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Princípios de Eletroquímica Prof. Wilton Martins Princípios de Eletroquímica • Eletroquímica → é o estudo das reações químicas que produzem corrente elétrica ou são produzidas por corrente elétrica. • A eletroquímica é ser dividida em duas partes: • Pilhas • Eletrólise São reações em que há mudança do nox de um ou mais elementos. As Reações de Oxi – redução são também chamadas de Redox ou Oxi – Red ou Óxido - Redução. Reações de OXI-REDUÇÂO Oxidação: Corresponde à perda de elétrons por uma espécie química em uma reação. Na oxidação ocorre um AUMENTO no nox da espécie química. Redução: Corresponde ao ganho de elétrons por uma espécie química em uma reação. Na Redução ocorre uma diminuição no nox da espécie química. Agente Redutor: É a espécie química que provoca a redução (ganho de elétrons), logo o Agente Redutor é a espécie que contem o elemento que sofre oxidação (perde elétrons). Agente Oxidante: É a espécie química que provoca a oxidação (perda de elétrons), logo o Agente oxidante é a espécie que contem o elemento que sofre redução (ganho de elétrons). Para saber qual é o NOX de um átomo dentro de uma molécula, devemos seguir algumas regras: Numero de Oxidação Tabela de NOX Metais alcalinos, hidrogênio (H) e prata(Ag) terão nox +1 Metais Alcalinos Terrosos, zinco (Zn) +2 Oxigênio (em qualquer parte da molécula) -2 Calcogênios (somente se aparecerem na extremidade direita da fórmula!) -2 Alumínio (Al) +3 Cont.... Tabela de NOX Halogênios ( extremidade direita da formula) -1 Íons compostos ➔ nox igual a carga do íon. (por exemplo, PO4-3) -3 Soma de todos os NOX de uma molécula sempre será 0 Soma do NOX em íon sempre será a própria carga do íon. Elementos isolados e substancia simples 0 - o número de oxidação dos elementos das colunas A da Classificação Periódica pode ser deduzido do próprio número da coluna, de acordo com a tabela a seguir: Cálculo do Numero de Oxidação É fácil calcular o número de oxidação de um elemento que aparece numa substância, se você lembrar que a soma dos números de oxidação de todos os átomos, numa molécula, é zero. Veja agora como usar essas informações para determinar o Nox dos átomos de vários compostos: •H3PO4: •O Nox do H é +1 e do O é -2; •Esse composto é molecular, portanto, a soma dos Nox dará igual a zero; •Para determinar o Nox do fósforo (P) realizamos a seguinte conta: H3 P O4 3 . (+1) + x + 4 . (-2) = 0 3 + x -8 = 0 x = +8 – 3 x = +5 •Al2(SO4)3: •O Nox de Al é igual a +3; •O Nox do O é igual a -2; •A soma dos Nox é igual a zero. Al2 (S)3 (O4)3 2 . (+3) + 3. x + 4 . 3. (-2) = 0 6 + 3. x - 24 = 0 3. x = +24 – 6 X = 18/3 x = +6 HCl: Hidrogênio se enquadra na regra 1 ➔ nox +1 O cloro se enquadra na regra 6➔ nox -1 1 - 1 = 0 (regra 8) HClO: Hidrogênio ➔ nox +1 Cl ➔ não há regra que se aplica Oxigênio➔ nox -2 nox H + nox Cl + nox O = 0 , logo 1 + x + (-2) = 0, logo o NOX do Cloro será +1 Cr2 O72- 2. x + 7. (-2) = -2 2. x -14 = - 2 2. x = -2 +14 x = 12/2 x = 6 •Cr2O7 2- •O Nox do O é igual a -2; •Esse caso constitui um agrupamento iônico com carga total igual a -2, portanto, a soma dos Nox dos átomos constituintes não deve ser igual a zero, mais sim igual a essa carga. NH4 1+: •Nesse caso temos um íon composto, então a soma dos Nox será igual à carga, que é +1. ➢BALANCEAMENTO DE EQUAÇÕES REDOX Objetivo: tornar o numero de elétrons cedidos pelo redutor igual ao numero de elétrons recebidos pelo oxidante. Exemplos Cl2+ NaOH → NaCl+NaClO3+H2O Solução: 1.º passo: Calcular o Nox de cada elemento. 2.º passo: Traçar o ramal da oxidação e da redução e calcular a quantidade de elétrons perdidos e recebidos. 3.º passo: Montar os quadros. Prosseguir o balanceamento por tentativa: 3Cl2 + 6NaOH 5NaCl + 1NaClO3 + 3H2O P4 + Cl2 → PCl3 Exemplos São dois átomos de cloro cada 1 recebendo 1e; portanto será 2x1 = 2e recebidos pelo Cl2. São quatro átomos de fósforo cada 1 cedendo 3e; portanto será 4x3 = 12e cedidos pelo P4. Resultado : invertemos o numero de eletrons cedidos e recebidos e teremos 2P4 + 12Cl2 → 8PCl3 Exemplos: P + HNO3 + H2O → H3PO4 + NO 0 +5 +5 +2 HNO3 : 3 x 1 = 3 ; P: 5 x 1 = 5 Agora inverta os resultados, escrevendo o coeficiente 5 para o HNO3 e 3 para o P. Veja só: 3P + 5HNO3 + H2O → H3PO4 + NO Agora é só completar o restante da equação, utilizando o mesmo raciocínio do método direto ou por tentativas. 3P + 5HNO3 + 2H2O → H3PO4+5NO Fe3O4 + CO → Fe + CO2 Fe2O3 + CO → CO2 + Fe HBrO3 + SO2 + H2O → Br2 + H2SO4 MnO4- + I- + H+ → Mn2+ + I2 + H2O Exemplos: Ele empilhou alternadamente discos de zinco e de cobre, separando-os por pedaços de tecido embebidos em solução de ácido sulfúrico. A pilha de Volta, produzia energia elétrica sempre que um fio condutor era ligado aos discos de zinco e de cobre, colocados na extremidade da pilha. PILHAS: HISTÓRICO Luigi Aloisio Galvani (1737-1798): criou uma teoria admitindo a existência de uma eletricidade animal Alessandro Volta (1745 -1827): a eletricidade tem origem nos metais. Criou a 1ª pilha em 1800. Precursor da produção de eletricidade em fluxo contínuo. John Frederic Daniell (1790 – 1845): substituiu, nas pilhas, as soluções ácidas pelas soluções de sais. Em 1836, John Frederick Daniell construiu uma pilha com eletrodos de cobre e zinco em uma cela individual e um tubo que ligava as soluções salinas (ponte salina). Esta pilha ficou conhecida como pilha de Daniell. Funcionamento da pilha: ❖ Semelhante a de Volta: possuem os mesmos eletrodos; ❖ Diferenças em relação a de Volta: os eletrodos estão em compartimentos separados, e a utilização da ponte de salina, que é responsável pelo fechamento do circuito elétrico. PILHAS É um dispositivo onde uma reação de óxido-redução espontânea produz corrente elétrica. Neste caso, o Zn0 entrega os elétrons ao Cu2+ através de um fio externo – teremos a chamada pilha de Daniell. Denominações dos materiais utilizados nas pilhas Ânodo: eletrodo que emite elétrons para o circuito externo Cátodo: eletrodo que recebe elétrons do circuito externo Representação convencionada pela IUPAC para as pilhas Ânodo/Solução do ânodo//Solução do cátodo/Cátodo Ponte de salina: permite a movimentação de íons de uma cela para outra, nos dois sentidos Zn0(s)|Zn 2+ (1mol/L) || Cu2+ (1 mol/L) |Cu0(s) (25 0C) Veja que os íons não participam de fato da reação: A reação é formada a partir de uma conversão de elétrons do átomo de zinco para o íon Cu 2+ . Na reação citada, cobre metálico é depositado na superfície do zinco e a cor azul do íon Cu 2+ oculta-se quando é substituído pelo íons Zn +2 incolor. A reação pode ser dividida em duas partes: Ao somar as duas semi-reações, obtemos a reação global. Veja que o número de elétrons cedidos é igual ao número de elétrons recebidos. Exercício de sala... Sabendo que o metal cobalto pode ceder elétrons espontaneamente para os íons Au3+, e considerando a pilha: Co0(s) | Co 2+ (1mol/L) || Au3+ (1mol/L) | Au0 (s) (25 0C) responda as seguintes perguntas: a) Quais as semi-reações? Qual a reação global do processo? b) Quem se oxida? Quem se reduz? c) Qual é o eletrodo positivo? Qual é o eletrodo negativo? d) Em que sentido fluem os elétrons pelo fio? e) Qual eletrodo será gasto? Qual tera a sua massa aumentada? f) Qual das duas soluções irá se diluir? Qual irá se concentrar? Potencial do eletrodo É a tendência em deslocar o equilíbrio da reação para o sentido da oxidação ou redução, é simbolizado por E. Eoxid Ered Fatoresque interferem no potencial do eletrodo: Temperatura Concentração dos íons da solução Maior temperatura do eletrodo→ maior tendência a perder elétrons→ maior Eoxid Menor Eoxidmaior Eredmaior tendência a receber e-maior conc. cátions Medida de potencial do eletrodo A medida do potencial do eletrodo é efetuada nas seguintes condições: - Temperatura de 25 0C; - Concentração da solução igual a 1 molar; - Pressão de 1 atm. O valor medido é o potencial normal do eletrodo, simbolizado por E0. O potencial padrão de hidrogênio é o referencial usado para medida de potencial do eletrodo e a unidade de medida convencional para potencial elétrico é o volt (V). Eletrodo padrão de hidrogênio - Solução 1M de um ácido; - Fluxo de gás hidrogênio, p = 1 atm e T = 25 0C; - Lâmina de platina (absorve este gás na superfície do metal) 2H+ + 2e- H2(g) Ao eletrodo padrão de hidrogênio associou-se o valor nulo. Então, para medir o potencial normal do eletrodo de zinco, basta ligá-lo ao eletrodo padrão em uma montagem semelhante a pilha de Daniell Para o eletrodo de zinco: O voltímetro acusa uma ddp de 0,76V e indica que o movimento dos elétrons é do eletrodo Zn0/Zn2+ para o eletrodo padrão. Eletrodo Zn0/Zn2+ : E0oxid = +0,76 V E0red = -0,76 V Eletrodo padrão : E0oxid = 0 V Medida do potencial do eletrodo Para o eletrodo de cobre: O voltímetro acusa uma ddp de 0,34V e indica que o movimento dos elétrons é do eletrodo padrão para o eletrodo Cu0/Cu2+. Eletrodo Cu0/Cu2+ : E0red = +0,34 V E0oxid = -0,34 V Eletrodo padrão : E0red = 0 V Exercício de sala... Observe a tabela: Semi-reação E0red Al3+ + 3e- → Al -1,66V Co2+ + 2e- → Co -0,28V a) Qual deles se reduz mais facilmente? b) Qual deles se oxida mais facilmente? c) Qual o melhor agente redutor? d) Qual o melhor agente oxidante? e) Qual o valor do E0oxid do eletrodo Al? Cálculo da ddp (E0) ou força eletromotriz (fem) E0 = E0oxidação + E 0 redução Ou E 0 = E0red(maior) - E 0 red(menor) Ou E0 = E0oxi(maior) - E 0 oxi(menor) Assim, para a pilha de Daniell, temos: Eletrodo Zn0/Zn2+ : E0oxid = +0,76 V Eletrodo Cu2+/Cu0 : E0red = +0,34 V E0 = +0,76 + 0,34 = 1,10 V Pilha e espontaneidade As reações que ocorrem em uma pilha são espontâneas, pois basta montar a aparelhagem para que o processo se efetue por si próprio. Em um processo espontâneo, o valor de E0 é sempre positivo. Isto nos permite prever a ocorrência de reações de oxirredução. Verifique se ocorre a seguinte reação: Cu0 + Fe2+ → Cu2+ + Fe0 Na tabela de potenciais observa-se que: Cu2+ + 2e- → Cu0 E0red = + 0,34 V Fe2+ + 2e- → Fe0 E0red = - 0,44 V E0 = E0oxid + E0red = - 0,34 – 0,44 = - 0,78 V Como E0 < 0, o processo não é espontâneo, e a reação não ocorre PILHA DE MÃO Constituída de dois eletrodos: um de cobre e outro de alumínio, conectadas a um voltímetro. Nos dois pólos: negativo (alumínio) e positivo (cobre) ocorrem as semi-reações de oxidação e redução, respectivamente. Mas a pilha só entra em funcionamento quando o circuito é fechado, e isto ocorre no momento em que uma pessoa coloca suas duas mãos nos eletrodos. Os sais presentes no suor das mãos estão dissociados em íons que são responsáveis pelo transporte da corrente elétrica. A pilha de mãos funciona com duas ou mais pessoas. Entretanto, o fluxo da corrente elétrica fica mais fraco, aumentando a resistência e consequentemente diminuindo a intensidade de corrente elétrica. Tipos de pilha Inventado pelo francês Gaston Piantei em 1860. É uma associação de pilhas ligadas em série. O potencial de cada pilha é aproximadamente 2V. Uma bateria de pilhas, que é a mais comum nos carros modernos, fornece uma tensão de 12V. Constituída de dois eletrodos; um de chumbo e o outro de dióxido de chumbo, ambos mergulhados em uma solução de ácido sulfúrico com densidade aproximada de 1,30g/mL.. Quando o circuito externo é fechado, conectando eletricamente os terminais, a bateria entra em funcionamento (descarga), ocorrendo a semi-reação de oxidação no chumbo e a de redução no dióxido de chumbo. Durante o funcionamento normal de um automóvel, a bateria fornece eletricidade para dar partida; para acender os faróis; ligar o rádio, limpador, setas, buzina, etc. e recebe energia do gerador para se recarregar. ACUMULADOR OU BATERIA DE CHUMBO PILHA DE LECLANCHÉ (PILHA SECA ou PILHA COMUM) Inventada em 1866 pelo engenheiro francês George Leclanhé (1839-1882). Dão voltagem de 1,5V, e são extensivamente usadas em lanternas, rádios portáteis, gravadores, brinquedos, flashes, etc. Formada por um cilindro de zinco metálico, que funciona como ânodo, separado das demais espécies químicas presentes na pilha por um papel poroso. O cátodo é o grafite coberto por uma camada de dióxido de manganês, carvão em pó e uma pasta úmida contendo cloreto de amônio e cloreto de zinco. A expressão pilha seca é apenas uma designação comercial que foi criada para diferenciar este tipo de pilha (revolucionário na época) da pilha de Daniell. ❖O ânodo é feito de zinco altamente poroso, que permite uma oxidação mais rápida em relação ao zinco utilizado na pilha seca comum. ❖A mistura eletrolítica contém KOH ou NaOH, ao invés de NH4Cl ❖Comparando-as com as pilhas secas comuns, as alcalinas são mais caras, mantêm a voltagem constante por mais tempo e duram cinco vezes mais. Por que será que as pilhas alcalinas duram mais que as comuns??? Nas pilhas alcalinas, o meio básico faz com que o eletrodo de zinco sofra um desgaste mais lento, comparado com as pilhas comuns que possuem um caráter ácido. PILHA SECA ALCALINA ou PILHA COMUM ALCALINA Uma célula de combustível ou pilha de combustível é uma célula eletroquímica em que são consumidos um agente redutor (combustível) e um agente oxidante (comburente), com o objetivo de gerar energia elétrica. Na célula de combustível, ao contrário das baterias ou das pilhas, estes agentes químicos são fornecidos e consumidos continuamente. Célula de combustível Corrosão Uma deterioração dos metais provocada por processos eletroquímicos. O ferro, por exemplo, enferruja por que se estabelece uma “pilha” entre um ponto e outro do objeto de ferro. Reação no anodo: 2Fe → 2Fe3+ + 6e- Reação no catodo: 3/2O2 + 3H2O + 6e- → 6OH- Reação global: 2Fe + 3/2O2 + 3H2O → 2Fe(OH)3 Na formação da ferrugem: ❖A presença do ar e da umidade são fundamentais ❖A presença, no ar, de CO2, SO2 e outras substâncias ácidas acelera a corrosão ❖Ambientes salinos aceleram a corrosão Corrosão de outros metais O cobre e algumas ligas: recoberto por uma camada esverdeada Cu+O2+H2O+CO2 →CuO.xH2O+Cu(OH)2.xH2O+CuCO3.xH2O+outros comp. azinavre A prata: película superficial escura Ag + H2S + O2 + compostos sulfurados → Ag2S + outros compostos Materiais que resistem a corrosão Materiais utilizados em próteses ortopédicas: Aço inoxidável, platina e titânio: resistem bem aos efeitos da corrosão. Alumínio Apesar de ter um potencial de oxidação elevado ocorre a apassivação do alumínio Proteção contra corrosão ❖ Pintura (mais comum) -lixar o metal (para eliminar a película de ferrugem já formada); -tinta a base de zarcão (Pb3O4); -Tintas especiais. ❖ Revestimento com a película de zinco (folhas de zinco ou chapas galvanizadas). Adição da chapa de aço em Zn derretido ou depósito de zinco sobre o ácido por meio de eletrólise. Obs.: chapas de aço podem ainda ser protegidas por uma película de estanho, dando origem à lata comum (fabrico de latas de conserva). ❖ Metal de sacrifício: associação de um metal mais reativo na estrutura.Este metal será corroído mais depressa, retardando a corrosão do metal de interesse Exemplo: A corrosão de canalizações de água, oleodutos e tanques subterrâneos, constituídos de aço ou ferro, podem ser retardadas ligando blocos de magnésio, que será corroído mais depressa. Proteção contra corrosão
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