e Inovação: 1) Forte liderança para definir a política de incentivo a inovação – deixar claro para todos da organização o quanto é importante inovar para que a organização que eles fazem parte também se mantenha ou venha a ocupar um lugar de destaque no mercado. Mostrar também que a responsabilidade é de todos e não só dos principais gestores; 2) Estruturas organizacionais flexíveis e de incentivo à criação de valor para a organização – nesse modelo de estrutura, prevalece o atendimento ao cliente (interno e externo) e aos fornecedores, sendo caracterizada uma estrutura organizacional por processos; 4 3) Inserção da Criatividade e Inovação na mentalidade dos negócios da organização – foco de todos os esforços da política de incentivos ao negócio da organização em sua missão; 4) Alinhamento com as estratégias de negócio, quando estamos nos referindo às expertises existentes na organização (complementando o item anterior); 5) Equilíbrio entre os processos de criatividade, inovação e captação de recursos – todos devem estar conscientes de que a política de incentivo a Criatividade e Inovação requer investimentos, captação de recursos coerente com a realidade e a disponibilidade da organização; 6) Eliminação de bloqueios organizacionais (eliminação de “silos”) – o modelo de estrutura flexível ou por processos já atende essa característica, por meio de seus processos em prol da interação entre os envolvidos (vide estrutura por processos acima); 7) Estabelecimento de redes de comunicação – uma política de incentivos a Criatividade e Inovação deve ter um canal de comunicação por meio do qual os colaboradores envolvidos possam expor o que está sendo feito; dessa forma, além de seu anúncio, promove-se a captação de mais recursos para a continuidade de uma ideia; 8) Criação de indicadores de desempenho para gerenciamento dessa política – o gerenciamento é feito pelo monitoramento dos resultados das medições de indicadores, o que proporcionará a todos os colaboradores verificar o sucesso ou o insucesso da política de incentivos da organização.
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