Análise da MP 664

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Resumo: Modificações na Pensão por Morte
A inconstitucionalidade da MP 664/2014 acerca da pensão por morte e o rompimento da proteção à família por parte do Estado
Análise acerca da medida provisória 664/2014 que se refere a redução da cobertura de alguns benefícios sociais, neste caso a pensão por morte;
O artigo se prende a afronta que a MP 664/14 faz ao art. 62 da Carta Magna (Constituição);
A irredutibilidade de cobertura proporcionada pela seguridade social é uma determinação prevista na constituição, ou seja, reduzir a forma como benefícios são ofertados a população é considerado inconstitucional.
A redução da cobertura previdenciária se deu devido à crise econômica em que o país se encontra, porém, existem previsões na própria legislação de que o custeio de benefícios é estritamente controlado para que não haja distribuição ou criação indevida de benefícios. (§ 4.º, do art. 195), (§ 5.º, do art. 195).
Existe também o fato da universalidade da cobertura, que não seria apenas atingir a os cidadãos que possam fazer jus ao seu direito, mas atingi-los em qualquer condição em que o país se encontre sem redução. (Art. 194, I, CF). 
A seguridade social não tem por finalidade o lucro, mas sim assistência do contribuinte ou dependentes deste, nos casos de gravidez, doença, morte ou idade avançada. A redução dessa assistência com finalidades econômicas contraria o texto maior pois, ocorre um desvirtuamento de finalidade, em vez da assistência ser direcionada ao trabalhador, é direcionada ao Estado, mais precisamente ao custeio das regalias dos integrantes da casa legislativa, executiva e judiciária. 
Outra questão que deve ser lembrada é o sistema diversificado de custeio da assistência social, este criado e colocado na constituição como forma de proteção a possíveis crises econômicas que pudessem surgir, se existe sistemas de proteção aos serviços assistenciais não coerente reduzi-lo;
Mesmo que se por motivos maiores fosse necessária a redução dos benefícios, também seria necessária a redução das contribuições. Se os benefícios prestados são baseados em sua fonte de custeio, logo se eles reduzem essa fonte também será reduzida. Reduzir a cobertura de um benefício e aumentar a contribuição necessária para obtê-lo não está previsto na constituição, porém não está omisso para que nossos legisladores façam o que bem entender. (§. 5.º do art. 195, CF)
“Sem causa suficiente, não se justifica a instituição (ou a majoração) da contribuição de seguridade social, pois, no regime de previdência de caráter contributivo, deve haver, necessariamente, correlação entre custo e benefício. A existência de estrita vinculação causal entre contribuição e benefício põe em evidência a correção da fórmula segundo a qual não pode haver contribuição sem benefício, nem benefício sem contribuição. (ADI 2010 MC/DF).” (Celso de Melo)
No que se refere a pensão por morte as mudanças foram gritantes. Reduções de valores, aumento de carência para recebimento do benefício e outros requisitos estão diretamente ligados ao cônjuge, companheiro ou dependentes;
O que mais intriga é que o art. 201 da CF privilegia a pensão por morte, sendo que esta não pode ser inferior a um salário mínimo independentemente da situação;
Outra questão é fato do benefício agora ser temporário em determinados casos. Interromper a fruição dos benefícios previstos no Texto Maior é o mesmo que interromper a cidadania. A cobertura deve ser plena o que torna o benefício um direito praticamente imutável;
A proteção a família, devido essas novas determinações, será a parte mais afetada. Como dito em determinadas situações o benefício será temporário ou até mesmo reduzido em cinquenta por cento, uma família que era mantida pelo pai ou mãe e este venha a óbito o que fara se cair na malha fina do estado. Destruir famílias para manter um Estado “prospero”, essa é a verdadeira realidade das mudanças realizadas. (Art. 226). (Art. 227).
 Usar o combate às fraudes como desculpa para redução da cobertura previdência não diminui a inconstitucionalidade das medidas tomadas pelo governo. O que deve ser feito é um aprimoramento nos sistemas de fiscalização acerca do pagamento do benefício;