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Prática Jurídica III Considerações iniciais e Relaxamento de prisão em flagrante

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PRÁTICA JURÍDICA III
PROF. RENAN MARQUES
E-mail: renandireito@gmail.com
AULA – CONSIDERAÇÕES INICIAIS e RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
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Considerações iniciais
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1. Objetivo Geral. 
O objetivo da disciplina de Prática Jurídica III é oferecer ao alunado uma visão da prática do Direito Penal e do Direito Processual Penal, a fim de prepará­los para a advocacia, privada ou pública, bem como o Exame de ordem da OAB.
Será desenvolvida nos alunos a habilidade de identificação e  elaboração de peças processuais por meio da análise e síntese do conhecimento apreendido nas disciplinas da grade  curricular, já ministradas no curso da graduação. 
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2. Bibliografia Básica. 
CAPEZ, Fernando; COLNAGO, Rodrigo. Prática forense penal. 5ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012.   
NUCCI, Guilherme  de  Souza;  NUCCI,  Náila  Cristina  Ferreira.  Prática  forense  penal.  São  Paulo:  Revista  do Tribunais, 2009.   
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Prática de processo penal. São Paulo: Saraiva, 2009.
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3. Avaliação. 
Av1, Av2 e Av3 valerá 8,0 pontos. 
 Serão passadas peças práticas no decorrer de cada avaliação que serão todas entregues no dia da PROVA e que totalizarão 2,0 pontos. 
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4 . Raio X das Peças Prático - Profissionais da OAB até o XX Exame de ordem - 2016.3.
	
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4.1 Identificação básica das peças processuais mais cobradas na OAB. 
1ª) Relaxamento de Prisão em Flagrante.
É uma peça profissional utilizada na fase pré-processual. 
Ocorre nas situações de ilegalidade da prisão em flagrante. (Art. 5º, LXV, CF).
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2ª) 	Resposta à acusação.
É uma peça profissional utilizada na fase processual. 
Ocorre após a decisão de recebimento da denúncia, vindo o juiz a ordenar a citação do acusado para oferecer resposta à acusação (Art. 396, CPP, 396-A CPP e Art. 406, § 3o  CPP)
3ª) Queixa-crime. 
- A queixa-crime é a peça inicial da ação penal privada, promovida pelo ofendido ou por quem tenha qualidade para representá-lo. (Art. 30, 41 e 44, CPP, bem como Art. 100, § 2º, CP)
 
	
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4ª) Memoriais (alegações finais). 
É uma peça profissional utilizada na fase processual.
Ocorre após a audiência de instrução e julgamento, devendo a acusação apresentar memoriais e a defesa ser intimada. (Art. 403, § 3º, CPP).   
	
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5ª) Apelação. 
É uma peça profissional utilizada na fase processual.
Trata-se de um recurso. 
É cabível contra: 
Sentenças judiciais definitivas que julguem o mérito (sentenças condenatórias ou absolutórias) – Art. 593,I CPP.
Decisões definitivas ou com força de definitiva, proferidas por juiz singular (natureza residual) – Art. 593, II, CP.
	
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Decisões do Tribunal do Júri quando (Art. 593,III, CPP): 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. (R
Decisões de impronúncia e absolvição sumária – Art. 416, CPP. Lei
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6ª) Recurso em sentido estrito – RESE. 
Trata-se de um recurso através do qual se busca o reexame da decisão, despacho ou sentença do juiz, permitindo a este, um novo pronunciamento, nas hipóteses taxativamente previstas em lei. 
As hipóteses taxativas de RESE estão no Art. 581, CPP. 
A FGV só cobrou a hipótese de RESE contra a decisão de PRONÚNCIA (Art. 581, IV, CPP) 
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7ª) Revisão criminal. 
 - Trata-se de uma ação de impugnação, tendo em vista que não possui algumas características inerentes aos recursos. 
Somente é cabível de sentenças penais transitadas em julgado, possuindo o objetivo de rescindir esta sentença. 
Não possui prazo máximo e desencadeia o surgimento de um NOVO processo. 
É instituto exclusivo da defesa. 
As hipóteses de cabimento estão no Art. 622, CPP. 
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8ª) Agravo em Execução. 
 - O Agravo em Execução é um recurso criminal que está previsto na Lei de Execução Penal – LEP, Lei n. 7.210/84, em seu artigo art. 197, sendo cabível contra as decisões proferidas pelo Juiz da Vara de Execuções Penais. 
O procedimento do Agravo em Execução é o mesmo do Recurso em Sentido Estrito. 
O Agravo em Execução se destina a discutir uma questão de execução de pena que foi obstada pelo juiz.
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Relaxamento de prisão em flagrante
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1. Considerações iniciais.
1.1 Peças profissionais que podem ser requeridas na fase pré-processual (inquérito policial). 
	1.1.1 Requerimento ao delegado de polícia.
 	- É cabível quando se pretende obter diligências administrativas cuja realização é de competência do delegado de polícia. 
	1.1.2 Relaxamento de prisão em flagrante. 	
	1.1.3 Pedido de liberdade provisória. 
	
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	- Tanto o relaxamento da prisão em flagrante quanto o pedido de liberdade provisória somente são cabíveis se houver uma prisão em flagrante. 
- Distinção:
Prisão em flagrante ILEGAL  Relaxamento de prisão em 											 flagrante. 
Prisão em flagrante LEGAL  Pedido de Liberdade 	 												 Provisória. 
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OBS: E se for decretada uma prisão preventiva ou uma prisão temporária qual seria a peça profissional cabível ?
 Revogação de prisão preventiva ou temporária. 
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2. Relaxamento de Prisão em Flagrante. 
2.1 Tipos de prisões.
2.1.1 Prisão Pena. 
- É aquela decretada APÓS o trânsito em julgado de uma sentença penal condenatória. 
2.1.2 Prisões cautelares/processuais/provisórias.
- São aquelas decretadas ANTES do trânsito em julgado de uma sentença penal condenatória. 	
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OBS: Espécies de prisões cautelares: 
1ª) Prisão em flagrante. 
2ª) Prisão preventiva. 
3ª) Prisão temporária. 	
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2.2 Cabimento do relaxamento de prisão em flagrante.
O relaxamento da prisão em flagrante somente é cabível nos casos em que a prisão em flagrante for ILEGAL, podendo esta ilegalidade decorrer de um vício material ou formal. 
2.2.1 Vício material. 
- São aqueles que se manifestam ANTES da lavratura do auto de prisão em flagrante. 
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Ocorrerá vício material quando: 
 NÃO estiverem presentes os requisitos autorizativos da configuração do flagrante delito, sendo de suma importância o estudo dos seguintes tipos de flagrante:
	A) Flagrante próprio ou real - ocorre quando alguém está cometendo a infração penal (Art. 302, I, CPP) ou ocorre quando o sujeito acaba de cometê-la (Art. 302, II, CPP), estando o agente no cenário da prática delituosa. 
	 
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B) Flagrante Impróprio / quase-flagrante / irreal - ocorre quando o agente é perseguido, logo após, pela autoridade policial, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração (Art. 302, III, CPP). 
A expressão “logo após” significa que houve uma perseguição que se inicia em seguida à execução do delito, existindo um distanciamento mínimo entre a prática da infração penal e o início da perseguição. 
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	OBS: Esta perseguição deve ser ininterrupta, ou seja, deve haver constantes diligências, sem intervalos longos, realizadas pela autoridade com vistas à localização e prisão do criminoso. Caso a perseguição seja quebrada haverá a desconfiguração da prisão em flagrante. 	
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	C) Flagrante Presumido / Ficto / Assimulado – Inciso IV – neste caso o agente é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração (Art. 302, IV, CPP).
	Neste flagrante NÃO há perseguição. 
A expressão “logo depois” permite um elastério maior de horas entre a prática do crime e a localização do seu autor. 
OBS: Tanto no flagrante impróprio quanto no presumido NÃO existe um prazo mínimo de 24 horas para encontrar o autor do crime. 
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	D) Flagrante preparado ou provocado – trata-se deuma classificação doutrinária que conduz a um prisão ilegal. Ele possui os seguintes requisitos cumulativos: 
	Agente provocador – é o sujeito que induz ou instiga alguém a cometer uma infração penal, para depois prendê-lo. 
Consumação impossível – o agente provocador se cerca de todas as cautelas para que o crime não se consume. 
Súmula 145 STF – “NÃO há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.”
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	OBS: É possível que a polícia se utilize de um agente provocador, “induzindo ou instigando” o autor a praticar determinada ação, mas somente para descobrir a real autoria e materialidade de um crime permanente, como nos casos do crime de trágico de drogas (tipo penal múltiplo ou alternativo). 
	Ex: Policial se passa por usuário e solicita a venda de droga para um traficante na residência deste último, não haverá flagrante preparado para a modalidade de tráfico “manter em depósito”. 
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	E) Flagrante forjado – é um flagrante totalmente artificial, sendo integralmente composto por terceiros, não existindo qualquer tipo de comportamento criminoso do sujeito que vem a ser preso. 
	As provas deste flagrante são forjadas/plantadas. 
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	F) Flagrante esperado – este flagrante NÃO conta com a interferência de um agente provocador, sendo um flagrante LÍCITO. A pessoa que efetua a prisão em flagrante apenas AGUARDA o INÍCIO da EXECUÇÃO do crime. 
	
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	G) Flagrante diferido/ retardado / prorrogado / postergado ou ação controlada – é a possibilidade que a polícia possui de retardar a realização da prisão em flagrante visando obter o maiores informações a respeito da ação dos criminosos e o maior número de provas. Este flagrante está previsto nas seguintes leis: 
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Lei de Organização criminosa – Lei 12.850/2013 - o flagrante retardado INDEPENDE de autorização judicial. 
	Art. 8o  Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações.
	§ 1o  O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público.
	
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Lei de tráfico de drogas – Lei 11.343/2006 - o flagrante DEPENDE de autorização judicial. 
Art. 53.  Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.
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 Haverá também vício material nas seguintes situações:
	1ª) Prisão em flagrante para averiguação – não existe autorização legal. 
	2ª) Prisão em flagrante delito de condutor de veículo automotor que socorre vítima de acidente de trânsito – existe vedação legal !
	 “Art. 301 do CTB - Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.”
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3ª) Prisão em flagrante em crime de pequeno poder ofensivo – via de regra NÃO é admissível a prisão em flagrante se o autor for imediatamente encaminhado ao Juizado ou assumir o compromisso de comparecer por expressa previsão legal. 
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. 
	
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	4º) Impossibilidade de prisão em flagrante para o crime de consumo de drogas. 
	“Art. 48.  O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.
	§ 2o  Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários. ”
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	OBS: Se o agente estava em situação de flagrante delito, mas se apresenta espontaneamente perante a autoridade policial, ele poderá ser preso em flagrante ? 
	 O art. 304 do CPP prevê que o preso em flagrante deve ser apresentado à autoridade competente por alguém (condutor), razão pela qual a apresentação espontânea NÃO autoriza a prisão em flagrante. 
	 Entretanto, poderá ser decretada a prisão preventiva se estiverem presentes os seus requisitos. 
	
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2.2.2 Vício formal.
São aqueles que se manifestas APÓS a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante (APF), ou seja, não são respeitadas as formalidades exigidas em lei para a personificação da prisão em flagrante. 
O procedimento para a lavratura da prisão em flagrente será o seguinte: 
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1º) A formalização da prisão em flagrante se dá com a LAVRATURA do auto de prisão em flagrante delito realizado pelo delegado de polícia. 
	OBS: A captura e a condução do sujeito que praticou um crime deve ser feito pela autoridade policial nas situações de flagrante obrigatório ou pode ser feito por qualquer pessoa do povo nos casos de flagrante facultativo. (Art. 301, CPP). 	
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	OBS: Para efetuar a lavratura do APF deve constar: 
	 O depoimento do condutor com sua assinatura.
	 O depoimento de 2 testemunhas do fato criminoso (testemunhas numerárias) com as suas assinaturas. 
	 Na FALTA destas é possível a oitiva de testemunhas de apresentação do preso à autoridade (testemunhas instrumentais ou indiretas) com as respectivas assinaturas.
	 O depoimento da vítima e do réu é facultativo. 
	 A presença de advogado é facultativa. 
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	 A assinatura do preso, se ele se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste. 	
	OBS: Pode haver LAVRATURA do auto de prisão em flagrante em crime de ação penal privada ou ação penal pública condicionada à representação ?
	 Em crimes dessa natureza pode até haver a captura e a condução do autor do crime, mas a LAVRATURA do APF somente ocorrerá se houver a manifestação da vítima neste sentido. 
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 Art. 5º, CPP: 
	§ 4º, O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
    § 5o  Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
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2º) APÓS a lavratura do APF, o delegado de polícia tem 24 HORAS para adotar uma série de uma série de formalidades, sob pena de haver a ilegalidade formal da prisão em flagrante, dentre elas:
	 Expedição da nota de culpa (Art. 306, § 2º, CPP) – ele é um documento INFORMATIVO OFICIAL, dirigido ao indiciado, comunicando-lhe o motivo de sua prisão, o nome da autoridade policial que lavrou o auto, da pessoa que o prendeu (condutor)e das testemunhas do fato. 
	 Comunicação ao juiz competente (Art. 306, § 1º, CPP) – é um dever do delegado.
	
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*
	 Comunicação do Ministério Público. 
	 Comunicação do advogado constituído ou defensor público ou (Art. 306, § 1º, CPP).
	 Comunicação da família (Art. 306, § 1º, CPP). 
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*
OBS: Art. 310.  Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: 
I - relaxar a prisão ilegal;
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem 	inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
Parágrafo único.  Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.	
*
*
	3º) Após a lavratura do auto de prisão em flagrante o inquérito policial deve ser concluído nos prazos que a lei estabelece, sob pena de haver vício formal. 
Regra geral (art. 10 do CPP)
	 10 dias o réu preso
	 30 dias o réu solto
 IP feito pela PF (Lei 5010\66) 
	 15 dias o réu preso
	 30 dias o réu solto
*
*
IP lei de drogas (Lei 11343\06) 
 30 dias o réu preso
 90 dias o réu solto
IP em crimes contra a economia popular (Lei 1521\51) 
 10 dias o réu preso ou solto
IP Militar 
 20 dias o réu preso
 40 dias o réu solto
	
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*
3. Estrutura do pedido de relaxamento de prisão em flagrente. 
3.1 Endereçamento (Juiz de 1º Grau) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ...( Regra Geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA CRIMINAL DA SECÇÃO JUDICIÁRIA DE... (Crimes da Competência da Justiça Federal)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE... (Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados)
*
*
3.2 Identificação do preso.
(Fazer parágrafo – regra dos dois dedos) Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número..., expedida pela..., inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número..., residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer o 
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE
com fundamento no artigo 5º, LXV, da Constituição Federal (ou Art. 310,I, do Código de Processo Penal) pelos motivos de fato e direito a seguir expostos.
*
*
3.3 Corpo da peça prática. 
I. Exposição dos fatos;
II. Da(s) ilegalidade(s) da prisão em flagrante.
Mostrar claramente as ilegalidades do flagrante, sejam materiais ou formais e discorrer sobre estas ilegalidades demonstrando a NULIDADE da prisão em flagrante. 
Pode-se apresentar qualquer outra causa de NULIDADE da prisão em flagrante, como a produção de PROVAS ILÍCITAS, ou a violação a algum PRINCÍPIO processual penal. . 
*
*
III. Do Pedido. 
(Fazer parágrafo – regra dos dois dedos) Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelência o relaxamento da prisão em flagrante imposta ao requerente, em razão da NULIDADE do auto de prisão em flagrante, com a consequente expedição de alvará de soltura, a fim de que possa permanecer em liberdade durante o processo, comprometendo-se este a comparecer a todos os atos processuais, quando intimado. 
Termos em que, 
Pede deferimento, 
*
*
Comarca... , Data...
Advogado...
OAB Número...
*
*
Questão Prático Profissional !
(OAB 2011.3 / Peça Prático-Profissional / FGV) No dia 10 de março de 2011, após ingerir um litro de vinho na sede de sua fazenda, José Alves pegou seu automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade rural. Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, José Alves foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar um indivíduo foragido do presídio da localidade. 
*
*
Abordado pelos policiais, José Alves saiu de seu veículo trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, os policiais lhe compeliram a realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar. Realizado o teste, foi constatado que José Alves tinha concentração de álcool de um miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de Polícia Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no artigo 306 da Lei 9.503/1997, c/c artigo 2º, inciso II, do Decreto 6.488/2008, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares. 
*
*
Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, em razão de José Alves ter permanecido encarcerado na Delegacia de Polícia, você é procurado pela família do preso, sob protestos de que não conseguiam vê-lo e de que o delegado não comunicara o fato ao juízo competente, tampouco à Defensoria Pública. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na qualidade de advogado de José Alves, redija a peça cabível, exclusiva de advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, questionando, em juízo, eventuais ilegalidades praticadas pela Autoridade Policial, alegando para tanto toda a matéria de direito pertinente ao caso. (Valor: 5,0)
*
*
GABARITO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ... 
			José Alves, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número..., expedida pela..., inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número..., residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer o 
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE
com fundamento no artigo 5º, LXV, da Constituição Federal (ou Art. 310,I, do Código de Processo Penal) pelos motivos de fato e direito a seguir expostos.
*
*
I. Dos fatos. 
II. Das ilegalidades da prisão em flagrante. 
II.I Da violação ao direito à não autoincriminação compulsória (princípio do nemo tenetur se detegere). 
Fazer fundamentação no sentido de que o auto de prisão em flagrante é nulo por violação ao direito à não autoincriminação compulsória (princípio do nemo tenetur se detegere) , previsto no art. 5º, LXIII, da CRFB/88 (o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado);
Fazer fundamentação no sentido de que a prova é ilícita em razão da colheita forçada do exame de teor alcoólico, por força do art. 5º, LVI, da CRFB/88 ou art. 157 do CPP. 
 
*
*
II.II Da existência de prova ilícita. 
- Fazer fundamentação no sentido de haver nulidade da prisão em flagrante em virtude da existência de prova é ilícita em razão da colheita forçada do exame de teor alcoólico, por força do art. 5º, LVI, da CRFB/88 ou art. 157 do CPP. LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
*
*
II.III Das ilegalidades formais. 
- Fazer fundamentação no sentido de que o auto de prisão em flagrante é nulo pela violação à exigência de comunicação da medida à Autoridade Judiciária, ao Ministério Público e à Defensoria Pública dentro de 24 horas, nos termos do art. 306, §1º, do CPP ou art. 5º, LXII, da CRFB/88, 
- Fazer fundamentação no sentido de que o auto de prisão é nulo por violação ao direito à comunicação entre o preso e o advogado, bem com familiares, nos termos do art. 5º, LXIII, da CRFB ou art. 7º,III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil ou art. 8º, 2, “d” do Decreto 678/92; 
*
*
III. Do pedidos. 
		Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelência o relaxamento da prisão em flagrante imposta ao requerente em virtude da nulidade do auto de prisão em flagrante, a fim de que possa permanecer em liberdade durante o processo, comprometendo-se este a comparecer a todos os atos processuais, quando intimado, com a consequente expedição do alvará de soltura. 
		Termos em que, pede deferimento.
*
*
Comarca, 12 de março de 2011.
Advogado...
OAB Número...

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