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Aula 2 Redação (Particular)

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A Linguagem do texto
As diferentes linguagens — ou, dito de outro modo, as diferentes formas de expressão — variam de acordo com os elementos participantes. Se estivermos conversando em uma festa com um amigo, podemos utilizar termos mais informais, até mesmo gírias, e certa dose de humor; se quisermos, no entanto, escrever uma carta ao diretor do colégio em que estudamos, utilizaremos expressões mais formais, um vocabulário universal e um tom sério. Qual das duas linguagens é a melhor? Ora, nenhuma. Cada uma é mais adequada a uma situação. Por isso, o estudo do uso do código implica, obrigatoriamente, a reflexão sobre os elementos presentes em cada contexto.
De modo amplo, podem-se verificar duas posturas do emissor quanto à sua preocupação com a forma de expressão e, particularmente, à correção gramatical. 
Assim, quando há respeito à norma culta do idioma, diz-se que a modalidade é formal. Em um segundo grande grupo, estariam os textos cuja linguagem apresenta incorreções gramaticais, tendo por essa razão um registro informal.
Esquematicamente, teríamos:
Registro Formal
• Erudito/Hiperculto: Fa-lo-ía se lhe fosse anuído?
• Culto: Você faria isso se fosse possível?
Registro Informal
• Coloquial: Dá pra fazer isso?
• Vulgar/Inculto: Num dá pra mim fazê. Tu pode?
Há que se destacar ainda a linguagem regional e a linguagem grupal, típica de certos grupos de pessoas e, por isso, hermética (fechada) para o restante da comunidade (técnico-profissional e gírias).
A exigência do Enem é que o aluno demonstre domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa. Por isso, evite expressões como “e”, “aí”, “daí”, “então”, bem como a utilização repetida de verbos comuns do cotidiano.
Fazer. Uma boa educação faz bons cidadãos (gera, produz); A pobreza faz desemprego e consequentemente a miséria (promove, gera, ocasiona); A violência no trânsito faz inúmeras vítimas diariamente (produz, cria).
Dar. O evento naquela região deu bons frutos para a economia local (gerou, produziu); Os meios de comunicação deram a informação (publicaram, divulgaram); Os pais deram muita atenção ao filho mais novo (dedicaram).
Ter. A administração do local não tem alternativa (possui); Todo cidadão tem esse direito perante a lei (possui, merece); Identifiquei que ali tem um problema (existe, há).
Grau de intervenção do autor no texto:
Sendo a 1ª pessoa (do singular ou do plural) a “pessoa que fala”— isto é, o emissor —, sempre que ela aparece em um texto, pode-se perceber a presença do autor. Por isso, denominamos a linguagem empregada de pessoal. Se, ao contrário, a 1ª pessoa está ausente e o autor utiliza apenas a 3ª pessoa, a linguagem do texto é impessoal. Dito de outro modo, será pessoal todo texto que utilizar, mesmo que apenas uma vez, um pronome ou verbo em 1ª pessoa.
É preciso, porém, fazer uma ressalva. Quando a 1ª pessoa utilizada é apenas a do plural (“nós”, “nosso”, “sabemos”), diz-se que a pessoalidade do texto não é tão forte, pois o autor se “esconde” sob o grupo. Por isso, em redações dissertativas, esse uso tem sido aceito com frequência, ainda que se trate de um texto conceitualmente impessoal.
Conhecimento de mundo:
Um bom redator — assim como um bom leitor — precisa estar “antenado”. 
Nossa tarefa, a partir de hoje, será a de mantermos um contato ativo com o mundo que nos cerca, lendo as últimas notícias, pensando sobre seus significados, relacionando-as com nossa experiência de vida e com as ciências estudadas no colégio.
Interpretação Do Tema
Embora não pareçam à primeira vista, os temas de vestibular exigem uma atenção bastante concentrada. Isso ocorre, porque existe uma tendência natural à dispersão quando se começa a pensar sobre um assunto, como em uma conversa com amigos. Ao mesmo tempo, pode haver a vontade de dizer algo que pareça significativo, que se tenha lido ou discutido em sala de aula. Ambos os fatores podem produzir o maior dos problemas da redação no vestibular: a fuga ao tema; seja ela parcial ou total.
Para evitar que esse problema o atinja, é preciso fazer uma distinção esclarecedora. Assunto não é o mesmo que tema. Assim, se uma banca pede para você escrever sobre “a dependência tecnológica do homem contemporâneo” e outra, sobre “as tecnologias na educação formal”, as redações seriam muito diferentes, embora o assunto seja o mesmo. Dito de outro modo, o assunto tem um caráter geral e o tema constitui uma especificação.
Se o tema está organizado sob a forma de uma pergunta, organize sua redação garantindo que a resposta seja dada. Se essa pergunta for estruturada com a expressão “por quê?”, por exemplo, seu texto deverá trazer explicações ou causas do fenômeno em discussão. Se o tema explicita o contexto brasileiro, suas ideias e exemplos devem dizer respeito a essa realidade. Se, na proposta, está presente um vocábulo como “atualidade” ou “contemporâneo”, é importante considerar os fatores atuais do problema. E assim por diante.
Um exemplo de fuga ao tema ocorreu no ENEM 2006. A banca solicitou uma dissertação sobre “o poder de transformação da leitura”, mas muitos estudantes escreveram sobre a importância da leitura. Com atenção, pode-se notar que se trata de discussões distintas; quem não teve essa atenção acabou obtendo, assim, notas menores que as esperadas.
Delimitação do assunto:
Respeitar as restrições do tema + utilização dos textos motivadores.
Introdução
Essa é a parte do texto responsável por estabelecer a linha de pensamento a ser seguida pelo autor, tanto quanto levar o leitor a se interessar pelo texto; cumpre a função de levar o leitor para dentro do texto.
Aqui é feita a identificação, pelo leitor, se houve ou não “fuga” ao tema. Para não cometer erros, o ideal é contextualizar o tema (Qual é a melhor estratégia para começar a falar desse tema?).
Não há uma fórmula infalível para se produzir uma redação; porém existem técnicas que podem ajudar no alcance de uma excelente nota. Relembre algumas delas:
Conceitual: Neste tipo, o candidato dá a definição de alguma palavra-chave do tema, quase como um dicionário. Também são usados, aqui, pedaços de leis e/ou textos científicos.
Fotográfica (ou flashes): Na primeira oração da introdução, o candidato cita algumas palavras-chave que representem aquele tema. Também podemos entender como a descrição de uma situação.
Histórica: O candidato deve procurar na História uma relação direta com o tema proposto, ainda que este seja contemporâneo.
Concessiva: Essa estratégia consiste em contestar definições, citações ou opiniões. (“Embora seja divulgado amplamente que a situação da educação pública no Brasil tem melhorado com o passar dos anos, a realidade mostra um cenário se não pior do que há alguns anos, estagnado.”).
Se, no entanto, a introdução se resumir a contextualizar o tema, ela não terá desempenhado seu papel por completo. 
Dessa maneira, cabe ao parágrafo introdutório sugerir a abordagem do tema. Em outras palavras, a introdução precisa mostrar que caminho será seguido ao longo do desenvolvimento e a que ponto se deseja chegar.
A melhor maneira de cumprir a segunda função da introdução é elaborar uma linha de raciocínio. A tese pode ajudar a estruturar um texto por completo, e o lugar em que a frase-tese deve ser apresentada é justamente o primeiro parágrafo.
A tese Funciona como a essência que sobraria se tivéssemos que reduzir o texto a um único período.
Observe a introdução a seguir, feita para um texto sobre a situação dos negros no Brasil hoje:
Há mais de cem anos, uma lei foi assinada para libertar os negros escravos no Brasil. Desde então, a realidade da distribuição racial parece manter-se a mesma no país: poucas oportunidades de ascensão social e muitas formas de preconceito. Ao mesmo tempo, exaltamos a miscigenação étnica como uma marca brasileira diante da intolerância global. Para compreender — e superar — esse panorama, faz-se necessário analisar os fatores sociais, econômicos e políticos que sustentam a distribuição racial brasileira.
Apesarde bem escrita, essa introdução parece carecer de uma essência que a torne única e que permita visualizar o que será discutido em seguida. Isso ocorre porque a apresentação simples dos planos de análise (fatores sociais, econômicos e políticos) é insuficiente para sugerir o posicionamento ideológico do texto, na medida em que a avaliação desses três aspectos pode gerar diferentes pontos de vista. Leia o parágrafo a seguir, acerca do mesmo tema, para estabelecer uma comparação:
Há mais de cem anos, uma lei foi assinada para libertar os negros escravos no Brasil. Desde então, a realidade da distribuição racial parece manter-se a mesma no país: poucas oportunidades de ascensão social e muitas formas de preconceito. Ao mesmo tempo, exaltamos a miscigenação étnica como uma marca brasileira diante da intolerância global. Entretanto, este é o problema — sob o mito da mistura racial, ocultamos um racismo ainda mais perverso, que não tem sequer uma face visível.
Também já vistos em outras aulas, há pelo menos três formas de apresentar a tese: explícita (por etapas), implícita (por ideia-geral) ou pergunta retórica.
Obs.: Questionamentos retóricos não têm como objetivo suscitar uma dúvida, mas sugerir um ponto de vista, induzindo o leitor a concordar com a opinião pretendida. 
Sendo assim, NÃO DEIXE A PERGUNTA EM ABERTO, mas responda-a você mesmo ao longo do seu texto.
O uso de termos e ideias explicitamente interdisciplinares pode render frutos em termos de consistência argumentativa e criatividade. Nesse contexto, como a introdução oferece grande liberdade criativa, vale um esforço reflexivo – nem sempre fácil ou rápido – para buscar referências em outras disciplinas, qualquer que seja a estratégia de contextualização.
TESE – É a ideia que você vai defender no seu texto. Ela deve estar relacionada ao tema e apoiada em argumentos ao longo da redação.
ARGUMENTOS – É a justificativa para convencer o leitor a concordar com a tese defendida. Cada argumento deve responder à pergunta “Por quê?” em relação à tese defendida.
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS – São recursos utilizados para desenvolver os argumentos, de modo a convencer o leitor, como:
Exemplos;
Dados estatísticos; 
Pesquisas;
Fatos comprováveis;
Citações ou depoimentos de pessoas especializadas no assunto;
Alusões históricas e
Comparações entre fatos, situações, épocas ou lugares distintos.
(Exercícios) 
(FUVEST-SP) Leia o texto a seguir e responda às questões 1, 2 e 3:
 GOLS DE COCURUTO
O melhor momento do futebol para um tático é o minuto de silêncio. É quando os times ficam perfilados, cada jogador com as mãos nas costas e mais ou menos no lugar que lhes foi designado no esquema - e parados. Então o tático pode olhar o campo como se fosse um quadro negro e pensar no futebol como alguma coisa lógica e diagramável. Mas aí começa o jogo e tudo desanda. Os jogadores se movimentam e o futebol passa a ser regido pelo imponderável [que não se pode ser avaliado], esse inimigo mortal de qualquer estrategista. O futebol brasileiro já teve grandes estrategistas cruelmente traídos pela dinâmica do jogo. O Tim, por exemplo. Tático exemplar, planejava todo o jogo numa mesa de botão. Da entrada em campo até a troca de camisetas, incluindo o minuto de silêncio. Foi um técnico de sucesso mas nunca conseguiu uma reputação no campo à altura de sua reputação no vestiário. Falava um jogo e o time jogava outro. O problema do Tim, diziam todos, era que seus botões eram mais inteligentes do que seus jogadores (L. F. Veríssimo, O Estado de São Paulo, 23/08/93).
1. A tese que o autor defende é a de que, em futebol, 
a) o planejamento tático está sujeito à interferência do acaso.
b) a lógica rege as jogadas.
c) a inteligência dos jogadores é que decide o jogo.
d) os momentos iniciais decidem como será o jogo.
e) a dinâmica do jogo depende do planejamento que o técnico faz.
2. No texto, a comparação do campo com um quadro negro representa:
a) o pessimismo do tático em relação ao futuro do jogo.
b) um recurso utilizado no vestiário.
c) a visão de jogo como movimento contínuo.
d) o recurso didático preferido pelo técnico Tim.
e) um meio de pensar o jogo como algo previsível.
3. As expressões que retomam, no texto, o segmento "o melhor momento do futebol" são
a) os times ficam perfilados - aí.
b) é quando - então.
c) aí - os jogadores se movimentam.
d) o tático pode olhar o campo - aí.
e) é quando - começa o jogo.
4. (UNICAMP-SP) Leia com atenção o texto abaixo:
"Não há (…) como se cogitar do abandono do sistema de reajustes indexados e automáticos. (…) Em suas linhas gerais a legislação salarial deve ser mantida, por ser tecnicamente melhor do que as suas antecessoras. Impõe-se, entretanto, um tratamento adequado ao piso salarial nacional e sua completa e definitiva desvinculação de outros salários. Exige-se, ainda, o estreitamento do amplo arco de salários. Não é justo que, enquanto alguns são pagos à razão de meio, um, dois ou três salários mínimos, outros consigam ganhar cinqüenta, cem, duzentas ou trezentas vezes mais. É fundamental, finalmente, que as negociações sindicais ou com as empresas sejam livres e responsáveis, tomando como parâmetro os dados objetivos da realidade." (Almir Pazzianoto. Folha de S Paulo, 30 nov. 1987.)
a) o argumento utilizado pelo Ministro do Trabalho a favor da manutenção da legislação salarial que prevê reajustes indexados e automáticos; 
b) a palavra que marca sintaticamente a oposição entre os assalariados que ganham pouco e aqueles que ganham muito;
c) a palavra que poderia ser substituída por “não obstante”.
Texto para as questões de 5 a 9:
O balanço da Bossa
Condicionada fundamentalmente pelos veículos de massa, que a coagem a respeitar o "código" de convenções do ouvinte, a música popular não apresenta, senão em grau atenuado, o contraditório entre informação e redundância, produção e consumo. Desse modo, ela se encaminha para o que Umberto Eco denomina de música "gastronômica" : um produto industrial que não persegue nenhum objetivo artístico, mas, ao contrário, tende a satisfazer as exigências do mercado, e que tem, como característica principal, não acrescentar nada de novo, redizendo sempre aquilo que o auditório já sabe e espera ansiosamente ver repetido. Em suma: o servilismo ao "código" apriorístico - assegurando a comunicação imediata com o público - é o critério básico de sua confecção. "A mesma praça. O mesmo banco. As mesmas flores, o mesmo jardim". O mesmismo. Todo mundo fica satisfeito. O público. A TV. Os anunciantes. As casas de disco. A crítica. E, obviamente, o autor. Alguns ganham com isso (financeiramente falando). Só o ouvinte-receptor não "ganha" nada. Seu repertório de informações permanece, mesmissimamente, o mesmo. Mas nem tudo é redundância na música popular. É possível discernir no seu percurso momentos de rebeldia contra a estandardização e o consumismo. Assim foi com o Jazz Moderno e a Bossa-Nova. 
(Augusto de Campos. O Balanço da Bossa).
(FUVEST-SP) 5. O texto discute: 
a) a nulidade da ação dos veículos de massa sobre a música popular. 
b) a invariabilidade da mensagem transmitida pela música popular. 
c) o entusiasmo do auditório em relação à música popular. 
d) a adesão ao consumismo representada pelo Jazz Moderno e a Bossa Nova. 
e) o objetivo artístico a que se propõe a música popular. 
(FUVEST-SP) 6. De acordo com o texto, a música popular: 
a) não persegue nenhum objetivo artístico. 
b) oferece um repertório de informações sempre igual. 
c) nem sempre se curva às pressões consumistas. 
d) tem que ser servil ao "código" apriorístico. 
e) é sempre uma música "gastronômica". 
(FUVEST-SP) 7. Segundo o autor, a boa música popular deve: 
a) garantir a sobrevivência de seu autor. 
b) privilegiar a redundância. 
c) assegurar a comunicação imediata com o público. 
d) voltar-se contra o consumismo. 
e) apresentar o contraditório entre informação e redundância. 
(FUVEST-SP) 8. O "Mas" que inicia o segundo parágrafoindica: 
a) que o leitor pode não concordar com as idéias do autor. 
b) a não concordância do autor com as afirmações do primeiro parágrafo. 
c) o acréscimo de mais alguns argumentos que comprovam as afirmações anteriores. 
d) uma crítica às idéias apresentadas no parágrafo anterior. 
e) a apresentação de uma idéia contraposta ao que já foi dito. 
(FUVEST-SP) 9. O texto de Augusto de Campos é, predominantemente: 
a) dissertativo. 
b) narrativo. 
c) descritivo. 
d) descritivo-narrativo. 
e) narrativo-dissertativo.
10. São características da dissertação:
a) Defesa de uma tese através da organização de dados, fatos, ideias e argumentos em torno de um ponto de vista definido sobre o assunto em questão. Nela, deve haver uma conclusão, e não apenas exposição de argumentos favoráveis ou contrários sobre determinada ideia.
b) Os eventos são organizados cronologicamente, com uma estrutura que privilegia os verbos no pretérito perfeito e predicados de ação relativos a eventos que se referem à primeira ou à terceira pessoa. Presença de enunciados que sugerem ação e novos estados.
c) Predominância de caracterizações objetivas (físicas, concretas) e subjetivas (dependem do ponto de vista de quem as descreve) e uso de adjetivos. Os tipos de verbos mais comuns na estrutura do texto são os verbos de ligação.
d) Tipo textual marcado por uma linguagem simples e objetiva, sendo que um dos recursos linguísticos marcantes desse tipo de texto é a utilização dos verbos no imperativo, típicos de uma atitude coercitiva.
11. (UFMG) 
A revolução digital
Texto e papel. Parceiros de uma história de êxitos. Pareciam feitos um para o outro.
Disse “pareciam”, assim, com o verbo no passado, e já me explico: estão em processo de separação.
Secular, a união não ruirá do dia para a noite. Mas o divórcio virá, certo como o pôr-do-sol a cada fim de tarde.
O texto mantinha com o papel uma relação de dependência. A perpetuação da escrita parecia condicionada à produção de celulose.
Súbito, a palavra descobriu um novo meio de propagação: o cristal líquido. Saem as árvores. Entram as nuvens de elétrons.
A mudança conduz a veredas ainda inexploradas. De concreto há apenas a impressão de que, longe de enfraquecer, a ebulição digital tonifica a escrita.
E isso é bom. Quando nos chega por um ouvido, a palavra costuma sair por outro. Vazando-nos pelos olhos, o texto inunda de imagens a alma.
Em outras palavras: falada, a palavra perde-se nos desvãos da memória; impressa, desperta o cérebro, produzindo uma circulação de ideias que gera novos textos.
A Internet é, por assim dizer, um livro interativo. Plugados à rede, somos autores e leitores. Podemos visitar as páginas de um clássico da literatura. Ou simplesmente arriscar textos próprios.
Otto Lara Resende costumava dizer que as pessoas haviam perdido o gosto pela troca de correspondências. Antes de morrer, brindou-me com dois telefonemas. Em um deles prometeu: “Mando-te uma carta qualquer dia desses”.
Não sei se teve tempo de render-se ao computador. Creio que não. Mas, vivo, Otto estaria surpreso com a popularização crescente do correio eletrônico.
O papel começa a experimentar o mesmo martírio imposto à pedra quando da descoberta do papiro. A era digital está revolucionando o uso do texto. Estamos virando uma página. Ou, por outra, estamos pressionando a tecla “enter”. SOUZA, Josias de. A revolução digital. Folha de São Paulo, São Paulo, 6 de maio de 1996. Caderno Brasil, p. 2.
Com base na leitura feita, é correto afirmar que o objetivo do texto é:
a) defender a parceria entre o papel e o texto como uma história de êxitos.
b) discutir as implicações da era digital no uso da escrita.
c) descrever as vantagens e as desvantagens da internet na atualidade.
d) narrar a história do papel e do texto desde a antiguidade.
12) Transforme os discursos abaixo, apresentados na linguagem informal, para a linguagem formal:
Doeu pra caramba a injeção.
Fui na casa da Mariana porque tava rolando uma festa manera.
O Filipe ficô babando na Cíntia.
Tem uma galera muito sem noção.
13) Enem 2009- Questão 109 
A linguagem da tirinha revela
O uso de expressões linguísticas e vocabulário próprios de épocas antigas.
O uso de expressões linguísticas inseridas no registro mais formal da língua.
O caráter coloquial expresso pelo uso do tempo verbal no segundo quadrinho.
O uso de um vocabulário específico para situações comunicativas de emergência.
A intenção comunicativa dos personagens: a de estabelecer a hierarquia entre eles.
14) QUESTÃO 115
De domingo
 — Outrossim?
— O quê?
— O que o quê?
— O que você disse.
— Outrossim?
—É.
— O que que tem?
—Nada. Só achei engraçado.
— Não vejo a graça.
— Você vai concordar que não é uma palavra de todos os dias.
— Ah, não é.Aliás, eu só uso domingo.
— Se bem que parece uma palavra de segunda-feira.
— Não. Palavra de segunda-feira é óbice.
— “Ônus.
— “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”.
— “Resquício” é de domingo.
— Não, não. Segunda. No máximo terça.
— Mas “outrossim”, francamente…
— Qual o problema?
— Retira o “outrossim”.
— Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás, é uma palavra difícil de usar. Não é qualquer um que usa “outrossim”. (VERÍSSIMO. L.F. Comédias da vida privada. Porto  Alegre: LP&M, 1996).
No  texto, há uma  discussão  sobre o uso de  algumas  palavras da língua portuguesa. Esse uso  promove o (a)
Marcação temporal, evidenciada pela presença de palavras indicativas dos dias da semana.
Tom humorístico, ocasionado  pela ocorrência de  palavras empregadas em  contextos  formais.
Caracterização da identidade linguística dos  interlocutores, percebida pela recorrência de palavras regionais.
Distanciamento entre os  interlocutores, provocado pelo emprego de palavras com  significados poucos  conhecidos.
Inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de palavras desconhecidas por  parte de  um dos   interlocutores do  diálogo.
15) 135 (Enem 2012 - Segundo Dia) 
“eu gostava muito de passeá… saí com as minhas co lgas… brincá na porta di casa di vôlei… andá de patins… bicicleta… quando eu levava um tombo ou outro… eu era a::… a palhaça da turma… ((risos))… eu acho que foi uma das fases mais… assim… gostosas da minha vida foi… essa fase de quinze… dos meus treze aos dezessete anos…” A.P.S., sexo feminino, 38 anos, nível de ensino fundamental. Projeto Fala Goiana, UFG. 2010 (inédito).
Um aspecto da composição estrutural que caracteriza o relato pessoal de A.P.S. como modalidade falada da língua é
Predomínio de linguagem informal entrecortada por pausas.
Vocabulário regional desconhecido em outras variedades do português.
Realização do plural conforme as regras da tradição gramatical.
Ausência de elementos promotores de coesão entre os eventos narrados.
Presença de frases incompreensíveis a um leitor iniciante.
16) ENEM – 130
 A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil, corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à aplicação do domínio de ter na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali.
Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma poroutra? CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado, In: Cadernos de Letras da UFF, n.° 36, 2008. Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).
Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que:
O estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica.
Os estudos clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua.
A avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma.
A adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos.
Os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística.
17) Enem-2009):
Quanto às variantes linguísticas presentes no texto, a norma padrão da língua portuguesa é rigorosamente obedecida por meio
A) do emprego do pronome demonstrativo “esse” em “Por que o senhor publicou esse livro?”.
B) do emprego do pronome pessoal oblíquo em “Meu filho, um escritor publica um livro para parar de escrevê-lo!”
C) do emprego do vocativo “Meu filho”, que confere à fala distanciamento do interlocutor.
D) da necessária repetição do conectivo no último quadrinho.
A Pena de Morte Em Debate
A pena de morte ainda acontece em diversos países ao redor do mundo. Ela não ocorre no Brasil há muito tempo, mas os frequentes casos de violência fazem com que boa parte da população brasileira seja a favor da volta dessa forma de punição.
O que é pena de morte?
A pena de morte, também chamada pena capital, é um processo pelo qual uma pessoa é morta como punição por um crime cometido. Mas não é qualquer tipo de morte. Ela precisa ser realizada pelo Estado após decisão judicial, que condena uma pessoa à sentença de morte. É diferente de uma execução, que consiste na morte de uma pessoa sem processo legal que a autorize.
A pena de morte não é um instrumento novo no mundo. A execução de criminosos e opositores políticos foi utilizada em diversos momentos da história, inclusive no Brasil. A última vez em que a pena de morte para crimes civis foi aplicada no Brasil foi em 1876, ficando oficialmente proibida após ser retirada do nosso Código Penal com a Proclamação da República em 1889.
Essa mudança tornou o Brasil a segunda nação das Américas a abolir a pena de morte para crimes comuns, ficando atrás apenas da Costa Rica, que aboliu a pena capital em 1859. Isto quer dizer que a pena de morte foi completamente abolida no Brasil?
Não é bem assim! A pena capital é proibida pela lei brasileira em casos de crimes civis, mas a nossa Constituição permite que ela seja aplicada em casos de crimes cometidos em tempos de guerra. É o que diz o inciso 47 do artigo 5º da nossa Constituição: “não haverá pena de morte, salvo em caso de guerra declarada”.
Os crimes que podem levar a essa punição estão escritos no Código Penal Militar e a pena prevista é execução por fuzilamento. Alguns exemplos desses crimes são:
traição (como pegar em armas contra o Brasil ou auxiliar o inimigo);
covardia (por exemplo fugir na presença do inimigo);
rebelar-se ou incitar a desobediência contra a hierarquia militar;
desertar ou abandonar o posto na frente do inimigo;
praticar genocídio;
crimes de roubo ou extorsão em zona de operações militares; entre outros.
Uma pesquisa realizada pelo Datafolha em setembro de 2014 revelou que 43% dos brasileiros é a favor da pena de morte, enquanto 52% se posicionaram contra. Muitos dos que se posicionam a favor utilizam como principal argumento que a pena de morte reduziria a violência no Brasil e diminuiria os gastos com ressocialização dos presos, uma medida que poucas vezes funciona. Para os favoráveis à pena de morte, ela é a única forma de garantir que criminosos não retornem à sociedade ou cometam outros crimes dentro da prisão.
Os que discordam dessa posição argumentam que a defesa da pena de morte no Brasil é guiada puramente por sentimento de vingança, sem qualquer motivação racional, o que faz com que a sociedade não perceba as desvantagens que a punição pode trazer, como desperdício de recursos que poderiam ser melhor utilizados na recuperação do preso.
Um estudo realizado com 67 pesquisadores estadunidenses, especialistas na temática da pena de morte, e publicado pelo Jornal de Lei Criminal e Criminologia da Universidade de Northwestern, em Chicago, mostra que para 88,2% deles, a pena de morte não tem qualquer impacto sobre os níveis de criminalidade. Para eles, não existem quaisquer dados ou estudos provando a relação entre a pena de morte e a diminuição da criminalidade.
Alguns destes especialistas defendem que a prisão perpétua seria uma melhor alternativa, por ser uma pena menos drástica, mas com igual capacidade de tirar da rua os criminosos mais perigosos.
“Nenhum homem deve ser punido a não ser pelo seu próprio crime. -Peter Singer
Tema da redação: Se uma pessoa cometer um crime hediondo, qual deve ser a pena máxima que ela deve cumprir? No Brasil, não existe a pena de morte, mas muitas pessoas acreditam que a adoção de penas mais rígidas – inclusive a pena de morte – diminuiria a criminalidade. Outras pessoas discordam e acreditam que punições severas só gerariam mais violência; elas afirmam que apenas pessoas pobres, que não têm os meios de contratar bons advogados, seriam condenadas à morte. Você é a favor da adoção da pena de morte no Brasil? Defenda sua posição com argumentos e exemplos verídicos.
Questões e tópicos que podem ser abordados na redação:
1. A sociedade tem o direito de executar uma pessoa? E se a pessoa a ser executada matou uma outra pessoa?
2. Quais são os benefícios e os malefícios que a adoção da pena de morte pode causar à sociedade brasileira?
3. Você seria a favor da pena de morte se soubesse que 1% das pessoas executadas é, na verdade, inocente?
4. Um criminoso que, de fato, matou, sequestrou ou estuprou tem o direito de viver?
5. As cadeias são mantidas com dinheiro de impostos. É justo que a sociedade brasileira pague para sustentar criminosos enquanto parte da população do País não tem o que comer?
6. A pena de morte não seria uma solução que ajudaria a evitar as consequências da fuga de criminosos perigosos de cadeias?

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