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Atividade Estruturada Filosofia Educação

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	NOME DA DISCIPLINA:
	FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
	NOME DO PROFESSOR:
	LUIS ARCOS PEREZ
	NOME DO ALUNO:
	FABIO LACERDA DE MAGALHÃES
	DATA:
	16/12/2013 - 201301016705
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	
TÍTULO DA ATIVIDADE ESTRUTURADA: 
	Conhecimento e Educação em Kant através de vídeos
	
OBJETIVOS:
	
- Refletir sobre o pensamento crítico de Kant e as conseqüências de sua teoria para o campo educacional;
- Manter uma atitude e reflexão filosófica constante, nas atividades pessoais e profissionais;
- Realizar novas descobertas, dialogando com outras linguagens, vídeo, cinema, fotografia, música.
	
	
	
	
	
COMPETÊNCIAS/HABILIDADES: 
	Atuar de forma crítica apoiando-se nas possibilidades e limitações da razão na teoria de Kant, aplicando essa reflexão ao campo educacional.
	
	
	
DESENVOLVIMENTO:
	Atividades propostas: 
Assista ao vídeo: Ser ou não ser – Kant. Disponível no site: 
http://www.youtube.com/watch?v=1argw1pCM1k&feature=related ou www.youtube.com
Reflita sobre a importância do pensamento de Kant em relação à questão do conhecimento. Até que ponto Kant nos ajuda a questionar a possibilidade de conhecer a realidade?
Leia o texto de Alonso Bezerra de Carvalho, intitulado “A Filosofia da Educação Kantiana: Educar para a Liberdade”, disponível em: 
http://www.acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/128/3/01d07t03.pdf
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
PRODUTO/RESULTADO:
	1 – Fazer relação entre o vídeo, que apresenta o pensamento kantiano em relação ao conhecimento e realidade e o texto de Alonso Bezerra de Carvalho.
 
2 -Dissertar sobre o papel e a finalidade da educação em Kant, a partir de uma reflexão pessoal sobre as possibilidades e limites da razão na produção dos saberes educacionais.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
 
ATIVIDADE 1
A análise de Cristovão Coimbra é claramente pertinente à filosofia kantiana no que tange às imagens do homem e da sociedade. Sob os argumentos de Kant, isso remete ao espírito crítico característico onde podemos atribuir um significado: se existe qualquer “intenção natural” na História humana, disse o próprio Kant, será com certeza o desenvolvimento das capacidades do homem por seus próprios esforços. Isso leva Kant aos dois pontos chave de sua argumentação: para fazer aflorar o desenvolvimento das capacidades do homem, a natureza o equipou com dois meios especiais; e o homem está em condições de imaginar um método para tornar real esse potencial natural de progresso.
Primeiramente, então, a natureza e a imagem do homem segundo Kant. Os meios pelos quais o homem desenvolve suas capacidades são o “antagonismo deles no interior da sociedade, na medida em que isso se torna, por fim, a causa de uma ordem legal”. Em outras palavras, o conflito constitui a força criativa da História, uma vez que se impeça que ele perambule sem destino como uma guerra de todos contra todos, e seja domesticado. “Por tal antagonismo entendo a sociabilidade insociável do homem, ou seja, a inclinação do homem para entrar na sociedade, que vem até agora acompanhada de uma resistência difusa, ameaçando constantemente dividir a sociedade.” Kant tem coisas notáveis para dizer sobre essa “sociabilidade insociável”, que demonstram uma confiança muito diferente na ambição do homem e na atitude de rivalidade entre pessoas. Na realidade, é o antagonismo entre o desejo de socialização e o outro desejo de permanecer isolado que produz a resistência, único elemento através do qual o homem pode superar sua indolência inata e lutar para encontrar um lugar entre os outros, guiados pela busca de honra, poder e propriedade. Assim, é uma boa coisa que não possamos suportar nossos semelhantes e, ao mesmo tempo, sejamos capazes de viver sem eles: “sem aquelas qualidades não muito amigáveis de insociabilidade que dão origem à resistência, encontradas obrigatoriamente por todos em suas usurpações egoístas, todos os talentos seriam para sempre impedidos de florescer, numa vida de pastor da Arcádia, de completa harmonia, autossuficiência e amor mútuo: os homens, de boa índole como as ovelhas em seus pastos, devotariam a suas existências o mesmo valor que o seu rebanho; eles não preencheriam o vazio da criação relativo a sua finalidade, como natureza racional. Sejam pois dadas graças à natureza pelas contendas, pela vaidade maldosamente competitiva, pela ânsia insaciável de posse e poder! Sem isso, todos os esplêndidos talentos naturais hibernariam eternamente na humanidade, sem serem desenvolvidos. O homem deseja a harmonia; mas a natureza sabe melhor o que é bom para os seus; ela quer o conflito”.
Isso leva Kant a seu segundo ponto principal, a necessidade de se estabelecer uma sociedade civil. O que as pessoas tendem a fazer umas às outras torna impossível para elas viverem juntas em “liberdade selvagem”, e é necessário que os limites da liberdade sejam definidos com precisão e garantidos.
É agradável estar em companhia ilustre, mas é melhor estar certo, ou melhor, saber por que assumimos uma determinada posição. A questão não é saber o que a natureza humana realmente é. Tal especulação essencialista se afasta de nossa abordagem e é claro que é relevante o comportamento observado nas pessoas, mesmo que através da lente de uma câmera. Em termos de nossa experiência diária, o mínimo a ser dito sobre a noção de Kant sobre a sociabilidade insociável do homem é que ela faz sentido. Mas a questão mais importante em nosso contexto é qual o tipo de imagem de homem – e sociedade – que teria mais probabilidade de nos trazer um significado de liberdade, leis e ordem que fosse mais convincente e permitisse aplicações práticas que não a refutassem.
Kant e a crítica do juízo estético
	Na Crítica do juízo, elaborada em 1790, Kant se ocupa, em primeiro lugar, do julgamento estético, expressando de maneira lógica muitas ideias e doutrinas dos estetas ingleses do século XVIII e modelando-as em um sistema coerente.
	Começou por distinguir a base lógica do juízo estético da base lógica dos juízos sobre outras fontes de prazer e da base dos juízos de utilidade e de bondade. Estabeleceu, também, a distinção entre percepção estética e formas de pensamento conceitual (belo é o que agrada independentemente de um conceito), indo contra a estética cartesiana e racionalista.
	A seguir, dividiu a beleza em duas espécies: a beleza livre, que não depende de nenhum conceito de perfeição ou uso; e a beleza dependente desses conceitos. Os juízos estéticos, para Kant, estão relacionados com a primeira espécie de beleza.
	A partir do conceito de prazer desinteressado, Kant diferencia os juízos estéticos dos juízos morais, dos juízos sobre a utilidade e dos juízos baseados no prazer dos sentidos. A experiência do belo se dá do sensível e independe de qualquer interesse de outro tipo. “O gosto é a faculdade de julgar um objetivo ou um modo de representação por uma satisfação ou insatisfação inteiramente independentes do interesse. Ao objeto dessa satisfação chama-se belo.” Para Kant, portanto, a beleza reside primordialmente na atitude desinteressada do sujeito, em relação a qualquer experiência. O que garante a universalidade dos juízos estéticos é o fato de que todos os homens têm a mesma faculdade de julgar, assim como a razão é idêntica para todos.
 Leitura Complementar
O que é a ilustração
A ilustração [Aufklärung] é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele é o próprio responsável. A menoridade é a incapacidade de fazer uso do entendimento sem a condução de um outro. O homem é o próprio culpado dessa menoridade quando sua causa reside não na falta de entendimento, mas na falta de resolução e coragem para usá-lo sem a condução de um outro. Sapere aude! “Tenha coragem de usar seu próprio entendimento!” – esse é o lema da ilustração.
Preguiçae covardia são as razões pelas quais uma tão grande parcela da humanidade permanece na menoridade mesmo depois que a natureza a liberou da condução externa (naturaliter maiorennes); e essas são também as razões pelas quais é tão fácil para outros manterem-se como seus guardiões. É cômodo ser menor. Se tenho um livro que substitui meu entendimento, um diretor espiritual que tem uma consciência por mim, um médico que decide sobre minha dieta e assim por diante, não preciso me esforçar. Não preciso pensar, se puder pagar: outros prontamente assumirão por mim o trabalho penoso.
Que a passagem à maioridade seja tida como muito difícil e perigosa pela maior parte da humanidade (e por todo o belo sexo) deve-se a que os guardiões de bom grado se encarregam da sua tutela. Inicialmente, os guardiões domesticam o seu gado, e certificam-se de que essas criaturas plácidas não ousarão dar um único passo sem seus cabrestos; em seguida, os guardiões lhes mostram o perigo que as ameaça caso elas tentem marchar sozinhas. Na verdade, esse perigo não é tão grande. Após algumas quedas, as pessoas aprendem a andar sozinhas. Mas cair uma vez as intimida e comumente as amedronta para as tentativas ulteriores.
É muito difícil para um indivíduo isolado libertar-se da sua menoridade quando ela tornou-se quase a sua natureza [...].
Mas que o público se esclareça a si mesmo é muito perfeitamente possível; se lhe for assegurada a liberdade, é quase certo que isso ocorra... Sempre haverá alguns pensadores independentes, mesmo entre os guardiões das grandes massas, que, depois de terem-se libertado da menoridade, disseminarão o espírito de reconhecimento racional tanto de sua própria dignidade quanto da vocação de todo homem para pensar por si mesmo. Mas note-se que o público, que de início foi reduzido à tutela por seus guardiões, obriga-os a permanecer sob jugo, quando é estimulado a se rebelar por guardiões que, eles próprios, são incapazes de qualquer ilustração. Isso mostra quão nocivo é semear preconceitos; mais tarde, voltam-se contra seus autores ou predecessores. Sendo assim, apenas lentamente o público pode alcançar a ilustração. Talvez a destruição de um despotismo pessoal ou da opressão gananciosa ou tirânica possa ser realizada pela revolução, mas nunca uma verdadeira reforma nas maneiras de pensar. [enquanto essa reforma não ocorre], novos preconceitos servirão, tão bem quanto os antigos, para atrelar as grandes massas não-pensantes.
Entretanto, nada além da liberdade é necessário à ilustração; na verdade, o que se requer é a mais inofensiva de todas as coisas às quais esse termo pode ser aplicado, ou seja, a liberdade de fazer uso público da própria razão a respeito de tudo [...].
A pedra de toque para o estabelecimento do que devem ser as leis de um povo está em saber se o próprio povo poderia ter-se imposto as leis em questão [...].
O que o povo não pode decretar para si próprio muito menos pode ser decretado por um monarca, pois a autoridade legislativa deste último baseia-se em que ele uni a vontade pública geral na sua própria. A ele incumbe zelar para que todas as melhorias, verdadeiras ou presumidas, sejam compatíveis com a ordem civil; fazendo isso, ele pode deixar aos súditos que busquem eles próprios o que lhes parece necessário à salvação de suas almas.
KANT, Immanuel. “O que é a ilustração”. In ANDRADE, Régis C. “Kant, a liberdade, o indivíduo e a república”. In WEFFORT, Francisco (org.). Os clássicos da política. São Paulo, Ática, 1989. v. 2, p. 83-85.
ATIVIDADE 2
“O homem é a única criatura que precisa ser educada” – certamente, esta é uma das admiráveis reflexões de Kant que denota a importância que a educação representa na vida do homem no sentido mais amplo da sua existência, seja para fins culturais, sociais, econômicos ou simplesmente da própria sobrevivência, considerando que desde o nascimento sua dependência de cuidados é evidente e esse “cuidado” já é uma das primeiras maneiras dele receber educação.
	Seria assim, segundo Kant, o desenvolvimento da semente da humanidade que vem na criança, ou seja, não nascemos homens, nos tornamos homens; nascemos com a potencialidade de nos tornarmos homens e exatamente por isso a necessidade de sermos educados. Após os primeiros cuidados, o homem deve ser submetido à disciplina, inicialmente para a libertação do estado de selvagem evoluindo no processo educacional em um sentido amplo objetivando uma formação de um individuo autônomo, pensante e esclarecido.
	No filme “Entre os muros da escola”, os ideais kanteanos são reproduzidos através do professor François, que, exprime toda sua determinação na aplicação da disciplina voltada ao processo evolutivo do estado de heteronomia para autonomia de seus alunos, chegando ao ápice do autocontrole, sobretudo procurando não perder o foco do ofício docente na busca da percepção das questões aleatórias que corroboram para dificuldades de comportamento e aprendizagem.
O elemento central em torno do qual Kant articula a reflexão é a formação do caráter. Se na educação física o processo consiste em cuidados com o corpo, com a saúde, com nossa vida material ou em formar hábitos saudáveis, na educação prática, formar o caráter envolve fundamentalmente o desenvolvimento da virtude, isto é, a capacidade que o indivíduo desenvolve em si de agir conforme o dever que, por meio da razão, ele estabelece para si mesmo. Em A Metafísica dos Costumes Kant define virtude como “(...) a força moral da vontade de um ser humano no cumprir seu dever, um constrangimento moral através de sua própria razão legisladora, na medida em que esta constitui ela mesma uma autoridade executando a lei” (2003, p. 248, grifos do autor).

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