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APOSTILA DE BIOLOGIA IMPACTO

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Frente 1 Frente 2 Frente 3 Frente 4
2 12 28 38
16 30 404
6 20 32 42
8 22 34 44
10 24 36 46
Características: 
Invertebrados e 
Vertebrados
Evolução
A origem da vida
Taxonomia
A classificação dos 
seres vivos
Sistema 
Cárdio-Vascular
Evolução
A origem da vida
Vírus
Uma partícula 
basicamente protéica
Sistema 
Cárdio-Vascular IINoções de 
Embriologia e 
Zoologia
Poríferos e 
Celenterados
Evolução
Convergência e 
Irradiação adaptativa
Viroses
Doenças causadas por 
vírus
Hematologia
O estudo do sangue
Platelmintos
e Nematelmintos
Introdução à
Genética
Estudo do Reino
Monera
Sistema Reprodutor
Feminino
Helmintíases
Parasitologia 
platelmíntica
Genética
Leis de Mendel
Bacterioses
Doenças causadas 
por bactérias
Sistema Reprodutor
Masculino
Fi
ch
a 
1
Fi
ch
a 
2
Fi
ch
a 
3
Fi
ch
a 
4
Fi
ch
a 
5
2 www.portalimpacto.com.brn BIOLOGIA www.portalimpacto.com.br
Características: Invertebrados e
VERTEBRADOS
Os reinOs da natureza
Vírus
reinO MOnera
n Deste os tempos de Aristóteles os seres vivos eram agrupados em dois reinos: Vegetal e Animal. Com o desenvolvimento da Biologia, 
e principalmente em decorrência dos estudos microscópicos, percebeu-se que apenas dois reinos não eram suficientes para englobar 
toda a diversidade da vida em nosso planeta.
n O biólogo alemão Ernst Haeckel (1837 – 1919) propôs, em 1899, a criação de dois novos reinos, Protista e Monera, para incluir os 
organismos estruturalmente mais simples do que animais e vegetais. Em 1969 o biólogo R. H. Whittaker sugeriu que os fungos, tradi-
cionalmente classificados no reino Vegetal, fossem separados em um reino à parte, denominado Fungo ou Fungi.
n Os vírus não são incluídos em nenhum dos cinco reinos. Não 
apresentam células, sendo constituídos por uma ou poucas 
moléculas de ácido nucléico, que pode ser DNA ou RNA, en-
voltas por moléculas de proteínas. Os vírus são parasitas in-
tracelulares obrigatórios, que atacam células de animais, de 
plantas, de fungos ou de bactérias. Quando fora da célula hos-
pedeira, os vírus são completamente inertes e não se reprodu-
zem. No interior da célula apropriada, porém, um vírus pode 
originar centenas de novos vírus idênticos.
n O reino Monera reúne seres vivos unicelulares e 
procariontes: as bactérias e as cianobactérias, es-
tas últimas também chamadas cianofíceas.
reinO PrOtista
n No reino Protista estão incluídos os protozoários, seres 
eucariontes, unicelulares e heterótrofos, e as algas, seres 
eucariontes, unicelulares ou multicelulares e autótrofos 
fotossintetizantes.
n As algas multicelulares são incluídas nesse reino porque 
têm organização simples, com pouca ou nenhuma 
diferenciação entre as células que formam seu corpo.
vírus da parolidite
vírus da varíola
Bacterófago
vírus da herpes simples
Adenovírus Vírus do polioma
vírus da gripe vírus do tabaco
Pseudópodo
Cílios
Flagelo
Sarcodina
(Ameba)
Ciliota
(paramécio)
Flagellata
(tripanossomo)
Sporozoa
(greganina)
Frente
Ficha
01
01
www.portalimpacto.com.br 3n BIOLOGIAwww.portalimpacto.com.br
reinO aniMaL
reinO Fungi
n O reino Fungi inclui seres eucariontes, unicelulares ou multi-
celulares, que se assemelham às algas na organização e na re-
produção, mas que diferem delas por serem heterótrofos.
Em alguns sistemas de classificação os fungos são incluídos en-
tre os protistas. A tendência moderna, porém, é classificá-los 
em um reino separado.
reinO VegetaL
Célula
Hifa
Micélio
Talo
Caule
Tecio vasculares
Parênquima
Raiz
Tecido de revestimento
Folha
n O reino Animal reúne os animais, seres eucariontes, multicelulares e 
heterótrofos. Os animais apresentam células bem diferenciadas, que 
formam tecidos e órgãos corporais bem distintos. Esse reino inclui 
desde animais simples, como as esponjas, até animais complexos, 
como os mamíferos, grupo ao qual pertencemos.
Invertebrados.
n Representantes: Moscas,lagostas,abelhas,borboletas, etc...
Características principais 
n O grupo dos invertebrados inclui 97% de toda a espécie animal. 
n Uma característica comum a todos os invertebrados é a au-
sência da espinha dorsal
• formação multicelular e ausência de parede celular. 
• com exceção das esponjas, possuem tecidos como resultado 
de sua organização celular
• sua reprodução geralmente é sexuada (gametas masculinos 
e femininos se combinam para formar um novo organismo)
n De forma geral, podemos dizer que a grande maioria dos 
invertebrados é capaz de se locomover. Contudo, as esponjas 
somente realizam esta tarefa quando elas ainda são bem jo-
vens e pequenas. Já as lagostas e os insetos são capazes de se 
movimentar durante toda sua existência.
Vertebrados.
n Representantes: peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. 
n São cerca de 50 mil espécies, formando o maior e mais com-
plexo grupo dos cordados. A diversidade da forma e tamanho 
é muito grande.
n Habitat: todos os ambientes.
n Os vertebrados apresentam-se como um grupo de corda-
dos que desenvolveu métodos mais ativos de obtenção de 
alimento. Isso é conseqüência da maioria das características 
próprias desse grupo: substituição da notocorda pela coluna 
vertebral; aperfeiçoamento do sistema muscular segmentado 
e agrupamento dos tecidos nervosos e dos órgãos sensitivos 
mais complexos na extremidade anterior do corpo. Com essas 
características, os vertebrados tornaram-se o maior e o mais 
importante grupo dentre os cordados.
n Constituem um grupo bastante diversificado representado 
por sete classes distintas: Cyclostomata (lampreias e feiticei-
ras), Chondrichthyes (raias e tubarões), Osteichthyes (peixes 
ósseos), Amphibia (anfíbios), Reptilia (répteis), Aves (aves) e 
Mammalia (mamíferos).
n Essas classes podem ser agrupadas com base em determi-
nadas características
Características
n Os vertebrados possuem um endoesqueleto ósseo ou de 
cartilagem, o que lhes permite atingir um porte físico maior.
n O nome vertebrado vem em decorrência da presença de 
uma coluna vertebral, que sustenta o corpo e protege a medu-
la espinhal, além de um crânio, que protege o encéfalo.
n A notocorda está presente na maioria dos vertebrados so-
mente no embrião.
n Presença dos anexos embrionários que ajudam na sobrevi-
vência do embrião, são eles:
- saco vitelínico: é uma reserva nutritiva.
- âmnion: líquido que protege o embrião contra a desidrata-
ção. Está presente somente nos embriões que se desenvolvem 
fora da água.
- alantóide: armazena excretas e auxilia na respiração.
- córion: bolsa que envolve os outros anexos.
- Placenta: responsável pela nutrição, respiração e produção 
de hormônios da gravidez.
n Em relação à temperatura corporal, os vertebrados podem 
ser classificados em distintas categorias.
n Quanto à fonte de calor:
- Endotérmicos: a temperatura do corpo é mantida por ca-
lor produzido pelo metabolismo interno do animal. Ex.: aves e 
mamíferos.
- Ecototérmicos: a temperatura do corpo depende de fontes 
externas de calor (energia solar). Ex.: peixes, anfíbios e répteis.
Quanto a variação de temperatura:
- Homeotérmicos: a temperatura do corpo é mantida cons-
tante independentemente da temperatura do ambiente. Ex.: 
aves e mamíferos.
- Pecilotérmicos: a temperatura do corpo varia de acordo com 
a temperatura do ambiente. Ex.: peixes, anfíbios e répteis.
n O reino Vegetal re-
úne as plantas, seres 
eucariontes, multice-
lulares e autótrofos 
fotossintetizantes. 
As plantas têm cé-
lulas diferenciadas, 
que formam tecidos 
corporais bem defi-
nidos. Musgos, sa-
mambaias, pinheiros 
e plantas frutíferas 
são os principais gru-
pos que compõem o 
reino Vegetal.
4 www.portalimpacto.com.brn BIOLOGIA www.portalimpacto.com.br
AQUISIÇÔES EVOLUTIVAS DOS ANIMAIS 
Noções de Embriologia eZOOLOGIA
n Para o vestibular você deve saber de algumas aquisições 
evolutivas que ocorrem nos animais. Estas aquisições vão ori-
ginar várias estruturas que são de fundamental importância 
na hora de classificarmos os animais dentro dos filos. Eis as 
mais importantes.
1. Arquêntero e Blastóporo 
n Arquêntero: Também chamado de intestino primitivo do 
embrião. Forma-se durante o processo de gástrula no de-
senvolvimento embrionário. Neste caso parte do embrião 
dobra-se para o interior da blastocela; esta vai se reduzindo 
progressivamente e uma nova cavidade surge em seu lugar, 
o arquêntero. O arquêntero originará a cavidade digestiva no 
animal adulto.
A abertura do arquêntero para o meio externo, o blastóporo, 
dependendo do grupo de animais origina a boca ou o ânus.
2. Protostômios e Deuterostômios
n Protostômios: São animais nos quais o blastóporo vai ori-
ginar a boca (do grego protos = primeiro, primitivo; stoma = 
boca). Ex: Platelmintos, nematelmintos, anelídeos, moluscos 
e artrópodes. 
n Deuterostômios: São animais nos quais o blastóporo vai 
originar o ânus (do grego deuteros = posterior). Ex: Equino-
dermos e Cordados.
Esquema da origem da boca e do ânus a partir do blastóporo
3. Diblásticos e Triblásticos
a) Diblásticos: São animais que apresentam dois folhetos 
germinativos ou embrionários (ectoderma e endoderma). Ex: 
Celenterados.
b) Triblásticos: São a animais que apresentam três folhetos 
germinativos (ectoderma, mesoderma e endoderma). Ex: Dos 
platelmintos aos cordados.
4. Acelomados, pseudocelomados e celomados.
n O aparecimento do terceiro folheto embrionário (mesoderma) 
possibilitou aumentar a complexidade estrutural dos animais, 
originando novos órgãos. Todavia, um corpo preenchido por te-
cido mesodérmico maciço, como ocorre nos vermes platelmin-
tos atuais, não se revelou muito vantajoso, pois todas as células 
tem de estar perto da cavidade digestiva para receber alimento e 
também perto do exterior para receber gás oxigênio. 
n Com exceção dos platelmintos, todos os outros animais tri-
blásticos desenvolveram cavidades corporais que garantiram 
a circulação de substâncias nutritivas e gás oxigênio entre as 
células. Assim, de acordo com a presença e o tipo de cavidade 
corporal, os animais foram divididos em acelomados, pseu-
docelomados e celomados. 
4.1. Acelomados: Neles todos os espaços do corpo situados 
entre a camada externa (derivada do ectoderma), e a camada 
mais interna (derivada do endoderma), são preenchidos por 
tecidos derivados do mesoderma. Ex: Platelmintos.
4.2. Pseudocelomados: Apresentam a cavidade corporal apenas 
parcialmente revestida pelo mesoderma. Ex: Nematelmintos. 
4.3. Celomados: Nos animais adultos o celoma formará a 
cavidade geral do corpo, situada entre a epiderme e o tubo 
digestório e que aloja diversos órgãos. O celoma é totalmente 
revestido (internamente e externamente) pelo mesoderma. Ex: 
Anelídeos, moluscos, artrópodes, equinodermos e cordados.
Protostômios
Blastópo
Blastópo
Ânus
Ânus
Boca
Boca
Deuterostômios
Blastoderma
Ectoderma
Ectoderma
celoma
Arquêntero
Arquêntero
Mersoderma
Endoderma
Endoderma
DIBLÁSTICO
TRIBLÁSTICO
Acelomado
Frente
Ficha
01
02
www.portalimpacto.com.br 5n BIOLOGIAwww.portalimpacto.com.br
5. Esquizocelomados e Enterocelomados.
a) Esquizocelomados: São animais cujo celoma se forma a partir de fendas internas surgidas nas massas mesodérmicas do 
embrião. 
Ex: Moluscos e anelídeos. 
b) Enterocelomados: São animais cujo celoma se forma a partir de bolsas que brotam do teto do arquêntero. 
Ex: Equinodermos e Cordados.
PSEUDOCELOMADO
ESQUIZOCELOMADO ENTEROCELOMADO
CELOMADO
Pseudoceloma
Pseudoceloma
Celoma
Teloblastos
Celoma
Blastóporo
Evaginação
do 
arquêntero
ANCESTRAL PROTISTA
Simetrial
Bilateral
Árvore filogenética que mostra as relações evolutivas entre os principais 
filos animais.
Simetrial
Radial
Celomados
Acelomados
Esquizocelomados Enterocelomados
Segmentados
Segmentados
Pseudocelomados
6 www.portalimpacto.com.brn BIOLOGIA www.portalimpacto.com.br
PORÍFEROS
e Celenterados
1. Filo Porífera (Espongiários).
n O filo Porífera é constituído por animais pluricelulares que apre-
sentam poros na parede do corpo. Eles são predominantemente 
marinhos (minoria em água doce), sendo encontrados desde o 
nível das praias até uma profundidade de 6 mil metros. As suas 
células possuem um certo grau de independência e não se orga-
nizam em tecidos.
1.1. Características gerais.
n São animais sésseis;
n O habitat é preferencialmente marinho;
n Elevada capacidade de regeneração (amebócitos);
n Digestão exclusivamente intracelular;
n Diblásticos;
n Acelomados;
n Protostômios;
n Simetria Radial;
n Por não apresentarem órgãos, os poríferos foram incluídos 
no Reino Parazoa, enquanto os outros animais estão incluídos 
no Eumetazoa;
n Não apresentando órgãos, não haverá a formação dos siste-
mas, logo estes animais são destituídos de sistemas.
1.2. Aspectos anatômicos e fisiológicos dos poríferos.
n Sua forma lembra um vaso fixo a um substrato geralmente 
rochoso. Na extremidade superior apresenta um grande ori-
fício chamado ósculo, que dá acesso a uma grande cavidade 
central chamada átrio ou espongiocele.
Possui a parede do corpo dividido em três camadas:
n Camada externa (Epiderme): é formada por células achata-
das chamadas pinacócitos, que servem para proteção e reves-
timento de uma esponja.
n Camada média (mesênquima ou mesogléia): é constituída 
por um material gelatinoso que é a mesogléia, onde se encon-
tram as seguintes estruturas.
n Amebócitos: são células responsáveis pela distribuição do 
alimento e formação de outras células.
n Espículas calçárias ou silicosas: são estruturas que fazem a 
sustentação do corpo do animal.
n Rede de esponjina ou fibra de esponjina: estrutura que 
ajuda na sustentação do animal.
n Camada interna: é constituída por células flageladas cha-
madas coanócitos cuja função é a digestão intracelular.
1.3. Classificação
n Os poríferos são classificados de acordo com o trajeto de 
circulação da água no interior da sua estrutura:
a) Áscon: O tipo áscon é o mais simples. A parede é fina e 
possui poros inalantes que se abrem diretamente na espon-
giocela. Esta é revestida por coanócitos.
b) Sícon: Nas esponjas do tipo sícon, a parede do corpo é for-
mada por projeções em forma de dedos. A água penetra pelas 
camadas radiais, indo para a espongiocela. Os canais radiais 
são revestidos internamente por coanócitos.
c) Lêucon: No tipo lêucon, a parede do corpo é mais espessa 
e percorrida por um complicado sistema de canais. Há canais 
inalantes e exalantes e, entre eles, câmaras revestidas por co-
anócitos. A água penetra pelos canais inalantes, passa por câ-
maras vibráteis e vai à espongiocela pelos canais exalantes.
Áscon Sícon Lêucon
1.4. Reprodução das esponjas.
1.4.1. Reprodução assexuada:
Pode ser de 3 tipos:
a) Regeneração: Os poríferos possuem grande poder de re-
generar partes perdidas do corpo. Qualquer parte cortada de 
uma esponja tem a capacidade de se tornar uma nova esponja 
completa.
b) Brotamento: Consiste na formação de um broto a partir da 
esponja-mãe. Os brotos podem se separar, constituindo novos 
animais.
c) Gemulação: É um processo realizado pelas espécies de água 
doce e alguns marinhos. Consiste na produção de gêmulas, 
um grupo de amebóides que são envolvidos por uma mem-
brana grossa e resistente.
ESQUEMA DO CORTE DE UMA ESPONJA EVIDENCIANO AS CÉLULAS
ósculo
pinacócito
espículas
núcleo
coanócitoporócito
amebócito
fluxo da 
água
flagelo
partículas de
alimento
Coanócito
flagelados
Coanócito
flagelados
Poro
Poros
Câmaras
vibráteis
Átrio
Ósculo
Poros
Frente
Ficha
01
03
www.portalimpacto.com.br7n BIOLOGIAwww.portalimpacto.com.br
n Os cnidários são animais invertebrados com organização 
bastante simples, pouco superior à dos poríferos. São os pri-
meiros animais da escala zoológica a apresentar uma cavidade 
digestiva onde ocorre parte da digestão dos alimentos. São ca-
racterizados por apresentar células urticantes, os cnidoblastos, 
responsáveis por causar irritações e queimaduras. Os represen-
tantes mais conhecidos são as águas-vivas, hidras e corais.
2.1. Características gerais.
n São animais aquáticos, de hábitat preferencialmente mari-
nho;
n São diblásticos;
n São protostômios;
n São acelomados;
n Possuem simetria radial;
n Possuem digestão intra e extracelular;
n Existem formas livre-natantes chamadas medusas e formas 
sésseis chamadas pólipos;
2.2. Organização corporal dos cnidários.
n Os cnidários apresentam duas formas 
morfológicas: pólipos e medusas. Os póli-
pos são formas sésseis, fixa a um substrato 
e têm forma de um cilindro, com a porção 
superior apresentando tentáculos que cir-
cundam a boca. As medusas têm forma de 
um guarda-chuva, com longos tentáculos 
que rodeiam a boca situada na porção me-
dial inferior.
2.3. Aspectos anatômicos e fisiológicos dos cnidários.
n Os cnidários são animais que apresentam apenas 2 folhetos 
embrionários (diblásticos). O ectoderma dá origem a epider-
me, camada do corpo que reveste externamente o animal. O 
endoderme é o folheto embrionário que dá origem a gastro-
derme, que faz o revestimento da cavidade digestiva, também 
chamada cavidade gastrovascular. Entre essas camadas existe 
a mesogléia, massa gelatinosa responsável pela sustentação 
esquelética do animal.
n Na epiderme estão situados diversos tipos de células. São elas:
a) Células epitélio-musculares: São responsáveis por conferir movi-
mento ao animal, bem como proporcionar o seu revestimento.
b) Células interticiais: São células dotadas da capacidade de 
dar origem aos diversos tipos de células do animal. Participa 
ativamente do processo de regeneração.
c) Células sensoriais: Têm a capacidade de perceber os estí-
mulos externos e transmiti-los às células nervosas do animal.
d) Células glandulares: Secretam muco que tem função lu-
brificante.
e) Cnidoblastos: São células dotadas de uma cápsula ovóide, 
o nematocisto, que contém um líquido tóxico. Possui na re-
gião voltada para o exterior um expansão em forma de dente, 
denominada cnidocílio, que é ativado ao menor toque e que 
funciona como um gatilho. Os cnidoblastos localizam-se por 
toda a epiderme do cnidário, sobretudo na região dos tentácu-
los e ao redor da boca.
Cnidoblasto Cnidoblasto Tipos de cnidoblastos
descarregado
 
n Os cnidários são carnívoros e se alimentos de diversos tipos 
de animal: crustáceos, peixes, larvas de insetos, etc. Essas pre-
sas são capturadas e levadas pelos tentáculos à boca, pelo qual 
são conduzidas até a cavidade gastrovascular. O sistema diges-
tivo é dito incompleto, pois tem boca, mas não tem ânus.
n Os cnidários apresentam capacidade de responder a estímu-
los do meio. Isso se dá graças a um sistema nervoso bastante 
simples, mas que está presente neste grupo pela primeira vez 
no reino animal. O sistema nervoso não é centralizado, mas do 
tipo difuso com os neurônios formando uma rede.
2.4. Reprodução dos cnidários.
a) Assexuada: Ocorre por brotamento, que consiste na forma-
ção de um broto formado na parede do corpo do animal que 
se destaca dando origem a um novo indivíduo.
b) Sexuada: Os espermatozóides e óvulos são formados a par-
tir das células intersticiais. Os espermatozóides são liberados 
na água e nadam à procura do óvulo que, dependendo da es-
pécie, também é liberado na água ou pode permanecer aderi-
do ao corpo da mãe. Do zigoto, forma-se um embrião que, ao 
desenvolver-se, origina formas adultas.
2. Filo Cnidaria ou Coelenterata (Cnidários ou Celenterados)
1.4.2. Reprodução Sexuada:
n Quando a reprodução é sexuada, observa-se que a maioria das esponjas 
é hermafrodita (monóicas), embora existam espécies com sexos separados 
(espécies dióicas), não há gônadas para a formação de gametas, sendo 
estes originados pelos amebócitos. A fecundação (interna) e as primeiras 
fases do desenvolvimento embrionário ocorrem no interior do organismo 
materno, de onde origina-se uma larva denominada anfiblástula, que sai 
pelo ósculo e fixa-se ao substrato, originando uma nova esponja. Como há 
estágio larval entre o zigoto e o adulto, diz-se que as esponjas apresentam 
desenvolvimento indireto.
8 www.portalimpacto.com.brn BIOLOGIA www.portalimpacto.com.br
PLATELMINTOS
e Nematelmintos
1. Filo Platyhelminthes (Platelmintos)
1.3. Aspectos anatômicos e fisiológicos dos platelmintos.
Os aspectos referentes à anatomia e fisiologia dos platelmintos 
serão descritos tendo como base a planária, representante de 
vida livre.
a) Epiderme e sistema muscular: A planária possui o corpo 
recoberto por uma epiderme. Esta apresenta muitas glândulas, 
n Este filo reúne vermes que apresentam o corpo achatado 
no sentido dorso-ventral. São os primeiros animais da escala 
zoológica a apresentar 3 folhetos embrionários durante o seu 
desenvolvimento e simetria bilateral.
1.1. Características gerais.
n São triblásticos;
n São acelomados;
n São protostômios;
n Possuem simetria bilateral;
n Podem ser de vida livre ou parasita.
1.2. Classificação e diversidade dos platelmintos.
Existem aproximadamente 13 mil espécies de platelmintos di-
vididas em 3 grupos: turbelários, trematóideos e cestóideos.
n Classe Turbellaria: Reúne os platelmintos de vida livre. Os 
turbelários têm como representante as planárias que podem 
ser aquáticas ou terrestres. Apresentam grande capacidade 
regenerativa.
n Classe Trematoda: Esta classe é constituída por espécies 
parasitas. Alguns são ectoparasitas, outros são endoparasitas. 
Tem como representante o esquistossomo, causador da es-
quistossomose.
n Classe Cestoda: Reúne 2 mil espécies de vermes conheci-
das como tênias ou solitárias. Possuem na região da cabeça 
ventosas que servem para aderir ao intestino do hospedeiro. 
O corpo é constituído por um conjunto de unidades denomi-
nadas proglótides. A cada instante, novas proglótides estão 
sendo produzidas.
n As proglótides localizadas próximo da cabeça são chamadas 
proglótides jovens e são imaturas. As localizadas na porção 
medial são chamadas adultas e já são maduras sexualmente. 
As proglótides situadas mais distantes da cabeça são chama-
das proglótides grávidas, pois estão ricas em ovos e são conti-
nuamente eliminadas junto com as fezes do hospedeiro.
Classe Turbellaria
(planária)
Classe Trematoda
(esquistossomo)
Classe Cestoda
(tênia)
Poro 
genitalFaringe
Boca
Face dorsal
Ocelo
Face
ventral
Ventosas
Escoléx
Proglótides
maduras
Proglótides
grávidaProglótides
imaturas
responsáveis pela produção de muco. Na porção ventral, há 
cílios que permitem o deslizamento do animal. Logo abaixo 
da epiderme existem células musculares dispostas no sentido 
circular, longitudinal e transversal. A ação desse conjunto de 
músculos permitem o animal movimentar-se nos diversos 
sentidos.
b) Sistema digestivo: Presente do tipo incompleto, pois 
há somente uma abertura: o ânus. O intestino é altamente 
ramificado.
c) Sistema excretor: Presente. As excretas são eliminadas 
por células especializadas denominadas células-flama ou 
solenócitos.
d) Sistema nervoso: Presente, do tipo centralizado. É 
constituído por dois gânglios cerebrais, localizados na região 
anterior de onde partem dois cordões nervosos ventrais.
e) Sistema respiratório: Ausente. As trocas gasosas ocorrem 
por difusão.
1.4. Reprodução dos platelmintos.
n Os platelmintos podem ser monóicos, como no caso 
das planárias e das tênias ou dióicos, como no caso dos 
esquistossomos. Nas planárias ocorre fecundação recíproca;nas tênias, autofecundação e nos esquistossomos há 
fecundação cruzada.
Tubo digestório
Faringe
Boca
Cordões nervosos
longitudinais
Células-flama
Canal excretor
Poros excretores
Nervos
Esquema do sistema digestório 
incompleto da planária
Frente
Ficha
01
04
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2. Filo Nemathelminthes (Nematelmintos ou nematódeos)
n Os nematódeos (do grego nematos, ’filamento’, e eidos, 
‘semelhante’) são todos cilíndricos e alongados. Com o 
corpo não segmentado e revestido de cutícula resistente 
e quitinosa, são animais de simetria bilateral, triblásticos, 
porém pseudocelomados, isto é, a cavidade do corpo não 
é “totalmente” revestida por folhetos mesodérmicos. Essa 
cavidade é limitada, por um lado, por músculos (de origem 
mesodérmica), mas, por outro lado, ela é limitada pela parede 
do tubo digestivo (de origem endodérmica). Logo, nestes 
animais, não existe um celoma verdadeiro, e sim um “falso 
celoma” ou pseudoceloma. Os nematelmintos são os únicos 
pseudocelomados na escala animal.
2.1. Características gerais.
n São triblásticos;
n São pseudocelomados;
n São protostômios;
n Possuem simetria bilateral;
n São os primeiros animais da escala zoológica a possuir 
sistema digestivo completo;
n Podem ser de vida livre ou parasita;
n São dióicos.
2.2. Aspectos anatômicos e fisiológicos dos 
nematelmintos.
a) Tegumento.
n O corpo desses vermes é coberto por uma cutícula protetora 
muito resistente, produzida pela epiderme, composta 
principalmente de colágeno. Essa cutícula protege contra as 
enzimas produzidas pelo sistema digestivo do organismo 
hospedeiro. A epiderme é composta por uma camada de 
células simples.
b) Sistema muscular.
n A musculatura dos nematódeos é composta por uma 
única camada de células que se distribui longitudinalmente 
pelo corpo. Essa musculatura lisa é responsável pelos 
movimentos desses animais. Provocam flexões dorso ventrais. 
A movimentação também vai depender da elasticidade da 
cutícula e do esqueleto hidrostático, líquido presente no 
pseudoceloma.
c) Sistema digestivo.
n Os nematódeos são os primeiros animais a apresentarem 
sistema digestivo completo, ou seja, possuem boca e ânus. 
A boca possui lábios ao redor. Esses lábios possuem papilas 
sensoriais, dentes ou placas cortantes. Os parasitas alimentam-
se de produtos pré-digeridos pelo hospedeiro, mas há também 
espécies fitófagas e carnívoras.
d) Sistema circulatório.
n Não possuem sistema circulatório. A circulação de gases, 
nutrientes e substâncias tóxicas é feita pelo pseudoceloma.
e) Sistema excretor.
n Possuem uma célula especializada, com um formato que 
lembra a letra H. Possuem dois canais longitudinais, que 
percorrem a lateral do corpo do verme, unidos por um canal 
transversal, que emite um ducto que elimina excretas pelo 
poro excretor. A principal excreta desses animais é a amônia.
f) Sistema Nervoso.
n Possuem dois cordões nervosos que percorrem o corpo 
do animal, ventral ou longitudinalmente. Da faringe partem 
os cordões nervosos. O cordão nervoso dorsal é responsável 
pela função motora, enquanto o ventral é sensorial e motora, 
sendo considerada a mais importante.
2.3. Reprodução dos nematelmintos.
n São animais dióicos, em sua grande maioria, possuem sexos 
separados. Apresentam dimorfismo sexual, ou seja, a fêmea é 
diferente do macho. Normalmente os machos são menores e 
sua porção posterior é afilada e curva, para facilitar a cópula. A 
fecundação é cruzada e o desenvolvimento é indireto.
Boca
Tubo 
digestivo
Cavidade corporal
(pseudoceloma)
Pseudoceloma
Endoderme
ânus
Parede do corpo
Ectoderme
Mesoderme
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HELMINTÍASES
Parasitologia platelmíntica
1. TENÍASE
2. ESQUISTOSSOMOSE OU BARRIGA D’ÁGUA.
n A teníase é uma doença causada pela fase adulta de um verme chamado tênia (taenia solium e taenia saginata) quando esta 
se aloja no intestino humano através da ingestão de derivados de porco e boi mal cozidos que contenham cistos do verme. 
Estes cistos formam a popular solitária que pode chegar a três metros de comprimento dentro do organismo humano. Seu 
corpo é formado por anéis e estes podem armazenar até 80.000 ovos cada um. Os ovos liberados pelas fezes contaminam o 
solo e a água que transmite aos animais e esses passam para o homem.
A verminose por muitas vezes não se manifesta, porém pode apresentar alterações do apetite, diarréia, enjôo, insônia, perda de 
peso, irritação, dor abdominal, fadiga e fraqueza. 
O tratamento consiste na ingestão de um anti-helmíntico associado ou não a vermicidas. Para o tratamento caseiro utiliza-se 
até hoje o chá de sementes de abóbora. 
n A esquistossomose é uma doença (barriga 
d’água) muito comum no Brasil, causada pela 
infestação de vermes platelmintos trematódeos 
do gênero Schistosoma, parasitando as veias do 
fígado e intestino no ser humano. O ciclo de vida 
deste invertebrado passa por dois hospedeiros: 
um intermediário e o outro definitivo.
n Inicialmente o ovo contido nas fezes de uma 
pessoa contamina, depositado em ambientes 
aquáticos, se transforma em uma larva aquáti-
ca ciliada denominada miracídio. Essa se instala 
temporariamente em um tipo específico de cara-
mujo planorbídeo (gênero Biomphalaria), modi-
ficando-se em uma larva chamada de cercária.
n As cercárias penetram ativamente através da 
epiderme, quando as pessoas (principalmente os 
ribeirinhos) usufruem de cursos d’água contami-
nados. Após a penetração, as larvas atingem a 
corrente sangüínea, por onde são transportadas 
até o intestino e fígado, fixando-se aí por meio 
de ventosas, e reproduzindo-se sexuadamente.
n Os principais sintomas desta verminose são:
n Na fase aguda: coceiras, dermatites, febre, tos-
se, diarréia, enjôos, vômitos e emagrecimento.
n Na fase crônica: diarréia, aumento do fígado 
(hepatomegalia), aumento do baço (espleno-
megalia), hemorragias, abdômen com aspecto 
dilatado.
Dentre as medidas profiláticas, destacam-se:
n Evitar tomar banhos em locais desconhecidos, 
lagos e córregos de regiões com histórico evi-
dente, onde seja comprovado o grande número 
de casos da doença;
n Promover o controle da população de caramu-
jos planorbídeos;
n tratar os doentes e fornecer saneamento bási-
co, garantindo condições básicas de higiene.
Fígado
Ovo
Miracídio
Rédias
Cercárias
Cercária
Cercárias abandonam 
o caramujo
Penetração ativa das 
cercárias através da pele
Rédias
Vermes adultos
nas veias do 
fígado
Ovos 
eliminados na 
água
Eclosão do mirocídio 
e penetração no 
caramujo
Desenvolvimento do miracídio 
no corpo do caramujo
Esporocisto
Larva cercária que abandona o caramujo e pene-
tra no homem. Ovos de esquistossomo elimina-
dos junto com as fezes. Paciente com esquistosso-
mose portador de intensa dilatação abdominal.
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3. ASCARIDÍASE
4. ANCILOSTOMOSE OU ANCILOSTOMÍASE.
5. FILARIOSE OU ELEFANTÍASE.
n A ascaridíase é uma verminose provocada pelo verme Ascaris lumbricoides, conhecido como lombriga. A contaminação ocorre quan-
do um indivíduo ingere alimentos contaminados com ovos do verme.
n Ao entrar no organismo, o ovo eclode e libera a larva no intestino delgado, passa pela mucosa até chegar ao intestino grosso aonde 
chega à maturidade, com aproximadamente 40 cm.
n Normalmente a ascaridíase não apresenta sintomas, mas podem ocorrer dores abdominais, náuseas, vômitos, aumento dos sons 
intestinais, falta de apetite, palidez e emagrecimento. O diagnóstico é feito através do exame de fezes que, se contaminado, apresenta 
os ovos do verme.
n O tratamento utiliza medicamentos específicos contra vermes. É recomendávela repetição do tratamento após uma semana para 
matar larvas restantes.
n A ancilostomose, também conhecida como amarelão, é provocada 
pelo Necator americanus e Ancylostoma duodenalis, espécies de ver-
mes parasitas nematódes. As fêmeas liberam ovos no intestino del-
gado, que são expulsos pelas fezes e eclodem entre cinco e dez dias, 
tornando-se larvas infectantes.
n O nome popular amarelão deve-se a cor amarelada apresentada 
pela pessoa infectada, decorrente da anemia que o verme provoca no 
hospedeiro ao sugar seu sangue.
n Na terra quente e úmida, dos ovos saem larvas que procuram um 
hospedeiro humano. Uma vez fixada no intestino delgado, onde a lar-
va atinge o estágio adulto, quando tem capacidade de liberar ovos, o 
verme passa a sugar o sangue da pessoa. Ao penetrar na pele, a larva 
ocasiona vermelhidão, prurido, inchaço, sensação de “picada”. Da pele, 
a larva entra na corrente sanguínea, onde sofre transformações até 
chegar ao intestino delgado.
n Os primeiros sintomas da infecção são: palidez, desânimo, dificul-
dade de raciocínio, cansaço e fraqueza, provenientes da falta de ferro 
(anemia) no organismo. Outros sintomas como dores musculares, ab-
dominais e de cabeça, hipertensão, tonturas; também poderá ocorrer 
com o agravamento do quadro. A doença é perigosa para as gestantes, 
pois pode afetar o desenvolvimento do feto.
n A transmissão da ancilostomose ocorre por meio do contato direto com 
solo contaminado, como por exemplo, andar descalço na terra.
Ciclo de vida do Ascaris lumbricoides, um nematelminto que realiza todo o seu ciclo em 
um único hospedeiro
n A filariose, também conhecida por elefantíase, é uma doença causada 
por um verme nematódeo, Wuchereria bancrofti, que parasita os vasos 
linfáticos do ser humano. O ciclo de vida desse invertebrado patogênico 
ocorre com intervenção de dois hospedeiros: inicialmente passando por 
um vetor (o mosquito hematófago do gênero Culex), que ao picar o ho-
mem introduz larvas infectantes na corrente sangüínea. Essas larvas se de-
senvolvem em vermes adultos, com aproximadamente 10 centímetros de 
comprimento, migrando para o sistema linfático (os gânglios linfáticos), 
onde habitam e se reproduzem. A proliferação pode obstruir os ductos do 
sistema linfático, retendo a linfa e provocando um edema. Os ovos deposi-
tados se transformam em microfilárias que se difundem para os vasos san-
güíneos, dissipando para diversos órgãos (músculos e cavidades serosas).
n A transmissão ocorre quando um indivíduo infectado é picado pelo mos-
quito, sugando junto ao sangue as microfilárias, transmitidas a outras pes-
soas, reiniciando o ciclo. Os principais sintomas são inchaço dos membros 
superiores e inferiores (braços e principalmente as pernas), podendo atingir 
a região escrotal e as mamas. Entre as medidas de controle, destacam-se 
o combate ao mosquito vetor, utilização de telas nas janelas e portas das 
residências, uso de repelentes e tratamento dos indivíduos infectados.
Acima, à esquerda, mosquito Culex, transmissor da filariose. Demais 
fotos: deformações em decorrência de obstruções dos vasos linfáticos
Casca
Embrião
Ingestão de água ou 
alimentos contaminados 
por ovos de lombriga
Formas larvais de lombriga 
migram do pulmão e 
traqueia e são engolidos
Vermes adultos no 
instestino delgado
Eliminação dos ovos de 
lombriga com as fezes
Eclosão dos ovos e 
libertação das larvas no 
intestino delgado
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EVOLUÇÃO
A origem da vida
1. TEORIA DA GERAÇÃO ESPONTâNEA
n Os primeiros defensores conhecidos das 
ideias nesse sentido foram Anaximandro, 
seu pupilo Anaxímenes, e outros como 
Xenófanes, Parmênides, Empédocles, De-
mócrito, e Anaxágoras. Sustentavam de 
modo geral que a geração espontânea 
ocorria, mas em versões variadas.
n O defensor mais famoso dessa hipótese 
na antigüidade foi Aristóteles há mais de 
dois mil anos, e em sua versão, supunha a 
existência de um “princípio ativo” dentro 
de certas porções da matéria inanimada. 
Esse princípio ativo organizador, que seria 
responsável, por exemplo, pelo desen-
volvimento de um ovo no animal adulto, 
cada tipo de ovo tendo um princípio or-
ganizador diferente, de acordo com o tipo 
de ser vivo. Esse mesmo princípio organi-
zador também tornaria possível que seres 
vivos completamente formados eventualmente surgissem a partir da “matéria bruta”.
n A ideia era baseada em observações - descuidadas, sem rigor científico atual - de alguns animais aparentemente surgirem de 
matéria em putrefação, ignorando a pré-existência de ovos ou mesmo de suas larvas. Isso antecedeu o desenvolvimento do método 
científico tal como é hoje, não havendo tanta preocupação em certificar-se de que as observações realmente correspondessem ao que 
se supunha serem fatos, levando a falsas conclusões.
n Relatos de geração espontânea são encontrados, por exemplo, na mitologia grega: após o dilúvio universal, o casal humano so-
brevivente Deucalião e Pirra precisou da ajuda dos deuses para recriar a humanidade, mas os animais apareceram através da geração 
espontânea.
n Essas ideias sobre abiogênese eram aceitas comumente até cerca de dois séculos atrás. Ainda no século XIII, havia a crença popu-
lar de que certas árvores costeiras originavam gansos; relatava-se que algumas árvores davam frutos similares a melões, no entanto 
contendo carneiros completamente formados em seu interior. No século XVI, Paracelso, descreveu diversas observações acerca da 
geração espontânea de diversos animais, como sapos, ratos, enguias e tartarugas, a partir de fontes como água, ar, madeira podre, 
palha, entre outras.
n Cientistas de todos os campos do saber acreditavam, por exemplo, que as moscas eram originadas da matéria bruta do lixo. Já no 
século XVII Em resposta às dúvidas de Sir Thomas Browne sobre “se camundongos podem nascer da putrefação”, Alexander Ross 
respondeu:
Então pode ele (Sir Thomas Browne) duvidar se do queijo ou da madeira se originam vermes; ou se besouros e vespas das fezes das va-
cas; ou se borboletas, lagostas, gafanhotos, ostras, lesmas, enguias, e etc, são procriadas da matéria putrefeita, que está apta a receber 
a forma de criatura para a qual ela é por poder formativo transformada. Questionar isso é questionar a razão, senso e experiência. Se 
ele duvida que vá ao Egito, e lá ele irá encontrar campos cheios de camundongos, prole da lama do Nilo, para a grande calamidade dos 
habitantes.
n O médico belga J. B. Van Helmont, que posteriormente foi responsável por grandes experimentos sobre fisiologia vegetal, chegou 
a prescrever uma “receita” para a produção espontânea de camundongos em 21 dias. Segundo ele, bastava que se jogasse, num canto 
qualquer, uma camisa suja (o princípio ativo estaria no suor da camisa) e sementes de trigo para que dali a 21 dias fosse constatada a 
geração espontânea.
n Essas conclusões errôneas se devem a falta de metodologia apropriada, limitando variáveis que pudessem trazer resultados falsos - 
como por exemplo, impedir que ratos já formados tivessem acesso à “receita” que supunha-se produzir ratos - aliada ao pressuposto 
de que a geração espontânea era mesmo possível.
Quando o Homem começou a se dar conta dos seres vivos que o rodeavam, tornou-se necessário explicar o aparecimento destes, bem como o seu próprio aparecimento. Foi então que surgiram algumas teorias cujo objetivo era explicar o surgimento e desenvolvimento das espécies vivas, conheça a seguir as principais teorias de origem da vida:
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2. TEORIA DA BIOGêNESE
n Teoria baseada na origem de um ser vivo apenas oriundo 
de outro ser vivo. No século XVII, a teoria da biogênese co-
meçou a ganhar adeptos gerando o debate entre os cientistas 
acerca da origem da vida. A idéia central da biogênese,a de 
que “um ser vivo só pode surgir de outro preexis tente”, entrou 
em conflito com a geração espontânea provocando calorosas 
discussões entre os defensores de ambos os lados. Entre os 
defensores da biogênese estavam os médicos Francesco Redi, 
Louis Pasteur o pesquisador Lázaro Spalazani e a favor da ge-
ração espontânea o naturalista John Needham.
2.1 Francesco Redi: Em meados do século XVII, o médico e 
biólogo italia no Francesco Redi elaborou experiências que, 
na época, abalaram profundamente a teoria da gera ção es-
pontânea. Na época de Redi, uma das principais evidências da 
abiogênese era o aparecimento “espontâneo” de “vermes” em 
carne podre. O cientista italiano, porém, estava convencido de 
que os tais vermes não surgiam espontaneamente da própria 
carne. Sua hipótese era que eles surgissem de ovos colocados 
por moscas. Para provar sua hipótese, Redi colocou pedaços 
de carne no interior de frascos, deixando alguns abertos e fe-
chando outros com uma tela. Observou que o material em 
decom posição atraía moscas, que entravam e saíam ativa-
mente dos frascos abertos. Depois de algum tempo, notou 
o surgimento de inúmeros “vermes” deslo cando-se sobre a 
carne e consumindo o alimento disponível. Mas nos frascos 
fechados, onde as moscas não tinham acesso à carne em de-
composição, esses “vermes” não apareciam. A carne em putre-
fação não constituía, como supunham os defen sores da gera-
ção espontânea, uma “fonte de vida” dotada de um “princípio 
ativo” organizador; a fonte de vida eram seres vivos (moscas) 
que já exis tiam. O papel da carne era somente constituir um 
meio adequado ao desenvolvimento das larvas, fornecendo-
Ihes o alimento necessário. 
2.2. John Needhem: Um religioso chamado John Needham 
fez em 1745 um experimento cujos resultados pareciam com-
provar as idéias da abiogênese. Vários caldos nutritivos, como 
sucos de frutas e extrato de galinha, foram colocados em tu-
bos de ensaio, aquecidos durante um certo tempo e em se-
guida selados. A intenção de Needham, ao aquecer, ora ob-
viamente a de provocar a morte de organismos possivelmente 
existentes nos caldos; o fechamento dos frascos destinava-se 
a impedir a contaminação por micróbios externos. Apesar dis-
so, os tubos de ensaio, passados alguns dias, estavam turvos 
e cheios de microorganismos, o que parecia demonstrar a ver-
dade da geração espontânea. 
2.3. Lázaro Spallanzani: Em 1770, o italiano Lazaro Spallan-
zani repetiu as experiências de Needhem. A diferença no 
seu procedimento foi a de ferver os líquidos durante uma 
hora, não se limitando a aquecê-los; em seguida os tubos 
foram fechados hermeticamente. Líquidos assim tratados 
mantiveram-se estéreis, isto é, sem vida, indefinidamente. 
Desta forma, Spallanzani demonstrava que os resultados 
de Needham não comprovavam a geração espontânea: 
pelo fato de aquecer por pouco tempo, Needham não ha-
via destruído todos os micróbios existentes, dando-lhes a 
oportunidade de proliferar novamente. Needham, porém, 
responde às críticas de Spallanzani com um argumen-
to aparentemente muito forte. O aquecimento excessivo, 
segundo Needham, havia destruído o princípio ativo; sem 
princípio ativo, não Poderia ocorrer a geração espontânea. 
É interessante notar que o próprio Spallanzani não soube 
refutar esse argumento, ficando as idéias da abiogênese 
consolidadas.
2.4. Louis Pasteur: Foi na Segunda meta-
de do século XIX que a abiogênese sofreu 
seu golpe final. Louis Pasteur (1822-1895), 
grande cientista francês, preparou um cal-
do de carne, que é excelente meio de cul-
tura para micróbios, e submeteu-o a uma 
cuidadosa técnica de esterilização, com 
aquecimento e resfriamento. Hoje, essa 
técnica é conhecida como “pasteurização”.
Uma vez esterilizado, o caldo de carne era 
conservado no interior de um balão “pes-
coço de cisne”. Devido ao longo gargalo 
do balão de vidro, o ar penetrava no balão, 
mas as impurezas ficavam retidas na curva 
do gargalo. Nenhum microrganismo pode-
ria chegar ao caldo de carne. Assim, a des-
peito de estar em contato com o ar, o caldo 
se mantinha estéril, provando a inexistên-
cia da geração espontânea. Para eliminar o 
argumento de Needham, quebrou alguns 
pescoços de balões, verificando que ime-
diatamente os líquidos ficavam infestados 
de organismos. Era o ano de 1864. A geração espontânea estava completamente desacreditada.
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3. OUTRAS HIPóTESES SOBRE A ORIGEM DA VIDA:
n Com a aceitação da biogênese, surgiu a seguin te questão: Se 
os organismos são gerados a partir de outros, corno se originou o 
primeiro organismo? Há pelo menos três hipóteses propostas para 
responder à pergunta sobre a origem dos seres vivos na Terra: 
3.1. Criacionismo: Essa é a mais antiga de todas as hipóteses 
sobre a origem da vida e tem forte cunho religioso, sendo até 
hoje aceita por fiéis de várias religiões. De acordo com esse 
pensamento a vida foi criada a partir de uma divindade.
3.2. Hipótese Cosmozoária ou Panspermia Cósmica: Svante 
August Arrhenius (1859-1927), físico sueco, foi o principal de-
fensor da idéia de pansper mia cósmica. Essa hipótese supõe 
que a Terra teria sido “contaminada”, em tempos remotos, por 
mi crorganismos oriundos do espaço, denominados cosmo-
zoários. Transportados, por exemplo, por meteoros, esses mi-
crorganismos teriam atingido nosso planeta e, encontrando 
condições favoráveis de sobrevivência, proliferaram, consti-
tuindo a fon te de vida na Terra. 
3.3. Hipótese Autotrófica: Alguns estudiosos sugeriram que 
os primei ros seres vivos já eram auto-suficientes, capazes de 
fabricar seu próprio alimento. 
3.4. Hipótese Heterotrófica: A imensidão de matéria orgâni-
ca nos ocea nos primitivos favoreceu os organismos que se 
alimentavam diretamente dela. O mecanismo mais elementar 
de obtenção de energia por meio de substâncias orgânicas 
é a fermentação, que produz energia e gás carbônico (CO2). 
A fermen tação é feita por seres heterótrofos anaeróbios, que 
não produzem seus alimentos e não utili zam oxigênio. Por 
isso, acredita-se que os hete rótrofos anaeróbios foram os 
primeiros seres vi vos da Terra. E essa é a Hipótese Hetero-
trófica.
3.5. Teoria dos Coacervados: Em 1922, o bioquímico russo 
Alexander Ivanovich Oparin (1894-1980) propôs a teoria da 
origem precoce da vida na história da Terra, ou melhor, a ori-
gem da vida por evolução química. Ele admitiu que a atmos-
fera primitiva do planeta era muito diferente da atual: ela não 
continha oxigênio, exatamente o inverso da atual. A atmosfe-
ra primitiva era formada por gases simples como gás hidrogê-
nio (H2) amôia (NH3), metano (CH4) e vapor de água (H2O). O 
vapor de água liberado pelas erupções vulcânicas se acumu-
lava nas regiões altas e frias da atmosfera, onde retornava ao 
estado líquido e voltava ao solo sob forma de chuvas. Durante 
milhares de anos, as condições primitivas do planeta favore-
ceram o surgimento de violentas tempestades e de chuvas 
torrenciais que esfriaram as rochas quentes da crosta terres-
tre. Ao mesmo tempo, durante milhares de anos, os gases 
presentes na, atmosfera primitiva foram bombardeados pelos 
raios ultravioletas e por descargas elétricas, cuja energia, as-
sociada ao calor das erupções vulcânicas, propiciara a gera-
ção de moléculas orgânicas simples como hidro carbonetos e 
aminoácidos. Essas moléculas simples foram arrastadas pelas 
chuvas para os mares e lagos, onde reagiram e formaram mo-
léculas complexas como as proteínas e os ácidos nucléicos, 
compostos essen ciais ao início da vida na Terra. Mais tarde o 
cientista John B. S. Haldane (1892-1964), basea do nas idéias 
de Oparin, admitiu que as moléculas de proteínas acumula-
das durante milhares de anos nos mares primitivos criaram 
as condições necessárias para a formação das primeiras cé-
lulas. As proteínasteriam se associado às moléculas de água 
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4. ExPERIMENTO DE MILLER
5. ExPERIMENTO DE FOx:
n sidney Fox (1912-1998) foi um pesquisador norte-americano.
n Baseado na teoria de Oparin, que dizia que a água da Terra primitiva continha vá-
rios aminoácidos e era levada pelas chuvas para a superfície das rochas quentes, e 
esse calor provocava a união dessas moléculas, Fox realizou um experimento muito 
parecido em seu laboratório.
n Fox preparou uma solução líquida contendo aminoácidos e colocou essa solução 
em uma superfície seca e aquecida. Em seguida, adicionou água salgada ao siste-
ma, simulando a água do mar que molhava as rochas.
n Após algum tempo, Fox analisou a solução no microscópio e observou a formação 
de umas pequenas esferas. Essas pequenas esferas tinham a propriedade de au-
mentar seu tamanho e se dividirem em esferas menores.
n Essas esferas eram formadas por proteínas em seu interior, resultantes das liga-
ções entre os aminoácidos. Ao redor dessas esferas havia pequenas bolsas, prova-
velmente formadas por moléculas de água.
n Os coacervados são produzidos dessa forma e possuem essa mesma compo-
sição. As proteínas se aglomeram e ao redor se forma uma película composta por 
moléculas de água, transformando o coacervado em um sistema isolado.
n Recentemente, cientistas utilizaram material orgânico proveniente de meteoritos 
em um experimento. O material orgânico foi dissolvido em água e observaram a 
formação de coacervados.
e formaram massas gelatinosas denominadas coacervados. Os coacervados não são seres vivos, mas uma primitiva 
organização das substâncias orgânicas em um sistema isolado do meio (protobionte). Apesar de isolados, eles podiam 
trocar substâncias com o meio externo, havendo em seu interior possibilidade de ocorrerem inúmeras reações químicas. 
Não se sabe como a primeira célula surgiu, mas pode-se supor que, se é possível a formação de um sis tema organizado 
como o dos coacervados, podem ter sur gido sistemas equivalentes com algumas diferenças: envoltos por uma mem-
brana especial e contendo em seu interior várias moléculas, entre elas os ácidos nucléicos. Com a presença dos ácidos 
nucléicos, essas for mas teriam adquirido a capacidade de reprodução e regulação das reações químicas internas. Nesse 
momento, teriam surgido os primeiros seres vivos que, apesar de primitivos, eram capazes de se repro duzir originando 
seres semelhantes a eles.
n Numa experiência pioneira, no início dos anos 50, 
o cientista americano Stanley Miller recriou a prová-
vel atmosfera primitiva. Misturou num recipiente her-
meticamente fechado hidrogênio (H2), vapor d’água 
(H2O), amônia (NH3) e metano (CH4). Fez passar atra-
vés dessa mistura fortes descargas elétricas para si-
mular os raios das tempestades ocorridas continua-
mente na época e obteve então aminoácidos - “tijo-
los” básicos das proteínas.
Microesferas de Fox
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EVOLUÇÃO
A origem da vida
EVOLUCIONISMO
1. Fixismo: durante boa parte da história, o pensamento predominan te da humanidade foi o fixismo, isto é, o de que a vida 
existente nunca evoluiu, pois, da mesma forma que foi criada, permanece fixa até os dias de hoje.
2. Evolucionismo: também conhecida por teoria transformista, surgiu no século XIX se baseia na evolução, ou seja, o processo através 
no qual ocorrem as mudanças ou transformações nos seres vivos ao longo do tempo, dando origem a espécies novas. 
3. Evidências da Evolução: há um grande número de evidências acumuladas que mostra que a evolução realmente ocorreu e 
continua ocorrendo. Essas evidências são: a anatomia comparada; a embriologia comparada e os registros fósseis.
3.1 Anatomia comparada: ao analisar as diferentes espécies, podemos observar que estas apresentam estruturas semelhantes 
ou membros com a mesma função. A observação destes caracteres veio apoiar as idéias evolucionistas, pois este fato demonstra 
uma origem comum de diferentes espécies. As principais evidências da anatomia comparada que auxiliam no estudo da evolu-
ção são: a homologia; a analogia e os órgãos vestigiais.
a) Homologia: por homologia entende-se semelhança en-
tre estruturas de diferentes organismos, devida unicamente 
a uma mesma origem embriológica. As estruturas homólo-
gas podem exercer ou não a mesma função. A homologia 
entre estruturas de 2 organismos diferentes sugere que eles 
se originaram de um grupo ancestral comum.Ex: O braço do 
homem, a pata do cavalo, a asa do morcego e a nadadeira 
da baleia são estruturas homólogas entre si, pois todas têm 
a mesma origem embriológica. Nesses casos, não há simila-
ridade funcional.
c) órgãos Vestigiais: órrgãos vestigiais são aqueles que, em alguns or-
ganismos, encontram-se com tamanho reduzido e geralmente sem fun-
ção, mas em outros organismos são maiores e exercem função definitiva. 
A importância evolutiva desses órgãos vestigiais é a indicação de uma 
ancestralidade comum. 
b) Analogia: A analogia refere-se à semelhança morfológica entre estru-
turas, em função de adaptação à execução da mesma função. As estru-
turas análogas não refletem por si só qualquer grau de parentesco. Elas 
fornecem indícios da adaptação de estruturas de diferentes organismos 
a uma mesma variável ecológica. Ex: As asas dos insetos e das aves são 
estruturas diferentes quanto à origem embriológica, mas ambas estão 
adaptadas à execução de uma mesma função: o vôo. São, portanto, es-
truturas análogas.
3.2. Embriologia Comparada: o estudo comparado da embriologia de diver-
sos vertebrados mostra a grande semelhança de padrão de desenvolvimento 
inicial. À medida que o embrião se desenvolve, surgem características individu-
alizantes e as semelhanças diminuem. Essa semelhança também foi verificada 
no desenvolvimento embrionário de todos animais metazoários. Nesse caso, 
entretanto, quando mais diferentes são os organismos, menor é o período em-
brionário comum entre eles. 
3.3 Bioquímica Comparada: sabemos que todos os organismos com estrutura 
celular possuem como material genético o DNA e que os genes são trechos 
dessas moléculas de DNA transcritos em moléculas de RNA que podem ser 
traduzidos em proteínas. Portanto, o DNA, o RNA e as proteínas são moléculas 
Frente
Ficha
02
02
www.portalimpacto.com.br 17n BIOLOGIAwww.portalimpacto.com.br
presentes em todos os seres vivos desde que eles surgiram na Terra. Modificações nessas moléculas foram fundamentais no 
processo da evolução e permitiram a grande diversificação dos seres vivos. Assim, comparando as seqüências de bases nitro-
genadas do DNA ou do RNA, ou comparando as proteínas de diferentes espécies de seres vivos, podemos estabelecer o grau 
de proximidade entre essas espécies. Isso significa que podemos estabelecer o grau de parentesco evolutivo entre elas. Quanto 
maior for a semelhança nas seqüências das bases nitrogenadas dos ácidos nucléicos, ou quanto maior a semelhança entre as 
proteínas dessas espécies, maior será a proximidade evolutiva entre elas. 
3.4 Reg
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do fóssil 
qualquer
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lução.
18 www.portalimpacto.com.brn BIOLOGIA www.portalimpacto.com.br
4.2 Darwinismo: Charles Darwin e Alfred Wallace desenvolveram uma teoriaevolutiva que é a base da moderna teoria sintética: 
a teoria da seleção natural. Segundo Darwin e Wallace, os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores chances de so-
brevivência do que os menos adaptados, deixando um número maior de descendentes. Os organismos mais bem adaptados são, 
portanto, selecionados para aquele ambiente. Os princípios básicos das idéias de Darwin podem ser resumidos no seguinte modo: 
• Cada população tem tendência a crescer exponencialmente se verificarem condições ótimas no ambiente. Isto leva a uma 
superprodução de descendentes. 
• Como o ambiente não comporta todos os descendentes, ocorrerá uma luta pela sobrevivência entre os indivíduos da popu-
lação sobrevivendo apenas alguns, os mais aptos. 
• Qualquer população é caracterizada pela existência de grande variabilidade entre os indivíduos que a ela pertencem. 
• Os indivíduos que apresentam características que lhes conferem vantagem competitiva num determinado ambiente são 
mantidas por seleção, ocorrendo assim uma sobrevivência e reprodução diferenciais. Os que não apresentam vantagem são 
eliminados ou apresentam menor número de descendentes. 
• A sobrevivência e reprodução diferenciais conduzem a uma gradual alteração nas características da população.
TEORIAS EVOLUTIVAS
n Várias teorias surgiram para explicar a evolução, destacando-se, entre elas, as teorias de Lamarck e de Darwin. Atualmente, foi 
formulada a Teoria sintética da evolução, também denominada Neodarwinismo, que incorpora os conceitos modernos da gené-
tica, ás idéias essenciais de Darwin sobre seleção natural. 
4.1 Lamarckismo: Jean-Baptiste de Monet, cavaleiro de Lamarck é considerado o verdadeiro fundador do evolucionismo. La-
marck foi quem primeiro sugeriu uma teoria de evolução fundamentada, que explicava o modo de alteração das espécies. Assim, 
ao contrário dos seus contemporâneos, que se limitavam a defender as idéias evolucionistas, Lamarck desenvolveu um estudo 
acerca do modo como funciona a evolução. A teoria resultante de tal estudo chama-se Lamarckismo. Lamarck estabeleceu três 
leis para explicar a evolução: A lei da busca da perfeição, A lei do uso e do desuso; a lei da herança dos caracteres adquiridos.
• Lei da busca da perfeição: variações do meio ambiente levam o indivíduo a sentir necessidade de se adaptar.
• Lei do uso ou desuso: O uso de determinadas partes do corpo do organismo faz com que estas se desenvolvam, e o desuso 
faz com que se atrofiem. 
• Lei da transmissão das características adquiridas: alterações provocadas em determinadas características do organismo, pelo 
uso e desuso, são transmitidas aos descendentes. germinativas, não sendo, dessa forma, hereditárias.
As girafas ancestrais provavelmente tinham pescoços curtos. Para alcançar a folhagem das árvores de que se alimentavam. tinham que esticar o pescoço.
Pelo fato de esticarem sempre o 
pescoço para atingir a folhagem das 
árvores, o pescoço alongou-se. Essa 
caracteristica adquirida era transmitida 
aos seus descententes.
Finalmente o contínuo esticame
nto 
do pescoço deu origem as girafa
s 
atuais. Portanto, pelo uso ou des
uso 
e pela transmissão das caracter
ísticas 
adquiridas houve a evolução. 
www.portalimpacto.com.br 19n BIOLOGIAwww.portalimpacto.com.br
As girafas ancestrais provavelmente 
apresentavam pescoços de 
comprimentos variáveis. As variações eram hereditárias.
A competição e a seleção natural levaram 
à sobrevivência dos descendentes de 
pescoços longos, uma vez que estes 
conseguirão alimentar-se melhor do que 
as girafas de pescoço curto.
Finalmente, ape
nas as girafas de
 
pescoços longos
 sobreviveram à
 
competição. Por
tanto, pela seleç
ão 
natural ocorreu a
 evolução.
4.3 Neodarwinismo: Versão atual da teoria da evolução de Darwin, que incorpora os conhecimentos atuais da Ge-
nética, reconhecendo ainda a seleção natural como o principal fator da evolução. No século XX, a teoria darwinista 
foi sendo adaptada a partir de descobertas da Genética. Essa nova teoria, chamada de Sintética ou neodarwinista, é 
a base da moderna Biologia. A explicação sobe a hereditariedade das características dos indivíduos deve-se a Gregor 
Mendel (1822-1884), em 1865, mas sua divulgação só ocorre no século XX. Darwin desconhecia as pesquisas de Men-
del. A síntese das duas teorias foi feita nos anos 30 e 40. Os pontos importantes são:
• MUTAÇÕES (gênicas e cromossômicas) e RECOMBINAÇÕES GENÉTICAS causam as VARIAÇÕES entre indivíduos 
sobre as quais age a SELEÇÃO NATURAL.
• Além disso, existem fatores que atuam sobre a variabilidade genética já estabelecida: seleção natural, migração e 
oscilação genética.
Recombinação 
gênica
Variabilidade
Seleção natural
Adaptação
Mutações 
20 www.portalimpacto.com.brn BIOLOGIA www.portalimpacto.com.br
EVOLUÇÃO
Convergência e Irradiação adaptativa
Frente
Ficha
02
03
n Na irradiação, espécies de uma mesma origem diferenciam-se de acordo com os ambientes em que vivem adquirindo ca-
racterísticas bastante diversas. Já na convergência adaptativa, ou evolução convergente, os organismos de origens diferentes, 
que vivem no mesmo ambiente há muito tempo, sendo submetidos a pressões de seleção semelhantes, acabem por se parecer. 
Aqui, a semelhança não é sinal de parentesco; ela resulta da ação da seleção natural sobre espécies de origens diferentes. É 
evidente que os animais aquáticos que tenham a forma de seu corpo adaptada à natação serão selecionados favoravelmente, 
não importando quais sejam seus ancestrais. A forma do corpo das baleias e dos tubarões, por exemplo, é bastante semelhan-
te; afinal, ambos, são animais adaptados à natação. A baleia, no entanto, é um mamífero homeotermo e respira por pulmões, 
sendo evolutivamente bastante distanciada dos tubarões, que são peixes cartilaginosos, respirando por brânquias e são hete-
rotermos.
n Algumas plantas de deserto do grupo das cactáceas e das euforbiáceas, apesar de sua origem diversa, desenvolveram estru-
turas semelhantes: caules carnosos, tecido armazenador de água e espinhos protetores. A morfologia de suas flores, contudo, 
é um testemunho claro de suas diferentes origens.
CONVERGêNCIA ADAPTATIVA: 
IRRADIAÇÃO ADAPTATIVA:
n Uma população ou uma espécie que vive em certa área tende a dis-
persar-se, ocupando o maior número de hábitats possível. Como as con-
dições ambientais são diferentes em cada habitat, a seleção natural faz 
com que esses grupos, ao longo do tempo, se diferenciem bastante um 
do outro, já que cada um deles se adapta a um ambiente diferente. Dessa 
maneira, uma única espécie pode dar origem a uma grande variedade de 
espécies, cada qual adaptada a certo conjunto de condições de vida. A 
essa diversificação de formas, originadas de uma espécie única, chama-
mos irradiação adaptativa.
n Vejamos um exemplo de irradiação adaptativa. Nas ilhas Galápagos, vi-
sitadas por Darwin durante sua viagem, existem 14 espécies de pequenos 
pássaros, os tentilhões. Todas essas espécies são muito parecidas e provavel-
mente evoluíram de ancestrais comuns; porém, cada uma delas possuí um 
tipo de bico bem diferenciado, adaptado a certo tipo de alimento. 
n Acredita-se que o grupo fundador tenha um dia 
chegado a uma das ilhas maiores, onde sobreviveu por 
certo tempo. De uma forma ou de outra, alguns indi-
víduos do grupo devem ter migrado para outras ilhas, 
nas quais ficaram isolados por um tempo suficiente 
para que ocorresse especiação. Os tentilhões não voam 
muito bem; talvez essa tenha sido a razão do isola-
mento na ilha e da conseqüente especiação. Em uma 
única ilha, existem hoje varias espécies de tentilhões, 
mas, por terem uma grande especialização alimentar, a 
competição entre elas é reduzida.
www.portalimpacto.com.br 21n BIOLOGIAwww.portalimpacto.com.br
 ESPECIAÇÃO (A FORMAÇÃO DE NOVAS ESPÉCIES)Origem das espécies 
n Em Biologia, as espécies são os tipos de organismos exis-
tentes. Ninguém tem muita dúvida, por exemplo, em dizer 
que gatos e cachorros são organismos de “tipos” diferentes, 
e que, portanto constituem duas espécies. O critério que se 
usa, aqui, é basicamente a aparência do organismo, suas ca-
racterísticas físicas. Em outras palavras, sua morfologia. Todo 
sistema de classificação de Lineu era baseado essencialmente 
na morfologia, e esse continuou durante muito tempo a ser 
critério fundamental na classificação biológica. Ainda hoje os 
caracteres morfológicos são muito usados para caracterizar 
uma espécie. 
n A utilização do critério morfológico, no entanto, pode apre-
sentar algumas dificuldades. Por exemplo, existem diversos 
grupos de aves quase idênticas em termos morfológicos e que, 
por esse critério, seriam classificados como seres da mesma 
espécie. Esses grupos, porém, esses organismos nunca se aca-
salaram na natureza. Isso por que, na época da reprodução, os 
machos executam uma dança nupcial, com uma serie de mo-
vimentos que incluem passos e batimentos das asas, que têm 
o efeito de “convidar” a fêmea o acasalamento. Ocorre que os 
machos de espécies diferentes têm uma dança ligeiramente 
diferente. As fêmeas, capazes de perceber as pequenas dife-
renças no padrão dos movimentos rejeitam todos os machos 
“estranhos”, acasalando-se exclusivamente com machos de 
sua própria espécie. Nesse exemplo, as duas espécies, embora 
muito semelhantes morfologicamente, estão isoladas por uma 
diferença de comportamento na hora da reprodução.
n A espécie é uma população, ou um grupo de populações, 
cujos componentes têm a capacidade de se cruzar na natu-
reza, produzindo descendentes férteis. Esses componentes, 
no entanto, não são capazes de se cruzar com os de outra 
espécie. Em outros termos, pode-se dizer que espécie bioló-
gica é um grupo de indivíduos entre os quais pode ocorrer, 
na natureza, um fluxo de genes. “Um trabalhador brasileiro 
que more na cidade de São Paulo tem pouca probabilidade 
de se “cruzar” com uma camponesa de uma aldeia na China. 
Caso fossem colocados em contato, no entanto, poderiam ter 
descendentes férteis, o que os caracteriza como seres da mes-
ma espécie”. Contrariamente, homens e gorilas, mesmo que 
vivam na mesma região, continuam sendo de espécies dife-
rentes, pois é possível haver cruzamento entre eles.
Especiação
n O conceito de espécie baseado na capacidade de cruza-
mento é importante em evolução, por que nos permite com-
preender a forma como surgem essas espécies novas.
n Imagine, por exemplo, que ao longo da evolução de uma 
espécie aparecesse algum mecanismo que impedisse, de for-
ma definitiva, um livre fluxo de genes entre duas populações: 
isso seria o suficiente para que ocorresse o fenômeno de es-
peciação, ou seja, o surgimento de novas espécies. Está claro 
que o conceito de espécie baseado na reprodução tem limi-
tações. Imagine, por exemplo, um organismo cuja reprodu-
ção seja normalmente assexuada, como as bactérias e alguns 
protistas. Nesses casos, o conceito de espécie terá de depen-
der de outros critérios, como as características morfológicas e 
bioquímicas.
Os mecanismos de especiação
n Suponhamos a existência, numa determinada região, de 
uma população mais ou menos homogênea. No decorrer do 
tempo, o ambiente muda, e a seleção natural ajusta a nova 
população às novas situações, escolhendo os genótipos mais 
adaptados. Essa população se modifica no decorrer do tempo 
como um todo, de forma homogênea, já que ocorre a livre 
troca de genes entre os indivíduos. É bem possível que algu-
mas espécies tenham evoluído dessa maneira, uniformemen-
te, modificando-se ao longo dos anos até se transformar em 
especies novas. Em outra situação, a partir de uma espécie 
ancestral podem às vezes surgi duas novas espécies.
n Uma população original, bastante homogênea em termos 
genéticos (A), se divide em dois grupos, separados por uma 
barreira geográfica qualquer, como uma montanha ou um rio 
(B). Suponha que essa barreira, num certo instante se torne 
intransponível para os indivíduos desses dois grupos, que fi-
cam, assim, isolados geograficamente e impedidos de se cru-
zar. Durante muito tempo, os dois grupos são submetidos a 
diferentes pressões de seleção natural, já que eles vivem em 
ambientes diversos; assim, os genes selecionados numa das 
populações não o serão. Mais ainda os genes novos que sur-
gem numa população não são transmitidos para a outra, já 
que as populações não se encontram. Com o decorrer dos 
anos, a composição gênica desses dois grupos torna-se cada 
vez mais diferenciada, e os indivíduos divergem do ponto de 
vista morfológico, cada vez mais. Essas duas populações pas-
sam a constituir o que chamamos de raças geográficas (C) e, 
quando se diferenciam ainda mais, formam as subespécies. Se 
colocadas em contato, no entanto, o cruzamento entre indiví-
duos de raças diferentes ainda será possível.
n Imagine, porém, uma situação em que as subespécies te-
nham ficado isoladas geograficamente por um período muito 
longo, e sua diferenciação tenha se tornado tão grande que 
os indivíduos são agora incapazes de se cruzar, caso se encon-
trem. O que se estabeleceu foi o que chamamos de isolamen-
to reprodutivo; trata-se agora de duas espécies diferentes (D), 
que a partir desse momento evoluirão separadamente.
n Cada uma das espécies recém-formadas, por sua vez, pode 
sofrer um ciclo semelhante, fragmentar-se em raças geográfi-
cas, subespécies, e finalmente originar espécies novas. 
Fruto de rabanete, de couve, de seus híbridos diplóide e 
tetraplóide e suas dotações cromossômicas
População 
ancestral
População A 
Isolamento geográfico,
mutações, recombinações 
gênicas e seleção natural 
diferenciais
População B 
Raça ou subespécie A
Isolamento geográfico,
mutações, recombinações 
gênicas e seleção natural 
diferenciais
Raça ou subespécie B
Espécie A
Isolamento reprodutivo
Eespécie B
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Frente
Ficha
02
04
CONCEITOS IMPORTANTES DE GENÉTICA
Introdução à
GENÉTICA
n Genética: é a parte da biologia que estuda os mecanismos 
da transmissão hereditária e as modificações que ocorrem nos 
seres vivos.
n Gen ou gene: é um segmento da molécula de DNA encon-
trado nos cromossomos, sendo responsável pela transmissão 
das características hereditárias.
n Cromossomos: estrutura encontrada no núcleo celular, sen-
do formada por uma seqüência linear de genes.
• Cromossomos autossomos: são aqueles que são idênticos 
nos dois sexos e determinam características comuns em ho-
mens e mulheres 
Ex.: Cor da pele, polidactilia, etc.
• Cromossomos alossomos ou heterossomos ou sexuais: 
são aqueles que diferem nos dois sexos, sendo responsáveis 
por características que se distribuem diferencialmente no ho-
mem e na mulher 
Ex.: Daltonismo, hemofilia, hipertricose auricular).
• Genótipo: é o patrimônio genético de um indivíduo. É o con-
junto de genes de um indivíduo.
OBS.: MUTAÇÃO: é toda e qualquer alteração ocorrida em 
uma molécula de DNA, sendo hereditária apenas quando atin-
ge as células sexuais (gametas).
n Fenótipo: é uma característica observável ou detectável, re-
sultante da interação do genótipo com o meio ambiente. 
Ex.: olhos azuis, cabelos castanhos, grupo AB, daltonismo, etc.
Fenótipo = genótipo + meio ambiente
Obs: NORMA ou AMPLITUDE DE REAÇÃO: é o conjunto 
dos diferentes fenótipos que podem ser originados pela in-
teração acima.
n Fenocópia: é a ocorrência de indivíduos com mesmo fenóti-
po, porém com genótipos diferentes, sendo uma característica 
não-hereditária. 
Ex.: tingimento dos cabelos, uso de óculos ou lentes de conta-
to, silicone, diabéticos que utilizam insulina.
n Genes alelos: são genes, iguais ou diferentes, que determi-
namum mesmo caráter e estão localizados em loci correspon-
dentes de cromossomos homólogos. 
n Cromossomos homólogos: são aqueles que formam pares, 
possuem a mesma forma, o mesmo tamanho e genes que de-
terminam o mesmo caráter.
n Gene dominante: é aquele que manifesta o seu caráter 
mesmo estando em dose simples. Geralmente representado 
por letras maiúsculas. 
Ex.: A dominante sobre a.
n Gene recessivo: é aquele que geralmente se manifesta ape-
nas quando em dose dupla. É representado, geralmente, por 
letras minúsculas. 
Ex.: a é recessivo em relação a A.
n Homozigoto: é aquele indivíduo que apresenta genes alelos 
iguais para uma dada característica. 
Ex.: AA, BB, aa, bb.
n Heterozigoto: é aquele indivíduo que apresenta genes ale-
los diferentes para uma dada característica. 
Ex.: Aa, Bb.
n Caráter biológico: é todo e qualquer aspecto morfológico, 
fisiológico ou comportamental de um indivíduo. Podem ser de 
três tipos:
n Hereditário: envolve a participação de genes. 
Ex.: cor da pele, polidactilia, albinismo, idiotia, etc.
n Adquirido: não tem participação genética. 
Ex.: amputação de um membro, cicatriz, fenocópias, etc.
n Congênito: é uma forma de caráter adquirido, manifestado 
durante o período de vida intra-uterina.
Ex.: SIDA, sífilis, DHRN
www.portalimpacto.com.br 23n BIOLOGIAwww.portalimpacto.com.br
O CROMOSSOMO
n Os cromossomos são estruturas semelhantes a fios con-
tidas no núcleo ou centro de controle da célula.
n Quando a célula está para se dividir, eles se tornam mais 
curtos e espessos, e pode-se ver que são constituídos por 
dois cordões paralelos, chamados cromátides.
n Ao longo do comprimento de cada cromossomo há uma 
série de estruturas químicas chamadas de genes, que são 
as unidades básicas da herança.
n Genoma (n): é o conjunto de genes de uma célula haplóide.
Ex.: 
• Célula haplóide (n) = 1 genoma
• Célula diplóide (2n) = 2 genomas
n Célula haploide (n): é aquela que 
apresenta a metade do número cro-
mossômico típico de uma espécie. 
Ex.: gametas, células do corpo de um 
zangão.
n Célula diploide (2n): é aquela que 
apresenta o total do número cromossô-
mico típico de uma espécie. 
Ex.: células somáticas (são as que for-
mam o corpo de um indivíduo).
n Retrocruzamento (ou, do inglês, “ba-
ck-cross”): cruzamento realizado entre um 
indivíduo híbrido de F1 com um parental. 
Ex.: Vv x VV ou vv.
n Cruzamento-teste (ou, do inglês, “test-cross”): cruzamento 
realizado entre um indivíduo híbrido de F1 de genótipo desconhe-
cido (homozigoto ou heterozigoto?), com o parental recessivo. 
Ex.: V___ x vv
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Frente
Ficha
02
05
Genética
LEIS DE MENDEL
PROBABILIDADE
1ª LEI DE MENDEL
ExPERIMENTOS DE MENDEL
n Em Genética, muitas vezes é necessário estimar matema-
ticamente quantas vezes determinado caráter tem a possibili-
dade de aparecer. A probabilidade (P) de um evento acon tecer 
é dada pela relação entre o número de eventos desejados e o 
número de eventos pos síveis.
Ex: Qual a probabilidade de no lançamento de um dado cair 
voltada para cima a face “3”?
Resolução: O número de faces existentes em um dado é 6; 
dessas 6 faces apenas uma exibe a face “3”. Logo: 
P = 1/6
1.1 Eventos mutuamente exclusivos ou regra do “ou”: 
Eventos mutuamente exclusivos são aqueles em que a 
ocorrência de um impede a ocorrência do outro. Nesses casos, 
quando se deseja determi nar a probabilidade de ocorrência 
de tais eventos, promove-se a soma dos acontecimentos 
isolados.
Ex: No lançando de um dado, qual a probabilidade de se obter 
a face “1” ou a face “6”?
Resolução: Vimos que a probabilidade de se obter a face “1” 
é dada pelo quociente da divisão do número de faces “1” que 
o dado possui pelo número total de faces existentes (6). Logo: 
P (face 1)= 1/6. Da mesma maneira, a probabilidade de se ob-
ter a face “6” será igual a 1/6. Como a ocorrência de uma ou 
outra face (face “1” ou “6”) “satisfaz” o problema, somam-se as 
probabilidades isoladas. Assim:
P= 1/6+1/6 = 2/6 = 1/3
1.2 Eventos Independentes ou regra do “E”: A probabilidade 
da ocorrência simultânea de dois ou mais eventos independentes 
ou não-exclu sivos é igual ao produto das probabilidades iso-
ladas desses eventos. Eventos independentes são aqueles em 
que a ocorrência de um não impede a ocorrência do outro.
Ex. Qual a de no Lançamento simultâneo de um dado e uma 
moeda, qual a probabilidade de sair “cara” e a face “5”?
Resolução: Observe que se trata de eventos independen tes, 
uma vez que a ocorrência de “cara” na moeda não impede 
que surja a face “5” no dado. Como a moeda tem duas faces 
(“cara” e “coroa”), a probabilidade de sair “cara” é de 1/2; por 
outro lado, a probabilidade de sair a face “5” no dado é de 1/6. 
Aplicando-se a regra da multiplicação dos eventos isolados, 
temos:
P = ½ x 1/6 = 1/12
n As leis básicas da heredi tariedade começaram a ser 
desvendadas pelo monge agostiniano Gregor Mendel 
(1822-1884), em um mosteiro da cidade de Brünn, na 
Áustria (hoje Brno, na República Tcheca). O relatório de 
suas pesquisas foi publicado em 1866, mas não recebeu a 
atenção que merecia. A teoria mendeliana foi redescober-
ta em 1900 por três botânicos, o holandês Hugo de Vries, 
o alemão Karl Correns e o austría co Erich Von Tschermak, 
que trabalharam independentemente, marcando o início 
da moderna Genética. 
n O sucesso nos experimentos de Mendel deve-se principalmente 
ao material utilizado na pesquisa e a interpretação estatística dos 
resultados.
a) Material: Mendel usou em seus experimentos a ervi-
lha-de-cheiro (Pisum sativum) e analisou cuidadosamente 
os descendentes de cada cruzamento. A ervilhas-de-cheiro, 
utilizadas por Mendel em seus trabalhos, apresentam várias 
características que favorecem a pesquisa genética. Entre essas 
características, podemos considerar:
• É de fácil cultivo e se reproduz de maneira relativamente 
rápida, o que permite a análise de várias gerações em tempo 
comparativamente pequeno. 
• Apresentava cer tas características (7 foram analisadas por 
Mendel) com variedades bem definidas, sem formas inter-
mediárias. Mendel considerou sete dentre essas caracte-
rísticas, sendo que cada uma delas apre sentava duas varie-
dades distintas.
• Possui flores hermafroditas, o que facilita a ocorrência de 
autofecundação e, portanto, o desenvolvimento de linha-
gens puras. 
b) Método Experimental: Mendel cruzava plantas que 
pertenciam a linhagens que ele chamava de puras. Essas li-
nhagens eram aquelas que produziam descendentes com 
características que não variavam de uma geração para ou-
tra. Mendel cruzou plantas puras de ervilha que produziam 
sementes lisas com plantas puras que produziam sementes 
rugosas. Essas plantas, que deram início à experimentação, 
constituíram a geração de pais ou geração parental (geração 
P). Os descendentes dessa geração P constituíram a primeira 
geração de filhos (geração F1). Mendel observou que na ge-
ração F1 desse cru zamento todos os indivíduos produziram 
sementes lisas, ou seja, a variedade rugosa não apareceu. A 
seguir, Mendel deixou ocorrer a autofecun dação das plantas 
de F1 e constatou que a 2ª geração de filhos ou F2 era formada 
por cerca de 75% das sementes lisas e 25% de rugosas, o que 
dá uma proporção de 3 sementes lisas para 1 rugosa. 
Probabilidade (P) = 
Número de eventos desejados (n)
Número de eventos possíveis (N)
www.portalimpacto.com.br 25n BIOLOGIAwww.portalimpacto.com.br
c) Conclusão: Mendel explicou os resultados, formulan-
do algumas hipóteses:
• Cada característica é determinada por um par de 
fatores hereditários (genes), sendo que, nas linhagens 
puras os fatores são iguais. No caso, semente lisa (LL) e 
semente rugosa (RR) da geração parental.
• Esses fatores se separam na formação dos gametas,

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