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Bioética-e-Biodireito-no-Transplante-de-Órgãos-e-Tecidos

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BIOÉTICA E BIODIREITO NO TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E TECIDOS
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE ENFERMAGEM
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Ética
“É a realização de uma reflexão disciplinada das intuições morais e das escolhas morais que as pessoas fazem.”
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Robert M. Veatch
Medical Ethics.
Boston: Jones and Bartlett, 1997:1.
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Bioética
"Eu proponho o termo Bioética como forma de enfatizar os dois componentes mais importantes para se atingir uma nova sabedoria, que é tão desesperadamente necessária: conhecimento biológico e valores humanos.”
								1970-1971
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Van Rensselaer Potter 
Bioethics, a bridge to the future. 1971
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Bioética
“É uma reflexão complexa, compartilhada e interdisciplinar sobre a adequação das ações que envolvem a vida e o viver.” 
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José Roberto Goldim
Bioética: origens e complexidade.
Revista HCPA 2006;26(2):86-92.
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Biodireito
“O ramo do Direito que trata, especificamente, das relações jurídicas referentes à natureza jurídica do embrião, eutanásia, aborto, transplante de órgãos e tecidos entre seres vivos ou mortos, eugenia, genoma humano, manipulação e controle genético, com o fundamento constitucional da dignidade da pessoa humana (art.1°, III, da Constituição Federal)”.
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Biodireito e os Transplantes de Órgãos e Tecidos
	Com o avanço tecnicocientífico conhecido desde o último século, o avanço das técnicas cirúrgicas e da imunologia trouxe a possibilidade de se realizarem transplantes de órgãos e tecidos, levando à valorização do corpo humano como repositório de matéria-prima, gerando assim uma série de impasses bioéticos.
	No entanto, deve-se procurar vencer esses impasses em face do alto poder curativo que a técnica apresenta para salvar vidas humanas e/ou restaurar a saúde de milhares de pacientes.
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A integridade física e os direitos sobre o corpo
Classificação dos direitos físicos da personalidade:
Direito a integridade física;
Direito ao uso do corpo e de suas partes destacáveis ou regeneráveis;
Direito à imagem;
Direito ao uso da voz;
Direito aos alimentos;
Direito ao cadáver e às suas partes separadas.
O direito à integridade física assegura a proteção da incolumidade e da higidez corporal.
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O direito aos transplantes representa uma expressão do direito à saúde, pois estes apresentam-se na prática como um procedimento terapêutico, extremamente sofisticado e técnico, utilizado na prática como último recurso de preservação da vida, quando todos os outros meios já se exauriram.
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O que é o corpo humano?
O corpo humano se apresenta em duas posições diferentes:
É um direito de propriedade, personalíssimo, absoluto, inaliável e não pecuniário, onde a pessoa detentora desse corpo poderia dispor deste como melhor lhe aprouver, vedada a venda;
É uma entidade essencialmente biológica, sociológica ou econômica, criada em função de utilidades superiores, em proveito coletivo, donde se extrai que o transplante é um bem, um dever moral de ajuda ao próximo, um ato de benemerência.
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O que é o Transplante de Órgãos e Tecidos?
É o ato ou o efeito de transplantar, ou seja, mudar de um lugar para outro, uma porção de tecido corporal ou órgão, para enxertar em outra parte do mesmo indivíduo ou em outrem;
Emerich Ullman, realizou o primeiro transplante renal no ano de 1902 em Viena, quando implantou um dos rins de seu próprio cão no pescoço do mesmo, com subsequente eliminação de urina, comprovando a eficiência das anastomoses vasculares;
Apesar de serem os transplantes uma notável conquista científica, para salvar a vida de muitas pessoas, apresentam ainda muitos obstáculos de natureza ético-jurídica a serem vencidos:
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A necessidade premente de sua realização, por envolver grande risco; 
A equipe médica deverá ter grande experiência, para que possa efetuar a cirurgia com segurança e zelar pelo pós-operatório;
O diagnóstico da realidade da morte do doador deverá ser seguro e certo;
A análise da efetiva compatibilidade entre doador e receptor deve ser rigorosa;
A inexistência de discriminação na escolha do receptor;
A obtenção do consentimento do doador ou do seu representante legal; 
O consentimento livre e informado do receptor, que não poderá ser constrangido a expor sua vida aceitando uma terapia sem estar ciente dos riscos que corre;
Gratuidade;
Garantia de sigilo, respeitando a privacidade do doador;
A imposição de uma responsabilidade civil e criminal à equipe médica pelos danos advindos ao doador e ao receptor mesmo que tenha havido a anuência destes. 
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Exemplos de órgãos e tecidos que podem ser transplantados e a taxa de sobrevida que garante aos pacientes:
Transplante Cardíaco – 80%;
Fígado – 87%;
Pâncreas – 90%;
Medula – 45 a 90%;
Ossos ;
Córnea;
Traqueia; 
Pulmão – 70%;
Rim – 99%;
Pele;
Intestino Delgado – 50%.
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A retirada de tecidos, órgãos e tecidos de pessoas falecidas depende da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte;
A doação de órgãos e tecidos Inter vivos, é permitida a qualquer pessoa capaz, desde que se trate de órgãos duplos, como os rins, ou partes renováveis do corpo que não coloquem em risco sua vida ou a integridade física do indivíduo ou não comprometam suas funções vitais;
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Ato
Penalidades
Remover tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa ou cadáver em desacordo com a legislação;
Reclusão de 2 a 20 anos e multa;
Comprar, intermediar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo;
Reclusão de 3 a 8 anos e multa;
Realizar transplanteou enxerto de órgãos quando obtidos em desacordo com os preceitos legais;
Reclusão de6 meses a 6 anos;
Recolher, transportar, guardar ou distribuir partes do corpo humano de que setem ciência terem sido obtidos em desacordo com os ditames da lei;
Reclusão de 6 meses a 2 anos;
Deixar de recompor cadáver, devolvendo-lhe um aspecto condigno para sepultamentoou deixar de entregar ou retardar sua entrega a seus familiares ou interessados;
Detenção de 6 meses a 2 anos;
Publicar anúncio ou apelo público em desacordo com a lei;
Multa
Penalidades atinentes à má prática de transplantes
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Espécies de transplantes
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Transplante é a amputação ou ablação de um órgão com função própria de um organismo para se instalar em outro a fim de exercer neste as mesmas funções originais;
Enxerto é a secção de uma porção do organismo próprio ou alheio para a instalação em organismo próprio ou alheio com fins estéticos e terapêuticos, sem exercício de função autônoma. É a inserção de um tecido em outro local para que seja parte integrante deste;
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Xenotransplante
Utiliza órgão ou tecido de outras espécies para substituir o do ser humano.
Como questionamentos bioéticos oriundos da xenotransplantação podemos apontar: 
se ofende a dignidade humana a quebra da barreira entre as espécies; 
O impacto social do procedimento;
O enquadramento dos animais-fonte como OGM;
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As primeiras tentativas dataram séc. XVII – córneas – cães e gatos 
 para Humanos.
2. Autotransplante
O paciente extirpa órgão ou tecido de certa parte do corpo para posterior implantação em outra, sendo doador e receptor a mesma pessoa.
Exemplo: Enxertos de pele em casos de queimaduras muito graves (grau III).
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Ocorre em pessoas com características genéticas idênticas, como gêmeos univitelinos.
 Essas modalidade de transplantes apresenta um maior grau de compatibilidade do material transplantado devido á compatibilidade de carga genética do material em questão.
3. Isotransplante
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4. Alotransplante
Ocorre quando o doador (vivo ou morto) e o receptor são pessoas que não possuem idênticas características genéticas, mas são da mesma espécie.
Exemplo: transplante de córnea, de dentes e a própria transfusão de sangue
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O transplante de órgãos e
tecidos Inter vivos
Á luz do disposto na Lei nº 9.434/97, art. 9º, 3º á 8º, e o Dec. nº2.268/97, arts. 15, 1º a 8º, r 20, parágrafo único, admite-se a doação voluntária de órgãos e tecidos, feita preferencialmente por escrito e na presença de duas testemunhas, por pessoa juridicamente capaz, especificando o órgão, tecido ou parte do corpo que será retirado para realização de transplante ou enxerto, desde que haja a comprovação de necessidade terapêutica do receptor ( art. 9º, 4º ).
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Só se admitem em hipóteses específicas que atendam aos seguintes requisitos: 
1- capacidade do doador;
2- autorização judicial;
3- justificativa médica;
4- vínculo familiar específico entre doador e receptor;
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Transplante de órgãos e tecidos post mortem
Além dos atos de disposição inter vivos, também podem-se realizar os transplantes utilizando-se órgãos e tecidos de pessoas já falecidas, desde que se respeitem as normas específicas.
O grande conflito que se apresenta em matéria de bioética, que vem a ser regulado pelo direito e acatado pela biotecnologia, é a determinação do momento da morte encefálica, pois em nosso ordenamento jurídico, assim como no Direito estrangeiro, a dignidade da pessoa humana deverá ser preservada, sendo tutelada, até os seus momentos finais.
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Requisitos:
1- Deve ser feita a remoção depois da morte;
2- O objetivo deve ser científico ou altruístico;
3- Deve haver autorização do doador ou de sua família
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O art. 3º da Lei nº 9.434/97
Regula a retirada de órgãos destinados a transplante post mortem. Esta deve ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, seu marco regulatório, procurando-se assim evitar a qualquer custo a mistanásia, ou seja, a morte fora da hora, retirando-se um órgão vital antes que o paciente tenha morrido.
CURIOSIDADE: 
Conservação:
* Pulmão - 3 horas 
* Rim, Fígado, Pâncreas, Coração - poucas horas
* Córnea, Pele, Dura-máter - poucos dias.
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O mercado de órgãos e a bioética
√ Benefícios: tecnologia médica.
Х Impasse: Atender a demanda.
Ou seja, faltam doadores, faltam órgãos para suprir a demanda que cresceu muito, em face do sucesso terapêutico das novas técnicas médicas.
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O número de doações varia muito de país para país, de acordo com:
O nível educacional;
Aporte legislativo;
Infraestrutura médica para capacitação e aproveitamento dos órgãos;
 Existe ainda o problema de não aproveitamento de órgãos de potenciais doadores por falta de uma estrutura eficaz de captação de órgãos (50%).
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Termo de consentimento livre e esclarecido para realização de transplante
 Consentimento Livre e Esclarecido se aceita como ato de decisão voluntária, realizado por pessoa competente, embasada em informação adequada e que seja capaz de deliberar tendo compreendido a informação revelada, aceitando ou recusando propostas de ação que lhe afetem ou poderão afetar. Em relação à doação de órgãos, o consentimento livre e esclarecido torna-se ainda mais fundamental. 
 A questão se torna ainda mais delicada em casos de morte encefálica, em que os batimentos cardíacos e a respiração ainda estão presentes. Mesmo que um indivíduo tenha decidido em vida que seus órgãos seriam doados após a morte, será que concordaria com a retirada desses órgãos quando ainda apresenta batimentos cardíacos? A alternativa seria deixar a cargo da família a decisão, como é feito atualmente. 
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Enfermagem no Transplante
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Enfermagem no Transplante
 A enfermagem no Transplante Com Doador Vivo, exerce fundamental papel, desempenhando ações em:
Cuidados de Enfermagem no Pré-Operatório 
Cuidados de Enfermagem no Operatório 
Cuidados de Enfermagem no Pós-Operatório
A assistência de enfermagem ao receptor tem por objetivo evitar as intercorrências ligadas à instabilidade hemodinâmica e a necessidade de reposição parenteral em grande quantidade.
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Enfermagem no Transplante
Enfermagem no Transplante Com Doador Cadáver 
Os cuidados de enfermagem para a garantia da estabilidade hemodinâmica e a viabilidade dos órgãos do indivíduo com morte encefálica 
Cabe ainda à equipe de enfermagem providenciar a coleta de sangue para análises clínicas, sorologia e confirmação da tipagem sanguínea e ainda linfonodos inguinais que serão encaminhados ao laboratório de imunologia para realizar a tipagem HLA e a prova cruzada. 
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Enfermagem no Transplante
 O processo de doação de órgãos é complexo, e o enfermeiro tem um papel determinante, sendo o responsável por realizar a avaliação clinica do potencial doador e orientar ou promover a manutenção hemodinâmica deste. Sendo a enfermagem atuante no processo doação-transplante, ela deve ser capaz de suprir as necessidades básicas de um transplante, considerando o grau de complexidade que este envolve, precisando estar muito bem treinada, capacitada e atualizada, acompanhando a evolução tecnológica e científica.
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Curiosidade!!!
Em números absolutos, o Brasil é o segundo país do mundo a realizar transplantes de órgãos (6.402 em 2010, sem contar células e tecidos); fica atrás apenas dos Estados Unidos. Mesmo assim, esse é um número muito pequeno, se considerado o tamanho de sua população. Além disso, infelizmente, existem discrepâncias muito grandes entre os estados. Nós deveríamos ter de 20 a 25 doadores de fígado pmp (por milhão de população), por exemplo, mas temos ao redor de oito. Só que em São Paulo, esse número chega a 16. No Ceará, alcança 18. São números bem próximos da demanda local e até acima de muitos países desenvolvidos. Por outro lado, as regiões Norte e Centro-oeste sequer têm equipes de transplante de fígado. Apesar disso, pode-se dizer que o País está no caminho certo.
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OBRIGADO PELA ATENÇÃO
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