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Questões de Direito Civil 2 Obrigações

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Direito Civil para o TRT - SC 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi 
Aula - 05 
 
 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 114 
 
 
 
AULA 05: Dos Direitos das Obrigações. 
 
 
 
Olá! Como vão os estudos? 
 
Esperamos que você esteja conseguindo estudar de forma adequada. 
Lembre-se que o sacrifício é momentâneo e quando você visualizar seu 
nome no diário oficial terá a certeza de que todo este esforço valeu a pena. 
Os temas da aula de hoje não são difíceis, mas, assim como ocorreu 
na aula passada, há uma grande carga teórica e o seu estudo pode ser 
um pouco cansativo principalmente devido à grande quantidade de 
informações que você terá pela frente, por isto vá com calma, sem 
afobações e entre em contato conosco em caso de dúvidas. 
O direito patrimonial é dividido em direito das coisas e direito 
das obrigações. 
Na aula de hoje veremos, então, o direito das obrigações, 
explanaremos a seguir sobre o tema e, novamente, nos colocamos à sua 
disposição, para ajudá-lo(a) em caso de dúvidas, por meio dos 
nossos e-mails ou do fórum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Civil para o TRT - SC 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi 
Aula - 05 
 
 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 114 
Sumário 
-Teoria Geral das Obrigações. ................................................................................................................. 3 
-Fontes das Obrigações. .......................................................................................................................... 3 
- Modalidades das obrigações (arts. 233 a 285). .................................................................................... 6 
Das obrigações de dar (obligationes dandi). ....................................................................................... 6 
Das Obrigações de Fazer (obligationes faciendi). ............................................................................. 11 
Das Obrigações de Não Fazer. .......................................................................................................... 12 
- Modalidades de obrigações quanto aos seus elementos. .................................................................. 13 
-Obrigações cumulativas. .................................................................................................................. 13 
- Obrigações alternativas (arts. 252 a 256). ...................................................................................... 14 
Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis ............................................................................................ 15 
Das Obrigações Solidárias (arts. 264 a 285). ......................................................................................... 18 
- Da Solidariedade Ativa (concorrência de credores) ....................................................................... 19 
- Da Solidariedade Passiva (concorrência de devedores) ................................................................. 20 
- Obrigações quanto ao tempo do adimplemento (do cumprimento). ............................................ 22 
- Transmissão das obrigações (arts. 286 a 303). ................................................................................... 23 
- Adimplemento e extinção das obrigações: ......................................................................................... 33 
- Pagamento. ..................................................................................................................................... 33 
- Do Lugar do Pagamento (arts. 327 a 330). ......................................................................................... 40 
- Do Tempo do Pagamento (arts. 331 a 333). ....................................................................................... 41 
Pagamento Indireto. ............................................................................................................................. 44 
Do Pagamento em Consignação ....................................................................................................... 44 
Do Pagamento com Sub-Rogação ..................................................................................................... 46 
Da Imputação do Pagamento ........................................................................................................... 47 
Da Dação em Pagamento .................................................................................................................. 48 
Da Novação ....................................................................................................................................... 49 
Da Compensação .............................................................................................................................. 50 
Da Confusão ...................................................................................................................................... 52 
Da Remissão das Dívidas ................................................................................................................... 52 
- A inexecução das obrigações. ............................................................................................................. 53 
- Do Inadimplemento das Obrigações (arts.389 a 420). ....................................................................... 53 
- Da Mora (arts. 394 a 401) ............................................................................................................... 55 
- Das Perdas e Danos (arts. 402 a 405) ............................................................................................. 58 
- Dos Juros Legais (arts. 406 e 407) ................................................................................................... 59 
- Da Cláusula Penal (arts. 408 a 416). ............................................................................................... 60 
- Das Arras ou Sinal (arts.417 a 420). ................................................................................................ 62 
QUESTÕES E SEUS RESPECTIVOS COMENTÁRIOS ................................................................................. 64 
LISTA DAS QUESTÕES E GABARITO. ...................................................................................................... 98 
Direito Civil para o TRT - SC 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi 
Aula - 05 
 
 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 114 
 
 
-Teoria Geral das Obrigações. 
 
Não cabe, em um curso preparatório para um concurso público, ficar 
divagando muito sobre a teoria geral das obrigações. O assunto é extenso 
e permite uma ampla discussão doutrinária. Deste modo, falaremos o 
básico, aquilo que julgamos necessário para uma boa compreensão da 
matéria, focando o estudo nas obrigações jurídicas encontradas no código 
civil. 
A obrigação, objeto do nosso estudo, é, então, a obrigação jurídica, 
aquela que encontra respaldo em uma lei, mas que estará também 
relacionada a um negócio jurídico, como, por exemplo, um contrato. 
Por ter respaldo legal, esta obrigação está protegida pelo direito e 
tem garantia do Estado, por isto, se não for cumprida (em caso de 
inexecução), haverá consequências de cunho jurídico, trata-se da 
chamada responsabilidade contratual (assunto de outra aula). 
A obrigação estabelece um vínculo jurídico entre sujeitos (pessoas) e 
objeto. É, portanto, uma relação jurídica. Diz-se que esta relação tem 
caráter transitório,uma vez que já nasce com a finalidade de se extinguir 
(normalmente pelo seu cumprimento). 
 
-Fontes das Obrigações. 
 
Investigar as fontes das obrigações é investigar de onde elas 
surgem, quando e como se formam, ou seja, de onde vem o vínculo da 
obrigação. É saber, também, por que certa pessoa (o devedor) passa a ter 
o dever, ou a obrigação, de prestar determinada prestação para a outra (o 
credor). 
No entanto, esta investigação não é tarefa fácil, pois não há 
concordância entre os doutrinadores e, neste sentido, são muitas as 
construções doutrinárias e as soluções legislativas sobre o assunto. 
Nas palavras de Silvio de Salvo Venosa1: “Quer-nos parecer, contudo, 
sem que ocorra total discrepância com o que já foi dito, que a lei será 
sempre fonte imediata de obrigações. Não pode existir obrigação sem 
que a lei, ou em síntese, o ordenamento jurídico a ampare. Todas as demais 
várias figuras que podem dar nascimento a uma obrigação são fontes 
mediatas. São, na realidade, fatos, atos e negócios jurídicos que dão 
margem ao surgimento de obrigações”. (grifos nossos) 
 
1 Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil II, ed. Atlas, 11 ed., pág. 50. 
Direito Civil para o TRT - SC 
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Assim, temos a lei como a primeira fonte das obrigações, fonte 
imediata, sendo as demais classificadas como fontes mediatas. É 
importante destacarmos que o Código Civil de 1916 e o de 2002 não 
possuem um dispositivo específico a respeito das fontes das obrigações, 
porém são reconhecidos como fonte de obrigações: ¹o contrato, ²os atos 
ilícitos e o abuso de direito, ³os atos unilaterais, 4os títulos de crédito. 
O estudo dos atos unilaterais, as declarações unilaterais de vontade, 
como fonte de obrigações, é importante porque o seu inadimplemento (o 
não cumprimento) ocasionará o dever de indenizar, a responsabilidade 
civil. 
 
Os atos unilaterais estão expressamente previstos no CC e são: a 
promessa de recompensa, a gestão de negócios, o pagamento indevido e 
o enriquecimento sem causa. 
 
Promessa de recompensa (arts. 854 a 860): é aquela feita por 
anúncio público, neste momento (quando se torna público) a pessoa que 
promete se obriga a cumprir o que prometeu. 
Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou 
gratificar, a quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai 
obrigação de cumprir o prometido. 
 
Gestão de negócios (arts. 861 a 875): Ocorre quando uma pessoa 
(gestor de negócio) age presumindo o interesse, a vontade, de outra (o 
dono do negócio). Exemplo citado por Maria Helena Diniz é o da pessoa 
que, ao ver a casa do vizinho em risco de inundação, por terem sido 
arrebentados os encanamentos, interfere na situação, corrigindo tais 
problemas, mas efetuando para tanto os gastos indispensáveis ao conserto. 
 
Pagamento indevido (arts. 876 a 883) e enriquecimento sem 
causa (arts. 884 a 886): Segundo Maria Helena Diniz2, “O pagamento 
indevido constitui um caso típico de obrigação de restituir fundada no 
princípio do enriquecimento sem causa, segundo o qual ninguém pode 
enriquecer à custa alheia, sem causa que justifique”. 
 
Após vermos algumas fontes de obrigações e citarmos os atos 
unilaterais, vamos voltar agora ao assunto “obrigação” propriamente dito. 
 
 
2 Maria Helena Diniz, Manual de direito Civil, Saraiva 2011, pág. 282. 
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“Mas o que é afinal uma obrigação para o mundo jurídico?” 
 
Segundo Carlos Roberto Gonçalves3 a obrigação, no estudo do 
direito das obrigações, é empregada em seu sentido mais restrito, pois 
apenas os vínculos de conteúdo patrimonial estarão em sua 
abrangência, trata-se daquela relação direta entre as pessoas (que tem 
como objeto os direitos de natureza pessoal), onde uma pessoa é credora 
(aquela que pode exigir a prestação) e a outra é devedora (aquela que 
tem a incumbência de cumprir a prestação). 
 
E, segundo Flavio Tartuce4: “A obrigação pode ser conceituada como 
a relação jurídica transitória existente entre um sujeito ativo (credor) e 
um sujeito passivo (devedor), tendo como objeto imediato a prestação.” 
Deste modo, direitos de natureza pessoal, também denominados 
direitos de crédito, são aqueles em que há um vínculo entre o chamado 
sujeito ativo (que pode exigir a prestação) e o sujeito passivo (de quem 
se pode exigir o cumprimento da prestação). 
 
 
 
 
 
 
3 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva 2012, 2ª ed., pág. 441. 
4 Em, Costa Machado, Código Civil Interpretado, Manole 2012, 5ª ed., pág. 236. 
Elementos que constituem uma obrigação:
(elemento 
subjetivo) 
sujeitos
ativo
(é para quem a 
prestação é 
devida)
passivo
(é quem deve 
cumprir a 
obrigação)
(elemento 
objetivo) objeto
é o elemento 
material (é a 
própria 
prestação)
vínculo 
obrigacional
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- Modalidades das obrigações (arts. 233 a 285). 
 
 As obrigações, levando em consideração a qualidade da prestação, 
ou seja, quanto ao objeto, serão classificadas em obrigações de dar, 
obrigações de fazer (estas duas são positivas) e obrigações de não fazer 
(esta é obrigação negativa). 
 
 
 
 
 
Das obrigações de dar (obligationes dandi). 
 
A prestação de dar consiste em ¹entregar ou, então, ²restituir algo 
ao credor. Mas o compromisso de entrega da coisa já constitui o que o 
nosso ordenamento jurídico chama obrigação de dar. Como exemplo 
tenha um contrato de compra e venda, o vendedor tem obrigação de dar 
a coisa e o comprador tem a obrigação de dar o preço acordado. 
No direito brasileiro o contrato, por si só, não transfere o domínio, 
visto que apenas gera a obrigação de entregar a coisa alienada, enquanto 
não ocorrer à tradição, a coisa continuará pertencendo ao devedor5. A 
tradição da coisa poderá se dar por entrega ou restituição. Mas o direito 
real, ou seja, a transferência do domínio, ocorrerá somente quando houver 
a tradição (bens móveis) ou quando houver o registro (bens imóveis). 
 
A obrigação de dar subdivide-se em: ¹dar coisa certa (arts. 233 
a 242) e ²dar coisa incerta (arts. 243 a 246). A coisa que se vai entregar 
pode ser certa (determinada) ou, então, incerta (que embora 
indeterminada, será ao menos determinável). 
 
Coisa certa (específica) é coisa que pode ser individualizada, ou 
seja, que possui características próprias que permitem a sua 
individualização. É prestação determinada. Exemplo muito comum é de 
um automóvel. Este possui características que são somente suas e de 
 
5 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva, 2ª ed., pág. 473. 
As obrigações quanto ao objeto, classificam-se em
obrigações de dar obrigações de fazer obrigações de não fazer
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nenhum outro, tais como chassi, motor e placa. Outro exemplo, seria um 
determinado quadro de um artista famoso. 
 
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora 
não mencionados, salvo se o contrário resultar ¹do título ou ²das circunstâncias 
do caso. 
 
Em regra a obrigação principal abrange os seus acessórios, mas 
poderá haver estipulação diferente em contrato ou, então, isto poderá 
ser determinado pelas circunstâncias do caso. Além disso, após assumir 
a obrigação (e até a entrega da coisa) o devedor (que ainda detém a coisa) 
deve ter o cuidado de conservá-la. Isto é o que observamos, por exemplo, 
com relação à compra e venda: 
 
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta 
do vendedor, e os do preço por conta do comprador. 
 
Se a coisa ¹se perder ou ²se deteriorar deve ser avaliado se 
houve ou não culpa do devedor. Havendo culpa do devedor este responde 
também pelas perdas e danos6. (conforme você verá logo à frente) 
 
 
“Professores, mas quando isto ocorrerá sem culpa do devedor?” 
 
A ideia de ausência de culpa estará associada ao caso fortuito e a 
força maior. Estas situações são imprevisíveis, não cabendo 
responsabilização a pessoa se não lhe deu causa. Além disso, a questão da 
prova informará se houve ou não culpa. 
 
Continuando! 
 
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, ¹sem culpa do 
devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica 
resolvida a obrigação para ambas as partes; ²se a perda resultar de culpa do 
devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. 
 
 
6 CC Art. 402. “Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos 
devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu (DANO EMERGENTE), 
o que razoavelmente deixou de lucrar (LUCRO CESSANTE).” (As observações ao texto 
da lei são nossas). 
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Se a coisa se perder (se houver perecimento – perda total da coisa) 
antes da tradição: 
¹Sem culpa do devedor – resolvida a obrigação, sem perdas e danos. 
As partes voltam ao statu quo ante, voltam à situação original. Portanto, 
se o devedor já recebeu o preço pela coisa, este deve ser restituído à 
outra parte. 
²Com culpa do devedor – o devedor responde pelo equivalente (em 
dinheiro) e mais perdas e danos. 
 
 
Art. 235. Deteriorada a coisa, ¹não sendo o devedor culpado, poderá o 
credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que 
perdeu. 
Art. 236. ²Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou 
aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em 
outro caso, indenização das perdas e danos. 
 
Se a coisa se deteriorar (veja que a coisa ainda existe, apenas perdeu 
em parte seu valor – é a perda parcial da coisa) 
¹Sem culpa do devedor – se dá por resolvida a obrigação ou pode o 
credor aceitar a coisa, mas com abatimento do preço. 
²Com culpa do devedor – o devedor reponde pelo equivalente ou pode 
o credor aceitar a coisa, mas nas duas situações caberá indenização das 
perdas e danos. 
 
 
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus 
melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o 
credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. 
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os 
pendentes. 
 
Enquanto a tradição, a transferência de domínio, não ocorrer o 
devedor é o dono da coisa, sendo assim, se forem feitos melhoramentos 
e acréscimos, este poderá exigir aumento do preço, podendo, inclusive, 
resolver a obrigação caso não haja anuência do credor. Pelo §único do art. 
237 temos que os frutos percebidos (aqueles que já foram colhidos) são 
do devedor. Restando para o credor os frutos pendentes (aqueles 
que ainda não foram colhidos), justamente porque estes ainda integram a 
coisa e dela não estão separados. 
 
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Aula - 05 
 
 
 
 
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Com relação ao art. 237, há um termo que a doutrina costuma utilizar 
e que já foi cobrado em concursos públicos, trata-se da palavra “cômodos”. 
Cômodos são vantagens produzidas pela coisa, isto é, seus 
melhoramentos e acrescidos, pertencentes ao devedor, que poderá 
exigir por eles aumento no preço ou a resolução da obrigação, se o credor 
não concordar em pagar o quantum apurado. 
 
 
A obrigação de restituir (é um tipo de obrigação de dar) ocorre 
quando existe uma coisa alheia que está em poder do devedor, sendo que 
esta coisa deverá ser restituída ao seu verdadeiro dono em momento 
oportuno. Isto é o que ocorre, por exemplo, no contrato de comodato. Se 
você possui TV por assinatura, está diante desta obrigação perante a 
prestadora de serviço. Ao final do contrato terá que devolver o aparelho 
receptor (a coisa está em seu poder por estipulação contratual, comodato, 
no entanto não é de sua propriedade). Nestes casos, se não houver 
culpa o prejudicado será o credor. Vamos às situações possíveis: 
 
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, ¹sem culpa do 
devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação 
se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. 
Art. 239. Se a coisa se perder ²por culpa do devedor, responderá este pelo 
equivalente, mais perdas e danos. 
 
Se a coisa se perder (se houver perecimento – perda total da coisa) 
antes da tradição: 
¹Sem culpa do devedor – o credor sofre a perda e a obrigação se 
resolve. A ressalva diz respeito a se já tiver começado a correr o período 
de mora do devedor, 
²Com culpa do devedor – o devedor responde pelo equivalente mais 
perdas e danos. 
 
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar ¹sem culpa do devedor, recebê-
la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se ²por culpa do 
devedor, observar-se-á o disposto no art. 239. 
 
Se a coisa se deteriorar (novamente destacamos, a coisa ainda existe, 
apenas perdeu em parte seu valor – é perda parcial da coisa) 
¹Sem culpa do devedor – o credor recebe a coisa tal qual se ache. 
²Com culpa do devedor – o devedor responde pelo equivalente mais 
perdas e danos. 
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Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à 
coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de 
indenização. 
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho 
ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às 
benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. 
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, 
o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. 
 
Uma observação importante: não se pode entregar coisa diversa, 
mesmo que seja mais valiosa (art. 313). Se a obrigação é de coisa certa, a 
troca da coisa, se consentida pelas partes, implica a chamada novação 
objetiva (modifica-se a obrigação). Lembre-se que a convenção é lei entre 
as partes. 
 
Na obrigaçãode dar coisa incerta (genérica), diferentemente do 
que ocorre na prestação anterior, o objeto não é individualizado, mas sim 
genérico. Determina-se apenas o gênero e a quantidade (por sinal, estes 
são requisitos mínimos necessários, porque a coisa, embora seja 
indeterminada, deverá ser ao menos determinável, não se trata de uma 
indeterminação absoluta) a determinação da qualidade será decidida 
quando da entrega da coisa. 
Exemplos: 10kg (quantidade) de arroz (gênero), 30 (quantidade) 
canetas (gênero), 55 litros de água. (veja que sempre sem especificar a 
sua qualidade, falta a sua individualização) 
 
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela 
quantidade. 
 
Quando da escolha da coisa ocorrerá a sua individualização e o que 
até então era apenas determinável passará a ser determinado. Esta 
escolha em regra caberá ao devedor, mas poderá ser do credor se o 
contrato assim estipular. 
No entanto, quando da escolha (ato que também pode se denominar 
concentração), o devedor não poderá dar coisa pior nem ser obrigado a 
dar coisa melhor (art.244). Outro ponto importante é que a alegação da 
perda ou da deterioração da coisa somente poderá ocorrer depois da 
escolha, estando assim já individualizada. 
 
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha 
pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; 
mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. 
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Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção 
antecedente. 
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou 
deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. 
 
 
Uma informação importante é a que diz respeito à obrigação 
pecuniária. Obrigação pecuniária é uma espécie de obrigação de dar, 
mas o cumprimento da obrigação ocorre com o pagamento em dinheiro. 
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda 
corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes. 
Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda 
estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da 
moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial. 
 
 
Das Obrigações de Fazer (obligationes faciendi). 
 
A obrigação de fazer está relacionada a atos positivos ou 
prestação de serviços, consiste na confecção de algo (é claro que esta 
coisa, em determinados casos, deverá posteriormente ser entregue, mas 
isto não tira a qualificação de obrigação de fazer). A doutrina tem colocado 
três tipos de obrigação de fazer: a ¹personalíssima (ou infungível); a 
²impessoal (ou fungível); e ³a que consiste em emitir declaração de 
vontade. 
 
¹A personalíssima (intuitu personae, infungível) é aquela que, ¹por 
convenção contratual ou ²por qualificações da pessoa, só pode ser realizada 
pessoalmente pelo devedor; 
²a impessoal (fungível) é aquela em que não há exigências, podendo o 
serviço ser realizado por terceiro; e 
³a consistente em emitir declaração de vontade, que deriva de um 
contrato preliminar. 
 
Se a prestação for personalíssima (infungível), o inadimplemento 
(o seu descumprimento) pode acarretar indenização por perdas e danos 
(art.247). 
 
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que 
recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível. 
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Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível ¹sem culpa do 
devedor, resolver-se-á a obrigação; se ²por culpa dele, responderá por perdas 
e danos. 
No artigo 248, “Se a prestação do fato tornar-se impossível”, 
novamente devemos analisar se houve ou não culpa do devedor, isto 
quando a prestação se tornar impossível: 
¹Sem culpa do devedor – resolve-se a obrigação, sem perdas e danos. 
²Por culpa do devedor – o devedor responde por perdas e danos. 
 
O art. 249 traz a possibilidade de a prestação ser executada por 
terceiro, se assim for possível (obrigação impessoal, fungível), e à custa 
do devedor, quando houver recusa ou mora (atraso) por parte deste. Além 
disso, poderá ser devida indenização. 
 
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor 
mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem 
prejuízo da indenização cabível. 
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de 
autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. 
 
 
Das Obrigações de Não Fazer. 
 
 Agora estamos diante de uma obrigação negativa, o não fazer, é 
o ato de se abster. Nesta situação é preciso que você tenha o 
entendimento de que a pessoa poderia livremente praticar o ato, mas não 
o pratica porque está obrigada a não praticá-lo. Se praticar o ato 
caracteriza-se o inadimplemento. 
 
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do 
devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não 
praticar. 
 
O artigo seguinte, traz a situação do inadimplemento: 
 
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o 
credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, 
ressarcindo o culpado perdas e danos. 
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Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar 
desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do 
ressarcimento devido. 
 
- Modalidades de obrigações quanto aos seus elementos. 
 
Você acabou de ver os tipos de prestação (dar, fazer, não fazer). 
Observando o número de prestações teremos o seguinte: quando a 
prestação for única teremos uma obrigação simples, como, por exemplo, 
quando uma pessoa se obriga a entregar a outra um cavalo; em 
contrapartida, se houver mais de uma prestação, estaremos diante de 
uma obrigação denominada complexa ou composta. 
Nas duas situações acima estamos analisando as obrigações quanto 
aos seus elementos. De acordo com esta classificação as obrigações 
poderão, então, ser: ¹simples ou ²compostas (sendo estas subdivididas em 
cumulativas, alternativas e solidárias). 
 
Você pode perceber que obrigações compostas envolvem uma 
pluralidade, esta pluralidade poderá ser tanto de objetos quanto de 
sujeitos. 
 
Pluralidade de objetos: ¹obrigações cumulativas e ²obrigações 
alternativas. 
Pluralidade de sujeitos: ¹sem solidariedade e ²obrigações solidárias. 
 
Quanto à pluralidade de objetos: 
 
-Obrigações cumulativas. 
 
Há, nas obrigações cumulativas, pluralidade de objetos. Por 
exemplo, entregar um carro e um apartamento. Neste tipo de obrigação o 
cumprimento deve ser num todo, ou seja, os dois objetos devem ser 
entregues. Se isto não ocorrer o inadimplemento (o descumprimento da 
obrigação) será tido como total. Motivo desta afirmação já utilizada por 
uma banca de concursos: A obrigação cumulativa é a obrigação 
consistente em um vínculo jurídico pelo qual o devedor se compromete a 
realizar diversas prestações, de tal modo que não se considerará 
cumpridaa obrigação até a execução de todas as prestações 
prometidas, sem exclusão de uma só. 
 
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- Obrigações alternativas (arts. 252 a 256). 
 
Como o próprio nome já diz, nestas obrigações há opção de 
escolha, que em regra caberá ao devedor. Entrega-se uma coisa ou 
outra, ou seja, pode-se entregar uma das coisas entre as opções 
acordadas (art. 252). No entanto deve ficar claro que não pode o devedor 
entregar apenas parte de uma e parte de outra (art. 252 §1º). 
 
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra 
coisa não se estipulou. 
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e 
parte em outra. 
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção 
poderá ser exercida em cada período. 
 
Importante: o que está expresso neste parágrafo é o que se denomina 
jus variandi, trata-se da faculdade de escolha de prestação sucessiva em 
obrigações alternativas. 
 
Se as prestações forem periódicas a escolha, pela prestação “A” ou pela 
prestação “B”, poderá ser feita a cada período (jus variandi). 
 
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre 
eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. 
 
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder 
exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. 
 
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se 
tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra. 
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das 
prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar 
o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o 
caso determinar. 
 
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se 
impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação 
obrigação 
alternativa
EM REGRA o 
DEVEDOR pode 
escolher entre
cumprir prestação "A"
cumprir prestação "B"
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subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, 
ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor 
de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. 
 
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do 
devedor, extinguir-se-á a obrigação. 
 
 
IMPORTANTE: 
Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis 
 
O entendimento dos conceitos de obrigações divisíveis e de 
obrigações indivisíveis é muito importante, porque o fato de ser a obrigação 
divisível ou indivisível trará repercussões no mundo dos negócios jurídicos. 
Tal assunto está relacionado à pluralidade de sujeitos. Assim fala o art. 
257: 
 
Art. 257. Havendo ¹mais de um devedor ou ²mais de um credor em 
obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e 
distintas, quantos os credores ou devedores. 
 
A obrigação “A” presume-se dividida. 
 
Se a obrigação é divisível presume-se 
dividida em tantas obrigações quanto 
forem necessárias para cada credor 
ou devedor existente. 
(na representação ao lado é como se 
existissem três obrigações, uma para 
cada credor ou devedor – é uma 
presunção) 
 
 
 
Na obrigação divisível a resolução de problemas é mais “simples”, 
porque cada um dos coobrigados tem a sua quota parte de 
responsabilidade. A obrigação é rateada entre as partes. 
 
O princípio concursu partes fiunt (as partes se dividem pelos 
sujeitos) refere-se à presunção legal de que se houver pluralidade de 
sujeitos, sendo mais de um credor ou mais de um devedor, o objeto da 
obrigação 
"A2"
Origação 
"A3"
obrigação 
"A1"
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prestação poderá ser dividido ou fracionado em parcelas iguais e distintas 
de devedores e credores. 
 
Haverá, no entanto, duas exceções com relação à prestação 
demonstrada acima: ¹a indivisibilidade (que será vista a seguir, no art. 
258) e ²a solidariedade (que é detalhada nos arts. 264 a 285) 
 
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa 
ou um fato não suscetíveis de divisão, ¹por sua natureza, ²por motivo de 
ordem econômica, ou ³dada a razão determinante do negócio jurídico. 
 
 
A Obrigação é indivisível, pois a ¹coisa ou 
o ²fato não são susceptíveis de divisão. 
Exemplos de obrigações indivisíveis: a 
entrega de um carro, a entrega de um 
determinado animal. 
 
 
IMPORTANTE: Se a obrigação, por algum motivo, for convertida em 
uma obrigação pecuniária, não se deve falar mais em obrigação 
indivisível, pois a prestação em dinheiro tem como característica a 
possibilidade de divisão. 
 
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, 
cada um será obrigado pela dívida toda. 
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor 
em relação aos outros coobrigados. 
 
Na obrigação indivisível, como já falado, cada devedor é obrigado 
pela dívida toda. E ainda temos a situação do § único, exemplificada a 
seguir: Se João, Paulo e Vitor são devedores coobrigados da obrigação “X”, 
cada um responde pela dívida toda. Se João, por exemplo, pagar a dívida 
sub-roga-se no direito do credor com relação aos outros. 
 
Da pluralidade de credores (Nos artigos seguintes não há solidariedade 
ativa, apenas a pluralidade de credores. A solidariedade será explicada 
mais à frente). 
 
sempre considerada 
obrigação única 
(indivisível), 
independentemente 
do número de 
credores ou 
devedores
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Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a 
dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: 
I - a todos conjuntamente; 
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores. 
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um 
dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no 
total. 
 
 
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta 
para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor 
remitente. 
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, 
compensação ou confusão. 
 
No caso de negociações (como no caso de remissão – perdão da 
dívida) por parte de um dos credores, por exemplo, do credor “A”, os 
demais poderão exigir a prestação, mas deverá ser descontada a parte 
que cabia ao credor “A”. Aqui há uma particularidade, conforme exemplo 
dado por Clóvis Beviláqua7, se a obrigação fosse um Cavalo que custa R$ 
30.000 sendo que “A” remitiu a dívida. “B” e “C” somente podem exigir a 
entrega do cavalo se pagarem os R$ 10.000 ao devedor. 
 
 
7 Em Carlos Roberto Gonçalves, DireitoCivil Esquematizado, Saraiva, 2ª ed., pág. 510. 
Pagando a todos credores 
conjuntamente 
( neste exemplo "A", "B", "C")
há desobrigação quanto a 
"A"
há desobrigação quanto a "B"
há desobrigação quanto a "C"
Pagando somente a um deles (neste 
exemplo, ao credor "A")
credor "A" recebe o 
pagamento e dá caução de 
ratificação dos credores "B" e 
"C"
Ao credor "B" assiste o 
direito de exigir em dinheiro 
a parte que lhe caiba
Ao credor "C" assiste o 
direito de exigir em dinheiro 
a parte que lhe caiba
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Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em 
perdas e danos. 
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, 
responderão todos por partes iguais. 
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse 
pelas perdas e danos. 
 
Das Obrigações Solidárias (arts. 264 a 285). 
 
A solidariedade ocorre quando há ¹mais de um sujeito ativo ou ²mais 
de um sujeito passivo ou, então, ³pluralidade de ambos. Na solidariedade 
não se trata de uma simples pluralidade de sujeitos, porque o direito 
(dos credores) ou a obrigação (dos devedores) nestes casos é pelo total 
da dívida. Na realidade é como se existisse um único credor ou um 
único devedor, no primeiro caso, qualquer um poderá exigir a dívida, já 
no segundo caso, de qualquer um poderá ser exigida a dívida. 
 
 
 
 
A solidariedade se aproxima muito da 
obrigação indivisível, mas com esta, no 
entanto, não se confunde. 
 
 
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de 
um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida 
toda. 
 
Na solidariedade não há fracionamento. São dois os tipos de 
solidariedade possíveis: 
 
Concorrência de credores (solidariedade ativa) - cada um tem o direito 
de exigir a dívida toda. 
Concorrência dos devedores (solidariedade passiva) - cada um tem a 
obrigação de cumprir a dívida toda. 
 
Na solidariedade 
ativa é como se 
existisse um único 
credor, já na 
solidariedade passiva 
é como se existisse 
um único devedor. 
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IMPORTANTÍSSIMO: 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das 
partes. 
 
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos cocredores 
ou codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o 
outro. 
 
 
- Da Solidariedade Ativa (concorrência de credores) 
 
Solidariedade ativa é aquela em que há credores solidários. 
 
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o 
cumprimento da prestação por inteiro. 
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor 
comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. 
 
O devedor pode escolher a quem dos credores solidários pagar, desde 
que ainda não tenha sido cobrado por nenhum deles. (Enquanto não for 
cobrado por algum dos credores, pode pagar a qualquer um). 
 
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até 
o montante do que foi pago. 
 
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada 
um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que 
corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. 
Neste caso, em regra, a solidariedade não passa aos herdeiros, cada um 
poderá exigir apenas a sua parte. A exceção é no caso de obrigações 
indivisíveis, onde a solidariedade permanece. 
 
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos 
os efeitos, a solidariedade. 
 
Diferentemente do que ocorreu na obrigação indivisível que perdeu a 
sua qualidade quando resolvida em perdas e danos, a solidariedade se 
mantém mesmo quando a prestação é convertida em perdas e 
danos. 
 
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Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento 
responderá aos outros pela parte que lhes caiba. 
Veja que na relação interna (entre os credores solidários) a dívida pode ser 
fracionada. Se um credor perdoar a dívida ou receber o pagamento, terá 
este que dar aos outros credores a parte que lhes caiba. 
 
 
 
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções 
pessoais oponíveis aos outros. 
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os 
demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em 
exceção pessoal ao credor que o obteve. 
 
Veja que estamos falando de solidariedade ativa (credores solidários). 
 
Uma observação importante: o que acontece com a obrigação solidaria se 
um dos credores vier a se tornar incapaz? Com relação à solidariedade este 
fato não trará repercussão alguma. Permanece a solidariedade. 
 
- Da Solidariedade Passiva (concorrência de devedores) 
 
De qualquer dos devedores poderá o credor exigir a prestação: 
 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos 
devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido 
parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo 
resto. 
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de 
ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores. 
Na solidariedade ativa (concorrência de credores)
Se o credor "A" ¹perdoa a dívida ou ²recebe o pagamento, responderá aos 
outros credores pela parte que lhes caiba 
(neste modelo aos credores "B" e "C")
O credor "B" deverá receber de "A" a parte que lhe caiba
O credor "C" deverá receber de "A" a parte que lhe caiba
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Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum 
destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão 
hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão 
considerados como um devedor solidário em relação aos demais 
devedores. 
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele 
obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da 
quantia paga ou relevada. 
 
Exemplo: Se haviam três devedores solidários, se a dívida era de 
R$30 e se foi perdoado o pagamento de R$10 a um dos devedores 
(remissão da dívida). Permanece a dívida de R$20 e a solidariedade dos 
demais, estes somente serão beneficiados em relação à cota já paga ou 
perdoada. 
 
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um 
dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros 
sem consentimento destes. 
 
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores 
solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas 
perdas e danos só responde o culpado. 
 
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a 
açãotenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos 
outros pela obrigação acrescida. 
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe 
forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções 
pessoais a outro codevedor. 
 
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns 
ou de todos os devedores. 
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, 
subsistirá a dos demais. 
 
O credor neste caso não está remitindo (perdoando) a dívida, 
apenas está renunciado à solidariedade, mas não poderá reclamar aa 
obrigação como anteriormente. O que ocorre é o seguinte: imagine uma 
dívida de R$ 30.000 com três devedores solidários “A”, ”B” e ”C”. Se o 
credor renunciar a solidariedade em favor de “A”, poderá somente reclamar 
de "A" o valor de R$ 10.000,00, sendo que "B" e "C" continuarão 
respondendo solidariamente por R$ 20.000,00. 
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Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de 
cada um dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do 
insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os 
codevedores. 
 
Art. 284. No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também os 
exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia 
ao insolvente. 
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, 
responderá este por toda ela para com aquele que pagar. 
 
Importante você observar que tanto na solidariedade como na 
indivisibilidade, ante a pluralidade subjetiva, cada credor pode exigir a 
dívida inteira e cada devedor está obrigado pelo débito todo. O credor que 
receber responderá pela parte dos demais e o devedor que pagar terá 
direito de regresso contra os outros. 
 
- Obrigações quanto ao tempo do adimplemento (do cumprimento). 
De execução ¹instantânea, ²diferida e ³continuada. 
 
Obrigação de execução instantânea (ou momentânea) é aquela que 
em um só ato já está consumada, se constitui a obrigação e no momento 
seguinte esta já é cumprida. Exemplo: A compra à vista com a entrega 
da coisa no instante seguinte. 
 
Obrigação de execução diferida é aquela que ocorre, também, em um 
só ato, mas a obrigação não é cumprida no momento seguinte, mas sim 
em momento futuro. Exemplo: A compra à vista em que a entrega é feita 
em momento futuro. 
 
Obrigação de duração continuada (periódica ou de trato sucessivo) 
é aquela que não se cumpre em um só ato e que ocorre por meio de atos 
reiterados. Exemplos: A compra e venda a prazo (haverá prestações 
periódicas), o fornecimento de determinada mercadoria em prestações 
periódicas. 
 
Vamos começar agora outro ponto importante do edital: a transmissão das 
obrigações. 
 
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- Transmissão das obrigações (arts. 286 a 303). 
 
A transmissão, seja ela de direitos ou de obrigações, pode verificar-
se tanto por causa de morte, como por atos entre vivos. A transmissão que 
se dá com a morte é disciplinada e mais bem estudada no direito das 
sucessões. A transmissão que julgamos ser mais importante para 
analisarmos, neste momento, é aquela realizada pela vontade das 
partes. 
Veja que a obrigação faz parte do patrimônio do credor, por 
consequência, este credor, se quiser, poderá transmiti-la. A mudança da 
figura do credor é o que se chama cessão de crédito. 
 
“Mas o que vem a ser cessão?” 
 
De acordo com Maria Helena Diniz8: “O ato determinante de 
transmissibilidade das obrigações designa-se cessão, que vem a ser a 
transferência negocial, a título gratuito ou oneroso, de um direito, de um 
dever, de uma ação ou de um complexo de direitos, deveres e bens, com 
conteúdo predominantemente obrigatório, de modo que o adquirente 
(cessionário) exerça posição jurídica idêntica à do antecessor (cedente)”. 
 
Cessão é, então, transferência negocial. Neste tipo de negócio teremos a 
presença de três envolvidos: ¹o cedente; o cessionário; e aquele que é 
cedido. 
 
Como espécies de cessão temos: a ¹cessão de crédito; a ²cessão de 
débito; e a ³cessão de contrato (este último tipo de cessão é menos 
cobrado em concursos). 
 
Vamos analisar cada uma delas: 
 
A cessão de crédito (arts. 286 a 298) enfoca a substituição, por 
ato entre vivos, da figura do credor e isto independentemente do 
consenso do devedor. O crédito, como parte integrante de um 
patrimônio, possui um valor econômico e, sendo assim, é algo que pode 
ser transmitido, tanto de forma onerosa como gratuita. 
Na cessão de crédito temos como figuras do negócio (ou partes 
envolvidas): o cedente (aquele que vende o direito), o cessionário (que 
adquire o direito) e o cedido (que é o devedor original, que deve cumprir 
 
8 Maria Helena Diniz, Manual de direito Civil, Saraiva 2011. 
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com a obrigação de pagar a dívida, agora para outra pessoa). O cedido não 
participa ativamente do negócio, mas, como você verá logo a frente, ele 
precisa ser notificado. 
Na cessão de crédito, este é transferido tal como foi contratado, o 
que se modifica é a pessoa que irá cobrar a obrigação. De um modo 
geral a cessão de crédito é permitida, mas atente para o art. 286: 
 
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser ¹a 
natureza da obrigação, ²a lei, ou ³a convenção com o devedor; a cláusula 
proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não 
constar do instrumento da obrigação. 
 
O próprio contrato pode proibir a cessão de crédito (cláusula 
proibitiva da cessão), mas para que isso se torne eficaz perante 
terceiros de boa-fé, a cláusula deve constar no instrumento de obrigação, 
ou seja, no próprio contrato. Em todos os casos, deve-se verificar se o 
terceiro, que está comprando o crédito, teve conhecimento da cláusula 
impeditiva. Se não teve conhecimento, a cessão de crédito poderá ser 
válida, mesmo perante a cláusula impeditiva. 
Também, é importante destacar que deve estar presente a 
possibilidade jurídica para a transmissão do crédito, pois as obrigações 
personalíssimas, por sua natureza, não admitem cessão. 
 
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-
se todos os seus acessórios. 
 
Veja então que, em regra, a cessão de um crédito abrange todos os 
seus acessórios, mas esta regra comporta exceção. Basta que exista 
disposição a esse respeito. 
 
A cessão de crédito pode ser ainda: 
 
 ¹Gratuita ou ²onerosa, conforme ela se realize com ou sem 
pagamento por parte do cessionário. 
 
 ¹Total ou ²parcial, pois o cedente pode transferir todo o 
crédito ou, então, somente uma parte, resguardando para si o 
resto. 
 
 ¹Convencional, ²legal ou ³judicial. Convencional é quando 
decorre da vontade livre e espontânea entre o cedente e o 
cessionário. Legal é decorrente de lei, pois existem casos em 
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que a própria lei prevê esta cessão. Judicial é a que decorre de 
sentença judicial, como por exemplo, nos casos de sucessão 
onde haverá a partilha dos bens. Como os créditos também são 
bens, estes vão ser transferidos para os herdeiros. 
 
 Pode ser ¹pro soluto, quando, com a transferência, o cedente 
deixa de ter responsabilidade pelo pagamento do crédito, pela 
solvência do devedor, mas continua responsável pela sua 
existência; ou ²pro solvendo, quando o cedente continua 
responsável pelo pagamento, caso o cedido ou devedor não o 
faça. 
 
Já foi afirmação de prova, mas de outra banca: “Na cessão pro soluto 
do crédito, o cedente não responde pela solvência do devedor, mas apenas 
pela existência do crédito”. 
 
Embora a cessão de crédito seja um negócio jurídico não solene 
(ou consensual), pois não depende de forma determinada, convém que 
a cessão seja feita por escrito, pois assim terá validade contra 
terceiros9. 
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, 
se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular 
revestido das solenidades do § 1o do art. 654. 
(Art. 654, § 1º. O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde 
foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da 
outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos). 
 
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar 
a cessão no registro do imóvel. 
 
Trata-se de garantia para o cessionário, pois com esta atitude – 
de averbação na escritura do imóvel no registro de imóveis, o ato de cessão 
gera efeitos contra todos (erga omnes). 
 
No art. 290 temos a informação quanto à necessidade de notificação 
do devedor. 
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão 
quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito 
público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. 
 
9 Esses “terceiros” citados no texto da lei devem ter interesse no patrimônio das partes. 
Não podendo ser qualquer pessoa. 
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Assim, a cessão de crédito não está condicionada a aceitação 
do devedor, mas ele deve ser notificado de quem é o credor da 
obrigação, para poder efetuar o pagamento. Esta notificação ao devedor 
pode ser feita tanto pelo cedente (aquele que está cedendo) como pelo 
cessionário (aquele que está adquirindo o direito). 
Como dito anteriormente, a cessão prescinde (não precisa) de 
autorização do devedor, que dela, apenas, deve ter ciência. O devedor não 
faz parte diretamente do negócio jurídico que é a cessão de crédito. 
Se a cessão foi desmembrada, e existirem vários credores, o 
devedor deve ser informado de tal situação e esta não deve lhe gerar 
maiores gastos, ou seja, sua situação não poderá ser agravada sem 
sua concordância. 
 
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se 
completar com a tradição do título do crédito cedido. 
 
Esta situação irá ocorrer, quando o crédito for vendido várias vezes, 
para diferentes pessoas. Nestes casos não está obrigado o devedor a 
procurar o último cessionário para fazer o pagamento. De acordo com o 
artigo, ele pagará ao cessionário que lhe apresentar o título do crédito 
cedido. Se isso vier a causar algum dano para os demais cessionários, será 
resolvido entre eles. 
 
O art. 294 fala das exceções (das defesas que dispõe o devedor), e 
diz assim: 
 
Art. 294 O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe 
competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento 
da cessão, tinha contra o cedente. 
 
Desse modo, se o devedor podia em sua defesa, por exemplo, alegar 
erro ou, então, dolo contra o cedente, também poderá fazê-lo contra o 
cessionário. Isso se dá, porque o crédito se transfere com as mesmas 
características que possuía originariamente. 
 
A responsabilidade do cedido é cumprir com a obrigação. Já a 
reponsabilidade do cedente, nas cessões a título oneroso, ainda que não 
se responsabilize pelo cumprimento da obrigação, está na existência do 
crédito ao tempo da cessão. Isto também é valido nas cessões a título 
gratuito, se o cedente agiu de má-fé. É o que diz o art. 295: 
 
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Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se 
responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo 
em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por 
título gratuito, se tiver procedido de má-fé. 
 
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela 
solvência10 do devedor. 
 
O cedente, em regra, assume apenas obrigação de garantia e 
existência do credito, mas veja que é verdadeira a informação: “O 
cedente pode responder pela solvência do devedor”, basta que haja 
estipulação neste sentido (convencionada entre as partes). O artigo 297 
continua: 
 
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, 
não responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; 
mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver 
feito com a cobrança. 
 
Se as partes convencionaram a responsabilidade do cedente, este 
não pode ser responsabilizado por mais do recebeu, respeitando o que foi 
dito no art. 297. 
 
Finalizando o assunto cessão de crédito, temos o art. 298: 
 
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor 
que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo 
notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos 
de terceiro. 
 
A cessão de débito (ou assunção de dívida), que não ocorre sem 
a anuência do credor, de acordo com Maria Helena Diniz é um negócio 
jurídico bilateral, pelo qual o devedor será o cedente e, com anuência 
expressa do credor (será o cedido), transfere a um terceiro (assuntor ou 
cessionário) os encargos obrigacionais, de modo que este assume sua 
posição na relação obrigacional, substituindo-o, responsabilizando-se pela 
dívida, que subsiste com todos os seus acessórios. Vamos colocar na 
prática, veja o exemplo abaixo: 
 
 
10 Solvência é a situação econômica positiva, quando os haveres superam, em valores, 
às dívidas. 
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¹João deve pra ²Otávio. Surge, na relação obrigacional, a figura de 
³Paulo, um terceiro, que será o assuntor ou cessionário. 
³Paulo assume a obrigação, que era de ¹João (devedor primitivo), 
perante ²Otávio (credor). 
 
No código civil, o conceito para a assunção de dívida está no art. 299. 
É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o 
consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, 
salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. 
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para queconsinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. 
 
 Do que foi dito acima, podemos extrair os pressupostos da cessão de 
débito: 
 
 Existência e validade da obrigação transferida. 
 Substituição do devedor sem alteração na substância do vínculo 
obrigacional, salvo se o novo devedor, ao tempo da assunção da 
dívida, era insolvente e o credor ignorava. 
 Concordância expressa do credor. 
 Observância dos requisitos relacionados para os negócios jurídicos. 
 
A assunção pode ¹liberar o devedor primitivo, ou ²mantê-lo ligado 
ainda à obrigação. Trata-se de uma opção das partes, uma escolha do 
credor. 
Entretanto, o art. 300 nos diz: 
Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, 
a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente 
dadas ao credor. 
 
“O que isto expresso no art. 300 quer dizer?” 
 
O fiador, por exemplo, não é obrigado a garantir um devedor que não 
conhece, que não confie. A ideia é no sentido de que as garantias ditas 
especiais não permanecerão com a assunção se não houver menção 
expressa a este respeito. No entanto, permanecem as garantias dadas pelo 
devedor primitivo ligadas a sua pessoa. 
 
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Quanto as suas características a cessão de débito: ¹possui natureza 
contratual; ²se o negócio exigir forma especial, assim deverá ser feito, caso 
contrário à forma é livre; ³os vícios possíveis são os dos negócios jurídicos 
em geral. 
 
Importante 
A assunção de dívida (cessão de débito) pode se dar através de dois 
modos: ¹por acordo entre o terceiro e o credor (expromissão); ou ²por 
acordo entre o terceiro e o devedor (delegação). 
 
 Expromissão é quando o terceiro contrai perante o credor a 
obrigação de liquidar o débito. O acordo é entre o terceiro e o 
credor. Esta expromissão pode ocorrer com a liberação do 
devedor – assunção perfeita, ou manter-se o devedor 
cumulativamente responsável pela obrigação – assunção de 
débito imperfeita. 
 Delegação, se o devedor transferir a terceiro, com a 
anuência do credor, o débito com este contraído. Subdivide-se 
em: primitiva, se o terceiro assumir toda a dívida, excluído o 
devedor original; e simples ou cumulativa, se o terceiro 
entrar na relação obrigacional unindo-se ao devedor primitivo, 
que continuará vinculado. 
 
De todo modo, o principal efeito da assunção é a substituição do 
devedor na relação obrigacional. 
 
Os artigos 301 e 302 apresentam outros efeitos da assunção: 
 
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o 
débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, 
exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação. 
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que 
competiam ao devedor primitivo. 
 
 Assim, na falta de estipulação expressa, as exceções (defesas) 
oponíveis pelo primitivo transferem-se ao terceiro, salvo as exceções 
pessoais. 
 
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o 
pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta 
dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento. 
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Pois quem adquire um imóvel que está hipotecado, na maioria das 
vezes, absorve no preço o valor da hipoteca e se assume a dívida a partir 
daquele momento. Se o credor, notificado da mudança e da assunção da 
dívida, não se manifestar no prazo estabelecido pela lei, dá-se o seu 
assentimento. 
 
 A cessão da posição contratual (próximo ponto que será visto) não 
tem sido muito cobrada em concursos. De todo modo, é bom que você 
tenha uma visão geral acerca do assunto, por isto incluímos na aula. 
 
A cessão de posição contratual é a transferência da inteira posição 
ativa e passiva, do conjunto de direitos e obrigações de que é titular uma 
pessoa, derivados de contrato bilateral já ultimado, mas de execução ainda 
não concluída. 
Nesse negócio, vamos ver que uma das partes (cedente), com o 
consentimento do outro contratante (cedido), transfere sua posição no 
contrato a um terceiro (cessionário). Para que não ocorra confusão com a 
terminologia, chama-se o contrato original de contrato base. 
Vimos que na cessão de crédito substitui-se uma das partes na 
obrigação, apenas do lado ativo e em um único aspecto da relação jurídica. 
O mesmo acontecendo na assunção de dívida. Entretanto, ao transferir uma 
posição contratual, transfere-se todo um conjunto de direitos e 
deveres, consequentemente, transfere-se o crédito e também o débito, 
isto não como contrato principal, mas como parte, como elemento do 
negócio jurídico. 
A cessão de posição contratual possui como objeto a substituição de 
uma das partes no contrato, o qual objetivamente permanecerá o mesmo. 
Assim, a cessão de todos os créditos e de todas as pretensões presentes e 
futuras e a assunção de todas as dívidas não esgota o conteúdo jurídico do 
tema em estudo. Ou seja, o negócio jurídico básico, ultrapassa o somatório 
dos direitos transferidos. O que se transfere é uma relação jurídica 
fundamental, e não a soma de créditos e débitos. 
A cessão de posição contratual situa-se basicamente nas relações a 
prazo, duradouras, mas não está por elas limitada. Portanto, enquanto um 
contrato não estiver completamente exaurido, o que não se confunde com 
contrato cumprido, haverá possibilidade de cessão de posição contratual, 
dependendo sempre da necessidade econômica das partes. O caso concreto 
é que mostrará a necessidade. 
 
A concordância do terceiro-cedido é de suma importância para a 
formação da cessão de posição contratual. Essa concordância, embora 
necessária, pode ser simultânea, prévia ou posterior ao negócio jurídico. 
 
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 Haverá concordância contemporânea ou simultânea quando 
uma das partes manda a proposta de cessão diretamente às 
outras duas. 
 Haverá concordância posterior se a concordância do cedido 
ocorrer após o acerto da cessão entre cedente e cessionário. 
 Haverá concordância prévia quando no contrato base já houver 
previsão e autorização para uma futura cessão. 
 
A falta de consentimento do cedido impede o aperfeiçoamento da 
cessão e o relacionamento entre cedente e cessionário permanece no 
campo da responsabilidade pré-contratual. 
O principal efeito da cessão de contrato é a substituição de uma das 
partes de contrato–base, permanecendo este íntegro em suas disposições. 
Todo complexo contratual, direitos e obrigações provenientes do 
contrato transferem-se ao cessionário. 
Na cessão de posição contratual, o cedente é responsável pela 
existência do contrato, por sua validade e pela posição que está cedendo. 
Caso não ocorram tais circunstâncias, a solução será uma indenização por 
perdas e danos, com ressarcimento da quantia acordada para a 
transferência da posição contratual. Ainda que o negócio seja gratuito, 
poderá gerar direito à indenização. Em se tratando de cessão onerosa, 
a responsabilização independe de culpa. A culpa funcionará, talvez, como 
um reforço parao quantum indenizatório. 
Na hipótese de inexistir o contrato cedido, ou de não existir de forma 
que permita a eficácia da cessão, há, na verdade, uma impossibilidade do 
negócio por inexistência de objeto. 
O cedente não se responsabiliza pelo adimplemento11 do contrato. 
Pode, no entanto, assumir perante o cessionário uma garantia, maior ou 
menor, dependendo das cláusulas do negócio, pelo adimplemento das 
obrigações contratuais do cedido. Porém, se não houver expressado 
menção do tipo de garantia, existirá uma caução fidejussória12, nada 
impedindo, no entanto, que as partes coloquem a responsabilidade solidária 
total ou parcial, restrita a determinado valor, ou mesmo restrita a uma só 
assunção de dívida do contrato base. 
Na transferência de posição contratual, devem as partes identificar 
claramente o objeto do negócio, sempre que possível avisando o cedente 
ao cessionário de todas as cláusulas do contrato cedido. É muito 
importante, que no mesmo instrumento ou em instrumento à parte, em 
 
11 Pelo cumprimento do contrato. 
12 As garantias contratuais se dividem em reais e fidejussórias. Nas reais é oferecido um 
bem para assegurar o cumprimento da obrigação, através de hipoteca, penhor ou 
anticrese. Já nas garantias fidejussórias é uma pessoa quem vai assegurar o cumprimento 
da obrigação, através de aval ou fiança. 
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cópia fiel, conste o contrato base. Deste modo, estará o cessionário 
plenamente ciente da situação contratual que está assumindo. Como 
também deve o cedente dar todas as informações necessárias ao 
cessionário, para que ele tenha condições de cumprir com seu novo acordo. 
O acordo preparatório entre cedente e cessionário não produz 
qualquer efeito quanto ao cedido sem sua anuência, ainda que posterior. 
Com a transferência de sua posição contratual, ausenta-se o cedente 
da relação jurídica. Neste tipo de negócio, podem as partes estipular que 
há uma cessão de posição contratual, mas que o cedido pode agir contra o 
cedente em caso de inadimplemento do cessionário. Entretanto, as partes 
devem manifestar-se expressamente quanto a isso, caso não o façam 
haverá total liberação do cedente. 
Quanto ao cessionário e o cedido, ambos passam a ser partes no 
contrato-base. O cessionário toma o lugar do cedente nos direitos e 
obrigações. O cedido só se libertará de suas obrigações contratuais com 
pagamento ao cessionário após tomar conhecimento e anuir na cessão. O 
contrato pode ser cedido em trânsito, isto é, parcialmente cumprido. 
Lembrem-se: só se transferem as relações jurídicas ainda existentes. 
 Transfere-se a posição contratual no estado em que se encontra para 
o cedente. Todos os acessórios dos direitos conferidos pelo contrato 
também se transmite ao cessionário, inclusive sua posição subjetiva de 
parte processual. As garantias para o contrato, fiança, hipoteca, penhor, 
prestadas por terceiro, necessitam do consentimento deste para 
permanecerem íntegras. 
 
Resumindo! 
Efetivar-se-á a cessão de contrato somente se: 
 
1. O contrato transferido for bilateral. 
2. O contrato for suscetível de ser cedido de maneira global. 
3. Houver transferência ao cessionário não só dos direitos como 
também dos deveres do cedente. 
4. O cedido consentir, prévia ou posteriormente, uma vez que a cessão 
de contrato implica, concomitantemente, uma cessão de crédito e 
uma cessão de débito. 
5. Houver observância dos requisitos do negócio jurídico. 
6. A obrigação não for personalíssima, nem houver cláusula vedando a 
cessão. 
 
A cessão de contrato produz as seguintes consequências jurídicas: 
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1. Transferência do crédito e do débito de um dos contraentes a um 
terceiro. 
2. Subsistência da obrigação. 
3. Liberação do cedente do liame contratual se houver consentimento 
do credor ou se se configurar hipótese em que a lei dispensa tal 
concordância. 
 
Atenção: a falta de texto expresso em lei, não inibe o negócio de cessão 
de posição contratual. Este contrato entra no campo dos contratos atípicos 
e situa-se no direito dispositivo das partes. O vigente CC faz referência 
expressa a essa possibilidade, em seu art. 425. 
É lícito as partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas 
neste código. 
 
- Adimplemento e extinção das obrigações: 
 
- Pagamento. 
 
 A obrigação tem papel fundamental na nossa sociedade, faz circular 
a riqueza. Mas uma vez cumprida à obrigação, ocorre o seu adimplemento 
e o sujeito passivo fica liberado da obrigação. Exaure-se esta obrigação, 
ainda que outra obrigação idêntica venha a surgir posteriormente entre as 
mesmas partes. Normalmente a obrigação se extingue pelo 
pagamento, o meio normal ou ordinário de extinção das obrigações. E 
neste sentido, entende-se por pagamento, como toda forma de 
cumprimento da obrigação. 
 Portanto, há pagamento, para ambas as partes: na compra e venda, 
o comprador deve pagar “dinheiro”, e o vendedor deve pagar a “coisa”, 
entregando-a ou colocando-a a disposição do comprador. 
 Justamente por poder o pagamento assumir as mais variadas formas, 
se torna difícil sua classificação quanto à natureza jurídica, pois é 
impossível compreender o pagamento como sendo de natureza unitária. 
 
Um dos requisitos essenciais do pagamento é a intenção, daquele que 
paga, de extinguir a obrigação assumida. O que importa no pagamento é a 
realização real da prestação. Normalmente, quem paga é o próprio 
devedor. Porém, pode acontecer de outros fazerem o pagamento e o credor 
deve aceitar o pagamento ainda que provenha de terceiros. É neste sentido 
o art. 304: 
 
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Art. 304 Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, 
se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. 
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome 
e à conta do devedor, salvo oposição deste. 
 
Deste modo, temos três categorias de pessoas aptas a figurar como 
solvens (termo jurídico que designa aquele que paga). O primeiro, como 
vimos, é o próprio devedor, por si mesmo, ou seu representante. Pode 
também pagar, o terceiro, interessado ou não. O terceiro interessado é 
o que está no caput do art. 304, e como exemplo temos o fiador. O art.304 
§único, fala em terceiro não interessado, que também tem o direito de 
pagar se o fizer em nome e por conta do devedor (como exemplo, temos 
um pai que paga a dívida de seu filho). Neste último caso não há 
representação, autorização ou mesmo ciência do devedor. 
 
O pagamento deve ser aceito e o solvens tem a mesma legitimidade 
de consignar13, que tinha o devedor original, se houver resistência por parte 
do credor em receber o pagamento. 
 
Se o terceiro não interessado pagar em seu próprio nome, tem direito 
a reembolsar-se do que pagar, mas não adquire os direitos do credor. Há 
somente direito a uma ação simples de cobrança. Deste modo está no art. 
305: 
 
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem 
direito a reembolsar-se

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