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SUINOCULTURA I Universidade Federal do Pampa Curso de Zootecnia Profa. Lilian Kratz (lrkratz@gmail.com) Semestre 2015/1 QUAL A IMPORTÂNCIA DO SUÍNO? - PRODUÇÃO DE CARNE - FORNECE MAIS DE 40 DROGAS E FÁRMACOS PARA A SAÚDE HUMANA SUINOCULTURA: estuda os métodos e princípios econômicos da criação, reprodução, seleção e toda exploração comercial dos suínos CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA: Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Mammalia Ordem: Artiodactyla Família: Suidae Gênero: Sus Espécie: scrofa Os primeiros suínos a pisarem em solo americano foram trazidos por Cristovão Colombo, durante sua segunda viagem ao Continente, em 1493. Em terras brasileiras, os suínos chegaram cerca de 40 anos depois, em 1532, trazidos pelo navegador Martins Afonso de Souza. Brasil: produção de gordura, perdendo espaço no mercado de banha nos anos de 1950 com a chegada de grandes produtores de óleos. A partir daí a carne suína passou a ser privilegiada e surgiu um novo perfil de consumo Histórico da Suinocultura Foram domesticados primeiramente na China por volta de 4.900 A.C. Todas as raças podem ser filiadas a 2 grupos específicos: - Sus scrofa: descendentes do javali europeu - Sus vittatus: tipos selvagens de porcos da Índia ORIGEM DOS SUÍNOS A finalidade principal era a banha: alimentos eram preparados com banha e não com óleos vegetais Para extrair a banha, animal era abatido com 300 kg (hoje: 110 kg e 80% da gordura corporal foi reduzida) Suíno atual Suíno tipo banha Evolução do percentual de carne magra em suínos ANO % carne magra na carcaça Década de 80 46 a 48 1990 - 1995 49 a 50 1996 50 a 52 1999 52 a 56 2000 53 a 57 Atual Mais de 59 Características principais dos suínos: Peso: varia entre 100 e 500 kg Comprimento: em média 1,5 metros (animal adulto) Período de gestação: 114 dias Tempo de vida: de 15 a 20 anos Cor: varia de acordo com a espécie (preto, rosado, marrom claro). Carne suína é a fonte de proteína animal mais consumida no mundo (quase metade do consumo e da produção) Brasil é 4º maior produtor e exportador (China, CE, EUA, Brasil) Região sul – 44% rebanho e 61% do alojamento tecnificado de matrizes Brasil – taxa de desfrute 70% (abates/rebanho (- matrizes)) Consumo brasileiro é baixo: 13kg/hab/ano Disponibilidade de terras agriculturáveis a serem exploradas e na capacidade de produção de grãos que o país apresenta. Grande extensão geográfica do país. Isso possibilita ampliar o rebanho de suínos sem comprometer significativamente componentes ambientais, tais como contaminação de solos e lençóis freáticos por dejetos oriundos da produção Aumento da participação mundial da suinocultura brasileira Grande oferta de matéria prima para a produção de insumos para alimentação dos suínos Avanço tecnológico deste setor Custo de Produção de Suínos - Resumo 2011 Suíno Ciclo completo: Custo variável médio: R$ 2,47 Custo Total médio; R$ 2,58 Preço kg suíno vivo: R$ 2,21 Diferença: R$ - 0,382 Fonte: A.C.C.S. 2011 Consumo per capita - 2000 a 2008 (Brasil): Crescimento de 34% carne suína Crescimento de 32% carne de frango Atualmente (2014) o consumo é de: 47 kg de carne de frango/hab/ano 38 kg de carne bovina/hab/ano 13,4 kg de carne suína/hab/ano Morfologia: distribuição harmônica entre as partes anterior e posterior. Tem “enrugamento de pele” para deposição de gordura Reprodução: regular desempenho Desempenho: Tem baixo GMD de Peso, uma péssima CA e baixa qualidade de carcaça. SUÍNO TIPO BANHA -A transformação do porco selvagem começou quando ele passou a viver ao redor das habitações dos homens e depois em chiqueiros fechados, recebendo toda a alimentação que necessitava. O suíno selvagem: 70% de massa anterior e 30% de posterior O suíno comercial: Massa corporal distribuída Atributos anatomofisiológicos Por sua capacidade de domesticação, os suínos têm sido criados em qualquer parte do mundo, mas têm pouca adaptação a climas quentes. Ao nascerem, são hipoglicêmicos, o que pode ser agravado pelo frio ou por dietas pobres em carboidratos. Animais jovens são mais sensíveis ao frio e os adultos, ao calor. Têm estrutura anatomofisiológica semelhante à do homem Possuem os pelos agrupados e apenas 2 a 3 glândulas sudoríparas/cm2 de pele. Assim, praticamente não usam a sudoração como mecanismo termo-regulador. Coloração da pelagem ajuda na termo-regulação. Tecido adiposo (20% de água) favorece isolamento térmico. Suínos tipo banha adaptam-se melhor ao calor do que suínos tipo carne. Procuram a água com frequência No calor, entram em torpor térmico: ficam calmos, deitados, sonolentos, quase em estado de latência Possuem baixa tolerância ao calor - correm risco de vida a partir de 35ºC. JAVALI: a cauda é sempre reta, o focinho e as patas são escuros, havendo a presença de crina e pêlos longos no corpo. A altura dos membros torácicos é ligeiramente maior que dos pélvicos, além de ser um animal mais alto e mais curto que o suíno doméstico DIFERENÇA ENTRE O JAVALI E O SUÍNO Os falsos porcos da América do Sul Apesar de sua semelhança com os porcos e javalis, os "porcos do mato" sul-americanos (cateto e queixada) pertencem a outro ramo dos suídeos e têm características distintas. Cateto Queixada presença de uma glândula odorífera na região dorsal e de uma cauda vestigial de 15 a 55 mm; o osso da perna fundido ao do pé, que resulta em três dígitos na pata posterior, o fígado reduzido, a ausência de vesícula biliar presença de um estômago compartimentalizado em estômago glandular, bolsa gástrica e dois sacos cegos Esse tipo de estômago permite que os catetos se alimentem de itens diversos, incluindo alimentos fibrosos, sobras de legumes, frutos e pequenos vertebrados. CONTRIBUIÇÃO DA SUINOCULTURA NA MEDICINA HUMANA PÂNCREAS SUÍNO: O pâncreas dos suínos é um órgão do qual se obtém a Insulina. Esse hormônio é essencial para os diabéticos. fornecer ilhotas pancreáticas (ilhotas de Langerhans) para implantes em pessoas diabéticas que não as possuem. - Atualmente, a insulina é também produzida por engenharia genética, através da multiplicação bacteriana, porém a um custo mais alto. A GLÂNDULA PITUITÁRIA DO SUÍNO: é utilizada para obtenção do ACTH que é um hormônio usado em medicina humana para o tratamento das artrites e doenças inflamatórias. A TIREÓIDE DO SUÍNO: Utilizada para obter medicamentos que serão usados por pessoas que possuem glândulas tireóides pouco ativas. A PELE DO SUÍNO: Pode ser usada temporariamente pelo homem, nos casos de queimaduras que causam grandes descontinuidades de sua pele. A MUCOSA INTESTINAL DO SUÍNO: É usada para a obtenção de uma substância chamada Heparina, que tem função anticoagulante e é aplicada em medicina humana em casos de hemorragia. O CORAÇÃO DO SUÍNO É usado para retirar as Válvulas Cardíacas que serão transplantadas em adultos e crianças. Os suínos usados para fornecer essas válvulas, pesam de 16 a 25 kg. Estas válvulas são retiradas do coração e conservadas num preparado químico, podendo ser preservadas por 5 anos. As válvulas cardíacas do homempodem ser substituídas por válvulas mecânicas feitas com materiais artificiais. As válvulas dos suínos, porém, têm vantagens sobre essas mecânicas, pois são menos rejeitadas pelo organismo, têm a mesma estrutura das válvulas humanas e resistem mais às infecções. SUÍNOS MODIFICADOS GENETICAMENTE: podem produzir Hemoglobina humana (que leva oxigênio às células do corpo). Pesquisadores da empresa DNX (EUA) injetaram em 3 embriões de suínos, cópias dos dois genes responsáveis pela produção de hemoglobina humana. A técnica fez com que 15 % da hemoglobina encontrada nos suínos fosse do tipo humano. As duas hemoglobinas são depois separadas, pela diferença de suas cargas elétricas. Este produto pode ser estocado por meses, ao contrário do sangue normal que se conserva apenas por semanas. Principais raças estrangeiras: Large White (Inglaterra) Landrace (Dinamarca) Duroc (EUA) Pietrain (Bélgica) Hampshire (EUA) Principais raças nacionais: Piau Canastra Sorocaba Moura Cruzamentos: linhagens c/ ótimos índices produtivos e reprodutivos (GP, espessura de toucinho, no partos/porca/ano, no leitões/porca, leitões desmamados/porca, etc.) Produção de suínos: Carne de qualidade Sustentabilidade ambiental Bem estar animal Eficiência e viabilidade econômica FIM
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