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Fundamentos de Direito Empresarial Aula 01

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Fundamentos de Direito Empresarial
Aula-01 
-Introdução aos Fundamentos do Direito
	
		O que é Direito?
		O termo Direito provém da palavra latina directum, que significa reto.	
		O Direito tem sua definição nominal etimológica como sendo a qualidade daquilo que é regra.
		O Direito pode ser definido como aquilo que é mais adequado para o indivíduo que, vivendo em sociedade, tal direito deve compreender fundamentalmente o interesse da coletividade.
		Para que a coletividade viva num bem estar comum, devem ser estabelecidas normas jurídicas que estejam para além do mero formalismo, que atuem em simbiose com a realidade socioeconômica e que correspondam aos anseios sociais de justiça, de equilíbrio socioeconômico e de dignidade.
	
		Mas em quais princípios estas normas estariam baseadas?
			
			Nos princípios da ética.
			Ética é um conjunto sistemático de conhecimentos racionais e objetivos a respeito do comportamento humano moral. É a teoria ou ciência do comportamento moral do homem em sociedade.
		As diferenças entre Ética e Moral
			Ética: Parte de uma série de práticas morais e busca determinar a essência da moral, sua origem, as condições objetivas e subjetivas do ato moral, as fontes de justificação desses juízos e o princípio que rege a mudança e a sucessão de diferentes sistemas morais.	
			Moral: A moral não é estática. É um fato histórico mutável e dinâmico que acompanha as mudanças políticas, econômicas e sociais e onde a existência de princípios absolutos se torna impossível
		O Direito nasce para harmonizar não só os conflitos sociais e políticos do homem, mas também para compor, juntamente com a moral, o seu comportamento ético perante seus pares.
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Direito Empresarial
		A empresa compõe o cenário de atuação de um ramo do Direito designado Direito Empresarial.
		O Direito Empresarial desdobra-se num dos ramos do Direito Privado e se estrutura por meio de um conjunto de normas, cujo objetivo é harmonia nas relações empresariais.
		A aplicação da Teoria da Empresa foi inserida no sistema jurídico brasileiro com o advento do Código Civil de 2002.
		Longe de parecer somente uma mudança de vocábulo, a Teoria da Empresa consagra o que há muito tempo os tribunais já aplicavam: a relevância da atividade economicamente organizada.	
		Fontes do Direito
			-Diretas ou Imediatas: Leis e Costumes
			-Indiretas ou Mediatas: Analogia e os princípios gerais do direito;
			-Auxiliares de interpretação do direito: A doutrina, a jurisprudência e a equidade.
		Lei
		Classificação:
			-Quanto à natureza: 
Leis substantivas são as que definem relações jurídicas ou criam direitos. É o caso das disposições do Código Civil, Comercial ou Penal. :
Leis Adjetivas: ou processuais são as que abrangem o Direito Judiciário – são as que regulam o modo ou o processo para fazer cumprir as leis substantivas. 
			-Quanto aos órgãos que à emanam: As leis são federais, estaduais e municipais
		
Interpretação da Norma Jurídica
	-Arte de extrair da norma a vontade expressada pelo legislador
				-hermenêutica jurídica: O estudo pra determinar o sentido e o alcance das expressões do direito
			Integração da Normas:
				*Suprir lacunas existentes na norma jurídica, utilizando a analogia, a equidade e os principio gerais do direito.
				*Analogia: Utilização de uma norma para resolver um caso semelhante.
				*Equidade: Interprete/Juiz soluciona o caso utilizando-se de seus valores de justiça.
				-Suprir imperfeição da lei ou moldá-la à realidade. Ex: penas alternativas
			
			Hierarquia da Leis
				.constitucionais federais
				.ordinárias federais
				.constitucionais estaduais
				.ordinárias estaduais
				.municipais
			Direito Público
				Retrata a organização do estado, regidas por normas de ordem pública.
			Divisão:
				.Direito Constitucional
				. Direito administrativo
				. Direito econômico
				. Direito financeiro
				. Direito tributário
				. da seguridade social
				. Direito processual (trabalhista cível e penal)
			- Direito privado
				Normas que dizem respeito aos interesses dos cidadoes no relacionamento recíproco e das normas contratuais utilizadas entre particulares, manifestando a vontade das partes e vigorando como lei entre os contratantes.
			Divide-se em: Direito civil, comercial e do trabalho.
			
			-Direito Empresarial
				Regula as sociedades empresariais
				Contratos empresariais
				Títulos de crédito
				Marcas e patentes
				Falência e recuperação judicial.
			Atividade Empresarial: Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
			Elementos da atividade Empresarial:
			.Atividade econômica = gera lucros pra remunerar investimentos.
			. Através da Organização dos fatores de produção=capital, bens, mão de obras e tecnologia;
			. Com o objetivo de Servir o mercado=Indústria, comércio, prestação de serviços
				
tratou da relação entre Moral e Direito, a Teoria dos Círculos;
identificou a diferença entre o direito objetivo e o subjetivo; entre o direito público e o privado;
		-
avaliou a importância das fontes primárias e secundárias do direito e a integração da norma jurídica;
		-
relacionou as fontes de pesquisas;
destacou os vários ramos do Direito;
		-
conheceu o Direito Empresarial, com suas características, seu conceito e autonomia perante os demais ramos do Direito.
Aula 02
TEORIA DA EMPRESA E CONCEITO DE EMPRESÁRIO
Ao final desta aula será capaz de:
	
Identificar a ampliação do antigo conceito de comerciante para a nova designação de empresário diante do implemento da Teoria da Empresa. Nesta aula, você conhecerá a Teoria da Empresa: Evolução
Conceito de Empresário X Comerciante.
Estudará, também, as atividades excluídas do contexto empresarial e os pressupostos para a atividade regular de empresário, identificando suas obrigações.
Você conhece o significado da palavra Empresário para o Direito Empresarial?
	Segundo a Teoria da Empresa, é considerado empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
	O empresário pode ser pessoa natural ou jurídica. 
	As sociedades empresárias personalizadas devem ser registradas na Junta Comercial, ao passo que as sociedades simples, mesmo que sejam constituídas na forma de um dos tipos de sociedade empresária, deverá ser registrada no Registro Civil das Pessoas Jurídicas 
	“A Junta Comercial é o único órgão do Registro Público de Empresas Mercantis autorizado a receber a inscrição dos empresários”
Veja os requisitos para a atividade empresarial.
*Profissionalismo: O empresário deve exercer sua atividade de forma habitual e não esporádica.
* Exercício da Atividade: O empresário exerce uma atividade, que é a própria empresa.
* Economia: A busca do lucro na exploração da empresa.
* Organização: Segundo Fábio Ulhoa Coelho, os fatores presentes na empresa são: o capital, a mão-de-obra, os insumos e a tecnologia.
* Produção: A fabricação de mercadorias ou a prestação de serviços.
* Circulação: A intermediação de mercadorias ou de serviços.
	Estudo do tema e sua importancia
	Gerenciar a sociedade empresarial de forma regular e evitar conseqüências jurídicas
	A pessoa natural que opta em abrir o seu próprio negócio individualmente, sem a constituição de sociedade com amigos ou conhecidos, é chamada de empresário individual. Até o advento do novo Código Civil, sob a orientação da teoria dos atos de comércio, seu conceito técnico-jurídico era de comerciante (Para nós, as leis e normas aplicáveis à pratica mercantil eram exclusivas de quem realizava atos de intermediação das mercadorias com habitualidade, finalidade de lucro e em nome próprio, ficando ausentesdo conceito as atividades oriundas da cadeia de produção, bem como as de prestação de serviço.).
	Para nós, as leis e normas aplicáveis à pratica mercantil eram exclusivas de quem realizava atos de intermediação das mercadorias com habitualidade, finalidade de lucro e em nome próprio, ficando ausentes do conceito as atividades oriundas da cadeia de produção, bem como as de prestação de serviço.
	
	Sociedades Empresárias: grupo de pessoas com fins econômicos. 
	
	.Direito dos Sócios: 
1-)Direitos patrimoniais: recebimento de parte dos lucros acumulados, proporcional ao investimento; Participação no patrimônio social, na extinção da sociedade.
2-)Direitos Políticos; Faculdade : participar ativamente nas decisões da assembléia: Exceção: ações sem direito a voto.
3-)Direito de Fiscalizar: 
	Sociedade de menor porte: sócios participam como investidores/administradores.
	Sócios de grande porte: sócios administradores e investidores; direito de fiscalização (prestação de contas direta- assembléia geral indireta-conselho).
4-) Direito de retirada: “ninguém será compelido a associar-se ou a permanecer associado “ Art. 5º,XX,CF 1988
5-) Direito de Preferência aumento de capital social: Sociedade existente caso queira aumentar seu capital. Predileções aos sócios subscreveram as novas quotas ou ações antes de oferecer a terceiros.
	
Mas o que significa uma atividade economicamente organizada?
		As ciências econômicas classificam a atividade economicamente organizada como empresa. É realizada sob o comando do seu dono, agregando valores de produção para a realização da atividade final.
	
	Algumas atividades permaneceram excluídas da nova conceituação de Empresário. “Art. 966 do Código Civil (...) Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.”
		Você sabe como é regulado o exercício da atividade empresarial?
		Os pressupostos para regular o exercício da atividade empresarial estão estabelecidos no Artigo 972 do CC.( “Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.”)
		Um menor de idade pode ser um empresário?
			Em princípio, por não ter adquirido a capacidade civil plena, o menor não poderá exercer regularmente a atividade de empresário individual, exceto duas exceções. (* menor emancipado e a empresa como objeto de herança para o menor).
		Existe algum impedimento nas sociedades entre marido e mulher?
			Há um impedimento chamado relativo. Pela Lei  Civil,  no seu artigo 977CC, ele determina que marido e mulher podem contratar sociedade entre si, desde que o regime de casamento não seja o da comunhão total ou da separação de bens obrigatória.
		Veja agora os tipos de sociedade formados e regidos pela Lei Civil.
*Sociedade entre Cônjuges sob o regime de comunhão parcial de bens;
* Sociedade entre pessoas com união estável
* Sociedade entre homoafetivos
Outro tipo de sociedade é o casamento entre sócios, já que o impedimento legal estabelecido no Artigo 977CC não se estende para aqueles que já constituíram a sociedade e são designados sócios.
O que ocorre com a empresa que funciona mesmo existindo um impedimento legal?
	O Artigo 973 do Código Civil determina que aquele que exercer atividade empresarial violando o impedimento legal para tal, responderá pelas obrigações contraídas.
	
Obrigações Dos empresários
Para cumprir as suas obrigações, o empresário deve:
*Registrar-se na Junta Comercial: com a finalidade de existência regular. Na falta/ausência de CNPJ, inscrição estadual; inscrição municipal; requerer falência.
*Manter escrituração regular de seus negócios: finalidade gerencial, documental e fiscalizatória. Principal livro: retrata o dia dia das operações da empresa, uso de provas periciais contábeis , processos de falência, recuperação de empresas, prestação de contas e dissolução de sociedade. FALTA: crime falimentar. 
*Levantar demonstrações contábeis periódicas.
	(A-) Balanço patrimonial: finalidade é a demonstração contábil que evidencia a situação patrimonial da empresa em determinada data. FALTA: presunção de veracidade e tipificação de crime falimentar
	(B)-Demonstração de resultado de exercício. FINALIDADE: destina-se a evidenciar a formação do resultado liquido em um exercício. FALTA: não aprovação de contas ou rejeição pelos sócios; dificuldade n obtenção de crédito; vedação da participação de licitação pública.
	Vamos estudar agora as regras para escrituração dos livros e a contabilidade... 
	O empresário e a sociedade empresária deverão adotar um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros de acordo com a documentação respectiva, devendo levantar, anualmente, o balanço patrimonial e o de resultado.
Nesta aula:
Tratou da evolução da Teoria da Empresa;
Diferenciou o empresário do antigo comerciante;
Identificou as atividades que foram excluídas do contexto empresarial;
Conheceu os pressupostos e obrigações para a regular atividade de um empresário;
Destacou os vários ramos do Direito;
Conheceu o Direito Empresarial, com suas características, seu conceito e autonomia perante os demais ramos do Direito.
A constituição da Sociedade Anônima por subscrição particular do capital deverá ser feita por deliberação de subscritores. Em assembléia geral ou por escritura publica
Aula 03
Estabelecimento Empresarial, Nome Empresarial e Direito Societário
Ao final desta aula
conceituar o instituto do Estabelecimento Empresarial;
identificar os elementos formadores do Estabelecimento Empresarial;
definir a estrutura do Direito Societário no Sistema Jurídico Brasileiro.
O que é um Estabelecimento Empresarial?
	Estabelecimento Empresarial é a reunião organizada dos bens corpóreos (balcões, mercadorias e maquinários) e incorpóreos (ponto, nome, marcas e etc.) para o exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária. Antes da Teoria da Empresa, este instituto era conhecido como Fundo de Comércio. Após o Código Civil, com a previsão no seu artigo 1.142CC, passou a ser classificado como Estabelecimento Empresarial ou Fundo de Empresa.
	O trespasse consiste na venda do estabelecimento empresarial. Não podemos confundi-lo com a venda do ponto empresarial.
	
Diferença entre trespasse e venda
	*No trespasse há alienação de todo o complexo de bens.
	*Na venda do ponto, subentende-se que a empresa somente mudará o local de exercício da sua atividade empresarial.
	No discurso popular usa-se aleatoriamente a expressão “passo o ponto” que, por vezes, resume-se tão somente repasse do ponto empresarial e, em outras vezes, na venda do próprio estabelecimento empresarial.
	
AUTORIZAÇÃO DOS CREDORES DO EMPRESÁRIO PARA A REALIZAÇÃO DO TRESPASSE
Uma questão importante quanto ao trespasse fica por conta da necessidade da anuência ou não dos credores do empresário para a alienação do estabelecimento. Dispõe a lei que a concordância dos credores do empresário só se faz necessária quando na venda o empresário não tiver saldo suficiente para honrar as obrigações com seus credores. Desta forma, se a empresa saudável for negociada com terceiros, o empresário-vendedor não precisará da concordância de seus credores, pois os mesmos não serão prejudicados com a alienação. Ao contrário, se o empresário-alienante do empreendimento – não tiver saldo para honrar as dívidas contraídas, caberá - antes de efetivar a transação de venda – a notificação de seus credores para que os mesmos possam se manifestar nesse sentido. O silêncio em relação à notificação de venda significa aprovação dos credores no trespasse do estabelecimento empresarial. Isso significa que a manifestação de reprovação por eles deveser de forma expressa (escrita). No entanto, nada impede que o empresário continue o processo venda, desde que - por meio de pagamento ou depósito em juízo - desconstitua a relação da dívida, cujo titular se mostrou contrário à venda. A violação desta notificação fará com que os credores - diante da ausência de saldo para a satisfação da dívida - possam ingressar com o pedido de falência do empresário (art. 94, III “C” da Lei 11.101/2005).
TRESPASSE E A RESPONSABILDADE DOS DÉBITOS ANTERIORES: ALIENANTE X ADQUIRENTE.
Havia um dito popular de que as dívidas do estabelecimento eram assumidas pelo novo dono. Na realidade, a lei civil firmava que os débitos não eram bens e, sim gravames sobre os bens, portanto, não ingressavam no conjunto de bens do estabelecimento empresarial. Com isso, os débitos anteriores à venda ficavam sob a titularidade do antigo dono, salvo se houvesse um acordo entre as partes por meio de previsão contratual. 
Como a prática do acordo entre as partes era muito utilizada, era comum se afirmar que a dívida era de quem comprava o empreendimento. Algumas leis especiais como as trabalhistas e as tributárias apresentavam disposições próprias no sentido do trabalhador e o fisco poderem acionar os dois: tanto o alienante como aquele que adquiria o estabelecimento empresarial. Hoje a questão encontra-se disposta no artigo 1.146 do Código Civil, que estabelece a responsabilidade solidária (dos dois: alienante e adquirente) dos débitos anteriores na ocasião do trespasse por um ano a contar da publicação do negócio ratificado na Junta Comercial para as dívidas que foram contraídas antes da venda e que já estejam vencidas, ou a contar da data do seu vencimento se a dívida foi assumida antes da venda, porém com a data de vencimento posterior à da venda. 
As leis trabalhistas e tributárias apresentam como já mencionadas, tratamento especial e, portanto o prazo para que o empregado acione solidariamente as partes envolvidas na venda é de dois anos ao passo que para o fisco de cincos anos.
Bens Incorpóreos: Também conhecidos como Imateriais, são bens como: nome e título do estabelecimento, bem como a marca do produto utilizado pelo empresário
Ponto e Locação Empresarial: É o espaço físico, fixo ou não, onde o empresário se estabelece, constituindo um dos elementos incorpóreos do estabelecimento comercial.
Em virtude dos investimentos pelo empresário despendidos para sua organização, o ponto gozará de proteção decorrente da Lei do Inquilinato (8.245/91).
Nome Empresarial: É a identificação do sujeito para o exercício da empresa.
*Não se confunde com a marca, pois esta representa um sinal de identificação perante o público consumidor de seus produtos e serviços.
*Não se confunde com o nome fantasia, também chamado de título do estabelecimento, que identifica o local em que a atividade é exercida.
Marcas dos Produtos: Apresenta uma proteção em lei especial conhecida como Lei de Propriedade Industrial, que disciplina a invenção, o modelo de utilidade, o desenho industrial e a marca
Atividade empresarial no Direito Societário
Veja que a atividade empresarial poderá ser exercida de duas formas.
1-) Pelo empresário, individualmente: Apresenta a tranqüilidade na lucratividade individual, porém, tem-se o fantasma da responsabilidade ilimitada do empresário, que exerce sua atividade em nome próprio, respondendo com todo o seu patrimônio pelas dívidas contraídas.
2-) Pela constituição de uma sociedade: É uma pessoa jurídica do direito privado que atende aos interesses de seus membros, atuando com objetivo de lucro, exercendo atividade economicamente organizada.
O conceito de sociedade trata de um perfil doutrinário para designar as sociedades empresárias, haja vista outras pessoas jurídicas atuarem no contexto jurídico. 
O momento da personificação da sociedade se dá com o registro bem como estabelece o artigo 985 CC “Art. 985 CC - A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos.” 
Num cenário de incerteza do mercado optar em constituir uma sociedade representa – dentro das práticas legais – uma proteção ao patrimônio pessoal dos sócios, que responderam sim, mas de forma subsidiária. Entenda-se como responsabilidade subsidiária aquela que é atingida após o esgotamento dos bens da sociedade. Concluindo-se que sendo a sociedade saudável financeiramente, honrando com os pactos assumidos na atividade empresarial, os sócios terão seus respectivos patrimônios resguardados. Tratando-se – dessa forma – de outra pessoa diferente da pessoa dos sócios, a sociedade produz alguns efeitos decorrentes desta personificação, tais como: legitimidade processual, titularidade negocial, autonomia patrimonial bem como, domicílio e nacionalidade próprios. 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
A teoria da desconsideração da personalidade jurídica é aplicada todas as vezes que os sócios atuarem de forma fraudulenta em detrimento dos credores. 
A prática de alguns sócios maquiarem suas condutas ilícitas utilizando-se da pessoa jurídica é possível, uma vez que a sociedade ao ser enquadrada como uma pessoa, não possui cérebro e nem comando dos seus atos. A sua personificação consiste numa abstração do direito; daí a facilidade do manuseio pelos sócios. Uma vez detectado a fraude aos credores, com provas que instruam essa prática, a teoria aplicada consiste em desconsiderar a pessoa jurídica para atingir o patrimônio dos sócios envolvidos na fraude, preservando o principio maior na relação jurídica que é o da boa-fé garantindo dos direitos dos credores.
Fundamentos de Direito Empresarial
Aula 04
Ato Constitutivo da Sociedade e Agentes Societários
enumerar os elementos de validade do contrato social;
identificar os agentes econômicos atuantes na sociedade;
diferenciar os pontos relevantes que diferenciam sócio do administrador;
definir o grau de responsabilidade do sócio e do administrador da sociedade.
	Nesta aula, você estudará os agentes econômicos atuantes na esfera do direito societário.
	Além disso, verá que a importância e a necessidade do tema estão baseadas nas atribuições distintas dos sócios e dos administradores da sociedade.
Qual o significado de contrato social?
	O contrato social é o elemento constitutivo das normas estabelecidas entre os sócios e o documento que será levado ao Registro Público de Empresas Mercantis. A doutrina estabelece elementos de validade para o contrato social e os classifica em elementos gerais e elementos específicos.
Os elementos comuns do contrato social
	Veja os elementos comuns a qualquer ato jurídico.
	ELEMENTOS COMUNS
	Quanto ao quesito capacidade é importância sinalizar a possibilidade de o menor integrar uma sociedade desde que as seguintes condições sejam respeitadas: a sociedade escolhida deve acarretar responsabilidade limitada para os sócios, o capital social deve estar totalmente integralizado e o menor não poderá assumir atos de administração da sociedade. As mesmas condições são aplicadas para o servidor público que integre uma sociedade na qualidade de sócio. Assunto já examinado em aulas anteriores, vem agora – tão somente – para relembrar: quanto o assunto é capacidade: sociedade marido e mulher, em que a lei civil admite desde que não sejam casados sob o regime de comunhão universal ou de separação obrigatória de bens.
Capacidade.
Objeto Lícito.
Forma prescrita ou não defesa em lei.
Veremos agora os elementos específicos do contrato social, que são chamados assim por tratarem de questões próprias do Direito Societário.
				
Pluralidade dos Sócios:
O mínimo de integrantes para se constituir uma sociedade no Brasil é o mínimo de dois 
sócios, em regra, não há exigência que sejam pessoas naturais ou jurídicas, salvo as 
exceções das sociedades em nome coletivo e as subsidiárias integrais. 
Dessa forma, tal requisito afasta a possibilidade da sociedadeunipessoal no Brasil ser uma regra. Na realidade a sociedade como um único sócio é admitida na sua constituição apenas na modalidade subsidiária integral. Quando a unipessoalidade ocorrer após a constituição da sociedade, como a morte de um dos dois únicos sócios, a lei concede um prazo de 180 dias para a reposição da pluralidade sob pena da abertura de dissolução da sociedade. A mesma regra se aplica às sociedades anônimas, sendo que para elas o prazo aumenta para um ano a contar da unipessoalidade superveniente. 
Participação no resultados.
Todos os sócios devem participar dos resultados, quer de ordem positiva, quer negativa, 
na proporção de sua participação na sociedade. 
Antes do Código Civil de 2002 se admitia que os sócios dispusessem de forma contrária, ou seja, era permitido que um deles ficasse com os lucros e o outro sócio com as perdas. Eram as conhecidas sociedades leoninas. O princípio que norteava tal liberalidade era o principio da liberdade de contratar. Hoje, O Código Civil no artigo 1008CC estabelece a nulidade da clausula que não fizer previsão proporcional entre as perdas e lucros.
Affectio Societatis
	O elemento affectio societatis consiste na afeição de se associar estabelecida entre os sócios, este requisito é próprio das sociedades de pessoas, onde a pessoalidade entre os sócios pode impedir que um estranho ingresse na sociedade posteriormente a sua formação inicial. Nas sociedades de capitais a sua presença é quase imperceptível, uma vez que o que impera nessas sociedades é a circulação de riquezas. As sociedades anônimas são exemplos de sociedades de capitais.
Capital Social.
	Elemento específico indispensável para a formação da sociedade. Consiste na contribuição dos sócios para a formação de um contingente pecuniário pertencente à pessoa jurídica. Esta contribuição pode se ocorrer em espécie, bens ou créditos. Nos dois últimos casos, a responsabilidade por eventuais vícios redibitórios, evicção ou não satisfação do crédito, recai sobre o sócio que apresentou o respectivo bem ou crédito como forma de realização do capital social. Excepcionalmente, temos a contribuição em forma de serviços, caso único previsto no Novo Código Civil, quando dispõe o legislador a respeito das sociedades simples. A finalidade do capital social é oferecer garantia aos credores. Na realidade, apesar de integrar o patrimônio da empresa, em conjunto com outros bens, o capital social não se confunde com este. Isso ocorre porque o capital social é estático enquanto que o patrimônio é dinâmico. 
São três os princípios que regem o capital social: intangibilidade, veracidade e unicidade. No primeiro deles, o capital social mostra-se intangível, ou seja, não é um capital para ser utilizado como capital de giro. A veracidade determina que deve haver uma transparência entre o montante declarado no contrato social e o valor real existente do capital social. O último princípio norteia que cada sociedade apresenta um único capital social. O capital social poderá ser modificado e, isso, não contraria o princípio da intangibilidade. Com efeito, a alteração só ocorre por provocação dos sócios, por procedimento assembleiar anterior. A modificação poderá ser para o aumento da redução do capital social, neste último caso, é necessário a notificação dos credores quirografários para que possam se manifestar a respeito. A notificação é necessária porque sendo o capital social uma garantia para os credores, devem esses tomar ciência que tal garantia está sendo reduzida. A resistência de alguns deles ( ou todos) não inviabiliza o procedimento de redução do capital , porém requer o pagamento dos credores contrários à diminuição ou, então, o respectivo valor depositado e juízo. A não notificação aos credores acarreta a possibilidade do seu pedido de falência.
Os direitos e as obrigações dos agentes societários atuantes na sociedade.
	Direitos
		Participação nos lucros.
		Assumir a função de sócio administrador.
		Fiscalizar os administradores das sociedades.
		Ter acesso aos dados contábeis.
		Ter direito de retirada.
	Obrigações
		Integralizar o Capital Social.
		Participar das perdas.
		Respeitas as cláusulas pactuadas no Contrato Social.
		Prestar contas quando assumir a função de sócio administrador.
	A Natureza Jurídica dos sócios é discutida na doutrina e, sustentada por alguns como sendo um direito de propriedade do sócio sobre a sociedade que ele integra. Outros afirmam que ser sócio é um direito de crédito sobre a sociedade, por ter contribuído na formação do capital social. A doutrina majoritária inclina-se para a formação de um regime jurídico próprio entre sócio/sociedade com regras específicas que delimitam direitos e deveres peculiares.
	Veremos agora como ocorre à desclassificação da qualidade de sócio.
	
	Quando um sócio deixa de ser sócio?
		Um Sócio pode deixar de ser sócio por quatro fatores.
			-pela morte do sócio
			-de forma voluntária
			-cessão de suas cotas a terceiro.
			-Exclusão.
	A terminologia técnica usada para a desclassificação é resolução (Já que o vocábulo “resolução” consiste na quebra do pacto estabelecido no contrato social por um dos sócios) de um sócio perante a sociedade.
	Veja como pode ocorrer a exclusão: 
 sócio remisso; 
 sócio falido; 
 falta grave – via ação judicial; 
 incapacidade superveniente – via ação judicial; 
 justa causa – para sociedades limitadas - via administrativa (desde que haja 
previsão contrato social; 
 penhora das quotas – Art. 655 do CPC. 
	
A importância do estudo dos administradores das sociedades – até há pouco tempo, conhecidos como sócio – gerente ocorre pelo fato de ser o agente responsável em corporificar a vontade da sociedade assumindo assim pessoalmente a responsabilidade pessoal pelos atos realizados. Distinguir sua atuação como gestor norteada pela autonomia de vontade x submissão às normas sociais compõe no contexto societário extrema relevância no sentido da responsabilidade pessoal pelos atos do administrador da sociedade.
	Considere uma situação hipotética em que uma sociedade limitada é constituída por dois sócios, um deles pessoa física e outro pessoa jurídica, com partes iguais no capital social, e seja administrada por pessoa jurídica não sócia. Assinale a opção CORRETA.
	
	Quest.: 6
	
	
	
	
	pessoa física não pode ser nomeada administradora de uma sociedade limitada
	
	
	a administração pode ser exercida por pessoa jurídica desde que a mesma não seja sócio
	
	 
	pode haver a nomeação de administrador pessoa jurídica em qualquer hipótese, sendo sócio ou não sócio
	
	
	a nomeação de administrador pessoa jurídica só é válida se a mesma for sócio
	
	 
	somente pessoa física pode administrar a sociedade limitada
Fundamentos de Direito Empresarial
Aula 05
Tipos Societários no Sistema Jurídico Brasileiro
Ao final desta aula:
explicar a nova estrutura dos tipos societários por conta da modificação do Código Civil;
contrastar as sociedades em desuso com as mais constituídas entre os sócios;
diferenciar as sociedades e o grau de responsabilidade patrimonial dos seus sócios.
Nesta aula, você estudará a nova construção societária trazida pelo Código Civil, desde 2002. Além disso, você verificará que as sociedades estão separadas em dois grandes grupos: sociedades não personificadas e sociedades personificadas.
	Vamos conhecer os tipos de sociedade? As sociedades são classificadas como simples ou empresárias.
	- Sociedades Simples: Exercem uma atividade econômica ou não, porém, não organizada e adquirem personalidade jurídica quando fazem inscrição no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas de sua sede.
	- Sociedades Empresárias: Têm por objeto o exercício da empresa e adquirem personalidade jurídica com o registro de seus atos constitutivos na Junta Comercial.
	
	As sociedades não personificadas são divididasem dois grupos. 
	Veja quais são:
	
	-Sociedades em Comum; (Juntas comercias ou cartórios de pessoas jurídicas): 
	*Não tem seus atos constitutivos inscritos no registro competente.
	*Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum, ainda que irregular. 
	*A responsabilidade dos sócios será solidária e ilimitada pelas obrigações sociais.
	
	-Sociedade em cota de Participação: Não tem personalidade jurídica, não possui firma social, nem se revela publicamente a terceiros. Nela, figuram duas categorias de sócio: 1-
	Ostensivo que Contrata em nome da sociedade, possuindo responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais.
	Participante que Não contrata em nome da sociedade, de sorte que não possui responsabilidade pelas obrigações sociais, porém, ficará limitado aos investimentos empregados na sociedade pelo sócio ostensivo, nos termos do contrato social.
	Sociedade Personificada Simples
	Sociedade Simples será constituída mediante contrato por escrito, devendo conter, além das cláusulas livremente pactuadas entre os sócios, alguns itens. 
Veja quais são:
Nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios.
Firma ou denominação, nacionalidade e sede dos sócios.
Denominação, objeto social, sede e prazo de duração da sociedade.
Capital social em moeda corrente; a quota-parte de cada sócio no capital social e sua forma de integralização.
As prestações de cada sócio no capital social, cuja contribuição refira-se a serviços.
A administração da sociedade e os poderes e atribuições de cada sócio
A participação de cada sócio nos lucros e perdas.
A forma de responsabilidade dos sócios.
	As características da Sociedade Personificada Empresária.
Veja como ela pode ser classificada.
Quanto à Responsabilidade dos Sócios:
 Ilimitada: respondem de forma solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. 
 Limitada: respondem ate certo limite da contribuição para o capital social.		 
 Mista: Alguns sócios respondem de forma ilimitada pelas obrigações da sociedade; outros respondem de forma limitada.
	Sociedade em Nome Coletivo e da Sociedade em Comandita Simples.
	Sociedade em Nome Coletivo é uma típica sociedade de pessoas, na qual todos os sócios têm responsabilidade, solidária e ilimitada, pelas obrigações sociais. Somente pessoas físicas podem participar, sejam empresárias ou não. Na Sociedade em Comandita Simples há duas categorias de sócios:
Os comanditados (Pessoas físicas com responsabilidade solidaria e ilimitada pelas obrigações sociais.) e,
 Os comanditários (Pessoas físicas ou jurídicas com responsabilidades limitadas aio valor da quota).
Fundamentos de Direito Empresarial
Aula 06
Sociedade Limitada e Sociedade Anônima
	Ao final desta aula você será capaz de:
	-descrever as novas normas para a sociedade limitada e anônima;
	-definir a responsabilidade dos sócios na sociedade limitada e nas sociedades por ações;
	-explicar as características das sociedades por quotas e das sociedades por ações, a alienação e penhora da quotas, a deliberação dos sócios na sociedade limitada e nas sociedades anônimas.
	Iniciaremos nossa aula estudando a Sociedade Limitada.
	
	A Sociedade Limitada é considerada uma das sociedades mais usuais no Direito Brasileiro, já que a responsabilidade dos sócios está restrita ao valor de suas quotas, estabelecendo nítida separação entre o patrimônio pessoal dos sócios, que não podem ser atingidos pelas obrigações.
	Seu capital social é a contribuição inicial dos sócios para a formação da sociedade. O ato inicial para a contribuição do capital social representa uma manifestação de vontade em tornar-se sócio da sociedade, podendo a subscrição ocorrer de imediato ou em até 180 dias. 
	
	De acordo com Código Civil de 2002, considera-se contrato de sociedade aquele mediante o qual duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas, reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício da atividade econômica, e a partilhar, entre si, os resultados. Em outras palavras, o contrato social representa o entendimento dos sócios quanto aos seus direitos e deveres com vistas à realização do objeto da sociedade. 
	As cláusulas contratuais, por sua vez, refletem as disposições de vontade dos sócios, modelando o funcionamento da sociedade e definindo seus contornos mais peculiares.
	Nesse sentido, é importante destacar que o contrato das limitadas é composto por cláusulas contratuais essenciais ou obrigatórias, sem as quais não poderão ser arquivados no registro competente, e de cláusulas facultativas, que são livres, representando a expressão máxima da autonomia da vontade dos sócios.
Feitas estas breves observações de caráter geral, passemos a examin
	Veja agora como são as normas relacionadas às responsabilidades dos sócios.
*Limitada: Cada sócio responde pelo valor de sua quota-parte, mas todos são solidários pela integralização total do capital social.
	
*Ilimitada: O patrimônio dos sócios não pode se alcançado por dívidas contraídas pela sociedade.
	
*Subsidiária: Enquanto não esgotado o patrimônio social, não pode a execução recair sobre bens particulares dos sócios.
	Vamos conhecer os direitos e deveres dos sócios nas Sociedades Limitadas?
	Direitos
		Participar no resultado social
		Contribuir para as deliberações sociais.
		Fiscalizar a administração.
		Retirar-se da sociedade.
	
	Deveres
		Integralização do capital social.
		Lealdade
		Sigilo
		Informação	
	
	A Administração da Sociedade Limitada compete aos sócios determinados pelo contrato social ou a terceiros estranhos à sociedade. Assim, o administrador da sociedade limitada poderá ser sócio ou não, nomeado em contrato ou ato separado.
	
	Deliberações dos sócios 
Assembléia – As decisões que comprometerem o funcionamento da sociedade limitada só podem ser tomadas em assembléia, regularmente convocada (art. 1.071, CC). 
Esta é obrigatória quando o número de sócios for superior a 10; quando inferior ou igual a 10, os sócios poderão pactuar o contrato que matérias serão deliberadas em reunião de 
sócios. Tanto a assembléia como a reunião poderão ser substituídas por um documento 
firmado entre os sócios.
	A assembléia instala-se em primeira convocação com o quorum de 3/4 do capital social e em segunda, com qualquer número. Assembléia geral pode ser: 
	
	a) ordinária: realizada nos quatro primeiros meses ao término de cada exercício 
anterior; 
	b) extraordinária: (arts. 1.071 e 1.076, CC): realizada sempre que houver 
necessidade, para deliberar assuntos de interesse da sociedade. 
Instalada a assembléia, os sócios deverão observar o quorum de deliberação: 
a) para designação de administrador não-sócio, enquanto não integralizado o 
capital social: aprovação unânime; após sua integralização: no mínimo 2/3; 
b) para destituição de sócio administrador: 2/3; 
c) para modificação do contrato social, incorporação, fusão, dissolução: no 
mínimo 3/4; 
d) nomeação de administrador extra, bem como sua remuneração ou destituição 
e pedido de concordata: 50% + 1 do capital; 
e) nos demais casos, na forma da lei: 50% + 1 dos presentes. 
	Conselho fiscal – Composto, no mínimo, por três membros e respectivos suplentes, sócios ou não, eleitos em assembléia ordinária para apreciar as contas dos 
administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o resultado econômico. Constitui órgão facultativo. 
Dissolução da sociedade limitada 
A sociedade limitada pode ser dissolvida:
 a) vencido o prazo de duração, salvo se, vencido este, e sem oposição de sócio, 
não entrar a sociedade em liquidação, caso em que será prorrogada por prazo 
indeterminado; 
b) por consenso unânime dos sócios; 
c) por deliberação por maioria absoluta dos sócios, na sociedade por prazo 
indeterminado; 
d) por falta depluralidade de sócios não reconstituída no prazo de 180 dias; 
e) por extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar (art. 1.087, CC).
Sociedade Anônima
	É regida pela Lei 6.404/76, usualmente utilizada para constituição de sociedade que necessita de grandes investimentos. Por disposição legal, será sempre mercantil, independentemente de seu objeto social.
	
	Seu Capital Social divide-se em ações, as quais representam valores mobiliários, que limitam a responsabilidade do acionista. O limite desta é o preço de emissão. Capital Social dividido em valores mobiliários.
	
	Veja como a Sociedade Anônima é classificada:
	Sociedade anônima aberta: os valores mobiliários estão em negociação no mercado de valores mobiliários, a cargo do mercado de balcão ou das bolsas de valores.
	
	Sociedade anônima fechada: Os seus valores mobiliários não estão em negociação nos mercados de valores mobiliários.
	O que são valores Mobiliários?
		São títulos emitidos por sociedades Anônimas para captação de recursos financeiros no mercado mobiliário, ou seja, o mercado de balcão e bolsa de valores.
Classificação do mercado de capitais da Sociedade Anônima.
Bolsa de Valores: Pessoa jurídica de direito privado cuja função é ampliar o volume de negócios nos mercados de capitais, operando a compra e venda de ações ou de outros valores mobiliários.							
Mercado de Balcão: Opera emissão de valores mobiliários de companhia aberta, perante terceiros, por meio de um banco. Integra tanto o mercado primário como o secundário.																		
Mercado Secundário: Opera a compra e venda de ações por intermédio das bolsas de valores.										
Mercado Primário: Opera a subscrição de valores mobiliários emitidos pela companhia.
Composição dos Órgãos S.A
	
	-Assembléia Geral: delibera sobre qualquer assunto
	-Conselho de administração: criado para dar agilidade sobre a tomada de decisões. 
	-Diretoria
	-Conselho Fiscal: órgão de assessoramento e auxilia aos acionistas.
	A Sociedade Anônima poderá ser constituída por escritura pública ou particular, devendo em ambos os casos atender a certos requisitos. Veja quais são.
	- Subscrição, de pelo menos, duas pessoas de todas as ações em que se divide o capital social.
	- Realização inicial de 10%, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro.
	- Efetivação do depósito da parte do capital em dinheiro no Banco do Brasil ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela CVM
	As ações representam uma parcela do capital social da companhia (S.A).
	Aquele que adquirir uma ação será considerado acionista. As ações possuem valores mobiliários, emitidos pela própria companhia com a finalidade de captar investidores.
	
	Sociedades em comanditas por Ações: Tudo que se aplica as S.A
	Fundamentos de Direito Empresarial
Aula 07
Empresa e Relação com Consumidor
	Ao final desta aula você será capaz:	
	
	-identificar os conceitos de fornecedor e consumidor no ordenamento jurídico brasileiro;
-definir a relação de consumo, mercadoria e prestação de serviços;
-identificar o agente responsável pelos danos ao consumidor;
-explicitar as técnicas de oferta e publicidade e cláusulas abusivas nos contratos de consumo.
	Nesta aula, você estudará novo perfil da empresa contemporânea diante das adaptações necessárias impostas pela lei consumerista.
	Conceitos
	
Consumidor – É toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Consumidor por Equiparação – A lei o equipara ao conceito de consumidor, podendo com isso o agente se valer das proteções das regras consumeristas.							
Fornecedor – É toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira e os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.											
Produto – É qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.			
Serviço – É qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária.
	A relação de consumo é constituída pela relação jurídica composta pelos dois agentes atuantes nas relações de consumo: de um lado o consumidor e do outro a figura do fornecedor. Não haverá relação de consumo e, por via indireta, não haverá proteção do Código de Defesa do Consumidor, se não houver a formação da ponte jurídica entre o consumidor e o fornecedor, quer na aquisição de um produto, quer na prestação de um serviço.
	A Política Nacional de Relações de Consumo está lastreada em determinados princípios. São estes:
	
	Princípios da Relação de Consumo
Vulnerabilidade do consumidor.
 		É a espinha dorsal da proteção ao consumidor, sobre o qual se assenta toda a linha filosófica do movimento. É induvidoso que o consumidor é a parte mais fraca das relações de consumo; apresenta ele sinais de fragilidade e impotência diante do poder econômico. Há reconhecimento universal no que tange a essa vulnerabilidade. Nesse sentido já se manifestou a ONU e sob esse enfoque o tema é tratado em todos os países ocidentais. No Brasil, a Constituição Federal reconhece claramente essa situação de hipossuficiência, ao declarar que o Estado promoverá a defesa do consumidor, de um lado assumindo a postura de garantidor, e, de outro, outorgando tutela a quem, filosoficamente, reconhece carecedor de proteção.
	
Boa –fé :Espera-se das duas partes envolvidas na relação de consumo a boa fé no pacto firmado entre elas, ou seja, que não se negocie utilizando de torpeza e engano consciente em relação à outra parte. A má-fé vicia o negócio realizado e acarreta as indenizações pertinentes pelos danos causados as partes prejudicadas. 
Transparência. Os contratos devem ser firmados entre o consumidor e o fornecedor de forma mais clara e direta possível, sem entrelinhas que conduzam à confusão de uma das partes. O Código de Defesa do Consumidor estabelece, nesses casos, a condução de entendimentos sempre favorável ao consumidor. 
Presença do Estado. O princípio da presença do Estado nas relações de consumo é, de certa forma, corolário do princípio da vulnerabilidade do consumidor, pois, se há reconhecimento da situação de hipossuficiência, de fragilidade e desigualdade de uma parte em relação à outra, está claro que o Estado deve ser chamado para proteger a parte mais fraca, por meio legislativo e administrativo, de sorte a garantir o respeito aos seus interesses. 
Harmonização de interesses: Interessa às partes, ou seja, aos consumidores e fornecedores, o implemento das relações de consumo, com o atendimento das necessidades dos primeiros e o cumprimento do objeto principal que justifica a existência do fornecedor: fornecer bens e serviços. Colima-se, assim, o equilíbrio entre as partes. Por outro lado, a proteção ao consumidor deve ser compatibilizada com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, em face da dinâmica própria das relações de consumo, que não podem ficar obsoletas e entravadas, em nome da defesa do consumidor. Novos produtos e novas tecnologias são bem-vindos, desde que seguros e eficientes. 
Coibição de abusos. Deve-se garantir não só a repressão aos atos abusivos, como a punição de seus autores e o respectivo ressarcimento, mas também a atuação preventiva tendente a evitar a ocorrência de novas práticas abusivas, afastando-se aquelas que podem causar prejuízos aos consumidores, como a concorrência desleal e a utilização indevida de inventos e criações industriais. A coibição preventiva e eficiente dessas práticas representará o desestímulo dos potenciais fraudadores. A contrario sensu, a ausência de repressão, ou mesmo o afrouxamento, representará impunidade, e, pois, estímulo. 
Incentivo ao autocontrole: Apesar do Estado interpor-se como mediador nas relaçõesde consumo, procurando evitar e solucionar os conflitos de consumo, não deve, por outro lado, deixar de incentivar que tais providências sejam tomadas pelos próprios fornecedores, mediante a utilização de mecanismos alternativos por eles próprios criados e custeados. Essa é a solução ideal e significa modernização das relações de consumo. De três maneiras pode-se dar o autocontrole. Em primeiro lugar, pelo eficiente controle da qualidade e segurança de produtos defeituosos no mercado, o que refletirá na diminuição ou eliminação de atritos com o consumidor. Em segundo lugar, a prática de recall, ou seja, a convocação dos consumidores de bens produzidos em série e que contenham defeitos de fabricação que possam atentar contra a vida e a segurança dos usuários, arcando o fornecedor com as despesas de substituição das peças defeituosas. Há o reconhecimento do defeito, mas ao mesmo tempo ele é sanado pelo próprio fabricante, sem prejuízo ou custo para o consumidor E, em terceiro lugar, pela criação, pelas empresas, de centros ou serviços de atendimento ao consumidor, resolvendo diretamente a reclamação ou queixa apresentada contra seu produto ou serviço. stica utilizou-se largamente do recall, notando-se que a partir de 1991, cresceu enormemente no País o número de convocações dirigidas aos consumidores, resolvendo diretamente a reclamação ou queixa apresentada contra seu produto ou serviço.
Conscientização do consumidor e do fornecedor: Se o que se busca é o equilíbrio nas relações de consumo, para que se atendam às necessidades do consumidor e o interesse do fornecedor, sem grande conflituosidade, é natural que a maior conscientização das partes no que toca aos seus direitos e deveres conduzirá fatalmente a esse objetivo. Pode-se adiantar que, quanto maior for o grau de conscientização das partes envolvidas, menor será o índice de conflito nas relações de consumo. Por conscientização entende-se a educação, formal e informal, para o consumo, bem como a informação do consumidor e do fornecedor.
Responsabilidade Fato e Vício do Produto ou Serviço
	
	
	Vamos entender agora as questões relacionadas as Responsabilidades Civil e Subjetiva do Fornecedor.
	Ao diferenciar obrigação de responsabilidade, constatamos que, em toda obrigação há um dever jurídico originário; já na responsabilidade há um dever jurídico sucessivo.
	O Código de Defesa do Consumidor estabeleceu obrigações para o justo equilíbrio na relação de consumo, imputando responsabilidades na hipótese de descumprimento das obrigações consignadas na legislação consumerista.
	E quais são os impactos para quem não cumpre as Responsabilidades pelo Fato do Produto e do Serviço?
	O Código do Consumidor atribui a quem fornece um produto ou serviço defeituoso a obrigação de reparação dos danos causados aos consumidores. É a chamada responsabilidade objetiva, que o art.12 e art.14 do CDC. expressam o dever do fornecedor em indenizar “independentemente da existência de culpa”.
	O fabricante, o construtor, o produtor ou importador, no entanto, não será responsabilizado quando provar: 
I - que não colocou o produto no mercado; 
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; 
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
	“Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, 
quando: 
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser 
identificados; 
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, 
construtor ou importador; 
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.”
Contrato nas Relações de Consumo
	Apesar do Código de Defesa do Consumidor não tipificar os contratos, norteia princípios para a boa condução de um contrato entre consumidor e o fornecedor. O termo cláusulas abusivas do contrato concretiza as interpretações dos Tribunais acerca das cláusulas leoninas.
Práticas empresariais de consumo
	Oferta - A evolução das relações de consumo conduziu à necessidade de novo tratamento atinente à oferta e publicidade.
	
	Propaganda Enganosa - leva o consumidor ao erro ou ao engano na aquisição do produto ou do serviço.
	Propaganda Abusiva – Anuncia o produto por meios de ferramentas que venham a agredir os bons costumes ou incitam a discriminação racial, a violência, a inocência das crianças, dentre outros mecanismos.
Fundamentos de Direito Empresarial
Aula 08
Títulos de Crédito
Ao final desta aula, você será capaz de:
	-definir o conceito e características dos títulos de crédito;
	-enumerar os atributos dos títulos de créditos;
	-identificar os agentes cambiários atuantes nas relações cambiárias;
	-diferenciar os instrumentos cambiários nas diversas modalidades de títulos de crédito.
Título de Crédito
	
	Título de Crédito é todo documento que o portador necessita ter em mãos para poder exigir ou provar o seu direito de crédito contra aquele que assinou o título, dentro dos limites dos valores, datas e segurança de vícios contidos nesse título.
	Título de Crédito é documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preenchido os requisitos da lei”
	Os atributos do Título de Crédito são: literalidade, cartularidade e autonomia.
	-Literaridade: Significa que o título é tido como literal, pois sua essência esta vinculada exclusivamente 	ao teor do seu conteúdo, ou seja, só se leva em consideração o que nele é contido.
	-Cartularidade: significa que o titulo de credito é um instrumento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele representado. Apresentação do documento original.
	-Autonomia: estabelece que as obrigações estabelecidas no título de crédito, constituem uma declaração autônoma do devedor, comprometendo-se a pagar as obrigações nele estabelecidas, desvinculando-se, pois, do ato ou negocio que lhe deu ensejo a sua criação
	
Classificação dos Títulos de Crédito
	
Quanto ao modelo: 
			Livres: não existe um padrão definido para sua confecção, podendo ser emitidos de forma livre, observado os requisitos da lei. Exemplos: nota promissória e letra de câmbio.
			Vinculados: a lei atribuiu um padrão específico, não permitindo sua livre confecção. Exemplos: cheque e duplicata.
Quanto à circulação:
			Ao portador: títulos em que o emitente não identifica seu beneficiário. Estão praticamente abolidos desde o início dos anos 90.
			Nominativos: títulos em que o emitente identifica o beneficiário, registrando-o em livro próprio. Exemplo: ações nominativas das S/A.
			À ordem: títulos passíveis de endosso, em branco (lança-se a assinatura sem indicar a favor de quem se endossa) ou em preto (endosso com indicação do nome do beneficiário).
Quanto à emissão: 
		-Não causais: títulos cuja criação independe de uma origem específica. Exemplos: nota promissória e cheque.
		-Causais: necessitam de uma origem para sua criação. Exemplo: duplicata mercantil.
Quanto à estrutura :
		-Promessa de Pagamento: o título apresenta duas relações jurídicas, o emitente – sacador – e o beneficiário – tomador. Exemplo: nota promissória.
		-Ordem de Pagamento: título em que há três relações jurídicas: a do sacador – que dá a ordem; a do sacado – destinatário da ordem; e a do tomador – beneficiário da ordem. Exemplos: cheque e duplicata.					
Os Agentes Cambiários		
		
		Agentes Cambiários são as pessoas envolvidas nas relações cambiárias que, de acordo com a sua posição, apresentam direitos e obrigações diferenciadas.
- Sacador – aquele titular que emite o título de crédito.
	- Sacado - quem é indicado a pagar o título.
	- Aceitante – o sacado que aceita a indicação de pagar o título.
	- Avalista – terceiro que garante o pagamento daquele obrigado a pagar o título.
	- Endossante – aquele que transfere os direitos contidos no título para um endossatário.
- Beneficiário –aquele que recebe a quantia estabelecida no título
Os Institutos Cambiários
	Aceite – A letra de câmbio é uma ordem de pagamento dada pelo sacador em face no sacado. E este não é obrigado a obedecer à ordem contra sua vontade; somente após o ato do aceite o sacado estará vinculado ao cumprimento da obrigação cambial. 
Endosso – É o ato cambial pelo qual o credor de um título de crédito com cláusula “à ordem” transfere seus direitos a uma terceira pessoa. Dessa forma, produzem-se dois efeitos: transferência e coobrigação. O endosso pode ser em branco ou em preto, devendo ser puro e simples, sendo nulo o endosso parcial (art. 12, LU). 
Cessão de crédito – O portador do título cambial pode não permitir sua circulação por endosso, inserindo, assim, cláusula “não à ordem”. Com tudo, o título ainda poderá circular, utilizando-se da cessão civil, em que o cedente transfere o crédito a um terceiro, o cessionário. 
Aval – É o ato cambial pelo qual o avalista se compromete a garantir o pagamento do título de crédito em favor do avalizado. Ao contrário do endosso o aval pode ser total ou parcial, isto é, o avalista garante o pagamento de toda a importância avalizada ou apenas de uma parte. 
Vencimento – É o ato cambial pelo qual se opera a exigibilidade da letra, podendo ocorre: à vista – quando o sacado recebe o título, devendo honrar, imediatamente a obrigação; a certo termo da data – o vencimento começará a ser contado da emissão da letra; a certo termo da vista – o prazo para contagem do vencimento ocorrerá somente a partir do visto 
ou do aceite do sacado; a dia certo – quando as partes estipulam um dia certo e determinado para seu vencimento. A falta ou recusa de aceite, a falência do sacado ou a falência do aceitante poderão ensejar seu vencimento por antecipação. 
Protesto – É o ato solene e formal pelo qual se comprova o descumprimento de uma obrigação. Encontra-se regulado pela Lei 9.492/97. Os prazos para protesto da letra de câmbio poderão variar conforme a obrigação assumida pelo devedor: por falta de aceite – a letra deve ser entregue a protesto findo o prazo de apresentação para aceite, ou no dia seguinte, se o sacado a recebeu para aceite; por falta de pagamento – a letra deve ser apresentada a protesto no prazo de dois dias úteis após seu vencimento. 
Ação cambial e prescrição – A ação cambial é um meio processual pelo o qual o credor visa a satisfazer os direitos decorrentes de um título. O portador da letra deverá ingressar com a ação cambial em tempo hábil, sob pena de supressão do direito pelo decurso do 
tempo. Assim, o prazo prescricional será: contra o aceitante e seu avalista, de três anos a contar do vencimento; contra os endossantes e seus avalistas e contra o sacador, de um ano, a contar do protesto; dos endossantes, uns contra os outros, e contra o sacador, de seis meses, a contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em que ele próprio foi acionado.
As modalidades de títulos de Crédito.
	
Letra de Câmbio – É uma ordem de pagamento à vista ou a prazo pela qual o sacador dirige-se ao sacado para que este pague determinada importância a uma terceira pessoa.					
Nota Promissória –  É uma promessa direta de pagamento dada pelo devedor em favor do credor. Ação cambial e prescrição – O prazo prescricional para a propositura da ação cambial da nota promissória será: contra o emitente e seu avalista, de três anos, a contar do vencimento; contra os endossantes e seus avalistas de um ano, a contar do protesto; dos endossantes, uns contra aos outros, e contra o emitente, de seis meses, a contar do dia em que o endossante pagou a nota.							
Cheque – É uma ordem de pagamento à vista, emitida contra um banco, mediante fundos disponíveis do emitente, em poder do sacado, proveniente de depósito ou de contrato de abertura de crédito.	
	Aceite – O cheque não admite aceite, apesar de uma ordem de pagamento, uma vez que o banco (sacado) não é o devedor da relação jurídica. 
	Endosso – Assim como na letra de câmbio e na nota promissória, o cheque admite endosso e produz os mesmos efeitos já vistos. 
	Aval – O pagamento do cheque pode ser garantido no todo ou em parte, por aval prestado por terceiro exceto o sacado ou o mesmo pelo signatário do título. 
	Cheque visado – O sacado, a pedido do emitente ou do portador 
legitimado, lança e assina, no verso do título, visto, certificado ou declaração de suficiência de fundos para fins de liquidação (só pode ser emitido de forma nominativa e não endossável – art. 7º, LC);
 	Cheque Administrativo - é emitido pelo próprio sacado para liquidação em uma de sua agências;
	 cheque cruzado – tem dois traços transversais e paralelos no anverso do título ( art. 44, LC); 
	cheque para se levar em conta – o emitente ou portador legitimado proíbe o pagamento do título em dinheiro, mediante inscrição transversal, no verso do título da cláusula “para se creditado em conta”, ou outra equivalente. 
Prazo para apresentação - O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de trinta dias, quando emitido na mesma praça, e sessenta dias, quando emitido em praça diversa no exterior. 
Prazos para protesto – O cheque deverá ser apresentado para protesto a cartório no prazo de 30 dias, a contar da emissão, quando emitido na mesma praça, e 60 dias, em praça diversa.												
Duplicata – é um título de crédito de origem brasileira que tem a finalidade de documentar as operações mercantis.
Fundamentos de Direito Empresarial
Aula-09
Contratos Empresariais
	Os contratos empresariais, como o próprio nome sugere, referem-se a contratos que envolvem relação entre empresários.
	Os contratos entre particulares, exceto os do trabalho, se submetem a dois regimes: civil e de tutela de consumidores. Os contratos empresariais especificamente formam a relação jurídica dos empresários entre si, haja vista as demais relações apresentarem dispositivos legais próprios como as normas de consumidor, trabalhistas e tributárias. Eles possuem as características de acordo com o seu tipo de pacto.
	Algumas características próprias do contrato de compra e venda não se aplicam, por exemplo, aos de locação. No entanto, algumas características são comuns a todos os contratos, tais como: ser realizado entre - no mínimo – duas pessoas diferentes, o pacto contratual vincular as partes contratantes a um elenco de direitos e deveres, o contrato dispor sobre um objeto que pode se traduzir numa obrigação de dar, fazer ou não fazer.
	Os contratos são norteados por vários princípios. Por meio deles, conseguimos atuar no mundo jurídico sem que nenhuma das partes seja lesionada pelo pacto firmado. Conheça os princípios dos contratos.
Princípio da Liberdade de Contratar
Princípio da Relatividade Contratual
Princípio da Força do Contrato
Princípio da Boa Fé
Principio da Igualdade entre as Partes
	CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS EMPRESARIAIS
- unilateral: apenas uma das partes possui obrigações (ex.: contrato de mútuo); 
- bilateral: ambas as partes possuem obrigações (ex.: compra e venda mercantil); 
- consensual: nasce da simples manifestação de vontade dos contratantes (ex.: o 
contrato de compra e venda mercantil, o qual estará perfeito e acabado logo que as 
partes acordem no preço, na coisa e nas condições); 
- real: além da simples manifestação de vontade, é necessária a entrega da coisa (ex.: 
contrato de mútuo bancário); 
- solene: firma-se a partir da emissão de um documento; 
- comutativo: as partes conseguem prever como será executado (ex.: contrato de 
representação comercial); 
- aleatório: as partes não conseguem prever, no início da contratação, como será 
executado (ex.: contrato de dívida de jogo); 
- típico: os direitos e deveres dos contratantes estão previstos em lei; 
- atípico: os direitos e deveres dos contratantes não estão previstos em lei.
	MODALIDADES DECONTRATOS
Compra e Venda 
	Principais obrigações do vendedor: 
a) transferir o domínio da coisa; 
b) responder por vícios; 
c) responder por evicção. 
	
	Principais obrigações do comprador: 
a) pagar o preço;
b) receber a coisa.
Espécies de Compra e Venda Mercantil 
Compra e venda pura e simples – É a que produz seus efeitos mediante o consentimento 
das partes, as quais não se subordinam a qualquer evento posterior. 
Compra e venda por atacado – O comprador adquire mercadoria em grande escala, não 
a revendendo em pequenas quantidades. 
Compra e venda por varejo – O comprador adquire a mercadoria, mesmo que em grande 
quantidade, distribuindo-a em pequenas parcelas. 
Contrato de escambo – É a mais antiga modalidade de compra e venda. As partes trocam mercadorias entre si. 
Contrato de consignação ou estimatório – O consignante entrega bens móveis ao 
consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando ao consignante o preço ajustado 
no prazo estabelecido, ou pode restituir a coisa consignada. 
Contrato Mútuo 
	Uma das partes empresta à outra coisa fungível, com a obrigação de restituí-la, quando reclamada, ao mesmo gênero, quantidade e qualidade. O contrato assume o caráter mercantil quando o mutuário for empresário e a coisa mutuada derive de causa mercantil.
Mandato Empresarial 
Contrato em que um empresário (mandante) confia à determinada pessoa (mandatário), a gestão de um ou mais negócios. A procuração é o instrumento do mandato. 
	- Responsabilidades do mandante e do mandatário – O mandante será 
responsável pelos atos praticados pelo mandatário se estes estiverem em 
conformidade com os poderes a ele atribuídos. O mandatário responderá perante o 
mandante se exceder os poderes do mandato, causar prejuízos a terceiros ou 
incorrer em culpa, dolo, simulação e negligência. 
	- Extinção do mandato mercantil – O mandato mercantil extingue-se: 
a) pela revogação ou pela renúncia; 
b) pela morte ou interdição de uma das partes; 
c) pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes ou o 
mandatário a exercê-los; 
d) pelo término do prazo; 
e) pela conclusão do negócio. 
Comissão Mercantil 
	Contrato em que uma das partes (comissário) se obriga a praticar atos em nome próprio, por conta de outra (comitente) 
	- Responsabilidade do comissário – O comissário não responde pela insolvência 
das partes com quem contratou, exceto nos casos de culpa ou se do contrato 
constar a cláusula “del credere”, pela qual o risco do descumprimento das 
obrigações transfere-se do comitente para o comissário. 
	
	- Extinção – A comissão mercantil extingue-se: 
a) pela revogação ou pela renúncia; 
b) pela morte ou interdição de uma das partes; 
c) pela mudança de estado que inabilite o comitente a conferir os poderes ou o 
comissário a exercê-los; 
d) pelo término do prazo; 
e) pela conclusão do negócio. 
Representação Comercial 
	Segundo Frans Martins, “entende-se por contrato de representação comercial aquele em que uma parte se obriga, mediante remuneração, a realizar negócios mercantis, em caráter não eventual, em favor de outra. A pessoa que se obriga a agenciar propostas ou pedidos 
em favor da outra tem o nome de representante comercial; aquela em favor de quem os 
negócios são agenciados é o representado”. 
 Rescisão do contrato – Quando firmado por prazo indeterminado, pode ser 
denunciado por qualquer uma das partes. Se existe há menos de seis meses, não 
cabe nenhuma indenização. Se vigora há mais tempo, só pode ser rescindido sem 
culpa das partes, mediante aviso prévio de 30 dias pelo interessado ou pagamento 
da indenização correspondente, devidamente calculada pela média das comissões 
recebidas nos três últimos meses. Havendo culpa do representado, o valor mínimo 
devido ao representante será de 1/12 do total das comissões recebidas durante o 
tempo de duração do contrato, acrescido de correção monetária. 
Contrato de Agência 
	É aquele em que um dos contratantes (agente) assume, sem vínculos de dependência e em caráter não eventual, a obrigação de promover, à conta do outro (proponente), mediante retribuição, a realização de certos negócios em zona determinada. 
Contrato de Distribuição 
É o contrato pelo qual o fabricante compromete-se a vender produtos, com vantagens 
especiais, ao distribuidor, para revenda em zona determinada. 
Contrato de Seguro 
	Segundo o professor Fábio Ulhoa Coelho, “seguro é o contrato em que uma das partes (a sociedade seguradora) assume, mediante o reconhecimento do prêmio, obrigação de 
garantir interesse legítimo da outra (segurado), ou a terceiro (beneficiário), contra riscos 
predeterminados”. 
	- Principais obrigações do segurado:
a) Pagar o prêmio; 
b) Guardar, na conclusão e na execução do contrato, a mais estrita boa-fé e 
veracidade a respeito do objeto, como das circunstâncias e declarações a 
ele concernentes; 
c) Prestar informações verdadeiras e não omiti-las, quando necessárias para 
aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, sob pena de perder a garantia;
d) Não agravar intencionalmente o risco objeto do contrato, sob pena de perder 
o direito à garantia; 
e) Comunicar ao segurador, imediatamente, o incidente suscetível de agravar 
consideravelmente o risco coberto, sob pena de perder o direito à garantia; 
f) Tomar providências para diminuir as conseqüências em caso de sinistro. 
	- Principais obrigações do segurador:
a) indenizar o segurado; 
b) guardar, na conclusão e na execução do contrato, a mais estrita boa-fé e 
veracidade a respeito do objeto, como das circunstâncias e declarações a 
ele concernentes; 
c) reduzir o valor do prêmio, caso o segurado diminua o risco de forma 
considerável; 
d) pagar, em dinheiro, o prejuízo do risco assumido, salvo se convencionada a 
reposição da coisa; 
e) em caso de mora no pagamento, acrescer a atualização monetária. 
	- Resseguro – Contrato pelo qual as seguradoras transferem parte do risco 
assumido às resseguradoras. 
Contrato de Fiança
	É o contrato em que uma das partes (fiador) se obriga perante um credor a satisfazer o débito do devedor empresário (afiançado) caso este não o pague, desde que a obrigação derive de causa empresarial. O afiançado deve ser empresário, e a obrigação assumida deriva de causalidade empresarial (art. 818, CC). 
Contrato de Penhor Segundo Frans Martins, “o penhor mercantil é o contrato segundo o qual uma pessoa dá a outra coisa móvel em segurança e garantia do cumprimento de obrigação comercial”. A pessoa que oferece o bem tem o nome de dador ou devedor; a que recebe, credor pignoratício. 
Franquia 
	Regulada pela Lei 8.955/94, é o contrato pelo qual uma das partes (franqueador) cede a outra (franqueado) o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de 
distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos e serviços e, eventualmente, ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional 
desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante remuneração. 
	- Principais obrigações do franqueador:
a) fornecer ao interessado franqueado a “circular de oferta de franquia”, 
contendo as principais informações sobre seu negócio e essenciais à 
celebração do contrato de franquia empresarial; 
b) descrição detalhada da franquia, do negócio e das atividades que serão 
desempenhadas pelo franqueado; 
c) indicação do que é efetivamente oferecido ao franqueado pelo franqueador, 
no que se refere a supervisão de rede, serviços de orientação e treinamento 
do franqueado e de seus funcionários, auxílio na análise e escolha do ponto, 
layout e padrões arquitetônicos nas instalações do franqueado. 
	
	- Principais obrigações do franqueado:
a)pagamento da taxa de adesão; 
b) pagamento de uma porcentagem do faturamento; 
c) venda de produtos exclusivos indicados pelo franqueador; 
d) venda de produtos conforme tabela de preços fornecida pelo franqueador.
Alienação Fiduciária em Garantia 
	
	 É o contrato pelo qual se transfere ao credor o domínio resolúvel e a posse indireta do bem alienado, independentemente da tradição efetiva do bem, tornando-se o alienante ou devedor possuidor direito e depositário do bem. 
Arrendamento Mercantil ou Leasing
	
	Regulado pela Lei 6.099/74 e pela Resolução do Banco Central 2.309/96, aproxima-se de um contrato de locação, mas caracteriza-se por oferecer ao arrendatário, no término do prazo, a opção da compra do bem, sua devolução ou prorrogação do contrato. Pode ser leasing financeiro, ou financiamento para aquisição de bens – contrato em que não há valor reducional expressivo, caso o arrendatário faça a opção de compra do bem – ou leasing operacional – contrato em que a empresa proprietária dá certos bens em arrendamento à pessoa, mediante o pagamento de prestações determinadas, incumbindo-se de prestar assistência. 	
Fundamentos de Direito Empresarial
Aula-10
Recuperação Judicial, Extrajudicial e Falência da Empresa
	Nesta aula, você estudará o novo perfil da empresa contemporânea, sua função social e a necessidade de sua superação organizacional diante de uma crise econômico-financeira por meio do processo de recuperação judicial, extrajudicial e falência.
	Com a promulgação da Lei 11.101/05, o Brasil passa a adotar duas formas de evitar a falência do devedor em crise.
	
	-Recuperação Judicial.
	-Recuperação Extrajudicial.
	
	O empresário e a sociedade empresária estão sujeitos à recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência.
	Juízo competente 
	O juízo competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência será o do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa sediada fora do Brasil (art. 3). 
	Credores não admitidos 
a) as obrigações a título gratuito; 
b) as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial 
ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor. 
Efeitos da decretação da falência ou do deferimento do processamento da 
recuperação judicial 
	De acordo com o art. 6º da LRF, uma vez decretada a falência ou deferido o 
processamento da recuperação judicial, ocorrerá a suspensão: 
a) da prescrição; 
b) de ações e execuções, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio 
solidário. 
	Uma vez suspensa a prescrição, esta voltará a fluir a partir do trânsito em julgado da sentença de encerramento da falência ou da recuperação judicial. Na recuperação judicial, a suspensão da prescrição e das ações e execuções será de 180 dias, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial. 
	Por outro lado, as ações de conhecimento contra o devedor não se suspendem com a falência ou com o processamento da recuperação, uma vez que não são execuções. Assim, as demais ações não sujeitas à suspensão, bem como as reclamações trabalhistas poderão requerer reserva do valor em discussão. Por fim, não se suspendem as prescrições em que o falido ou a empresa em recuperação seja credor, bem como os 
prazos decadenciais, seja ele credor ou devedor. Não se suspendem, ainda, as execuções tributárias. Juízo de prevenção A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido, relativo ao mesmo devedor (art. 5º, § 8º). 
	Verificação e habilitação dos créditos 
	A LRF estabelece o mesmo regime de verificação dos créditos para a recuperação e para a falência. A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base na escrituração do devedor e nos documentos apresentados pelos credores (art. 7º). No prazo de 15 dias, os credores poderão apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados. O credor que não apresentar no prazo poderá fazê-lo na condição de credor retardatário (art. 10). Estão dispensados da habilitação o fisco e os credores remanescentes da recuperação judicial. Superadas as possíveis impugnações, os créditos habilitados serão incluídos no quadro geral de credores. 
	Na falência, os credores serão pagos conforme sua classificação (art. 83). Nos casos de recuperação judicial, os credores poderão pactuar forma diversa do quadro geral, observada a preferência dos credores decorrentes das relações de trabalho.
	Vamos entender agora o perfil de dois atores envolvidos nas relações judiciais e extrajudiciais.
Administrador Judicial: Profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador ou pessoa jurídica especializada.
Comitê de Credores: Órgão facultativo na falência e na recuperação judicial. Sua existência somente se justifica nas empresas com grande complexidade organizacional.
	Só poderá ser Administrador ou membro do Comitê a pessoa que não é legalmente impedida.
	Atribuições do Comitê de Credores
	As atribuições do comitê de Credores encontram-se previstas nos art. 27 da LRF. Da análise do referido dispositivo temos que a principal função do Comitê de Credores é fiscalizar o regular andamento do processo, comunicar ao juiz qualquer irregularidade, 
apurar e emitir pareceres sobre quaisquer reclamações dos interessados e requere ao juiz 
a convocação da Assembléia Geral de Credores. 
	Assembleia Geral de Credores 
A Assembléia Geral de Credores deverá obedecer aos requisitos previstos no art. 36 no 
que tange as formalidades de convocação. A assembléia será convocada pelo juiz pelas 
hipóteses previstas em lei ou quando achar necessário. Poderá, ainda, ser convocada 
pelos credores, desde que representem 25% do total do passivo. Sua competência 
encontra-se prevista no art. 35 da LRF. 
Observação: o poder da Assembléia Geral de Credores não se sobrepõe ao poder 
jurisdicional. 
	Quorum de instalação 
A Assembléia Geral de Credores se instala, em primeira convocação, com a presença de 
credores que representem a maioria dos créditos em cada classe e, em segunda 
convocação, com qualquer número de credores (art. 37, § 2º). Os credores poderão ser 
representados por procuradores. 
	Quorum de deliberação 
Como regra o quorum de deliberação será o de maioria simples (art. 42). Há, contudo, 
duas situações em que a lei prevê quorum qualificado: a aprovação do plano de 
recuperação e para a venda extraordinária de bens do falido.
Conceitos de Recuperação judicial
	A recuperação judicial é de uma ação que tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira da empresa, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do empregado e dos interesses dos credores, promovendo a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.
	Quem é legitimado a requerer a recuperação judicial?
O Empresário
A Sociedade Empresária
O Cônjuge Sobrevivente
Os Herdeiros
O Inventariante
O Sócio Remanescente
	Quais são os requisitos para requerer a recuperação judicial?
Exercer atividade regular há mais de dois anos.
Não ser falido e, se o foi, estarem extintas suas responsabilidades.
Não ter, há menos de cinco anos, obtido concessão de recuperação judicial; sendo o devedor micro ou empresário de pequeno porte, o prazo é ampliado para oito anos.
Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por crime falimentar.
Microempresário e empresário de pequeno porte
	Considera-se microempresário aquele que atinge faturamento bruto anual de R$ 244.000,00 e empresário

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