Theo Van Doesburg e o De Stijl

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Introdução
Neste trabalho entenderemos quem Theo van Doesburg foi, e tem o objetivo de mostrar o que o mesmo modificou e influenciou no mundo das artes. A diversidade que ele experimentou, o que ele criou, e quais barreiras quebrou.
Poderemos entender também, não só a arte do artista, mas, a partir dele, a influência em métodos de ensino e de arte para vários outros artistas, durante uma época em que ser da vanguarda não era aceitável em seu ambiente.
Apresentamos também uma pesquisa biográfica sobre Van Doesburg, enriquecida por matérias, fotos e textos que trouxeram-nos esse complemento.
Theo van Doesburg 
O pintor, designer, arquiteto e escritor holandês, Christian Emil Marie Küpper, conhecido pelo pseudônimo de Theo van Doesburg –, nasceu em 30 de agosto de 1883 em Utrecht, Países Baixos, e morreu em 7 de março de 1931 em Davos, Suíça. Ele foi um dos fundadores do movimento de arte moderna chamado De Stijl (O estilo), e, de acordo com o livro Theo van Doesburg (Painting into architecture, theory into practice) da Cambridge Urban and Architectural Studies, ele era o promotor chefe das ideias, além de ter sido, também, professor da famosa Escola Bauhaus. 
Embora muitas de suas obras seja ao estilo construtivista, Van Doesburg não ficou parado em um só movimento. Começou com obras naturalistas, depois fez caricaturas. Transferiu-se para paisagens impressionistas, retratos, se inspirou em Kandinsky e sua arte abstrata. Escreveu poemas dadaístas, publicou livros, e, no fim de sua vida, lançou um livro sobre a Arte Concreta. Já voltado para o design, ele planejou vitrais e participou de alguns trabalhos arquitetônicos. A lista é longa, mas, como podemos ver, o artista pesquisado tinha a mente aberta para novas ideias e caminhos a seguir. 
“Porque nada é mais concreto nem mais real do que uma linha, uma cor, uma superfície… uma mulher, uma árvore, uma vaca são concretos no estado natural, mas, no contexto da pintura, são abstratos, ilusórios, vagos, especulativos – enquanto um plano é um plano, uma linha é uma linha, nem mais nem menos.”
– Theo Van Doesburg
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De Stijl e o Neoplasticismo
Em 1917, a revista De Stijl foi fundada por Van Doesburg, Piet Mondrian e o arquiteto Bart Van Der Leck, nos Países Baixos, e foi um dos grandes marcos da arte moderna Abstracionista. Os textos da revista assumiam, muitas vezes, o aspecto de manifesto. No começo, houve muita resistência, crítica e polêmicas em torno dessa nova arte. Achavam tão fácil e monótono, que, qualquer um, até mesmo uma criança, pudesse fazer igual. Seu auge, no entanto, foi em entre 1921 a 1925, quando ele contratou vários artistas e viajou muito espalhando suas ideias. Foi assim que ele chegou a Bauhaus e se tornou professor por algum tempo.[1: Arte moderna Abstracionista - é um estilo artístico moderno em que o formato tradicional (paisagens e realismo) é deixado de lado, de modo que, os objetos ou pessoas são representados através de formas irreconhecíveis.]
O Neoplasticismo – como também era chamado esse movimento de vanguarda – foi um termo criado por Piet Mondrian e Van Doesburg. Tinha o objetivo de buscar “clareza, certeza e ordem”, sendo uma obra objetiva, não ilusória, e não representativa, onde as formas geométricas eram exploradas, assim como as cores primárias, o preto e branco, e as saturadas, tendo quase sempre, linhas verticais e horizontais. Com influências do cubismo, impressionismo, naturalismo e do teosofismo. [2: Vanguarda - Movimento/Revolução cultural que busca novas estéticas, pensamentos e estruturas, se colocando na frente de seu tempo com a mente aberta e em busca de novas ideais e culturas.][3: Cubismo - Movimento que ocorreu entre 1907-1914, e explorava as formas geométricas.][4: Impressionismo – os artistas criavam suas obras de acordo com a impressão da luz sobre o objeto. ][5: Naturalismo - Tem como objetivo retratar fielmente a sociedade de uma forme objetiva. Sendo, também, uma ramificação do Realismo.][6: Teosofismo - Em suma, prega a origem espiritual das formas e dos seres, e a unidade de toda a vida.]
Na arquitetura e no desenho industrial, a influência estava bastante presente, tanto que inúmeras peças foram criadas em escala industrial inspirados neste estilo holandês. O De Stijl chegou ao fim assim que parou de ser publicado em 1928, tendo perdido muitos de seus seguidores importantes pelo caminho, sendo um deles o próprio Van Doesburg ao romper com o grupo por causa de uma teoria do Elementarismo (dando importância à linha diagonal) que não foi aceita. [7: Elementarismo – Movimento que surgiu a partir do Neoplasticismo. Ele impõe composições abstratas com base em ângulos retos, no uso das cores primárias, e, também, o branco, preto e cinza.]
	
	
Influências Artísticas
Como todo artista, Theo Van Doesburg teve que se inspirar em algo ou alguém, durante sua carreira. Seguiu e tentou muitos movimentos artísticos, alguns deles sendo definitivamente marcantes na composição de seus trabalhos. 
Wassily Kandinsky, respeitado professor da Bauhaus, lhe serviu de grande influência, entre 1914 e 1915. Theo produziu desenhos como Streetmusic I e Streetmusic II (Figuras abaixo), claramente inspirados em Kandinsky. 
Janos de Winter o inspirou em usar tons pastéis expressivos, altamente carregados e porta-retratos. Temos Despair (1915; The Hague, Rijksdienst Beeld. Kst) como exemplo e resultado do trabalho de Van Doesburg.
Piet Mondrian foi o principal influente na vida artística de Van Doesburg. Com Mondrian, fundou a revista De Stijl e o movimento Neoplasticista, que ficou presente em suas obras até o dia de sua morte.
 
Como o seu trabalho modificou na forma de enxergar o mundo
 
Theo Van Doesburg com o Neoplasticismo que não foi um movimento só artístico, mas também, estético, social, filosófico e um marco da arte moderna, trouxe uma arte pura, clara, objetiva, não ilusória e nem representativa – antinaturalista - que nasce da revolta moral, contra a violência irracional da Guerra que assolava a Europa e dela derivava um juízo negativo sobre a história; não à violência e sim a razão é que deve determinar as transformações na vida da humanidade. De Stijl não é uma revolução contra uma cultura envelhecia a fim de renová-la, e sim uma revolução no interior de uma cultura moderna a fim de imuniza-la contra os perigos de qualquer corrupção ou impureza possível.
Ele quer criar uma arte fora das técnicas e da história, colocando-a como apenas uma denominação. Ele apresenta a arte e a técnica como elementos anulados e apenas um impulso genial criativo pode realizar a síntese absoluta das artes.
Segundo Argan: "Apesar de Theo ter sido abandonado por Mondrian e Oud, a experiência neoplástica permanece essencial mesmo para os dissindendentes da linha extremista do mestre: De Stijl foi, de fato, um dos episódios-chave da história da arte contemporânea."
A finalidade de De Stijl, em suma, é investigar se é possível fazer arte, isto é desenvolver uma atividade criativa numa condição de imunidade histórica absoluta que era a guerra.
Tinham como objetivo, eliminar todas as "formas históricas", sob a suspeita de trazerem os germes da infecção nacionalista, eliminam-se também as técnicas tradicionais e a distinção entre as artes delas derivadas.
Radicalizou e revolucionou a arte moderna.
Técnicas Desenvolvidas
Como o Neoplasticismo queria eliminar o princípio da forma (geometria pura) como modo natural do ser humano e a arte apenas como um gesto, Theo Van Doesburg traz formas geométricas, estáticas, pintadas de branco, preto, cores primária, limitadas quase sempre por linhas verticais e horizontais e logo depois também as diagonais.
Desses princípios decorrem determinadas características estéticas, das quais são: a simplificação das composições visuais trazidas de formas regulares; o uso contido da cor, restringindo-se às cores primárias (amarelo, azul e vermelho) acompanhadasdas neutras, uma atitude racionalista perante a arte.
Significado da obra perante a sociedade
Theo van Doesburg também estabeleceu a primeira ligação sólida entre a arquitetura holandesa (e europeia) e Frank Lloyd Wright. Ele foi influenciador nos ensinos da escola Bauhaus, foram feitas normalizações, transformando-os os impulsos revolucionários em processos metodológicos, didáticos.
Princípios orientadores:
Abstração formal - As cores e as formas são organizadas de uma forma que a composição final seja apenas a expressão de uma concepção geométrica. 
Imaterialidade - Qualidade ou condição do que é imaterial, que não é composto de matéria. 
Simplificação – Predomínio de linhas retas, formas geométricas e volumes simples.
Assimetria controlada – falta de regularidade com equilíbrio e controladas.
Fragmentação rigorosa – Subdivisão precisa.
A Bauhaus teve grande influência não só no estudo das artes, mas, de modo geral, na formação de um artista e dele próprio na sociedade, e várias coisas fragmentadas de Van Doesburg foram grandes contribuintes para esse fim.
"Embora este movimento mantivera-se por menos de quinze anos sua essência permanece até hoje presente na arquitetura e pintura, logo no design também." – Estudante de arquitetura Yasmim Viera sobre o Neoplasticismo. 
Conclusão
Com este trabalho, podemos, então, concluir que Theo van Doesburg foi um artista multifacetado que experimentou várias coisas em sua arte até achar a que se enquadrava em seu estilo e suas influências.
Na verdade, mais do que isso, ele criou um movimento de acordo com seu próprio modo de pensar. Não deixou que regras impedissem suas vontades artísticas e, dessa forma, prosseguiu fazendo o que queria e como queria.
O artista pesquisado trouxe, principalmente, a simplicidade para a arte. Foi ousado e objetivo, conseguindo, de certa forma, cancelar a existência da arte e da técnica.
Theo van Doesburg simplesmente experimentou, criou e revolucionou.
Bibliografia 
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Argan, Giulio Carlo. Arte Moderna. 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. Páginas: 284-287, 340, 359, 406, 409, 419, 653, 677, 682, 687.
Booksrags. Theo van Doesburg Biography. Disponível em: http://www.bookrags.com/biography/theo-van-doesburg/
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Doig, Allan. Oxford University Press. Theo van Doesburg. Disponível em: http://www.moma.org/collection/artist.php?artist_id=6076, 2009.
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Fuiza, Daniela. De Stijl. Disponível em: http://pt.slideshare.net/danifiuza/de-stijl
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