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APLICABILIDADE E EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

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7.
APLICABILIDADE E EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
I) Noções gerais
Todas as normas constitucionais são dotadas de eficácia. Algumas de eficácia jurídica e eficácia social; outras, apenas de eficácia jurídica.
Eficácia social:
A norma vigente é efetivamente aplicada a casos concretos.
Eficácia jurídica:
A norma está apta a produzir efeitos na ocorrência de relações concretas; mas já produz efeitos jurídicos na medida em que a sua simples edição resulta na revogação de todas as normas anteriores que com ela conflitam. Embora não aplicada a casos concretos, retira a eficácia da normatividade anterior, ou seja, é eficaz juridicamente, embora não tenha sido aplicada concretamente.
Aplicabilidade:
Segundo José Afonso da Silva, o termo aplicabilidade “exprime uma possibilidade de aplicação”. 
Aplicação, por sua vez, “consiste na atuação concreta da norma”.
Mas uma norma só é aplicável plenamente se estiver aparelhada para incidir.
Nesse sentido, são aplicáveis todas as normas constitucionais, pois todas são dotadas de eficácia jurídica. Todavia, nem todas elas estão aparelhadas para incidir plenamente, de modo que sua eficácia pode ser medida em diferentes graus.
II) Graus de eficácia das normas constitucionais
Segundo José Afonso da Silva, as normas constitucionais classificam-se em normas de eficácia plena, normas de eficácia contida e normas de eficácia limitada.
São normas constitucionais de eficácia plena aquelas que, desde a sua entrada em vigor, produzem ou estão aptas a produzir todos os seus efeitos em relação aos interesses, aos comportamentos ou às situações que o constituinte quis regular diretamente.
São de eficácia plena as normas constitucionais que: a) contenham vedações ou proibições; b) confiram isenções, imunidades e prerrogativas; c) não designem órgãos ou autoridades especiais a que incumbam especificamente sua execução; d) não indiquem processos especiais de sua execução; e) não exijam a elaboração de novas normas legislativas que lhes completem o alcance e o sentido, ou lhes fixem o conteúdo, porque já se apresentam suficientemente explícitas na definição dos interesses nelas regulados.
Exemplos: art. 1°, art. 15, art. 17, parágrafo 4°, art. 28, art. 44, art. 45, art. 46, parágrafo 1°, art. 60, parágrafo 3°, art. 76, art. 45, parágrafo 2°, artigo 226, parágrafo 1°.
Normas constitucionais de eficácia limitada são aquelas que dependem da emissão de uma normatividade futura, em que o legislador ordinário, integrando-lhes a eficácia, lhes dê capacidade de execução em termos de regulamentação daqueles interesses visados.
Estas dividem-se em normas de princípio institutivo ou organizativo e normas de princípio programático.
As primeiras (institutivas) são as que dependem de lei para dar corpo a instituições, pessoas, órgãos, previstos na norma constitucional. 
Exemplo: Art. 18, § 3°, art. 20, parágrafo 2°, art. 25, parágrafo 3°, art. 33, art. 88, art. 90, parágrafo 2°, art. 91, parágrafo 2°, art. 113, da CRFB/88
As últimas (programáticas) são as que estabelecem um programa constitucional a ser desenvolvido mediante legislação integrativa da vontade constituinte.
Exemplos: Art. 7°, XI, 7° XX, 7° XXVII, 173, parágrafo 4°, art. 216, parágrafo 3°, art. 218, parágrafo 4°, art. 21, IX, art. 215, art. 216, parágrafo 1° da CRFB/88.
Mínimo de eficácia jurídica:
São normas dotadas de eficácia jurídica porque têm o efeito de impedir que o legislador comum edite normas em sentido oposto ao direito assegurado pelo constituinte, antes mesmo da possível legislação integrativa que lhes dê plena aplicabilidade.
Normas constitucionais de eficácia contida são aquelas em cujo corpo o legislador constituinte regulou suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, mas deixou margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do poder público, nos termos que a lei estabelecer ou nos termos de conceitos gerais nelas enunciados.
Exemplos art. 5°, VIII, art. 5°, XIII, art. 5°, XXVII, art. 37, I da CRFB/88.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Os direitos e garantias fundamentais previstos no art. 5° têm aplicação imediata, segundo o parágrafo 1° do aludido dispositivo.
Bibliografia:
SILVA, José Afonso. Aplicabilidade das normas constitucionais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999
TEMER, Michel. Elementos de direito constitucional. 19. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003

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