Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
6/9/2011 1 CAMPUS CATALÃO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Estruturas de Madeira Tópico: Generalidades Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 1 CONTEÚDO: 1. Introdução 2. Classificação das Árvores 3. Considerações a Respeito do Emprego da Madeira 4. Fisiologia da Árvore 5. Anatomia do Tecido Lenhoso 6. Terminologia 7. Alguns Tipos de Defeitos da Madeira 2Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 2 1- Introdução NOSSO PAPEL Interferir para que as florestas não sejam devastadas de forma Predatória. BRASIL Reconhecimento mundial pela riqueza da Biodiversidade das suas florestas. CONSUMIDORES Pouco ou nenhum conhecimento deste insumo. Uso intensivo de poucas Espécies provoca grande pressão ao Meio Ambiente. Extinção de espécies da fauna e da flora. 3Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade A Floresta não consegue se Recompor naturalmente na mesma velocidade Exploração Extrativista Inexistência de Plano de Manejo Retirada de um grande volume de Espécies definidas pelo mercado Desmatamento do Território Nacional Projetos Agropecuários e Urbanísticos, Extrativismo Vegetal ou Exploração Mineral. Fontes das Madeiras: Florestas plantadas (indústrias de madeira serrada, painéis à base de madeira e móveis), controladas pelo IBAMA. 1- Introdução 4Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 3 Fontes das Madeiras: Florestas nativas (exploradas para atender ao mercado de madeiras) • Manejo florestal: exploração planejada e controlada da mata nativa (aprovado pelo IBAMA). • Exploração extrativista: explora comercialmente apenas as espécies com valor de mercado, sem projetos de manejo. Sistema de Certificação Florestal Brasileiro do Inmetro (Cerflor) Certifica a produção adequada ambientalmente. Sistema Integrado de Monitoramento e Controle dos Recursos e Produtos Florestais (Sisprof) Implantado pelo IBAMA. 1- Introdução 5Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade • Desenvolvimento Econômico Desenvolvimento Sustentável • Desenvolvimento sustentável do Setor Florestal: Reflorestamento Melhoria da Qualidade do Ar Manutenção da Biodiversidade Redução de Áreas Erodidas (Proteção dos Recursos Hídricos) Manejo Florestal Conservação da Qualidade de Vida Expansão Econômica • Métodos Racionais de Exploração Melhor Qualidade e Quantidade de Serviços Ambientais Ampliar os Conhecimentos (Sub-utilizadas) 1- Introdução 6Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 4 2- Classificação das Árvores Árvores Plantas Superiores Elevada Complexidade Anatômica Fisiológica Fanerógamas Gimnospermas Angiospermas Coníferas Dicotiledôneas Madeiras Moles (Softwoods) Pinho-do-Paraná Madeiras Duras (Hardwoods) Maçaranduba Jatobá Peroba Rosa IpêPinus Monocotiledôneas Bambu 7Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade Fanerógamas: • Plantas com sementes (espermatófitas), dotados de vasos condutores de seiva (vasculares). • Têm ramos reprodutivos especializados (estróbilos em gimnospermas e flores em angiospermas). • Gimnospermas têm sementes expostas (nuas) e angiospermas têm sementes abrigadas no interior de frutos. 2- Classificação das Árvores 8Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 5 Coníferas Menor resistência e densidade em relação as dicotiledôneas; Maior resistência e densidade; Dicotiledôneas São típicas de regiões de clima frio; Aclimatam-se melhor em regiões de clima quente ; Têm folhas com formato de escamas ou agulhas. Compreende praticamente todas as espécies das Florestas Tropicais; Têm folhas de diferente formato (renovadas periodicamente). 2- Classificação das Árvores 9Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade Obs.: A madeira é um material anisotrópico. Eixos relacionados com as direções de fibras da madeira: 2- Classificação das Árvores 10Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 6 3- Considerações a Respeito do Emprego da Madeira • No Brasil, a madeira é utilizada para múltiplas finalidades: – Construção Civil: • Coberturas de indústrias, residências, construções rurais; • Cimbramentos para concreto armado e protendido; • Pontes (Eucalipto) e passarelas; • Edificações em ambientes altamente corrosivos; • Linhas de transmissão; • Construções rurais, silos; • Obras portuárias; • Componentes de edificação (portas, forros, pisos, etc). – Indústria moveleira; – Indústria de embalagens; – Meios de transporte (barcos, carrocerias, vagões de trem, dormentes); – Etc. 11Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade • Preconceitos inerentes à madeira: – A falta de tradição no uso da madeira; – Estrutura concebidas por carpinteiros (não é o ideal); – Problemas advindos da estabilidade dimensional e deterioração da madeira, agravados pelas condições climáticas de nosso país; – A pouca ênfase dada nos cursos de arquitetura e engenharia; – O desconhecimento da tecnologia da madeira; – Falta de projetos específicos desenvolvidos por profissionais habilitados. 3- Considerações a Respeito do Emprego da Madeira 12Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 7 “ Conheço um bairro da periferia muito pobre onde todas as casas são de madeira, que pobreza!” “ Conheço uma casa fantástica de um cidadão muito rico; as vigas, os pilares, o piso, o forro, os rodapés, tudo em madeira, um luxo!” 3- Considerações a Respeito do Emprego da Madeira 13Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade Levando em consideração as técnicas de manejo, o emprego da Madeira, como material estrutural, se constitui numa perigosa ameaça ecológica? Partindo do ponto de vista ambiental seria correto substituir a madeira por outros materiais estruturais, como o aço ou o concreto armado? 3- Considerações a Respeito do Emprego da Madeira 14Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 8 Elevada Resistência (C20 a C60) Fácil manuseio (baixa densidade) Bom Isolamento Térmico Apresenta Inúmeros Defeitos Vulnerável à Degradação Biológica Problemas Culturais e Tecnológicos ALGUMAS VANTAGENS ALGUMAS DESVANTAGENS Aspecto Visual (várias formas) Inflamável, porém melhor que o aço 3- Considerações a Respeito do Emprego da Madeira 15Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade Dentre os materiais estruturais: aço, concreto e madeira; a madeira seria o material mais prejudicado por uma eventual exposição ao fogo? 3- Considerações a Respeito do Emprego da Madeira 16Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 9 As chamas ou labaredas de fogo queimam a uma certa distancia da superfície da madeira. 3- Considerações a Respeito do Emprego da Madeira 17Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 3- Considerações a Respeito do Emprego da Madeira 18Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 10 Seção de uma viga de madeira laminada colada, exposta ao fogo durante 30 minutos. 3- Considerações a Respeito do Emprego da Madeira 19Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade A B C D E F G H Material Densidade (g/cm³) Energ. de Produção (MJ/m³) Resistência (MPa) Modul. de Elasticid. (MPa) C/D D/B E/B Concreto (C20) 2,4 1.920 20 20.000 96 8 8.333 Aço (A-36) 7,8 234.000 250 210.000 936 32 26.923 Conífera (U=12%) 0,6 600 50 10.000 12 83 16.667 Dicotiledônea (U=12%) 0,9 630 75 15.000 8 83 16.677 Tabela – Materiais estruturais, dados comparativos. Fonte: Calil Jr. e Dias (1997) Energia consumida na produção: concreto – queima de óleo; aço – queima de carvão; madeira – energia solar.3- Considerações a Respeito do Emprego da Madeira 20Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 11 Manuseio e tratamento adequado do material Utilização de sistema estrutural apropriado Cuidado nos detalhes construtivos 1. 2. 3. Cuidados Necessários 3- Considerações a Respeito do Emprego da Madeira 21Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 4- Fisiologia da Árvore • O crescimento principal da árvore ocorre verticalmente. • Esse crescimento é contínuo (apresenta variações em função das condições climáticas e da espécie da madeira). • Aumento do diâmetro do tronco, devido ao crescimento horizontal (câmbio). • No corte transversal de um tronco de árvore, essas camadas aparecem como anéis de crescimento. 22Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 12 Casca externa Casca interna Cambio Cerne Alburno Medula Raio Medular 4- Fisiologia da Árvore 23Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade • Casca externa: função de proteger o tronco das intempéries e, ao mesmo tempo, evitar a evaporação excessiva da água interna. • Casca interna: é responsável pelo fluxo de cima para baixo dos açúcares produzidos nas folhas para o resto da árvore. • Câmbio: é uma fina camada (quase invisível) responsável pela reprodução das células da árvore (crescimento e brotação). • Alburno: tem a função de levar a água absorvida pelas raízes para as folhas. É matéria viva (coloração mais clara). 4- Fisiologia da Árvore 24Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 13 • Cerne: é constituído por células mortas com paredes celulares mais grossas devido a impregnação de lignina e outros compostos (mais escuro, denso, resistente e durável). Estruturalmente é a melhor parte do tronco. • O lenho: é a parte resistente do tronco (alburno + cerne). • Medula: é a parte mais antiga do tronco e, muitas vezes, já apodrecido. Deve-se evitar peças com medula. • Raio medular: ligação de diferentes camadas entre si e transporte e armazenamento de seiva 4- Fisiologia da Árvore 25Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 4- Fisiologia da Árvore 26Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 14 4- Fisiologia da Árvore 27Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade • As raízes recolhe a seiva bruta (água + sais minerais) que em movimento ascendente pelo alburno atinge as folhas; • Na presença de luz, calor e absorção de gás carbônico ocorre a fotossíntese (formação da seiva elaborada); Processo de formação da madeira • A seiva elaborada, em movimento descendente (pela periferia) e horizontal para o centro vai se depositando no lenho, tornando-o consistente como madeira. 4- Fisiologia da Árvore 28Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 15 5- Anatomia do Tecido Lenhoso • Células de forma alongada com vazios internos – apresentam tamanhos e formas variadas, de acordo com a sua função e com a classificação botânica. • Principais elementos: traqueídeos, vasos, fibras e raios medulares. Coníferas Traqueídeos e raios medulares Função: transporte da seiva bruta e dar resistência e rigidez à madeira. Dicotiledôneas Vasos Função: transportar a seiva bruta; Raios Função: transportar, horizontalmente, a seiva elaborada; Fibras Função: conferir resistência e rigidez à madeira. 29Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade Coníferas Dicotiledôneas 5- Anatomia do Tecido Lenhoso 30Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 16 6- Terminologia Termos utilizados para caracterizar as propriedades da madeira (segundo o teor de umidade): • Madeira verde: umidade igual ou superior ao ponto de saturação (umidade em torno de 25%) • Madeira seca ao ar: caracterizada por uma umidade adquirida nas condições atmosféricas locais. A NBR7190/97 (Projeto de Estruturas de Madeira) considera o valor de 12% como referência. 31Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 7- Alguns Tipos de Defeitos da Madeira • Pouco provável a obtenção da matéria-prima isenta de defeitos. • Por ser um material biológico, este guarda consigo uma carga genética que determina suas características físicas e mecânicas e possui particularidades que são acentuadas ou abrandadas conforme as condições ambientais. • Defeito: – Irregularidade; – Descontinuidade ou anomalia estrutural; – Alteração química ou de coloração; – Modificação do fuste ou de peças (originada na vida da árvore, exploração e transporte, secagem e outras operações tecnológicas). 32Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 17 CLASSIFICAÇÃO DOS DEFEITOS DE ACORDO COM SUA ORIGEM E OCORRÊNCIA: • Defeitos de Crescimento: são originados em resultado de modificações nos crescimento e estrutura fibrosa do material; • Defeitos de Secagem: consequente de secagem mal conduzida; • Defeitos de Processamento: decorrente do desdobro e emparelhamento da peça (arestas quebradas e variação das dimensões); • Defeitos de Modificação: originados por agentes de deterioração (fungos e insetos). 7- Alguns Tipos de Defeitos da Madeira 33Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade Nós • Imperfeição da madeira nos pontos onde existiam galhos; • Galhos ainda vivos na época do abate produzem nós firmes; • Galhos mortos originam nós soltos – podem cair durante o corte com a serra gerando orifícios; • As fibras longitudinais sofrem desvio de direção (redução da resistência a tração). 7- Alguns Tipos de Defeitos da Madeira 34Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 18 Nós Vivos Nós Mortos 7- Alguns Tipos de Defeitos da Madeira 35Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade Fendas • Aberturas nas extremidades da peças produzidas pela secagem mais rápida da superfície; • Situam-se nos planos longitudinais radiais, atravessando os anéis de crescimento; • Pode ser evitado mediante secagem lenta e uniforme; 1 – Fendas Periféricas 2 a 4 – Fendas de Cerne 7- Alguns Tipos de Defeitos da Madeira 36Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 19 Fendas Anelares ou Gretas Parcias Fendas Radias e Fissuras Internas Fissuras Internas 7- Alguns Tipos de Defeitos da Madeira 37Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade Gretas • Separação entre os anéis anuais; • Provocada por tensões internas devidas ao crescimento da árvore, ou por ações externas, como flexão devida ao vento; 1 – Greta Parcial 2 – Greta Completa 7- Alguns Tipos de Defeitos da Madeira 38Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 20 Abaulamento • Encurvamento na direção da largura da peça; 7- Alguns Tipos de Defeitos da Madeira 39Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade Arqueamento • Encurvamento na direção longitudinal, isto é, do comprimento da peça; 7- Alguns Tipos de Defeitos da Madeira 40Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 21 Fibras Reversas • Provocadas por causa naturais ou por serragem; • Causa Naturais – Proximidade de nós ou crescimento de fibras em forma de espiral; • Serragem da peça em plano inadequado (fibras inclinas em relação ao eixo); • Reduzem a resistência da madeira.Fibras não paralelas ao eixo da peça. 7- Alguns Tipos de Defeitos da Madeira 41Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade Empenamento • Decorrente de uma secagem inadequada; 7- Alguns Tipos de Defeitos da Madeira 42Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 22 Distorções por retração de peças de madeira de diversas formas, conforme a posição relativa dos anéis anuais. 7- Alguns Tipos de Defeitos da Madeira 43Estruturas de Madeira– Prof. Wellington Andrade
Compartilhar