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TRABALHO DE TEORIA GERAL DO PROCESSO CIVIL - Sucumbência

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FACULDADE CRISTO REI
GUILHERME HENRIQUE POLONIO CASAGRANDE
LUCIANO JOSÉ SANTOS
MARCIO HENRIQUE JULIANO
TRABALHO DE TEORIA GERAL DO PROCESSO CIVIL
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Cornélio Procópio
2012
FACULDADE CRISTO REI
GUILHERME HENRIQUE POLONIO CASAGRANDE
LUCIANO JOSÉ SANTOS
MARCIO HENRIQUE JULIANO
 
TRABALHO DE TEORIA GERAL DO PROCESSO CIVIL
Trabalho apresentado à disciplina de Teoria Geral do Processo Civil, do 3° período do curso de Direito da FACCREI – Faculdade Cristo Rei, como requisito parcial à obtenção de nota para aprovação na referida disciplina no 1° bimestre de 2012, sob orientação do Professor Adriano
Cornélio Procópio
2012
1. Dentro do conceito técnico, aplicável ao processo civil, sucumbência são as verbas pagas por aquele que agitou com a inércia do Poder Judiciário e não teve sua pretensão atendida, seja ele o autor ou o réu da demanda. Para aplicação e compreensão do instituto, vale esclarecer que o ato de iniciar um processo na máquina judiciária pode ser ativo ou passivo, considerando a busca por uma pretensão jurisdicional, ou deixar de cumprir uma obrigação, forçando que outro busque a tutela jurisdicional.
 Mesmo com o adiantamento de custas processuais, nos termos do art. 19 do CPC, o uso das ferramentas judiciais é caro ao Estado. Se a despesa é pública, é também adequado dizer que todo mundo colabora para custear o sistema, e assim, se torna injusto que alguns que se beneficiem dele indiscriminadamente e saiam dos processos impunes. Seria uma afronta ao princípio da isonomia.
 Nada é mais justo que o perdedor pague pelo uso desnecessário do Poder Judiciário.
 No Brasil, as regras para fixação das verbas de sucumbência encontram sustentação no artigo 20 do CPC, cujo caput diz: “A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Esta verba honorária será devida, também, nos casos em que o advogado funcionar em causa própria.”
 Resumindo, os honorários de sucumbência, são aqueles em que o advogado da parte vencedora recebe exatamente por ter vencido a causa. A parte que sucumbe remunera o advogado que o fez sucumbir.
2. Fica suspensa a exigibilidade do adimplemento das verbas sucumbenciais quando a parte for beneficiária da gratuidade da justiça, perdurando a mencionada suspensão até que ocorra a demonstração da possibilidade financeira para o pagamento ou transcorra o prazo de 5 (cinco) para a prescrição da obrigação, nos termos do art. 12 da Lei n. 1.060/1950. 
 Portanto, se o carente não tem condições de arcar financeiramente o que foi fixado a ele pagar o mesmo está dispensado do pagamento, ficando o Estado responsável pela quitação de tal custa.
3. Não há que se confundir gratuidade da justiça com assistência judiciária gratuita, esta prestada pelo Estado mediante a prova da necessidade. Desimporta para a concessão do beneficio a qualificação da parte. Assim, se a parte já contratou advogado, e no curso da ação depara-se com dificuldades financeiras, faz jus ao "benefício da gratuidade da Justiça", e para aqueles que não têm condições de contratar advogado, o Estado confere o "benefício da Assistência Judiciária". 
 A assistência jurídica consiste na prestação gratuita de serviços jurídicos, podendo ser dividida em assistência judiciária, que é o patrocínio de causa judicial, e em assistência jurídica extrajudicial, consistente no serviço de orientação jurídica. A assistência jurídica não se confunde com a justiça gratuita, que é a isenção do pagamento das despesas decorrentes do processo. A assistência jurídica consiste numa prestação positiva, devida pelo Estado ao carente de recursos.
 Presta serviço público de assistência jurídica não só a Defensoria Pública ou órgão público equivalente, mas também "as entidades privadas que desempenhem esta função como sua finalidade", bem como "os advogados que desempenhem esta função por determinação judicial ou convênio com o Poder Público".
 Na assistência judiciária o Estado paga todas as custas e despesas processuais, bem como os honorários advocatícios do causídico, que não é constituído pelo beneficiário, mas nomeado pelo Juízo, pela Ordem dos Advogados do Brasil ou pela Procuradoria do Estado, sem que lhe assista direito à livre escolha do profissional. Já a justiça gratuita se restringe a isenção das custas e despesas processuais que é suportada pelo Poder Público.
 Por justiça gratuita, deve ser entendida a gratuidade de todas as custas e despesas, judiciais ou não, a serem suportadas pelo cidadão para o correto desenvolvimento do processo. Prevista na Lei nº 1.060, de 05 fev. 1950.
Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família, na forma do parágrafo único do art. 2º.
O escopo da gratuidade é elevado. O objetivo é permitir ao cidadão sem recursos a defesa de seus direitos, como assinala o desembargador Sídenham Ribeiro: 
“Justiça gratuita. Não é possível transformar o favor legal em fonte de abusos, para o beneficiado castigar o seu adversário, quando tão elevado é o seu escopo, amparando os que precisam defender judicialmente os seus direitos e não dispõem de recursos.” (Ac. un. da 21 Câm. do TJRJ, no Ag. 1.1 12, Rei. Des. Sídenham Ribeiro, Boletim Judicial, 38:232).
4. Embasado no Art. 5º LXXIV da CF/88, e na Lei 1.060/50.
 O artigo 2º e 4º da Lei de Assistência Jurídica estabelece o seguinte:
 Art. 2º - Gozarão dos benefícios desta lei os nacionais ou estrangeiros residentes no País que necessitarem recorrer à justiça penal, civil, militar, ou do trabalho.
 Parágrafo único. Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.
 Art. 4º A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.
 § 1º Presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condição nos termos da lei, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais.
 Art. 5º C F, Caput: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
 LXXIV – O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.
 O benefício da assistência judiciária gratuita será concedido tão-somente aos que preencham os requisitos legais, no art. 5º, inciso LXXIV da CF/88 e na Lei nº 1.060/50.
5) A ‘intenção” da lei é que a verba sucumbencial tenha como destinatária a parte vencedora e não o advogado da parte. O sistema assim concebido tem uma lógica irrefutável, pois visa indenizar a parte que foi "forçada" a contratar um advogado e ter que participar de uma ação judicial. A asserção é válida tanto para a parte autora como para a parte ré. Visa a lei deixar a parte que tem razão indene.
 No próprio Supremo Tribunal Federal há vozes levantando a irrazoabilidade do sistema. Na ADI 1194/DF os ministros Marco Aurélio, Cezar Peluso e Gilmar Mendes se manifestaram no sentido de que a verba sucumbencial pertenceria a parte e não ao advogado. Destacamos o informativo 393:
Prosseguindo no julgamento, o Min. Gilmar Mendes, no tocante ao art. 21, caput, e seu parágrafo único, julgou procedente o pedido, declarando a inconstitucionalidade do dispositivo com eficácia ex nunc, adotando os fundamentos expostos nos votos dos Ministros Marco Aurélio e Cezar Peluso, no sentido de que os honoráriosde sucumbência, a teor do disposto no art. 20 do CPC, são devidos à parte vencedora, e de que o direcionamento, ao advogado, da verba honorária destinada, por natureza, a compensar o dano causado àquele que teve o ônus próprio de ir ao Judiciário para ter sua razão reconhecida, implica indevido desfalque do patrimônio deste, violando o art. 5º, XXXV, da CF. Quanto ao art. 24, o Min. Gilmar Mendes acompanhou o voto do relator, dando pela procedência do pedido, para declarar a inconstitucionalidade do artigo, propondo, no entanto, efeitos ex nunc. Após, pediu vista dos autos o Min. Joaquim Barbosa. ADI 1194/DF, rel. Min. Maurício Corrêa, 22.6.2005. (ADI-1194) grifo nosso
6) Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Esta verba honorária será devida, também, nos casos em que o advogado funcionar em causa própria.
 § 4o Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas em que não houver condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e nas execuções, embargadas ou não, os honorários serão fixados consoante apreciação eqüitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas a, b e c do parágrafo anterior.
Portanto o justo seria que o valor ser destinado à parte vencedora e não o advogado da parte, pois o mesmo já recebeu por seus serviços prestados. No o contrário o advogado receberá duas vezes e a parte vencedora ficaria com uma sensação de que além de ser "forçada" a contratar um advogado, mesmo ganhando, as verbas sucumbências seriam destinadas novamente ao advogado que ela já pagou, sendo assim de alguma maneira prejudicada.

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