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Direito – Unifran 2015 Direito Penal II Prof. Dr. Wendel 03/02/2015 Boas vindas; Prova A1 (aberta) A2 (múltipla escolha, trabalho, TIP); DIREITO PENAL II – AULA 01 ANTIJURIDICIDADE: ESTADO DE NECESSIDADE OBJETIVOS: compreender a estrutura do crime e as circunstâncias que resultam na sua exclusão (absolvição do réu) no âmbito da antijuridicidade (ou ilicitude). CONTEÚDOS: antijuridicidade (ou ilicitude) e suas excludentes. O estado de necessidade e seus requisitos legais. Análise dos artigos 23 e 24 do Código Penal. 1. ANTIJURIDICIDADE (OU ILICITUDE) 1.1. DEFINIÇÃO Coduta: (conduta ou omissão humana). sonâmbulo não tem crime pois esta inconsciente; mulher que provoca o aborto não tem crime, não esta previsto na lei. Tipicidade: (enquadramento da uma conduta real no texto da lei) Matou uma colega tem na lei é crime. Real: é a alteração no mundo exterior provocada pela conduta; Nexo Causal: ponte entre conduta e o resultado. Antijuridicidade ou Ilicitude: é a contrariedade da afronta ao ordenamento jurídico. Art. 23. ELEE: Estado de necessidade, Legitima defesa, Estrito cumprimento regular do dever legal, Exercicio regular do direito. (Quando agente (agir) sacrifica um bem jurídico legitimo para proteger outro (igualmente legitimo) igual ou de maior valor). Ex: destruir o muro da casa do visinho para salvar uma pessoa. A vida humana é de maior valor. 2. CAUSAS DE EXCLUSÃO DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE 2.1. CAUSAS GENÉRICAS DE EXCLUSÃO DA ANTIJURIDICIDADE: artigo 23 do Código Penal. 3. ESTADO DE NECESSIDADE: -- furto famélico, furta para alimentar, esta morrendo de fome (não é crime) bem maior a vida. 3.1. NOÇÕES PRELIMINARES: 3.2. PREVISÃO: artigo 24 do Código Penal. 3.3. REQUISITOS a) Perigo atual: (acontecendo, ex: navio afundando) morar no puxa faca não significa perigo atual. b) Direito próprio ou alheio: c) O perigo não pode ter sido causado dolosamente pelo agente: -- quem esta agindo não pode ter causado o dolo; -- ex: terrorista coloca bomba no avião e salta de parequetas. 2º. Ano 3º Semestre - Magno – turma C sala 301 Página 1 de 14 Direito – Unifran 2015 Direito Penal II Prof. Dr. Wendel d) Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo: -- não existe heroísmo, bombeiro tem limites, entrar em um vulcão, etc. e) Inevitabilidade do comportamento: -- única saída ou a menos danosa; -- boi bandido solto, se tem um portão pra que enfrentar, matar o boi; -- commodus dissensus – é a retirada cômoda, ou a fuga disfarçada. É exigível no estado de necessidade. Mas não é exigível na legítima defesa, onde se pode repelir a violência com a violência. f) Razoabilidade do sacrifício: -- salvar o carro e deixar a pessoa morrer, art. 24 § 2. g) Conhecimento da situação justificante: que age em estado de necessidade, tem que saber que esta agindo em estado de necessidade. 3.4. CIRCUNSTÂNCIAS NÃO ABRANGIDAS PELO ESTADO DE NECESSIDADE a) Miséria. b) Porte ilegal de arma, com o fim de transitar por lugares perigosos. 3.5. OUTRAS QUESTÕES a) Cabe estado de necessidade em crime habitual e permanente? -- seqüestro é um crime permanente, tijolo de maconha guardado por 2 anos, etc. -- habitual: cárcere privado (art. 148), neste caso não cabe alegar estado de necessidade. Falso medico atuando na Amazônia, é crime porem não tem pena. b) É possível estado de necessidade contra estado de necessidade? -- estado de necessidade X estado de necessidade Ex: caso dos exploradores de caverna. 3.6. EXCESSO • Artigo 23, parágrafo único, do Código Penal. -- para salvar sua vida doma a bóia de salva vidas da velhinha de 90 anos, porem mata a paulada, vai responder pelo excesso. -- Referências: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 288-300. v. 1. MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado: parte geral. 8. ed. São Paulo: Método, 2014. p. 385- 416. v. 1. MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal: parte geral. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014. p. 159- 168. v. 1. Explicação: 10/02/2015 Art. 25 legitima defesa Forma do direito encampar a defesa legima, Faculdade é subjetiva pode defender ou não, age se quizer; Estado de necessidade 2 bens jurídicos legítimos: Legitima defesa: um bem jurídico legitima e do outro lado. a) Agressão injusta Agressão não pode ser confundida com violência física, Punguista = batedor de carteira, mão leve, para se defender de uma cotovelada combatendo uma agressão injusta. Injustiça? Agressão é um ato humano; Legitima defesa contra ação humana; Cão (cachorro) é estado de necessidade; Doente mental Agressão de inimputáveis: Menor de 18 anos Ex: Menor de 18 anos Legitima defesa defensiva; Somente se defende e não contra ataca. 2º. Ano 3º Semestre - Magno – turma C sala 301 Página 2 de 14 Direito – Unifran 2015 Direito Penal II Prof. Dr. Wendel Saída mais cômoda = fugir se quiser na legitima defesa. Ex: enfrentar John Jones se quiser pode enfrentar. Não precisa configurar um litígio penal, nem sempre a injustiça será um crime; Ex: pegou carro do cliente para um role e devolveu abastecido, não é crime art. 155 CP; b) Agressão atual ou iminente: atual = acontecendo; Iminente pertinho (prestes) para acontecer; Crime permanente = A ameaça B que depois de 1 (um) ano ira matar ele. Não é iminente e sim futuro; Crime permanente a consumação no templo. Ex: 30 dias de sequentro, consuma no 30 dia (no ultimo dia que se consuma o crime). Obs: enquando a pessoa estiver em cativeiro (seqüestrada) ela pode agir em legitima defesa; Legitima defesa postergada; Ex: 1) um advogado estava com sua Ferrari parado aguardando o semáforo ficar verde e teve seu relógio rolex roubado, o assaltante entrou na frente do carro da vitima que acelerou e partiu o criminoso ao meio. Neste exemplo a injusta agressão torno-se passado e logo não averia legitima defesa. 2) não seria justo que a vitima tenha que responder pelo crime tendo em vista que em fração de segundos não era possível encontrar uma melhor solução. c) Defesa do direito próprio ou de terceiro: d) Uso de meio necessário O agente deve escolher dentro dos instrumentos viáveis aquele que seja menos lesivo ao agressor. Ex: jovem escolhe porrete, faca, revolver para agredir um senhor de 90 anos e) Moderação Depois de escolher o meio necessário usar a moderação. *Legitima defesa sucessiva* Se agir com excesso o agressor passa a ter o direito de legitima defesa. f) Conhecimento da situação justificante: Conhecimento da situação injustificante. Quem age em legítima defesa precisa estar sabendo que o agressor esta praticando uma injusta agressão ao direito próprio ou alheio. Sai de casa para matar uma pessoa e quando mata a vitima descobre que ela estava cometendo um crime prestes a matar outra pessoa inocente. 5 Outras Questões a) mira em um e mata outro Art. 73 Responde pela intenção de matar mesmo errando vai responder pelo que queria. Ex: quer matar uma grávida e mata José. Vai responder por matar a grávida. Vai se defender erra o tiro e mata outro; não é crime vai responder outro tipo de processo. É possível praticar um ato em legítima defesa de um animal? Não, Art.25 – Entende-se em legitima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou a outrem. IV – DA LEGÍTIMA DEFESA 1 – Conceito e fundamento A legítima defesa é a segunda causa de exclusão da antijuridicidade prevista pelo artigo 23 do Código Penal, e está regulada no artigo 25 do mesmo ordenamento: “Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente os meios necessários, repele injustaagressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. Segundo NUCCI, “é a defesa necessária empreendida contra agressão injusta, atual ou iminente, contra direito próprio ou de terceiro, usando, para tanto, moderadamente, os meios necessários.” E continua: “Valendo-se da legítima defesa, o indivíduo consegue repelir as agressões a direito seu ou de outrem, substituindo a atuação da sociedade ou do Estado, que não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, através dos seus agentes. A ordem jurídica precisa ser mantida, cabendo ao particular assegurá-la 2º. Ano 3º Semestre - Magno – turma C sala 301 Página 3 de 14 Direito – Unifran 2015 Direito Penal II Prof. Dr. Wendel de modo eficiente e dinâmico”. Nucci, Guilherme de Souza. Manual de direito penal: parte geral: parte especial – São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2005.p. 222 Várias teorias explicam os fundamentos da legítima defesa. Existem as teorias subjetivas, que a consideram como causa excludente da culpabilidade e fundam-se na perturbação de ânimo da pessoa agredida ou nos motivos determinantes do agente, que conferem licitude ao ato de quem se defende. As teorias objetivas, apoiadas por MIRABETE, por sua vez, consideram a legítima defesa como causa excludente da antijuridicidade, e fundamentam-se na existência de um direito primário do homem de se defender, na retomada pelo homem da faculdade de defesa que cedeu ao Estado. 2. Requisitos da legítima defesa São os requisitos da legítima defesa: a) a reação a uma agressão atual ou iminente e injusta; b) a defesa de um direito próprio ou alheio; c) a moderação no emprego dos meios necessários à repulsa; e d) o elemento subjetivo. 2.1 Agressão atual ou iminente e injusta Agressão, segundo MIRABETE, é um ato humano que lesa ou põe em perigo um direito e que, “embora, em geral, implique em violência, nem sempre esta estará presente na agressão, pois poderá consistir em um ataque sub-receptício (no furto, por exemplo), e até em uma omissão ilícita (o carcereiro que não cumpre o alvará de soltura, o médico que arbitrariamente não concede alta ao paciente, a pessoa que não sai da residência após sua expulsão pelo morador, etc.) É reconhecida a legítima defesa daquele que resiste, ainda que com violência causadora de lesão corporal, a uma prisão ilegal.” Mirabete, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal – 23. ed. – São Paulo: Atlas, 2006.l p. 178. Importante ressaltar que não necessariamente a agressão precisa ser uma conduta típica, como é o caso do furto de uso, o dano culposo, a prática de ato obsceno em local não exposto ao público, etc. Embora a legítima defesa só possa ser invocada quando a agressão parte de uma ação humana, não havendo legítima defesa contra ato da natureza, por exemplo, é possível invocá-la quando a agressão partir de uma multidão em tumulto, ainda que, individualmente, nem todos os indivíduos objetivassem tal agressão. A agressão deve ser atual ou iminente. “Atual é a agressão que está desencadeando-se, iniciando-se ou que ainda está desenrolando-se porque não se concluiu.” Pode tratar-se de agressão iminente, que está para ocorrer, que não permita demora à repulsa. Importante ressaltar que, em se tratando de legítima defesa, a fuga não é exigível, pois a lei não pode impor ao indivíduo que ele seja covarde. No entanto, não há que se falar em legítima defesa contra uma agressão futura, que pode ser evitada por outro meio. O temor, ainda que fundado, não é suficiente para legitimar a conduta do agente, ainda que verossímil. A agressão. Como já visto, há que ser atual ou iminente, porém, não se exclui tal justificativa contra atos preparatórios, sempre que estes denunciarem a iminência de agressão. 2.2 Agressão contra direito próprio ou alheio Somente se pode invocar a legítima defesa quem estiver defendendo bem ou interesse juridicamente protegido. Por exemplo: não há que se falar em legítima defesa contra agressão a bem sem proteção jurídica, como é o caso dos entorpecentes. O “terceiro” a que se refere a lei, pode ser alguém que a pessoa nem mesmo conhece: essa é uma das hipóteses em que o direito admite e incentiva a solidariedade. O terceiro pode, ainda, ser pessoa física ou jurídica, inclusive porque esta não pode agir sozinha. NUCCI destaca, ainda, as especiais situações do feto e do cadáver, que não são titulares de direitos, pois não são considerados pessoa, ou seja, não possuem personalidade. São, no entanto, interesses da sociedade e, quando são protegidos por alguém, dá-se cumprimento ao artigo 25 do Código Penal, tratando- se de hipótese admitida e plausível. Para NUCCI a configuração da hipótese de legítima defesa de terceiro não necessariamente depende do consentimento do agredido, desde que se trate de bem indisponível, como a vida. No caso de se tratar de bem disponível, como o patrimônio, o doutrinador acredita ser importante o consentimento da vítima, caso seja possível. Quanto à delicada questão de legítima defesa contra a honra, no caso de adultério, NUCCI posiciona-se da seguinte forma: é possível aceitar a excludente de ilicitude, desde que seja uma reação moderada, como a expulsão do ofensor, destruindo algum bem dele ou mesmo do amante. Seria uma demonstração do inconformismo, mas com o controle que se espera do ser humano preparado a viver em sociedade. Para NORONHA não existe legítima defesa aplicada para esse caso. Entende o Ilustre Doutrinador que desonrada é a prevaricadora. “No estágio atual da civilização, o marido não tem o jus vitae ac necis sobre a mulher e seu amante” 2.3 Moderação no emprego dos meios necessários Meios necessários são definidos por NUCCI da seguinte forma: “são os eficazes e suficientes para repelir a agressão ao direito, causando o menor dano possível ao atacante”. Deve haver proporcionalidade entre a defesa empreendida e o ataque sofrido, que deverá ser apreciada no caso concreto, não se tratando, portanto, de um conceito rígido. Se o meio fundar-se, por exemplo, no emprego de arma de fogo, a moderação basear-se-á no número de tiros necessários para deter a agressão. Conforme sustenta NUCCI: “A escolha do meio defensivo e o seu uso importarão na eleição daquilo que constitua a menor carga ofensiva possível, pois a legítima defesa foi criada para legalizar a defesa de um direito e não para a punição do agressor.” 2.4 Jurisprudências acerca dos temas abordados 2º. Ano 3º Semestre - Magno – turma C sala 301 Página 4 de 14 Direito – Unifran 2015 Direito Penal II Prof. Dr. Wendel LEGÍTIMA DEFESA - Caracterização - Briga de trânsito - Vítima, que armada com um "tchaco", avançou em direção ao réu - Disparos efetuados com intenção de repelir agressão iminente e injusta - Uso moderado dos meios necessários à repulsa - Absolvição decretada - Recurso provido. ( Apelação Criminal n. 154.982-3 - Itu - 3ª Câmara Criminal de Férias - Relator: Irineu Pedrotti - 10.07.95 - V.U.) LEGÍTIMA DEFESA - Caracterização - Disparos efetuados por vigia de empresa - Agressão iminente e injusta - Vítima, que após agredir de surpresa parceiro da segurança, avançou empunhando pedaço de pau - Absolvição sumária decretada - Recurso não provido. (Recurso em Sentido Estrito n. 173.366-3 - Diadema - 1ª Câmara Criminal - Relator: Marcial Hollanda - 19.06.95 - V.U.) LEGITIMA DEFESA - Própria - Caracterização - Hipótese de lesão corporal grave - Duas facadas na vítima - Resposta à injusta agressão - Testemunhos que corroboraram a versão do acusado - Uso, ademais, de meios moderados e necessários - Preenchimento dos requisitos da excludente verificado - Absolvição decretada - Recurso provido. (Relator: Denser de Sá - Apelação Criminal n. 126.585-3 - Jandira/Barureri - 23.12.93) LEGÍTIMA DEFESA - Excludente de ilicitude que não pode ser reconhecida de plano se existem dúvidas quanto a utilização moderada, pelo agente,dos meios necessários a repelir injusta agressão - Absolvição sumária - Inadmissibilidade - Pronúncia - Homicídio qualificado - (TJPR) - RT 841/621 LEGÍTIMA DEFESA - Caracterização - Homicídio - Agente que reagiu à injusta e atual agressão perpetrada pela vítima - Meios empregados que foram proporcionais às circunstâncias existentes ao caso concreto (TJPE) - RT 842/616 LEGÍTIMA DEFESA - Ocorrência - Agente que, para defender a integridade física de sua filha e a dele próprio, utiliza-se dos meios necessários para fazer cessar a injusta agressão - Inteligência do art. 23, II, do CP (TJPR) - RT 835/649 HOMICÍDIO - Pronúncia - Inadmissibilidade - Prova dos autos que evidenciam a excludente de legítima defesa - Uso de meios moderados para deter agressão atual injusta - Absolvição sumária - Recurso provido para esse fim. (Recurso em Sentido Estrito n. 212.539-3 - Porto Ferreira - 3ª Câmara Criminal Extraordinária - Relator: Fanganiello Maierovitch - 01.09.97 - V.U. * 744/561/4) V – OUTRAS QUESTÕES ACERCA DO TEMA 1 – Legítima defesa recíproca Segundo NUCCI a possibilidade de legítima defesa contra legítima defesa, ou contra outra excludente de ilicitude não é possível, pois a agressão não pode ser injusta, ao mesmo tempo, para duas partes distintas e opostas. NORONHA completa tal entendimento afirmando que, embora não exista legítima defesa recíproca, na prática, tratando-se de lesões recíprocas, e não podendo o juiz estabelecer a prioridade da agressão, absolve os dois por legítima defesa. Ocorre que tal prática não destrói a impossibilidade de legítima defesa recíproca, tratando-se de mero recurso para não se condenar um dos dois protagonistas que é inocente. NUCCI, entretanto, admite a possibilidade de haver legítima defesa real contra legítima defesa putativa ou contra outra excludente putativa. Isso porque a legítima defesa real é reação contra agressão verdadeiramente injusta e a chamada legítima defesa putativa é uma reação a uma agressão imaginária. Segundo o autor, no primeiro caso exclui-se a antijuridicidade; no segundo, afasta-se a culpabilidade. Destaca, ainda, a possibilidade de absolvição de ambos os contendores, caso aleguem ter agido em legítima defesa, por não se apurar, durante a colheita da prova, de quem partiu a primeira agressão, considerada injusta. A absolvição, nesse caso, seria com base na insuficiência de provas, e não no reconhecimento da legítima defesa recíproca. 2 – Legítima defesa contra agressão de inimputáveis Para Nucci tal hipótese é cabível, pois a lei exige apenas a existência de agressão injusta. Os inimputáveis podem agir voluntária e ilicitamente, embora não sejam culpáveis. Para agir contra agressão de inimputável, exige-se, no entanto, cautela redobrada, porque nesse caso a pessoa que ataca não tem consciência da ilicitude de seu ato. 3 – Legítima defesa putativa Segundo o entendimento de NORONHA, pode ocorrer legítima defesa putativa contra a real ou objetiva e exemplifica: “se A, julgando justificadamente que vai ser agredido por B, dispara um tiro de revólver neste que, antes de ser atirado pela segunda vez, atira também contra A. Esse age em legítima defesa putativa, pois as circunstâncias o levaram a erro de fato essencial, e B atua em legítima defesa objetiva. As situações porém são diversas: um tem a seu favor uma dirimente ou causa de exclusão da culpa (em sentido amplo), ao passo que o outro se socorre de excludente de antijuridicidade ” Abaixo estão algumas hipóteses de ocorrência da legítima defesa putativa, julgadas pelo Tribunal de Justiça deste Estado LEGÍTIMA DEFESA - Putativa - Ocorrência - Hipótese em que, à noite, policiais dirigiram-se à porta da residência do réu, chamando-no, sem se identificarem - Recorrido que disparou várias vezes para o alto - Excludente reconhecida - Recurso não provido. (Relator: Egydio de Carvalho - Recurso em Sentido Estrito n. 139.447-3 - Campinas - 30.05.94) LEGÍTIMA DEFESA - Putativa - Caracterização - Efetuado um único disparo, com intenção de repelir agressão injusta e iminente - Semelhança entre as vestes da vítima e do agressor - Local de pouca visibilidade - Absolvição mantida - Recurso não provido. (Recurso em Sentido Estrito n. 154.804-3 - Aparecida - Relator: JARBAS MAZZONI - CCRIM 1 - V.U. -10.04.95) LEGÍTIMA DEFESA - Putativa - Reconhecimento - Réu que após haver desentendido com a vítima viu que esta se aproximou armada, e acreditando que o fosse agredir, sacou de sua arma e realizou disparos - Absolvição mantida. (Relator: Alberto Marino - Recurso em Sentido Estrito n. 133.225-3 - Jaboticabal - 02.05.94) 4 – A legítima defesa e a tentativa 2º. Ano 3º Semestre - Magno – turma C sala 301 Página 5 de 14 Direito – Unifran 2015 Direito Penal II Prof. Dr. Wendel Para NORONHA, se a legítima defesa exclui a ilicitude do crime consumado, exclui também a do tentado. O Tribunal de Justiça deste Estado também admite essa possibilidade, conforme análises jurisprudenciais, algumas das quais, a título de ilustração, estão abaixo transcritas. HOMICÍDIO - Tentativa - Absolvição sumária - Legítima defesa - Admissibilidade ante a prova segura da excludente - Recurso não provido. (Relator: Dante Busana - Recurso em Sentido Estrito n. 161.787-3 - Guarujá - 23.06.94) HOMICÍDIO - Absolvição Sumária - Legítima defesa - Ocorrência - Uso moderado do meio de que dispunha para repelir injusta agressão - Comprovação da justificativa - Inexistência de tentativa de homicídio que deva ser julgada pelo Tribunal do Júri - Recurso não provido. (Relator: Barreto Fonseca - Recurso Criminal 94.983-3 - Indaiatuba - 26.04.91) HOMICÍDIO - Tentativa - Absolvição sumária - Legítima defesa - Ocorrência - Admissibilidade ante a prova segura da excludente - Absolvição decretada. (Relator: Cunha Bueno - Recurso Criminal 115.968-3 - Ubatuba - 09.12.92) 5 – Legítima defesa sucessiva Trata-se de hipótese possível, em que alguém se defende do excesso de legítima defesa. 6 – Legítima defesa contra provocação Segundo NUCCI, tal possibilidade é inadmissível, pois a provocação (insulto, ofensa ou desafio) não é o suficiente para gerar o requisito legal, que é a agressão. No entanto o autor faz uma ressalva: quando a provocação for insistente, torna-se agressão, justificando, assim, a reação, que deve, contudo, respeitar o requisito da moderação. 24/02/2015 ANTIJURIDICIDADE: ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL; EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO; CONSENTIMENTO DO OFENDIDO. OBJETIVOS: compreender a estrutura do crime e as circunstâncias que resultam na sua exclusão (absolvição do réu) no âmbito da antijuridicidade (ou ilicitude). CONTEÚDOS: antijuridicidade (ou ilicitude) e suas excludentes. Estrito cumprimento do dever legal; Exercício regular de Direito; Consentimento do ofendido. Análise do artigo 23 do CP. 1. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL (Art. 23 cumprir a risca). -- dever legal = a lei obriga agir; -- ex: oficial de justiça faz a busca e apreensão de um veiculo, em tese seria um roubo subtrair coisa alheia... mais neste caso a lei protege ele esta agindo a mando da lei. -- policial prende um bandido em tese esta privando a liberdade, mais neste caso a lei manda prender etc. -- visa principalmente legitimar a atuação de funcionários públicos no exercício regular de suas atribuições. 1.1. NOÇÕES PRELIMINARES 1.2. FINALIDADE 1.3. REQUISITOS a) Existência de um dever legal. (lei) -- lei determina como, todas as leis têm suas normas. b) Atitude pautada pelos estritos limites do dever. -- Juiz não pode pegar o carro do Eike, etc não esta no estrito cumprimento do dever legal. c) Conduta, como regra, de agente público e, excepcionalmente, de particular. -- particular = ex. um cliente conta para o advogado um segredo e este mesmo advogado é intimado para contar o segredo, porem o advogadoesta protegido e pode ficar em silencio, outro ex: o medico sabe de um HIV tem que contar, proteger vida de terceiros. 1.4. EXCESSO • Pode configurar crime de abuso de autoridade (artigos 3º e 4º da Lei nº 4.898/65). -- ex: o advogado pode ficar calado mais se contar mentira esta agindo com abuso. 2. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO (subjetivos) -- objetivo = positivado, lei -- direito subjetivo depende do objetivo, -- subjetivo pode exercer ou não. Ex: direito de dirigir, adquire quando tira a CNH porem dirigir é subjetivo você dirige se quiser. • Resulta na harmonização do Direito Penal com os outros ramos jurídicos. 2.1. “DIREITO”? • Trata de todas as formas de direito subjetivo (penal ou extra penal). 2º. Ano 3º Semestre - Magno – turma C sala 301 Página 6 de 14 Direito – Unifran 2015 Direito Penal II Prof. Dr. Wendel • Engloba regulamentos e as regras internas de associações. 2.2. ALGUMAS QUESTÕES a) Violência desportiva. -- FIFA, fia, ufc, associação mundial de Box – se machucar alguém, ou até mesmo matar na luta esta protegido por lei, claro se agir dentro da lei. b) Intervenções médicas ou cirúrgicas. -- transfusão de sangue testemunha de Jeová, o medico tem que fazer, estado de necessidade de terceiros. c) Ofendículos. -- instrumentos estáticos e pré-instalados destinados a proteção, -- cerca elétrica, muro com caco de Vidor, etc – devidamente legalizados. -- cachorro de guarda não entra neste ofendiculos. 3. CONSENTIMENTO DO OFENDIDO 3.1. REQUISITOS: a) Que o consentimento seja dado antes da consumação. -- tem caso que não esta por escrito e vale, ex: cabeleireiro corda cabelo sem infringir a lei, mais se estiver no ônibus e alguém cartar seu cabelo é lesão corporal. -- cortar o braço não pode é bem jurídico indisponível. b) Capacidade para consentir (maior de 18 anos). -- tatuar uma criança é crime. c) Bem jurídico disponível. -- a honra é disponível – filme pornográfico. Referências: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 310-318. v. 1. MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado: parte geral. 8. ed. São Paulo: Método, 2014. p. 439-450. v. 1. MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal: parte geral. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014. p. 174-179. v. 1. 03/03/2015 DIREITO PENAL II – AULA 04 CULPABILIDADE: IMPUTABILIDADE -- a culpabilidade é requisito para aplicação da pena e não elemento do crime. -- é associada a pena -- se não tem culpabilidade não tem pena. -- no Brasil culpabilidade do fato -- na Alemanha culpa a pessoa e fato, ex: 2ª guerra se era judeu já tinha culpa. Culpabilidade: é o juízo de reprovação social que recai sobre o fato criminoso praticado pelo agente. OBJETIVOS: compreender a aplicação da pena e seus requisitos. Entender os instrumentos de absolvição ou diminuição de pena contidos na culpabilidade. CONTEÚDOS: culpabilidade e suas excludentes. Imputabilidade. Análise dos artigos 26, 27 e 28 do CP. 1. NOCÕES GERAIS 1.1. DEFINIÇÃO 1.2. ELEMENTOS (TEORIA LIMITADA) 2. IMPUTABILIDADE 2.1. NOCÕES GERAIS 2.2. CRITÉRIOS QUE DEFINEM A IMPUTABILIDADE DO AGENTE a) Critério biológico: causa b) Critério biopsicológico: causa + efeito 2.3. CAUSAS DE INIMPUTABILIDADE a) Doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado (art. 26 do CP): -- doente mental tem medida de segurança, absolvição imprópria (provavelmente vai ficar internado). • Silvícola e surdo-mudo. • Embriaguez patológica. (equivale a doente mental). b) Embriaguez completa e involuntária, decorrente de caso fortuito ou força maior (art. 28 do CP): 2º. Ano 3º Semestre - Magno – turma C sala 301 Página 7 de 14 Direito – Unifran 2015 Direito Penal II Prof. Dr. Wendel Provoca absolvição própria. Embriaguez parcial (art. 28, §2º, do CP). -- não exclui a imputabilidade -- em regra quem bebe e pratica o crime é imputável e recebe pena. -- excesso: isento de pena. -- trote o veterano força o calouro (que não esta acostumado) a beber e ele estupra outra caloura que também não tem costume da bebida, quem responde pelo crime é o veterano. Art. 13 § 2 alínea C, Neste caso imputável associação própria. -- se beber pouco e fizer crime é imputável porem pena reduzida. Art. 28 §2. Embriaguez preordenada (art. 61, II, “l”, do CP). -- o sujeito se embriaga para provocar o crime a pena será agravada. c) Menoridade (art. 27 do CP e 228 da CF). -- menor de 18 anos, não responde por pena. Art. 27 do CP e 228 da CF, estatuto da criança e do adolescente, medida social educativa. 2.4. OUTRAS QUESTÕES • Semi-imputabilidade (art. 26, parágrafo único do CP). -- não –e inteiramente capaz, parcialmente seu entendimento. Emoção e paixão (art. 28, inciso I, do CP). (Art. 98 CP.) -- paixão pelo futebol e emoção é quando marca o gol -- emoção e fugas, passa rápido, paixão é duradora. Referências: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 318-342. v. 1. MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado: parte geral. 8. ed. São Paulo: Método, 2014. p. 461-500. v. 1. MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal: parte geral. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014. p. 181-186/195-209.v.1. 09/03/2015 Finalizar a aula 4 2.4 outras questões: Parcialmente é o juiz que decide a pena. De 1 a 2/3 terços. Semi-imputável a pena ou medida de segurança. Art. 98 CP – tratamento. Dica: quem é do crime prefere cumprir a pena. DIREITO PENAL II – AULA 05 CULPABILIDADE: POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE E EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA OBJETIVOS: compreender a aplicação da pena e seus requisitos. Entender os instrumentos de absolvição ou diminuição de pena contida na culpabilidade. CONTEÚDOS: culpabilidade e suas excludentes. Potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. Análise dos artigos 21 e 22 do CP. CULPABILIDADE (CONTINUAÇÃO) 1. POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE (ART. 21 DO CP) -- potencial consciente da ilicitude é a verificação da possibilidade do agente tem apreendido sobre a ilicitude do fato durante sua vida. -- verificar se a pessoa teve oportunidade de aprender se o ato é licito ou ilícito. -- no Art. 21 do CP não serve de desculpa, dizer que não conhece a lei. -- Art. 21. - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. Coação irresistível e obediência hierárquica 1.1. ERRO DE PROIBIÇÃO (ERRO DE DIREITO OU INDIRETO) -- comete o crime reduz um sexto a um terço. -- Art. 169 inciso II – achado não é roubado, é crime sim, deve entregar para a autoridade responsável, documentando a entrega. -- sabe que é errado s que não compreende o direito, ex: índio fumando cachimbinho da paz na cidade. Holandês veio para o Brasil na copa e fumou maconha, etc. -- incorreu erro de proibição = isendo de pena. -- erro de tipo (fato). Pode afastar o crime. -- erro de proibição afasto o crime. -- ex: Wendell pede para seu amigo Willian levar um par de tênis para outro amigo que esta preso, o tênis esta recheado com drogas, Willian é pego na revista, o erro é o fato. Tipo não de direito. -- no Art. 20 CP, legou vade mecum errado para casa, sobre o fato, não ouve dolo. 2º. Ano 3º Semestre - Magno – turma C sala 301 Página 8 de 14 Direito – Unifran 2015 Direito Penal II Prof. Dr. Wendel 2. EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA (ART. 22 DO CP – EXIGIBILIDADE DE OUTRA CONDUTA– EXIGE-SE OUTRA CONDUTA?) -- Obs: a doutrina e a jurisprudência considera que as excludentes de ECD não se limitam ao Art. 22. - a sociedade pode exigir do sujeito um comportamento diferente daquele que ele praticou? Sim = exigibilidade = tem culpa, tem pena Não = não exigibilidade, não tem culpa, não tem pena. 2.1. CAUSAS LEGAIS DE EXCLUSÃO DA EXIGIBILIDADE DE OUTRA CONDUTA a) Coação moral irresistível (vis relativa): -- preção psicológico. Ex: gerente de banco obrigado a fazer o furto no banco em que trabalha para salvar a vida de sua família seqüestrada. -- professor Esdras manda professor Wendel falsificar documento se não vai ser despedido, neste caso é resistível pois tem alternativa de não fazer. E a coação física irresistível (vis absoluta)? -- coação física = força física, ex: física não afasta a conduta – não é crime. -- moral = afasta exigibilidade de conduta diversa. -- Co-autor que responde pelo crime, ele quem mandou executar. -- Art. 13 § 2 alínea B, esquece a criança e ala morre afogada. Se ela estava amarrada pelo assaltante ele estava coação física não responde pelo crime. b) Obediência hierárquica: Requisitos: 1. Relação de direito público entre ambos (Administração Pública). Funcionário publico, Art. 327 CP. 2. Ilegalidade da ordem do superior (ordem específica). -- uso de algema é proibido e o delegado manda usar só por causa do desafeto, leste caso o delegado que responde. (algemar somente em caso de necessidade). 3. Aparente legalidade da ordem (não manifestamente ilegal). -- o chefe da uma ordem ilegal e o funcionário executa sem saber da ilegalidade, o chefe que responde. -- o delegado manda dar uma afogadinha (tortura) todos respondem. Não foi erro sobre o direito e sim fato. Erro de tipo afasta a conduta não tem crime. Aplicação Erro De Tipo (de fato) Elementos e circunstância Essencial Inelegivel Acidental Circunstancias Evitavel Exclui dolo, mas permite a punição por crime culposo se previsto em lei Não afasta o dolo ou culpa Proibição (de direito) Potencial conciencia da ilicitude 1 – Inevitavel Isento de pena 2 – Evitável Diminui a pena de 1/6 a 1/3 Direto – ilícito Indireto - reflexo 2º. Ano 3º Semestre - Magno – turma C sala 301 Página 9 de 14 Direito – Unifran 2015 Direito Penal II Prof. Dr. Wendel Ex: pai estuprou a filha por vários anos e teve filhos com ela, ai começou a estuprar a neta, a filha vendo esta situação contrata assassino e manda matar o pai, os assassinos responde pelo assassinato e a filha absolvida – exigibilidade de contuta diversa. Referências: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 342-354. v. 1. MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado: parte geral. 8. ed. São Paulo: Método, 2014. p. 503-520. v. 1. MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal: parte geral. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014. p. 186-194. v. 1. 17/03/2015 DIREITO PENAL II – AULA 06 AÇÃO PENAL PÚBLICA OBJETIVOS: compreender e identificar os tipos de ação penal. Reconhecer suas diferenças e suas aplicações. CONTEÚDOS: ação penal pública. 1. NOCÕES PRELIMINARES 1.1. DEFINIÇÃO • É o direito subjetivo público de pedir (exigir) ao Estado-Juiz a aplicação do Direito Penal objetivo. 1.2. PREVISÃO (ARTIGOS 100 A 106 DO CP) 2. AÇÃO PENAL PÚBLICA • Denúncia oferecida pelo Ministério Público. (basta saber do crime o MP toca para frente). Procedimento Judicialiforme: -- consiste na possibilidade de o juiz ou delegado dar inicio ao processo penal. NÃO, tendo em vista que é o MP. 2.1. PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA AÇÃO PENAL PÚBLICA a) Obrigatoriedade: -- MP obriga entrar ação penal cujo crime se tem noticia, se não fizer é penalizado (crime de peculato). b) Indisponibilidade: -- o promotor não pode abandonar a ação penal que ele propôs. c) Oficialidade: -- MP é o órgão oficial do Estado para a propositura da ação penal. d) Oficiosidade: -- agir de oficio (promotor) iniciativa própria, dar andamento. e) Indivisibilidade: -- deve ser proposta contra todos envolvidos no crime. f) Intranscendência: -- deve se restringir aos envolvidos no crime. Não podendo ser proposta contra pessoas estranhas a este. 2.2. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA - REGRA (ART. 100 DO CP) -- em regra o crime é de ação publica incondicionada. 1ª coisa a saber? Ex: Art. 121 ler tudo ate 128 final, se não esta tipificado entra a regra. Ex: Art. 147 ameaça. - Ação penal publica condicionada representação do ofendido. Art. 213 = Art. 225 - Ação penal publica condicionada representação do ofendido. Art. 138, 139, 140 não fala ação penal – ação penal privada. Art. 141 ação penal publica condicionada requisição. 2.3. AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA (ART. 100, §1º, DO CP) a) Representação: Legitimados: Prazo (art. 103 do CP): Forma: Retratação (art. 102 do CP): Violência familiar e doméstica: 2º. Ano 3º Semestre - Magno – turma C sala 301 Página 10 de 14 Direito – Unifran 2015 Direito Penal II Prof. Dr. Wendel b) Requisição: Prazo: Retratação: Referências: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 564-588. v. 1. MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado: parte geral. 8. ed. São Paulo: Método, 2014. p. 877-898. v. 1. MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal: parte geral. 31. ed. São Paulo: Atlas, 2015. p. 365-373. v. 1. Querelado = réu. Noticiar o fato criminoso. 24/03/2015 1 - Regra: queixa crime é propriamente dita. Exercício arbitrário das próprias razões Art. 345. - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único. Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. DIREITO PENAL II – AULA 07 AÇÃO PENAL PRIVADA OBJETIVOS: compreender e identificar os tipos de ação penal. Reconhecer suas diferenças e suas aplicações. CONTEÚDOS: ação penal pública. 1. AÇÃO PENAL PRIVADA (ART. 100, §2º, DO CP) • Querelante (vítima) x querelado (criminoso). a) Queixa-crime b) Prazo Menor de 18 anos. (prazo decadencial) -- obs: prazo decadencial só para vitima. Crime descrito no art. 236, caput, do Código Penal. (nulo) Art. 236. - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Ação penal Pública Privada Incondicionada (regra) Representação Do Ofendido Requisição do Ministério da Justiça Propriamente Dita Personalíssima Subsidiária da Publica Condicionada Denuncia Titular MP Promotores e procuradores Não depende da manifestação da vitima. Queixa crime vitima/ofendido querelante 2º. Ano 3º Semestre - Magno – turma C sala 301 Página 11 de 14 Direito – Unifran 2015 Direito Penal II Prof. Dr. Wendel Parágrafo único. A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. -- so a vitima neste Art. Que pode entrar com ação penal. -- primeiro processo civil, depois processo penal e o prazo para entrar com ação é o prazo é de 6 meses. c) Legitimidade -- vitima, menor com representantelegal e advogado. -- exceção Art. 236 somente o conjugue enganado, se morrer exingue o processo., • Morte do ofendido: CADI. -- Conjugue, Ascendente, Descendente, Irmão. -- 17/12/2014 ofença, morreu 24/02/2014, esposa sabendo da ofença 10/03/2014, prazo é 17/12/2014 não ficar alongando. 1.1. PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA AÇÃO PENAL PRIVADA a) Princípio da oportunidade: -- o querelante não é obrigado a propor ação penal, propõe se quizer. b) Princípio da disponibilidade: -- o querelante se quiser pode abandonar a ação penal. c) Princípio da indivisibilidade: -- o querelante deve ser proposta contra todos envolvidos no crime que se tem ciência. Ex: pessoa ofendida por 100, só consegue identificar 10, entra com ação penal contra os 10, só que se apaixona por uma querelada e quer tirar ela da ação, não pode neste caso todos são beneficiados, renuncia 1 e todos são beneficiados. d) Intranscendência: -- a ação penal deve-se limitar a pessoa que pratica o crime. Ex. filho comete o crime, não pode o entrar com ação conta os pais do acusado. P – policia 10 dias.......|MP 5 Dias____|....6 meses.......|...................................| prescricional S – policia dias.......,|MP 15 Dias. __|....6 meses.......|...................................| Prazo decadencial so para querelante. Este prazo 5 Dias e 10 dias só para o querelante entrar ele não fizer o MP faz. MP pode entrar com a denuncia q qualquer tempo. MP = denuncia, querelante = queixa-crime. D (dia) M (mês) A (ano) Termo Inicial 24 03 15 Prazo 03 Data será 23/03/2018 -1 Exercício: Roberval foi caluniado no dia 12/12/2014, porem veio a saber do autor do crime em 16/01/2015, procurado por Roberval para um consulta penal responda: qual a medida judicial cabível? Ate quando ela tem que ser proposta? R: Art. 138, prazo para proposta é 15/07/15 (6 meses). DOS CRIMES CONTRA A HONRA Calúnia Art. 138. - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. 6º DIA Preso Solto 16º DIA 2º. Ano 3º Semestre - Magno – turma C sala 301 Página 12 de 14 Direito – Unifran 2015 Direito Penal II Prof. Dr. Wendel 2º - É punível a calúnia contra os mortos. Exceção da verdade 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no número I do art. 141; III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 1.2. PRINCIPAL, PRIVADA EXCLUSIVA (OU PROPRIAMENTE DITA) • Exemplo: crimes contra a honra (art. 145, caput); crimes de dano (art. 163 c.c. art. 167 do CP); fraude à execução (art. 179, § único); alteração de limites, usurpação de águas e esbulho possessório, quando não houver violência e a propriedade for privada (art. 161, §1º, I e II); introdução ou abandono de animais em propriedade alheia (art. 164, c.c. o art. 167 do CP); violação de direito autoral (art. 184, caput c.c. art. 186, I); induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento para fins matrimoniais (art. 236 e seu parágrafo); exercício arbitrário das próprias razões (art. 345, parágrafo único). OBS.: Todo e qualquer crime praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado ou Município, a ação penal será pública. 1.3. AÇÃO PRIVADA PERSONALÍSSIMA (ART. 236 DO CP) a) Termo inicial do prazo decadencial. 1.4. SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA (ARTIGO 5°, LIX, DA CF C.C. ARTIGO 100, §3º, DO CP) a) Prazos para a oferta da denúncia: 5 (cinco) dias se o agente estiver preso, ou 15 (quinze) dias se estiver solto. b) Prazo para a propositura da queixa subsidiária. Referências: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 564-588. v. 1. MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado: parte geral. 8. ed. São Paulo: Método, 2014. p. 877-898. v. 1. MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal: parte geral. 31. ed. São Paulo: Atlas, 2015. p. 365-373. v. 1. 30/03/2015 Estudo dirigido em grupo – caso 8, analise de acórdão. O processo trata de homicídio tentado, com consumação posterior, porem, de acordo com o artigo 23, II CP, não há crime quando o agente pratica o fato em legitima defesa, repelindo a injusta agressão (artigo 25 CP). A sentença é fundamentada no artigo 415, IV, CPP, absolve o acusado demonstrada a exclusão do crime. 07/04/2015 DIREITO PENAL II – AULA 08 PUNIBILIDADE: MORTE DO AGENTE, ANISTIA, GRAÇA E INDULTO Conceito: Punibilidade é a possibilidade de aplicação da pena OBJETIVOS: compreender a punibilidade e suas causas extintivas. Entender a aplicação de cada uma das excludentes. CONTEÚDOS: punibilidade e suas excludentes. Morte do agente, anistia, graça e indulto. 1. NOÇÕES GERAIS 1.1. DEFINIÇÃO 1.2. PREVISÃO LEGAL (ART. 107 A 120 DO CP) aplicação da pena. 2. CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE (ART. 107 DO CP) -- tem crime que é fato típico, antijurídico, culpabilidade e não tem pena. Ex. crime prescreve. Não esquecendo que tem exceção que são os crimes de racismo e grupos armados art. 5, 42, CF; estes crimes não têm prescrição. Pretensão punitiva. É a intenção do Estado de aplicar a lei penal ao caso concreto: fato criminoso: até o transito e julgado da sentença penal condenatória. Pretensão executória. É a intenção de fazer cumprir aquilo que foi determinado na sentença penal condenatória já transitada e julgado. a) Causas extintivas: (art. 107 CP) a pretensão punitiva do Estado nasce e dura algum tempo e depois desaparece. Ex: prescrição, decadência (6 meses); b) Causas de exclusão: a pretensão punitiva do Estado se quer surgiu, nem nasceu. Art. 181 exemplo da esposa que pega o dinheiro na carteira do marido. 3. MORTE DO AGENTE (ART. 107, I, DO CP) morte do criminoso. 2º. Ano 3º Semestre - Magno – turma C sala 301 Página 13 de 14 Direito – Unifran 2015 Direito Penal II Prof. Dr. Wendel Princípio da personalidade da pena. – a pena não passa para outra pessoa. Ex: pena de 6 anos + R$2000,00 de indenização, morre o preso no 2 anos de pena, a indenização tem que ser paga, os efeitos civis não morreu, claro observando se tem herança, se ele não deixou nada encerra a ação. Pena e multa, a pena que acaba a multa também pois não passa do condenado. Outro exemplo: preso que tem que cumprir 6 anos de pena, no 2 ano arruma certidão de óbito, o juiz determina encerramento do processo, porem ele não esta morto e aparece dançando carnaval no Bahia, ela não afasta tendo em vista que não morreu, como não tem morte então não excluiu a punibilidade. Extinguem-se todos os efeitos penais da sentença, permanecendo os extrapenais. Prova: E a morte da vítima, pode gerar extinção da punibilidade? Em regra não termina a pena, não exclui a punibilidade, desde que não tenha sito julgado. Exceção art. 236. 4. ANISTIA, GRAÇA OU INDULTO (ART. 107, II, DO CP E ART. 5°, XLIII, DA CF) -- 3TH – trafico, terrorismo, tortura e crimes hediondos. • O Estado renuncia o direito de punir. 4.1. ANISTIA • Motivada por questões de política criminal. • Os efeitos penais são apagados, permanecendo os extrapenais. • Destina-se a fatos e não a pessoas. 4.2. GRAÇA (quem concede é o presidente da republica através do decreto presidencial, o interessado tem que pedir. • De caráter individual, destina-se a determinada pessoa e não a fato. • Efeitos: atinge somente os efeitos principais da condenação, subsistindo todos os efeitos penaise extrapenais, gerando, inclusive, a reincidência e maus antecedentes. 4.3. INDULTO (quem concede é o presidente da republica através do decreto presidencial, tem regras. • É o benefício de caráter coletivo. Referências: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 588-596. v. 1. MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado: parte geral. 8. ed. São Paulo: Método, 2014. p. 903-913. v. 1. MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal: parte geral. 31. ed. São Paulo: Atlas, 2015. p. 375-382. v. 1. 2º. Ano 3º Semestre - Magno – turma C sala 301 Página 14 de 14
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