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Apostila processo nos tribunais forca dos precedentes

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1 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 1 
 
 
 
 
 
2 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 2 
Aula 1: Teoria geral dos recursos ...................................................................................... 11 
Introdução ........................................................................................................................... 11 
Conteúdo .............................................................................................................................. 12 
Conceito de recurso ........................................................................................................ 12 
Voluntário .......................................................................................................................... 12 
Voluntário e o reexame .................................................................................................. 14 
No curso do processo ..................................................................................................... 15 
Princípios que constituem a base do direito processual civil que regula a 
matéria recursal ............................................................................................................... 20 
Duplo grau de jurisdição ................................................................................................ 21 
Proibição à reformatio in pejus ..................................................................................... 23 
Princípio da taxatividade recursal ................................................................................. 24 
Singularidade (unicidade ou unirrecorribilidade) ...................................................... 25 
Fungibilidade .................................................................................................................... 29 
Novo processo civil ......................................................................................................... 33 
Referências........................................................................................................................... 35 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 36 
Chaves de resposta ................................................................................................................ 41 
Aula 1 ..................................................................................................................................... 41 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 41 
Aula 2: Técnica de repetição de teses .............................................................................. 43 
Introdução ........................................................................................................................... 43 
Conteúdo .............................................................................................................................. 44 
A força dos precedentes jurisdicionais: breve histórico .......................................... 44 
Unidade do direito ........................................................................................................... 45 
Fortalecimento dos precedentes .................................................................................. 45 
Revolução no sistema de precedentes ........................................................................ 49 
Certidão de intimação da decisão agravada .............................................................. 50 
Força jurisprudencial ....................................................................................................... 52 
A aplicação de precedentes no novo CPC ................................................................. 53 
Precedentes/fontes regulares de direitos .................................................................... 57 
Aplicação do sistema de precedentes ......................................................................... 58 
Referências........................................................................................................................... 59 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 61 
3 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 3 
Chaves de resposta ................................................................................................................ 67 
Aula 2 ..................................................................................................................................... 67 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 67 
Aula 3: Incidente de res. de demanda repetitiva ........................................................... 67 
Introdução ........................................................................................................................... 68 
Conteúdo .............................................................................................................................. 69 
Natureza e cabimento do incidente de resolução de demandas repetitivas ...... 69 
Do Artigo 976 .................................................................................................................... 71 
Procedimento-modelo ................................................................................................... 72 
Novo CPC .......................................................................................................................... 72 
Procedimento e julgamento do incidente .................................................................. 74 
Caso-piloto ....................................................................................................................... 76 
Do objetivo do pilot-judgment procedure ................................................................. 77 
Referências........................................................................................................................... 81 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 83 
Chaves de resposta ................................................................................................................ 86 
Aula 3 ..................................................................................................................................... 86 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 86 
Aula 4: Recurso de apelação ............................................................................................... 89 
Introdução ........................................................................................................................... 89 
Conteúdo .............................................................................................................................. 90 
Devolutividade do recurso de apelação ...................................................................... 90 
Critérios do recurso de apelação .................................................................................. 91 
Efeitos do recurso de apelação ..................................................................................... 92 
Devolutividade do recurso de apelação ...................................................................... 93 
Extensão do recurso de apelação ................................................................................. 93 
Profundidade e translatividade do recurso de apelação ..........................................94 
Mudanças quanto à devolutividade no CPC/2015 .................................................... 94 
Ausência de preclusão em relação às decisões interlocutórias, em geral, e a 
recorribilidade por meio da apelação ........................................................................ 100 
Admissibilidade do recurso de apelação e os efeitos deste recurso ................... 102 
Inexistência de admissibilidade................................................................................... 102 
Referências......................................................................................................................... 106 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 107 
Chaves de resposta .............................................................................................................. 111 
Aula 4 ................................................................................................................................... 111 
4 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 4 
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 111 
Aula 5: Rec. das decisões interloc. de 1ª inst................................................................ 114 
Introdução ......................................................................................................................... 114 
Conteúdo ............................................................................................................................ 115 
Considerações históricas iniciais ................................................................................ 115 
Mudanças advindas da reforma no sistema ............................................................. 116 
Cabimento dos recursos de agravo contra decisões de 1ª instância (no 
CPC/1973) ........................................................................................................................ 118 
Aspectos preliminares em relação à recorribilidade contra decisões de 1ª 
instância no CPC/2015.................................................................................................. 120 
Reformas legislativas ..................................................................................................... 128 
Cabimento do agravo de instrumento no novo CPC e outros aspectos ........... 130 
Recomendação nº 5 no âmbito da União Europeia ............................................... 131 
Lei Processual Portuguesa ........................................................................................... 132 
Aspectos procedimentais relativos ao agravo de instrumento no novo CPC ... 133 
CPC/2015 ......................................................................................................................... 135 
Referências......................................................................................................................... 136 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 138 
Chaves de resposta .............................................................................................................. 142 
Aula 5 ................................................................................................................................... 142 
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 142 
Aula 6: Embargos de declaração...................................................................................... 145 
Introdução ......................................................................................................................... 145 
Conteúdo ............................................................................................................................ 146 
Cabimento do recurso .................................................................................................. 146 
Curiosidade ..................................................................................................................... 147 
Conceito de cabimento ................................................................................................ 147 
Embargos ........................................................................................................................ 148 
Obscuridade, omissão ou contradição ...................................................................... 149 
Contradição conceito ................................................................................................... 150 
Omissão - conceito ....................................................................................................... 151 
Fundamento ................................................................................................................... 152 
Efeito interruptivo dos embargos e embargos protelatórios ................................ 152 
Relação causa-efeito ..................................................................................................... 153 
Os embargos de declaração ........................................................................................ 153 
Apresentação dos embargos de declaração ............................................................ 154 
5 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 5 
Segundo o Artigo 1.039 ................................................................................................ 154 
Encerramento ................................................................................................................. 155 
Referências......................................................................................................................... 155 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 156 
Chaves de resposta .............................................................................................................. 161 
Aula 6 ................................................................................................................................... 161 
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 161 
Aula 7: Carac. comuns aos rec. exc. e reun. de rep. ................................................... 162 
Introdução ......................................................................................................................... 162 
Conteúdo ............................................................................................................................ 163 
Questões comuns aos recursos excepcionais ......................................................... 163 
Recurso extraordinário e recurso especial................................................................ 138 
Pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso 
especial ............................................................................................................................ 141 
O direito à espécie ......................................................................................................... 146 
Procedimento de identificação e encaminhamento dos recursos repetitivos.. 153 
Estatuto de 2015 ............................................................................................................ 155 
Referências......................................................................................................................... 156 
Exercícios de fixação .......................................................................................................157 
Chaves de resposta .............................................................................................................. 160 
Aula 7 ................................................................................................................................... 160 
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 160 
Aula 8: Recursos excepcionais: prosseguimento ........................................................ 163 
Introdução ......................................................................................................................... 163 
Conteúdo ............................................................................................................................ 164 
Recurso especial ............................................................................................................ 164 
Situações em que se admite o controle por recurso excepcional ....................... 165 
Recurso extraordinário ................................................................................................. 166 
Requisito de admissibilidade do recurso extraordinário ........................................ 169 
A transcendência da controvérsia constitucional ................................................... 170 
Poderes do presidente ou vice-presidente dos tribunais de “origem” quanto aos 
recursos excepcionais ................................................................................................... 172 
O Agravo normatizado pelo Artigo 1.042 ................................................................. 174 
Referências......................................................................................................................... 176 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 177 
Chaves de resposta .............................................................................................................. 180 
6 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 6 
Aula 8 ................................................................................................................................... 180 
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 180 
Conteudista ........................................................................................................................... 184 
 
 
 
 
7 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 7 
Esta disciplina contempla o estudo de determinados recursos e dos 
instrumentos que reforçam a aplicação (ou mesmo repetição) dos precedentes 
jurisdicionais, sempre segundo o novo Código de Processo Civil (2015). 
Abordaremos a Teoria geral dos recursos, essencial a melhor compreensão de 
todo o restante, tratado nas sete aulas seguintes. Neste aspecto, especialmente 
dois pontos fundamentais são abordados: o conceito adequado de recursos, 
com todas as suas características fundamentais e, em seguida, os princípios 
considerados essenciais à regulação de boa parte do direito processual aplicado 
à matéria. 
 
Como consta do próprio título da Disciplina, essencial tratarmos (e assim o 
faremos) da força dos precedentes jurisdicionais, por meio dos instrumentos 
criados e fortalecidos nas últimas 2 (duas) décadas como a sentença liminar, a 
súmula impeditiva de recurso, os julgamentos monocráticos com base em 
jurisprudencia dominante e os recursos especiais repetitivos. Instrumentos 
como esse caracterizam uma demanda legislativa clara por aglutinar, o máximo 
possível, as teses e questões repetitivas, de maneira a julgá-las sempre no 
mesmo sentido, em busca de eventual maior segurança jurídica, como se tem 
proclamado entre juristas renomados. Nessa esteira, portanto, tem-se a 
previsão, no novo CPC, do Incidente de resolução de demandas repetitivas, o 
qual você estudará com profundidade nesta disciplina. 
 
8 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 8 
Em continuação, esta Disciplina aborda alguns dos recursos mais (talvez, os 
mais) importantes, quais sejam, o recurso de apelação, os recursos de agravo, 
os embargos de declaração e os recursos excepcionais: especial e 
extraordinário, sempre segundo o CPC de 2015. Quanto a eles, veremos os 
respectivos cabimentos, características mais importantes, dentre outros 
aspectos necessários. 
 
Sendo assim, essa disciplina tem como objetivos: 
1. O conhecimento do que seja, precisamente, um recurso e o que o diferencia, 
por exemplo, de ações autonomas cujo objetivo é, igualmente, impugnar atos, 
inclusive judiciais, assim como diferenciá-lo de outros institutos como o 
reexame necessário cuja função lhe é, também, bastante próxima; 
2. O estudo dos princípios recursais como necessário à compreensão da 
regulamentação de toda a matéria recursal, cujo conteúdo, evidentemente, 
segue a base por eles (princípios) instituída; 
3. A devida percepção da relevância dos precedentes e como se tem construído 
um modelo de julgamentos por amostragem (por casos pilotos), que vem sendo 
construído nas últimas 2 (duas) décadas no direito processual civil brasileiro. 
Para tanto, será necessário conhecer os principais fundamentos dos 
instrumentos caracterizadores desses modelos (já existentes no direito 
brasileiro); 
4. Com o mesmo propósito, demonstraremos que o Código de Processo Civil 
não só mantém os instrumentos anteriores, mas ainda os fortalece, tornando-os 
mais objetivos, criando, por exemplo, o incidente de resolução de demanda 
repetitivas, objeto de Aula própria; 
5. O cabimento do incidente de resolução de demandas repetitivas, absoluta 
novidade prevista pelo Novo Código de Processo Civil, cujo conhecimento faz-se 
inteiramente necessária por refletir, em seu mais alto grau, o modelo de 
julgamento por meio CASOS-PILOTOS; 
6. O procedimento e julgamento deste Incidente, cujo teor vinculará todos os 
processos cujas lides versem sobre a mesma questão jurídica, elevando-se, 
9 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 9 
talvez, como o instrumento de construção de precedentes de maior força dentre 
os existentes, após a súmula vinculante; 
7. Conhecimento aprofundado da devolutividade do Recurso de Apelação, 
certamente a maior presente dentre todos os demais recursos e mais relevante, 
considerando-se que, por meio deste recurso, o Tribunal pode se ver obrigado a 
rever não apenas a sentença recorrida como todos (ou boa parte) dos atos 
processuais praticados no referido processo; 
8. O Recurso contra sentença no Novo Código de Processo Civil, apresentando-
se os respectivos dispositivos; 
9. Conhecimento aprofundado da recorribilidade das decisões interlocutórias 
proferidas em 1ª instância, sistema constantemente alterado nas últimas 
décadas e que levou à quase extinção do agravo retido; 
10. Também é essencial a este Curso tratarmos do efeito interruptivo em 
relação a outros recursos e a ilícita prática de utilização dos embargos com fins 
procrastinatórios; 
11. O conhecimento, por parte do profissional-leitor, das questões comuns aos 
2 recursos excepcionais que compõem a ordem jurídica processual, tais como a 
necessidade de prequestionamento e vedação ao reexame de prova; 
12. Tratar, especificamente, dos recursos em questão, abordando as 
características próprias de cada um deles, como a relevância da proteção à 
constituição, função precípua do recurso extraordinário, e o combate à eventual 
violação à Lei/Tratado federal, o que se faz por meio do recurso especial; 
13. O necessário aprofundamento nas questõesrelativas ao cabimento do 
recurso, incluindo aspectos históricos relevantes à construção da ordem jurídica 
atualmente aplicável; 
14. Também é essencial a este Curso tratarmos do efeito interruptivo em 
relação a outros recursos e a ilícita prática de utilização dos embargos com fins 
procrastinatórios; 
15. O conhecimento, por parte do profissional-leitor, das questões comuns aos 
2 recursos excepcionais que compõem a ordem jurídica processual, tais como a 
necessidade de prequestionamento e vedação ao reexame de prova; 
1
0 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 10 
16. Tratar, especificamente, dos recursos em questão, abordando as 
características próprias de cada um deles, como a relevância da proteção à 
constituição, função precípua do recurso extraordinário, e o combate à eventual 
violação à Lei/Tratado federal, o que se faz por meio do recurso especial. 
 
1
1 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 11 
Introdução 
Meu caro profissional, pós-graduando, nesta primeira aula você aprofundará 
seus conhecimentos na teoria geral dos recursos, essencial a melhor 
compreensão de todo o restante a ser tratado nas sete aulas seguintes. 
 
Abordaremos dois pontos fundamentais, quais sejam, o conceito adequado de 
recursos, com todas as suas características fundamentais e, em seguida, os 
princípios considerados essenciais à regulação de boa parte do direito 
processual aplicado à matéria. 
 
Objetivo: 
1. O conhecimento do que seja, precisamente, um recurso e o que o diferencia, 
por exemplo, de ações autônomas cujo objetivo é, igualmente, impugnar atos, 
inclusive judiciais, assim como diferenciá-lo de outros institutos como o 
reexame necessário cuja função lhe é, também, bastante próxima; 
2. O estudo dos princípios recursais como necessário à compreensão da 
regulamentação de toda a matéria recursal, cujo conteúdo, evidentemente, 
segue a base por eles (princípios) instituída. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
2 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 12 
Conteúdo 
Conceito de recurso 
O principal conceito de recurso, no direito brasileiro, ou seja, o admitido por 
boa parte da doutrina e, por conseguinte, o mais repetido, é aquele adotado 
por José Carlos Barbosa Moreira: 
 
“Remédio voluntário idôneo a ensejar, no mesmo processo, a reforma, 
invalidação, integração ou esclarecimento da decisão que se impugna”. 
 
Este conceito tornou-se tão repetido porque resume, em poucas palavras, as 
características fundamentais de um recurso, que ora se inicia a desenvolver, na 
ordem exposta pelo próprio jurista carioca: 
 
• Voluntariedade; 
• Dá-se no curso do processo; 
• Nele, traz-se, sempre, uma das seguintes pretensões: reforma, invalidação, 
integração ou esclarecimento; 
• Trata-se de um instrumento de impugnação. 
Avance para entender melhor cada uma das palavras. 
 
Voluntário 
Por que voluntário? 
 
O reexame necessário, por exemplo, que gera efeitos praticamente idênticos ao 
de um recurso, não pode ser considerado como tal justamente por quê? 
 
Ora, o recurso precisa ser objeto de manifestação expressa da parte, atendendo 
aos requisitos dos quais vamos tratar oportunamente, com um dos pedidos 
(pretensão) mencionados no referido conceito (reformar-invalidar-esclarecer-
integrar), consistindo, pois, em um instrumento de provocação-pretensão da 
parte, sem o qual ele (recurso) não subsiste de forma alguma. 
 
1
3 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 13 
Para seu melhor entendimento, na sequência a seguir, veja no julgado a 
relevância da provocação. Observe que, em razão da inércia da parte, 
justamente em não ter recorrido no momento oportuno, a matéria foi entendia 
como PRECLUSA, ainda sob vigência do CPC/73: 
 
Primeira Seção 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PRECLUSÃO DA FACULDADE DE 
REQUERER HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS EM PROCESSO 
EXECUTIVO. RECURSO REPETITIVO (Artigo. 543-C DO CPC/73 E RES. 
8/2008-STJ). 
 
Há preclusão lógica (Artigo 503 do CPC/73) em relação à faculdade de requerer 
o arbitramento dos honorários sucumbenciais relativos à execução na hipótese 
em que a parte exequente, mesmo diante de despacho citatório que 
desconsidera o pedido de fixação da verba feito na petição inicial, limita-se a 
peticionar a retenção do valor correspondente aos honorários contratuais, 
voltando a reiterar o pleito de fixação de honorários sucumbenciais apenas após 
o pagamento da execução e o consequente arquivamento do feito. 
 
Inicialmente, cumpre destacar que o STJ tem entendimento firme no sentido de 
que inexiste preclusão para o arbitramento de verba honorária, no curso da 
execução, ainda que sobre ela tenha sido silente a inicial do processo executivo 
e já tenha ocorrido o pagamento do ofício requisitório. 
 
Todavia, a hipótese em foco é diversa. Após ter sido cumprido o requisitório de 
pagamento expedido nos autos e ocorrido o arquivamento do feito, com baixa 
na distribuição, a parte exequente reitera pedido formulado na inicial da 
execução, para que sejam arbitrados honorários advocatícios sucumbenciais. 
 
Ocorre que o despacho inicial determinou a citação do órgão executado, não 
arbitrando a verba honorária. Em seguida, foram interpostos embargos à 
execução, os quais foram definitivamente julgados. 
1
4 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 14 
Posteriormente, a parte exequente peticionou nos autos, postulando a retenção 
dos honorários contratuais no requisitório de pagamento a ser expedido, nada 
mencionando acerca do arbitramento de honorários sucumbenciais. 
 
De acordo com essa moldura fática, a parte exequente deveria ter se insurgido, 
por meio da via processual adequada, contra a ausência de fixação dos 
honorários sucumbenciais. 
 
Ao não agir dessa forma, consolidou-se o fato de não incidência dos honorários 
sucumbenciais, configurando-se, dessa forma, o instituto da preclusão, pelo 
qual não mais cabe discutir dentro do processo situação jurídica já consolidada. 
Ademais, ainda que não se trate propriamente de ação autônoma, por 
compreensão extensiva, incide a Súmula 453 do STJ: “Os honorários 
sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não podem 
ser cobrados em execução ou em ação própria.” REsp 1.252.412-RN, Rel. 
Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 6/11/2013 (Informativo nº 
543). 
 
Voluntário e o reexame 
O reexame necessário acima lembrado leva, assim como o recurso, à reforma 
(por um erro de julgamento) ou invalidação (por um erro de procedimento) de 
determinada decisão (sentença), atendida determinadas condições do art. 496 
do CPC/2015). 
 
Trata-se de uma imposição legal (tratada como condição) por meio da qual a 
sentença (em sentido estrito, isto é, de 1ª instância) cujo conteúdo leve à 
sucumbência da fazenda pública (em determinadas condições, por exemplo, em 
valor superior a sessenta salários mínimos) deva, obrigatoriamente, ser 
reexaminada em 2º grau de jurisdição. 
 
1
5 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 15 
Seu julgamento (em 2ª instância) equivale, precisamente, ao julgamento de um 
recurso de apelação (por exemplo) em que se mantém, reforma ou invalida a 
decisão de 1ª instância. 
 
E por que não pode ser considerado como recurso? 
 
Em primeiro lugar, porque a própria ordem jurídica assim não o considerada e 
essa também é uma característica de que precisamos tratar – o princípio da 
legalidade e taxatividade aplicado aos recursos; 
 
Mas também porque, atendidas as premissas conceituais a que se chega pelas 
diversasfontes de direito que servem à ordem processual e das quais acima 
tratamos, vemos que somente se considera recurso o instrumento voluntário, 
tudo o que o reexame não é. 
 
No curso do processo 
Barbosa Moreira, como antes dito, advogou o recurso como um instrumento 
de impugnação “no próprio processo”, exatamente para diferenciá-lo de 
outras formas de impugnação que se fazem presentes por meio uma nova ação 
ou inaugurando um novo processo. 
 
Por exemplo, o mandado de segurança (Lei 12.016/09) e a ação rescisória são 
considerados, assim como os recursos, instrumentos de impugnação, inclusive 
contra decisões judiciais (atendidos certos limites), porém inauguram novos 
processos, distintos, portanto dos anteriores em que as decisões impugnadas 
foram proferidas. 
 
Mais uma vez, dizemos que o legislador é quem define o que é recurso, e 
poderíamos repetir, neste curso, que, por exemplo, ação rescisória não é 
recurso porque não é enquadrada como tal pela ordem jurídica. Mas a questão 
é maior: existe espaço, princípio lógico para justificar o conceito. A razão do 
1
6 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 16 
legislador (ratio legis) foi tratar o recurso como o prolongamento do direito de 
ação e não gerar, por ele, uma ação (ou processo) nova(o). 
 
Os instrumentos, portanto, assemelham-se. Veja: 
 
Por meio de uma ação rescisória em que se alega que um juiz IMPEDIDO 
proferiu determinada sentença, haverá, em caso de procedência (da rescisória), 
rescisão da coisa julgada e consequente anulação da referida sentença para 
que outra seja proferida (desta vez, por um juiz NÃO impedido); 
 
(ii) Contra aquela mesma sentença (do item “i”), poderia a parte interessada ter 
oferecido recurso de apelação cuja consequência (se provido) qual seria? 
Praticamente a mesma: seria invalidada, com prolação de nova decisão por um 
outro juiz. 
 
Existe, porém, uma distinção fundamental: enquanto a ação rescisória é 
proposta após o trânsito em julgado e, portanto, caracteriza um instrumento 
altamente repressivo, o recurso tenta evitar justamente aquele trânsito 
“viciado”, caracterizando o mencionado prolongamento da mesma ação (e não 
de uma nova). 
 
É lembrado, por exemplo, por Didier, que o recurso prolonga o estado de 
litispendência, frisando, como já se disse, que não se instaura um novo 
processo, exatamente porque estão fora do conceito de recurso as ações 
autônomas de impugnação, “que dão origem a processo novo para impugnar 
uma decisão judicial (ação rescisória, mandado de segurança contra ato 
judicial, reclamação constitucional, embargos de terceiro etc.)”. 
 
Já o próprio Barbosa Moreira ressalta, igualmente como acima defendido, ser o 
recurso “simples aspecto, elemento, modalidade ou extensão do próprio direito 
de ação exercido no processo”. 
 
1
7 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 17 
Por fim, para melhor ilustrar e concluir o ponto aprecie o quadro a seguir. 
 
Ação rescisória e Recursos: 
 
 • 2 (dois) dos instrumentos, em última análise, de impugnação de decisões 
judiciais. Há outros. 
 
• Desfaz a coisa julgada material; 
• Busca Sua desconstituição; 
• Ação autônoma. 
• Evita a coisa julgada material; 
• Busca a reforma ou invalidação da decisão; 
• Incidente ou prolongamento do direito de ação. 
 
Como vimos, pretende-se, necessariamente, em um recurso, alguma (ou 
algumas, em relação de subsidiariedade) das seguintes pretensões: reforma 
invalidação, esclarecimento ou integração da decisão impugnada. 
 
Quando se pede cada uma dessas pretensões? 
 
Por que um recorrente pediria a reforma ao invés de pedir a 
invalidação, por exemplo? 
 
Em primeiro lugar, devemos separar 2 grupos de 2 cada, pela notória distinção 
de cabimento entre eles. 
 
ESCLARECIMENTO e INTEGRAÇÃO – esses pleitos são específicos do 
Recurso de Embargos de Declaração, objeto também deste Curso. Não 
se faz nenhum desses pedidos para qualquer outro recurso. Leia o quadro 
abaixo, sabedor, contudo, de que o conceito, de forma aprofundada, será 
visto em capítulo próprio, oportunamente. 
 
1
8 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 18 
 
 ESCLARECIMENTO INTEGRAÇÃO 
CONCEITO: Quando se alega obscuridade ou, 
contradição. 
Quando se deseja sanar 
eventual omissão. 
EXEMPLO: Seria obscura uma sentença cuja 
redação não esteja suficientemente 
inteligível. Seria contraditória uma 
sentença em que haja textos com 
sentidos opostos na fundamentação 
e/ou dispositivo. 
Seria omissa uma 
sentençaque deixasse de 
julgar (apreciar) um dos 
pedidos apresentados pelo 
Autor da ação. 
 
 
Por que BARBOSA MOREIRA os incluiu no conceito de recurso? Porque 
desejou fazer um conceito que atendesse a todas as hipóteses (de recurso) 
previstas na ordem jurídica, mesmo que as pretensões referissem-se a apenas 
um dos recursos, especificamente. 
É verdade, portanto, que as pretensões de todos os demais recursos 
inserem-se no contexto de “reforma” ou “invalidação”, de que ora passamos a 
tratar. 
 
(ii) REFORMA e INVALIDAÇÃO – são as pretensões apresentadas em 
todos os demais recursos, mas cada qual com sua função. 
 
 
 
 
 
 
 
1
9 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 19 
 REFORMA INVALIDAÇÃO 
CONCEITO: Havendo “erro de 
 
julgamento”, pede-se a 
REFORMA, o que significa, em 
última análise, que se está 
pedindo ao juízo “ad quem” 
que revise a decisão e que se 
efetue um julgamento (pelo 
próprio Tribunal) correto para 
a questão suscitada. 
Havendo “erro de procedimento”, 
 
pede-se a INVALIDAÇÃO, o que 
significa, em última análise, que 
se está pedindo ao juízo “ad 
quem” que anule um ato decisório 
em dissonância com alguma 
determinação processual, o que, 
em regra, faz com que se 
pratique novamente, no juízo a 
quo, o ato processual invalidado. 
EXEMPLO: Julgar improcedente um 
 
pedido de indenização por 
danos morais que fora acolhido 
indevidamente (ou arbitrar 
esta indenização de forma 
adequada). É o que ocorreria 
se alguém, em violação, por 
exemplo, aos Artigos 186 e 
927 do Código Civil, apreciasse 
inadequadamente um pleito de 
indenização. 
Anular uma sentença mal 
 
fundamentada ou determinados 
atos do processo por nulidade de 
citação ou por ausência de 
intimação do Ministério Público. 
 
Como se percebe, em todo recurso, é necessário pedir, assim como seu 
pleito, necessariamente, refere-se a ato decisório, razão pela qual Moreira 
menciona que se trata de instrumento voluntário em que se faz o pedido de 
reforma (entre os outros pedidos) da decisão que se impugna.
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 20 
Trata-se, portanto, de mais um dos instrumentos de impugnação que existem 
no direito brasileiro, como também o são o mandado de segurança e a ação 
rescisória. 
 
Princípios que constituem a base do direito processual civil que 
regula a matéria recursal 
Vimos anteriormente algumas características fundamentais dos recursos, as 
quais, no entanto, estão diretamente vinculadas (e até regulamentadas) por 
outros elementos tidos como de relevância máxima à ordem jurídica aplicável 
aos instrumentos ora sob estudo, ora derivando da Constituição, ora derivando 
de normas infraconstitucionais. 
 
Assim, podemos dizer que: 
 
Os recursos existem por conta do direito (que, em regra, faz-se presente) à 
revisão das decisões por outros órgãos (que, normalmente, fazem parte, 
inclusive, de outras instâncias), ampliando-se os graus dejurisdição – a este 
direito, dá-se o nome de duplo grau de jurisdição. 
 
Justamente porque é o recorrente quem toma a iniciativa de apresentar o 
recurso, em instrumento no qual serão apurados eventuais erros “de 
julgamento” ou “de procedimento” que o teriam prejudicado, a apreciação pelo 
juízo “ad quem” dá-se para manter ou alterar em favor do recorrente – é o 
que se costuma denominar de proibição à reformatio in pejus. 
 
Em matéria recursal, a legalidade incide fortemente, também porque se 
confunde com a competência que será dada aos órgãos jurisdicionais (nas 
revisões por que forem responsáveis), de maneira a conferir maior estabilidade 
e segurança jurídica aos instrumentos a serem utilizados, cujo cabimento (e 
demais características) não poderiam ficar à mercê de subjetividades e 
eventuais arbitrariedades dos magistrados – assim, a lei prevê, 
detalhadamente, os recursos cabíveis, bem como suas respectivas 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 21 
características, tratando-se do que se denomina de princípio da taxatividade 
recursal. 
 
Como corolário da taxatividade, cada recurso tem uma função e cabimento 
específicos, a partir do que se costuma defender, em doutrina, que, salvo raras 
exceções, “para cada decisão, existe um (e apenas um) recurso cabível” – é o 
que se chama de singularidade (unicidade ou unirrecorribilidade). 
 
 
Atenção 
 Na realidade, é um não princípio, isto é, em matéria recursal, 
em regra, não se admite que um recurso apresentado 
erroneamente seja admitido como se fosse o recurso correto – 
no entanto, excepcionalmente, admite-se o que se costuma 
denominar de fungibilidade, isto é, receber o instrumento 
equivocado como se o correto fosse. 
 
Duplo grau de jurisdição 
Segundo o Artigo 5º, LV, da CRFB/88, a todos os litigantes em processo 
administrativo ou judicial, assegura-se o direito ao contraditório e à ampla 
defesa, com todos os meios e recursos a ele inerentes. 
 
Ainda que haja a expressão “recursos”, não se está falando, necessariamente, 
do instrumento de impugnação a que se referia Barbosa Moreira no conceito 
acima estudado. Mas sim, de forma mais genérica, como uma garantia de se 
valer dos instrumentos teoricamente previstos na ordem jurídica. 
 
Há, realmente, o direito de recorrer, porém apenas nos limites expressos em lei 
e na própria Constituição. 
 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 22 
Não como uma garantia constitucional fundamental pertencente à base do 
Direito Processual. 
 
Não podemos deixar de mencionar, porém, a visão constitucional que é dada 
pela família Wambier, segundo a qual o referido princípio é considerado de 
caráter constitucional em virtude de estar umbilicalmente ligado à moderna 
noção de Estado de Direito o qual, por sua vez, exige o controle, em sentido 
duplo, das atividades do Estado pela sociedade. 
 
Repita-se, contudo, o que é dito, de uma forma geral, pelos processualistas no 
Brasil (e tende a ser majoritário): a referência a “recurso” do mencionado 
inciso não se refere ao sentido estrito do termo, ao sistema recursal processual, 
mas à possibilidade, em tese, de que toda decisão comporte impugnação por 
vias autônomas, de que os atos de poder, praticados pelo Judiciário, possam 
ser submetidos a controle das partes. 
 
O direito ao recurso, enfim, existe, mas respeitada a taxatividade antes 
citada (e mais abaixo mais bem esclarecida), e não simplesmente como 
consequência lógica de uma garantia fundamental prevista na Carta de 1988. A 
propósito, podemos demonstrar isso a você, isto é, que não há, 
necessariamente o direito ao duplo grau. Veja por meio de 2 (dois) exemplos: 
 
Não há, necessariamente, o direito ao duplo grau. Veja por meio de alguns 
exemplos: 
 
Nos Juizados especiais, não é cabível recurso contra sentença, que seja 
direcionado ao Tribunal, ou seja, cabe recurso, porém a ser julgado dentro da 
mesma instância (a 1ª instância) (artigos 41 e seguintes da Lei 9.099/95); 
 
Não é cabível, em regra, recurso contra acórdãos proferidas em 1º grau de 
jurisdição, na competência originária dos Tribunais: por exemplo, Mandado de 
Segurança de competência originária da Câmara Cível do Tribunal de Justiça do 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 23 
Estado do Rio de Janeiro. É cabível, como já se disse acima, somente nos 
limites do que a Lei e.ou a Constituição permitir: 
 
Proibição à reformatio in pejus 
Neste momento, reflita sobre a seguinte situação: 
 
Em ação de indenização por danos morais, o juiz acolhe o pleito e o arbitra em 
X reais, com o que (somente) o autor não concorda e recorre (da sentença). 
Em 2ª instância, o Tribunal percebe que não havia qualquer prova do fato que 
teria gerado os referidos danos morais, verificando que, verdadeiramente, o 
pedido deveria ter sido julgado improcedente no 1º grau de jurisdição. 
 
Por justiça e atendendo a todo o direito material (Código Civil ou 
Código de Defesa do Consumidor, por exemplo) aplicável ao caso, o 
Tribunal deveria reformar a decisão e julgar improcedente o pedido? 
 
Veja a seguir. 
 
A resposta que se impõe é negativa exatamente por conta do princípio ora sob 
estudo. 
 
Por esse princípio, a alteração na decisão recorrida faz-se nos limites do recurso 
interposto, e não contra o próprio recorrente – salvo quando, por conta da 
aplicação da devolutividade recursal (e autorizado pela ordem jurídica 
aplicável), impõe-se uma reforma que agrave, na prática, a situação do 
recorrente (como quando se anula todo o processo por uma matéria processual 
de ordem pública – por exemplo, por incompetência absoluta). 
 
Não se trata, porém, de uma exceção à proibição à reformatio in pejus, mas 
sim de simples aplicação da profundidade da devolutividade. 
 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 24 
Pelo princípio em questão, portanto, se um Réu, único recorrente, pede, em seu 
recurso, a redução da indenização imposta, não é admitido ao Tribunal que ela 
(indenização) seja elevada como resultado do recurso de quem requereu sua 
redução. Temos, por exemplo, a Súmula 45 do STJ, segundo a qual é vedado 
ao tribunal agravar a situação da Fazenda Pública em julgamento de reexame 
necessário (cujos efeitos, como já se disse neste Curso, são praticamente 
idênticos aos de um recurso). 
 
Veja a seguir alguns argumentos utilizados por José Carlos Barbosa Moreira, em 
favor do princípio em questão: 
 
Se o interesse recursal é pressuposto de admissibilidade recursal, seria evidente 
contradição imaginar que para o recorrente possa advir qualquer utilidade de 
pronunciamento que lhe seja desfavorável; 
 
Se nem mesmo por provocação do apelante poderia o tribunal reformar a 
decisão para pior, menos ainda se concebe que pudesse fazê-lo sem tal 
provocação. 
 
Princípio da taxatividade recursal 
Como esclarecido por Didier, consiste na exigência de que a enumeração dos 
recursos seja taxativamente prevista em Lei. Somente existem recursos 
legalmente previstos, considerada a Lei, em seu sentido mais amplo (isto é, 
desde regimentos internos até a constituição, nos limites gerais por esta 
estabelecidos). 
 
Estamos falando, portanto, não apenas do artigo art. 994 do CPC/2015, como 
de inúmeros outros dispositivos legais como os artigos 41 e seguintes da Lei 
9.099/99 e a Lei 6830/80 (Lei de execução fiscal), que trazem recursos 
específicos à matéria que regulam. 
 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 25 
Falamos ainda de diversos regimentos internos de tribunais estaduais e 
federais, que fazem previsões de determinadosrecursos comumente 
denominados de agravos internos, isto é, recurso contra decisão monocrática 
de desembargador relator, provocando a revisão da matéria pelo colegiado 
de que este (julgador) faça parte. 
 
Singularidade (unicidade ou unirrecorribilidade 
Faça-se a seguinte indagação: 
 
É possível interpor 2 (dois) recursos, simultaneamente, contra a 
mesma decisão? 
 
Em regra, não. Justamente pelo princípio em questão (também denominado de 
unirrecorribilidade), segundo o qual contra cada decisão cabe apenas um 
recurso. 
 
Assim ocorre, porém, nos limites da Lei, o que significa dizer que, 
excepcionalmente, justamente porque por ela (Lei) admitido, pode-se interpor 
mais de um recurso contra a mesma decisão. 
 
Por este princípio, por exemplo, contra decisão interlocutória em 1ª instância, 
cabe (somente) recurso de agravo, enquanto, contra sentença, cabe apenas 
recurso de apelação. Caberiam ainda contra estas mesmas decisões o recurso 
de embargos de declaração, mas não (segundo entendimento majoritário) 
simultaneamente com outros recursos e, ainda assim, com função diferente. 
 
Neste momento você terá a oportunidade de uma autoavaliação. 
 
 
 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 26 
 
DECISÃO 
 
RECURSO? 
 
PRAZO? 
A QUEM 
DIRECIONA? 
QUEM 
JULGA? 
OBSERVAÇÃO 
(eventual) 
 
Sentença em 
sentido estrito 
 
Decisões 
interlocutórias em 
geral, como 
indeferimento de 
prova. 
 
Decisões 
interlocutórias 
expressamente 
especificadas (e 
destacadas) por 
Lei, como 
decisões relativas 
ao mérito (como 
a que rejeita 
decadência) ou 
que inverte o 
ônus da prova. 
 
Decisões 
monocráticas, em 
sede de Tribunal. 
 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 27 
Decisão de única 
ou última 
instância, em que 
haja violações 
específicas, como 
à Lei federal e/ou 
à Constituição 
(1988). 
 
Atos decisórios 
em geral em que 
se alegue haver 
omissão, 
contradição ou 
obscuridade. 
 
 
Vejamos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 28 
 
DECISÃO 
 
RECURSO? 
 
PRAZO? 
A QUEM 
DIRECIONA 
? 
 
QUEM 
JULGA? 
 
OBSERVAÇÃ
O 
(eventual) 
 
 
Sentença em sentido 
estrito 
 
Apelação 
art. 1009, 
CPC/2015) 
 
15 dias 
art. 1003, 
CPC/2015 
 
Ao juízo de 
1ª instância 
Art. 1010, 
CPC/2015 
 
Tribunal de 
Justiça ou 
TRF (2ª 
instância) 
 
 
Decisões interlocutórias 
em geral, como 
indeferimento de prova, 
não mencionadas, 
expressamente, no art. 
1015 do CPC/2015 ou em 
qualquer outro, a respeito 
de agravo de instrumento 
 
 
Recurso de 
Apelação ou por 
meio de 
contrarrazões 
(Art. 1009, 
CPC/2015) 
 
Ao final, por 
ocasião da 
prolação da 
sentença/inter
posição da 
apelação 
(arts. 1009 e 
seguintes, 
CPC/2015) 
 
 
Ao juízo de 
1ª instância 
Art. 1010, 
CPC/2015. 
 
 
Tribunal de 
Justiça ou 
TRF (2ª 
instância) 
Não há mais a 
preclusão 
outrora 
existente no 
CPC/73, de 
maneira que a 
parte 
interessada 
calar-se-á, 
podendo, 
oportunamente
, recorrer. 
Decisões interlocutórias 
expressamente 
especificadas (e 
destacadas) por Lei, 
como decisões relativas 
ao mérito (como a que 
rejeita decadência) ou 
que inverte o ônus da 
prova. 
 
 
Recurso de 
Agravo de 
Instrumento 
(Art. 1015, 
CPC/2015) 
 
 
15 dias 
(PRAZO DOS 
RECURSOS, 
EM GERAL, 
SEGUNDO O 
CPC/2015) 
 
 
Tribunal de 
Justiça ou 
TRF (2ª 
instância) 
 
 
Tribunal de 
Justiça ou 
TRF (2ª 
instância) 
Forma-se por 
meio de 
instrumento, 
obtido por 
cópia de 
peças dos 
autos originais 
(não sendo 
eletrônicos, os 
autos) 
 
Decisões monocráticas, 
em sede de Tribunal. 
Agravo interno 
(ou Regimental) 
Ex.: 1021, 
CPC/2015 
 
15 dias 
Colegiado 
responsável 
pela decisão 
recorrida. 
Colegiado 
responsável 
pela decisão 
recorrida. 
 
 
Decisão de única ou 
última instância, em que 
haja violações 
específicas, como à Lei 
federal e.ou à 
Constituição (1988). 
Recurso Especial 
(art. 105, III, 
CRFB/88) e.ou 
Recurso Ex 
 
 
 
 
 
traordinário (art. 
102, III, 
CRFB/88) 
 
15 dias 
(PRAZO DOS 
RECURSOS, 
EM GERAL, 
SEGUNDO O 
CPC/2015) 
 
Tribunal 
(Presidência 
ou Vice- 
presidência) 
do qual 
emanou a 
decisão 
recorrida. 
STJ 
(Recurso 
especial) 
e.ou STF 
(Recurso 
extraordinr
io) 
Somente cabe 
recurso 
especial 
contra 
decisões de 
Tribunal, 
enquanto, ao 
extraordinário, 
cabe de 
qualquer 
instancia. 
 
Atos decisórios em geral 
em que se alegue haver 
omissão, contradição ou 
obscuridade. 
 
Embargos de 
declaração 
(art. 1022, 
CPC/2015) 
 
15 dias 
 
Próprio juízo 
a quo 
Próprio 
juízo que 
proferiu 
a decisão 
recorrida 
Se os 
embargos 
forem 
considerados 
protelatórios, 
a parte será 
multada 
(art.1026, 
CPC/2015) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 29 
Com isso, propõe-se a melhor compreensão de como cada recurso tem não 
apenas o seu cabimento como características bem próprias. 
 
Com isso, propõe-se a melhor compreensão de como cada recurso tem não 
apenas o seu cabimento como características bem próprias. 
 
Fungibilidade 
Um dos requisitos de admissibilidade dos recursos é o CABIMENTO, o que 
significa dizer que a apresentação do recurso inadequado (que não atenda, por 
exemplo, aos cabimentos acima especificados) gera, em regra, sua 
inadmissibilidade. 
 
Excepcionalmente, porém, admite-se a FUNGIBILIDADE, isto é, aceitar um 
recurso não correto como se o adequado fosse. Em outras palavras, significa 
admitir, por exemplo, um Recurso de Agravo de Instrumento mesmo tendo ele 
sido interposto contra Sentença, desde que respeitados determinados requisitos 
construídos, ao longo das últimas décadas. 
 
O Código anterior (de 1939) previa a fungibilidade recursal em seu artigo 810: 
 
“Salvo a hipótese de má-fé ou erro grosseiro, a parte não será 
prejudicada pela interposição de um recurso por outro, devendo os 
autos ser enviados à Câmara, ou Turma, a que competir o 
julgamento.” 
 
Os próprios requisitos do referido artigo, apesar de não repetido pelos Códigos 
seguintes, serviram de base à jurisprudência para fixar o que seria necessário à 
aplicação da fungibilidade nos dias atuais: 
 
i) DÚVIDA OBJETIVA e INEXISTENCIA DE ERRO GROSSEIRO – uma 
dúvida que seja do homem médio em determinada situação, isto é, boa parte 
dos profissionais do Direito, analisando-a, teria dúvida em qual recurso interpor. 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 30 
Atualmente, considerando que se tem buscado cada vez mais clareza nas 
normas (principalmente em recursos, alvo constante das últimas reformas do 
Direito Processual), assim como a técnica de julgamentos de questões 
repetitivas tem tornado os entendimentos jurisprudenciais mais estáveis, 
tem sido difícil a aplicação da fungibilidade. 
 
Diga-se ainda que, se uma dúvida é considerada como não-objetiva, 
consequentemente, tornar-se-á um errogrosseiro do recorrente, que deveria 
saber o recurso correto a interpor. A doutrina, porém, destaca esses 2 
fatores como se fossem distintos (erro grosseiro e dúvida objetiva). 
 
Veja, caro profissional, o julgado abaixo, que reflete o entendimento do STJ a 
respeito da matéria (ainda sob a vigência do CPC/73): 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA 
FUNGIBILIDADE RECURSAL. 
É inviável o conhecimento de apelação interposta contra decisão que 
resolva incidentalmente a questão da alienação parental. O referido 
equívoco, na hipótese, impede a aplicação do princípio da fungibilidade 
recursal, o qual se norteia pela ausência de erro grosseiro e de má-fé do 
recorrente, desde que respeitada a tempestividade do recurso cabível. Por sua 
vez, pode-se dizer que haverá erro grosseiro sempre que não houver dúvida 
objetiva, ou, em outras palavras, quando (i) a lei for expressa ou 
suficientemente clara quanto ao cabimento de determinado recurso e (ii) 
inexistirem dúvidas ou posições divergentes na doutrina e na jurisprudência 
sobre qual o recurso cabível para impugnar determinada decisão. Assim, não 
se admite a interposição de um recurso por outro se a dúvida decorre única e 
exclusivamente da interpretação feita pelo próprio recorrente do texto legal, 
ou seja, se se tratar de uma dúvida de caráter subjetivo. Nesse contexto, não 
obstante o fato de a Lei 12.318/2010 não indicar, expressamente, o recurso 
cabível contra a decisão proferida em incidente de alienação parental, os arts. 
162, §2º, e 522, do CPC o fazem, revelando-se, por todo o exposto, subjetiva 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 31 
– e não objetiva – eventual dúvida do recorrente. Por fim, no caso de fundada 
dúvida – até mesmo para afastar qualquer indício de má-fé – a opção deverá 
ser pelo agravo, cujo prazo para interposição é menor que o da apelação, e 
que não tem, em regra, efeito suspensivo. REsp 1.330.172-MS, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 11.03.2014, Informativo nº 538). 
 
ii) OBSERVAÇÃO DO PRAZO – seria preciso interpor o recurso escolhido no 
prazo do recurso correto. Portanto, independente daquele recurso que se tenha 
escolhido, se, de fato, não foi adequado, somente será admitida a fungibilidade 
se, além do requisito anterior, houver sido apresentado o recurso (errado) no 
prazo do (recurso) correto ou, como é dito em diversos julgados do STJ, no 
prazo daquele no qual seria o “errado” transformado. 
 
O CPC/15 trouxe novidades relevantes sobre o tema, na medida em que, 
expressamente, autoriza EMENDAS típicas da fungibilidade, como frisado, por 
exemplo, por DIDIER JUNIOR (2016, vol. 3, p. 109): 
 
 Art. 932, parágrafo único: Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator 
concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício 
ou complementada a documentação exigível; 
 
Art. 1.032. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o 
recurso especial versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 
15 (quinze) dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão 
geral e se manifeste sobre a questão constitucional. Parágrafo único. 
Cumprida a diligência de que trata o caput, o relator remeterá o recurso ao 
Supremo Tribunal Federal, que, em juízo de admissibilidade, poderá devolvê-lo 
ao Superior Tribunal de Justiça; 
 
Art. 1024, § 3o O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como 
agravo interno se entender ser este o recurso cabível, desde que determine 
previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 32 
complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 
1.021, § 1o. 
 
Diante de tal realidade, não temos dúvidas de que, muito mais do que no 
CPC/73, o atual passa a admitir, expressamente, a fungibilidade, ainda que não 
de forma tão generalizada (como no CPC/39), porém de forma um tanto 
sistematizada, principalmente do supracitado art. 932 (parágrafo único). 
 
Por fim, não podemos deixar de chamar a atenção do profissional-leitor, neste 
capítulo de PRINCÍPIOS, para um novo processo civil que vem se consolidando 
nas últimas décadas, no direito brasileiro, principalmente com as reformas 
efetivadas a partir de 1998. 
 
A parte recursal, em especial, sofreu notáveis alterações, dentre as quais: 
 
(a) Simplificação da fase recursal, inclusive por limitações ao direito de recorrer 
influenciando até mesmo o duplo grau de jurisdição – por essas razões, 
recomendamos a leitura dos seguintes artigos: Súmulas e inadmissibilidade da 
apelação. WAMBIER, Teresa Arruda Alvim e, in: FREIRA, Rodrigo da Cunha 
Lima (Coord.). Salvador: Juspodivm, 2007, p. 321-325 e A impugnação das 
decisões interlocutórias no processo civil, SOKAL, Guilherme Jales, in: FUX, 
Luiz (Coord.). Rio de Janeiro: Forense, 2011, p. 365-435. 
 
Por meio dessas leituras, concluir-se-á que se tem admitido no Brasil o que vem 
sendo chamado de contraditório e ampla defesa mitigadas, mitigadas pela força 
quase intransponível da obediência à tempestividade (como garantia 
igualmente constitucional), de maneira que o duplo grau de jurisdição, por 
exemplo, pode ser limitado na medida em que se perceba a desnecessidade de 
se ampliar o debate processual, pela estabilidade que se tenha formado sobre a 
questão sob análise. 
 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 33 
Também será percebido que o modelo de recorribilidade das decisões 
interlocutórias vem se transformando nas últimas décadas, exatamente pelas 
mesmas razões acima citadas, ou seja, respeitar um modelo processual em que 
aquilo que seja considerado desnecessário seja eliminado da atividade 
jurisdicional. Dessa forma, vem se buscando a máxima reunião das 
impugnações por ocasião do julgamento do recurso contra sentença, como, por 
exemplo, ocorre nos Juizados Especiais e, em parte, no processo do trabalho. 
Por esta razão, recomenda-se a leitura do artigo de Guilherme Gales. 
 
Concluímos o capítulo, portanto, frisando que o conceito de recurso e os 
princípios que formam sua base estão sendo interpretados e reconstruídos sob 
a influência dessa nova visão do processo, para a qual a regulamentação 
recurso é essencial, uma vez que, ninguém duvida, a inadequada mensuração 
dos recursos gera inexorável alongamento da atividade jurisdicional ou, se o 
enxugamento for exacerbado, atingirá como uma flecha fatal as garantias 
processuais por que tanto lutamos ao longo e imediatamente após o obscuro 
e indesejado período ditatorial por que passamos. 
 
Novo processo civil 
Queremos chamar a atenção, neste capítulo de princípios, para um novo 
processo civil que vem se consolidando nas últimas décadas, no direito 
brasileiro, principalmente com as reformas efetivadas a partir de 1998. 
 
A parte recursal, em especial, sofreu notáveis alterações, entre as 
quais: 
 
Simplificação da fase recursal, inclusive por limitações ao direito de recorrer 
influenciando até mesmo o duplo grau de jurisdição. 
 
Por meio dessas leituras, concluir-se-á que se tem admitido no Brasil o que vem 
sendo chamado de contraditório e ampla defesa mitigadas, e mitigadas pela 
força quase intransponível da obediência à tempestividade (como garantia 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 34 
igualmente constitucional), de maneira que o duplo grau de jurisdição, por 
exemplo, pode ser limitado na medida em que se perceba a desnecessidade de 
se ampliar o debate processual, pela estabilidade que se tenha formado sobre a 
questão sob análise. 
 
Assim, chegou-se aos parágrafosdo Artigo 518 do CPC/73 (sem correspondente 
no NCPC), que autorizam o não recebimento da Apelação, já em 1ª instancia 
por estar a sentença fundada em Súmula do STJ ou STF (respeitados 
determinados limites, também sobre o que Teresa Wambier disserta em seu 
artigo cuja leitura se recomenda). 
 
Também será percebido que o modelo de recorribilidade das decisões 
interlocutórias vem se transformando nas últimas décadas, exatamente pelas 
mesmas razões acima citadas, ou seja, respeitar um modelo processual em 
que aquilo que seja considerado desnecessário seja eliminado da atividade 
jurisdicional. 
 
Dessa forma, vem se buscando a máxima reunião das impugnações por ocasião 
do julgamento do recurso contra sentença, como ocorre nos Juizados 
Especiais e, em parte, no processo do trabalho. 
 
Por essa razão, recomenda-se a leitura do artigo de Guilherme Gales. 
 
 
Atenção 
 É importante frisar que o conceito de recurso e os princípios que 
formam sua base estão sendo interpretados e reconstruídos sob 
a influência dessa nova visão do processo, para a qual a 
regulamentação do recurso é essencial, uma vez que, ninguém 
duvida, a inadequada mensuração dos recursos gera inexorável 
alongamento da atividade jurisdicional ou, se o enxugamento for 
exacerbado, atingirá como uma flecha fatal as garantias 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 35 
processuais por que tanto lutamos ao longo e imediatamente 
após o obscuro e indesejado período ditatorial por que 
passamos. 
 
Referências 
DIDIER JUNIOR, Fred e CUNHA, Leonardo José Carneiro, Curso de Direito 
Processual Civil, 8 ed. v.3. Salvador: Jus Podium, 2010, p. 19. 
CAMARA, Alexandre Freitas. O novo processo civil brasileiro. São Paulo: Atlas, 
2015. 
DIDIER JUNIOR, Fred. Curso de Direito Processual Civil, 17 ed. v.1. 
Salvador: Jus Podium, 2015. 
DIDIER JUNIOR, Fred, BRAGA, Paula Sarmo, OLIVEIRA, Rafael Alexandria. 
Curso de Direito Processual Civil, 11 ed. v.2. Salvador: Jus Podium, 2016. 
DIDIER JUNIOR, Fred, CUNHA, Leonardo Carneiro. Curso de Direito 
Processual Civil, 13 ed. v.3. Salvador: Jus Podium, 2016. 
DONIZETTI, Elpidio. Curso didático de direito processual civil. 19 ed. São 
Paulo: Atlas, 2016. 
FLEXA, Alexandre, MACEDO, Daniel, BASTOS, Fabrício. Novo Código de 
Processo Civil – temas inéditos, mudanças e supressões.2 ed. Salvador: 
Jus Podium, 2016. 
MOREIRA, José Carlos Barbosa. Comentários ao Código de Processo Civil. 
11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2003. v. 5. p. 233. 
SARLET, Ingo Wolfgang. Curso de direito constitucional. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2014. 
SOKAL, Guilherme Jales. A impugnação das decisões interlocutórias no 
processo civil. In: FUX, Luiz (Coord.). O novo processo civil brasileiro – 
direito em expectativa. Rio de Janeiro: Forense, 2011. 
PINHO. Humberto Dalla Bernadina de Pinho. Direito processual civil 
contemporâneo – teoria geral do processo. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 
2016. 
THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 56 ed. 
Vol. I. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 36 
THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 50 ed. 
Vol. II. Rio de Janeiro: Forense, 2016. 
THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil – teoria 
geral do direito processual civil e o processo de conhecimento. 52. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2011. v. 1. 
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Súmulas e inadmissibilidade da apelação. 
In: FREIRA, Rodrigo da Cunha Lima (Coord.). Salvador: JusPodivm, 2007. 
WAMBIER, Luiz Rodrigues; WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Breves 
comentários à 2ª fase da Reforma do Código de Processo Civil. 2. ed. 
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. 
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Revista de processo - REPRO. Ano 36 – 
192. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Opte pela alternativa em que não há uma característica elementar ao “recurso”. 
a) É voluntário. 
b) Dá-se no curso do processo. 
c) Nele, traz-se, sempre, uma das seguintes pretensões: reforma, 
invalidação ou rescisão da coisa julgada. 
d) Trata-se de um instrumento de impugnação. 
 
Questão 2 
Analise o julgado abaixo e especifique a característica ausente, ou 
seja, aquele que fez com a impugnação não fosse admitida, e marque 
a alternativa que corresponde a reposta correta. 
“DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PRECLUSÃO DA FACULDADE DE 
REQUERER HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS EM PROCESSO 
EXECUTIVO. 
Há preclusão lógica em relação à faculdade de requerer o arbitramento dos 
honorários sucumbenciais relativos à execução na hipótese em que a parte 
exequente, mesmo diante de despacho citatório que desconsidera o pedido de 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 37 
fixação da verba feito na petição inicial, limita-se a peticionar a retenção do 
valor correspondente aos honorários contratuais, voltando a reiterar o pleito de 
fixação de honorários sucumbenciais apenas após o pagamento da execução e 
o consequente arquivamento do feito. (...) De acordo com essa moldura fática, 
a parte exequente deveria ter se insurgido, por meio da via processual 
adequada, contra a ausência de fixação dos honorários sucumbenciais. 
Ao não agir dessa forma, consolidou-se o fato de não incidência dos honorários 
sucumbenciais”. 
a) Necessidade de provocação. 
b) Julgamento em 2ª instância. 
c) Pedido de reforma. 
d) Devolutividade. 
 
Questão 3 
Analise as assertivas abaixo para, em seguida, optar pela alternativa correta. 
I. Por meio de uma ação rescisória em que se alega que um juiz IMPEDIDO 
proferiu determinada sentença, haverá, em caso de procedência (da rescisória), 
rescisão da coisa julgada e consequente anulação da referida sentença para 
que outra seja proferida (desta vez, por um juiz NÃO impedido). 
II. Contra a mesma sentença (do item “i” acima), poderia a parte interessada 
ter oferecido recurso de apelação cuja consequência (se provido) seria 
praticamente a mesma: seria invalidada, com prolação de nova decisão por um 
outro juiz. 
III. Existe uma distinção fundamental entre ação rescisória e recurso: enquanto 
a ação rescisória é proposta após o transito em julgado e, portanto, caracteriza 
um instrumento altamente repressivo, o recurso tenta evitar justamente aquele 
trânsito “viciado”, caracterizando o mencionado prolongamento da mesma ação 
(e não de uma nova). 
a) Apenas a I está correta. 
b) Apenas a II está correta. 
c) Apenas a III está correta. 
d) Todas estão corretas. 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 38 
 
Questão 4 
Algumas formas de qualificar ou mesmo conceituar recurso são difundidas na 
doutrina. Qual das opções abaixo não pode ser considerada como uma delas? 
a) O recurso prolonga o estado de litispendência. 
b) Dependendo do recurso, ele pode dar origem a processo novo ao 
impugnar determinada decisão judicial. 
c) O recurso é simples aspecto, elemento, modalidade ou extensão do 
próprio direito de ação exercido no processo. 
d) O recurso é um prolongamento do direito de ação. 
 
Questão 5 
Em determinado processo, foi determinada a citação do réu na fase de 
conhecimento. Contra este “cite-se”, é cabível: 
I. Embargos de declaração, considerando-se caber esta espécie de recurso 
mesmo contra despacho. 
II. Agravo retido, considerando-se tratar-se de decisão interlocutória; 
III. Não é cabível recurso algum, nem mesmo embargos de declaração, por se 
tratar de mero despacho, no qual não se enxerga vício, nem mesmo falta de 
clareza ou omissão. 
a) Apenas a I está correta. 
b) Apenas a II está correta.c) Apenas a III está correta. 
d) Todas estão corretas. 
 
Questão 6 
Podemos afirmar, exceto: 
I – Os recursos existem por conta do direito (que, em regra, faz-se presente) à 
revisão das decisões por outros órgãos (que, normalmente, fazem parte, 
inclusive, de outras instâncias), ampliando-se os graus de jurisdição – a este 
direito, dá-se o nome de duplo grau de jurisdição. 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 39 
II – Justamente porque é o recorrente quem toma a iniciativa de apresentar o 
recurso, em instrumento no qual serão apurados eventuais erros “de 
julgamento” ou “de procedimento” que o teriam prejudicado, a apreciação pelo 
juízo “ad quem” dá-se para manter ou alterar em favor do recorrente – é o 
que se costuma denominar de proibição à reformatio in pejus. 
III – Em matéria recursal, a legalidade incide fortemente, também porque se 
confunde com a competência que será dada aos órgãos jurisdicionais (nas 
revisões por que forem responsáveis), de maneira a conferir maior estabilidade 
e segurança jurídica aos instrumentos a serem utilizados, cujo cabimento (e 
demais características) não poderiam ficar à mercê de subjetividades e 
eventuais arbitrariedades dos magistrados – assim, a Lei prevê, 
detalhadamente, os recursos cabíveis, bem como suas respectivas 
características, tratando-se do que se denomina de princípio da taxatividade 
recursal. 
a) Apenas a I está correta. 
b) Apenas a II está correta. 
c) Apenas a III está correta. 
d) Todas estão corretas. 
 
Questão 7 
Aprecie o texto abaixo, que está de acordo com a ordem jurídica para, em 
seguida, optar pela assertiva correta. 
“Como corolário da taxatividade, cada recurso tem uma função e cabimento 
específicos, a partir do que se costuma defender, em doutrina, que, salvo raras 
exceções, “para cada decisão, existe um (e apenas um) recurso cabível” – é o 
que se chama de SINGULARIDADE (UNICIDADE ou UNIRRECORRIBILIDADE)". 
a) Podemos concluir, portanto, que contra uma sentença, não seria possível 
apresentação simultânea de embargos de declaração e apelação, ainda 
que por partes distintas. 
b) Podemos concluir, portanto, que contra uma decisão interlocutória, não 
poderia a mesma parte interpor agravos de instrumento e agravo retido. 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 40 
c) Podemos concluir, portanto, que, contra um acórdão de apelação, não 
poderiam ser apresentados recurso especial e recurso extraordinário pela 
mesma parte. 
d) Podemos concluir, portanto, que contra um acórdão, não seria possível 
apresentação simultânea de embargos de declaração e embargos 
infringentes, ainda que por partes distintas. 
 
Questão 8 
A aplicação da fungibilidade, em caráter excepcional, depende de: 
I – Dúvida objetiva. 
II – Interposição do recurso no prazo daquele no qual ele poderia ser 
convolado. 
III – Inexistência de erro grosseiro. 
a) Apenas a I está correta. 
b) Apenas a II está correta. 
c) Apenas a III está correta. 
d) Todas as alternativas estão corretas. 
 
Questão 9 
A respeito do duplo grau de jurisdição, pode-se dizer, exceto: 
a) Trata-se de princípio com garantia constitucional expressa, tal como se 
defende pela maioria da doutrina e jurisprudência. 
b) Há, de fato, o direito de recorrer, porém apenas nos limites expressos 
em Lei e na própria Constituição; não como uma garantia constitucional 
fundamental pertencente à base do Direito Processual. 
c) Existe, é verdade, determinada visão constitucional, dada, por exemplo, 
pela família WAMBIER, segundo a qual o referido princípio é considerado 
de caráter constitucional em virtude de estar umbilicalmente ligado à 
moderna noção de Estado de Direito, o qual, por sua vez, exige o 
controle, em sentido duplo, das atividades do Estado pela sociedade. 
d) A referência a “recurso”, no Artigo 5º da Constituição (inciso LV), não se 
refere ao sentido estrito do termo, ao sistema recursal processual, mas à 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 41 
possibilidade, em tese, de que toda decisão comporte impugnação por 
vias autônomas, de que os atos de poder, praticados pelo Judiciário, 
possam ser submetidos a controle das partes. 
 
Questão 10 
Podemos mencionar como limitações ao duplo grau de jurisdição: 
I – O revogado art. 518, com seus parágrafos, do CPC/73 já demonstrava, 
mesmo antes do novo CPC, o ímpeto de limitar o direito de recorrer: caso a 
sentença estivesse fundada em súmula do STJ ou STF, eventual recurso sequer 
deveria ser recebido. Naturalmente, esta decisão estava sujeita ao recurso de 
agravo, mas, de qualquer forma, tratava-se de uma autorização legal para NÃO 
RECEBER a apelação, mitigando, naturalmente, o chamado duplo grau de 
jurisdição; 
II – Nos Juizados especiais, não é cabível recurso contra sentença, que seja 
direcionado ao Tribunal, ou seja, cabe recurso porém a ser julgado dentro da 
mesma instância (a 1ª instância) (artigos 41 e seguintes da Lei 9.099/95); 
III – Não é cabível, em regra, recurso contra acórdãos proferidas em 1º grau 
de jurisdição, na competência originária dos Tribunais: por exemplo, Mandado 
de Segurança de competência originária da Câmara Cível do Tribunal de Justiça 
do Estado do Rio de Janeiro. É cabível, como já se disse acima, somente nos 
limites do que a Lei e.ou a Constituição permitir: Neste caso, por exemplo, é 
cabível somente se a decisão for denegatória. 
a) Apenas a I está correta. 
b) Apenas a II está correta. 
c) Apenas a III está correta. 
d) Todas as alternativas estão corretas. 
 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - C 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 42 
Justificativa: 
 
Questão 2 - B 
Justificativa: 
Questão 3 - D 
Justificativa: 
 
Questão 4 - B 
Justificativa: 
 
Questão 5 - C 
Justificativa: 
 
Questão 6 - B 
Justificativa: 
 
Questão 7 - B 
Justificativa: 
 
Questão 8 - B 
Justificativa: 
 
Questão 9 - A 
Justificativa: 
 
Questão 10 - D 
Justificativa: 
 
 PROCESSO NOS TRIBUNAIS E A FORÇA DOS PRECEDENTES 43 
Introdução 
Meu caro profissional, pós-graduando, nesta segunda aula, trataremos da força 
dos precedentes jurisdicionais, por meio dos instrumentos criados e fortalecidos 
nas últimas 2 (duas) décadas. 
 
Instrumentos como a sentença liminar (ou improcedência liminar), as súmulas 
impeditivas de recursos (mecanismo muito ampliado no CPC/2015, inclusive), 
os julgamentos monocráticos com base em jurisprudência dominante e os 
recursos excepcionais repetitivos foram se fortalecendo até surgirem quase 
intransponíveis no NCPC, como veremos nesta Aula. 
 
Instrumentos como esse, demonstram uma demanda legislativa clara por 
aglutinar, o máximo possível, as teses e questões repetitivas, de maneira a 
julgá-las sempre no mesmo sentido, o que se atingiria, segundo que se tem 
pensado dentre boa parte dos juristas brasileiros, uma maior estabilidade 
jurisdicional, respeito à isonomia e, consequentemente, elevaria a segurança 
jurídica. 
 
Será que você conhece bem esses instrumentos? Vamos a eles. 
Objetivo: 
1. A devida percepção da relevância dos precedentes e como se tem construído 
um modelo de julgamentos por amostragem (por casos-pilotos), que vem sendo 
construído nas últimas 2 (duas) décadas no direito processual civil brasileiro. 
Para tanto, será necessário conhecer os principais fundamentos dos 
instrumentos caracterizadores desse modelo (já existentes no direito brasileiro); 
2. Com o mesmo propósito, demonstraremos que o atual Código de Processo 
Civil mantém os instrumentos já existentes, porém os fortalece,

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