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TEORIAS DA PERSONALIDADE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGAS
FACULDADE DE DIREITO DE ALAGOAS
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA FORENSE
GLÓRIA MARIA DA SILVA ARAÚJO
LUCIANO SOARES SILVESTRE
- 2º Período Noturno -
TEORIAS DA PERSONALIDADE – PRINCIPAIS CORRENTES:
PSICANÁLISE, ESTRUTURALISMO, FUNCIONALISMO,
BEHAVIORISMO, COMPORTAMENTALISMO & GESTALT
MACEIÓ/ALAGOAS
2019
GLÓRIA MARIA DA SILVA ARAÚJO
LUCIANO SOARES SILVESTRE
TEORIAS DA PERSONALIDADE – PRINCIPAIS CORRENTES:
PSICANÁLISE, ESTRUTURALISMO, FUNCIONALISMO,
BEHAVIORISMO, COMPORTAMENTALISMO & GESTALT
Trabalho apresentado à disciplina de
Introdução à Psicologia Forense, sob
orientação do professor Raimundo Palmeira. 
MACEIÓ/ALAGOAS 
2019
INTRODUÇÃO
De acordo com Feist, Feist & Roberts (2015), uma teoria científica é um conjunto de
pressupostos relacionados que permite que os cientistas usem o raciocínio lógico dedutivo para
formular hipóteses verificáveis. Os mesmos autores identificam a origem da palavra personalidade
em persona, do latim, que se referia à máscara teatral usada pelos atores romanos nos dramas
gregos. No entanto, para os psicólogos, a significação da palavra personalidade vai além dos papéis
desempenhados pelos indivíduos. 
Embora os teóricos não tenham entrado em consenso quanto a uma definição única de
personalidade, foram desenvolvidas teorias singulares e vitais. Apesar de não haver concordância,
pode-se dizer que personalidade corresponde a um padrão de traços relativamente permanentes e
características únicas que dão consistência e individualidade ao comportamento de uma pessoa. Os
traços contribuem para as diferenças individuais no comportamento ao longo do tempo e a
estabilidade do comportamento nas diversas situações. Os traços podem ser únicos, comuns a algum
grupo ou compartilhados pela espécie inteira, porém seu padrão é diferente em cada indivíduo.
Assim, cada pessoa, embora seja como as outras em alguns aspectos, possui uma personalidade
única. 
Feist, Feist & Roberts (2015) questionam: “Se as teorias da personalidade são
verdadeiramente científicas, por que há tantas teorias diferentes?”. As teorias não são leis imutáveis,
elas são construídas, não sobre fatos provados, mas sobre pressupostos, que estão sujeitos à
interpretação individual. Todas as teorias são um reflexo da origem pessoal dos autores, de suas
experiências infantis, de sua filosofia de vida, de suas relações interpessoais e de sua maneira única
de ver o mundo. 
As teorias da personalidade diferem em questões básicas referentes à natureza da
humanidade. Cada teoria da personalidade reflete os pressupostos de seu autor sobre a humanidade.
Tais pressupostos se apoiam em dimensões amplas, que separam os vários teóricos da personalidade.
Os conceitos de natureza humana, podem ser discutidos a partir de seis perspectivas: (1)
determinismo versus livre-arbítrio, (2) pessimismo versus otimismo, (3) causalidade versus teologia,
(4) consciente versus inconsciente, (5) fatores biológicos versus fatores sociais e (6) singularidade
versus semelhanças entre as pessoas. 
Este trabalho tem como objetivo explicitar as diferentes características que envolvem as
principais correntes das Teorias da Personalidade, tais como: Psicanálise, Estruturalismo,
Funcionalismo, Behaviorismo, Comportamentalismo e Gestalt. A análise da literatura
correspondente foi o meio utilizado para a sua execução. 
PSICANÁLISE
Quando deparado em seus primeiros estudos com mulheres “histéricas” e a falta de causas
físicas para os sintomas que elas apresentavam, Sigmund Freud começou a se aventurar além da
esfera médica na busca por um fator que pudesse causar os sintomas das pacientes, chegando à sua
definição de consciência. 
Freud determinou que o ser humano é feito de impulsos – podendo estes seres conscientes,
pré-conscientes ou inconscientes -, e buscamos satisfazer esses impulsos independentemente de
reconhecermos ou não a existência deles. Os impulsos podem mudar de natureza, se sobrepor ou
justapor, serem bloqueados ou liberados, devido à complexidade das experiências humanas.
Os impulsos conscientes são geralmente iniciados pelos órgãos sensoriais e podem ser
sentidos em determinado momento, já os pré-conscientes são os processos que ficam em “segundo
plano”, podendo tornar-se conscientes a qualquer momento. Já os impulsos inconscientes são mais
difíceis de tornarem conscientes, e apenas o fazem durante raras ocasiões, o que causaria as
perturbações observadas nas pacientes iniciais. O fluxo de energia que provém desses impulsos é a
base dos instintos reativos dos seres humanos, influenciando como lidamos com fatores
traumáticos.
Seguindo a teoria dos três níveis de consciência, a teoria psicanalista da personalidade divide
o aparelho psíquico em três estruturas: o id é o encarregado da busca pelo prazer e pela satisfação
pessoal, os seja, os desejos subconscientes, o superego é derivado da orientação parental, age como
uma bússola moral na tomada de decisões e o ego que age como um balanceador entre os dois
impulsos, tentando procurar uma “saída” que satisfaça ambos.
Na teoria psicanalítica as fases do crescimento são denominadas psicossexuais, indo contra
ao pensamento de que o desenvolvimento sexual só teria início na puberdade, diferenciando a
descoberta sexual da descoberta genital já que em diversas vezes uma pode ocorrer sem a outra.
Essa fase de descobertas atinge o ápice no quinto ano de idade sofrendo depois uma pausa e é
retomada durante a puberdade. Esse processo é dividido nas seguintes fases:
1. Fase oral: toda necessidade psíquica é direcionada para produzir satisfação a esse órgão,
satisfação esta que vai além da simples nutrição, podendo ser chamada de sexual.
2. Fase sádico-anal: a satisfação é buscada na agressão e na função excretora.
3. Fase fálica: apogeu da sexualidade da primeira infância, quando o desenvolvimento
feminino e o masculino passam a ser diferentes. O menino entra na fase edípica onde
tudo é centrado ao redor do fato dele possuir um pênis, e a menina foca no fato de não
possuir um pênis e na inferioridade do seu clitóris.
FUNCIONALISMO
As três fases não ocorrem de forma linear, levando em consideração que na primeira fase a
busca por satisfação e separada por órgão afetado, uma organização mais completa só será
alcançada na fase genital também conhecida como puberdade. Nela alguns dos investimentos são
conservados, outros se tornam atos auxiliares e outros são totalmente reprimidos. 
O processo nem sempre é completo da forma, tendo suas imperfeições traduzidas para
perturbações sexuais futuras chamadas perversões, que forçam as pessoas a voltarem sua libido pra
situações pré-genitais. 
No ápice da fase fálica, o menino tende a desenvolver o complexo de édipo, no qual a
criança começa a buscar satisfação sexual e vê-la na mãe, tendo o pai como seu rival, tudo gira ao
redor de seu pênis e o medo que ele tem de uma castração. Já, dentre as meninas, o que as move é a
falta de um pênis e os caminhos que elas percorrem para obtê-lo, a masturbação não mais a satisfaz,
já que é constantemente confrontada com a inferioridade do seu “pênis atrofiado”, frustrada com
seu “defeito” e com a mãe por tê-la colocado no mundo de maneira tão defeituosa a menina vira
todas as suas afeições para o pai – o complexo de Electra. 
Freud também determina os meios em que a consciência o indivíduo possa reagir ao
tratamento psíquico:
 A transferência positiva na qual o indivíduo projeta no analista uma pessoa que ele
quer impressionar e agradar, geralmente alguém que o indivíduo tem memórias boas
e sente falta.
 A transferêncianegativa na qual o analista é visto como uma má pessoa, indigna de
confiança, geralmente faz alusão a alguém com quem o paciente tem uma relação
instável.
 A resistência ou recalcamento do eu que é a relutância do paciente de se submeter
ao tratamento.
 O sentimento de culpa oriundo do paciente que acha que merece a doença que
possui. 
Um grande causador de neurose são as tentativas de fuga das expectativas preestabelecidas
pela sociedade e pelas unidades parentais na primeira fase da vida, restringindo o desenvolvimento
posterior do indivíduo. Tais predeterminações sociais precedem o superego e limitam a atividade do
ego através de proibições, seguidas de sentimentos culposos, com a pressão social e cultural é difícil
viver uma vida sem neuroses. 
A primeira neurose detectada por Freud foi a histeria, que consiste na tradução física de
sintomas psíquicos, foi seguida pelas neuroses de angústia onde o corpo produz sinais de medo e
nervosismo sem causa aparente, em seguida temos as fobias que são medos específicos com causas
prévias e, por fim os transtornos obsessivos compulsivos que é as ideias inconscientes que são
repetidamente impostas à consciência.
Já as psicoses detectadas são caracterizadas pela intensa instabilidade psíquica do paciente
com certo descontrole dos impulsos que regem suas ações. Dentre elas destacam- se a
esquizofrenia, a maníaco-depressiva, a psicose alcoólica e a paranoia. Todas caracterizadas por alta
desorganização de personalidade, instabilidade comportamental e no caso da paranoia, ilusões e
delírios.
E as perversões que consiste, em grande parte na perturbação do desenvolvimento
psicossexual na primeira infância e na busca, na vida, adulta de meios fora do comum para
satisfação sexual ou ainda apresentam resquícios de seus complexos (Electra ou Édipo) vivenciados
na infância.
O ego é capaz de lidar com os distúrbios de diversas maneiras, estas são chamadas de
mecanismos de defesa.
 Repressão – o primeiro mecanismo descoberto por Freud é um mecanismo que
permite que ego impeça pensamentos perturbadores no inconsciente de virarem
conscientes. 
 Negação – envolve bloquear certos acontecimentos da consciência, se um evento é
forte demais pra ser lidado de forma racional, o consciente se recusa a lidar com ele.
 Projeção – durante esse processo os indivíduos geralmente projetam seus
pensamentos e sentimentos em outras pessoas ou situações.
 Deslocamento – envolve a satisfação de um impulso com um objeto substituto,
geralmente envolve ataques de raiva.
 Regressão – quando uma pessoa regride no tempo psicológico por motivos de
estresse, quando encontrados com obstáculos ou assustados nossos comportamentos
voltam a ser primitivos. 
 Sublimação – similar ao deslocamento, mas o objeto a qual o impulso é
redirecionado geralmente é mais aceitado socialmente, por exemplo, impulsos
raivosos podem ser transformados em uma obra de arte.
BEHAVIORISMO: O COMPORTAMENTO NO CENTRO DOS
ESTUDOS PSICOLÓGICOS
Conforme pontua Baum (1999) "a ideia do behaviorismo é simples de ser formulada: é
possível uma ciência do comportamento". Tal argumento, explica ele, fundamenta-se no fato de que,
apesar das controvérsias sobre o sentido de "ciência” ou de "comportamento", incluindo questões
sobre "se a ciência do comportamento dever ser a psicologia" ou "se a psicologia é uma ciência" -
"todos os behavioristas concordam que pode haver uma ciência do comportamento". 
Assim, segundo o autor, o behaviorismo pode ser referido como:
Um conjunto de ideias sobre essa ciência
chamada de análise do comportamento, e não a ciência
ela própria, o behaviorismo não é propriamente uma
ciência, mas uma filosofia da ciência. Como filosofia do
comportamento, entretanto, aborda tópicos que muito
prezamos e que nos tocam de perto: por que fazemos o
que fazemos e o que devemos e não devemos fazer.
John B. Watson, com a publicação do seu artigo intitulado "Psicologia: como os
behavioristas a vêem", inaugura, em 1913, o termo que passa a denominar uma das mais expressivas
tendências teóricas ainda vigentes: o Behaviorismo. O termo inglês "behavior" significa
"comportamento", razão pela qual usamos, no Brasil, Behaviorismo como também
Comportamentalismo, Análise Experimental do Comportamento, entre outros, para nos referirmos à
visão teórica em pauta. Ao postular o comportamento como objeto de estudos da Psicologia, Watson
estabelece um objeto de estudos "observável e mensurável, cujos experimentos poderiam reproduzir
diferentes condições e sujeitos”.
O behaviorismo metodológico toma como base o realismo. O realismo defende a ideia
de que há um mundo real, que ocorre no mundo real, sendo que é a partir desse mundo real externo
(objetivo) que constituímos o nosso mundo interno - subjetivo. Paradoxalmente, temos contato
apenas com a nossa experiência interna que nos é dada pelos nossos sentidos. Isso porque o mundo
externo, objetivo, não nos é accessível diretamente. Assim, os nosso sentidos nos fornecem apenas
dados sensoriais sobre aquele comportamento real que nunca conhecemos diretamente. 
Entendendo que o homem possui um aparato orgânico que se ajusta ao ambiente em
que vive por meio de equipamentos hereditários e pela formação de hábitos, Watson defende a ideia
de que o comportamento deve ser estudado como função de certas variáveis do meio, sob o
argumento de que certos estímulos levam o organismo a dar determinadas respostas. Nessa linha de
raciocínio, ele procura descrever os eventos comportamentais atribuindo-lhes um caráter mecânico e
o mais próximo possível da fisiologia, uma vez que as razões que estariam subjacentes ao 'levar' o
homem a desempenhar o comportamento deveriam ser tratadas isoladamente. 
B.F. Skinner, em 1945, introduz o Behaviorismo radical, defendendo a análise
experimental do comportamento. Contrapondo-se ao Behaviorismo metodológico de Watson, de
cunho realista, o programa de Skinner adota os princípios do pragmatismo, cuja base é a de que a
força da investigação científica reside não tanto na descoberta da verdade sobre a maneira como o
universo objetivo funciona, mas no que ela nos permite fazer, ou seja, a grande realização da ciência
é que ela permite dar significado a nossa experiência. Isso implica entender que o pragmatismo se
preocupa com a funcionalidade do objeto real observável, mensurável, e não com a existência de um
objeto real por detrás desses efeitos 
Os behavioristas radicais, nessa linha, tentam romper com o dualismo mundo objetivo -
mundo subjetivo. Ou seja, em vez de se pautarem em métodos, eles adotam conceitos e termos "os
termos que usamos para falar do comportamento não apenas nos permitem compreendê-lo, mas
também o definem: comportamento inclui todos os eventos sobre os quais podemos falar sobre eles
com os nossos termos inventados", conforme citação de Skinner, em Baum (op.cit.). Nessa esteira,
os behavioristas radicais equiparam a noção de verdade com poder explicativo e, então, buscam
termos descritivos que sejam "úteis à compreensão e econômicos à discussão" - se a pergunta sobre
a existência do universo real fora do sujeito é fútil, então também é fútil perguntar sobre a existência
de uma verdade final, absoluta (idem). 
Em resumo, estudar o comportamento é fazer uma análise funcional do
comportamento, é descrever as funções que determinam uma dada resposta, ou seja, analisar as
contingências (conjunto hipotético de relações funcionais) que determinam o comportamento que
envolve três dimensões: (a) eventos antecedentes; (b) respostas; (c) eventos consequentes. Muitoembora só se possa definir a função reforçadora de um evento ambiental a partir da função que ele
exerce sobre o comportamento do indivíduo, tem-se como definição que o 'reforço positivo'
representa um evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o produz, tanto quanto um
'reforço negativo' representa um evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o
remove ou atenua. 
GESTALT
Frederik Salomon Perls (1893 – 1970), era de origem judaica, estudou medicina em
Berlim. Foi psicanalista, ele sofreu grande influência de uma corrente de pensamento denominada
gestaltista, daí posteriormente ele desenvolver uma terapia com base nos fundamentos de tal
corrente ideológica, no entanto suas concepções não são valorizadas de imediato. Somente a partir
da década de 60 é que seus trabalhos são aceitos, e assim influenciaram as terapias surgidas
posteriormente nos EUA. 
Perls conceituou que ocorre um inatismo no que diz respeito ao desenvolvimento
biológico e psicológico de um determinado individuo, melhor explicando, o individuo torna-se o que
ele é de acordo com sua predisposição interior a ser o que ele é no momento. Fato semelhante ao
determinismo pregado por Lombroso, o qual dizia que um criminoso já nasceu criminoso, e não se
tornara um criminoso. Frederik Perls critica fortemente a teoria da psicanálise em relação a esta
afirmar que a conjuntura ideológica da agressão e do sadismo está localizada na fase oral, pois ele
acreditava que tal conjuntura estava localizada na fase anal do desenvolvimento infantil.
A gestalt-terapia foi descrita por Perls como uma terapia existencial, ou seja, uma
simples proposta de caráter clínico baseada em uma filosofia velada em silogismos, a mesma era
utilizada mediante a princípios existencialistas. Ele insistia que algum individuo, somente pode ser
compreendido através da descrição realizada de maneira direta pela sua própria pessoa, ou seja, um
homem só pode ser compreendido se for interpretado por si mesmo. Tal teoria ofereceu uma visão
ampla a respeito de diversos campos sociais, de modo que busca uma compreensão cada vez mais
adequada das inúmeras relações entre o homem, o planeta, os objetos e a natureza como se tudo
fosse parte de um único jogo.
Os seres animados e os inanimados se encontram em relações de interdependências
recíprocas, visto que dependem uns dos outros para existirem. Perls definiu a atividade psicológica
humana simplesmente como uma determinada atividade realizada por uma pessoa completa, a qual
é desenvolvida mediante um desgaste bem menos de energia do que a gasta no empenho da
atividade física. Para o referido pensador, pensar é menos cansativo do que correr. “O organismo
age e reage a seu meio com maior ou menos intensidade; a medida que diminui a intensidade, o
comportamento físico se transforma em comportamento mental. Quando a intensidade aumenta, o
comportamento mental torna-se comportamento físico” (Perls, 1973).
Nota-se que Perls acreditava que não havia no homem uma separação nítida entre suas
sensações, seus pensamentos e as suas ações, tudo era parte de um todo interdependente e integrado
formando um único complexo de ações múltiplas. A personalidade é um puro reflexo de todo esse
complexo de ações, ela é uma rede resultante da ligação de todas essas ações desempenhadas pelos
complexos interligados.
Na gestalt o terapeuta é apenas um facilitador e não um condicionador do
comportamento psicológico de seus clientes, assim como Sócrates por meio da dialética busca fazer
com que o seu ouvinte conheça a si mesmo, assim é a gestalt. O terapeuta faz com que o seu
paciente compreenda a si e se conscientize descobrindo assim seus pontos fortes e os seus pontos
fracos, a partir daí o seu bem-estar podem ser garantidos, inclusive o seu crescimento espiritual e
psicológico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAUM, W. Compreender o Behaviorismo. Artes Médicas, 1999.
FEIST, J.; FEIST, G.J; ROBERTS, T. Teorias da Personalidade. 8ª edição, ARTMED, 2015. 
FURTADO, O; TEIXEIRA, M.L.T.; BOCK, A.M.B. Psicologias: uma introdução ao estudo
da Psicologia. São Paulo: Saraiva, 1999 
FREUD, S. Compêndio da psicanálise. Tradução de Renato Zwick. L&PM Editores, São
Paulo, 2014