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URGÊNCIA E EMERGÊNCIA AULA 1 – TRAUMA – PRIMEIRO ATENDIMENTO AO POLITRAUMATIZADO Politraumatizado: portador de lesões multissistêmicas, apresente lesões em pelo menos 2 ou mais sistemas de órgãos, pelo menos uma dessas lesões ou a combinação das lesões coloca risco de vida imediato desse paciente. Distribuição trimodal das mortes no trauma 50% morrem segundos à minutos após o evento. (Causas: laceração da aorta, lesão ao coração ou medula espinhal, lesão ao tronco cerebral alto com parada respiratória). 2º horas após o evento (TCE e hemorragia). 3º Depois de 24h depois do trauma. AVALIAÇÃO E ATENDIMENTO INICIAIS I – Preparação: pré-hospitalar e intrahospitalar. II – Triagem: classificação da vítima de acordo com as lesões e os recursos pra onde ela vai ser levada. III – Exame primário e IV – Reanimação A – Airway – Avaliação da via aérea e estabilização da coluna cervical B – Breathing – Ventilação e respiração C – Circulation – Circulação D – Disability – Incapacidade / Estado neurológico E – Exposition – Exposição e controle do ambiente A – AIRWAY – AVALIAÇÃO DA VIA AÉREA E ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA CERVICAL No Extra e no Intra, se o paciente consegue falar, então a via área está livre. ACESSO DEFINITIVO À VIA AÉREA (VA): com cânula fixada, balão insuflado, canula conectada com fonte de oxigênio. Indicações: Apneia Proteção da VA Comprometimento iminente da VA TCE grave (G =< 8) Acessos Intubação endotraqueal (IMPORTANTE!): orotraqueal e nasotraqueal Acessos cirúrgicos: cricotireoidostomia cirúrgica e traqueostomia ** Traqueostomia deve ser exceção no trauma. ACESSO CIRÚRGICO À VIA AEREA Como primeira escolha Trauma maxilo-facial extenso Distorção anatômica do pescoço VA não visualizada **Cricotireoidostomia cirúrgica: CI relativa para crianças menores de 12 anos e em fraturas importantes da cartilagem da faringe. **Cricotireoidostomia por punção: momentos de “sufoco”, medico está preparando para realizar e o paciente entra em apneia. Faz punção na crico e conecta em um sistema de intermitente à jato (período expiratório muito curto, o paciente vai reter CO2). Não ventilar por mais de 30 minutos. Não é VA definitiva. ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA CERVICAL Todo paciente é, até segunda ordem, portador de lesão de coluna cervical. Tem que estabilizar, principalmente em trauma fechado acima da clavícula e em casos de rebaixamento do nível de consciência. Feita em ambiente extra. O ideal é estabilizar com o colar cervical e o coxim, para evitar movimento lateral. E no transporte, usar prancha longa. Se houver necessidade de intubação, retira a porção anterior do colar, estabiliza o pescoço e faz a intubação, de preferência de frequência rápida. B – VENTILAÇÃO / RESPIRAÇÃO Fornecimento de O2: tubo endotraqueal, cateter nasal, máscara facial. Realização do exame do tórax (extra). Refaz o exame em intra. Inspeção, palpação, percussão e asculta. “Ciladas” da fase B Pneumotórax hipertensivo Pulmão tem tendência à se retrair. Pleura visceral envolve o parênquima pulmonar. Pleura parietal. Dentro do tórax, ele não se retrai por causa do contato entre as pleuras, formando uma pressão negativa entre elas. Quando expande a caixa torácica, elas ficam mais próximas ainda, fazendo pressão e expandindo o pulmão. Essa pressão também impede o colabamento completo do pulmão. Entra ar entre as duas pleuras, perdendo a relação entre as pleuras, tendendo ao colapso. Entrada unidirecional e contínua, não sai da cavidade. Com a ruptura dos alvéolos, o ar entra, separando as pleuras e o pulmão vai colabando. O ar na cavidade pleural que colabou o pulmão ipsilateral, o ar vai empurrando o pulmão (do lado do pneumotórax) pra cima do mediastino que empurra o saudável, comprimindo, o paciente fica taquipneico. -> DIFICULDADE RESPIRATÓRIA Fica hipotenso. O pulmão colabado comprimi a cava superior, dificultando o retorno venoso e alterando o débito cardíaco. -> INSTABILIDADE HEMODINAMICA. Exame físico: TURGÊNCIA JUGULAR. Inspeção: turgência jugular. Palpação: desvio da traqueia, eventualmente enfisema subcutâneos. Ausculta: frêmito toraco vocal abolido. Percussão: hipertinpanismo. MV abolido. Toraxocentese: Fazer punção hemitorax na linha hemiclavicular no segundo IC. (transforma em não hipertensivo). Drenagem IC: tto definitivo. Toracostomia entre a linha axilar anterior e a média, 4º a 5º IC, deixar o dreno com frasco com água. Diagnóstico: CLÍNICO!!! Pneumotórax aberto O indivíduo tem uma ferida no tórax, o ar entra livremente. Se o diâmetro da ferida for 2/3 ou mais do diâmetro da traqueia, quando encher o peito de ar, o ar vai preferir entrar pelo buraco do que pela VA -> porque ele não tem resistência. O ar entra na cavidade pleural, não vai oxigenar, e pode morrer. Tratamento: curativo quadrangular, fixando em 3 pontas, deixando um lado livre. Estabilização temporária. Depois se drena e faz cirurgia. Tórax instável Determinado quando há fraturas de 3 arcos intercostais consecutivos, sendo que cada um está fraturado em 2 pontos. (SABISTON). Determinado por um trauma fechado. No ATLS: 2 Arcos em 2 pontos. O segmento fraturado perde a continuidade com a caixa torácico. Quando enche o peito de ar, o segmento sem continuidade colaba. Quando expira, abaúla. Determinando a respiração PARADOXAL. Aumenta o trabalho da respiração. Há muita dor. A causa mais comum de Insuficiência respiratória em quem tem tórax instável é a contusão pulmonar. C – CIRCULAÇÃO Qual a principal causa de CHOQUE no politraumatizado? HEMORRAGIA. As fontes da hemorragia: abdome, fraturas pélvicas instáveis, hemotórax maciço. - Acessos intravenosos no trauma Obter 2 veias periféricas nos membros superiores. Se o paciente estiver chocado, tentar dissecar safena ou fazer infusão intraóssea. - Infusão intraóssea. Puncionando abaixo da tuberosidade tibial. É a segunda opção nas crianças com menos de 6 anos. - Solução para reanimação 1) Cristaloides 2) ringer lactato (39ºC) -> sempre aquecido (para prevenir hipotermia). - Calça pneumática de choque Quando suspeita que o paciente tem fratura pélvica instável. Desconfiar de fratura pélvica quando tem discrepância dos membros inferiores, membro em rotação lateral. Vai estabilizar a fratura. Ela infla, alinhando a pelve, atenua ou para a hemorragia. O QUE É A RESSUSCITAÇÃO BALANCEADA? Foco hemorrágico que não foi contido cirurgicamente e o paciente está hipotenso. Se quiser infundir volume para elevar a PA sistólica (vai ser perdida rapidamente e agravar o foco hemorrágico não controlado...) Então, infundir a menor quantidade possível para elevar a PA sistólica pouco, o suficiente para perfundir tecido, cerca de 90mmHg, e não agrava a hemorragia. Infusão cautelosa de volume até o foco de hemorragia ser controlado. ATLS: 1.000 à 2.000 ml em bolus. Infundir hemoderivados cautelosamente também. D – AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA Escala de coma de Glasgow Reação pupilar Movimentação de extremidades E – EXPOSIÇÃO E CONTROLE DO AMBIENTE Para verificar se existe outra lesão, tira a roupa do paciente. Cuidado com a temperatura da sala devido a tendência de hipotermia. V – MEDIDAS AUXILIARES AO EXAME PRIMÁRIO E A REANIMAÇÃO Monitoração (ECG): importante, principalmente nas primeiras 24h; a contusão cardíaca se manifesta em arritimias. Cateter urinário: acompanhar a diurese por causa da reposição volêmica. Cuidado com fraturas pélvicas com lesões do trato urinário. Catete gástrico: descompressão gástrica. Se tiver fatura de base de crânio (com fratura da placa cribriforme), NÃO PASSAR! -> passar o orograstrico. Radiografias Não pode tirar o paciente da sala para fazer exame! São feitas na sala de trauma e não atrapalham a reanimação. AP de tórax AP de pelve Lateral da coluna cervical (Ver a transição c7-T1) -> não afasta possibilidade de lesão cervical potencial Lavado peritoneal diagnóstico US abdominal VI – EXAME SECUNDÁRIO Pacientes estabilizados clinicamente e hemodinâmico. História clínica completa A – AlergiaM – Medicamentos P – Passado médico/prenhez L – Líquidos e alimentos A – Ambiente e eventes relacionados ao trauma 2 – Exame físico minucioso da “cabeça aos pés”. VII – Medidas auxiliares ao exame secundário Tomografia computadorizada Exames endoscópicos Rx de extremidades AULA 2 – VIA AEREA (MEDCEL) Via aérea pérvia = prioridade Principal causa de morte = oferta inadequada de oxigênio Lembre-se de proteger a coluna cervical. Obvervação do paciente Agitação (sugere hipóxia) Torpor (sugere hipercapnia) Cianose Tiragem Uso de musculatura acessória para ventilação Ausculta Respiração ruidosa Roncos Gorgolejos Estridor (sinais de obstrução parcial) Rouquidão Obstrução funcional da laringe Palpação Posicionamento anormal da traqueia no pescoço Crepitações DICAS NA AVALIAÇÃO INICIAL Paciente falou ou chorou? A VA está permeável Oferta de oxigênio por meio de máscara 10 a 12 L/min Medica auxiliar: oximetria de pulso Coma (Glasgow <8): queda de base da língua -> obstrução Remover corpos estranhos e secreções -> aspirador rígido ETIOLOGIA Trauma de Face Trauma cervical Trauma de da laringe Coma (Glasgow =< 7) -> queda da base da língua TRATAMENTO Técnicas de manutenção da VA: remover corpos estranhos e secreções -> aspirador rígido CHIN LIFT: elevação do queixo JAW TRUST: protusão da mandíbula Cânula orofaríngea (guedell -> só pode ser usado em paciente inconsciente -> faz muito reflexo de vômito). Cânula nasofaríngea Máscura de venturi + Ambu -> posição de C e E, e a outra mão faz ventilação. VIA AEREA DEFINITIVA É a presença de um dispositivo com balonete insuflado na traqueia, devidamente fixado, conectado a uma fonte de oxigênio. Indicações Apneia Proteção de VA por vômitos e sangue TCE com Glasgow <8 Risco de obstrução por lesão de traqueia ou laringe, hematoma cervical ou retrogaríngeo, estridor e lesões térmicas Fraturas maxilofaciais graves Convulsão persistente Incapacidade de manter oxigenação com máscara de O2 Necessidade de ventilação: paralisia neuromuscular, movimentos respiratórios inadequados. Intubação orotraqueal: cuidado para não hiperextender o pescoço. Ver a corda vocal antes de introduzir o tubo. Confirmação do correto posicionamento da cânula -> melhor método é a dosagem do Co2 expirado (capnógrafo). Fixação da sonda. SEQUENCIA DE INTUBAÇÃO RÁPIDA Ter um plano para falhas – certificar aspirador funcionando Pré oxigenas o2 a 100% Comprimir a cartilagem cricoide (Sellick) Administrar um sedativo (ATLS: etomidato 0,3mg/kg /// Brasil: midazolam 0,1 a 0,2 mg/kg) Intubação orotraqueal – insuflar o cuff e chegar Interromper a compressão da cricóide e ventilar em sistema adequado INTUBAÇÃO NASOTRAQUEAL É as cegas. Precisa do paciente estar respirando. DISPOSITIVO AUXILIARES Nas intubações difíceis, pode usar a máscara laríngea. Combitube: dispositivo com dois balões. VIA AEREA CIRURGICA É a opção quando não há abertura de boca, ventilação não é possível, fraturas maxilares faciais graves -> faz VA cirúrgica. Cricotireoidostomia por punção (10L/min, inspiração 1s (ATIVA) e expiração de 4s (passiva)) Cricotireoidostomia cirúrgica ** Cuidado com a hipercapenia. ** Traqueo não é indicado para atendimento do politraumatizado, com raras exceções. AULA 3 – TRAUMA TORACICO B – Respiração e ventilação A cinemática do trauma é importante para a avaliação. Mais frequentes do 4º ao 9º arcos. 1º ao 3º arcos /escápula/clavícula -> atenção em trauma torácico fechado Fratura de esterno -> pode estar acompanhada com lesão aórtica Arcos costais inferiores 10º ao 12º -> atenção à lesão contomitante do fígado e do baço. TORAX INSTÁVEL Fratura em dois ou mais arcos intercostais consecutivos em que cada arco está fraturado em 2 pontos. Em outros livros: 3 ou 2, em 2 pontos. Pode ser determinada pela disjunção costocondral. Perde a continuidade com a caixa torácica. Colabamento por devido a acentuação da pressão negativa intrapleura quando o peito enche de ar. Na expiração, há abaulamento. -> RESPIRAÇÃO PARADOXAL -> aumento do trabalho da respiração. O que compromete mais a respiração é a dor das fraturas. Fazer mascara de 02 e anestesia peridural. Cuidado quando idosos ou lesões abdominais associadas. A causa mais comum de Insuficiencia respiratória é o acumulo de sangue no parênquima pulmonar -> CONTUSÃO PULMONAR. Se começar a ficar agitado, hipoxemia, deve fazer intubação orotraqueal e fazer ventilação mecânica com pressão positiva. ATENÇÃO: não pode administrar excesso de líquido, fazendo extravasamento e fazendo contusão pulmonar. Fazer monitoração. CONDUTA PARA CONTUSÃO PULMONAR Ventilação com pressão positiva Administração cautelosa de volume (monitorização hemodinâmica invasiva) Correção da anemia. (Pra poder ofertar oxigênio dos tecidos – DO2). PNEUMOTORAX HIPERTENSIVO Causa mais comum: lesões pleuropulmonares que passaram desapercebidas no exame primário e complicaram após a instalação de ventilação com pressão positiva. Tratamento emergencial: toracocentese, punção no 2º IC linha hemiclavicular. Tratamento definitivo: drenagem intercostal sobre selo d’agua 4 e 5º espaço anterior à linha axilar média. – Toracostomia. Indicação de toracotomia: Pneumotorax que não regride com dreno com selo d’água -> Hipotese diagnóstica: lesão de via aérea proximal se comunicando com a cavidade pleural. Conduta: toracotomia exploradora. PNEUMOTORAX SIMPLES Todo pneumotórax que não é hipertensivo. Pode complicar. Não determina instabilidade hemodinâmica. Conduta: se for pequena (perda de parenquima pulmonar é menos de 1/3 do volumo pulmão), observação. Se for maior, fazer drenagem intercostal com selo d’agua, 48h a 72h. HEMOTORAX Tratamento: drenagem intercostal com selo d’agua. Considere todo paciente com derrame pleural vitima de trauma como sendo derrame pleural hemorrágico até segunda ordem. Abordagem cirúrgica: quando há saída de sangue pelo dreno intercostal (MACIÇO) HEMOTORAX MACIÇO Drenagem imediata >= 1500 ml de sangue OU Drenagem de 200 a 300 mL/h nas primeiras 3h >>> Está indicado a toracotomia exploradora de forma imediata. CONTUSÃO MIOCÁRDICA Acontece com maior frequência quando há traumatismo torácico fechado em um politraumatizado. Quando anterior, a câmara mais anterior (VD) é a que mais sofre. Duas alterações chamam atenção para a contusão: Insuficiência cardíaca de VD: por não contração do VD – manifesta por hipotensão com aumento de pressão venosa central. Arritmias Quando suspeitar? O diagnóstico é anatomopatológico, então precisa analisar os sinais indiretos. Hipotensão com PVC Alterações de motilidade do Miocárdio de VD (ECO-2D) Alterações de eletrocardiográfias. TAMPONAMENTO CARDÍACO Ttf= traumatismo de tórax fechado Sangue na cavidade pericárdica. Em um TTF pode romper uma câmara cardíaca, fazendo o sangue sair do coração para a cavidade pericárdica. Pode acontecer por TT penetrante, fazendo o sangue sair da câmara também. Pode ser tamponado pelo coágulo e aprisionar o sangue na cavidade pericárdica. “Esmagando” o coração com sangue. Equaliza as pressões nas quatro câmeras cardíacas, a pressão intracavitária , dificulta o RV e determina o surgimento de turgência jugular. Faz hipotensão por não ter um débito sistólico adequado por conta da RV. CLÍNICA + TRÍADE DE BECK 1) Hipotensão 2) Hipofonese de bulhas 3) Turgência jugular Pode haver discreto grau de congestão em bases pulmonares, cianóticos (restrição do enchimento diastólico do VE -> pressão VE -> pressão vai para cursar para o renocapilarpulmonar, cursando com discreta congestão em base pulmonar. + Pulso paradoxal: ao termino da inspiração profunda, há queda maior que 10mmHg da pressão sistólica. Acontece porque na respiração profunda, há RV para as cavidades DIREITAS apenas. Quando há tamponamento, faz a respiração, o sangue entra com dificuldade nas cavidades direitas, o sangue ocupa o VD e ocorre um abaulamento do speto intraventricular em direção ao VE. O VE diminui por nãoter local para expansão (por estar envolto de sangue), essa cavidade fica diminuída -> MENOR VOLUME DIASTOLICO FINAL -> DEBITO SISTOLICO -> PA sistólica. DIAGNÓSTICO Ecotranstoracico (não disponível na sala de trauma) USG de Abdome – F.A.S.T CONDUTA: exploração cirúrgica da cavidade pericárdica. Na ausência da equipe cirúrgica: estabilizar temporariamente o paciente. Faz TORACOCENTESE COM AGULHA DE PONTA ROMBA. Retirar sangue em pequenos volumes do saco pericárdico. DIFERENÇA DO TAMPONAMENTO PARA O PNEUMOTORAX HIPERTENSIVO Tamponamento: Hipotensão Turgência jugular Som clarotimpanico no pulmão Murmúrio vesicular presente bilateralmente Eventualmente, pequena congestão em base pulmonar Pneumotoráx hipertensivo Murmúrio vesicular abolido no lado do PH. Hipertimpanismo no lado do PH. Turgência jugular TRAUMATISMO DA AORTA 40% das mortes imediatas em acidente automobilístico. Determina, na maioria, morte imediata. 20% dos pacientes sobrevivem. Podem ter ruptura da aorta nas próximas 24h (é fatal). Há poucos sinais clínicos da presença de lesão da aorta. Há outras lesões que chamam mais atenção. Segmento da aorta que mais é frequentemente lesado em um trauma fechado: aorta torácica descendente distal à artéria subclávia E, distal ao ligamento arterioso. No Raio-x: observar a presença de alargamento do mediastino. -> Pensar em lesão da aorta. ALARGAMENTO DO MEDIASTINO - Betabloqueador (esmolol): diminui a probabilidade de ruptura da aorta. – diminui a frequência, diminui a intensidade do sangue que bate na parede da aorta. - Tratar primeiro hemorragias abdominais, tce grave e etc. - Abordar a lesão aórtica. DEPOIS: fazer TC helicoidal de tórax pra identificar lesão aórtica. Podem estar hipotensos -> CI para a realização do TC -> resolve usando eco transesofágico. TRATAMENTO - Lesão da íntima: acompanhamento clínico - Hematoma intramural: reparo cirúrgico - Pseudoaneurisma: reparo cirúrgico - Hematoma periaórtico: reparo cirúrgico - Pacientes de alto risco com anatomia favorável: terapia endovascular TORACOTOMIA NO TRAUMA Toracotomia de reanimação: feita na sala de emergência, massagem cardíaca, clampeamento de aorta descendente. Indicação para: Trauma penetrante + parada cardíaca. Toracotomia no centro cirúrgico: Indicações: pneumotórax hipertensivo NÃO responsivo a drenagem intercostal. Hemotórax maciço. Tamponamento cardíaco. Lesão da aorta TRAUMA DIAFRAGMÁTICO Lesão diagramática pode levar à invasão da câmera gástrica, hérnia. O que determina: traumatismo abrupto em andar superior de abdômen, contusão abdominal com aumento súbito de pressão intra-abdominal, podendo causar ruptura das fibras abdominais, causando herniação -> causa desconforto respiratório. A hérnia do diafragma é mais comum do lado ESQUERDO. Conduta: em caso agudo, cirurgia -> laparotomia ou videolaparoscopia. Objetivo é retornar as vísceras para o interior da cavidade peritoneal e suturar a lesão diafragmática (fio não absorvível). AULA 4 – ABORDAGEM AO TRAUMA ABDOMINAL. Primeira pergunta: existe ou não existe indicação de laparatomia? MECANISMO DE TRAUMA Trauma abdominal penetrante: ferida abdominal Trauma abdominal fechado: contusão abdominal SINAIS CARDINAIS DE LESÃO INTRA-ABDOMINAL Irritação peritoneal Defesa muscular involuntaria Descompressão dolorosa Instabilidade hemodinâmica No trauma penetrante: evisceração TRAUMA PRENETRANTE – FERIDA ABDOMINAL ARMA BRANCA O abdome é cirúrgico? Indicações para laparotomia: Choque Peritonite Evisceração NO ABDOME ANTERIOR: Se o abdome não for cirurgico na primeira avaliação, não mandar embora pois o abdome pode ser cirurgico mas o paciente não apresentou as características. Calçar a luva e explorar a lesão. EXPLORAÇÃO DIGITAL NEGATIVA -> dar alta POSITIVA -> observar por 24h + Hb 8/8h -> SE NÃO HOUVER ALTERAÇÃO -> ALTA Abdome cirurgico ou leucocitose ou Hb > 3g/dL -> LAPAROTOMIA FLANCO E ABDOME POSTERIOR: Abdome ciúrgico? Exploração digital da ferida não é bem definida porque a parede é espessa. TC de triplo contraste (venoso, oral, retal) NEGATIVA -> dar alta POSITIVA -> laparotomia exploradora ARMA DE FOGO Fazer laparotomia exploradora!!! TRANSIÇÃO TORACOABDOMINAL Pode envolver pulmão, pleura e abdômen. Vai depender do ciclo respiratório que o paciente apresentar a lesão. Na hora que ele sofreu a lesão e estiver em inspiração máxima, há lesão só pleuro-pulmonar. Se estiver em expiração, pleura, pulmão e abdômen. Ferida com irritação peritoneal -> Cirurgico Ferida com instabilidade hemodinâmica -> cirúrgico O problema é quando tem a ferida e a cavidade abdominal é inocente, assintomático. Pode não apresentar de primeira os sintomas cardinais. Devia ser submetido à videolaparoscopia -> para visualização da cavidade. CONTRA INDICAÇÃO PARA VIDEOLAPAROSCOPIA NO TRAUMA Glasgow <12 Instabilidade hemodinâmica (PAsist <90 / Reposição volêmica > 3L na 1ª hora) Cirurgias prévias Doença cardiorrespiratória crônica ** Vai direto para a laparotomia. TRAUMA FECHADO – CONTUSÃO ABDOMINAL A maioria são vítimas de politrauma, com rebaixamento do nível de consciência com lesão em outros órgãos, dificuldade de determinar irritação peritoneal, Glasgow <8. É comum a associação com fraturas pélvicas. CASO 1: Politrauma + rebaixamento de consciência: exame físico pouco confiável. Caso 2: politrauma (abdome, fratura pelve...) + queda de PA: exame físico pouco confiável. O abdome deve ser considerado SEMPRE fonte de instabilidade hemodinâmica. É fundamental que o exame físico seja substituído por um método complementar quando você perde a qualidade dele: LAVADO PERITONEAL DIAGNÓSTICO (LPD) ou USG. LPD: incisão supra ou infraumbilical (ci na gravida e no paciente com fratura pélvica), inserir um cateter e aspirar o conteúdo intra-abdominal. Se vier sangue, é POSITIVO (20ml ou mais). Se não vier sangue de primeiro, não descarta a possibilidade de uma víscera estar comprometida, instilar soro fisiológico na cavidade peritoneal, vai fazer mudança de decúbito, compressão no abdômen e depois colher líquido efluente (200ml). No líquido efluente, se encontrar essas alterações, LPD POSITIVO para lesão abdominal. Hemácias >100.000/mm³ Leucócitos >500/mm³ Amilase >175 U/dL Presença de bile / fibras alimentares O lavado tem sido progressivamente substituído por USG. ULTRASSONOGRAFIA (FAST) – Focused Assessement Sonography for Trauma Avalia a presença ou não de líquido livre na cavidade. Imagem hipoecogênica (preto) é líquido. Se houver presença de líquido livre -> lesão na cavidade abdominal -> FAST POSITIVO. ATENÇÃO: FAST (+) ou LPD (+) -> existe lesão. Queda de PA -> faz laparotomia PA normal -> TC de abdome TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Exige estabilidade hemodinâmica Melhor avaliação de órgãos sólidos e retroperitônio Principal exame para análise detalhada do trauma. TC CONFIRMA LESÃO HEPÁTICA OU ESPLÊNICA... Estabilidade hemodinâmica SEM irritação peritoneal Transfusão <2U de sangue Conduta expectante TC DESCARTA LESÃO HEPÁTICA OU ESPLÊNICA, MAS HÁ LÍQUIDO LIVRE... Em um quadrante -> conduta expectante Em > um quadrante -> laparotomia SITUAÇÕES ONDE O LPD E O FAST NÃO PRECISAM SER SOLICITADOS: quando o exame físico for confiável!!! PERGUNTAS QUE DEVEMOS NOS FAZER NA CONTUSÃO ABDOMINAL Houve lesão de vísceras? É o abdome a fonte da hemorrogia? FAST ou LPD responde ou o exame físico. Qual víscera foi lesada? TC de abdomen. AULA 5 – TRAUMA ABDOMINAL – LESÕES ORGANICAS ESPECÍFICAS. CONTUSO PENETRANTE Colisão de carro PAF Atropelamento Arma branca Queda Vidro Agressão Vergalhão Soterramento Esportes Armas de fogo: delgado (50%) -> Cólon (40%) -> Fígado (30%). Armas branca: fígado (40%) -> delgado (30%) -> diafragma (20%). (arrumar fluxograma a seguir...) Arma de fogo Anterior -> laparotomia Posterior -> tc de abdome. Arma branca -> Instabilidade hemodinânima, evisceração, sinais de peritonite -> cirurgia. Exploraçãoda ferida -> Aponeurose integra -> alta hospitalar, cuidados. Violou a cavidade -> unidade fechada, avaliação seriada, hemograma completo 8/8h -> Instalibidade? Peritonite? Laparotomia exploradora Queda >3g/dL e leucocitose -> tc de abdome ou LPD Sem alterações -> alta hospitalar FLANCO E DORSO: TC de abdome com triplo contraste (oral + intravenoso + retal). Avaliação do cólon, duodeno, pâncreas e trato urinário. TRANSIÇÃO TORACOABDOMINAL: videolaparoscopia. Exame diagnóstico menos invasivo. Exploração e rafia simples. CURIOSIDADES TRAUMA CONTUSO Principal causa de choque no trauma é a hemorragia das vísceras intra-abdominais. Depois pelve e tórax. Baço (50%) -> Fígado (35%) -> Delgado (12%). 10% das lesões que requerem cirurgia. Atropelamento (45%) e colisão automobilística (25%). (ALGORITMO) Exame físico confiável? Peritonite? SIM -> laparotomia NÃO -> distensão e escoriações? -> Hipotensão -> laparotomia PA normal -> TC de abdome. E se não tiver distensão, escoriação e ele está hipotenso? -> Investigar se o abdome é ou não a causa da hemorragia -> LPD ou FAST. Indicações de LPD ou F.A.S.T: Trauma abdominal contuso com rebaixamento de nível de consciência e PA normal. Trauma abdominal contuso com instabilidade hemodinâmica. Lavado peritoneal diagnóstico: POSITIVO Hemácias > 100.000/mm³ Leucócitos > 500/mm³ Amilase > 175 U/dL Presença de bile / Fibras alimentares ULTRASONOGRAFIA (F.A.S.T.) - Focused Assessment Sonography for Trauma Busca de líquido livre na cavidade. Espaço de morrison: recesso hepato-renal (entre o fígado e a parede abdominal.) Espaço espleno-renal. Pelve. Posição anti-Tredelemburg -> líquido desce para o saco de Douglas. Janela pericárdio. Fast ou LPD (+) + Queda PA -> laparotomia Fast ou LPD (+) + PA normal -> Tc de abdome TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Exige estabilidade hemodinâmica Melhor avaliação de órgãos solidos e retroperitoniais Principal exame na análise do trauma Líquido livre sem lesão de vísceras sólidas específicas? Tc descarta lesão hepática ou esplênica, mas há líquido livre... Em um quadrante -> conduta expectante. Em mais de um quadrante -> laparotomia AULA – FRATURAS PÉLVICAS Desconfiar quando: MMII comprimento discrepante. MMII em rotação lateral. Manifestação principal: instabilidade hemodinâmica. Lesões orgânicas específicas: Uretrorragia / Sangue no meato Sangramento retal Metrorragia CLASSIFICAÇÃO YOUNG E BURGESS Forças compressivas laterais Forças compressivas antero-posteriores A1 e B1 – são estáveis (não há desalinhamento do anel pélvico, e o afastamento da sinfise púbica é inferior à 2,5cm). Instável – deformidade do anel pélvico ou abertura de sínfise pubica igual ou maior à 2,5cm). A2 e A3 – instaveis B2 e B3 – instaveis C – totalmente instavel. A2, A3 -> lesão visceral B2 e B3 -> “livro aberto” – lesão vascular. C -> pode ter lesão visceral associada. Uretrorragia / Sangue no meato ou Prostata em posição alta -> Uretocistografia ou Punção suprapúbica. Instabilidade hemodinâmica -> Alinhamento do anel pélvico e fixação externa (centro cirúrgico) Pode ser utilizada a calça pneumatica antichoque ou um dispositivo de alinhamento da pelve para tentar diminuir o sangramento. CONDUTA: Fixação externas para fraturas do tipo A2, A3, B2, B3, C. HEMATOMA RETROPERITONEAL Lesão de um vaso importante contida por tecidos retroperitoneais, formando hematomas no retroperitoneo. Zona + locais mais atingidos: Zona 1: aorta e ramos principais e a cava. Conduta: explorar (exceto retrohepático) Zona 2: Rins e adrenais Conduta: não explorar (exceto expandindo) Zona 3: vasculatura pélvica. Conduta: não explorar (exceto expandindo) TRAUMA PENETRANTE Independente da zona -> EXPLORAR SEMPRE!!!
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