Buscar

Ferramentas de Gestão Policial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Milton Guedes
Nota
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 1 
 
Aula 6: Ferramentas de gestão policial ......................................................................................... 2 
Introdução ................................................................................................................................. 2 
Conteúdo .................................................................................................................................... 3 
A experiência do COMPSTAT no programa tolerância zero de Nova York ................... 3 
Programa de Tolerância Zero ................................................................................................. 3 
O COMPSTAT ............................................................................................................................. 5 
Críticas ao COMPSTAT ............................................................................................................. 8 
COMPSTAT e outros modelos de gestão em segurança pública no Brasil .................. 10 
Outros sistemas de segurança .............................................................................................. 14 
Policiamento orientado ao problema – POP (problem-oriented policing) ................. 18 
Método IARA ............................................................................................................................. 20 
Etapa de identificação (scanning) ........................................................................................ 22 
Etapa de análise (analysis)...................................................................................................... 27 
Etapa de responder (response) ............................................................................................. 28 
Atividade proposta .................................................................................................................. 31 
Aprenda Mais ........................................................................................................................... 31 
Referências............................................................................................................................... 33 
Exercícios de fixação ............................................................................................................. 35 
Notas ........................................................................................................................................... 39 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 40 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 2 
 
Introdução 
Nesta aula, conheceremos como o COMPSTAT se tornou referência de modelo 
de gestão policial e foi o pontapé inicial para diversos outros modelos no 
mundo, inclusive no Brasil. Conheceremos também como se desenvolveu o 
Policiamento Orientado ao Problema e o método de análise criminal IARA. 
 
Objetivo: 
1. Compreender como o COMPSTAT se tornou referência de modelo de gestão 
policial e foi o pontapé inicial para diversos outros modelos no mundo, inclusive 
no Brasil; 
2. Conhecer o método de análise criminal IARA. 
 
 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 3 
Conteúdo 
A experiência do COMPSTAT no programa tolerância zero de 
Nova York 
A partir do século XIX, Nova York recebeu imigrantes de várias partes do 
mundo. Pessoas fugindo da miséria no exterior encontraram nos EUA, 
sobretudo, na Big Apple, a oportunidade de refazerem a vida. 
 
Contudo, a maciça imigração para a cidade proporcionou algumas mazelas 
sociais. Houve favelização, surgimento de gangs, e, nas décadas de 20 e 30 e 
40 do século XX – sobretudo após a crise da Bolsa de Valores de Nova York em 
1929 –, a fortificação do crime organizado. Em tal período, a segurança pública 
nova-iorquina foi desafiada a combater a máfia. 
 
A partir da década de 1960, os índices criminais na cidade aumentaram 
drasticamente, alcançando patamares estratosféricos na década de 1990, 
fazendo com que a cidade ganhasse a alcunha de a mais violenta do mundo. 
 
Foi na gestão do prefeito republicano Rudolph Giuliani, a partir de 1994, que se 
começou a reconfigurar a segurança na cidade. Capitaneada pelo Chefe de 
Polícia William Bratton, houve inúmeras mudanças estruturais na Polícia e na 
Política de Segurança. 
 
Em 2005, das dez maiores cidades estadunidenses, Nova York se tornou a que 
possui as menores quantificações criminais. A seguir, vamos entender como foi 
o Programa de Tolerância Zero em Nova York. 
 
Programa de Tolerância Zero 
O polêmico Programa de Tolerância Zero foi originado da filosofia law and order 
americana, ou seja, o império da lei sobre qualquer desvio de conduta. 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 4 
O programa foi construído sobre a Teoria das Janelas Quebradas, elaborada 
por: 
 James Q. Wilson (cientista político); 
 George Kelling (psicólogo). 
 
Tal teoria explica que a desordem em determinada localidade pode acarretar o 
surgimento de comportamentos considerados delinquentes. Desse exposto, 
podemos citar como elementos da desordem a existência de locais com 
pichação ou depredação, a presença de moradores de rua, logradouros sujos 
etc. 
 
Logo, atuando sobre os pequenos atos de desordem, é possível diminuir os atos 
delinquentes mais gravosos, considerados até criminosos, haja vista que há 
uma inter-relação entre condutas. 
 
Há inúmeros estudos criminológicos que apontam para tal teoria, sobretudo 
quanto à relação dos aspectos ambientais e o aparecimento do fenômeno 
delitivo. Todavia, relevante salientar, não é pacífica a aceitação da citada 
Teoria, bem como do Programa de Tolerância Zero. 
 
Para os críticos das “Janelas Quebradas”, não há o devido embasamento 
científico, pois o estudo original adveio de provas de cunho empírico, e com um 
texto de nove páginas publicado em uma revista cultural estadunidense. 
 
Fato é que o Programa de Tolerância Zero em auxílio a outras ações de estado, 
principalmente com a implantação do COMPSTAT, a joia da coroa, segundo 
Giuliani, promoveu uma queda abrupta dos indicadores criminais a partir de 
1994. Vamos aprofundar mais sobre o assunto, a seguir. 
 
No gráfico a seguir, a exemplo da citada redução, podemos perceber a queda 
de homicídios a partir do mandato do prefeito Giuliani. 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 5 
Figura 1 – Taxa de homicídios em Nova York de 1986 a 1998 
 
 
 
O COMPSTAT 
Como um modelo inovador de gestão, o Complaint Statistcs – COMPSTAT deu 
início a uma reconfiguração do planejamento policial, além de ter se tornado 
um sistema de prestação de contas. O projeto não se limita a um sistema 
computadorizado, a um software, mas inaugura um padrão de visão calcada na 
administração de empresas. 
 
Para alguns autores (Greene, 2007, por exemplo), ele é o sistema de gestão 
policial de maior importância nos Estados Unidos a partir da segunda metade 
do século XX. Possibilita o adequado processamento de dados e consequente 
disseminação de informações, atividades de inteligência precisas e a 
implementação rápida dos recursos logísticos, humanos e operacionais. 
 
A Police Foundation estabeleceu sete elementos-chave do COMPSTAT (GREENE 
apud WEISBURD, 2007, p. 224): 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 6 
• Estabelecimento de objetivos/missões; 
• Controle administrativo interno (accountability); 
• Organização geográfica dos Comandos Operacionais; 
• Flexibilidade organizacional;• Identificação e avaliação de problemas através de bancos de dados; 
• Inovação nas técnicas de solução de problemas; 
• Compartilhamento de informações. 
 
No modelo, há a previsão de inúmeros relatórios estatísticos, visando ao 
monitoramento dos indicadores criminais, bem como a avaliação do 
planejamento estratégico. Também há o uso de sistemas de informações 
geográficas (SIG). 
 
Inicialmente, com base nos relatórios, são feitas reuniões com os comandantes 
dos distritos policiais e com gestores de escalões superiores. As reuniões 
costumam ocorrer semanalmente, mensalmente e semestralmente. 
 
Há também reuniões comunitárias, criando um espaço aberto para o diálogo 
entre policiais e cidadãos, com escopo de solucionar problemas locais ou 
infrações que mais perturbam a comunidade. 
 
A seção responsável pelo COMPSTAT também faz relatórios do perfil do 
comandante, semanalmente, e da qualidade de sua gestão. 
 
Relevante salientar que, para o sucesso das reuniões, é necessário que haja 
uma efetiva análise criminal das áreas de policiamento sob a égide dos 
gestores. Ou seja, deve-se saber o perfil criminal, vitimológico, bem como a 
mensuração georreferenciada dos delitos para que das reuniões se logre 
descobrir soluções para as problemáticas existentes. 
 
E não podemos deixar de destacar que, apesar de algumas literaturas 
assemelharem o COMPSTAT com a análise criminal, as metodologias e 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 7 
finalidades são distintas. Nesse diapasão, a International Association of Crime 
Analysts (IACA) rejeita o modelo estratégico ora estudado como tipo de análise 
criminal. 
Relatórios confeccionados pelo Departamento de Polícia de Nova York. 
Figura 2 – Relatório semanal de 15 a 21 de dezembro de 2014, da NYPD. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: COMPSTAT Unit. NYPD1. 
 
1
 http://www.nyc.gov/html/nypd/html/crime_prevention/crime_statistics.shtml, acessado em 02 de 
janeiro de 2015. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 8 
 
Pelo Relatório, podemos perceber que há o monitoramento de determinados 
indicadores criminais através de uma perspectiva histórica, além das 
comparações 2013-2014, por semana do documento, por mês e ano, com 
diferenças percentuais e em números absolutos. 
 
Costumam ser utilizados inúmeros Indicadores criminais. No exemplo acima, 
são empregados: homicídios dolosos, estupros, roubos, furtos, roubos com 
injusta agressão (felony assault), apropriação indébita etc. 
 
Críticas ao COMPSTAT 
Apesar de ser um modelo que rompeu paradigmas de gestão, servindo de 
parâmetro para inúmeras polícias dos EUA e do mundo, o COMPSTAT não está 
livre de críticas. 
 
De início, apesar de se atribuir a esse sistema de gestão e à Política de 
Tolerância Zero a redução de criminalidade, Levitt, Clark e Eck, entre outros 
pesquisadores, apontam outros motivadores para o sucesso: 
 A queda da venda do crack a partir da década de 1980; 
 A reconfiguração do tráfico de drogas, tornando-o menos visível e 
varejista e de entrega domiciliar; 
 Gentrification – alteração dos padrões socioeconômicos nos bairros 
considerados violentos e, consequente, valorização imobiliária e 
deslocamento das famílias de menor renda; 
 Formação de 5.000 novos policiais a partir de 1994; 
 Combate intenso à corrupção policial; 
 Integração do Departamento de Polícia de Trânsito com o Departamento 
de Polícia de Nova York etc. 
 
Outrossim, houve sérias acusações de erros na quantificação criminal. As 
pressões sobre os Comandantes Operacionais, gestores de determinadas áreas 
de policiamento, teriam facilitado o gaming, ou seja, a manipulação dos 
indicadores criminais. Todo o início do século XXI foi marcado por tais 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 9 
denúncias, inclusive com alegações de que a vitimização quantificada em 
hospitais não correspondia com o que era reportado pela polícia. 
 
Quanto à capacidade de solução de problemas, sobretudo de forma definitiva, 
há inúmeras críticas quanto à gestão policial utilizando exclusivamente o 
COMPSTAT. 
 
Para Clarke e Eck (2009), é o policiamento orientado ao problema (POP) o 
modelo de gestão mais inovador e eficiente – mais do que o COMPSTAT ou o 
policiamento comunitário. 
 
Para os autores, o COMPSTAT limita-se a reduzir os hot spots de crimes, 
enquanto o POP tem por escopo descobrir as origens de um problema 
repetitivo, de forma repressiva, mas principalmente preventiva, tentando, logo, 
solucionar as infrações de forma definitiva, com foco em um resultado em 
longo prazo. 
 
Para tanto, utilizam-se, além dos exames cuidadosos dos dados e seu 
adequado processamento: a análise das causas do padrão delitivo; estudos de 
criminologia ambiental; estudos de formas de prevenção e intervenção na 
cadeia causal; monitoramento e avaliações de impacto das medidas tomadas; 
aplicação do método IARA (identificação, análise, resposta e avaliação) etc. 
 
Fato é que o COMPSTAT é perfeitamente congruente com outros modelos de 
gestão. Seja com o POP, com o policiamento comunitário (que deve ser uma 
filosofia constante de gestão), ou mesmo com ações policiais calcadas na 
atividade de inteligência. Vamos acompanhar, a seguir, como funciona a gestão 
em segurança pública no Brasil. 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 10 
COMPSTAT e outros modelos de gestão em segurança pública no 
Brasil 
Na década de 1990, a segurança pública brasileira estava ainda impregnada em 
uma ideologia de confronto, um modelo belicista com objetivo claro de combate 
ao tráfico de drogas. Apesar de tal pensamento ser ainda uma constante, são 
inegáveis as mudanças na gestão policial brasileira a partir da década do ano 
2000, como explicita o professor Luís Eduardo Soares no seu livro Meu Casaco 
de General: 500 dias no front da segurança pública do estado do Rio de 
Janeiro. Na referida obra, abordam-se ainda os conflitos encontrados na 
tomada de decisões entre uma política de segurança pública mais efetiva e os 
desmandos de um governo desorganizado e improvisador. 
 
Infelizmente, fato é que – ainda hoje – há um desnivelamento em termos de 
gestão, governança corporativa e tecnologia entre os órgãos policiais 
brasileiros. Não há sequer compartilhamento de informação entre os estados 
membros da Federação, o que acarreta óbices na elucidação de inúmeros 
crimes, por exemplo. 
 
O modelo de gestão policial baseado no COMPSTAT surgiu efetivamente no 
Brasil a partir do início do século XXI. O sucesso da redução de criminalidade 
em Nova York fez com que as polícias brasileiras focassem nos mesmos passos 
do prefeito Giuliani a fim de tentarem reduzir a criminalidade brasileira. 
 
Fato é que não foi somente o COMPSTAT que influenciou a gestão de 
segurança no país. A análise criminal, o policiamento comunitário e o POP 
também tiveram grandes influências na reestruturação da segurança pública. 
Apesar da disparidade entre os órgãos policiais no país, é possível observar 
uma tendência de se alcançar um modelo de gestão de segurança pública 
similar. 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 11 
Um ponto positivo alcançado em alguns estados é a congruência de objetivos 
entre Polícia Militar e Polícia Civil. Em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, 
por exemplo, isso já é possível de se perceber. 
 
Embora o policiamento comunitário tenha se fortalecido a partir do século XXI 
no Brasil, fato é quetal modelo já vinha sendo discutido, estudado e – inclusive 
– “manualizado” por algumas polícias brasileiras desde a década de 1980. O 
coronel da PMERJ Carlos Magno Nazareth Cerqueira, na década de 1990, 
escreveu os “Cadernos de Polícia”, escritos que perduram até hoje e constituem 
leitura básica na formação em segurança pública. 
 
No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, a partir de 2009, integraram-se as 
circunscrições da Polícia Militar e Civil, da seguinte forma: 
 
RISP – Regiões Integradas de Segurança Pública: 
Objetivam a articulação territorial regional, no nível tático, da PMERJ com a 
PCERJ; citemos as regiões: 
1ª RISP Capital (Zona Sul, Centro e parte da Norte); 
2ª RISP Capital (Zona Oeste e parte da Norte); 
3ª RISP Baixada Fluminense; 
4ª RISP Niterói e Região dos Lagos; 
5ª RISP Sul Fluminense; 
6ª RISP Norte Fluminense e Noroeste; 
7ª RISP Região Serrana. 
 
AISP – Áreas Integradas de Segurança Pública: 
Constituem a integração das circunscrições das Delegacias da Polícia Civil (DP) 
com as Áreas de Policiamento dos Batalhões da PMERJ, utilizando-se como 
parâmetro o limite geográfico da Polícia Militar. A AISP corresponde às áreas de 
policiamento de um batalhão (bem maiores) com as circunscrições das 
delegacias (territorialmente menores). Atualmente, temos 39 AISPs, ou seja, 39 
áreas de batalhões integradas com as áreas de delegacia. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 12 
 
CISP – Circunscrições Integradas de Segurança Pública: 
Já na CISP temos como referência o recorte geográfico das delegacias. As 
companhias de cada batalhão da PMERJ devem se enquadrar às circunscrições 
das DPs. 
Estes avanços no Rio de Janeiro, em muito, foram proporcionados pela criação 
do Instituto de Segurança Pública (ISP). 
Assim se expressa seu mister: 
“O Instituto de Segurança Pública é uma autarquia criada em 
1999 com o objetivo de colaborar com a promoção dos saberes 
comuns à segurança pública, desenvolvendo projetos em 
parceria, pesquisas e análise criminal, além de um extenso 
conjunto de ações facilitadoras ao necessário diálogo entre as 
expressões da segurança estatal e a sociedade civil.” 2 
 
Como os principais produtos do ISP, podemos citar: a Taxa de 
Elucidação de Crimes (Resultado Investigativo) da PCERJ; Balanço de 
Incidências Criminais; o Boletim Mensal de Monitoramento e Análise; 
indicadores criminais por RISP, AISP, CISP, Unidades de Polícia Pacificadora da 
PMERJ (UPP) e Unidades de Polícia Ambiental da PMERJ (UPAm). 
Abaixo, podemos visualizar um dos relatórios estatísticos elaborados pelo 
ISP. Note a evidente semelhança com o COMPSTAT nova-iorquino: 
Fonte: COMPSTAT Unit. NYPD3. 
 
2
 http://www.isp.rj.gov.br/Conteudo.asp?ident=1, acessado em 08 de dezembro de 2015. 
3
 http://www.nyc.gov/html/nypd/html/crime_prevention/crime_statistics.shtml, acessado em 02 de 
janeiro de 2015. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 13 
 
 
Fonte: Instituto de Segurança Pública (ISP). Disponível em 
http://www.isp.rj.gov.br/ResumoAispDetalhe.asp?cod=201411&mes=11&ano=2014, acessado em 08 de 
janeiro de 2015. 
O supracitado relatório expõe a comparação trimestral (setembro, 
outubro e novembro) entre os anos de 2013 e 2014, bem como o acumulado 
(janeiro a novembro) entre os mesmos anos. Note que no mapa é demonstrado 
o recorte geográfico correspondente a AISP 23, Área de Policiamento do 23º 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 14 
BPM (Leblon), os bairros insertos, e a localização do BPM e das DPs 
correspondentes. 
 
Outros sistemas de segurança 
Em São Paulo, podemos expor como destaque o Sistema de Informações 
Criminais (INFOCRIM). Tal sistema é – na verdade – a interligação das 
informações produzidas pela Polícia Militar e a Polícia Civil; por exemplo, ao se 
registrar uma ocorrência em alguma Unidade Policial, automaticamente se 
georreferencia o delito praticado, possibilitando o acompanhamento quase em 
tempo real da mancha criminal. 
 
Em verdade, o grande ganho do INFOCRIM é o compartilhamento de dados 
entre as polícias estaduais, facilitando a prevenção e repressão criminal. 
 
Também, em Minas Gerais, observa-se um sistema similar: Registro de Eventos 
de Defesa Social (REDS). Em tal registro, há a integração total dos registros 
criminais e administrativos realizados pela Polícia Militar, Corpo de Bombeiros 
Militar e Polícia Civil. 
 
No Rio de Janeiro, ainda não há integração entre os bancos de dados. Toda a 
análise criminal feita no estado é condicionada por filtros de registros da Polícia 
Civil, ou seja, por um lado, não se tem acesso a algumas informações 
registradas pela Policia Civil, como o modus operandi do criminoso. Isso 
dificulta o planejamento da Polícia Militar; e, de outro lado, os dados insertos 
no Boletim de Ocorrências da Polícia militar (BOPM) não são acessados pela 
Polícia Civil. 
 
Para entender sobre reunião em níveis, outro modelo de gestão do sistema de 
segurança pública no Brasil encontrado no COMPSTAT, veja tabela a seguir: 
 
 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 15 
Outra característica existente em alguns modelos de gestão do sistema de 
Segurança Pública no Brasil, que é encontrado no COMPSTAT é a reunião em 
níveis. No Rio de Janeiro, por exemplo, há 04 (quatro) níveis de reuniões de 
acompanhamento de resultados do Sistema de Metas para a Segurança Pública, 
a saber: 
 
Quadro 1: Níveis de Reuniões 
Reunião Objetivo Principal Frequência máxima de 
ocorrência * 
Nível 1 
(Estado) 
Reporte gerencial à SESEG pela 
RISP do andamento executivo das 
ações planejadas, para validação ou 
eventuais ajustes estratégicos. 
Trimestral 
Nível 2 
(RISP) 
Reporte gerencial aos responsáveis 
por uma RISP, pela AISP, do 
andamento executivo das ações 
planejadas, para validação ou 
eventuais ajustes táticos. 
Trimestral 
Nível 3 
(AISP) 
Construção pelos responsáveis por 
uma AISP do Plano de Ação 
Integrado e verificação do 
andamento executivo das ações 
planejadas, para eventuais ajustes 
tático-operacionais. 
Trimestral 
Nível 4 
(CISP) 
Acompanhamento gerencial da 
execução dos Planos de Ação 
Operacionais pelas polícias. 
Mensal 
Tais reuniões, de acordo com o nível, têm por escopo integrar as ações entre 
Polícia Militar e Polícia Civil, a fim de alcançarem as metas de redução pré-
estabelecidas. 
Perceba, no esquema abaixo, a relação de faróis de cada AISP da 3º RISP 
(Baixada Fluminense) no indicador “Roubo a Transeunte”. 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 16 
 Tabela 1 - Painel com faróis no indicador criminal “Roubo a transeunte”, na 3ª 
RISP. 
 
Fonte: Extraído do Manual de procedimentos para o sistema de metas e 
acompanhamento de resultados. 
Tais faróis são disponibilizados tanto para os Gestores das Polícias Civis quanto 
para os gestores da Polícia Militar. É de acordo com os problemas encontrados 
que se estabelecerá reuniões com o objetivo de resolver o problema em tela; 
ou seja, o aumento criminal sinalizado pela cor vermelha. 
No esquema abaixo, veja como se dá os diferentes níveis de reuniões: 
Tabela 2 - Painel relacionando o desdobramento de reuniões por níveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Extraído do Manual de procedimentos para o sistema de metas e 
acompanhamento de resultados. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 17 
 
Os níveis de reunião acontecem de acordo com o indicador que se encontra 
abaixo da meta. Perceba que em nívelestadual, o “roubo de rua” foi o 
indicador que se encontra no “vermelho”. Houve reuniões de níveis 3 e 4 nas 
na AISP 03, e reuniões de nível 1 e 2 nas RISP 01 e 03. Em nível estratégico, 
durante a reunião de nível 1, fez-se ou desencadeou-se um Plano de Ação. 
O COMPSTAT surgiu em um cenário de instabilidade social, com os alarmantes 
índices de criminalidade, e veio a criar um sistema integrado inovador na seara 
de segurança pública de Nova York. 
 
Os resultados positivos tornaram esse modelo de gestão parâmetro para outras 
cidades e estados nos EUA, bem como para o mundo, deixando como legado 
um conjunto de procedimentos gerenciais extremante úteis para a redução 
criminal. 
 
Contudo, há também críticas ao sistema. No presente estudo, evidenciou-se 
que não é o modelo exatamente a “tábua de salvação” da sociedade, apesar de 
frequentemente ser propagandeado dessa forma. Além disso, tal estrutura pode 
favorecer a manipulação de dados a fim de “aliviar” as cobranças sobre os 
gestores policiais. 
 
No Brasil, torna-se evidente a influência do COMPSTAT na gestão de segurança 
pública, sobretudo no plano estratégico, ou seja, em nível de Secretaria 
Estadual de Segurança. 
 
Considerando a diversidade de exemplos que nos remetem ao modelo 
estadunidense, elencamos algumas boas práticas que tendem ser uma 
constante na gestão de segurança brasileira. 
 
Podemos perceber que não é o COMPSTAT a solução para a criminalidade. 
Deve-se alinhar tal modelo a outras ferramentas gerenciais e investir em 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 18 
análise criminal, em uma gestão voltada para a orientação de problemas – e, 
sobretudo, deve-se atuar sob uma filosofia de proximidade com o cidadão. 
 
Policiamento orientado ao problema – POP (problem-oriented 
policing) 
Segundo Ronaldo V. Clarke e John E. Eck (p. 24), 
 
"Herman Goldstein introduziu o conceito de policiamento orientado-para-
problema em um ensaio publicado em 1979. A sua ideia era simples. O conceito 
de policiamento deveria ser fundamentalmente sobre como alterar as condições 
que dão origem aos problemas de crime repetitivo e não deveria ser 
simplesmente sobre como responder a incidentes quando eles ocorrem ou 
tentar impedi-los através de rondas preventivas. A polícia considera 
desmoralizante retornar várias vezes ao mesmo local ou lidar várias vezes com 
problemas causados pelo mesmo pequeno grupo de infratores. A polícia sente-
se sobrecarregada com o volume de chamadas de ocorrências e pela pressa em 
atendê-las, num esforço inútil de lidar com todas elas". 
 
A sociedade em geral já não aceita mais a "velha forma de fazer segurança" e 
almeja "novas formas de se fazer segurança", baseadas em metodologias para 
identificar e analisar causas de problemas, bem como novas soluções 
preventivas ou repressivas. 
 
Nesse cenário, aparece o conceito de Polícia Orientada para Problema, utilizado 
pelas cidades de Los Angeles e Chicago (experimento conhecido como 
COMPSTAT Tolerância Zero) e que tem mostrado efetivos resultados no 
combate ao crime. Mudanças como essas estão sendo implementadas através 
de métodos de gestão nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. 
 
A Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) ressalta que: 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 19 
“No policiamento tradicional (rádio-atendimento) a ação do policial é como 
receitar um analgésico para quem está com dengue. Traz alívio temporário, 
mas não resolve o problema, pois o mosquito (vetor) permanece picando as 
demais pessoas. A solução é provisória e limitada. Como a polícia não soluciona 
as causas ocultas que criaram o problema, ele, muito provavelmente, voltará a 
ocorrer” (SENASP, 2007, p.199). 
 
Para tal, a polícia deve adotar métodos de solução de problemas utilizando 
informações obtidas com a comunidade e objeto de pesquisas etc. Os métodos 
envolvem quatro fases ou etapas: 
1 – Exame cuidadoso dos dados para identificar padrões dos incidentes com os 
quais a polícia lida rotineiramente. 
2 – Análise profunda das causas desses padrões (ou problemas). 
3 – Descobertas de novas formas de intervir previamente na cadeia usual, 
causal, a fim de que esses problemas sejam menos prováveis de ocorrerem no 
futuro. 
Essas novas estratégias não são limitadas aos esforços para identificar, prender 
e oficialmente acusar e julgar infratores; mais do que isso, sem abandonar o 
uso do Direito Penal quando ele parece ser provavelmente a resposta mais 
eficiente, o policiamento orientado ao problema procura descobrir outras 
respostas potencialmente efetivas dando grande prioridade à prevenção. 
4 – Avaliação de impacto das intervenções. 
 
Se tais intervenções não tiverem sucesso, deve-se iniciar o processo 
novamente. Essas fases são utilizadas pelo método IARA na solução de 
problemas do crime, o que será também objeto de estudo nas aulas de 
“Gerenciamento de TIC em Segurança Pública” – entretanto, sob o enfoque do 
estudo da tecnologia empregada na aplicação da metodologia. O termo é 
originário da sigla S.A.R.A. (scannig, analysis, response e assessment) ou IARA 
(identificação, análise, resposta e avaliação, traduzido para o português). 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 20 
Método IARA 
Método concebido na década de 70 por Herman Goldstein, professor de Direito 
e consultor do departamento de Polícia de Chicago, onde foi levantado o 
questionamento em relação à eficiência do modelo profissional de polícia de 
controlar e prevenir o crime. 
 
O objetivo desse método é estudar o crime e suas causas para otimizar as 
soluções, concentrando os esforços nos problemas mais relevantes da 
comunidade. 
 
Segundo Souza (2008, p. 92-93): 
“No modelo tradicional, espera-se que os policiais a cada turno respondam 
rapidamente às chamadas de emergência e estejam liberados para atender às 
próximas chamadas. Nesse ciclo vicioso, raramente os policiais compartilham 
informações com seus pares sobre os problemas enfrentados no seu dia a dia e 
as formas alternativas de solucioná-los. Isso tem dificultado a condução de uma 
análise mais precisa sobre problemas repetitivos, similares e muitas vezes 
comuns que ocorrem frequentemente em locais específicos. Como 
consequência, a habilidade do policial em resolver problemas tem resultado 
mais da sua experiência individual e do seu conhecimento prático do que de um 
processo criativo, fundamentado em um método analítico consistente. É 
necessário, pois, maior comprometimento das organizações policiais com um 
modelo de gestão de informação e resultados que amplie o potencial das 
mesmas de questionar e investigar de maneira sistemática a natureza de 
problemas substantivos para os quais o público espera uma resposta, bem 
como de implementar formas mais eficazes e pró-ativas de solucioná-los. 
Policiais devem ser capacitados e treinados para se tornarem experts na 
solução de problemas, aprimorando sua habilidade em utilizar ferramentas 
analíticas com base na metodologia científica, que lhes permitam, mais do que 
reagir aos problemas de crime, intervir nas causas que contribuem para sua 
emergência, identificando respostas alternativas, bem como novos mecanismos 
de avaliação e monitoramento de resultados”. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 21 
 
Nesse universo, nasce a figura do analista de crime, profissional com 
conhecimento multidisciplinar em áreas como a matemática, estatística e 
computação, responsável pela coleta, armazenamento, tratamento e difusão de 
informações de boletins de ocorrências e/ou fontes de dados tendo comoferramenta processos computacionais e bases de dados. Os analistas possuem 
como função básica: 
• Controlar e sistematizar informações e dados oficiais; 
• Criar, organizar e alimentar banco de dados; 
• Analisar e mapear estatísticas sobre a distribuição temporal e geográfica do 
crime; 
• Criar tabelas e gráficos para facilitar a interpretação desses dados. 
• Analisar a evolução e as tendências da criminalidade; 
• Organizar relatórios estatísticos periodicamente; 
• Fornecer informações sistematizadas para executivos e gerentes de 
corporações policiais. 
 
O produto do trabalho de um analista são relatórios e dados estatísticos sobre a 
tendência da criminalidade, utilizados como base para orientar o processo e 
tomada de decisões, planejar intervenções pontuais em locais ou alvos que 
foram identificados como prioritários, avaliar e monitorar os resultados. 
 
O método de solução de problemas IARA é composto de quatro estágios: 
 
 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 22 
O método IARA tem se mostrado altamente eficiente na coleta de informações 
criminais. A exemplo disso, podemos citar a experiência obtida na Inglaterra, 
onde foram extraídos os seguintes dados estatísticos de uma base de dados 
criminal: 
 
• Em estudo realizado, foi encontrado o fenômeno da repetição, ou seja, 50% 
das vítimas acabam passando pela experiência de repetição do crime. Observa-
se, pois, que alguns locais estão mais propensos à falta de segurança do que 
outros. 
• Surgiu também o fenômeno da vitimização crônica: 4% das vítimas 
correspondem a 44% das chamadas. Caracteriza-se, portanto, a existência um 
grupo de pessoas mais sensíveis ao crime, o que indica a necessidade de 
atenção especial a elas. 
• Os crimes estavam relacionados a uma determinada área ou território: 50% 
das chamadas são relacionadas com ocorrências em localidades que 
correspondem a 10 % do território. Observa-se que algumas pessoas possuem 
hábitos que ameaçam a sua segurança e as tornam alvos fáceis e 
compensadores. 
 
Etapa de identificação (scanning) 
Essa etapa é considerada a etapa vital do processo, pois nela são identificados 
os problemas através de geoprocessamento e análise estatística de dados. Faz-
se uso de uma grande gama de dados para gerar as informações necessárias 
aos gerentes e coordenadores de segurança. 
 
Um problema é qualquer situação (ou ocorrências criminais similares) que 
cause alarme ou dano, ameaça ou medo e, além disso, preocupação da polícia 
e da comunidade de forma a gerar distúrbios em ambas. 
 
Tem por objetivos realizar levantamento preliminar para determinar o problema 
e se existe a necessidade de se obter e determinar a qualidade das informações 
que podem impactar diretamente na solução do problema. Essas informações 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 23 
podem ser provenientes da comunidade ou de outras fontes, como pesquisas, 
revistas etc. 
 
Nessa fase, identificamos os aspectos da similaridade entre as ocorrências 
criminais. São eles: 
 
Comportamento: atividades afins desenvolvidas pelos infratores, como venda 
e consumo de drogas, pichação, vandalismo, roubos, furtos etc. 
Localização: áreas onde os eventos costumam ocorrer, ou seja, as “zonas 
quentes de criminalidade”, como áreas com pouca iluminação, Centro da 
cidade, terrenos baldios etc. 
Pessoas: vítimas mais sensíveis. 
Tempo: denota quando o ato criminoso ocorre, seja durante o dia, à noite, ao 
entardecer, todos os dias, horários específicos etc. 
Eventos: Copa do Mundo, Olimpíadas, Carnaval, shows etc. 
 
Exemplo de busca de similaridade: 
"Paulo José, estudante do ensino médio, no colégio Venina Torres, foi flagrado 
no horário do intervalo fazendo uso de maconha com alguns amigos. Paulo tem 
um ponto de encontro, onde se reúne diariamente na praça do skate com 
alguns amigos.” 
 
“A padaria do Seu Joaquim foi roubada 5 vezes na última quinzena, entre 16:30 
e 18:30.” 
 
“Uma mulher de 28 anos foi estuprada numa casa vazia, a 50 metros da praça 
do skate, quando retornava do trabalho por volta das 20:00". 
 
Analisando a situação acima, podemos propor algumas soluções para o casos. 
Acompanhe! 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 24 
Aspecto de similaridade Descrição 
Comportamento Uso de drogas, atentado a costumes 
(estupro), Roubo. 
Localização Praça do skate, casa vazia, Colégio e 
Padaria do seu José 
Pessoas Paulo José, Joaquim da padaria, 
Tempo Final da tarde e regresso da escola 
noturna. 
 
Tendo como base os dados coletados podemos desenvolver o quadro de 
classificação dos problemas no policiamento, conforme modelo abaixo: 
 
 
CRIME 
 
 
MEDO DO CRIME 
 
DESORDEM 
 
Participantes / Telefones 
 
 
Vale ressaltar que cada quadro deve ser preenchido no máximo com sete 
problemas, devendo ser priorizado os mais importantes, Classificá-los 
corretamente em crime, medo do crime ou desordem. Deve ser observado se o 
problema escolhido é pequeno ou o mesmo deverá ser fracionado em 
subproblemas. 
 
Abaixo um exemplo de um quadro de classificação dos problemas: 
 
 
CRIME 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 25 
 MEDO DO CRIME DESORDEM 
 - Roubo a Transeuntes. - Transeuntes com medo 
de fazer compras no 
horário comercial. 
- Grafitagem não 
autorizada em prédios 
públicos. 
- Assalto a 
estabelecimentos 
comerciais. 
- Comerciantes fechando 
o comércio devido a 
"toque de recolher 
- Prostituição de 
adolescentes próximo 
aos bares. 
- Tráfico de drogas. - Crianças como medo 
de brincar nos parques. 
- Lotes vagos e sem 
cercamento. 
- Furto a residências. - Desconfiança entre 
vizinhos 
- Veículos abandonados. 
 - As pessoas têm medo 
de reportar problemas à 
polícia e outras 
autoridades. 
- Prédios abandonados e 
sem manutenção. 
Participantes / Telefones 
1) Delegado - Vanderlei Ramos ( 99999-9999) 
2) Cmt Cia - Cap Bernardo (88888-8888) 
3) Diretor do Colégio - Magno Maurício (77777-7777) 
 
 
 
 
 
Cenários como os apresentados são simples; mas, quando se tratam de 
situações reais, existe uma complexidade de fatos que pode gerar algumas 
circunstâncias variadas. 
Nesses casos, deve-se fazer uso de uma técnica de priorização de impactos, 
tendo em vista os poucos recursos disponíveis para a solução do caso; 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 26 
utilizamos a chamada matriz GUT, que permite uma visão no que tange à 
priorização de resolução de casos. Nessa matriz, são pontuados os seguintes 
tópicos: 
Gravidade: trata-se do impacto do problema sobre as vítimas e alvos do 
criminoso; 
Urgência: trata da relação tempo-pessoal disponível para a solução do 
problema; 
Tendência: trata-se da avaliação da tendência de crescimento, redução ou 
desaparecimento do problema. 
 
Os tópicos são pontuados de acordo com a tabela abaixo: 
 
 
 
Utilizando a tabela de pontuação teremos uma matriz GUT, que apontará quais 
ações criminais devem ser priorizadas. 
 
Conforme demonstrado, deve-se priorizar os assaltos a estabelecimento e o 
tráfico de drogas. 
 
 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 27 
Etapa de análise (analysis) 
Esta etapa é considerada crucial no que tange a investigação de fatores de 
causa, relação, identificação de padrões, evoluções e tendências do problema. 
Utiliza-se as informações levantadas na fase de identificação para revisão, 
comparação, seleção e interpretação das soluções. Tem por objetivo, aprendero máximo sobre o problema para identificar as suas causas. 
 
Conforme vimos anteriormente, são necessários 3 fatores para que um 
problema venha ocorrer, um local, um agressor e uma vitima. Fundamentos 
que dão origem ao triângulo para análise do problema (TAP). 
 
A busca de soluções de crimes está totalmente baseada nos preceitos que 
envolvem esses fatores, pois o trabalho consiste em descobrir as informações 
sobre vítimas, agressores e locais. O entendimento desses fatos será a base 
para a efetivação de uma solução para o problema. 
 
Existem três grupos que podem contribuir na solução de problemas criminais, 
são eles: 
Os controladores: indivíduos que agem sobre os agressores, evitando que 
estes cometam um crime. 
Os guardiões: pessoas ou instituições que podem exercer qualquer controle 
sobre qualquer lado da TAP, de modo que o crime se torne improvável. 
Os administradores: pessoas que supervisionam ou administram locais. 
 
Algumas ferramentas podem ser utilizadas na análise de soluções, uma delas é 
o diagrama de Ishikawa ou diagrama de causas e efeito, também conhecido 
como diagrama de espinha de peixe. É uma ferramenta poderosa na solução de 
problemas e de fácil utilização, ou seja, não é necessário ser um especialista 
para utilizá-la. 
Um exemplo desse diagrama em um restaurante. 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 28 
 
 
 
 
Etapa de responder (response) 
Nessa fase, a palavra-chave é a criatividade, pois devem ser desenvolvidas 
estratégias e alternativas de prevenção e controle de crime e outros problemas 
correlacionados; teremos cinco maneiras de lidar com o problema, como se 
segue: 
1 – Eliminar totalmente o problema; 
2 – Reduzir o número de ocorrências geradas pelo problema; 
3 – Reduzir a gravidade dos danos; 
4 – Lidar melhor com velhos problemas; 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 29 
5 – Encaminhar o problema para outra autoridade não policial. 
 
Essa etapa é finalizada com a apresentação de um plano de ação, que deverá 
conduzir um checklist de atividades que precisam ser desenvolvidas com clareza 
para solução de um determinado problema. Nela, as atividades são mapeadas 
onde fica estabelecido: o que será feito; quem fará o quê, em qual período de 
tempo, em qual área; e os motivos pelos quais a atividade deve ser realizada. 
Existem várias ferramentas administrativas para análise de problemas. Veja um 
exemplo conhecido como Matriz 5W2H, que objetiva a análise de problemas. 
 
 
 
Com a conclusão do plano de ação e tendo ele mesmo como base, será 
confeccionado o cronograma de execução das atividades, obtendo-se assim um 
controle sobre a execução das atividades previstas para a solução do problema. 
 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 30 
Etapa de avaliação (assessment) 
Nessa fase, estão todos os produtos finais do processo – é o momento de uma 
avaliação do processo de implementação e de impacto das respostas. Também 
deve ocorrer o acompanhamento sistemático, e são reavaliados os processos 
que podem culminar no reinicio de uma ou mais atividades previstas para o 
método. 
 
Devem ser mensurados os resultados das estatísticas criminais, pesquisa de 
satisfação, valorização dos imóveis, número de empregos, número de terrenos 
baldios, redução da evasão escolar e utilização dos espaços públicos. 
 
O uso das ferramentas para o bem da segurança pública 
A grande vantagem do método IARA é auxiliar a equipe de analistas de 
problemas a formular perguntas relevantes para a identificação e definição dos 
problemas de forma mais precisa. O método é totalmente interativo, apesar de 
a conclusão de cada uma das etapas permitir trazer novos elementos para se 
repensar etapas anteriores. 
Podemos afirmar que uma fase posterior valida a fase anterior. Por exemplo, 
podemos necessitar rever a fase de identificação, tendo em vista problemas 
detectados na fase de análise em função de inconsistência de informações. 
 
Atualmente, as instituições de segurança pública devem fazer uso de 
uma polícia que seja calcada nos preceitos da polícia orientada ao problema. 
Devem ser investidos recursos no intuito de se conseguir manter e administrar 
bases de dados criminais, fazendo-se uso dos métodos e tecnologias para se ter 
uma nova forma de fazer segurança (parceria de confiança entre Estado e a 
sociedade). 
 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 31 
Atividade proposta 
Conforme vimos em aula, apesar de ser um modelo que rompeu paradigmas de 
gestão, servindo de parâmetro para inúmeras polícias dos EUA e do mundo, o 
COMPSTAT não está livre de críticas. Discorra sobre um dos pontos negativos 
advindos de tal medida. 
 
Chave de resposta: O aluno poderá levar em consideração consequências 
como: Integração do Departamento de Polícia de Trânsito com o Departamento 
de Polícia de Nova York etc; A reconfiguração do tráfico de drogas, tornando-o 
menos visível e varejista e de entrega domiciliar; Gentrification – alteração dos 
padrões socioeconômicos nos bairros considerados violentos e, consequente, 
valorização imobiliária e deslocamento das famílias de menor renda; ormação 
de 5.000 novos policiais a partir de 1994 e Combate intenso à corrupção 
policial. 
 
Aprenda Mais 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre o caso de Nova York, leia a notícia: 
http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=newsarchive&sid=aHWGwSJjpbOU
&refer=us 
Para aprender mais sobre análise de crime, leia o artigo: 
http://www.iaca.net/Publications/Whitepapers/iacawp_2014_02_definition_type
s_crime_analysis.pdf 
Para saber mais sobre as acusações de erros na quantificação criminal, leia as 
seguintes notícias: 
http://www.nytimes.com/2010/02/09/nyregion/09mayor.html?_r=0 
http://www.villagevoice.com/2005-10-25/news/these-stats-are-a-crime/ 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 32 
http://nypdconfidential.com/columns/2003/030630.html 
Para saber mais sobre como Nova York conseguiu acabar com o grande índice 
de criminalidade, leia o artigo: 
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/nova-york-tambem-teve-sua-cracolandia-
e-conseguiu-acabar-com-ela 
Para saber mais sobre combate ao crime, leia a matéria e o artigo indicados a 
seguir: 
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/para-nao-ser-uma-vitima-do-ladrao-pense-
como-ele 
http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v19n55/a05v1955 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 33 
Referências 
 ANDREWS, William; BRATTON, Willian J. What We’ve Learned About Policing. 
City Journal. 1999. Disponível em: http://www.city-
journal.org/html/9_2_what_weve_learned.html Acesso em: 08 dez. 2015. 
BRAGA, Anthony. Problem-Oriented Policing and Crime Prevention. Monsey, 
New York: Criminal Justice Press, 2002. 
BRASIL. Curso Nacional de Polícia Comunitária. Portaria SENASP nº 014/2006. 
Brasília> Secretaria Nacional de Segurança Pública, 2006. 
BRASIL. Diagnóstico dos Sistemas Estaduais de Segurança Pública. Ministério 
da Justiça, 2010. 
CLARKE, R. V. G.; ECK, John E. Crime Analysis for Problem Solvers in 60 Small 
Steps. US Department of Justice – COPS, 2009 
FELSON, Marcus. Crime and everyday life. 3. ed. Sage Publications, 2002. 
GOLDSTEIN, Herman. Improving Policing: A Problem-Oriented Approach. Crime 
& Delinquency Abril, p. 234-258, 1979. 
GOLDSTEIN, Herman. On Further Developing Problem-Oriented Policing. In: 
Problem-Oriented Policing. From Inovation to Mainstream. Crime Prevention 
Studies, vol. 15, edited by Johannes Knutsson. Monsey, NewYork: Criminal 
Justice Press, 2003. 
GOLDSTEIN, Herman. Problem-Oriented Policing. New York: McGraw Hill, 1990. 
GREENE, Jack R. The Encyclopedia of Police Science. Vol. 1. Disponível em: 
https://books.google.com.br/books?id=HIE_zF1Rv7MC&pg=PA222&dq=compst
at+police&hl=ptBR&sa=X&ei=5PapVKC9I4SLgwTGu4DgDQ&ved=0CB4Q6AEwA
A#v=onepage&q=compstat%20police&f=false Acesso em: 08 dez. 2015. 
IACA. Definition and Types of Crime Analysis. Disponível em: 
http://www.iaca.net/Publications/Whitepapers/iacawp_2014_02_definition_type
s_crime_analysis.pdf Acesso em: 08 dez. 2015. 
PERNAMBUCO. Boletim Trimestral da Conjuntura Criminal em Pernambuco – 
Pacto pela Vida. Secretaria de Defesa Social, 2011. 
POLICE FORUM. COMPSTAT: It’s origins, evolution, and future in law 
enforcement agencies. Bureau of Justice Assistance. Disponível em: 
http://www.policeforum.org/free-online-documents Acesso em: 08 dez. 2015. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 34 
 
RIO DE JANEIRO. Manual de procedimentos para o sistema de metas e 
acompanhamento de resultados. SESEG, 2010. 
ROLIM, Marcos. Dissecando a “Tolerância Zero”. Disponível em: 
http://www.rolim.com.br/2006/index.php?option=com_content&task=view&id=
237&Itemid=5,%20acessado%20em%2023dez2014 Acesso em: 08 dez. 2015. 
SOARES, Luis Eduardo. Meu Casaco de General: 500 dias no front da segurança 
pública do estado do Rio de Janeiro. Cia. das Letras, 2000. 
SOUZA, Elenice de. Explorando novos desafios na polícia: o papel do analista, o 
policiamento orientado para o problema e a metodologia IARA. In: PINTO, 
Andréia Soares; RIBEIRO, Ludmila Mendonça Lopes (org.). A análise criminal e 
o planejamento operacional. Coleção Instituto de Segurança Pública. Série 
Análise Criminal, v. 1. Rio de Janeiro, 2008. 
WEISBERD, David; BRAGA, Anthony. Police Inovation: Contrasting perspectives. 
Cambridge Studies in Criminology, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 35 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
O Programa de Tolerância Zero, apesar das críticas recebidas, em grande parte, 
foi responsável pela redução da criminalidade em Nova York; ele foi construído 
com base na Teoria das Janelas Quebradas. Marque a alternativa que descreve 
o principal objetivo dessa teoria. 
a) Inovar a gestão policial por meio de um sistema de controle e prestação 
de contas à sociedade. 
b) Reduzir a desordem social que acarreta o surgimento de 
comportamentos considerados delinquentes. 
c) Compartilhar informações com outras forças policiais. 
d) Identificar e avaliar problemas através da análise de banco de dados. 
e) Planejar as ações policiais. 
Questão 2 
O Complaint Statistics (COMPSTAT) deu início a uma reconfiguração do 
planejamento policial em Nova York. Segundo Greene (2007), o sistema de 
gestão se baseou em alguns elementos-chave. Marque a alternativa que não 
apresenta um elemento-chave: 
a) Estabelecimento de objetivos/missões. 
b) Controle administrativo interno (accountability). 
c) Reconfiguração do tráfico de drogas. 
d) Organização geográfica dos comandos operacionais. 
e) Flexibilidade organizacional. 
Questão 3 
O COMPSTAT recebeu muitas críticas, apesar de ser um modelo que quebrou 
paradigmas na gestão policial. Quanto às criticas recebidas, uma delas se 
baseava no fato de que a melhora do padrão socioeconômico dos moradores 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 36 
das regiões mais pobres foi o principal aspecto responsável pela redução 
criminal, devido ao afastamento das famílias de menor renda. Identifique a 
alternativa que descreve o nome dado a esse processo. 
a) Gaming 
b) Hot spots 
c) Felony assault 
d) Gentrification 
e) IACA 
Questão 4 
Alguns autores assemelham o COMPSTAT com a análise criminal. Com base na 
definição da International Association of Crime Analysts (IACA), explique a 
diferença entre o COMPSTAT e a análise criminal. 
a) 
b) 
c) 
d) 
e) 
Questão 5 
Explique a importância da integração entre os bancos de dados da Policia Civil e 
da Policia Militar tomando por base o exemplo do INFOCRIM e o REDS (estados 
de São Paulo e Minas Gerais, respectivamente). 
a) 
b) 
c) 
d) 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 37 
e) 
Questão 6 
Com relação aos estágios do método IARA, ou SARA (em inglês), qual das 
alternativas abaixo não representa um dos estágios do método? 
a) Resposta 
b) Avaliação 
c) Identificação 
d) Analista criminal 
e) Análise 
Questão 7 
O grande problema de alguns departamentos de polícia é envolver pessoal e 
material. Em função de alguns cenários de crimes serem altamente complexos, 
faz-se necessária, muitas vezes, a priorização de recursos para a solução de 
determinados casos. Para isso, utilizamos a matriz GUT. O tópico que trata do 
tempo de impacto do problema sobre as vítimas e alvos criminosos é conhecido 
como: 
a) Vítima 
b) Urgência 
c) Gravidade 
d) Tendência 
e) Análise 
Questão 8 
Assinale abaixo qual das alternativas não representa uma das funções de um 
analista de crime. 
a) Controlar e sistematizar informações e dados oficiais. 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 38 
b) Criar, organizar e alimentar banco de dados. 
c) Analisar e mapear estatísticas sobre a distribuição temporal e geográfica 
do crime, e criar tabelas e gráficos para facilitar a interpretação desses 
dados. 
d) Analisar a evolução e as tendências da criminalidade. 
e) Desenvolver e projetar sistemas. 
Questão 9 
O método IARA é altamente eficiente na coleta de informações criminais. Ele é 
composto por quatro fases, quais são elas? 
a) 
b) 
c) 
d) 
e) 
Questão 10 
Descreva os processos realizados na fase de identificação do método IARA. 
a) 
b) 
c) 
d) 
e) 
 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 39 
Hot spots: Em português, significa “pontos quentes”. Em segurança pública, 
seriam os locais onde há maior incidência criminal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 40 
Aula 6 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - B 
Justificativa: O principal objetivo da Teoria das Janelas quebradas era o 
combate à desordem urbana, tendo como elemento-chave a deterioração do 
espaço coletivo, como depredações, prédios abandonados, pichações, presença 
de moradores de rua, lixo nas ruas. A teoria busca fundamentar que a 
desordem pode influencia o surgimento de comportamentos considerados 
delinquentes. 
 
Questão 2 - C 
Justificativa: A reconfiguração do tráfico de drogas, tornando-se mais varejista 
e menos visível, foi uma consequência da aplicação do programa. 
 
Questão 3 - D 
Justificativa: O processo chamado gentrification é o fenômeno que afeta uma 
região ou bairro pela alteração das dinâmicas da composição do local, 
valorizando a região e promovendo o afastamento das famílias de menor renda, 
que não conseguem se manter no local por causa do aumento do custo de vida. 
 
Questão 4 - B 
Justificativa: O COMPSTAT não pode ser confundido com análise criminal, tendo 
em vista que se trata de um modelo de gestão baseado em: técnicas da análise 
criminal para o adequado diagnóstico dos problemas; reuniões comunitárias 
para a prestação de contas; e descobrimento de novas soluções para as 
problemáticas existentes. 
 
Questão 5 - B 
Justificativa: O compartilhamento de informações por meio da integração das 
bases dedados permite maior amplitude dos dados e aumenta a qualidade da 
 
 DADOS CRIMINAIS NA GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA 41 
informação coletada, resultando numa melhoria do planejamento policial e, 
consequentemente, facilitando a prevenção e a repressão criminal. 
 
Questão 6 - D 
Justificativa: As fases do método IARA (SARA) são: identificação, análise, 
resposta e avaliação. O analista criminal é o profissional que utiliza o método 
como provedor de informações sobre tendências criminais, que serão usadas 
como base para orientar os processos de decisão. 
 
Questão 7 - C 
Justificativa: O elemento que trata do tempo de impacto do problema sobre 
vítimas e alvos criminosos é a letra “g” da matriz GUT, que determina a 
gravidade do problema. 
 
Questão 8 - E 
Justificativa: Importante tomar como regra que a escolha do período de 
comparação deve ser um período normal, fugindo dos períodos atípicos. Por 
exemplo, se compararmos o mês de junho de 2014 com junho de 2013 ou 
2012, veremos distorções causadas pelo fato da realização da Copa do Mundo 
de Futebol no Brasil. Outra coisa é evitar comparar períodos muito distantes 
entre si, afinal a dinâmica das mudanças na realidade social pode influenciar 
nos indicadores. 
 
Questão 9 - B 
Justificativa: O método de solução de problemas IARA é composto das 
seguintes etapas: identificação, análise, resposta e avaliação – o produto de 
saída de uma fase alimenta a fase seguinte, salienta-se. 
 
Questão 10 - B 
Justificativa: A fase de identificação é o momento em que são levantados todos 
os dados relevantes às ocorrências criminais para que sejam cruzadas e 
encontradas similaridades entre elas.

Outros materiais