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Patologia Clínica Laboratório

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V e t e r i n a r i a n D o c s 
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Patologia Clínica Veterinária - Laboratório 
 
 
Coleta de Amostras 
Introdução 
 Para a obtenção de resultados confiáveis na análise de amostras, começa-se com 
a adoção de métodos de coleta apropriados e manuseio adequado da amostra. 
 A coleta, o processamento, a análise de amostras e a interpretação dos resultados 
devem ser convenientemente efetuados como uma cadeia seqüencial de eventos, para 
que se obtenha o diagnóstico pretendido. 
 
Recipientes para Coleta 
 Para a coleta de sangue são utilizados vários tubos. Estes tubos contêm ou não 
anticoagulante apropriado para vários exames hematológicos e/ou bioquímicos. 
 Normalmente, os tubos são denominados pela cor de sua tampa, assim 
identificando o tipo de coagulante presente ou ausente nestes. 
 
01-Tubo de Tampa Vermelha: 
 Este tubo é destinado à obtenção de amostra de soro e não contém 
anticoagulante. É utilizado para obtenção de soro necessário às análises bioquímicas 
comuns. 
 
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Tubo de Tampa Vermelha 
02-Tubo de Tampa Roxa: 
 Este tubo contém o anticoagulante EDTA à 3% ou à 10%. A concentração de 
3% é utilizada para coleta sanguínea de aves e repteis e o de 10% para outras espécies 
animais. É utilizado aos exames hematológicos. 
 O anticoagulante EDTA preserva melhor o volume celular e as características 
morfológicas das células. O EDTA é um quelante de cálcio, deixando o indisponível ao 
sangue, fazendo com que não ocorra a coagulação. 
 
 
 
 
 
 
Tubo de Tampa Roxa 
03-Tubo de Tampa Verde: 
 Este tubo contém o anticoagulante Heparina. Este anticoagulante é utilizado para 
alguns testes bioquímicos especiais, principalmente aqueles que requerem o sangue total 
e podem ser influenciados por outros anticoagulantes. 
 A heparina impede a transformação do fibrinogênio em fibrina. 
 
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Tubo de Tampa Verde 
 
04-Tubo de Tampa Azul: 
 Este tubo contém citrato de sódio. É utilizado para determinação bioquímica de 
substâncias ou fatores relacionados à coagulação. 
 
 
 
 
 
 
Tubo de Tampa Azul 
 
05-Tubo de Tampa Cinza: 
 Este tubo contém fluoreto de sódio (NaF) e EDTA. O NaF inibe a enzima que 
participa da via glicolítica, impedindo a metabolização da glicose pelos eritrócitos. 
 
 
 
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Tubo de Tampa Cinza 
06-Tubo de Tampa Amarela: 
 Este tubo possui um ativador de coagulo e disponibiliza melhor o soro para 
testes. É indicado para amostras pequenas de sangue. 
 
 
 
 
 
 
 
Tubo de Tampa Amarela 
Recomendações 
1- Preencher o tubo com o volume adequado em proporção ao volume de 
anticoagulante 
2- Agulhas de baixo calibre causam muita hemólise, o indicado são agulhas de 
18 ou 20. 
3- É importante que a venipuntura seja asséptica e sem contaminação tecidual, 
pois isso pode resultar numa agregação plaquetária indesejada. 
4- Selecionar um local adequado para a venipuntura para que forneça um 
volume adequado de sangue 
 
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5- Amostras de sangue destinados ao hemograma devem ser analisados em 1 
hora. 
6- Amostras de soro devem ser analisadss rapidamente, caso contrário devem 
ser refrigerados num período de até 48 horas, se passar deste período deve 
ser congelado. 
7- A amostra de urina deve ser analisada dentro de 30 minutos após a coleta. 
8- Quando se faz a punção de líquidos corporais, como exemplo, em caso de 
ascite, deve-se coletar em 2 tubos, um com anticoagulante e outro sem. 
9- Para coleta de líquor medular, utiliza-se 3 tubos sem anticoagulante, e 
geralmente o 3º tubo é o utilizado para a análise 
 
Esfregaço Sanguíneo 
Homogeneização da Amostra de Sangue 
 Em geral, supõe-se que a amostra de sangue tenha sido obtida recentemente e 
coletada de modo adequado em tubos com EDTA. Ao realizar qualquer procedimento 
hematológico, é importante que a amostra de sangue seja bem homogeneizada. Os 
componentes celulares podem se assentar rapidamente enquanto o tubo está em um 
suporte de tubos. Como resultado, uma falha na homogeneização da amostra antes de se 
obter uma alíquota para a medição hematológica pode resultar num erro grave. A 
homogeneização pode ser realizada manualmente, agitando o tubo por, no mínimo, 10 a 
15 vezes. 
Preparação de Esfregaços Sanguíneos 
 O esfregaço sanguíneo é fundamental para as contagens dos tipos de leucócitos 
individuais (contagem diferencial) e para avaliar importantes alterações patológicas que 
envolvem leucócitos, hemácias e plaquetas. Esse procedimento deve ser bem preparado 
para que não ocorra erros que podem resultar em uma distribuição inadequada de 
células na lâmina, ocasionado graves erros na contagem diferencial. 
 O procedimento mais comum é conhecido como técnica de deslizamento, na 
qual são utilizadas duas lâminas (uma de microscopia e uma extensora). 
 Passos: 
1-Limpa-se a lâmina a qual receberá uma gota de sangue e a ponta da lâmina extensora. 
2-Homogeneíza a amostra de sangue, e com um tubo-capilar para hematócrito pega-se 
uma alíquota desta amostra. 
3-Coloca-se uma gota de sangue do tubo-capilar próximo a uma extremidade da lâmina. 
 
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4-A lâmina extensora é colocada sobre a primeira, a modo de formar uma ‘cunha’ com 
ângulo de aproximadamente 30º à frente da gota de sangue. 
5-Esta lâmina extensora é puxada para trás até o contato com a gota de sangue e, em 
seguida, deslizada para frente até alcançar a extremidade. 
 Observações: 
*A pressão exercida sobre a lâmina deve ser mínima. 
*Não se deve fazer o deslizamento muito rápido e nem muito lento 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: THRALL, 2007. 
Para que seja feito o exame microscópico adequado da lâmina, é necessário 
conhecer o aspecto de um esfregaço sanguíneo. A parte mais larga do esfregaço é a 
região espessa ou o corpo, local em que as células estão sobrepostas e os leucócitos 
apresentam-se aglomerados, dificultando o exame microscópico de todos os 
componentes. 
 A cauda do esfregaço corresponde a porção final. Nessa área, é possível notar 
alguns artefatos, inclusive leucócitos rompidos, mas não é possível avaliar a palidez 
central das hemácias. 
 A área de contagem é pequena e situa-se entre o corpo e a cauda do esfregaço, 
consiste em uma monocamada de células, ótima para o exame microscópico. Os 
leucócitos apresentam-se achatados e com detalhes internos mais evidentes. 
 
 
 
 
 
 
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 O sucesso da análise dos componentes da lâmina depende da qualidade do 
esfregaço, da experiência para examinar o local correto, da habilidade para a 
diferenciação entre artefatos de preparação e alterações morfológicas e da experiência 
da interpretação de patologias. 
Hematócrito 
Introdução 
Volume Globular (hematócrito) 
 Corresponde à porcentagem de hemácias presentes no sangue. É calculado a 
partir de uma coluna de sangue, sua centrifugação promove compactação máxima das 
hemácias. O material necessário inclui tubos de micro-hematócrito, fogareiro, centrífuga 
destinada ao micro hematócrito e tabela de leitura. 
 O procedimento é inicialmente feito pelo preenchimento do tubo de micro-
hematócrito com sangue por capilaridade. Depois este tubo é fechado no fogareiro. Pode 
haver as entre o final do tubo já fechado e o sangue, mas isso não é problema porque 
este ar é removido pela centrifugação. Posteriormenteo tubo é levado à centrífuga e é 
encaixado corretamente. Normalmente se espera no mínimo 5 minutos com exceção de 
sangue de caprinos, que leva em torno de 15 minutos para total compactação das 
hemácias no fundo pelo fato de as hemácias serem muito menores. 
 *Observação: sempre manter o tubo de micro hematócrito na horizontal. 
Após a remoção do tubo da centrífuga, é possível notar três camadas distintas no 
tubo: a coluna de plasma no topo, as hemácias compactadas no fundo e uma fina 
camada esbranquiçada de leucócitos sobre as hemácias. É necessário verificar qualquer 
alteração no plasma (coloração) que pode estar normal, ictérica, lipêmica e hemolisada. 
Icterícia: corresponde a pigmentação excessivamente amarela do plasma, sugerindo 
hiperbilirrubinemia. A constatação de plasma ictérico é um diagnóstico útil em 
pequenos animais. Mas não é confiável em espécies de grandes animais porque 
geralmente o soro destes é amarelado devido à presença normal de carotenos na dieta. 
Lipemia: corresponde à coloração branca opaca do plasma, decorrente de quilomícrons. 
Está mais associada á coleta de sangue pós-prandial e pode estar relacionada a 
distúrbios que envolvem o metabolismo de lipídeos. 
Hemólise: corresponde a coloração avermelhada do plasma, geralmente resultante da 
lise artificial de hemácias durante a coleta. 
 Para a leitura do VG se faz a comparação com um cartão padrão de leitura de 
hematócrito. Posiciona-se a extremidade inferior da camada de hemácias na linha 0 e a 
extremidade superior da coluna de plasma na linha 100. Em seguida, verifica-se a 
posição do topo da coluna de hemácias, obtendo-se o valor do VG. 
 
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Determinação da Concentração Plasmática de Proteínas por 
Refratometria 
 Após a inspeção da coluna e o cálculo do hematócrito, a coluna de plasma pode 
ser utilizada para medir a concentração plasmática de proteínas. Na prática clínica, a 
refratometria é usada para estimar a concentração plasmática de proteínas e a densidade 
da urina. 
 Quebra-se o tubo de micro hematócrito logo acima da porção da camada 
leucocitária, e o plasma dessa parte é usado para carregar o refratômetro. Em seguida, 
posiciona-se o refratômetro de modo que uma fonte de luz ambiente possa transpor o 
prisma umedecido com plasma. O resultado da concentração de proteínas plasmáticas 
totais é estimada em g/dL. 
 
 
 
 
 
 
 
Refratômetro 
Determinação da Concentração de Fibrinogênio 
 A técnica mais usada para medir o conteúdo plasmático de fibrinogênio é a 
precipitação por calor. Deve-se preencher dois tubos de micro hematócrito com sangue 
e centrifugá-los por 5 minutos. Quebra-se um tubo na base da coluna de plasma, 
transferindo o plasma para um refratômetro e fazendo-se a leitura. O segundo tubo é 
colocado em banho-maria à temperatura de 57ºC durante 3-5 minutos (este aquecimento 
desnatura e precipita o fibrinogênio). Após a incubação, centrifugue novamente o 
segundo tubo para provocar a sedimentação do fibrinogênio desnaturado. Determine a 
concentração de proteínas plasmáticas do segundo tubo pelo refratômetro. Subtraia o 
valor da concentração de proteínas do segundo tubo daquele primeiro tubo. A diferença 
corresponde a concentração de fibrinogênio. Geralmente a concentração de fibrinogênio 
é convertida em mg/dL (Ex.: 0,4 g/dL = 400 mg/dL) 
Exemplos Práticos 
 Grupo 1 (felino): 
 -Plasma altamente lipêmico 
 
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 -VG: 37% 
 -Proteínas Plasmáticas Totais: 7,6 g/dL 
 -Fibrinogênio: 200 mg/dL 
 Grupo 2 (felino): 
 -Plasma altamente ictérico 
 -VG: 10% 
 -Proteínas Plasmáticas Totais: 6,2 g/dL 
 -Fibrinogênio: 100 mg/dL 
 Grupo 3 (canino): 
 -Plasma discretamente hemolisado 
 -VG: 44% 
 -Proteínas Plasmáticas Totais: 7,7 g/dL 
 -Fibrinogênio: 400 mg/dL 
 Grupo 4 (canino): 
 -Plasma discretamente hemolisado 
 -VG: 40% 
 -Proteínas Plasmáticas Totais: 8,9 g/dL 
 -Fibrinogênio: 300 mg/dL 
Valores de Referência: 
 -Cão: 
 VG: 37 - 55% 
 Proteínas Plasmáticas Totais: 5,6 – 7,5 g/dL 
 Fibrinogênio: 200 – 400 mg/dL 
 -Gato: 
 VG: 24 – 45% 
 Proteínas Plasmáticas Totais: 5,5 – 8,1 g/dL 
 Fibrinogênio: 50 – 300 mg/dL 
 
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Conclusão 
 Grupo 1: a possível causa para o plasma estar altamente lipêmico se deve ao fato 
de não ter coletado após um período adequado de jejum. 
 Grupo 2: o fato do VG estar baixo e do plasma estar ictérico deve a uma anemia 
hemolítica provavelmente e isto acarreta uma icterícia pré-hepática, causando a 
coloração amarela do plasma em virtude da alta destruição de eritrócitos. 
 Grupo 3: plasma hemolisado e leve aumento nas proteínas plasmáticas totais se 
deve a uma leve desidratação. 
 Grupo 4: plasma hemolisado e aumento nas proteínas plasmáticas totais. Isto 
pode ser indicio de uma hiperalbuminemia, e é notada apenas em casos de desidratação. 
Fazendo uma reidratação e fazendo a aferição das proteínas novamente, o valor voltaria 
ao normal. E caso o valor ainda esteja aumentado, é um indício de hiperglobulinemia, 
que necessitaria realizar eletroforese das proteínas do soro, para identificar qual a 
proteínas que está aumentada. 
 No caso de aumento da concentração de Alfaglobulinas: é inespecífico e de 
importâncias diagnóstica limitada. A inflamação aguda é a mais comum 
 No caso de aumento da concentração de Betaglobulinas: pode ocorre em 
inflamação aguda, Erliquiose, leishmania visceral, síndrome nefrótica, doença hepática 
ativa e resposta imune. 
 No caso de aumento da concentração de Gamaglobulinas: chama-se gamopatia. 
Representam aumentos do teor de imunoglobulinas induzidos por uma população 
heterogênea de linfócitos B e/ou plasmócitos. Pode ser por doenças imunomediadas, 
doença hepática, linfoma, leucemia linfocítica, mieloma múltiplo, plasmocitoma 
extramedular, piodermatite crônica e entre outras. 
Contagem total de Hemácias e Leucócitos 
 
 Contagem de células em câmara de Neubauer 
 
Para contagem de leucócitos deve-se fazer a seguinte diluição: 380 µl de solução 
de ácido acético e 20 µl de sangue (homogeneizar antes de coletar uma alíquota). Nesta 
diluição, cada célula contada na câmara de Neubauer equivalerá a 50 células reais. 
Este fator de 1/50 foi calculado da seguinte forma: 
-A altura da câmara corresponde a 0,1 mm  1/10 
-São contados os 4 quadrantes: 
 
 
 
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-E a diluição é 20 µl de sangue para 400µl de solução total (20 µl de sangue + 
380 µl de ácido acético)  20/400  1/20 
 
 
No final tem-se: 
 
1 x 4 x 1 = 1 
10 20 50 
 
 
Para contagem de hemácias deve-se fazer a seguinte diluição: 4 ml de solução 
fisiológica e 20 µl de sangue (homogeneizar antes de coletar uma alíquota). Nesta 
diluição, cada célula contada na câmara de Neubauer equivalerá a 10.050 células reais. 
Este fator de 1/10.500 foi calculado da seguinte forma: 
-A altura da câmara corresponde a 0,1 mm  1/10 
-São contados apenas 5 micro-quadrantes do quadrante central  1/5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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-E a diluição é 20µl de sangue para 4020 µl de solução total (20 µl de sangue + 
4000 µl de solução fisiológica)  1/201 
 
1 x 1 x 1 = 1 
 10 5 201 10.500 
 
 Estas diluições devem ser feitas num tubo de ensaio, e após serem feitas, devem 
ser bem homogeneizadas. 
Posteriormente coloca-seuma quantidade destas diluições na câmara de 
Neubauer. 
-Colocar a lamínula sobre a área de marcada na câmara de contagem. Usar 
lamínulas especiais que fornecem a profundidade correta da câmara de contagem. Não 
usar lamínulas comuns. 
 
-Encostando a ponta da pipeta na borda da lamínula, preencher cuidadosamente 
a câmara de contagem. O líquido deve preencher apenas um lado da câmara e não deve 
chegar aos canais de cada lado da área de contagem. 
 
-Deixar as células sedimentarem por 2 minutos em uma câmara úmida. 
 
-Focalizar a área demarcada da câmara de contagem com a objetiva de menor 
aumento. 
 
-Contar as células nas 4 áreas do canto da câmara para contagem de leucócitos e 
contar apenas células do quadrante central para contagem de hemácias. E quando 
houver células em cima das linhas, apenas contar as células em 2 das 4 linhas existentes. 
 
 -Outros Parâmetros: 
VGM (Volume Corpuscular Médio): é o índice que ajuda na observação do tamanho das 
hemácias e no diagnóstico da anemia: se pequenas são consideradas microcíticas, se 
grandes consideradas macrocíticas e se são normais, normocíticas. Anisocitose: é 
denominação que se dá quando há alteração no tamanho das hemácias. As anemais 
microcíticas mais comuns são a ferropriva e as síndromes talassêmicas. As anemias 
macrocíticas mais comuns são as anemias megaloblástica perniciosa. O resultado do 
VGM é dado em fentolitro (ƒl). 
 Calcula-se dividindo o valor de hematócrito encontrado pelo número de 
hemácias e multiplica-se este resultado por 10. 
 Por exemplo, um paciente com: 
 -VG: 31% 
 
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 -Nº de eritrócitos: 5,12 x 10
6
 células por µl de sangue 
 31 x 10 = 60,54 ƒl 
 5,12x10
6
 
CHGM (concentração de hemoglobina corpuscular média): é a concentração da 
hemoglobina dentro de uma hemácia. Como a coloração da hemácia depende da 
quantidade de hemoglobina elas são chamadas de hipocrômicas , hipercrômicas e 
hemácias normocrômicas (no intervalo de normalidade). É importante observar que 
na esferocitose o CHCM geralmente é elevado. 
 
Contagem Diferencial de Leucócitos 
Introdução 
 A interpretação das contagens de leucócitos do sangue auxilia na compreensão 
sobre as possíveis disfunções apresentadas pelo paciente. O conjunto de valores 
relativos e absolutos do perfil leucocitário, junto às informações sobre a morfologia dos 
leucócitos, é conhecido como ‘leucograma’. 
 Para a interpretação do perfil leucocitário de uma doença é necessário, 
primeiramente, conhecer as características normais do leucograma e, a partir daí, 
identificar os padrões de anormalidade. 
Leucócitos 
 01-Neutrófilos: participam da resposta inflamatória por meio de quimiotaxia 
positiva ao tecido inflamado e fagocitose de microorganismos e outros materiais 
estranhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: THRALL, 2007. 
 
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 Os metamielócitos (M) não são encontrados no sangue normalmente, e tem 
núcleo em forma de feijão. 
 Os bastonetes (B) podem aparecer no sangue em pequena quantidade e tem 
núcleo em formato de ferradura. 
 Os neutrófilos segmentados (S) têm o núcleo em formato de ferradura, com 
certas constrições ao longo da membrana nuclear. Apresentam diversos grânulos 
pequenos, discretamente corados em seu citoplasma. 
*Em bovinos, o citoplasma do neutrófilo assume coloração levemente rósea. 
 02-Eosinófilos: contêm proteínas que se ligam e lesionam as membranas de 
parasita e também estão envolvidos na modulação de reações alérgicas, inflamatórias e 
de imunocomplexos. Apresentam núcleo segmentado e grânulos vermelho-alaranjados. 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: THRALL, 2007. 
*Na ponta da seta há um neutrófilo para comparação 
C: cães E: eqüinos F: felinos B: bovinos 
 03-Basófilos: contêm grânulos de histamina e heparina e a membrana 
citoplasmática contém IgE semelhante aos mastócitos. O seu núcleo é segmentado e a 
morfologia granular varia entre as espécies, mas normalmente adquirem coloração 
violeta-escura. 
 
 
 
 
 
Fonte: THRALL, 2007. 
 
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*Há um neutrófilo no centro para comparação 
C: cães 
F: felinos 
LA: grandes animais 
04-Linfócitos: não se pode diferenciar as subpopulações de linfócitos no 
esfregaço sanguíneo. Estas subpopulações incluem os linfócitos B (responsáveis pela 
imunidade humoral – produção de anticorpos) e os linfócitos T (responsáveis pela 
imunidade celular – resposta às citocinas). Apresentam núcleo arredondado a oval, bem 
denso e quantidade mínima de citoplasma claro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: THRALL, 2007. 
 05-Monócitos: também participam da resposta inflamatória. Eles migram aos 
tecidos onde continuam a se desenvolver, atingindo a forma de macrófagos. Fagócitos 
mononucleares podem fagocitar bactérias, grandes microorganismos complexos (Ex.: 
fungos e protozoários), células danificadas e restos celulares. E desempenham 
importante função imunorreguladoras por apresentar o antígeno aos linfócitos T. 
 O núcleo pode ter diferentes formatos e a cromatina é menos densa do que de 
neutrófilos ou linfócitos. E os monócitos são células maiores que neutrófilos e possuem 
vacúolos no seu interior. 
 
 
 
 
 
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 Fonte: THRALL, 2007. 
*A seta indica um neutrófilo, para comparação. 
Contagem 
 Ao localizar a área de contagem com a objetiva de 10x e completar as avaliações 
com esse pequeno aumento, o microscópio deverá ser ajustado para exame em grande 
aumento. 
 O examinador deve fazer uma pesquisa sistemática das três linhagens celulares 
principais (diferencial de leucócitos, morfologia das hemácias e avaliação da quantidade 
de plaquetas). Para essa contagem utilizam-se no mínimo 100 células. 
 Com a contagem de 100 células, a quantidade de cada tipo de leucócito é uma 
fração de 100 ou uma porcentagem da população de leucócitos. 
*Numa leucopenia, pode-se contar 50 células 
*Numa leucocitose deve-se aumentar o número de células contadas, para mais de 100. 
 
 
 
 
 
 
 Deve-se contar 7 campos microscópicos em cada direção seguindo o exemplo da 
figura acima. 
 
 
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LÂMINA 
Patologias 
-Hemácias: 
 01- Policromasia: correspondem às hemácias jovens. Geralmente são células 
grandes, cuja cor é mais azulada do que as hemácias maduras. A verificação de 
hemácias policromatofílicas é muito importante para determinar a causa de anemia. 
Caso ocorra liberação de células imaturas, a provável causa é a perda de sangue ou 
destruição de hemácias. 
 02- Hipocromasia: as hemácias hipocrômicas são claras e sua palidez central é 
mais acentuada devido à menor concentração de hemoglobina decorrente da deficiência 
de ferro. 
 03- Hemácias Microcíticas: para estimar o verdadeiro tamanho das hemácias, o 
cálculo do VGM é mais útil do que o exame de esfregaço sanguíneo. A principal causa 
da microcitose é a anemia por deficiência de ferro. Cães das raças Akita e Shiba inus 
normalmente apresentam hemácias menores. 
 04-Hemácias Macrocíticas: são maiores e apresentam maior VGM. A principal 
causa de macrocitose é o aumento da quantidade de hemácias imaturas, que se 
apresentam policromatofílicas. 
Área de Contagem 
(monocamada de células) 
 
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05- Corpúsculos de Heinz: causado pela desnaturação oxidativa da 
hemoglobina. Cerca de 1 a 2% das hemácias de gatosnormais contêm esses 
corpúsculos. Os corpúsculos de Heinz são pequenas estruturas pálidas excêntricas 
presentes nas hemácias. Quando grande quantidade de hemácias é afetada, pode haver 
uma anemia hemolítica grave e algumas substâncias oxidantes induzem a formação 
destes corpúsculos também. 
06- Hemácias Nucleadas: o aumento da quantidade de hemácias nucleadas está 
associado a anemia regenerativa e liberação precoce dessas células em resposta à 
hipóxia. Uma maior quantidade de hemácias nucleadas também pode ser notada em 
animais com disfunção do baço e com alto teor de corticosteróides. 
07- Corpúsculos de Howell-Jolly: são resto nucleares. Um aumento no conteúdo 
de corpúsculos de Howell-Jolly está associado a anemia regenerativa, esplectomia e 
supressão da função esplênica. 
08- Parasitas: 
-Mycoplasma: a principal hemoparasitose de felinos é a infecção por 
Mycoplasma haemofelis, um micoplasma que acusa a anemia infecciosa felina. 
Esses microorganismo se aderem à membrana externa da hemácia. 
 -Anaplasma: A anaplasmose bovina, causada pela riquétsia intra-
eritrocitária Anaplasma marginale é de ocorrência cosmopolita e a Anaplasma centrale 
é mais da América do sul, Oriente médio e Africa do Sul. 
-Babesia: Várias espécies de Babesia causam anemia hemolítica e 
trombocitopenia em animais domésticos. 
09-Inclusões Virais: são raramente encontradas em cães com cinomose. Quando 
encontradas, elas apresentam variações de tamanho, quantidade e cor e são mais vistas 
em hemácias policromatofílicas. 
10- Formação de Rouleaux: corresponde ao posicionamento espontâneo das 
hemácias em forma de pilhas lineares (semelhante a uma pilha de moedas). É normal 
nos eqüinos e uma quantidade discreta também é normal em cães e gatos. Nota-se maior 
formação de Rouleaux quando há aumento da concentração de proteínas plasmáticas, 
como o fibrinogênio e imunoglobulinas. Este aumento normalmente sugere gamopatia. 
 
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-Leucócitos: 
01- Linfócitos Reativos: caracterizados pela presença de grânulos citoplasmáticos 
arroxeados (granulações azurrófilas grosseiras) e/ou basofilia citoplasmática podem 
estar presentes em pequeno número em animais sãos. O seu aumento pode ser visto em 
animais jovens, em resposta à estimulação antigênica crônica ou após vacinação e em 
enfermos. A estimulação antigênica dos linfócitos tipo B resulta em plasmócitos, 
capazes de sintetizar e liberar imunoglobulinas e não são normalmente encontrados na 
circulação. 
02- Neutrófilos Tóxicos: são alterações estruturais causadas por defeitos na 
maturação, devido à rápida neutropoiese. Podem ocorrer por influência de inflamação 
severa, causada por infecção bacteriana, ou mesmo toxicidade por drogas, como 
quimioterapia. Estas alterações citoplasmáticas podem ser observadas em casos de 
infecção. 
Exemplos de alterações tóxicas: 
 -Granulação tóxica: Consiste na persistência de grânulos primários, próprios de 
pró-mielócitos. Durante a maturação normal, os grânulos primários são substituídos por 
grânulos secundários, que não se coram, ou coram-se fracamente. 
-Vacuolização citoplasmática: São vacúolos claros, causados provavelmente por 
autodigestão, pois toxinas bacterianas podem induzir ruptura dos lisossomos do 
neutrófilo, liberando seu conteúdo enzimático. 
-Basofilia citoplasmática: resultado da persistência de grandes quantidades de 
retículo endoplasmático rugoso e poliribossomos, ricos em RNA, devido a 
granulopoiese acelerada. 
-Corpúsculos de Döhle: inclusões angulares no interior do citoplasma de 
neutrófilos. São alterações tóxicas evidenciadas com mais freqüência em gatos que em 
cães ou outras espécies. 
03- Monócito Ativo: os monócitos podem se ativar na circulação sanguínea, 
adquirindo características semelhantes às dos macrófagos. 
Sua presença indica intensa destruição tecidual circulatória, que ocorre em 
algumas doenças inflamatórias, como infecções bacterianas severas, infecções fúngicas 
 
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sistêmicas ou doenças imuno-mediadas (tais como histoplasmose, erlichiose, 
leishmaniose). 
04-Neutrófilos Hipersegmentados: refere-se ao predomínio de neutrófilos de 
tamanho normal com 5 ou mais lobulações nucleares. 
Reflete tempo de trânsito prolongado na circulação sanguínea, e pode ocorrer em 
inflamação crônica, uso de glicocorticóides, ou hiperadrenocorticismo. Também pode 
ocorrer em amostras envelhecidas. 
 
-Plaquetas: 
 
 01–Macroplaquetas: são plaquetas maiores que o normal, com diâmetro 
próximo ao dos eritrócitos. É um achado comum em felinos. A presença de freqüentes 
macroplaquetas em um animal trombocitopênico sugere um aumento da trombopoiese, 
mas também podem estar presentes em animais com doenças mieloproliferativas ou 
mielodisplásicas. Podem estar presentes em animais com contagens de plaquetas 
normais durante a fase de recuperação de trombocitopenias. 
 02- Agregados Plaquetários: trata-se de plaquetas aderidas umas as outras, 
formando grupos de tamanhos variados, visualizados ao microscópio óptico durante a 
hematoscopia. Sua presença impede a correta contagem de plaquetas/μL de sangue, o 
que pode diminuir falsamente a plaquetometria. 
 03-Trombocitose: refere-se ao aumento do número de plaquetas por microlitro 
(μL) de sangue. Em grau leve a moderado é um achado relativamente comum em cães e 
gatos, mas contagens maiores que 1.000.000/μL podem estar associadas a sinais clínicos 
de sangramento ou trombose. Pode ser causada por: aumento da produção; diminuição 
da retirada de plaquetas da circulação (clearance) ou mesmo diminuição do seqüestro 
plaquetário. Uma das causas mais comuns é a contração esplênica (o baço pode 
seqüestrar de 1/4 a 2/3 do total de plaquetas circulantes), causada pela liberação de 
epinefrina em situações de stress (excitação/medo). 
 
 
 
 
 
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Contagem de Reticulócitos 
Introdução 
 A contagem de reticulócitos é muito útil para avaliação das anemias. A taxa de 
liberação de reticulócitos da medula óssea é o melhor indicador da função do 
componente eritróide da medula. 
 A base para a contagem de reticulócitos envolve os eventos na maturação das 
células eitróides. O desenvolvimento dessas células está extremamente relacionado ao 
metabolismo aeróbico e a síntese protéica (ou seja, hemoglobina). À medida que se 
aproxima da fase final de maturação, ocorre degeneração do núcleo, que é expelido da 
célula, as organelas que sustentam esse metabolismo e a síntese protéica são removidas. 
Para a contagem de reticulócitos, utiliza-se um corante para hemácias causando, assim, 
agregação dessas organelas residuais. Isso resulta em material granular aglomerado que 
pode ser visto ao microscópio. Dentre os corantes que podem ser empregados, incluem-
se o novo azul de metileno e azul cresil brilhante. Inicialmente, adicionam-se várias 
gotas de sangue ao corante em um tubo (mesma proporção), este tubo é homogeneizado 
e em seguida incubado por 15 minutos à 37ºC. A partir dessa mistura, prepara-se um 
esfregaço sanguíneo convencional. Contam-se 1000 hemácias, classificando-as como 
reticulócitos ou células normais. E depois de feita a contagem deve-se calcular o valor 
corrigido, que é dado pelo: VG dividido pelo VG médio da espécie e multiplicado pela 
quantidade total de reticulócitos contado. 
Interpretação 
 A contagem de reticulócitos é mais útil para cães e gatos e tem alguma aplicação 
para vacas. Não é utilizado em eqüinos. A faixa de normalidade para mamíferos 
domésticos representa as contagens esperadas quando o hematócrito é normal: 
 -Cães e Gatos: 0 a 60.000 células/µL 
 -Vacas: 0 células/µL-Eqüinos: não liberam reticulócitos. 
 Em anemia, espera-se maior nível de liberação medular de reticulócitos desde 
que a medula responda à anemia. Isso implica nas orientações apresentadas a seguir 
quanto à interpretação da contagem de reticulócitos em relação ao tipo de anemia. 
 -Anemia não-regenerativa com baixíssimo grau de regeneração: 0 a 10.000 
células/µL 
 -Anemia não-regenerativa com grau mínimo de regeneração: 10.000 a 60.000 
células/µL 
 -Anemia regenerativa com liberação discreta a moderada: 60.000 a 200.000 
células/µL 
 
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 -Regeneração máxima: 200.000 a 500.000 células/µL 
Exceção 
 Os gatos representam uma espécie particular de animais, pois têm mais de um 
tipo de reticulócitos (agregados ou pontilhados). 
 Os reticulócitos agregados evoluem para a forma de pontilhado em 
aproximadamente 12 horas. 
 Devido ao curto período de maturação dos reticulócitos agregados, essas células 
são os melhores indicadores de liberação medular ativa. Portanto, apenas os 
reticulócitos agregados são contados em gatos. 
 
Hemostasia 
Introdução: a hemostasia é o mecanismo que mantém a fluidez do sangue pelos vasos. 
Inclui o controle da hemorragia e a dissolução do coágulo, por meio de eventos 
mecânicos e bioquímicos. Didaticamente pode-se dividir em: hemostasia primária, 
hemostasia secundária e hemostasia terciária, embora os três processos estejam inter-
relacionados. 
 -Hemostasia Primária: tem-se vasoconstrição local, adesão e agregação 
plaquetária com conseqüente formação de um tampão plaquetária inicial 
 -Hemostasia Secundária: compreende uma série de reações em cascata cujo 
resultado final é a formação de fibrina a partir do fibrinogênio que confere estabilidade 
ao coágulo. 
 -Hemostasia Terciária: ou também denominada fibrinólise, é ativada na mesma 
ocasião da coagulação, existindo um equilíbrio fisiológico entre as mesmas, onde a 
plasmina atua degradando a fibrina e desfazendo o coágulo formado. 
Avaliação dos Componentes da Hemostasia 
 01-Testes da Hemostasia Primária: 
-Elementos da hemostasia primária: plaquetas, vasos e fator de Von Willebrand 
 
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 01.1-Contagem Total de Plaquetas: a contagem de plaquetas é realizada 
em câmara de Neubauer utilizando-se o líquido de Brecher (oxalato de amônio a 1%) 
como diluente ou em contadores eletrônicos de células mais modernos. 
 
Número de Plaquetas por micolitro nas diferentes espécies domésticas: 
 
 
 
 
 
 
 
*Sangramento espontâneo ocorre em contagens inferiores a 50.000 plaquetas/µl. 
 Mais informações podem ser obtidas pela avaliação do esfregaço sanguíneo, que 
pode mostrar anormalidades de tamanho e morfologia das plaquetas. 
 01.2-Tempo de Sangria: depende da relação entre a estabilidade do 
tampão primário que é formado, a eficiência dos mecanismos vasculares e o estado das 
plaquetas. O teste não diferencia defeitos vasculares, trombocitopenias e alterações da 
função plaquetária (trombocitopatias). Estudos mais recentes sugerem que o tempo de 
sangria é também influenciado pelo hematócrito, mecanismos de coagulação, técnica 
empregada, experiência da pessoa que realiza o exame, temperatura da pele, pressão 
venosa, direção, tempo e profundidade da incisão. 
 Utiliza-se uma lanceta ou lâmina de bisturi para fazer uma incisão de 
aproximadamente 3mm de profundidade na mucosa oral do animal. Existem aparelhos 
descartáveis específicos para a realização deste exame. A cada 30 segundos 
aproximadamente é utilizado um papel de filtro ou gaze para enxugar a gota de sangue 
da incisão, sem tocá-la. O tempo entre a incisão e o estancamento da hemorragia é de no 
máximo 4 a 5 minutos. 
 
-Sangria prolongada: ocorre, dentre outras causas, quando a contagem de 
plaquetas está baixa. O foco, neste caso, deve ser direcionado à elucidação da causa da 
trombocitopenia. 
-Sangria prolongada com contagem de plaquetas normais: pode indicar uma 
alteração de função plaquetária, tanto congênita como adquirida. 
 
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-Outras alterações hemostáticas que podem prolongar o tempo de sangria são as 
anormalidades vasculares, doença de von Willebrand, anemias severas e casos onde a 
parede vascular produza prostaciclinas em excesso, como em insuficiências renais 
crônicas e no uso de drogas antiinflamatórias que alterem a função plaquetária. 
 
 01.3-Teste de Agregação Plaquetária: efeito de vários agentes agregantes como 
o ADP, colágeno, adrenalina, ristocetina e trombina em suspensões de plaquetas são 
usados para a avaliação da função plaquetária quando se tem principalmente, tempo de 
sangria prolongado e contagem de plaquetas normais. O teste baseia-se na mudança da 
densidade óptica de suspensões de plaquetas preparadas a 37ºC e centrifugadas a 
1.000rpm depois da adição de um agente agregante. As concentrações padrões desses 
agentes variam de acordo com a espécie. No geral, baixas doses de ADP causam 
agregação reversível e doses mais altas, uma onda secundária de agregação irreversível. 
Esta última, pode estar anormal ou ausente em pacientes tratados com doses excessivas 
de antiinflamatórios que inibem a cicloxigenase e a via da prostaglandina. Após 4 a 5 
dias da suspensão do uso, a função plaquetária retorna ao normal. A agregação 
plaquetária estimulada pelo colágeno ou suspensões de tecido conectivo resulta na 
aderência das plaquetas às fibras colágenas seguida pela liberação de ADP, provocando 
uma segunda onda de agregação do tipo irreversível. A Ristocetina é um antibiótico que 
induz a agregação plaquetária na presença do fator de von Willebrand. Pacientes com 
deficiência deste fator têm uma resposta anormal ao teste. 
 
 01.4-Teste do Fator de Von Willebrand: a detecção antigênica do fator de von 
Willebrand (FvW) é um método bastante sensível para a avaliação da doença de von 
Willebrand. Uma variedade de métodos é usada como o radioimunoensaio e o teste de 
ELISA. Outro teste importante é o de análise multimérica do FvW, em que o plasma do 
paciente é colocado em gel de agarose e submetido a eletroforese. Este teste permite 
identificar o tipo 2 da doença de von Willebrand. 
 
 01.5-Tempo de Coagulação: o tempo de coagulação é utilizado na avaliação da 
via intrínseca da coagulação, porém é um teste de pouca sensibilidade. Este exame 
avalia o tempo necessário para o estabelecimento completo da coagulação sangüínea O 
tempo de coagulação pode estar prolongado em diversas coagulopatias como: 
deficiência de fibrinogênio, hemofilia A, hemofilia B, doença de Von Willebrand, 
 
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hepatopatia severa, deficiência de vitamina K, trombocitopenia, estágios avançados de 
CID, uremia e na presença de anticoagulantes circulantes. 
 Deve-se preencher 3 tubos (A, B e C) (contendo citrato de sódio – tampa azul) 
com 1ml de sangue e colocá-los em banho-maria a 37ºC. A cada 30 segundos deve-se 
verificar primeiramente o tubo A, e depois deve-se devolvê-lo ao banho-maria, quando 
verificar que o sangue deste tubo coagulou, começa-se a verificar o tubo B da mesma 
maneira, verificar se houve ou não coagulação a cada 30 segundos, até chegar ao tubo 
C, chegando ao tempo total para coagulação do sangue. 
 
Urinálise 
Exame Físico 
 -Cor: a cor da urina normal varia de quase incolor a âmbar intenso. Em geral, a 
primeira urina do dia é a mais concentrada e, desse modo, mais escura. Várias 
anormalidades provocam alteração na cor da urina: hemoglobinúria, mioglobinúria, 
hematúria (todas avermelhadas), hepatopatia – bilirrubinúria (marrom-esverdeado). O 
uso de medicamentos também pode influenciar a cor da urina, por exemplo,anti-
helmínticos fenotiazinas. 
 -Turbidez: o grau de turbidez reflete a quantidade de partículas na urina. 
Normalmente a urina de cães é clara e a de gatos é levemente turva (presença de 
gordura). A urina de eqüinos é muito turva (devido ao muco secretado pelas glândulas 
da pelve renal). Cilíndros, células inflamatórias e cristais podem provocar maior grau de 
turvação. 
 -Densidade: indica uma estimativa do conteúdo de soluto, e é a parte mais 
importante do exame físico da urina. Avalia a capacidade dos túbulos renais em 
concentrar ou diluir a urina e é determinado por refratometria. 
Exame Químico: geralmente é semi quantitativo, utilizando tiras reagentes. 
 -Proteína: a interpretação de proteinúria significativa depende dos achados no 
sedimento urinário. Pode ser um achado secundário à hemorragia, inflamação ou 
degeneração tubular renal. Caso não haja indicadores dessas anormalidades no 
sedimento, provavelmente a proteinúria resulte de lesão glomerular (causa 
extravazamento de proteínas – principalmente albumina). 
 -Glicose: a causa mais comum de glicosúria é o teor de glicose circulante que 
excede o limiar tubular renal de reabsorção de glicose. A hiperglicemia que excede o 
limiar renal pode ser pós-prandial, secundária ao estresse ou reflexo da diabetes melito. 
Degeneração tubular renal pode interferir na reabsorção de glicose (Ex.: nefropatias 
tóxicas por metais pesados ou antibióticos aminoglicosídeos). 
 
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 -Cetonas: as cetonas aparecem na urina quando o grau de cetoacidemia excede o 
limiar renal de absorção da filtração glomerular. Cetoacidemia e cetonúria refletem a 
produção excessiva de cetonas que ocorre quando a taxa de mobilização de gordura 
excede a capacidade metabólica do fígado para oxidar completamente esta gordura. 
Alguns casos de cetonúria não podem ser detectados, pois a fita reagente só detecta 
alguns tipos de corpos cetônicos, mas não o β-hidroxibutírico. 
 -Bilirrubina: a bilirrubina urinária é mais um indicador de enfermidade hepática 
do que doença do sistema urinário. Este teste detecta apenas a bilirrubina conjugada. 
 -Sangue Oculto: quando positivo deve-se à hemorragia no trato urinário, 
hemoglobinúria ou mioglobinúria. Hemorragia pode ser confirmada pelo achado de 
hemácias no sedimento urinário. A hemoglobinúria resulta da intensa hemólise 
intravascular, podendo ser notado manifestação clínica de icterícia e geralmente nota-se 
mioglobinúria quando há grave lesão muscular, com aumento na atividade de enzimas 
musculares (CK, LDH e AST). 
 -pH: normalmente a urina é ácida em carnívoros e alcalina em herbívoros. O pH 
mais elevado em carnívoros deve-se a conversão bacteriana de uréia em amônia 
(cistite). A cistite pode ser confirmada pelo exame do sedimento, verificando leucócitos 
e bactérias. Em ruminantes um pH urinário menor pode ser constatado em casos de 
deslocamento de abomaso, em alcalose, hipocloremia e hipocalemia. 
Exame Microscópico: é o procedimento de maior sensibilidade e é muito útil na 
localização da lesão renal. 
 -Células na Urina: há três tipos principais de células: células epiteliais, 
hemácias e leucócitos. A quantidade de células é influenciada pelo método de coleta de 
urina. 
 -Células Epiteliais: tubulares renais, de transição (bexiga e uretra) e 
escamosas. 
 -Hemácias: o aumento da quantidade de hemácias na urina indica 
hemorragia no trato urinário (sem especificidade). 
 -Leucócitos: o aumento da quantidade de leucócitos na urina indica 
hemorragia ou inflamação do trato urogenital. 
 -Cilíndros: se originam apenas nos túbulos renais. Sempre são anormais, 
independente da quantidade. Há vários tipos de cilindros: eritrocitário, leucocitário, 
epitelial, granular, gorduroso e hialino. 
 -Cristais: podem ser encontrados em urinas normais ou anormais. Alguns tipos 
de cristais são comuns em uma determinada espécie, e é dependente de pH e da dieta. 
 
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 -Microorganismos infecciosos: na urina é possível encontrar bactérias e parasitas 
(microfilária de Dirofilaria immitis, ovos de Capillaria plica, Dioctophyma renales e 
Stephanurus dentatus). 
Exemplos Práticos 
Exame Físico: 
 Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 
Odor Sui generis Sui generis Sui generis 
Cor Amarelado Amarelado-Alaranjado Levemente alaranjado 
Turbidez Límpido Turbidez leve Turbidez moderada 
 
*Tubo 2 (provável hematúria) e tubo 3 (provável hemoglobinúria). 
Exame Químico: 
 Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 
Densidade 1,024 1,021 1,022 
pH 6,0 7,0 8,0 
Proteína - + ++ 
Corpos Cetônicos - - - 
Urobilinogênio normal normal normal 
Bilirrubina - - - 
Sangue Oculto - +++ +++ 
Glicose - - - 
 
Exame Microscópico: 
 Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 
Cristais +++ +++ +++ 
Hemácias 8 - 10 50 - 80 - 
Leucócitos raros 50 - 80 - 
Células raros - 5 - 8 
 
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Bactérias raras +++ ++ 
Cilíndros - - + 
 
Interpretação dos Resultados Observados 
-Amostra 1: exame físico e químico dentro dos padrões normais para a espécie canina. 
Apenas foi constatado a presença de hemácias, poucos leucócitos, células, 
microorganismos (bactérias) e cristais (+++) pela análise do sedimento urinário. Esses 
dados poderiam dar um indício de algum tipo de infecção urinária (cistite), mas como 
não é uma amostra recent, há proliferação de bactérias e essa pequena presença de 
hemácias pode ser normal ou até em virtude do tipo de coleta da urina (cistocentese). 
-Amostra 2: pelo exame físico foi verificado uma leve turbidez e alteração na coloração 
(amarelo-alaranjado). Pelo exame químico, verificou-se alterações no pH (levemente 
aumentado – 7,0), pequena quantidade de proteína (+) e grande quantidade de sangue 
oculto (+++). E pelo exame microscópico do sedimento verificou-se a presença de 
cristais (+++), grande quantidade de hemácias, leucócitos e bactérias (+++). Esses dados 
dão um indício de algum tipo de infecção no trato urinário (cistite, uretrite, pielite, 
pielonefrite, nefrite, entre outras), pela grande presença de bactérias, leucócitos e 
hemácias (em virtude da inflamação), e também pelo aumento do pH. E há uma 
proteinúria do tipo pós-renal provavelmente, porque há uma inflamação no trato 
urinário. 
-Amostra 3: pelo exame físico foi verificado turbidez moderada e alteração na coloração 
(alaranjado). Pelo exame químico verificou-se alterações no pH (moderadamente 
aumentado – 8.0), grande presença de proteína (++) e grande quantidade de sangue 
oculto (+++). E pelo exame microscópico do sedimento foi verificado grande 
quantidade de cristais (+++), quantidade moderada de células, bactérias e cilíndros. 
Esses dados dão um indício de algum tipo de insuficiência renal, pois há moderada 
quantidade de proteína, sangue oculto (hemoglobinúria), células e cilíndros. Essa 
proteinúria pode ser tanto pré-renal (Bence-Jones), indicando um mieloma múltiplo, 
juntamente com a hemoglobinúria, ou uma proteinúria renal, que reside em lesões renais 
que resultem na incapacidade do glomérulo em reter moléculas grandes como as 
proteínas. E juntamente com isso verifica-se a presença de cilindros, que são formados 
por proteínas, as quais passam pelo glomérulo e tomam o formato dos túbulos renais 
que posteriormente rompem-se. 
 
*Em todas as amostras foi verificado a presença de cristais, mas isso pode ser em 
virtude da urina não ser fresca, e ficar armazenada sob refrigeração. Não tendo nenhum 
significado clínico. 
 
 
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Referências Bibliográficas 
THRALL. M.A, et al. Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. 1 Ed. São 
Paulo: Roca, 2007.

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