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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ CAMPUS JUAZEIRO DO NORTE CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL APOSTILA DE PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE TECNOLOGIAS ANAERÓBIAS Organizadora: Prof.ª Yannice Santos JUAZEIRO DO NORTE-CE 2019 13 13 Autores 1. Capítulo 1: Lagoas Anaeróbias 2. Capítulo 2: Tanque Séptico e Sumidouro: Fonte: MARTINS, JOÃO PAULO DO NASCIMENTO. Proposta de manual de dimensionamento de tanque séptico - sumidouro para domicílios localizados em Juazeiro do Norte – Ceará. Trabalho de conclusão de Curso. Engenharia Ambiental. Instituto Federal do Ceará – campus Juazeiro do Norte. Juazeiro do Norte. 2017. 14 14 Sistemas Descentralizados Unifamiliares de Tratamento Final de Efluentes As fossas são sistemas individuais utilizados como destinação final de efluentes especialmente em localidades rurais e onde não existe rede coletora de esgoto. Esses sistemas podem ser classificados de acordo com seu transporte hídrico. As unidades sem transporte hídrico são utilizadas para disposição única das excretas, a exemplo da fossa seca de buraco; fossa seca tubular; fossa seca com tubo de dejeção inclinado; fossa estanque; fossa de fermentação; fossa química e privada com receptáculo móvel. Os sistemas que apresentam transporte hídrico são utilizados para recebimento dos esgotos: fossa absorvente; ou poço absorvente; fossa estanque; fossa química; e o tanque séptico com disposição final do efluente no solo (ANDREOLI, 2009). As fossas que utilizam transporte hídrico mais empregadas hoje, estão dispostas no quadro1. Quadro 1: Alternativas para Sistemas Locais de Tratamento e Disposição de Esgoto e Excretas. Fonte: Adaptado de Andreoli (2009). A grande diferença entre a fossa absorvente e o tanque séptico é que este funciona como uma unidade de tratamento dos esgotos liberando um efluente com melhor qualidade que o afluente, enquanto a fossa é utilizada apenas como disposição final do esgoto bruto (ANDREOLI, 2009). As fossas absorventes apresentam grandes limitações de uso devido a infiltração de sua carga poluente no solo. Já os sistemas de tanque séptico DISPOSIÇÃO DE ESGOTO Fossa Absorvente/ Poço Absorvente É uma escavação semelhante a um poço, onde são dispostos os esgotos, podendo ou não ter paredes de sustentação. Permitem a infiltração do efluente no solo. Fossa Estanque Tanque impermeável que acumula esgoto até sua frequente remoção. Fossa Química É uma fossa estanque na qual se adiciona um produto químico para desinfecção dos dejetos. Tanque Séptico Unidades hermeticamente fechadas que tratam o esgoto por processos de sedimentação, flotação e digestão. Produzem um efluente que deverá ser destinado. 15 15 apresentam limitações referentes a sua necessidade de área de construção além da área para a unidade de disposição final de seu efluente. 3.1.1 Fossa Absorvente As fossas absorventes são as unidades mais utilizadas e são formadas basicamente por cavas no solo revestidas lateralmente por tijolos de bloco ou anéis de concreto de forma que o esgoto possa transpassá-la e infiltrar no solo. Esses sistemas funcionam apenas como contenção do esgoto enquanto o mesmo infiltra. A figura 1 representa o modelo de fossa absorvente. Figura 1: Modelo de fossa absorvente. Fonte: Castro (2014). De acordo com Santos (2010), a utilização de fossas absorventes é altamente prejudicial ao meio ambiente e a saúde da população uma vez que o líquido, proveniente das águas servidas, acaba por lavar o material sólido presente dentro da fossa carreando a matéria orgânica, nutrientes e patógenos para o lençol freático trazendo sérios riscos de poluição. 3.1.2 Tanque Séptico Os tanques sépticos são caixas hermeticamente fechadas com grande simplicidade de construção, operação e manutenção. De acordo com Silva (2004), os princípios do funcionamento do TS baseiam-se principalmente em sedimentação e digestão do lodo. Devido ao tempo de 16 16 detenção hidráulica no TS, tanto o lodo formado como a escuma serão digeridos por bactérias anaeróbias o que irá resultar em uma redução do volume e estabilização do lodo oferecendo um melhor grau de tratamento do efluente. Dentro do reator, ocorre contínua mistura de parte dos sólidos decantados com o lodo ativo com a fase líquida devido a turbulência de fluxo e as mudanças de densidade do lodo sedimentado e da escuma. Essa turbulência prejudica a sedimentação, porém, aumenta a eficiência de remoção de matéria orgânica dissolvida. A mesma, pode ser minimizada com o uso de dispositivos de entrada e saída adequados (ANDRADE NETO et al., 1999). Os TS apresentam a vantagem de serem tecnologias simples, compactas e de baixo custo, sem, contudo, apresentar alta eficiência, principalmente na remoção de patógenos e de substâncias dissolvidas, mas produzindo um efluente de boa qualidade, que pode ser encaminhado mais facilmente a um pós-tratamento ou ao destino final (ANDREOLI, 2009). A NBR 7229/93 recomenda o uso do tanque séptico em casos de: a) Área desprovida de rede pública coletora de esgoto; b) Alternativa de tratamento de esgoto em áreas providas de rede coletora local; c) Retenção prévia dos sólidos sedimentáveis, quando da utilização de rede coletora com diâmetro e/ou declividade reduzidos para transporte de efluente livre de sólidos sedimentáveis. 3.1.2.1 Tanque Séptico e Suas Variantes Os tanques sépticos podem ser de câmara única, câmaras em série ou câmaras sobrepostas. Os mesmos podem ser construídos em formato prismático retangular ou cilíndrico. Os sistemas de câmara única são formados por uma única câmara onde ocorrerá os processos de sedimentação, flotação e digestão. Suas chicanas promovem a retenção da escuma impedindo que cheguem à tubulação de saída, saindo junto ao efluente. Esse sistema é a variante mais simples, porém, é também a que apresenta menor eficiência de remoção, por volta de 30% a 50% de DBO. A figura 2 representa a variante de câmara única. 17 17 Figura 2: Tanque séptico de câmara única (corte longitudinal). Fonte: Andrade Neto et al., (1999). As variantes de câmara em série são constituídas de um tanque dividido em dois por uma parede perfurada que permite o fluxo horizontal de efluente entre as duas câmaras. A primeira câmara possui dois terços do volume total. Segundo Andrade Neto et al., (1999), é na primeira câmara que ficará retido a maior parte do esgoto promovendo uma maior remoção de matéria orgânica sedimentável. Já na segunda câmara por conter menos lodo e menor turbulência, ocorre uma maior sedimentação de sólidos devido à menor interferência do processo de digestão resultando em uma maior eficiência de remoção de sólidos do que no sistema de tanque de câmara única. Essa configuração é indicada para tratamento de pequenas vazões. A figura 3 apresenta o sistema de câmaras em série. Figura 3: Tanque séptico de câmaras em série (corte longitudinal). Fonte: Andrade Neto et al., (1999). Quanto aos sistemas de câmaras sobrepostas são divididos internamente na vertical em duas câmaras. A câmara superior funciona como um separador de fases sólidos-líquidos-gases. Essa configuração favorece a sedimentação por 18 18 impedir, na câmara de sedimentação, que as bolhas de gases interfiram na sedimentação dos sólidos (ANDRADE NETO et al.,1999). A figura 4 apresenta o sistema de câmaras sobrepostas. Figura 4: Tanque séptico de câmaras sobrepostas (corte transversal). Fonte: Andrade Neto et al., (1999). O tanque séptico não trata completamente os esgotos permitindo que saiam poluentes em seu efluente. Sua eficiência depende de diversos fatores: carga hidráulica, geometria, compartimentos, dispositivos de entrada e saída, temperatura e condições de operação (ANDRADE NETO et al., 1999). Sua eficiência é normalmente expressa em função dos parâmetros de Sólidos em Suspensão e Demanda Bioquímica de Oxigênio (FUNASA 2007). A tabela 1 apresenta relatos sobre a eficiência dos tanques sépticos. Tabela 1: Eficiência dos tanques sépticos Fonte: Adaptado de Borges (2009). 3.1.2.2 Cálculo do Volume Útil do Tanque Séptico Parâmetros Autores Azevedo Netto e Hess (1970) Macintyre (1996) Sperling et al., (1996) Andrade Neto et al., (1999) Metcalf e Eddy (2003) Jordão e Pessôa (2005) Nascimento e Castro (2005) DBO 40% a 60% 30% a 60% - 40% a 70% 33% a 63% 30% 40% a 60% DQO 30% a 60% - - 50% a 80% - - 30% a 60% Sólidos em Suspensão 50% a 70% 50% a 70% 60% a 70% - 53% a 83% 50% 50% a 70% Sólidos sedimentáveis 85% a 95% - - - - - 85% a 95% Óleos e Graxas 70% a 90% 70% a 90% - - - - 70% a 90% Nitrogênio Amoniacal - - - - - - 0% a 10% Nitrogênio Total - - - - - - 0% a 10% Microrganismos Patogênicos - - 30% a 40% - - - - Coliformes Totais - - - - - - 20% a 60% 19 19 No dimensionamento do tanque séptico o principal parâmetro é o volume útil a ser calculado conforme a NBR 7229/93 pela seguinte fórmula: V = 1000 + N (C.T + K.Lf) (1) Onde, V = Volume total, em litros; N = Número de contribuintes (pessoa); C = Contribuição de despejos (L/pessoa.dia): Contribuição diária de esgoto por habitante (ver tabela 5, pág. 33); T = Período de detenção (dias): Tempo médio de permanência da parcela líquida do esgoto dentro da zona de decantação do tanque séptico. Varia de acordo com a contribuição diária (ver tabela 6, pág. 34); K = Taxa de acumulação de lodo digerido (dias): Número de dias de acumulação de lodo fresco equivalente ao volume de lodo digerido a ser armazenado no tanque (ver tabela 4, pág. 33); Lf = Contribuição de lodo fresco (L/pessoa.dia): Contribuição diária de lodo fresco por pessoa (ver tabela 5, pág. 33). De acordo com Jordão e Pessôa (2005), no dimensionamento dos tanques de câmaras em série deve ser adotado um volume total equivalente ao volume do sistema de câmara única acrescido de 30% (1,3 x (vezes) o volume do sistema de câmara única) de modo que a primeira câmara tenha 2:3 do comprimento total e uma relação de volume entre a primeira câmara e a segunda de 2:1. A faixa de profundidade do tanque depende do volume dimensionado de acordo com a tabela 7, apresentado na página 35. A figura 5 mostra o corte e a planta baixa do modelo de tanque séptico de câmaras em série com as principais medidas mínimas recomendadas pela norma NBR 7229/93. Figura 5: Desenho esquemático de tanque séptico de câmaras em série com as dimensões mínimas recomendadas pela NBR 7229/93 20 20 Fonte: Autor (2017) 3.1.3 Disposição Final dos Efluentes do Tanque Séptico A principal destinação dada aos efluentes domésticos do tanque séptico atualmente ainda é o sumidouro devido principalmente a reduzida área disponível nas residências requerida para a infiltração do efluente. A NBR 13.969/97 traz a seguinte definição para sumidouro: “Unidade de depuração e de disposição final do efluente de tanque séptico verticalizado em relação à vala de infiltração. Devido a esta característica, seu uso é favorável somente nas áreas onde o aquífero é profundo, onde possa garantir a distância mínima de 1,50 m (exceto areia) entre o seu fundo e o nível máximo do aquífero. É o sistema mais utilizado em residências”. Os sistemas de tanque sépticos não purificam os esgotos, apenas reduzem seu nível de carga orgânica. Dessa forma, muitos sólidos incluindo patógenos saem no efluente (JORDÃO E PESSÔA, 2005). Logo, cabe avaliar onde será disposto esse efluente. Os sumidouros diferem-se das fossas por serem utilizados como destinação final de efluentes de unidades de tratamento enquanto as mesmas recebem esgoto bruto diretamente (ANDREOLI, 2009). 21 21 Segundo Jordão e Pessôa (2005), os sumidouros consistem em escavações cilíndricas ou prismáticas com paredes revestidas por pedras ou tijolos. A figura 5 representa o modelo de sumidouro. A figura 6 apresenta um desenho esquemático do sumidouro circular com as medidas mínimas recomendadas pela NBR 13969/97 e segundo literatura. Figura 6: Modelo esquemático do sumidouro circular com as dimensões mínimas recomendados pela NBR 13969/97 e literatura. Fonte: Autor (2017). 3.1.3.1 Aspectos de Projeto de Sumidouros Cilíndricos De acordo com Jordão e Pessôa (2005), o dimensionamento do sumidouro é dado em função das características de absorção do terreno, indicadas pelo coeficiente de infiltração. Sua área de infiltração pode ser calculada pela seguinte fórmula: A = Q / Ci (2) 22 22 Onde, A = Área total de infiltração, m2; Q = Vazão afluente, litros por dia; Ci = Coeficiente de infiltração, litros por m2 x dia. A área útil de infiltração será dada pela área lateral e da base seguindo recomendações da norma NBR 13969/93. Dessa forma a área total útil será dada por: At = AL + AB (3) Onde, At = área útil total; AL = área lateral AB = área da base A altura útil (hu) do sumidouro é determinada após adotar-se o diâmetro seguindo a fórmula abaixo: hu (m) = [Au - ( x D2/4)] / ( x D) (4) Onde, Au = Área útil de infiltração, m2; D = Diâmetro efetivo interno, m; hu = Altura útil do sumidouro, m. Os sumidouros devem possuir no fundo, enchimento de cascalho, coque ou brita nº 3 ou 4, com altura igual ou maior que 0,50m (FUNASA 2007). A NBR 13969/97 recomenda os seguintes parâmetros construtivos: A altura útil do sumidouro deve ser determinada de modo que seja mantida uma distância vertical mínima de 1,50m entre o fundo do poço e o nível máximo aquífero. O menor diâmetro interno deve ser de 0,30m. 23 23 A área de infiltração é representada pela área vertical interna do sumidouro abaixo da geratriz inferior da tubulação de lançamento do afluente no sumidouro, acrescida da superfície do fundo. A cobertura dos sumidouros deve ser de lajes de concreto armado com abertura de inspeção herméticas com menor dimensão de 60 cm. Caso haja necessidade de redução do diâmetro ou da profundidade útil pode ser utilizado mais de um sumidouro para receber o efluente. Deve-se respeitar uma distância mínima de 1,50m entre as paredes dos sumidouros. A divisão do esgoto para os sistemas múltiplos deve ser feita por caixa distribuidora de vazão. AQUISIÇÃO DE DADOS PARA PROJETO 4.2.1 Levantamento das Variáveis deProjeto Foram levantadas características intrínsecas do município de Juazeiro do Norte para utilizá-las como dados de entrada no dimensionamento do sistema a ser adotado para o município. A tabela 2 apresenta as variáveis de projeto levantadas e sua fonte de pesquisa. Tabela 2: Variáveis levantadas para o dimensionamento do sistema de tanque séptico de câmaras em série com disposição em sumidouro para o município de Juazeiro do Norte. O número de habitantes por residência foi determinado com base nos dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o município no censo demográfico de 2010 (IBGE, 2010), obtendo um valor de 3,6 VARIÁVEIS DE PROJETO FONTE DE PESQUISA Número de Habitantes por Residência IBGE Temperatura do Mês Mais Frio INMET Geração per Capita de Esgoto MOURA (2014) Capacidade de Infiltração no Solo JORDÃO E PESSÔA (2005) Nível Estático no Lençol Freático SANTOS et al., (2012) 24 24 habitantes por domicilio. Para fins deste trabalho adotou-se uma taxa de ocupação de 4 habitantes. Para a determinação da temperatura do mês mais frio em Juazeiro do Norte, foram utilizados dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), coletados da estação meteorológica 82784 do município de Barbalha uma vez que Juazeiro do Norte não possui estação para coleta desses dados. Foram coletados dados de temperatura de janeiro de 2007 a dezembro de 2016 totalizando 10 anos de amostragem. Na figura 8 a seguir, estão apresentadas as temperaturas médias mensais do município de Barbalha para o período apresentado. De acordo com os dados coletado da estação de Barbalha a temperatura média mensal mais baixa registrada foi de 23,2°C para o mês de junho de 2008. Dessa forma, o intervalo de temperatura média do mês mais frio é superior à 20ºC abrangendo o último intervalo da tabela 4 (página 33) utilizado na determinação da taxa de acumulação de lodo digerido, podendo, portanto, ser utilizada, uma vez que embora o município de Juazeiro do Norte apresente temperatura superior à de Barbalha, a mesma já se encontra na última faixa de temperatura podendo portanto ser utilizada como referência para o município em questão. Figura 7: Temperatura média mensal do município de Barbalha entre os anos de 2007 a 2016. Fonte: Adaptado de INMET (2017). 22,0 23,0 24,0 25,0 26,0 27,0 28,0 29,0 30,0 0 20 40 60 80 100 120 T em p er at u ra M éd ia M en sa l (° C ) Meses de 2007 a 2016 Temperatura Média dos Meses entre 2007 a 2016 25 25 A geração per capita de esgoto foi estimado de acordo com o consumo médio efetivo de água da população entre os anos 2000 a 2012 fornecido por Moura (2014) e considerando um coeficiente de retorno de 80% para a geração de esgoto. De acordo com Moura (2014), o consumo médio de água efetivo para o município de Juazeiro do Norte, entre os anos de 2000 a 2012 foi de aproximadamente 120 L/hab.dia. Considerando um coeficiente de retorno de 80%, uma vez que iremos trabalhar apenas com efluente doméstico, teremos uma contribuição per capita de esgoto de 96 L/hab.dia. O solo preponderante no município de Juazeiro do Norte é o Podzólico vermelho-amarelo com predominância de solos argilosos. Porém, segundo técnicos que realizam essas análises de solo no município afirmam que o mesmo apresenta grandes variações por apresentar desde solos argilosos até solos mais arenosos fazendo seu coeficiente de infiltração variar. Dessa forma, a capacidade de infiltração do solo, para aspecto do dimensionamento, será estimada de acordo com a tabela 3 abaixo fornecida por Jordão e Pessôa (2005). Como forma de garantir confiabilidade aos valores será utilizado dados de infiltração para a pior situação possível, dessa forma será utilizado dados para solos argilosos, uma vez que, caso o solo da residência a ser utilizado não seja argiloso, possuindo coeficiente de infiltração maior, haverá possibilidade de reduzir a área, favorecendo a concepção do projeto quanto as demandas de área relativa a infiltração. Ressalva-se que embora sejam usados esses valores para o dimensionamento, é imprescindível que seja realizada a análise de infiltração do solo onde for ser implantada o sistema com sumidouro ou outro tipo de disposição no solo realizando as devidas adaptações em suas dimensões. O teste de infiltração está disposto no Anexo A deste documento. 26 26 Tabela 3: Faixas de variação do coeficiente de infiltração do solo de acordo com sua composição. Fonte: Adaptado de Jordão e Pessôa (2005). Dessa forma, será adotado para o dimensionamento do sumidouro, uma capacidade de infiltração no solo de 40 L/m2.dia indicado para solos argilosos a arenosos. O nível estático do lençol freático foi estimado segundo dados de SANTOS et al., (2012) em diagnóstico realizado sobre 128 poços no município de Juazeiro do Norte, onde o nível estático médio dos poços analisados foi de 23,77m, podendo ter alguns, bem rasos e outros bastante profundos, sendo recomendado que quando forem construir sumidouros próximos de poços profundos avaliar a profundidade do mesmo. A figura 9 abaixo retrata algumas das características dos poços analisados. Uma vez que não foi possível fazer o levantamento da contribuição per capita de lodo fresco, a mesma foi adotada segundo a taxa recomendada pela norma NBR 7229/93 em 1 L/hab.dia para residências de baixo ou alto padrão. FAIXAS Constituição Provável do Solo Coeficiente de Infiltração (L/m².dia) 1 Rochas, argilas duras de cor branca, cinza ou preta, variando de rochas alteradas e argilas medianamente consistente de cor avermelhada. < 20 2 Argilas de cor amarela, vermelha ou marrom, medianamente consistente, variando a argilas pouco siltosas e/ou arenosas. 20 a 40 3 Argilas arenosas e/ou siltosas, variando a areia argilosa ou silte argiloso de cor amarela, vermelha ou marrom. 40 a 60 4 Areia ou silte pouco argiloso, ou solo arenoso com humos e turfas, variando a solos constituídos predominantemente de areias e siltes. 60 a 90 5 Areia bem selecionada e limpa, variando a areia grossa com cascalhos. > 90 27 27 Figura 8: Características do nível estático dos 128 poços analisados em Juazeiro do Norte. Fonte: Adaptado de Santos et al., (2012). 4.2.2 Seleção das Variantes de Tanque Séptico Realizou-se um levantamento dos modelos de tanque séptico para avaliar e definir o modelo que apresentasse melhor eficiência de remoção de matéria orgânica. Os modelos levantados estão dispostos na figura 10 abaixo. Figura 9: Modelos de Tanque Séptico propostos. (a) TS câmara única; (b) TS câmara sobreposta; (c) TS câmaras em série. (a) 0 10 20 30 40 50 60 Máximo (m) Mínimo (m) Média (m) Desvio Padrão (m) Coeficiente de Variação (%) Mediana (m) Moda (m) 58 1,39 23,77 16 14,9 21,75 1,39 CARACTERÍSTICAS DO NÍVEL ESTÁTICO DOS POÇOS 28 28 (b)(c) Fonte: Andrade Neto et al., (1999). Segundo Andrade Neto (1997), dentre os modelos de tanque séptico, o de câmaras em série é o mais vantajoso, uma vez que apresenta melhor eficiência de remoção de sólidos que os de câmara única com as mesmas facilidades construtivas e operacionais e ainda é menos oneroso quando comparado com o de câmaras sobrepostas por apresentar maior simplicidade construtiva e utiliza menor profundidade. De acordo com a FUNASA (2007), a eficiência de remoção de DBO no tanque séptico de câmara única é de 30% a 50%, enquanto que no tanque séptico de câmaras em série é de 35% a 65% mostrando-se mais eficiente. Embora o modelo de câmaras em série seja um pouco maior em volume, essa variante apresenta eficiência de remoção superior aos outros sistemas por isso será o escolhido para o manual. 29 29 MANUAL DE DIMENSIONAMENTO – TANQUE SÉPTICO PASSOS A SEGUIR A seguir, será apresentado um protocolo com todas as etapas que devem ser seguidas para um correto dimensionamento de um tanque séptico de câmaras em série modelo prismático retangular e de um sumidouro circular. O protocolo foi elaborado conforme especificações das normas NBR 7229/93 e NBR 13.969/97 além das recomendações bibliográficas voltadas para o tema. 5.1.1 Dimensionamento do Tanque Séptico de Câmaras em série PASSO 1 – Determinar o número de contribuintes do projeto (N). O mesmo é representado pelo número de pessoas que moram na residência. PASSO 2 – Determinar a temperatura média (°C) do mês mais frio do local onde será implantado o projeto; PASSO 3 – Determinar o intervalo de limpeza do tanque séptico de 1 a 5 anos; Intervalos de limpeza de 1 a 3 anos: Requerem menores dimensões estruturais por acumular menor quantidade de lodo diminuindo o custo estrutural, porém, irão requer limpezas em intervalos de tempo mais curtos aumentando o custo operacional. Intervalos de limpeza de 3 a 5 anos: Requerem maiores dimensões estruturais por acumular maior quantidade de lodo aumentando o custo estrutural, porém, irão requer limpezas em intervalos de tempo mais longos diminuindo o custo operacional. 30 30 PASSO 4 – A partir da temperatura e do tempo de limpeza adotados, determine a taxa de acumulação de lodo digerido (K) de acordo com a tabela 4: Tabela 4: Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalo entre limpezas e temperatura do mês mais frio. Intervalo entre limpeza (anos) Valores de K por faixa de temperatura ambiente (t), em °C t ≤ 10 10 ≤ t ≤ 20 t >20 1 94 65 57 2 134 105 97 3 174 145 137 4 214 185 177 5 254 225 217 PASSO 5 – Determine a contribuição de despejos (C): 80% do Quota Per Capita de consumo de água ou de acordo com a tabela 5 em L/hab.dia. Tabela 5: Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e de ocupante (L). PRÉDIO UNIDADE Contribuição de esgoto (C) e Lodo Fresco (Lf) 1. Ocupantes permanentes Residência . Padrão alto Pessoa 160 1,00 . Padrão médio Pessoa 130 1,00 . Padrão baixo Pessoa 100 1,00 Hotel (exceto lavanderia e cozinha) Pessoa 100 1,00 Alojamento provisório Pessoa 80 1,00 2. Ocupantes temporários Fábrica em geral Pessoa 70 0,30 Escritório Pessoa 50 0,20 Edifícios públicos ou comerciais Pessoa 50 0,20 Escolas (externatos) e locais de longa permanência Pessoa 50 0,20 Bares Pessoa 6 0,10 Restaurantes e similares Refeição 25 0,10 Cinemas, teatros e locais de curta permanência Lugar 2 0,02 Sanitários públicos (A) Bacia sanitária 480 4,00 (A) (Apenas de acesso ao público (estação rodoviária, ferroviária, logradouro público, estádio esportivo, etc.). PASSO 6 – Determine a contribuição de lodo fresco (Lf) de acordo com a tabela 5 em L/hab.dia; PASSO 7 – Determine a contribuição diária (Cdia) de efluente em L/dia: Cdia = N x C (5) Onde, 31 31 N = Número de contribuintes (hab.); C = Contribuição per capita de esgoto (L/hab.dia) PASSO 8 – Determine o tempo de detenção hidráulica (T) segundo a contribuição diária de acordo com a tabela 6 em dias; Tabela 6: Período de detenção dos despejos, por faixa de contribuição diária. Contribuição diária (L) Tempo de detenção Dias Horas Até 1500 1,00 24 De 1501 a 3000 0,92 22 De 3001 a 4500 0,83 20 De 4501 a 6000 0,75 18 De 6001 a 7500 0,67 16 De 7501 a 9000 0,58 14 Mais que 9000 0,50 12 PASSO 9 – Determine o volume útil de um tanque séptico de câmara única segundo a fórmula a seguir (em Litros): V = 1000 + N (CxT + KxLf) (6) Onde, N = Número de contribuintes (pessoa); C = Contribuição de despejos (L/pessoa.dia): Contribuição diária de esgoto por habitante; T = Período de detenção (dias): Tempo médio de permanência da parcela líquida do esgoto dentro da zona de decantação do tanque séptico. Varia de acordo com a contribuição diária; K = Taxa de acumulação de lodo digerido (dias): Número de dias de acumulação de lodo fresco equivalente ao volume de lodo digerido a ser armazenado no tanque; C = Contribuição de lodo fresco (L/pessoa.dia): Contribuição diária de lodo fresco por pessoa. PASSO 10 – Calcule o volume do tanque de câmaras em série (Vm) multiplicando o volume acima encontrado por 1,3. 32 32 Vm = 1,3 x V (7) PASSO 11 – Determine a profundidade útil (Hu) do tanque: A mesma deve variar conforme seu volume (Vm) de acordo com a tabela 7: Tabela 7: Faixa de profundidade do tanque em função do volume dimensionado. Volume calculado (m3) Faixa de profundidade útil (m) Até 6,0 1,20 a 2,20 Entre 6,0 e 10,0 1,50 a 2,50 Acima de 10,0 1,80 a 2,80 De acordo com Andrade Neto et al., (1999) os reatores com maiores áreas de base apresentam melhor desempenho por permitir uma maior superfície de contato entre a biomassa decantada e a fase liquida. Dessa forma, recomenda-se adotar baixa profundidade para favorecer a área de base, porém respeitando os limites citados acima para que não sejam criados choques hidráulicos ou zonas mortas. PASSO 12 – Determine a área da base: A = Vm / Hu (8) Onde, Vm = volume útil do tanque de câmaras em série Hu = altura útil do tanque de câmaras em série PASSO 13 – Determine a Largura (B): A largura interna mínima que pode ser adotada é de 0,80m. Recomenda-se adotar larguras pequenas para favorecer o comprimento uma vez que o tanque será dividido em duas câmaras e somente a primeira será utilizada na digestão mais efetiva. PASSO 14 – Determine o comprimento (L): O comprimento é definido por: 33 33 L = A / B (9) O comprimento (L) deve ser definido de forma a manter uma relação de comprimento/largura entre 2:1 a 4:1. Caso as dimensões adotadas não permitam manter essa relação, deve-se adotar novas medidas de profundidade útil, largura e comprimento. PASSO 15 – Determinar os comprimentos das câmaras. A figura 11 mostra um esquematicamente as dimensõesdas câmaras. 1ª câmara: Largura (B1): A largura das câmaras é igual, dessa forma B1 = B2 = B O comprimento (L1) deve ser: L1 = 2/3 x L (10) 2ª câmara: Largura (B2): A largura das câmaras é igual, dessa forma B1 = B2 = B O comprimento (L2) deve ser: L2 = 1/3 x L (11) Figura 10: Dimensões das câmaras do tanque séptico de câmaras em série Fonte: Autor (2017) PASSO 16 – Calcule a área útil da parede de comunicação (Ap). 34 34 Ap = B x Hu (12) Onde, B (largura do tanque); Hu (altura útil do tanque) PASSO 17 – Calcule a área das aberturas de comunicação: A área total das aberturas (At) entre os tanques deve ser de 5% da área útil da mesma. (At) = Ap x 0,05 (13) PASSO 18 – A distância entre a extremidade inferior da abertura até a soleira do tanque, representado por y1 na figura 12 que traz as dimensões da parede de comunicação, deve respeitar uma distância de: 1/2 de Hu para tanques com intervalos de limpeza de até 3 anos; 2/3 de Hu para tanques com intervalos de limpeza superiores a 3 anos. Figura 11: Dimensões das aberturas da parede de comunicação Fonte: Adaptado de Andrade Neto et al., (1999). 35 35 PASSO 19 – Determine a altura da abertura de comunicação (hc) (ver figura 12), sabendo que deve estar presente dentro do limite: 3,0cm ≤ hc ≤ 15cm. PASSO 20 – Uma vez adotado y1 e hc, calcule y2 por: (ver figura 12) y2 = Hu – y1 – hc (3) Caso y2 seja inferior a 0,30m deve-se adotar outro valor para hc e calcular novamente y2. PASSO 21 – Determine a largura das aberturas (bc), onde, 3,0cm ≤ bc ≤ 15cm.( ver figura 12). PASSO 22 – Determine a área de cada abertura de comunicação (Ac): A(c) = hc x bc (15) PASSO 23 – Determine o número de aberturas (Nc): N(c) = At / Ac (46) Caso o número de aberturas seja um valor decimal, deve-se adotar o próximo valor inteiro. PASSO 24 – Determine a distância entre as aberturas de comunicação (dc): (ver figura 12) dc = [B – (Nc x bc)] / (Nc + 1) (5) PASSO 25 – A altura da parede de comunicação deve ficar no mesmo nível da parte superior do tê sanitário de entrada. 36 36 5.1.2 Determinação de Aspectos Construtivos, Operação e Manutenção do Tanque Séptico PASSO 26 – Defina os dispositivos de entrada e saída do tanque séptico: Tê sanitário de PVC de 100mm. PASSO 27 – Determine a altura da parte superior do tê de entrada, representado por y3 na figura 13 que traz as medidas das tubulações de entrada e saída, sabendo que a mesma deve ficar pelo menos 5cm acima da geratriz superior da tubulação de entrada. PASSO 28 – Determine a profundidade da parte inferior do tê de saída (representada por y4 na figura 13) sendo que a mesma deve ficar a um terço da profundidade útil (1/3 de Hu) medida a partir da parte inferior da geratriz da tubulação de saída. PASSO 29 – A distância entre a geratriz inferior da tubulação de entrada e o nível do líquido (representada por y5 na figura 13) deve ser de 5,0cm. PASSO 30 – A profundidade da parte inferior do tê de entrada (representada por y6 na figura 13) será igual a profundidade da parte inferior do tê saída contando a partir da geratriz inferior da tubulação de entrada. PASSO 31 – Determine a altura da parte superior do tê de saída (representado por y7 na figura 13) sabendo que a mesma deve ficar pelo menos 5cm acima da geratriz superior da tubulação de saída. PASSO 32 – Determine a altura da parede de comunicação (y8) (ver figura 13): y8 = Hu + 0,05m + Dtub. (m) + y3 (m) (6) PASSO 33 – Entre o final da parte superior do tê de entrada e o fundo da laje superior deve ser reservada uma distância mínima de 15cm. O valor dessa 37 37 distância será determinada de acordo com a profundidade da tubulação de entrada pré-dimensionada para manter a distância mínima. Figura 12: Medidas das tubulações de entrada e saída. Fonte: Adaptado de Andrade Neto et al., (1999). PASSO 34 – Determine o tamanho das aberturas de inspeção: Devem ser previstas duas (2) aberturas de inspeção com dimensões mínimas de 0,60mx0,60m, uma para cada câmara do tanque. PASSO 35 – Verifique o raio de abrangência: Cada abertura de inspeção deve abranger um raio máximo de 1,50m. Caso essa distância seja extrapolada deve ser utilizada nova abertura com dimensões iguais ou superiores a 20,0cmx20,0cm. A figura 14 apresenta a verificação do raio de abrangência das aberturas de inspeção. Figura 13: Verificação do raio de abrangência das aberturas de inspeção. Fonte: Adaptado de NBR 7229/93. 38 38 As aberturas de inspeção devem ser acessíveis para a devida manutenção. Caso seja requerido fazer o revestimento superior da laje com materiais cerâmicos, deve ser preservado as juntas das tampas de inspeção para não haver deteriorações durante a inspeção. PASSO 36 – Defina a laje de fundo: Deve ser construída de concreto armado de 8cm de espessura sobre uma camada de 5cm de brita nº 2. A área da laje deve ser construída de forma a deixar 0,20m de borda para contrapor o empuxo causado pelo levantamento do lençol freático. PASSO 37 – Defina as paredes externas e internas: As paredes laterais do tanque devem ser construídas de concreto armado moldado no local com espessura de 8cm. A parede interna pode ser construída de alvenaria de tijolos de bloco para facilitar a construção das aberturas. Ao utilizarem alvenaria, as paredes devem ser revestidas com 1,5cm de argamassa de cimento e areia no traço de 1:3. Após este processo recomenda-se a aplicação de aditivos de vedação. PASSO 38 – Defina a laje superior: Deve ser construída de concreto armado de 6cm com suas devidas aberturas de inspeção de no mínimo 4cm de espessura de concreto. PASSO 39 – Defina a tubulação do gás: Deve ser projetada na parede lateral do tanque uma canalização de escape do biogás produzido. Pode-se optar por uma canalização de 50mm, 5cm abaixo da laje superior com descarte a uma altura mínima de 3,00m para dispersão do mesmo. PASSO 40 – Durante sua implantação, os tanques devem obedecer às distâncias mínimas. O quadro 2 apresenta as distâncias recomendadas pela norma NBR 7229/93. Quadro 2: Distâncias mínimas do tanque séptico à objetos presentes no local Distâncias Objetos presentes no local 1,50m Construções, limites de terreno, sumidouros, valas de infiltração e ramal predial 3939 3,0m Árvores e de ponto de rede pública de abastecimento de água 15,0m Poço freático e de corpos de água de qualquer natureza Fonte: Adaptado de NBR 7229/93 PASSO 41 – Teste de estanqueidade: Antes de começar a receber o efluente, o sistema deve passar por um teste de estanqueidade. O tanque deve ser preenchido com água até a altura da tubulação de saída e aguardar por 12 horas. A estanqueidade é medida pela variação do nível da água. Caso o valor seja superior a 3% da altura útil (Hu) deve-se remover a água e realizar a correção das trincas, fissuras ou juntas e realizar novamente o teste até que o valor encontrado seja inferior aos 3%. PASSO 42 – Procedimento de limpeza: o lodo e a escuma produzida no sistema devem ser removidos nos intervalos de limpeza estabelecidos no projeto. Caso se verifique obstrução do sistema ou saída de efluente diferente da esperada o intervalo de limpeza pode ser encurtado. PASSO 43 – Durante a limpeza do tanque, deve ser deixado 10% do lodo digerido no seu interior para favorecer a estabilização do lodo fresco afluente. PASSO 44 – A remoção do lodo deve ser feita por profissionais devidamente equipados com os EPI’s (equipamentos de proteção individual). PASSO 45 – Anterior a qualquer operação no tanque, suas aberturas de inspeção devem ficar abertas por pelo menos 5 minutos para liberação dos gases tóxicos ou explosivos que ainda estejam presentes dentro do tanque. PASSO 46 – O lodo gerado pelos tanques sépticos é de responsabilidade dos habitantes da residência e deve ser encaminhado para as estações de tratamento de esgoto conforme regulamentações exigidas. Em nenhuma hipótese deve ser lançado no meio ambiente. PASSO 47 – Em comunidades isoladas deve ser previsto implantação de leitos de secagem de lodo. Posteriormente devem ser enviados para aterros 40 40 sanitários ou se possível reutilizar em usinas de compostagem ou campos agrícolas. PASSO 48 – Após concluída a obra deve ser elaborado um documento de identificação básica do sistema conforme exposto em Anexo neste trabalho. 5.1.3 Dimensionamento de Sumidouro Cilíndrico A seguir, serão elencadas todas as etapas do dimensionado do sumidouro. A tabela 8 representa as faixas prováveis de coeficiente de infiltração do solo segundo a composição do mesmo. Tabela 8: Possíveis faixas de variação do coeficiente de infiltração. Fonte: Adaptado de Jordão e Pessôa (2005). PASSO 49 – Determine o coeficiente de infiltração (Ci): Deve ser determinado a partir de um teste local realizado por especialistas. PASSO 50 – Determine a vazão (Q) em (L/dia) ou contribuição diária de efluente por: Q = N x C (19) FAIXAS Constituição Provável do Solo Coeficiente de Infiltração (L/m².dia) 1 Rochas, argilas duras de cor branca, cinza ou preta, variando de rochas alteradas e argilas medianamente consistente de cor avermelhada. < 20 2 Argilas de cor amarela, vermelha ou marrom, medianamente consistente, variando a argilas pouco siltosas e/ou arenosas. 20 a 40 3 Argilas arenosas e/ou siltosas, variando a areia argilosa ou silte argiloso de cor amarela, vermelha ou marrom. 40 a 60 4 Areia ou silte pouco argiloso, ou solo arenoso com humos e turfas, variando a solos constituídos predominantemente de areias e siltes. 60 a 90 5 Areia bem selecionada e limpa, variando a areia grossa com cascalhos. > 90 41 41 PASSO 51 – Determine a área útil de infiltração: Uma vez conhecido o coeficiente de infiltração, a área de infiltração do sumidouro será dada pela seguinte fórmula: Au = Q / Ci (20) Onde, Au = Área útil de infiltração, m2; Q = Vazão afluente, litros por dia; Ci = Coeficiente de infiltração, litros por m2 x dia. PASSO 52 – adotar o diâmetro do sumidouro (D) sabendo que o mesmo não deve ser inferior a 0,30m. PASSO 53 – Determinar a altura útil (hu): A altura útil do sumidouro deve iniciar 5cm a 10cm abaixo da tubulação de entrada do efluente. Deve ser calculado mediante a seguinte formula: hu (m) = [Au - ( x D2/4)] / x D (21) Onde, Au = Área útil de infiltração, m2; = Número irracional, 3,14; D = Diâmetro efetivo interno, m; 5.1.4 Determinação dos Aspectos Construtivos, Operação e Manutenção do Sumidouro PASSO 54 – A altura útil do sumidouro deve ser determinada de modo que seja mantida uma distância vertical mínima de 1,50m entre o fundo do poço e o nível máximo do aquífero. PASSO 55 – Os sumidouros devem possuir no fundo 50cm de enchimento de cascalho, coque ou brita nº 3 ou 4. 42 42 PASSO 56 – O menor diâmetro interno do sumidouro deve ser de 0,30m. PASSO 57 – Recomenda-se que seja utilizado tijolos de blocos assentados em alvenaria com rotação dos furos para posição perpendicular à direção do perímetro circular do sumidouro. PASSO 58 – A cobertura dos sumidouros deve ser de lajes de concreto armado de 6cm com abertura de inspeção hermética de 60cmx60cm com 4cm de espessura em concreto armado. PASSO 59 – A distância entre a geratriz superior da tubulação de entrada e o início da laje de fundo deve ser determinada de acordo com a profundidade da tubulação de entrada no sumidouro. PASSO 60 – Deve ser feito o monitoramento da profundidade do líquido no sistema para verificação de sua colmatação definindo o tempo de esgotar quando o mesmo de aproximar da altura útil. PASSO 61 – Durante a limpeza do sumidouro deve ser realizado uma raspagem da lateral do mesmo e toda a brita deve ser removida e jateada com água e depois reposta no sumidouro. O efluente gerado pelo jateamento sobre a brita bem como o material de raspagem das suas laterais devem ser encaminhados juntos com o lodo no caminhão limpa-fossa. 5.1.5 Caixas de Inspeção PASSO 62 – Antes da entrada do efluente do Tanque Séptico, bem como entre o tanque e o sumidouro, devem ser implantadas caixas de inspeção para verificação da qualidade do efluente. 43 43 PASSO 63 – Recomenda-se dimensões internas de (30cmx30cm) e externas de (50cmx50cm) construídas de alvenaria. A figura 15 apresenta o modelo esquemático da caixa de inspeção. Figura 14: Corte de caixa de inspeção. Fonte: Autor (2017) PASSO 64 - A distância entre o fundo da caixa e a geratriz inferior do tubo de entrada (representada por h1 na figura 15) deve ser de 5cm. A geratriz inferior da tubulação de saída deve estar no mesmo nível do fundo da caixa como na figura 15. PASSO 64 – A profundidade da caixa de inspeção (h2) é determinada pela profundidade da tubulação do efluente (ver figura 15). 5.2 Exemplo de Dimensionamento do Sistema com as Características de Juazeiro do Norte Abaixo, foi realizado o dimensionamento do sistema de tanque séptico de câmaras em série com disposição em sumidouro circular utilizando as características levantadas do município de Juazeiro do Norte, seguido o protocolo descrito acima à 44 44 título de exemplo prático de aplicação do manual bem como para melhor detalhamento gráfico das partesdo sistema que será exposto nas plantas e cortes e visualizar suas dimensões. 5.2.1 Dimensionamento do Tanque Séptico de Câmaras em Série Número de contribuintes (N) = 4 habitantes; Temperatura média do mês mais frio 23,2°C: (t > 20°C) Intervalo de limpeza adotado de 2 anos; De acordo com a Tabela 4, a taxa de acumulação de lodo digerido (K) será de 97 dias; Contribuição de despejos (C): 80% do QPC = 0,8 x 120L/hab.dia = 96 L/hab.dia; Contribuição de lodo fresco (Lf): 1 L/hab.dia; Contribuição diária = N x C = 4 x 96 L/dia = 384 L/dia; Tempo de detenção hidráulica (T): De acordo com a contribuição diária e a tabela 3, o tempo de detenção será de 1 dia. Cálculo do volume do tanque: V = 1000 + N (C.T + K.Lf) V = 1000 L + 4 hab. (96 L/hab.dia x 1 dia + 97 dias x 1 L/hab.dia) V = 1.772 Litros = 1,772 m3 O volume do tanque de câmaras em série (Vm) equivale a 1,3 x V. Dessa forma: 1,3 x 1,772 m3 = 2,30 m3 Dimensões do tanque: Profundidade útil: Hu A profundidade adotada foi de 1,80m 45 45 Área da base: A área da base é dada por: A = Vm / Hu = 2,30m3 / 1,80m = 1,28m2 Largura (B): A largura interna (B) do tanque adotada será de 0,80m. Comprimento (L): Seu comprimento será dado por: L = A / B = 1,28m2 / 0,80m = 1,60m. A relação comprimento/largura será de 2:1 estando de acordo com o recomendado. Dimensões da primeira câmara Largura (B1): B1 = 0,80m Comprimento (L1): L1 = 2/3 x 1,60m = 1,06m (adotado 1,05m) Dimensões da segunda câmara Largura (B2): B2 = 0,80m Comprimento (L2): L2 = 1/3 x 1,60m = 0,53m = (adotado 0,55m) Dimensões da parede de comunicação Área útil da parede de comunicação (Ap): (Ap) = B x Hu = 0,80m x 1,80m = 1,44m Área total das aberturas de comunicação (At): (B x Hu) x 0,05 (At): Ap x 0,05 = 1,44m x 0,05 = 0,072 m2 46 46 Distancia da extremidade inferior da abertura até a soleira do tanque (y1): Como foi adotado tempo de limpeza de 2 anos será uma distância de 1/2 da altura útil. A altura útil (Hu) do tanque foi calculada em 1,80m. Dessa forma, y1 será: y1 = 1,80m / 2 = 0,90m Altura da abertura de comunicação (hc): hc será adotado em 15cm. Distancia da extremidade superior da abertura até o nível do líquido (y2): y2 = Hu – y1 – hc = 1,80m – 0,90m – 0,15m = 0,75m Largura da abertura de comunicação (bc): bc será adotado em 15cm. Área de cada abertura de comunicação (Ac): Ac = hc x bc = 0,15m x 0,15m = 0,0225 m2 Quantidade de aberturas de comunicação (Nc): (Nc) = At / Ac = 0,072 m2 / 0,0225 m2 = 3,2 (adotado 4) Distância entre as aberturas de comunicação (dc): dc = [B – (Nc x bc)] / (Nc + 1) = [0,80m – (4 x 0,15m)] / (4 + 1) = 0,04m A altura da parede de comunicação será defina mais adiante após determinar a altura das canalizações de entrada. Dispositivos de entrada e saída Parte superior do tê sanitário de entrada (y3): foi adotado em 10cm; Parte inferior do tê sanitário de saída (y4): y4 = 1/3 x Hu = 1/3 x 1,80m = 0,60m 47 47 Distância entre a geratriz inferior da tubulação de entrada e o nível do líquido (y5) = 0,05m; Parte inferior do tê de entrada (y6) = y4 = 0,60cm Parte superior da tubulação de saída (y7) = foi adotado em 15,0cm; Altura da parede de comunicação (y8): y8 = Hu + 0,05m + D (diâmetro do tubo, em metros) + y3 (m) y8 = 1,80m + 0,05m + 0,10m + 0,10m = 2,05m Para este dimensionamento, será deixada entre o final da parte superior do tê de entrada e o fundo da laje superior do tanque, uma distância de 15cm, porém, a mesma deve ser determinada conhecendo-se a profundidade da tubulação de entrada pré-determinada o suficiente para que o efluente da residência seja encaminhado por gravidade para a caixa de inspeção antes do tanque séptico, sabendo que o final da laje superior do tanque deve estar no nível do terreno. (Recomenda-se verificar o corte do tanque séptico, disposto em apêndice, para melhor visualização). 5.2.2 Dimensionamento do Sumidouro Cilíndrico Determinação da área útil (Au) de infiltração do sumidouro: Determinação do coeficiente de infiltração (Ci): Como já definido anteriormente, pelo tipo de solo do município, será utilizado para este dimensionamento um valor de 40 L/m2.dia. Determinação da vazão (Q) ou Contribuição diária = 384 L/dia Determinação da área útil de infiltração (Au): Au = Q / Ci Au = 384 L/dia / 40 L/m2.dia Au = 9,6 m2 Determinação do diâmetro (D): O diâmetro adotado será de 1,0m. 48 48 Determinação da profundidade útil (hu): hu (m) = [Au - ( x D2/4)] / x D hu (m) = [9,6 m2 - ( x 1,0m2/4)] / x 1,0m hu (m) = 2,80m 5.3 Viabilidade Técnica do Sistema Adotado De acordo com o modelo dimensionado, para que o mesmo atenda a todos os pré-requisitos das normas NBR 7229/1993 e NBR 13969/1997 este irá requerer uma área livre de 7,30m x 4,0m resultando na necessidade de um terreno com 8,0m de testada inviabilizando sua implantação para a maioria das residências, que possuem tamanhos inferiores a esse. A figura 16 apresenta um layout do modelo dimensionado com as distâncias recomendadas pelas normas. Figura 15: Layout do modelo dimensionado Fonte: Autor (2017). Fazendo testes com as outras variantes do sistema, viu-se que adotando a mesma profundidade de 1,80m as dimensões finais serão pouco reduzidas em comprimento e largura, ainda inviabilizando sua aplicável nas outras residências de menor comprimento de testada. Como essas residências menores, 5,0 a 8,0m de 49 49 frente, não devem continuar a utilizar a fossa absorvente, e considerando que o sistema proposto já foi dimensionado da forma mais simplificada sem contudo alterar sua eficiência que varia em torno de 30 a 50% de DBO e com otimização da área superficial, foram levantados aspectos da norma, passíveis de adaptação, que pudessem ser alterados, com o intuito de se conseguir implantar o sistema de tanque séptico de câmaras em série com disposição no sumidouro circular sem influenciar na sua eficiência, bem como não interferir nos aspectos estruturais da residência. Avaliando as dimensões do sistema acima e das distâncias recomendadas pela norma optou-se por reduzir as distâncias externas do tanque bem como alterar o arranjo espacial do sistema para que o mesmo pudesse ser implantado em casas de 5,0m de frente, e outras com terrenos superiores. O layout abaixo (Figura 17) representa a situação com as distâncias modificadas na tentativa de adequação em residências menores, porém infringindo o limite das distâncias externas recomendadas pela norma NBR 7229/93 de 1,50m de construções, porém tornando o sistema passível de implantação nas residências. Figura 16: Layout do sistema com medidas alteradas Fonte: Autor (2017). 50 50 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com o levantamento das características do município, Juazeiro do Norte possui uma média de 4 habitantes por domicílio; um consumo individual diário de aproximadamente 120 Litros de água gerando 96 Litros de esgoto; temperatura média do mês mais frio estimada em 23,2°C e um solo com características de argila e areia com uma taxa de infiltração variável de 40 L/m2.dia a90 L/m2.dia e uma média de 23,77 metros para o nível estático dos poços. Na análise dos sistemas de tanque séptico observou-se que o modelo de câmaras em série embora necessite de um volume 30% maior em relação ao tanque de câmara única, apresenta melhor eficiência de remoção de DBO chegando a 65%, justificando sua escolha. Após a seleção da variante a ser empregada foi apresentado um manual recomendando um protocolo de dimensionamento para o tanque séptico escolhido e o sumidouro, opção escolhida para o destino final do efluente. Além do dimensionamento, foram apresentadas no manual verificações a serem obedecidas para a construção, manutenção e operação dos mesmos. Concluído o manual, foram aplicados os valores obtidos da caracterização do município para o dimensionamento de um modelo seguindo o protocolo de dimensionamento proposto. Avaliando o sistema dimensionado percebeu-se que o sistema de tanque séptico, seguindo integralmente todas as recomendações das normas NBR 7229/93 e NBR 13969/97, apresenta limitações para sua construção quanto a disponibilidade de espaço comumente disponível uma vez que a maioria das residências não possuem a área livre requerida com dimensões de (7,30m x 4,0m) inviabilizando sua implantação para a maioria das residências seja de loteamentos ou terrenos particulares no município de Juazeiro do Norte que na grande maioria possuem extensões de testada de 5,0m a 8,0m. Na tentativa de englobar as residências de menor testada recomendou-se a adoção de distâncias externas do tanque séptico menores e modificar o arranjo espacial. Devido as alterações das medidas externas do tanque recomenda-se que antes de executar o projeto, seja avaliado se existem edificações de médio à grande 51 51 porte como residências de 1º pavimento ou prédios o que pode inviabilizar a implantação do sistema mediante possibilidade futura de rompimento da estrutura devido forças de compressão do solo. Para que essa situação de irregularidade perante a norma, quanto as dimensões externas do tanque, não sejam contínuas, recomenda-se que os terrenos das futuras residências possuam áreas de frente maiores para que se possa implantar o sistema sem fugir as restrições das normas. Cabe, portanto, às instâncias municipais a exigência quanto ao aumento da extensão dos novos lotes a serem comercializados na cidade, ou a concordância de todas as partes (secretarias de infraestrutura municipais e concessionárias de saneamento) acerca da desobediência às distâncias de 1,5m de construções, caso esta ação não acarrete em prejuízo para o sistema, bem como as próprias construções. Uma vez que o município apresenta diferentes tipos de solo, acarretando em variações no coeficiente de infiltração, recomenda-se que o órgão responsável por este setor, faça um levantamento dessa característica para facilitar a implantação do sistema para que não haja a necessidade de cada residência fazer o teste individualizado, onde o mesmo poderá adquirir o valor desse coeficiente junto ao órgão municipal para implantação do seu sistema. Conhecendo os possíveis prejuízos ambientais do uso intenso e prolongado das fossas absorventes os sistemas tanques sépticos são recomendados como forma de amenizar essa problemática, embora não trate completamente os esgotos brutos, promove relativa remoção da carga poluidora do efluente a ser infiltrado. Resguardando-se mais uma vez que devido ao uso predominante de água subterrânea, esse sistema é recomendado principalmente para residências que não tenham como ligar-se à rede coletora de esgoto. 52 52 REFERÊNCIAS ABNT. NBR 13969: Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação. Rio de Janeiro: Copyright, 1997. 60 p. Disponível em: <https://acquasana.com.br/ legislacao/nbr_13969.pdf>. Acesso em: 03 mar. 2017. ABNT. NBR 7229: Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. Rio de Janeiro: Copyright, 1993. 15 p. Disponível em: <https://acquasana.com.br/legislacao/nbr_7229.pdf>. 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Após a total infiltração deve-se preenchê- lo novamente e esperar a infiltração ocorrer totalmente. Uma vez infiltrada, deve ser colocada uma régua graduada em uma de suas paredes, adicionar água até a altura de 15cm e cronometrar o tempo de rebaixamento de 15cm para 14cm (1cm), o tempo deve ser colocado sob o gráfico abaixo para obtenção do coeficiente de infiltração. Repõe-se novamente o líquido até o nível dos 15cm e faz-se mais dois testes. O menor valor obtido será utilizado para o dimensionamento do sumidouro. 56 56 Figura 1: Ábaco de coeficiente de infiltração e esquema de escavação para o teste. 57 57 ANEXO B PLACA DE IDENTIFICAÇÃO Engenheiro Responsável: Construtor: Volume Total: m3 Volume Útil: m3 Capacidade Normal: Pessoas Vazão Normal: m3 Faixa de Temperatura Ambiente: ºC a ºC. Data de Implantação: / / Datas Previstas para Limpeza: / / / / / / / / / / / / / / / / / / Especificar as normas utilizadas no projeto: Fonte: Adaptado de ABNT NBR 7229/93.
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