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6/9/2011 1 CAMPUS CATALÃO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Estruturas de Madeira Tópico: Propriedades Físicas da Madeira Relevantes Para o Projeto de Estruturas Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 1 CONTEÚDO: 1. Introdução 2. Aspecto 3. Teor de Umidade 4. Densidade 5. Variação Dimensional 6. Durabilidade Natural 7. Resistência Química 2Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 2 1- Introdução Fatores que influem nas características físicas da madeira. Espécie da Árvore Condições de Temperatura Composição e Umidade do Solo Densidade de Povoamento Incidência de Chuvas Fisiologia da Árvore Anatomia do Tecido Lenhoso 3Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade Variações provocadas na madeira Diferenças na espessura da camada de crescimento e de material crescido nas diversas estações do ano. Geometria dos anéis de crescimento. Idade das diferentes camadas. Nível de lenhificação. Incidência de nós e de fibras reversas. 1- Introdução 4Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 3 Variação das propriedades (para uma dada espécie): Região de Origem da Árvore Peculiaridades do Povoamento Árvore Singularidades da Amostra 1- Introdução 5Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade • Cores – Claras, escuras e vivas. • Texturas – Homogêneas, manchadas, lisas e ásperas. 2- Aspecto 6Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 4 Pinus Cambará Angelim araroba Amarelinho P. Rosa Pinho do Paraná Eucalipto Jatobá Jacarandá Aroeira SucupiraIpê Imbuia Angelim 2- Aspecto 7Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade • Árvore ao ser abatida encontra-se com teores de umidade altos (madeira verde). • Deixa-se o tronco para que ele perca toda a sua água livre (capilar) até um teor de aproximadamente U=20 a 30%. Este ponto se chama Ponto de Saturação (PS). • PS é a condição na qual se mantém, na madeira, apenas a água do interior das paredes celulares (água de impregnação ou de adesão). • NBR 7190/1997 adota a umidade de 25% como referência para PS. • Mantendo-se ao ar livre, o material continua perdendo água (água de impregnação) até atingir um ponto de equilíbrio com este ambiente (Umidade de Equilíbrio – UE). 3- Teor de Umidade 8Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 5 Umidade de Equilíbrio (UE) Espécie de árvore Temperatura Umidade Relativa do Ar (URA) • NBR 7190/1997 trabalha com UE = 12% (condição atingida com T=20°C e URA=65%) • Porcentagens abaixo da UE são conseguidas apenas em estufa. 3- Teor de Umidade 9Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 3- Teor de Umidade 10Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 6 • A secagem é o processo de evaporação da água livre e de impregnação. • O desdobro do tronco em peças menores deve ser feito com teores abaixo do PS. Requerimentos da Secagem Prévia Redução da Variação Dimensional Maior eficácia de impregnação contra ataque biológico Redução da probabilidade de ataque de fungos Eficiência de acabamentos Aumento da resistência e elasticidade 3- Teor de Umidade 11Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade • É recomendado pela NBR 7190/1997; • Amostras: seção transversal retangular (2 cm x 3 cm) e comprimento de 5 cm (ao longo da direção das fibras); • Balança de sensibilidade de 0,01 g; • A Temperatura máxima da estufa é 103 + 2°C; • A massa do corpo deve ser medida a cada 6 horas, até ocorrer entre duas medidas consecutivas, variação menor ou igual a 0,5% da ultima massa medida (massa seca) Determinação da Umidade pelo Método da Secagem em Estufa 100(%) ×−= s si m mmU 3- Teor de Umidade 12Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 7 Indicações da NBR 7190/1997 – Umidade da Madeira No projeto de estruturas de madeira, o dimensionamento deve ser efetuado admitindo- se uma das classes de umidade especificadas na tabela a seguir. 3- Teor de Umidade 13Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade Exemplo 01 Deseja-se determinar a porcentagem de umidade de uma peça de Jatobá (Hymenaea stilbocarpa), a ser empregada na confecção de um piso. Dela se retira uma amostra, de acordo com as recomendações da NBR 7190/1997. A massa inicial da amostra é 42,88 g. A massa seca é 28,76 g. Qual é o valor da umidade procurada (U)? 3- Teor de Umidade 14Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 8 Exemplo 02 Uma peça de madeira para emprego estrutural tem massa de 6148 g a U% de umidade e deve ser submetida a secagem até atingir 12%, condição na qual será utilizada. Sabendo-se que uma amostra retirada da referida peça, nas dimensões indicadas pela NBR 7190/1997, pesou 34,52 g (U% de umidade) e 25,01 g (massa seca), pode-se estimar o peso da peça em questão quando for atingida a umidade de 12%. 3- Teor de Umidade 15Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade • Importante propriedade • É indicador de resistência e da durabilidade da madeira e define o peso próprio da estrutura 4- Densidade Densidade Real • Trata-se massa da madeira contida na amostra considerada e o volume efetivamente ocupado por ela, descontados os vazios internos cheios de água e ar. • Não integra a rotina experimental para a caracterização da madeira. 16Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 9 Densidade Básica (ρbasbasbasbas)))) • É a razão entre a massa seca da amostra considerada e o respectivo volume nas condições de total saturação (todos os vazios internos preenchidos por água) ( )3cmg V m sat s bas =ρ Densidade Aparente (ρapapapap)))) • É a razão entre a massa e o volume de corpos-de-prova para um dado teor de umidade (U%). No caso particular da NBR 7190/1997, a densidade aparente se refere as amostras com umidade de 12%. ( )3 12 12 cmg V m ap =ρ 4- Densidade 17Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade Madeira Densidade a 15% Angelim 0,93 g/cm3 Aroeira 1,19 g/cm3 Cedro 0,53 g/cm3 Eucalipto citriodora 0,95 g/cm3 Peroba Rosa 0,79 g/cm3 Ipê 0,96 g/cm3 4- Densidade 18Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 10 Influência da Umidade na Densidade Aparente da Madeira • A porcentagem de umidade tem grande influência na densidade aparente da madeira; • Diagrama de Kollmann (1934): procedimento para quantificar a variação da densidade aparente em função do teor de umidade; • Recentemente, Logsdon (1998), empregando espécies crescidas no Brasil, propôs a seguinte equação para representar a influência da umidade na densidade aparente: ( ) ( ) − ⋅−+= 100 12112 U VUU δρρρ U V V ∆ =δ 100⋅−=∆ U VVV SU ρ12 - densidade aparente a U = 12%, g/cm³; ρU - densidade aparente U%, g/cm³; U – umidade da madeira no instante do ensaio, %; δV- coeficiente de retratibilidade volumétrico; ∆V- retração volumétrica (umidade variando entre U e 0%); VU- volume do CP com umidade U%, cm³; Vs- volume do CP com umidade de 0%, cm³. 4- Densidade 19Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade Influência da Umidade na Densidade Aparente da Madeira 4- Densidade 20Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 11 Exemplo 03 a) Utilizando o diagrama de Kollmann, estimar a densidade aparente, a 12% de umidade, de uma amostra de madeira para o qual ρap = 0,80 g/cm³ a 19% de umidade. b) Utilizando a expressão proposta por Logsdon, estimar a densidade aparente a 12% de umidade, de uma amostra de madeira para a qual ρap = 0,80 g/cm³ a 19% de umidade. Dado: δV = 0,48, informação retirada do Boletim 31 do IPT[10]. 4- Densidade 21Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade • É caracterizada pelas propriedades de retração e inchamento nas três direções principais (axial, radial e tangencial). • Fenômeno ligado ao aumento ou diminuição da água de impregnação, que afastam (inchamento) ou aproximam (retração) as cadeias de celulose e as microfibrilas, ocasionando as variações dimensionais. Isso ocorre abaixo do PS. • Madeiras com grande variação dimensional podem não apresentar comportamento satisfatório, porém podem ser aproveitadas na produção de papel, chapas de fibras, chapas de aglomerado, etc. • Variação dimensional é um importante fator a ser considerado em projetos em madeira, principalmente nas fases executivas. É em função desses conhecimentos que se define tolerância dimensional, ligações e espécie botânica a ser utilizada. 5- Variação Dimensional 22Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 12 Consideradas as condições de formação da madeira e as peculiaridades da estrutura anatômica, constata-se que as variações dimensionais devidas à retração e ao inchamento acontecem em diferentes proporções, nas direções principais de ortotropia. A diferença entre as porcentagens de retração radial e tangencial é responsável por: aparecimento de trincas, rachaduras, empenamentos, encanoamentos, torcimentos etc. 5- Variação Dimensional 23Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade V a ri a çõ e s n a s d im e n sõ e s e m % 15 12,5 10 7,5 5 2,5 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Umidade em % Axial – 0,3% Radial – 3,8% Tangencial – 8% Volumétrica – 13,2% PS 5- Variação Dimensional 24Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 13 • A madeira é um material combustível mas é, também, um mal condutor de calor e, quando carbonizada, passa a ser um excelente isolante térmico. � Estabilidade Dimensional 5- Variação Dimensional 25Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade Determinação das porcentagens de retração total ou deformações específicas de retração (NBR 7190/1997): 100 L LL ε secai, secai,sati, jr, ⋅ − = 100 L LL ε secai, secai,sati, ji, ⋅ − = Li,sat – dimensão linear, para umidade igual ou superior ao PS; Li,seca – dimensão linear, para umidade = 0%. Determinação das porcentagens de inchamento total ou deformações específicas de inchamento (NBR 7190/1997): 1 – direção longitudinal 2 – direção radial 3 – direção tangencial 5- Variação Dimensional 26Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 14 Determinação da variação volumétrica ∆V em função das dimensões do corpo-de-prova com umidade igual ou superior ao PS (Vsat) e com umidade de 0% (Vseca) – NBR 7190/1997: 100 V VV ∆V seca secasat ⋅ − = sat3,sat2,sat1,sat LLLV ⋅⋅= seca3,seca2,seca1,seca LLLV ⋅⋅= δv (coeficiente de retratibilidade volumétrica) é a razão entre a retração volumétrica e a umidade correspondente ao PS da espécie. 5- Variação Dimensional 27Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6- Durabilidade Natural • A durabilidade da madeira, com relação a biodeterioração, depende da espécie e das característica anatômicas. • A madeira possui diferença de durabilidade de acordo com a região da tora da qual a peça da madeira foi extraída. • A baixa durabilidade natural de algumas espécies pode ser compensado por um tratamento preservativo adequado às peças, alcançando assim melhores níveis de durabilidade (próximos dos apresentados pelas espécies naturalmente resistentes). 28Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade 6/9/2011 15 7- Resistência Química • Em linhas gerais, a madeira apresenta boa resistência aos ataque químicos; • Em muitas indústrias, ela é preferida em lugar de outros materiais que sofrem mais facilmente ao ataque de agente químicos (Fertilizantes); • Ataque de Bases: provoca o aparecimento de manchas esbranquiçadas; • Ataque de Ácidos: causa a redução do peso e da resistência. 29Estruturas de Madeira – Prof. Wellington Andrade
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