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Distúrbios Hemodinâmicos Me. Wagner da Silva Naue Fisioterapeuta Especialista em Terapia intensiva (Assobrafir) Doutorando Ciências Médicas (UFRGS) Contato: wnaue@hotmail.com Fisiologia Cardiovascular Vasos sanguíneos Introdução • A saúde de todas as células e tecidos depende da circulação do sangue. • Pois este fornece o aporte de oxigênio e nutrientes para os mesmos. • Além disso, é responsável também por remover os resíduos gerados pelo metabolismo celular. Introdução • Em condições fisiológicas quando o sangue passa pelos vasos capilares, ocorrem trocas de líquidos e proteínas entre eles. • Esta reação ocorre em equilíbrio. • Quando ocorre uma alteração patológica, esse equilíbrio é desfeito. • E o líquido extravasa do vaso, por alteração na pressão endotelial ou quantidade de proteínas plasmáticas, promovendo o edema. Edema Edema • É o acúmulo de fluídos intersticiais dentro dos tecidos. • Anarsaca é termo dado para o edema grave, generalizado que ocorre em todo o corpo. • O movimento de fluidos entre o espaço vascular e intersticial é regulado por duas forças opostas • Pressão hidrostática vascular X Pressão osmótica ( proteínas plasmáticas) Edema • O fluído de edema que se acumula devido ao aumento da pressão hidrostática ou reduzida osmótica reduzida. • Chama-se TRANSUDATO! • Com sua composição pobre em proteínas. Causa do edema Pressão hidrostática elevada • Aumentos locais podem resultar em retorno venoso comprometido. • Na trombose venosa profunda o edema pode estar restrito a parte posterior da veia afetada. • Já aumentos generalizados da pressão venosa, com edema sistêmico, estão associados a insuficiência cardíaca congestiva. • Levando a um debito cardíaco diminuído, lançando mão do sistema renina-angiotensina-aldosterona para retenção de sódio e água. Sistema renina-angiotensina-aldosterona Retenção de sódio e água • A excessiva retenção de sódio e água associada pode induzir o edema. • Aumentando a pressão hidrostática, devido à expansão do volume intravascular e redução da pressão osmótica plasmátiaca. • Observa-se este fenômeno em várias doenças que afetam a função renal. (glomerulonefrite; insuficiência renal aguda) Vias que levam o edema Pressão osmótica plasmática reduzida • Sob circunstâncias normais a albumina é responsável por quase a metade da proteína plasmática total. • Em situações onde a albumina é sintetizada em quantidades insatisfatórias, são as principais causas da pressão osmótica reduzida. • Exemplo é síndrome nefrótica, onde os capilares glomerulares passam a extravasar o conteúdo plasmático levando a perda da albumina. Obstrução linfática • A drenagem linfática quando prejudicada causa o linfedema. • Causado em sua grande maioria por infecção (ínguas) ou neoplasias. • Ex: a infecção parasitária Filariose (elefantiase) causa edema maciço das extremidades inferiores e genitálias. • Outro exemplo de linfedema, é o causado pela retirada dos gânglios linfáticos após mastectomia. Onde esse processo pode alterar a drenagem linfática causando este linfedema. Elefantiase Complicações Clínicas • São variáveis indo desde um pequeno incomodo até a morte. • O reconhecimento do edema subcutâneo é muito importante pois pode ser sinal de uma doença cardíaca ou renal. • Ou mesmo atrapalhar o processo de cicatrização do tornozelo, por exemplo. • O tipo de edema mais grave é o pulmonar, que pode estar associado a insuficiência cardiaca esquerda, doença renal grave, infecções pulmonares... Edema pulmonar Hemorragia • Definida como extravasamento de sangue do interior do vaso para os tecidos. • Traumas, aterosclerose, neoplasia ou erosão inflamatória são causas de hemorragia. • Manifesta-se com diferentes aparências e consequências clínicas. Hemorragia • Pode ser externa ou acumular dentro de um tecido como o hematoma. • As hemorragias nas cavidades corporais são denominadas conforme sua localização ( hemotórax, hemopericárdio, hemoperitónio, hemartrose - articulações). • Petéquias pequenas hemorragias dentro da pele (1-2mm) • Purpúras são hemorragias um pouco maiores (3-5mm) com a mesma localização. • Esquimoses são hematomas subcutâneos maiores com (1-2 cm) comumente chamados contusões. Hemotórax Petequei, purpura e equimose Hemostasia • É o processo fisiológico que mantém o sangue em estado fluido. • Sem coágulos nos vasos normais, mas quando ocorre a lesão vascular formando um tampão hemostático. A lesão do vaso induz a vasoconstrição reflexa resultando no estancamento momentâneo do sangramento. Com início da adesão plaquetária ocorre o primeiro tampão hemostático. A formação de fibrina marca a etapa do processo de formação do segundo tampão hemostático, mais consistente que o primeiro. Mecanismos contrarregulatórios são lançados para limitar o processo hemostático ao local da lesão. Plaquetas • Possuem um papel crítico na hemostasia normal, por serem as principais responsáveis pela formação do tampão hemostático. • Após o reconhecimento da lesão vascular as plaquetas encontram constituintes da MEC (colágeno, glicoproteínas adesivas) levando a desencadear a ação plaquetária. • Adesão, ativação e agregação plaquetária. Fatores de coagulação 30 • Ocorre por conversão enzimática sequencial de uma cascata de proteínas circulantes e localmente sintetizadas. • O fator tecidual secretado no local da lesão é o gatilho mais importante desta cascata. • No estágio final a trombina converte o fibrinogênio em fibrina para confecção do tampão hemostático final. Trombose • É formada por uma tríade de anormalidades no processo hemostático normal. • Chamada tríade de Virchow: lesão endotelial, está-se do fluxo sanguíneo e hipercoagulabilidade. 31 Tríade de Virchow 32 Fluxo sanguíneo anormal • A turbulência deste fluxo contribui para trombose arterial e cardíaca por causar lesão endotelial. • Mas também forma contracorrentes com Áreas de sangue paradas(estase). • Esta por sua vez promove maior contato de plaquetas e leucócitos com o endotélio e também diminui a eliminação de fatores de coagulação. 33 Hipercoagulabilidade • É definida como qualquer alteração das vias de coagulação que predispõem a trombose. • Pode ser de ordem genética ou adquirida. 34 Fatores de hipercoagulabilidade 35 Destino dos trombos • O trombo evolui para quatro estágios: • Propagação: o trombo aumenta por agregação de plaquetas e fibrina, aumentando a oclusão do vaso. • Embolização: o trombo ou uma parte se desloca e é transportado para outra parte na vasculatura. • Dissolução: logo no início de sua formação por fatores fibrinolíticos. • Recanalização: trombos antigos podem ter crecimento de nossos vasos por entre eles restabelecendo o fluxo sanguíneo. 36 Trombo 37 Infarto • É uma área de necrose isquêmica causada por obstrução do suprimento vascular para o tecido afetado (músculo cardíaco). • É antecedido por trombose ou embolia arterial na maioria das vezes, mas pode ser causado por vasoespasmo também. 38 Fatores que influenciam no infarto • Anatomia e suprimento vascular • Velocidade de oclusão • Vulnerabilidade do tecido a isquemia • Conteúdo de oxigênio no sangue 39 Infarto 40 Choque • É o que leva a morte em várias doenças, tanto cardiovasculares como infecciosas e traumas. • É definido como hipoperfusao sistêmica de tecidos,causado pela diminuição considerável do débito cardíaco. • Se apresenta com aumento da FC e queda da PA. • Causando hipóxia celular por queda na perfusão • É dividido em três formas. 41 Choque cardiogênico • Causado por lesão da bomba cardíaca. • Infartos do miocárdio • Arritimias ventriculares • Compressão extrínseca (tamponamento cardíaco). • Obstrução do fluxo de saída (embolia pulmonar). 42 Choque cardiogênico 43 Choque hipovolêmico • É resultado de diminuição do débito cardíaco por perda de volume sanguíneo. • Traumas graves, queimaduras graves. 44 Choque hipovolêmico 45 Choque distributivo ou séptico • É derivado da vasodilatação arterial sistêmica e acúmulo de sangue venoso, resultante a resposta inflamatória exacerbada a infecção microbiana. • Menos frequente esta vasodilatação pode se dar por perda de tônus vascular (neurogênico) • Ou por resposta alérgica drástica (anafilático). 46 Choque distributivo 47 Distúrbios Hemodinâmicos Me. Wagner da Silva Naue Fisioterapeuta Especialista em Terapia intensiva (Assobrafir) Doutorando Ciências Médicas (UFRGS) Contato: wnaue@hotmail.com
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